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TINEA NIGRA

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TINEA NIGRA
 É uma infeção superficial que acomete o estrato córneo da pele, também chamada de keratomycosis nigricans palmaris. É assintomática e benigna com lesões de cor preta ou marrom escura, com bordas bem definidas sem descamação que acometem a palma das mãos e em menor frequência a plana dos pés. 
 Agente etiológico: Hortaea werneckii, conhecida anteriormente por Cladosporium werneckii, Exophiala werneckii, Phaeoannellomyces werneckii. 
 Características morfológicas: levedura escura polimórfica. 
Em parasitismo: hifas demáceas, septadas e ramificadas.
Fase leveduriforme: célula única e gemulante.
 Habita ambientes com alta concentração de sal, no ambiente marinho, frutos-do-mar e areia da praia. 
Epidemiologia
 Doença restrita às regiões tropicais e subtropicais do planeta (Ásia, África, América do Sul e Central).
 Micose crônica, acomete crianças, adultos e idosos imunocompetentes. Acomete mulheres e jovens de cerca de 20 anos em maior número. Predomínio da infecção em brancos e na mão direita.
 A H. werneckii também já foi isolada de lesões do couro cabeludo, lesão macerada interdigital no pé e de infecção mista em casos de candidíase crural e tinea capitis e na pele de indivíduos sadios. 
Taxonomia
 A classificação taxonômica é difícil devido à sua variabilidade morfológica e ao fato de que sua estrutura teleomorfa (sexual) não é conhecida.
 O agente foi isolado pela primeira vez por Horta em 1921, a partir de um caso de tinea nigra no Rio de Janeiro; sendo classificada primeiramente como Cladosporium werneckii. A partir dessa classificação, o fungo recebeu varias outras. 
 Atualmente considera-se que o fungo perteça a espécie Hortaea werneckii, pertencente a classe Euacomycetes e a divisão Ascomycota. 
 O gênero possui uma única espécie
 Espécie conhecida pela resistência à altas concentrações de NaCl, produção de DNase extracelular e presença de região anelídica maior. 
 Podem apresentar hifa verdadeira com poro septal simples. 
 Estudos genéticos realizados com 42 cepas dividiu o Gênero Hortaea em sete grupos, duas delas sendo patogênicas.
Manifestações Clínicas
 Infecção superficial, assintomática, que atinge a camada córnea da pele, usualmente na palma das mãos e ocasionalmente em outras partes do corpo, como pés, pescoço e tórax.
 Lesões na forma de máculas assintomáticas (lembra moedas), não descamativas e hiperpigmentadas de cor marrom a cinza, sendo a pigmentação mais intensa nas bordas, tem crescimento centrífugo e escurecimento progressivo. 
 É uma feohifomicose.
 O diagnóstico desse fungo é importante para haver uma diferenciação entre outras doenças dermatológicas malignas.
Diagnóstico Diferencial
 A tinea negra pode ter similaridade com outras patologias: pode ser confundida com nevos pigmentados, melanomas ou melanodermas de Addison. 
Patogenicidade
 O fungo H. werneckii é considerado o agente único causador da tinea nigra. 
 Não se conhece a forma de transmissão da doença, mas acredita-se que pode ser resultado do contato com o ambiente marinho (água da praia, areia).
 Pode haver hiperqueratose da pele e o aspecto marrom da pele é devido à melanina que o fungo apresenta na parede. 
 É um fungo pleomórfico:
Fase higrofílica: células leveduriformes gemulantes
Fase higrofóbica: hifas que produzem conídeos a partir de micélios aéreos, para dispersão na natureza
 É um patógeno oportunista, que se desenvolve principalmente nas palmas das mãos devido à semelhança dos ambientes salgados das mãos com o ambiente natural do fungo (altos níveis de NaCl e temperaturas de 30°C).
 Pessoas com hiperidrose tem maior susceptibilidade em adquirir a infecção.
 O fungo adere-se a pele pela sua alta hidrofobicidade em relação às células humanas, podendo aderir-se também pela produção de polissacarídeos extracelulares e sobreviver dos lipídios excretados.
 O H. werneckii apresenta elevada hidrofobicidade, degrada queratina e apresenta atividade lipolítica significante, demonstrando capacidade de adesão lipofílica à pele. 
Diagnóstico
 O diagnóstico é baseado em 5 etapas: exame clínico, coleta das amostras, exame microscópico direto das escamas, cultivo em meio seletivo e identificação do fungo por chaves de classificação.
A coleta dele ser feita com um bisturi ou lâmina nas bordas das lesões
Para o exame microscópico direto, é necessário tratamento com KOH 10 a 20% para clarificar o material. Procura-se hifas demáceas, septadas, lisas, torulóides e ramificada. Não recomenda-se a utilização de corantes Parker, pois eles também são marrons. 
O cultivo é realizado em ágar Sabouraud-dextrose, batata-dextrose ou ágar-fubá, podendo ser adicionado neles antibióticos e antifúngicos para permitir o crescimento seletivo de H. werneckii.
A identificação correta do agente é feita a partir das características micromorfológicas das estruturas de ramificação.
Características morfológicas e bioquímicas
 Possui crescimento lento, demorando cerca de 3 semanas.
 Na primeira semana, o crescimento é leveduriforme, com aspecto cremoso, topografia convexa, superfície lisa, cor negro-olivácea com brilho metálico e bordas bem definidas. Após duas semanas aparece o micélio aéreo, com características de fungo filamentoso. A transformação inicia-se na periferia das colônias, onde a textura aparece aveludada, de coloração cinza escuro, de coloração negra, típico de agentes demáceos. 
Tratamento
 Unguento de Whitfield, ácido retinóico, tintura de iodo, soluções de ácido salicílico 2% ou enxofre 3%, tiabendazol 10%, ciclopiroxolamina 1%e imidazóis tópicos.
Provas bioquímicas
 Caseína +
 Tirosina –
 Crescimento em 15% de NaCl +
 Assimilação de KNO3

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