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APOSTILA DE
Natália Ramos Bueno e Hellycláudia Maria da Silva Chaves
Introdução .................................................................................................................. 1
Divisão funcional ....................................................................................................... 2
Porção Condutora ............................................................................................................... 2
Porção Respiratória ............................................................................................................ 2
Estrutura do sistema respiratório ........................................................................... 3
Narinas ................................................................................................................................. 3
Faringe .................................................................................................................................. 6
Laringe .................................................................................................................................. 6
Traqueia ............................................................................................................................... 7
Brônquios e bronquíolos ................................................................................................... 8
Alvéolos ................................................................................................................................ 9
Pulmões ..................................................................................................................... 11
Pleura .................................................................................................................................. 13
Respiração .......................................................................................................................... 14
Ciclo respiratório ............................................................................................................... 15
Tipos de respiração ........................................................................................................... 17
Sons pulmonares .............................................................................................................. 18
Complacência pulmonar .................................................................................................. 18
Transportes .............................................................................................................. 19
Transporte de oxigênio .................................................................................................... 19
Transporte de dióxido de carbono ................................................................................. 20
Transporte de gases.......................................................................................................... 21
Semiologia do sistema respiratório ....................................................................... 22
Anamnese .......................................................................................................................... 22
Sinais/sintomas de distúrbio respiratório ..................................................................... 23
Exame físico ....................................................................................................................... 24
Exame das narinas ............................................................................................................ 24
Frequência respiratória .....................................................................................................24
Tipo respiratório ................................................................................................................24
Palpação ..............................................................................................................................25
Auscultação......................................................................................................................... 25
Percussão ........................................................................................................................... 26
Sumário
@natvet.studies e @lilyfazvet
Exames complementares ..................................................................................................27
Exames de imagem ...................................................................................................28
Farmacologia..............................................................................................................31
Sistema mucociliar............................................................................................................. 31
Expectorantes..................................................................................................................... 31
Reflexo da tosse ................................................................................................................ 32
Antitussígenos ................................................................................................................... 33
Broncodilatadores ............................................................................................................. 33
Descongestionantes............................................................................................................34
Outros medicamentos .......................................................................................................34
Questões ................................................................................................................... 35
Gabarito .................................................................................................................... 38
Referências ............................................................................................................... 41
@natvet.studies e @lilyfazvet
Introdução
pulmões
alvéolos
esôfago
laringe
faringe
epiglote
traqueia
brônquios
bronquíolos
cavidade nasal
O sistema respiratório garante a captura do oxigênio e a liberação do gás carbônico por
meio do processo de respiração. Ele é formado pelos órgãos essenciais da respiração,
que são os pulmões, nos quais ocorrem as trocas gasosas entre o ar inspirado e a
circulação sanguínea; e pelos órgãos auxiliares, como o nariz e a traqueia, que
compreendem parte das passagens por onde o ar é conduzido para dentro e para fora
dos pulmões.
Pode-se atribuir duas funções a esse sistema, uma principal e um conjunto de secundárias,
que são: as trocas gasosas (responsável pela expulsão do CO₂ e pela condução do O₂ para
as células do corpo) como função principal; e a regulação do pH, a umidificação do ar, o
controle da temperatura, a fonação e o olfato como funções secundárias.
1
transporta alimento ate o estomago 
Dorso
parte ventral
Transporta ar ate os pulmões 
revestido por células com cílios e muco, que filtram impurezas e protegem os pulmões.
filtrar, aquecer, umidificar
*Porta de entrada do ar 
*Olfato 
*Filtra impurezas através das células caliciformes 
Faringe
*Conduz ar: cav. nasal >> laringe>> pulmões
*Conduz alimento: Leva alimento ate boca do estomago 
*Separação dos caminhos: Garante que ar vá para pulmões e alimento para sist. digestivo
Epiglote - cartilagem 
É uma "portinha" entre a via de entrada de ar e via de entrada de alimento
Quando animal respira epiglote abre; 
Quando animal engole epiglote fecha. bloqueando entrada de alimento e líquidos na na traqueia 
Produz som
Troca gasosa:
O oxigênio entra nos pulmões e vai para o sangue.
O gás carbônico, que é um resíduo do corpo, sai do sangue para ser expirado.
Filtragem e umidificação do ar:
O ar que chega aos pulmões é filtrado, aquecido e umidificado, ajudando a proteger o corpo.
DENTRO DOS PULMOES ESTÃO:
ALVEOLOS
BRONQUIOS
BRONQUIOLOS
Trocar oxigênio (O₂) e gás carbônico (CO₂) entre o ar e o sangue.
Conduzir o ar dosinspiração
19. Quais os mecanismos compensatórios que fazem com que os pulmões respondam a
menor troca gasosa?
Taquipneia (aumento da FR) e hiperpneia (aumento da amplitude respiratória)
20. Qual a finalidade da tosse e por que ela é produzida?
A tosse é um mecanismo de limpeza do sistema respiratório. Pode ser produzida devido a
irritações das terminações nervosas da laringe e traqueia, ou ainda devido à inflamação da
mucosa.
(B) Respiração costal
41
Referências
DYCE, K. M.; WENSING, C. J. G.; SACK, W. O. Tratado de anatomia veterinária. 4 ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2010.
KÖNIG, H. E.; LIEBICH, H. G. Anatomia dos animais domésticos. Texto e atlas colorido. 4a
ed, Porto Alegre: Artmed, 2011.
CUNNINGHAM, J.G. & KLEIN, B.G. Tratado de Fisiologia Veterinária, 4 a Edição, Rio
de Janeiro: Editora ElsevierGuanabara Koogan S.A., 2008, 710p.
REECE, W. O.; ROWE, E. W.; Anatomia Funcional e Fisiologia dos Animais Domésticos. 5ª
ed. Rio de Janeiro: Roca, 2020.
SPINOSA GS, GÓRNIAK SL, BERNARDI MM. Farmacologia Aplicada à Medicina Veterinária,
5ª ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.
SARAIVA, R. A.; Mecânica Respiratória e Controle da Ventilação. Sociedade Brasileira de
Anestesiologia, Brasília, v. 46, n. 3, p. 164-174, 6 dez. 1995.
SANTOS, RV. et al. Diagnóstico por imagem na avaliação do sistema respiratório de
equinos. Vet. e Zootec. 2012 março; 19(1): 023-032.
ALVES, Flávio R. et al. Imagem radiográfica da cavidade torácica de cães Golden Retriever
acometidos pela Distrofia Muscular. Pesq. Vet. Bras, São Paulo, p. 99-104, fev. 2009.
Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia, nº 88 - janeiro de 2018brônquios até os alvéolos, onde ocorre a troca gasosa
Os bronquíolos são pequenos tubos do sistema respiratório que ficam dentro dos pulmões. Eles são ramificações dos brônquios e conduzem o ar até os alvéolos,
AR
AR
AR
ALIMENTO
ALIMENTO
AR
AR
AR
ALIMENTO
AR
AR
Divisão Funcional
bronquíolo
sangue 
que entra nos
pulmões (rico
em CO₂ e
pobre em 
O₂)
alvéolo
bronquíolo
capilares
sanguíneos
O sistema respiratório é dividido em duas porções, classificadas de acordo com a sua
funcionalidade. A primeira porção é a condutora, que conduz o ar até os pulmões, sendo é
formada pelo nariz e cavidade nasal, a faringe, laringe, traqueia, os brônquios e bronquíolos.
A segunda é porção respiratória, que é responsável pela troca de O₂ por CO₂, sendo
composta pelos pulmões, os bronquíolos respiratórios e os alvéolos.
traqueia brônquio
esquerdoarsangue que sai dos
pulmões (rico em O₂
e pobre em CO₂)
2
Highlight
🌬️ 1. Entrada do ar pelo nariz (ou boca)
1.1 O ar entra pelas narinas.
1.2 Na cavidade nasal, ele é: Filtrado (pelos e muco prendem impurezas), Aquecido e Umidificado para proteger as vias respiratórias.
👅 2. Passagem pela faringe e laringe
2.1 O ar segue para a faringe (via comum ao ar e alimento).
2.2 Depois passa pela laringe, que contém as cordas vocais.
🌀 3. Condução pela traqueia
3.1 A traqueia, com seus anéis de cartilagem, mantém o caminho aberto para o ar.
3.2 A traqueia se divide em dois brônquios (um para cada pulmão).
🌲 4. Ramificação pelos brônquios e bronquíolos
4.1 Os brônquios se ramificam em bronquíolos cada vez menores.
4.2 Esses tubos levam o ar até os alvéolos pulmonares.
🫁 5. Troca gasosa nos alvéolos
5.1 Os alvéolos são pequenas bolsas rodeadas por capilares sanguíneos.
5.2 Aqui ocorre a troca gasosa (hematose): O oxigênio (O₂) do ar passa dos alvéolos para o sangue.
O gás carbônico (CO₂) do sangue passa para os alvéolos, para ser eliminado na expiração.
Plano rostral (suínos) Plano nasolabial (bovinos)
O nariz é composto pelas narinas externas e suas cartilagens nasais, pela cavidade nasal
e pelos seios paranasais. Ele é formado pelos ossos nasais dorsalmente, pela maxila
lateralmente e pelos processos palatinos dos ossos incisivos, pela maxila e pelos ossos
palatinos ventralmente. Caudalmente o nariz é delimitado pela lâmina cribriforme do osso
etmoide e, ventralmente, prossegue com a porção nasal da faringe.
O nariz é dividido internamente em duas cavidades (esquerda e direita) pelo septo mediano,
que é formado por cartilagem hialina e é uma continuação rostral da crista etmoidal do osso
etmoide. Vale ressaltar que a parte caudal dessa cartilagem se ossifica com o avançar da
idade do animal.
A forma, o tamanho, a orientação e a natureza do tegumento circundante das narinas
apresentam consideráveis diferenças entre as espécies. Dessa forma, de acordo com a sua
extensão, a narina pode possuir diferentes planos, sendo eles: plano nasal (carnívoros e
pequenos ruminantes), plano nasolabial (bovinos) ou plano rostral (suínos).
Plano nasal (cães, gatos e pequenos ruminantes)
Estrutura
3
Nariz
As narinas dos equinos não se encaixam em nenhum dos planos, uma vez que, elas são
formadas pela cartilagem alar (ou cartilagem ungular), que é responsável pela curiosa
forma de vírgula da narina desses animais. Essa cartilagem é dividida em uma parte
ventral, a chamada narina verdadeira, que conduz à cavidade nasal, e uma parte
dorsal, a falsa narina, que conduz a um divertículo delimitado por pele e que ocupa a
incisura nasoincisiva.
Cartilagem alar (equinos)
A narina forma a abertura da cavidade nasal e cerca o vestíbulo nasal, que se prolonga até a
lateral da cartilagem nasal. O vestíbulo é revestido por pele e forrado por glândulas
sebáceas e pelos, que auxiliam na filtragem do ar durante o processo de respiração.
A cavidade nasal segue das narinas até a lâmina cribriforme do osso etmoide, sendo
dividida pelo septo nasal em um lado direito e outro esquerdo. As conchas nasais se
projetam para o interior da cavidade nasal e servem para aumentar a superfície da área
respiratória. Esse aumento de superfície, juntamente com uma quantidade maior de células
olfativas receptoras, é responsável pelo excelente sentido de olfato de animais como os
cães.
As conchas nasais possuem um padrão complicado e variável. Elas são formadas por tubos
cartilaginosos ou ossificados com mucosa nasal e ocupam a maior parte da cavidade nasal.
As conchas são classificadas pela sua topografia. O endoturbinado I é o turbinado mais
extenso situado mais dorsalmente e o que mais se prolonga no interior da cavidade nasal.
Ele forma a base óssea da concha nasal dorsal. O endoturbinado II é adjacente ao primeiro e
forma a parte óssea da concha nasal média. Os turbinados subsequentes apresentam
tamanhos menores, com exceção do cão, no qual os endoturbinados II a IV são bastante
desenvolvidos.
As conchas maiores dividem a cavidade nasal em uma série de sulcos e meatos. Os
mamíferos domésticos possuem três meatos nasais: o meato nasal dorsal, que é a
passagem entre o teto da cavidade nasal e a concha nasal dorsal; o meato nasal médio, que
se situa entre as conchas nasais dorsal e ventral e se comunica com os seios paranasais; e o 
meato nasal ventral, que é o caminho principal para o fluxo de ar que conduz à faringe e
situa-se entre a concha nasal ventral e o assoalho da cavidade nasal.
Os seios paranasais são divertículos da cavidade nasal que penetram nos ossos do crânio e
são revestidos por mucosa respiratória. Eles tem como função diminuir o peso do crânio,
servir como câmara de ressonância da voz, absorver impactos e equilibrar a pressão. Os
seios paranasais são bastante desenvolvidos no bovino e no equino e respondem pela
conformação da cabeça nessas espécies. 
4
5
recesso maxilar
seio maxilar
seio frontal rostral
seio frontal
seio frontal caudal
Os seios que podem ser encontrados no crânio dos animais domésticos são: 
seio maxilar; 
seio frontal; 
seio palatino; 
seio esfenoidal; 
seio lacrimal em suínos e em ruminantes; 
seios da concha dorsal e da concha ventral em suínos, ruminantes e equinos
seio esfenoidal
6
Laringe
Faringe
A faringe é o local de união entre os sistemas respiratório e digestório. Ela fica localizada
atrás da boca e pode ser dividida em três regiões: a nasofaringe (região dorsal), a
orofaringe (região ventral) e laringofaringe (região caudal).
A laringe é um órgão musculocartilaginoso cilíndrico e bilateralmente simétrico que forma a
conexão entre a faringe e a traqueia. Ela fica localizada abaixo da faringe e atrás da boca,
suspensa na base do crânio pelo aparelho hióideo.
A laringe protege a entrada para a traqueia e impede a aspiração de corpos estranhos pelo
trato respiratório inferior, além de ser importante para a vocalização. A maior parte da
cavidade laríngea é revestida por epitélio escamoso estratificado e suas paredes são
formadas pelas cartilagens laríngeas e por seus músculos conectores e ligamentos.
As formas das cartilagens da laringe, e até mesmo o número de elementos menores, variam
de espécie para espécie. As principais cartilagens encontradas incluem a cartilagem
epiglótica, a tireóidea e a cricóidea, além das cartilagens aritenóideas pares.
Legenda: 1- Língua; 2- Palato mole; 3- Orofaringe; 4- Laringe; 5- Traqueia; 6- Esôfago; 7-
Nasofaringe; 8- Cavidade nasal; 9- Palato duro.
7
Legenda
1- Cartilagem epiglótica
2- Cartilagem tireóidea 
3- Cartilagem cricóidea 
4- Cartilagem aritenóidea
5- Traqueia
Legenda
1- Cartilagem da tuba auditiva
2- Estiloióideo
3- Ceratoióideo
4- Tireoióideo
5- Processo lingual do basi-
hióideo
6- Cartilagem epiglótica
7- Cartilagem tireóidea
8- Cartilagem aritenóidea
9- Cartilagem cricóidea
A cartilagem epiglótica é a mais rostral e consiste em uma pequena haste e uma grande
lâmina em forma de folha. É composta de cartilagem elástica e é flexível.
A cartilagem tireóidea é a maior de todas elas e consiste em duas placas laterais que se
unem ventralmente, onde se fundem emgrau variável, formando a maior parte do
assoalho da laringe. Ela é hialina e suscetível a mudanças de acordo com a idade do
animal.
A cartilagem cricóidea é modelada como um anel de sinete e consiste em uma lâmina dorsal
expandida e um arco ventral mais estreito. Ela também é hialina e sujeita a mudanças
conforme o processo de envelhecimento.
As cartilagens aritenóideas possuem uma forma bastante irregular, mais bem descrita como
piramidal. Ela é principalmente hialina, porém o processo corniculado é elástico. Vale
ressaltar que a função da fonação da laringe se deve as pregas vocais, que partem da
superfície ventral das cartilagens aritenoides e se fixam na superfície dorsal da tireoide.
1
2
4
3
5
5
3
4
6
1
7
8
2
9
carina
traqueia
músculo traqueal
A traqueia é um tubo cartilaginoso que dá origem aos brônquios, numa construção
conhecida como "árvore traqueobronquial". Ela se prolonga desde a cartilagem cricóidea da
laringe até sua bifurcação e a quantidade de cartilagens traqueais costuma variar entre as
espécies de animais domésticos, como por exemplo: os bovinos possuem entre 48 e 60
cartilagens traqueais, enquanto os gatos entre 38 e 43.
Os dois brônquios principais divergem na bifurcação da traqueia, que é chamada de carina,
para entrar nos pulmões correspondentes em suas raízes. Nos ruminantes e suínos, um
brônquio traqueal separado surge cranialmente à bifurcação da traqueia e ventila o lobo
cranial do pulmão direito.
A traqueia é revestida por mucosa respiratória com um epitélio ciliado pseudoestratificado e
apresenta glândulas secretoras de muco em toda a sua extensão. Sua porção cervical
mantém uma posição mediana em relação ao esôfago, dependendo da sua localização. 
8
epitélio
respiratório
cartilagem
traqueal
túnica adventícia/
pescoço
túnica serosa/
tórax
brônquio
subsegmentar
brônquio
segmentar
brônquio lobar
brônquio
principal
bronquíolo terminal
bronquíolo verdadeiro
bronquíolos respiratórios
alvéolos pulmonares
ductos
alveolares
sacos alveolares
Traqueia
9
Os brônquios são ramificações da traqueia que penetram os pulmões, nos quais começam
a se ramificar e formar a árvore brônquica. Os brônquios apresentam estrutura
semelhante à da traqueia, porém em cada divisão sucessiva as cartilagens de sustentação
tornam-se menores e mais irregulares. Nos bronquíolos, os anéis cartilaginosos são
gradualmente substituídos por placas irregulares, e é a perda dessas placas que define a
transição broncobronquiolar.
Dessa forma, a árvore brônquica se inicia com a bifurcação da traqueia pela formação dos
brônquios principais direito e esquerdo. Cada brônquio principal se divide em brônquios
lobares, os quais abastecem os diversos lobos dos pulmões e são denominados conforme
o lobo ao qual se referem. Dentro do lobo, os brônquios lobares se dividem em
brônquios segmentares.
Os brônquios segmentares e o tecido pulmonar que eles ventilam são denominados
segmentos broncopulmonares. O interior de todos os brônquios é revestido pela mucosa
respiratória; a parede contém glândulas mistas, fibras musculares lisas e cartilagem hialina.
Ao contrário dos brônquios segmentares, as paredes dos bronquíolos não contêm glândulas
e não são sustentadas por elementos cartilaginosos hialinos, mas ainda possuem fibras
musculares e também são revestidas por mucosa respiratória.
bronquíolos
carina
brônquios
ligamento anular
anel traqueal
alvéolos
Brônquios e Bronquíolos
10
ar
sangue 
que entra nos
pulmões (rico em
CO₂ e pobre em
O₂)
alvéolo
bronquíolo
capilares
sanguíneos
sangue que sai dos
pulmões (rico em O₂ e
pobre em CO₂)
Os alvéolos pulmonares são minúsculos sacos aéreos, presentes nos pulmões, envolvidos
por capilares sanguíneos e uma fina membrana. Eles ficam localizadas no final das finas
ramificações dos bronquíolos e podem ser encontrados isolados ou em grupos.
Eles são responsáveis pelas trocas gasosas entre o meio ambiente e o organismo do animal,
que acontece durante um processo chamado de hematose.
Os alvéolos são constituídos por paredes revestidas por um epitélio simples pavimentoso e
suas células recebem o nome de pneumócitos I e II. Os pneumócitos tipo I são células
pavimentosas, com pequena quantidade de citoplasma. Essa característica facilita a
passagem de gases. Já os pneumócitos tipo II são células ovais e volumosas. Esse tipo de
célula produz uma secreção lipoproteica, chamada de surfactante.
O ar que chega nessas estruturas é separado do sangue em quatro partes: citoplasma do
pneumócito tipo I, a lâmina basal do pneumócito tipo II, a lâmina basal do capilar, e o
citoplasma da célula endotelial. Essas estruturas são um conjunto de membranas que fazem
com que o ar do alvéolo pulmonar passe para o sangue.
Os bronquíolos são estreitos (menos de 1mm de diâmetro), e os terminais apresentam
expansões alveolares dispersas de suas paredes e são prolongados por ductos alveolares,
em seguida por sacos alveolares e por último pelos alvéolos.
Os bronquíolos se dividem em bronquíolos respiratórios, os quais contêm poucas células
alveolares pulmonares em suas paredes. Os bronquíolos respiratórios se dividem em
secundários e terciários antes de serem seguidos pelos ductos alveolares, os quais são
completamente cercados por alvéolos.
Alvéolos
https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/biologia/meio-ambiente
Pulmões
11
Os pulmões direito e esquerdo são órgãos semelhantes (embora o direito seja sempre
maior), que se conectam um ao outro a partir da bifurcação da traqueia. Eles são elásticos,
preenchidos com ar e dotados de uma textura suave e esponjosa. A sua cor depende do teor
sanguíneo do animal, mas pode variar entre rosa pálido e alaranjado. A coloração
frequentemente manchada é produzida pela desigual distribuição de sangue, o que muitas
vezes é o resultado da gravidade após a morte
Os pulmões ocupam a maior parte da cavidade torácica e cada um deles é invaginado no
saco pleural correspondente. Cada pulmão possui uma face costal convexa adjacente à
parede torácica, uma face mediastinal em direção ao mediastino, e uma face
diafragmática, a qual se posiciona em oposição à face do diafragma.
Dorsalmente, as faces mediastinal e costal se encontram na margem dorsal, que ocupa o
espaço em forma de vala entre as costelas e as vértebras. Ventralmente, essas faces se
encontram na margem ventral, que é fina e recua sobre o coração para formar a incisura
cardíaca. A face diafragmática se encontra com a face dorsal na margem basal, e com a
face mediastinal na margem mediastinal.
A área em que cada pulmão recebe o brônquio principal, acompanhado pelos vasos
pulmonares (artéria e veia pulmonares, artéria e veia brônquicas, vasos linfáticos) e nervos é
conhecida como raiz do pulmão ou hilo pulmonar. Os pulmões são mantidos no lugar
devido à sua fixação à traqueia, aos vasos sanguíneos, ao mediastino e à pleura, a qual emite
o ligamento pulmonar dorsomedialmente para conectar os pulmões com o mediastino e o
diafragma.
Lobo pulmonar
cranial esquerdo
(porção caudal)
Lobo pulmonar
caudal esquerdo
Lobo pulmonar
cranial esquerdo
(porção cranial)
Lobo pulmonar
caudal direito
Lobo médio
Lobo pulmonar
cranial direito
Lobo pulmonar
acessório
Pulmão dos Carnívoros Pulmão dos Suínos Pulmão dos Ruminantes Pulmão dos Equinos
Os lobos (fissuras), são muito mais profundos nos pulmões de cães e gatos, do que em
outras espécies.
A identificação dos pulmões de cada espécie é realizada com base nos graus de lobação e
lobulação. Os pulmões dos equinos mostram lobação quase nula e discreta lobulação
externa, os pulmões dos ruminantes e dos suínos são visivelmente lobados e lobulados e
os pulmões dos carnívoros são profundamente fissurados em lobos, mas demonstram
pouca evidência externa de lobulação.
Na maioria das espécies, uma ou mais fissuras se estendem pelo parênquima em direção à
raiz, dividindo cada pulmão em lobos. Os lobos são definidos pela ramificação da árvore
bronquial e, de acordo com a prática atual, o pulmão esquerdo é constituído por lobos
craniale caudal, e o pulmão direito por lobos cranial, médio, caudal e acessório.
Entretanto, vale ressaltar que o lobo cranial é comumente subdividido por uma fissura
externa e o pulmão direito dos equinos não possui lobo médio.
12
Recesso
Costodiafragmático
Pulmão
Espaço pleural
Mediastino
Pleura visceral
Pleura parietal
As artérias pulmonares geralmente seguem os brônquios, enquanto as veias
pulmonares tendem a correr separadamente, porém, esse padrão varia tanto de acordo
com a espécie quanto com a localização em cada pulmão. A linfa é drenada para os
linfonodos traqueobronquiais e mediastinais. Já os nervos para os pulmões são
originados através de um plexo pulmonar dentro do mediastino, para o qual contribuem
tanto fibras simpáticas como parassimpáticas.
Cada pulmão é revestido por uma membrana serosa, chamada de pleura, que também
também delimita o espaço da cavidade torácica. Dessa forma, existem duas membranas
pleurais, cada uma delas organizada como um saco invaginado fechado. O espaço entre
esses sacos forma o mediastino, que é a parte mais ou menos mediana do tórax, dentro do
qual o coração e outros órgãos torácicos estão situados.
A parte da pleura que reveste o pulmão diretamente é conhecida como pleura visceral ou
pulmonar, já a parte que reveste os demais órgãos constituintes da cavidade torácica é
chamada de pleura parietal.
Cranialmente, as porções costal e mediastinal da pleura se juntam para formar a cúpula
pleural, que pode se estender até a frente da primeira costela, onde acaba por ser
vulnerável a lesões.
É importante ressaltar em algumas espécies, como nos ruminantes, o mediastino é espesso
e capaz de resistir a uma considerável diferença de pressão entre as duas cavidades
pleurais. Consequentemente, o colapso de um dos pulmões desses animais pode ser
tolerado. Porém, em espécies como os cães, gatos, e equinos, esse mediastino é muito
delicado e se rompe facilmente.
13
Pleura
O movimento de gás para dentro e para fora dos pulmões é chamado de ventilação. O
volume total de ar inspirado por minuto, também conhecido como ventilação minuto
(VE), é determinado pelo volume de cada respiração, conhecido como volume corrente
(VC), e o número de respirações por minuto é conhecido como frequência respiratória
(f).
O sistema respiratório fornece oxigênio (O₂) para manter o metabolismo tecidual e remove o
dióxido de carbono (CO₂) do organismo a partir de um processo chamado de respiração. O
consumo de oxigênio e a produção de dióxido de carbono variam com a taxa metabólica,
que é dependente do nível de atividade do animal.
Dessa forma, espécies menores consomem mais oxigênio por quilograma de peso corpóreo
do que as maiores. Por exemplo, um gato de 3 kg consome quatro vezes mais oxigênio por
unidade de massa corporal que um porco de 70 kg. Essa diferença se deve principalmente
aos requisitos metabólicos necessários para manter a temperatura corporal do animal
constante.
A traqueia é a principal passagem para o ar até os pulmões. Ela se divide caudalmente para
formar os brônquios direito e esquerdo. Os brônquios, por sua vez, seguem se
subdividindo até os alvéolos, que são a subdivisão final das passagens aéreas. As
subdivisões da traqueia até os alvéolos, das maiores para as menores, compreendem os
brônquios, bronquíolos, bronquíolos terminais, bronquíolos respiratórios, ducto alveolar,
saco alveolar e alvéolos.
Os alvéolos pulmonares constituem os principais locais de difusão de gás entre o ar e o
sangue (trocas gasosas). A separação entre ar e sangue e, portanto, a distância de
difusão, é mínima em nível alveolar.
As necessidades de troca gasosa variam com o metabolismo e podem aumentar em até 30
vezes durante um exercício extenuante.
14
Respiração
A fração de cada respiração que ventila o espaço morto é conhecida como relação espaço
morto/volume corrente (VD/VC), que varia de forma considerável entre as espécies.
Vale pontuar que o espaço morto anatômico é importante na termorregulação, uma vez
que, o ar que entra no sistema respiratório geralmente é mais frio que a temperatura
corporal e não é saturado por vapor de água. Sendo assim, conforme o ar passa pelo
espaço morto para o pulmão, ele é aquecido pela transferência de calor dos capilares
das mucosas respiratórias e umidificado pela evaporação de água da superfície mucosa
do espaço morto.
O ciclo respiratório consiste em uma fase de inspiração, seguida de uma fase de expiração.
A inspiração ocorre quando os músculos respiratórios (diafragma e músculos intercostais
externos) se contraem para expandir o tórax, estendendo o pulmão e criando a pressão
alveolar subatmosférica, que faz com que o ar entre no sistema respiratório.
Durante a expiração, a energia elástica armazenada no tórax e no pulmão estendido faz
com que eles diminuam de volume, ocasionando um aumento na pressão alveolar que
leva o ar para fora do sistema respiratório. Na maioria dos animais domésticos em
repouso a expiração dispensa o esforço muscular, exceto nos equinos, que possuem
uma fase ativa durante a expiração, mesmo em repouso.
O músculo inspiratório mais importante é o diafragma, que é uma lâmina
musculotendinosa em formato de cúpula que separa o abdome do tórax e que é inervada
pelo nervo frênico. O ápice da cúpula do diafragma se estende rostralmente para o sétimo
ou oitavo E.I. no nível da base do coração. Durante a contração do diafragma, a cúpula é
puxada caudalmente, aumentando, deste modo, a cavidade torácica.
O ar flui para os alvéolos através das narinas, da cavidade nasal, faringe, laringe, traqueia,
brônquios e bronquíolos. Estas estruturas constituem as vias aéreas de condução.
Como a troca gasosa não ocorre nestas vias, elas também são conhecidas como espaço
anatômico morto.
O espaço morto fisiológico é a soma dos espaços mortos alveolar e anatômico. Portanto, a
ventilação minuto (VE) é a soma da ventilação alveolar (VA), que é essencial à troca
gasosa, com a ventilação de espaço morto (VD), que é a ventilação desperdiçada.
15
VE = VC x f
VE = VA x VD
Ciclo Respiratório
Diafragma
16
O alargamento do tórax cria a pressão negativa necessária para fazer com que o ar entre
nos pulmões durante a inspiração.
Os músculos intercostais externos também são ativos durante a inspiração. As fibras
destes músculos são direcionadas caudoventralmente, da borda caudal de uma costela à
cranial da seguinte, de modo que a contração muscular move as costelas rostralmente e
para fora.
Legenda: Vista cranial do diafragma canino. 1- aorta; 2- esôfago; 3- veia cava caudal; 4- centro
tendíneo; 5- partes esternal e costal do diafragma; 6- inserção da prega da veia cava; 7- inserção do
mediastino caudal.
3
4
5
6
7
1
2
costelas
diafragma
pulmão direito
esôfago
traqueia
espaço
intrapleural
pulmão esquerdo
músculos
intercostais
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Os animais podem realizar dois tipos diferentes de respiração: a abdominal e a costal.
A respiração abdominal caracteriza-se por movimentos visíveis do abdômen, em que o
abdômen se estufa durante a inspiração e se retrai durante a expiração. Nela o diafragma
contrai-se e o abdome abaúla-se, voltando ambos passivamente à posição anterior durante
a expiração. Esta respiração ocorre durante o sono ou quando o tórax está contido.
Já a respiração costal caracteriza-se pela movimentação pronunciada das costelas. Nela, ao
contrário da respiração abdominal, as costelas se elevam, fixas na extremidade posterior. A
respiração costal é muito usada no cotidiano dos animais. Destaca-se que o diafragma
pouco se contrai.
Os cães e gatos também realizam um tipo de respiração chamada respiração costo-
abdominal. Ela ocorre quando se contrai o diafragma e, ao mesmo tempo, dilatam-se as
costelas, proporcionando uma maior pressão aérea, um maior domínio nas ações
musculares e uma movimentação de grandes volumes aéreos.
Os principais músculos expiratórios são os músculos abdominais e os intercostais internos.
A contração dos músculos abdominais eleva a pressão abdominal, o que força o
diafragma relaxadocranialmente, reduzindo o tamanho da cavidade torácica. As fibras dos
músculos intercostais internos são direcionadas cranioventralmente, da borda cranial de
uma costela à caudal da seguinte, de modo que sua contração leva à diminuição do
tamanho da cavidade torácica pela movimentação caudal e ventral das costelas. Conforme
a cavidade torácica fica menor, a pressão intratorácica aumenta e força a saída de ar dos
pulmões.
O termo som respiratório refere-se a qualquer som que acompanhe o movimento de ar
através da árvore traqueobrônquica. 
Visto que a velocidade do fluxo de ar diminui de modo progressiva da traqueia em direção
aos bronquíolos, o fluxo de ar turbulento em alta velocidade na traqueia e nos brônquios
produz os sons pulmonares ouvidos por meio de um estetoscópio no animal normal,
enquanto o fluxo de baixa velocidade nos bronquíolos não produz nenhum som.
Os ruídos adventícios são sons anormais sobrepostos aos sons respiratórios. Eles são
classificados em estertores e sibilos. 
Os ruídos estertores são causados doenças que resultam em edema ou exsudatos nas vias
respiratórias. 
Já os ruídos sibilos sugerem estreitamento das vias respiratórias, como broncoconstrição,
espessamento da parede brônquica e compressão externa das vias respiratórias.
Sons pulmonares
Tipos de Respiração
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Complacência Pulmonar
A complacência pulmonar é o trabalho necessário para expandir os pulmões contra
as suas forças elásticas (facilidade do pulmão para se distender), ou seja, é a forma
com que o parênquima pulmonar consegue acomodar o volume de ar que entra e sai
dos pulmões a cada ciclo respiratório.
A movimentação pulmonar faz com que o pulmão receba ou libere um certo volume de gás,
que é influenciado pela impedância do sistema respiratório. Esta impedância se desenvolve
em função da resistência elástica, ou força elástica, dos tecidos, dos alvéolos e do atrito
entre a parede da via aérea e o fluxo de ar.
A elastância é recíproca à complacência, ou seja, o pulmão rígido tem complacência baixa e
elastância alta.
A base para o mecanismo de retração elástica dos pulmões está na estrutura alveolar, onde
há uma tensão superficial atuando na vasta camada de revestimento interno do alvéolo.
Esta tensão superficial permite que as moléculas de água encontradas no seu interior
produzam uma interface com o ar, o que faz com que o alvéolo colabe no final da
expiração.
A massa fluida que reveste a superfície do alvéolo internamente é chamada de surfactante.
Ele é uma mistura lipoproteica que resulta na redução da tensão superficial na interface
entre o líquido presente na cavidade alveolar e o ar, evitando o colabamento (colapso) dos
alvéolos na expiração. Portanto, o surfactante opõe resistência à transudação (passagem de
água do capilar para o alvéolo) e sua ausência facilita o edema pulmonar.
Transportes
19
Transporte de Oxigênio
₂
O oxigênio (O) é pouco solúvel em água e, portanto, também é pouco solúvel no plasma.
Por causa da sua baixa solubilidade, a maioria dos animais necessita de um pigmento
carreador de oxigênio para transportar oxigênio suficiente para os tecidos, que é chamado
de hemoglobina. Sem a hemoglobina, que transporta a maior parte do oxigênio, o débito
cardíaco deveria ser extraordinariamente alto para manter o fornecimento de oxigênio
para os órgãos do corpo.
Quando o sangue nos capilares pulmonares flui pelos alvéolos, o oxigênio difunde-se
do alvéolo para o sangue até as pressões parciais (tensões) se equilibrarem.
A hemoglobina dos mamíferos consiste de quatro unidades, cada uma contendo um heme e
sua proteína associada (globina). Cada heme pode combinar-se reversivelmente com uma
única molécula de oxigênio. A molécula completa de hemoglobina apresenta quatro hemes,
cada um com sua globina associada, e assim pode se combinar reversivelmente com até
quatro moléculas de oxigênio.
O tipo e a sequência de aminoácidos que compõem a globina são fundamentais para a
ligação do oxigênio, já que, sem a presença da globina, o oxigênio iria
irreversivelmente oxidar o ferro ferroso, que forma o heme, em ferro férrico.
A ligação do oxigênio com a hemoglobina é um processo de quatro etapas, e a afinidade
pelo oxigênio de um heme em particular é influenciada pela oxigenação dos outros. Isto
é, quando a primeira unidade heme é oxigenada, a afinidade do oxigênio ao segundo
heme é aumentada, e assim por diante.
Vale ressaltar que alterações na temperatura, na tensão do dióxido de carbono (Pco2) e no
pH influem positivamente ou negativamente na afinidade da hemoglobina pelo oxigênio.
Um aumento no metabolismo tecidual produz calor, elevando a temperatura do sangue e
aumentando a afinidade da hemoglobina com o O2. Inversamente, o esfriamento
excessivo do sangue, como ocorre na hipotermia, diminui essa afinidade. Uma mudança
no pH altera a ligação do oxigênio mudando a estrutura da hemoglobina. Como resultado,
um pH mais alto e mais alcalino diminui a capacidade de dissociação da oxiemoglobina, e
um pH mais baixo e mais ácido aumenta.
A mudança na cor da hemoglobina de vermelho-vivo para vermelho-azulado é conhecida
como cianose. Isso ocorre nas membranas mucosas dos animais quando o sangue nos
capilares subjacentes está hipóxico (com pouco oxigênio) ou quando a hemoglobina
perde o seu oxigênio.
20
O oximetro é uma ferramenta clínica que pode ser acoplada à orelha ou aos lábios de
animais anestesiados para medir a saturação de hemoglobina do sangue arterial. Ele usa a
diferença na absorção de luz nas cores para distinguir a hemoglobina oxigenada da
desoxigenada.
O dióxido de carbono (CO₂) pode ser transportado de várias formas, ao contrário do
oxigênio, que se liga apenas à hemoglobina. Ele é produzido nos tecidos, portanto, a tensão
do dióxido de carbono (PCO2) tecidual é maior que a PCO2 do sangue que chega aos
capilares. 
O CO₂ difunde-se a favor de um gradiente de concentração dos tecidos para o sangue.
O dióxido de carbono (CO₂) pode ser transportado de várias formas, ao contrário do
oxigênio, que se liga apenas à hemoglobina. Ele é produzido nos tecidos, portanto, a tensão
do dióxido de carbono (PCO2) tecidual é maior que a PCO2 do sangue que chega aos
capilares. 
O CO₂ difunde-se a favor de um gradiente de concentração dos tecidos para o sangue.
Aproximadamente 5% do CO₂ que entra no sangue são transportados em solução. A sua
maior parte difunde-se para dentro do eritrócito, onde passa por reações químicas. A
maioria do CO₂ combina-se com água e forma ácido carbônico (H₂CO₃), que então se dissocia
em bicarbonato (HCO₃–) e íon hidrogênio (H+).
Transporte de Dióxido de Carbono
Formas de transporte de dióxido de carbono (CO₂) do sangue. Todas as reações mostradas no
diagrama podem ser invertidas quando o sangue atinge o pulmão e o CO₂ difunde-se nos alvéolos.
H₂CO3, Ácido carbônico; HCO3 –, bicarbonato.
H₂O + CO₂ H₂CO₃ H⁺ + HCO₃⁻↔ ↔
21
Transporte de Gases
As demandas por transporte de gás no sangue não são constantes, mas variam de acordo
com o metabolismo do animal. Dessa forma, o exercício intenso representa a demanda
mais extrema aos mecanismos de transporte de gases, como por exemplo: consumo de
oxigênio de um cavalo galopante pode aumentar os níveis de repouso em até 30 vezes.
Parte da demanda é provida pelo aumento do débito cardíaco, que causa o aumento da
quantidade de sangue fluindo pelos pulmões por minuto. Isto permite um aumento na
captação de oxigênio dos pulmões. O débito cardíaco é também redistribuído, com um
aumento na fração do débito dirigido para os músculos em exercício.
1) Espécie
2) Raça
cães braquicefálicos → doenças do trato respiratório anterior
cães toy → colapso de traqueia
3) Idade
4) Sexo
5) ''O que está acontecendo?''
6) ''Desde quando?''
7) Evolução
tosse com melhora → causa infecciosa
tosse com piora → bronquite, cardiopatia
8) Ambiente
má ventilação em ambientes fechados
canis/gatis
potencial para intoxicação
traumas
alergênicos ambientais
transmissão de doenças infecciosas e parasitárias
presença de contactantes (importantena avaliação de doenças contagiosas)
manejo alimentar
9) Tratamentos anteriores
medicamentos, dose, intervalo, via de administração, tempo de tratamento e efeito
observado com o uso
10) Histórico médico → analisar doenças prévias, programa de imunização e desverminação
Semiologia
22
Anamnese
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Sinais/sintomas de distúrbio respiratório
Secreção nasal
Geralmente está associada a disfunções na cavidade nasal e nos seios paranasais, mas
também pode ter relações com distúrbios no trato respiratório inferior. Epistaxe
(hemorragia pura nas narinas) pode ser resultado de lesão no trato respiratório ou
manifestações de distúrbios hemorrágicos sistêmicos.
Espirro
É um reflexo protetor, onde ocorre a liberação forçada e explosiva do ar dos pulmões pelo
trato respiratório superior visando à remoção de irritantes na cavidade nasal. A ocorrência
ocasional é considerada normal.
Espirro reverso
Esforço inspiratório rápido (crises passageiras). Associa-se a processos envolvendo a
nasofaringe, mas alguns episódios podem ter natureza idiopática. É importante diferenciar
de crises associadas ao colapso de traqueia.
Deformidade facial
A neoplasia e a criptococose (em gatos) são importantes causas de aumento de volume
adjacente à cavidade nasal, proporcionando deformidade facial.
Ronco
Som alto e grosseiro que resulta de quantidade excessiva de palato mole ou massas na
região faríngea. É muito observado em raças braquicefálicas com prolongamento de
palato mole e em animais obesos.
Estridor
Som inspiratório agudo (assovio fino), indicativo de distúrbios na laringe. Normalmente
associa-se à paralisia de laringe em cães (podendo ser acompanhado de angústia
respiratória).
Tosse
Reflexo protetor deflagrado pelo centro da tosse (bulbo), que resulta da estimulação de
receptores sensoriais do trato respiratório, caracterizado pela expiração explosiva do ar dos
pulmões através da boca. Pode apresentar natureza produtiva ou não.
Hemoptise
Eliminação de sangue pela boca e pelas narinas, proveniente do trato respiratório inferior.
Os mecanismos patológicos responsáveis incluem hipertensão pulmonar, perda da
integridade vascular e lesão pulmonar cavitária. Importante diferenciar da hematêmese.
Dispneia
Dificuldade respiratória. Pode apresentar natureza inspiratória, expiratória ou mista.
Ortopneia
Quadro extremo de dispneia, que impede o paciente de ficar deitado e o obriga a assumir
posições que confiram algum alívio. É importante ter muito cuidado até mesmo nas
manobras de contenção para exame físico, coleta de material ou posicionamento para
realização de exames complementares, pois podem agravar o quadro com risco de óbito.
24
Contar número de movimentos respiratórios por minuto (1 pausa + 1 insp + 1 exp)
Valores normais para cães: 10-30 mr/min
Valores normais para gatos: 20-40 mr/min
Terminologia:
taquipneia: aumento da FR
bradipneia: diminuição da FR
apneia: ausência total de respiração
Características apresentadas por pacientes com dispneia grave (ortopneia):
expressão facial de ansiedade
abdução dos membros torácicos
pescoço mantido em posição esticada (horizontal ao solo)
preferência por se manter em estação ou decúbito esternal
Analisar a abertura, simetria e presença de corrimentos nasais.
A secreção nasal pode ser uni ou bilateral e é deve-se avaliar a quantidade e o aspecto da
mesma.
seroso
mucoso
mucopurulento
sanguinolento
epistaxe: gotas de sangue
rinorragia: muito sangue
hemoptise: sangue de origem pulmonar
O exame físico deve ser geral e completo, avaliando todos os sistemas corporais e
permitindo uma visão de conjunto. Ele deve ser feito em um ambiente tranquilo.
O exame físico específico do sistema respiratório inclui: inspeção, palpação, percussão e
auscultação.
Cianose
Coloração azulada da pele e das membranas mucosas causadas por níveis excessivos de
hemoglobina reduzida (desoxigenada) no sangue. Sua ocorrência denota redução na
pressão parcial de oxigênio no sangue arterial, resultando em hipóxia tecidual.
Deve-se observar a movimentação do tórax e do abdome, procurando reconhecer em que
região os movimentos são mais amplos.
O tipo respiratório em cães e gatos é costoabdominal. Animais com fraturas de costela ou
outros processos dolorosos em região de tórax podem apresentar respiração
predominantemente abdominal. Pacientes com dor abdominal apresentam respiração
mais costal.
Exame físico
Tipo respiratório
Exame das narinas
Frequência respiratória
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Felinos apresentam os movimentos respiratórios pouco visíveis. Gatos com movimentos
torácicos mais evidentes e respiração com a boca aberta estão gravemente acometidos.
Hiperpneia → aumento na amplitude respiratória
Os seios nasais devem ser palpados para verificação de comprometimento ósseo e
evidência de dor.
O pescoço deve ser palpado em busca de evidência de massas ou doenças adjacentes que
possam envolver a traqueia. Na maioria dos animais, a traqueia pode ser palpada desde a
laringe até a entrada do tórax.
O reflexo de tosse é estimulado por meio da fricção dos anéis traqueais na entrada do
tórax durante a palpação. Alguns animais apresentam receptores de tosse ativados e
podem tossir em resposta à palpação traqueal, sem que isso caracterize uma afecção
específica.
O tórax deve ser palpado para detectar ferimentos, fraturas de costelas e dor torácica.
Colapso de traqueia → presença de tosse seca e dispneia inspiratória após pressão digital
leve ao nível da entrada torácica
A auscultação é uma técnica indireta e simples, mas fornece informações importantes
quanto às diferentes enfermidades broncopulmonares.
As características dos ruídos respiratórios normais variam de acordo com a idade do animal,
a espessura da parede torácica, o padrão respiratório e o local de auscultação.
Causas de alterações na audibilidade dos ruídos respiratórios:
Aumento de audibilidade:Diminuição de audibilidade:
animal magroanimais obesos
exercício físicoefusão pleural
ansiedadehérnia diafragmática
febreestado de repouso
temperatura ambiental elevada
anemia grave
acidose metabólica
afecção respiratória
Recomendações quanto à auscultação pulmonar:
ambiente silencioso
manter o animal preferencialmente em estação sobre a mesa
delimitar o campo pulmonar a ser auscultado
auscultar o tórax da frente para trás e de cima para baixo
em cada local auscultar 2 movimentos respiratórios
toda área de anormalidade deverá ser auscultada novamente e comparada com áreas
normais
Palpação
Auscultação
A percussão consiste em produzir vibrações na parede torácica que se transmitem aos
tecidos subjacentes
O tórax é composto das seguintes estruturas:
1. arcabouço ósseo
2. partes moles (tecido pulmonar, musculatura, tecido subcutâneo e pele)
3. ar contido nos pulmões
À percussão do tórax (todas essas estruturas em conjunto) produz um som claro pulmonar
(normal) que pode ser alterado de acordo com a relação entre a quantidade de ar e de
tecido.
Hipersonoro → excesso de ar, som mais ressonante e com duração maior que o normal
Timpânico → som exageradamente ressonante
Submaciço ou maciço → relação ar:tecidos reduzida, som curto e seco
Percussão indireta:
Técnica dígito-digital
Região: caudo-cranial e dorso ventral, bilateral
Delimitação de área pulmonar
A falange distal serve como um plessímetro. Apoia-se o segundo ou terceiro dedo da mão
esquerda na parede torácica (preferencialmente sobre os espaços intercostais). A percussão
é realizada com o terceiro dedo da mão direita, que golpeia a falange distal do dedo
esquerdo, apoiado na parede. Aplicam-se dois golpes seguidos, rápidos e firmes, retirando-
se instantaneamente o dedo, para não abafar o som. 
Ruídos (sons) normais na auscultação:
a) Laringo-traqueal: vibração das paredes de laringe e traqueia, detectado sobre traqueia
cervical, na passagem de ar
b) Traqueobrônquico: detectado em área torácica no 1/3 anterior, passagem de ar pelos
grandes brônquios e final da traqueia com vibração de suas paredes
c) Bronco-bronquiolar: vibração por brônquios menores e bronquíolos. 2/3 posteriores do
tóraxRuídos patológicos ou adventícios na auscultação:
a)Sibilo: manifestação sonora aguda, de alta intensidade, similar chiado ou assobio.
Estreitamento de vias aéreas
b)Crepitação grosseira ou estertor úmido: aumento de liquido em brônquios, edema e
broncopneumonia, similar a ‘’ruptura de bolhas’’
c)Crepitação fina ou estertor crepitante: pequenas vias aéreas com muco ou liquido,
edema, pneumonia, enfisema pulmonar; similar a ‘’esfregar o cabelo próximo da orelha’’
d)Ronco: ruído grave, alta intensidade
Percussão do tórax
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Exames complementares
Hemograma
Radiografia
Broncoscopia
Toracocentese 
Lavado traqueal
Hemogasometria
Oximetria de pulso
Biopsia por punção aspirativa transtorácica
É indicada principalmente no diagnóstico citológico de massas intratorácicas em contato
com a parede torácica. Esse procedimento deve ser evitado em casos de suspeita de
abscessos, coagulopatias e hipertensão pulmonar.
Tem finalidade diagnóstica e terapêutica. Após a obtenção de amostras para análise
laboratorial, efetua-se a remoção da maior quantidade possível de líquido ou ar para
possibilitar uma melhora na respiração.
A avaliação da densidade, a mensuração da concentração proteica, a contagem de células
nucleadas e a avaliação qualitativa das células são essenciais na classificação do líquido
pleural.
Permite obter fluidos e celularidade, que podem ser usados na avaliação de doenças do
trato respiratório ou de parênquima pulmonar, evitando-se a flora normal das
cavidades oral e faringeana. Ele pode ser obtido pela via transtraqueal ou
endotraqueal.
Método não invasivo de monitoramento da saturação de oxigênio sanguíneo. O valor
mensurado indica a saturação da hemoglobina na circulação local.
A mensuração das pressões parciais de oxigênio e de dióxido de carbono no sangue arterial
pode fornecer informações sobre a função pulmonar.
Muito útil na localização da doença e na respectiva determinação quanto a extensão,
progressão e resposta ao tratamento.
É uma técnica de diagnóstico por imagem utilizada na avaliação das vias respiratórias.
Permite avaliar algumas anormalidades como: colapso de traqueia, estenoses, massas,
lacerações, torções de lobos pulmonares, hemorragias, inflamações, colapso brônquico,
corpos estranhos e parasitas. Ela também permite a coleta de material para avaliação
citológica, histopatológica e micrbiológica. 
Além disso, a lavagem broncoalveolar pode ser realizada após a avaliação visual da
broncoscopia, utilizando-se o canal de biopsia do broncoscópio.
O lavado broncoalveolar fornece importante material destinado à citologia, cultura ou outras
técnicas especiais, contribuindo para a avaliação diagnóstica de pacientes com doença em
vias respiratórias menores, alvéolos ou interstício pulmonar.
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Exames de Imagem
28
Figura 2. Radiografia caudodorsal do tórax de um equino adulto demonstrando padrão
pulmonar misto (intersticial e brônquico) com aumento difuso da radiopacidade pulmonar e
dilatação de brônquios com espessamento de parede. Fonte: Serviço de Diagnóstico por
Imagem de Grandes Animais da FMVZ – UNESP Botucatu.
Figura 1. Radiografia lateral do crânio de equino adulto demonstrando área radiopaca
circunscrita de limites parcialmente definidos em região caudal de seio nasal esquerdo.
Fonte: Serviço de Diagnóstico por Imagem de Grandes Animais da FMVZ – UNESP Botucatu.
29
Figura 3. Corte tomográfico axial da cabeça de equino post-mortem demonstrando região de
cavidade nasal e seios paranasais sem alterações. Fonte: Serviço de Diagnóstico por Imagem
de Grandes Animais da FMVZ – UNESP Botucatu.
Figura 4. Bronquite Crônica. Radiografia látero-lateral esquerda de tórax de cão. Observa-se
padrão brônquico (setas). Fonte: Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia, nº 88 -
janeiro de 2018.
30
Figura 5. (A) Radiografia látero-lateral cervical demonstrando sinais de aerofagia (setas
brancas). (B) Megaesôfago torácico observado sob exame radiográfico simples (setas
amarelas), (C) confirmado através de radiografia contrastada em contornado em amarelo.
Fonte: Pesq. Vet. Bras. 29(2):99-104,fevereiro 2009.
31
Farmacologia
Os expectorantes são empregados com o objetivo de aumentar a quantidade de catarro e
diminuir a viscosidade das secreções, promovendo assim, a remoção destas da árvore
respiratória.
Eles se classificam em 3 grupos:
expectorantes reflexos
expectorantes mucolíticos
expectorantes inalantes
 O ar, após penetrar no sistema respiratório superior alcança a traqueia, já filtrado e
umidificado. Na porção inferior existem importantes sistemas de defesa, dos quais
destacam-se o sistema mucociliar e o reflexo da tosse. 
O sistema mucociliar tem como função a defesa das vias aéreas. Ele é responsável pela
movimentação de fluidos (muco), os quais são produzidos pelas células caliciformes e
pelas glândulas brônquicas.
Diariamente é produzida uma quantidade de muco que contém aproximadamente 95% de
água e os 5% restantes são compostos de carboidratos, lipídios, material inorgânico,
imunoglobulinas, enzimas e outras proteínas. Este muco é empurrado para a glote por
meio dos cílios, e durante esse trajeto grande parte do mesmo é absorvida pela mucosa, e
só 10% chega à glote, onde é deglutido.
Em condições patológicas, ocorre uma secreção excessiva de muco, além do mesmo se
apresentar mais viscoso por conta da mudança na proporção de água e outros elementos
(aumento de mucopolissacarídeos e proteínas). Este muco espesso é chamado de catarro ou
esputo.
As afecções do trato respiratório têm variada etiologia, podendo ser de origem infecciosa,
parasitária, alérgica ou multifatorial. Por conta disso, é fundamental um diagnóstico
correto para combate ao agente agressor, antes de iniciar o tratamento específico com
medicamentos que aliviarão o desconforto respiratório, melhorando a troca gasosa e
consequentemente o bem-estar do paciente.
Medicamentos que aliviam os sintomas:
expectorantes
antitussígenos ou béquicos
broncodilatadores
descongestionantes
anti-inflamatórios
Expectorantes
Sistema mucociliar
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Expectorantes reflexos
Atuam por meio da estimulação de terminações nervosas vagais, na faringe, no esôfago e
até mesmo na mucosa gástrica, levando ao aumento da produção de muco pelas células,
em particular da mucosa respiratória.
Princípios ativos:
- Iodeto de potássio
- Guaifenesina
- Ipeca
Expectorantes mucolíticos
Produzem diminuição da viscosidade das secreções pulmonares, facilitando assim sua
eliminação.
Princípios ativos:
- Bromexina
- N-acetilcisteína (é polivalente)
Expectorantes inalantes
Possuem emprego limitado na medicina veterinária, pois sua administração requer o uso de
aparelhos para a produção de vapores, além da necessidade do uso de máscaras e/ou local
apropriado para o confinamento do animal, promovendo uma inquietação no mesmo.
Princípios ativos:
- Benzoína
- Óleo de eucalipto
- Solução fisiológica
O reflexo da tosse também desempenha a função de defesa e limpeza; ele é um reflexo
fisiológico que protege a árvore respiratória, eliminando secreções exageradas ou
substâncias irritantes.
Tosse produtiva com o objetivo de eliminação de secreções → normal.
Tosse crônica, contínua e não produtiva → deve-se eliminá-la para não acarretar em
alterações crônicas (ex: enfisema e fibrose). A tosse ainda pode promover efeitos
indesejáveis no sistema circulatório, reduzindo o fluxo cardíaco e acarretando na diminuição
do débito cardíaco.
O reflexo da tosse envolve receptores sensoriais de fibras nervosas, chamados
receptores irritantes, que respondem a estímulos químicos e físicos.
Sistema nervoso autônomo parassimpático → acetilcolina (manutenção do tônus basal das
vias respiratórias) → broncoconstrição (por meio da estimulação do nervo vago)
Sistema nervoso autônomo simpático → norepinefrina → broncodilatação (por meio da
ativação de receptores beta adrenérgicos)
A liberação de substâncias broncoconstritoras, como acetilcolina, histamina, serotonina,
leucotrienos, prostaglandina, entre outras, pode desencadear o reflexo da tosse.Reflexo da tosse
Antitussígenos
Broncodilatadores
Os antitussígenos não são usados isoladamente, devem ser sempre medicamentos
coadjuvantes no tratamento. Normalmente são incorporados a preparações que contém
expectorantes mucolíticos e substâncias demulcentes (xaropes).
O objetivo primário da terapia antitussígena é promover a diminuição da gravidade e da
frequência da tosse, mas sem comprometer a defesa promovida pelo sistema
mucociliar.
Sua ação ocorre no sistema nervoso central (SNC), onde estes medicamentos inibem as
respostas do centro da tosse aos estímulos que lá chegam (os antitussígenos que atuam
neste nível são os agentes narcóticos).
Agentes anarcóticos
- Codeína
- Butorfanol
Agentes não narcóticos
- Dextrometorfano
- Noscapina
Os broncodilatadores possuem um amplo uso na medicina veterinária. São muito usados no
tratamento da fase inicial da asma brônquica e também para evitar o aparecimento de
broncoconstrição.
Eles se dividem em três grupos:
Beta-adrenérgicos
Metilxantinas
Anticolinérgicos
Beta-adrenérgicos
São muito usados por conta de seu efeito broncodilatador, que se faz por ação direta nos
receptores beta-adrenérgicos do músculo liso do brônquio; inibição da liberação de
serotonina e histamina pelos mastócitos e de um dos principais mediadores da
inflamação, o TNF-alfa, liberado pelos monócitos; também estimulam os cílios e reduzem
a viscosidade do muco.
Princípios ativos:
- Salbutamol
- Terbutalina
- Clembuterol
Metilxantinas
Existem três metilxantinas de ocorrência natural, farmacologicamente ativas: teofilina,
teobromina e a cafeína.
Anticolinérgicos
Esses medicamentos tem por finalidade antagonizar o efeito de broncoconstrição,
produzindo então a broncodilatação.
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Descongestionantes
Outros medicamentos
AINEs e AIEs
Antagonistas do receptor de leucotrienos
Inibidores da LIPOX
Cromoglicato dissódico
São usados no tratamento sintomático das rinites e sinusites alérgicas ou virais. Eles se
subdividem em:
anti-histamínicos
alfa1-adrenérgicos
Anti-histamínicos
Possuem efeitos parassimpatolítico (semelhante ao da atropina, diminuindo as secreções) e
anestésico local, contribuindo assim para o bem-estar do paciente.
Princípios ativos:
- Dimenidrinato
- Hidroxizina
- Loratadina
Agonistas alfa1-adrenérgicos
Causam vasoconstrição, promovendo assim a redução do fluido exsudato.
Princípios ativos:
- Efedrina
- Pseudoefedrina
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Questões
01. De acordo com a sua extensão, a narina pode possuir diferentes planos. Assinale,
respectivamente, os planos referentes aos cães, bovinos, suínos e equinos:
a) plano rostral, plano nasolabial, plano nasal e cartilagem hialina.
b) plano nasal, plano rostral, plano nasolabial e cartilagem ungular.
c) plano rostral, plano rostral, plano nasal e cartilagem hialina.
d) plano nasal, plano nasolabial, plano rostral e cartilagem alar.
e) plano nasolabial, plano nasal, plano rostral e cartilagem alar.
02. Qual a função das conchas nasais?
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03. Quais são os seios paranasais que podem ser encontrados no crânio dos animais
domésticos?
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04. Qual o nome das três regiões da faringe?
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05. "É a maior de todas as cartilagens e consiste em duas placas laterais que se unem
ventralmente, onde se fundem em grau variável, formando a maior parte do assoalho da
laringe. Ela é hialina e suscetível a mudanças de acordo com a idade do animal." O
enunciado fala sobre a cartilagem:
a) epiglótica.
b) tireóidea.
c) cricóidea.
d) ungular.
e) aritenóideas.
06. Por que os anéis traqueais são incompletos?
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07. Descreva a estrutura dos bronquíolos.
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08. O que é a hematose?
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09. Que espécie animal possui o pulmão menos lobado e lobulado?
a) Carnívoros.
b) Bovinos.
c) Ovinos.
d) Caprinos.
e) Equinos.
10. Qual a importância da pleura e o que é o mediastino?
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11. Explique como ocorre o ciclo respiratório dos animais domésticos.
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12. Qual o músculo inspiratório mais importante? Discorra sobre ele.
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13. Relacione os tipos de respiração com as suas respectivas características:
(A) Respiração abdominal
(B) Respiração costal
(C) Respiração costo-abdominal.
( ) Caracteriza-se por movimentos visíveis do abdômen, em que o abdômen se estufa
durante a inspiração e se retrai durante a expiração
( ) Ocorre quando se contrai o diafragma e, ao mesmo tempo, dilatam-se as costelas,
proporcionando uma maior pressão aérea e um maior domínio nas ações musculares.
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( ) Caracteriza-se pela movimentação pronunciada das costelas. Nela, ao contrário da
respiração abdominal, as costelas se elevam, fixas na extremidade posterior.
14. Qual o significado dos termos dispneia e apneia?
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15. O que é complacência pulmonar?
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________________________________________________________________________________________________16. Qual das seguintes situações ocorre durante a inspiração?
a) O diafragma se contrai, a pressão pleural aumenta, a pressão alveolar diminui.
b) O diafragma relaxa, os músculos intercostais externos se contraem, a pressão pleural
aumenta.
c) O diafragma relaxa, a pressão pleural diminui, os músculos intercostais internos relaxam.
d) Os músculos intercostais internos e externos se contraem, as pressões alveolar e pleural
aumentam.
e) O diafragma e os músculos intercostais externos se contraem, as pressões pleural e
alveolar diminuem.
17. O que é preciso levar em consideração ao avaliar a frequência respiratória do paciente
(oscilações fisiológicas)?
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18. Como é o ritmo respiratório normal?
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19. Quais os mecanismos compensatórios que fazem com que os pulmões respondam a
menor troca gasosa?
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20. Qual a finalidade da tosse e por que ela é produzida?
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Gabarito
Para garantir mobilidade e elasticidade ao órgão, permitindo, dessa forma, que a traqueia
acompanhe os movimentos do pescoço e pulmonares.
01. De acordo com a sua extensão, a narina pode possuir diferentes planos. Assinale,
respectivamente, os planos referentes aos cães, bovinos, suínos e equinos:
a) plano rostral, plano nasolabial, plano nasal e cartilagem hialina.
b) plano nasal, plano rostral, plano nasolabial e cartilagem ungular.
c) plano rostral, plano rostral, plano nasal e cartilagem hialina.
d) plano nasal, plano nasolabial, plano rostral e cartilagem alar.
e) plano nasolabial, plano nasal, plano rostral e cartilagem alar.
02. Qual a função das conchas nasais?
As conchas nasais servem para aumentar a superfície da área respiratória. Esse aumento de
superfície, juntamente com uma quantidade maior de células olfativas receptoras, é
responsável pelo excelente sentido de olfato de animais como os cães.
03. Quais são os seios paranasais que podem ser encontrados no crânio dos animais
domésticos?
Os seios que podem ser encontrados no crânio dos animais domésticos são: seio maxilar;
seio frontal; seio palatino; seio esfenoidal; seio lacrimal em suínos e em ruminantes; e seios
da concha dorsal e da concha ventral em suínos, ruminantes e equinos
04. Qual o nome das três regiões da faringe?
Nasofaringe (região dorsal), orofaringe (região ventral) e laringofaringe (região caudal).
05. "É a maior de todas as cartilagens e consiste em duas placas laterais que se unem
ventralmente, onde se fundem em grau variável, formando a maior parte do assoalho da
laringe. Ela é hialina e suscetível a mudanças de acordo com a idade do animal." O
enunciado fala sobre a cartilagem:
a) epiglótica.
b) tireóidea.
c) cricóidea.
d) ungular.
e) aritenóideas.
06. Por que os anéis traqueais são incompletos?
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08. O que é a hematose?
(A) Respiração abdominal
10. Qual a importância da pleura e o que é o mediastino?
A pleura delimita o espaço da cavidade torácica e protege os pulmões e os órgãos da
cavidade torácica contra impactos e atritos. O mediastino é um compartimento visceral da
cavidade torácica que separa completamente as duas cavidades pleurais e comporta
estruturas como a traqueia, o coração, o esôfago, o timo e parte dos sistemas nervoso e
linfático.
11. Explique como ocorre o ciclo respiratório dos animais domésticos.
 
O músculo inspiratório mais importante é o diafragma, que é uma lâmina musculotendinosa
em formato de cúpula que separa o abdome do tórax e que é inervada pelo nervo frênico.
Durante o processo de inspiração, esse órgão, juntamente com os músculos intercostais, se
contraem, aumentando o espaço da cavidade torácica - o processo contrário (relaxamento)
acontece durante a expiração.
13. Relacione os tipos de respiração com as suas respectivas características:
07. Descreva a estrutura dos bronquíolos.
Os bronquíolos correspondem as ramificações terminais dos brônquios. Os bronquíolos são
estreitos (menos de 1mm de diâmetro), possuem uma forma tubular e apresentam
terminais com ductos alveolares, seguidos por sacos alveolares e por último, pelos alvéolos.
A hematose é a transformação do sangue venoso (rico em CO2) em sangue arterial (rico em
O2) que ocorre nos alvéolos pulmonares, através de uma troca de gases que ocorre devido
à diferença de concentração de oxigênio e gás carbônico por um processo conhecido como
difusão.
09. Que espécie animal possui o pulmão menos lobado e lobulado?
a) Carnívoros.
b) Bovinos.
c) Ovinos.
d) Caprinos.
e) Equinos.
O ciclo respiratório consiste em uma fase de inspiração, seguida de uma fase de expiração. A
inspiração ocorre quando os músculos respiratórios se contraem para expandir o tórax,
estendendo o pulmão e criando a pressão alveolar subatmosférica, que faz com que o ar
entre no sistema respiratório. Já na expiração, a energia elástica armazenada no tórax e no
pulmão estendido faz com que eles diminuam de volume, ocasionando um aumento na
pressão alveolar que leva o ar para fora do sistema respiratório.
12. Qual o músculo inspiratório mais importante? Discorra sobre ele.
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(C) Respiração costo-abdominal.
(A) Caracteriza-se por movimentos visíveis do abdômen, em que o abdômen se estufa
durante a inspiração e se retrai durante a expiração
(C) Ocorre quando se contrai o diafragma e, ao mesmo tempo, dilatam-se as costelas,
proporcionando uma maior pressão aérea e um maior domínio nas ações musculares.
(B) Caracteriza-se pela movimentação pronunciada das costelas. Nela, ao contrário da
respiração abdominal, as costelas se elevam, fixas na extremidade posterior.
14. Qual o significado os termos dispneia e apneia?
A dispneia refere-se à respiração difícil, em que há necessidade de um esforço visível para
respirar. Já a apneia: refere-se a uma cessação da respiração (estado transitório de parada
da respiração).
15. O que é complacência pulmonar?
A complacência pulmonar é o trabalho necessário para expandir os pulmões contra as suas
forças elásticas, ou seja, é a forma com que o parênquima pulmonar consegue acomodar o
volume de ar que entra e sai dos pulmões a cada ciclo respiratório.
16. Qual das seguintes situações ocorre durante a inspiração?
a) O diafragma se contrai, a pressão pleural aumenta, a pressão alveolar diminui.
b) O diafragma relaxa, os músculos intercostais externos se contraem, a pressão pleural
aumenta.
c) O diafragma relaxa, a pressão pleural diminui, os músculos intercostais internos relaxam.
d) Os músculos intercostais internos e externos se contraem, as pressões alveolar e pleural
aumentam.
e) O diafragma e os músculos intercostais externos se contraem, as pressões pleural e
alveolar diminuem.
17. O que é preciso levar em consideração ao avaliar a frequência respiratória do paciente
(oscilações fisiológicas)?
Estresse, umidade relativa do ar e condições ambientais (ambientes quentes). Além disso,
indício de gestação e idade do animal (animais mais jovens costumam apresentar maior FR)
18. Como é o ritmo respiratório normal?
Inspiração, pequena pausa, expiração, pausa maior, voltando em seguida, a outra

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