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Unidade II - Ferramentas de an+ílises ergon+¦micas

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Faculdade 7 de Setembro – FA7 
Engenharia de Produção 
Ergonomia e Qualidade de Vida no Trabalho | 80 h/a | 5º sem 
Unidade II – Ferramentas de Análise Ergonômica 
 
 Profº Flávio Souza - Fortaleza-Ce 1 de 16 
 
Unidade II – Ferramentas de Análise Ergonômica 
 
UNIDADE II – Ferramentas de Análise Ergonômica 
 Ferramentas de análises ergonômicas: 
 - OWAS (Ovako Working Posture Analysing System) 
 - RULA (Rapid Upper limb Assessment) 
 - NIOSH (National Institute for Occupational Safety and Health) 
 Análise Ergonômica do Trabalho-AET. 
 
 
OWAS - Ovako Working Posture Analysing System 
 
De acordo com GOMES (1999), foi desenvolvido na Finlândia um sistema para analisar posturas 
de trabalho na indústria de aço, pela OVAKO OY em conjunto com o Instituto Finlandês de Saúde 
Ocupacional, o método OWAS - OVAKO Working Posture Analysing System, KARHU et al. (1977) e 
Finnish Institute of Occupational Health (1992). Segundo a autora o método tem como preocupação 
principal a identificação e avaliação de posturas de trabalho. No desenvolvimento do método a 
atividade é subdividida para análise das posturas, quando então, é feita uma categorização das 
posturas de trabalho. Na análise das atividades, as de levantamento manual de cargas são 
identificadas e categorizadas com um peso maior em termos de sacrifício imposto ao trabalhador. 
Apesar de não ser a preocupação principal do método, o levantamento manual de cargas também é 
tratado. 
Segundo GOMES (1994), o Sistema OVAKO de Análise de Posturas OWAS foi planejado visando 
os critérios: 
a) Simplicidade para poder ser usado por pessoal sem treinamento em Ergonomia; 
b) simplificação sem respostas ambíguas; 
c) possibilidades para corrigir o enfoque ergonômico simplificando e de continuidade com 
incorporação às tarefas de rotina existentes. 
O método OWAS tem duas preocupações principias: a maneira mais factível de analisar 
posturas de trabalho e como identificar e classificar as más posturas. A análise das posturas pode ser 
resolvida através da observação das características de 
uma situação de trabalho, fotografias e vídeo. O problema de identificar e classificar 
más posturas é mais complexo - são poucos os estudos epidemiológicos na literatura 
científica, a respeito dos efeitos negativos da má postura. Em geral o estudo de postura não é feito 
isoladamente, mas sempre agregado ao trabalho físico pesado. 
O método OWAS visa mapear posturas sem a preocupação com aspectos como vibração e 
dispêndio energético. Com esse sistema o foco da atenção é o trabalhador 
e o seu ambiente de trabalho ao executar determinadas tarefas. Sabe-se a posição do corpo do 
trabalhador e sua localização, sem saber, no entanto, com precisão o que o trabalhador em questão 
 
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Engenharia de Produção 
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Unidade II – Ferramentas de Análise Ergonômica 
 
 Profº Flávio Souza - Fortaleza-Ce 2 de 16 
 
está fazendo. Antes de uma observação há o registro do tipo de tarefa e do local onde ela é realizada, 
O grau de esforço físico por categoria de ações é determinado com base nas posturas de trabalho e a 
força exercida durante uma ação especifica. 
O sistema baseia se em amostragem do trabalho, intervalo de amostragem variável ou 
constante, que provê a freqüência e o 
tempo gasto em cada postura, 
considerando posições das costas, 
braços, pernas, uso de força e fase da 
atividade aos quais são atribuídos valores 
e um código de seis dígitos. O primeiro 
dígito do código indica a posição das 
costas, o segundo, posição dos braços, o 
terceiro, das pernas, o quarto indica 
levantamento de carga ou uso de força e 
os quinto e sexto, a fase de trabalho. 
 
 
Segundo GOMES (1994) o grau de 
esforço físico por categoria de ações é 
determinado com base nas posturas de 
trabalho e a força exercida durante uma 
ação específica. O OWAS identifica 
quatro categorias (classes operacionais), 
a saber: 
Classe 1 - postura normal: não é exigida nenhuma medida corretiva; 
Classe 2 - a carga física da postura é levemente prejudicial: é necessário tomar medidas para mudar 
a postura em um futuro próximo. 
Classe 3 - a carga física da postura é normalmente prejudicial: é necessário adotar medidas para 
mudar a postura o mais rápido possível. 
Classe 4 - a carga física da postura é extremamente prejudicial: é necessário adotar medidas, 
imediatas, para mudar a posturas. 
Para registro de postura o procedimento é olhar o trabalho de uma forma geral verificando 
postura, força e fase de trabalho, depois desviar a vista e fazer o registro. Assim, pode-se fazer 
amostras das atividades e a partir delas fazer estimativas da proporção de tempo durante o qual 
forças são exercidas e posturas tomadas. 
A combinação das posições das costas, braços e pernas determinam os níveis de ação 
para medidas corretivas. 
 
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RULA - Rapid Upper limb Assessment 
McAtamney & Corlett (1993), propuseram um método para avaliação rápida dos danos 
potenciais aos membros superiores, em função da postura adotada. Avaliando a postura do pescoço, 
tronco e membros superiores (braço, antebraço e mãos) e relacionando com o esforço muscular e a 
carga externa a que o corpo está submetido. 
O método foi desenvolvido para investigar a exposição dos trabalhadores aos fatores de risco 
associados aos distúrbios dos membros superiores. 
O método usa diagramas de postura do corpo humano e três tabelas que proporcionam a 
avaliação da exposição aos fatores de risco. 
Os fatores de risco considerados foram: número de movimentos, trabalho muscular estático, 
força, postura de trabalho determinada pelo equipamento e mobiliário e tempo de trabalho sem 
pausa. 
Adicionalmente a estes fatores, podemos citar a velocidade e precisão dos movimentos, a 
freqüência e a duração das pausas. 
O método RULA foi desenvolvido para: 
A – Proporcionar um método de pesquisa rápido da população aos fatores de risco de 
distúrbios dos membros superiores; 
B – Identificar o esforço muscular que está associado com a postura de trabalho, força e trabalho 
estático ou repetitivo, o que contribui para a fadiga muscular; 
 
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C – Gerar resultados que podem ser incorporados em uma avaliação ergonômica mais ampla, 
considerando a epidemiologia, fatores físicos, mentais, ambientais e organizacionais. 
Sua aplicação resulta em um risco descrito por um escore variando entre 1 e 7, onde as pontuações 
mais altas significam um nível de risco aparentemente mais elevado. 
Para produzir um método de utilização rápida, o corpo foi dividido em segmentos que formam 
dois grupos (A e B). 
• No grupo A estão incluídos o braço, antebraço e pulso 
• No grupo B estão o pescoço, o tronco e as pernas. 
 
Isto assegura que todas as posturas do corpo são observadas, de forma que qualquer postura das 
pernas, tronco ou pescoço que possam influenciar as posturas dos membros superiores estão incluídas 
na avaliação.Assim temos: 
Grupo A 
 
 
 
 
 
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TABELA A 
 
 
 
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Grupo B 
 
 
 
 
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NIOSH - National Institute for Occupational Safety and Health 
 
Um pouco de legislação: 
Qual o peso e a frequência de levantamento de peso que um trabalhador pode suportar? 
CLT Seção 14 art. 198- São de 60 (sessenta) quilogramas o peso máximo que um empregado 
pode remover individualmente, ressalvadas as disposições especiais relativas ao trabalho do menor e 
da mulher. 
NR 17- item 17.2.5 Quando mulheres e trabalhadores jovens forem designados para o 
transporte manual de cargas, o peso máximo destas cargas deverá ser nitidamente inferior àquele 
admitido para os homens, para não comprometer a sua saúde ou a sua segurança. 
Hoje em dia é fornecido pelo ministério do trabalho e emprego um manual de aplicação da 
NR 17, onde cita a NIOSH como ferramenta capaz de calcular o peso máximo recomendado na 
manipulação manual de cargas. 
Devem ser criadas condições favoráveis para o levantamento de pesos. 
Se o levantamento manual de pesos (até 23 kg) não puder ser evitado é necessário criar 
condições favoráveis para isso. 
a) Manter a carga próxima do corpo (distância horizontal entre a mão e o tornozelo em torno de 25 
cm); 
b) A carga deve estar colocada sobre uma bancada de altura aproximada de 75 cm, antes de começar 
o levantamento; 
c) O deslocamento vertical do peso não deve ser maior que 25 cm; 
d) Deve ser possível segurar o peso com as duas mãos; 
e) A carga deve ter alças ou furos para encaixe dos dedos; 
f) Deve ser possível escolher a postura mais adequada para o levantamento; 
g) O tronco não deve ficar torcido durante o levantamento; 
h) Os levantamentos não devem ter a freqüência superior a um por minuto; 
 
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i) O tempo de atividade de levantamento não deve ser maior que uma hora, seguindo um período de 
descanso ou tarefas mais leves de 120% da duração da atividade de levantamento. 
 
Somente nas condições descritas acima, uma pessoa pode levantar 23 kg. Quando não existem 
todas essas condições, o limite deve ser reduzido não podendo exceder alguns quilos. 
Aspectos relevantes: 
Peso- Ao procurar sobre limites de peso para levantamento e transporte manual de carga, 
observamos os vários resultados distintos na literatura. Porém, não existe peso ideal para o transporte 
e sim as condições ideais para tal, o que nos remete a um estudo individual do trabalhador e da 
atividade. 
Frequência- Este item possui uma relevância semelhante ao “Peso” do objeto manipulado na 
avaliação da atividade. Já foi provado através de estudos que a repetitividade é um fator de risco, e 
esse risco é potencializado quando associado ao fator “Peso”. 
Postura- “Diz-se que a postura é boa quando cumpre a finalidade para a qual é usada com 
eficiência máxima e esforço mínimo”(GARDINER, 1995), considerando que duas pessoas nunca são 
idênticas, o padrão exato de boa postura tem que variar para cada indivíduo. 
Pega- Entende-se por uma boa pega os recipientes de desenho ótimo nos quais as alças ou 
apoios perfurados no recipiente tenham sido desenhados otimizando a pega (como espaço e 
conformidade para a colocação dos dedos, diâmetro de pega correto, ausência de quinas vivas, 
etc...). 
Utilizar a equação de NIOSH (criada nos Estados Unidos pelo National Institute for 
Occupational Safety and Health – Instituto Nacional para Segurança e Saúde Ocupacional) para 
determinar a carga máxima em condições desfavoráveis. 
A equação é composta pelas variáveis: 
 
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distância horizontal (H), 
distância vertical (V), 
rotação do tronco (A), 
deslocamento vertical da carga (D), 
freqüência do levantamento (F) e 
dificuldade de manuseio da carga (M). 
Ela supõe que o trabalhador pode escolher a própria postura e que a carga é segura com as duas mãos. 
Assim, a carga máxima de 23 kg é multiplicada por seis coeficientes, que representam as variáveis 
acima: 
 
Equação de Levantamento do NIOSH – ELN 
A ELN é baseada num modelo multiplicativo que fornece um peso para cada uma das seis variáveis da 
tarefa. Os pesos são expressos como coeficientes que servem para reduzir a constante de carga, que 
representa o peso máximo recomendado para ser levantado em condições ideais. O Limite de Peso 
Recomendado (LPR) é o produto da equação e é definido como o peso da carga que aproximadamente 
todos os trabalhadores saudáveis poderiam suportar por um período de até 8 horas diárias, sem 
aumentar o risco de desenvolverem lombalgia relacionada ao trabalho (NIOSH, 1994). 
O LPR é obtido através da seguinte equação: 
LPR = Cc x FH x FV x FD x FA x FF x FP ou 
LPR = 23 x [25/H] x [1-(0,003|V-75|)] x [0,82 + (4,5/D)] x [1 – (0,0032 A)] x FF x FP 
Onde: 
H = Distância horizontal (cm) 
V = Distância vertical (cm) 
F = Freqüência (levantamentos/minuto) 
D = Deslocamento vertical percorrida pela carga (cm) 
A = Ângulo de assimetria (graus) 
P = pega 
 
Uma vez calculado o LPR para uma dada tarefa de levantamento de cargas, ele é comparado 
com o peso real da carga levantada. Essa relação fornece o Índice de Levantamento (IL). 
Onde: 
IL=PC/LPR 
PC = Peso real da carga (em quilogramas) 
LPR = Limite de Peso Recomendado (em quilogramas) 
Se: 
IL < 1 = baixo risco 
1≤ IL < 2 = risco moderado 
IL ≥ 2 = alto risco 
 
 
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Fator de pega (CM) Coeficiente vertical (CV) 
 
 
Deslocamento vertical da carga (CD) 
 
 
Coeficiente de frequência (CF) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Coeficiente de assimetria (CA)Coeficiente horizontal (CH) 
 
 
 
 
 
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Quanto mais desfavoráveis forem as condições, esses coeficientes tenderão a zero se 
afastando do valor 1,0. O valor de CV cresce até a altura de 75 cm, porque esta é a posição mais 
conveniente para começar a levantar cargas. 
A equação de NIOSH supõe que a maioria da população (99% dos homens e 75% das mulheres) 
não suporta cargas no dorso, superiores a 3.400 N (340 kg força), e que a energia gasta em uma hora 
de trabalho repetitivo é 260 W para levantamentos até a altura da bancada (75 cm) e 190 W para 
levantamentos acima da bancada. Nos casos em que as condições da equação de NIOSH não são 
satisfeitas (quando o trabalhador não consegue escolher o método de levantamento ou não for possível 
usar as duas mãos), os coeficientes a serem considerados serão ainda menores, reduzindo-se o valor 
da carga máxima. 
O valor de cada carga deve ser escolhido cuidadosamente: por um lado, essa carga não deve 
superar o valor encontrado pela equação de NIOSH, por outro, não deve ser muito leve, pois isso 
estimularia o trabalhador a carregar várias cargas simultaneamente correndo o risco de superar o 
peso permitido. 
Além disso, são preferíveis cargas unitárias maiores com menores freqüências, do que cargas 
menores e mais freqüentes, desde que não superem os valores calculados pela equação de NIOSH. 
O posto precisa ser adequado para o trabalho pesado. As bancadas, prateleiras, máquinas e 
outros, onde ocorrerão trabalhos pesados, seguir as recomendações abaixo: 
a) Ser possível aproximar a carga do corpo quando ela está sendo levantada ou depositada; 
b) Os espaços devem permitir a adoção de uma postura estável para os pés e flexão das pernas; 
c) Evitar a torção do corpo; 
d) As mãos devem ficar a aproximadamente 75cm de altura, encostadas ao corpo, no levantamento e 
o depósito da carga; 
e) Nos estoques, os itens manuseados com maior freqüência e os mais pesados devem ficar 
depositados próximos da altura ideal de 75 cm. 
 
Quando não for possível atender as condições acima, reduzir o peso a ser movimentado. Os 
objetos para serem carregados devem ter duas alças ou furos laterais para o encaixe dos dedos e 
carga deve ser segura com as duas mãos. 
 
 
 
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Para o levantamento desses objetos utilizar a palma das mãos. O uso somente dos dedos deve 
ser evitado senão dessa forma se transmitem menores forças. As pegas devem ser arredondadas (sem 
cantos cortantes) e posicionadas de modo a evitar que as cargas girem ao serem erguidas. 
O tamanho da carga deve ser pequeno o suficiente para que possa ser mantida junto ao corpo. 
O volume não deve ter protuberâncias ou cantos cortantes nem deve ser muito quente ou frio, a ponto 
de dificultar o contato. A carga a ser levantada do chão deve ser posicionada entre os joelhos. 
No caso de cargas especiais, como gases, líquidos perigosos ou pacientes de um hospital, é necessário 
planejar a operação e tomar cuidados especiais com a segurança. Quando a carga é desconhecida 
para a pessoa que vai carregá-la, é necessário colocar uma etiqueta, informando o peso e os cuidados 
necessários para a manipulação da mesma. 
As pessoas envolvidas na manipulação de pesos devem ser treinadas. 
Muitas vezes, é difícil mudar hábitos de movimentos arraigados. Para isso, é necessário 
promover treinamentos intensivos e repetitivos nos seguintes aspectos: 
a) Analise da carga e do local para onde ela deve ser removida, considerando a possibilidade de usar 
uma equipe ou equipamento para levantamento de peso; 
b) Quando o levantamento deve ser feito sem nenhuma outra ajuda, coloque-se bem em frente à 
carga, com os pés em posição estável (não erguer a carga com os pés juntos); 
c) Segure a carga firmemente, com a palma das mãos, e não apenas com alguns dedos, usando sempre 
os dois braços; 
d) Erga a carga mantendo a coluna reta, na vertical, conservando-a próxima ao corpo, evitando torcer 
o corpo e, se for necessário, mova a perna. 
Esta recomendação é muito importante para evitar as dores nas costas. 
Inclinar ou girar o tronco durante o levantamento de carga pode provocar lesões nas costas. 
Inclinar o tronco, em vez de usar a musculatura das pernas, provoca um aumento de 30% na tensão 
do dorso. 
 
As cargas superiores a 23 kg devem 
ser manipuladas por duas ou mais pessoas. 
Os membros dessa equipe devem ter 
estaturas e forças semelhantes entre si, e 
devem trabalhar coordenadamente. Um 
deles deve assumir a coordenação, 
comandando os movimentos do grupo, de 
modo a evitar movimentos inesperados. 
 
Restrições e limites 
 Só deve ser aplicada nas seguintes condições: 
 Elevação feita com suavidade, isto é, sem movimentos bruscos 
 Condições térmicas e visuais favoráveis 
 
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 Boas condições mecânicas - piso plano e sem obstruções oferecendo boa aderência ao calçado 
 A equação também não é aplicável a: 
 Tarefas de elevação de objetos com uma só mão; 
 Na posição de sentado ou agachado; 
 Ou ainda elevações em espaços confinados que obriguem a posturas desfavoráveis. 
 Não contempla a elevação de pessoas, de objetos muito quentes ou frios, sujos ou 
contaminados 
 Assume que a superfície de contato do calçado com o solo tem um coeficiente de fricção 
estática, no mínimo, de 0.4 (de preferência 0.5) 
 Não inclui circunstâncias imprevistas; 
 As tarefas de levantamento e de abaixamento de pesos têm idêntico potencial para causar 
lesões lombares; 
 Não estão incluídas tarefas que impliquem a elevações rápidas de objetos (>15 elev./min). 
 
 
AET – ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABLHO* 
* Notas de aula do Prof. Dr. Mario S. Ferreira, Prof. Dr. Carlos Antônio Ramires Righi - PUCRS 
1. Introdução 
A Análise Ergonômica do Trabalho - AET é uma Intervenção, no ambiente de trabalho, para 
estudo dos desdobramentos e conseqüências físicas e psicofisiológicas, decorrentes da atividade 
humana no meio produtivo. Consiste em compreender a situação de trabalho, confrontar com aptidões 
e limitações à luz da ergonomia, diagnosticar situações críticas à luz da legislação oficial, estabelecer 
sugestões, alterações e recomendações de ajustes de processo, ajustes de produto, postos de 
trabalho, ambiente de trabalho. A AET busca estabelecer uma aproximação no que se refere à 
compreensão geral de problemas relacionados com a organização do trabalho e seus reflexos em 
prováveis ocorrências de lesões físicas e transtornos psicofisiológicos. 
 
Concentra-se no levantamento dos meios e modo de produção, buscando entender, através 
de observações visuais, medições e registros das situações críticas e estranhas às situações de 
trabalho, incluída a análise dos dados de produção da empresa, no que tange a: sobrecargas, volume 
de produção por trabalhador, turnos extras,re-trabalho, dentre outros. O levantamento inclui 
entrevistas com os trabalhadores, supervisores e gestores. Junto aos trabalhadores buscam-se 
informações quanto a execução da tarefa e sua percepção de sobrecargas na atividade. Junto à 
instâncias de supervisão e gerência buscam-se informações referentes ao modo de produção, aos 
meios disponíveis e à conceituação das tarefas para o confronto futuro entre o prescrito e o realizado. 
Consiste, ainda, em buscar uma estratégia de ação para que a intervenção ergonômica tenha 
eficácia e efetivamente produza indicações e alternativas de solução compatíveis com o cenário da 
empresa e adequadas aos trabalhadores do ponto de vista do conforto e da segurança. Dentre os 
fatores de organização do trabalho destacam-se: 
 
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• A relação entre nível do programa de produção, alto ou baixo, e a real capacidade instalada do 
modo de produção; 
• O foco na eficiência produtiva desconsiderando tempos de recuperação de fadiga e 
imprevisibilidades no trabalho, com conseqüentes resultados no que se refere á exaustão; 
• A busca insistente de enxugamento de equipes de produção, com alta sobrecarga sobre os 
trabalhadores, por oscilação, para cima e para baixo, de demandas produtivas; 
• capacidade de gestão dos fatores de organização do trabalho. 
 
A análise ergonômica de uma situação de trabalho existente ou projetada é realizada com o 
uso do método AET (Análise Ergonômica do Trabalho), pelo entendimento da situação geral 
(demanda), do trabalho prescrito e condições físicas e organizacionais 
(tarefa) e de como o trabalho é realmente realizado individualmente por cada usuário/operador 
(atividade). Da confrontação entre as características, deficiências e contradições dos três 
componentes é estruturado um diagnóstico e montado um caderno de encargos definindo os pontos 
de correção e ajuste. 
2. O Método De Análise Ergonômica Do Trabalho 
O método para abordagens analíticas e conclusivas orienta-se de forma semelhante às 
abordagens usuais nos processos de projeto nos campos da engenharia, do design e da arquitetura: 
uma etapa de compreensão da situação, uma etapa de definição de requisitos (a tarefa, o quê se 
quer), e de condicionantes (a atividade, o que se pode, em função da realidade percebida), uma 
etapa de confronto entre requisitos e condicionantes e uma etapa final de diagnóstico, conceituação 
e proposições. Assim, genericamente, pode-se enunciar os seguintes passos para efetivação do 
processo de análise ergonômica: 
 Compreensão da Situação 
análise da demanda; 
 Estudo de requisitos para atendimento da(s) tarefa(s) 
entendimento da tarefa prescrita 
meios e modo de produção; 
espaços, áreas livres e/ ou de influência e ambiente necessário para a tarefa; 
estudos de postura e movimentação humana; 
 Estudo de condicionantes impostos pela atividade: Levantamentos da 
situação de referência 
Observação e análise da atividade (o realizado) 
 Confrontação da tarefa (o prescrito) com a atividade (o realizado); 
 Diagnóstico. 
 
 
 
 
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2.1 Análise da Demanda 
A etapa de compreensão da situação passa pela contextualização do problema proposto pela tarefa 
em análise, no cenário interno e externo à empresa. Nesta etapa, no nível externo à empresa, devem 
ser considerados os indicadores de saúde, aspectos sociais intervenientes, o momento técnico e 
tecnológico do contexto de inserção da empresa, bem como os condicionantes legais vigentes. 
Ao nível interno, a percepção do contexto passa por aspectos relacionados com a política e estratégia 
adotada pela empresa, o sistema de produção utilizado, o modelo de gestão dos recursos humanos, 
os índices de acidentes, além de variáveis como saúde ocupacional, tensões e conflitos. 
 
2.2 Análise da Tarefa 
A análise da tarefa compreende a identificação e compreensão dois pontos: o trabalho prescrito (a 
instrução de trabalho) e os requisitos físicos para execução a tarefa. O primeiro ponto de observação 
inclui aspectos como o ambiente de inserção da tarefa (layout, mobiliário, equipamentos e espaços 
de trabalho), a carga de trabalho física e mental requerida, além dos aspectos psico-sociológicos e 
de tempos de produção. 
O segundo ponto da análise envolve requisitos físicos da tarefa, abrange a natureza do trabalho 
muscular (estático e/ou dinâmico), a postura requerida para execução da tarefa, a qual depende das 
características das superfícies de trabalho e assento (quando necessário), com a consideração, ainda, 
de informações referentes à condições de acessibilidade aos sistemas de comunicação e 
acionamentos. 
 
2.3 Análise da Atividade 
A análise da atividade contempla a etapa de observação do trabalho efetivamente realizado, através 
da observação das atividades mentais e físicas do trabalhador. As atividades mentais reportam-se aos 
níveis de detecção, discriminação e interpretação das informações e, na seqüência, os níveis de 
tomada de decisão e ação, respectivamente. 
 
2.4 Confronto Tarefa Versus Atividade 
A etapa de confrontação da tarefa com a atividade tem como objetivo a verificação das diferenças 
entre o trabalho prescrito e o trabalho realizado, a determinação das incorreções da tarefa frente às 
potencialidades e limitações do ser humano. Busca ainda identificar as atividades regulatórias nesta 
relação. 
2.5 Diagnóstico 
A etapa de diagnóstico abrange as condições técnicas para a execução do trabalho, as condições 
ambientais em que a atividade ocorre, além das condições organizacionais do trabalho.

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