Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Faculdade 7 de Setembro – FA7 Engenharia de Produção Ergonomia e Qualidade de Vida no Trabalho | 80 h/a | 5º sem Unidade IV – Segurança e Saúde no Trabalho Profº Flávio Souza - Fortaleza-Ce 1 de 13 Unidade IV – Segurança e Saúde no Trabalho UNIDADE IV – Segurança e Saúde no Trabalho Histórico da segurança e saúde do trabalho no Brasil e no mundo; Acidente de Trabalho (AT); - conceito - tipos de acidentes do trabalho - causas, consequências e custos do AT Evolução da saúde e segurança do trabalho Francisco Carlos Machado Ribas Não obstante o trabalho ter surgido na Terra juntamente com o primeiro homem, as relações entre as atividades laborativas e a doença permaneceram praticamente ignoradas até há cerca de 250 anos atrás. No século XVI surgiram algumas observações esparsas evidenciando a possibilidade do trabalho ser o causador de doenças. Foram estudados os diversos problemas relacionados à extração de minerais argentíferos e auríferos, bem como a sua fundição. Discutiu-se os acidentes de trabalho e as doenças mais comuns entre os mineiros, sendo destacada, em especial, a chamada "asma dos mineiros", por poeiras denominadas, em 1556, de "corrosivas"; a descrição dos sintomas e da rápida evolução da doença demonstram, sem sobra de dúvida, tratar-se de casos de silicose. O mercúrio, também, foi elemento de preocupação, visto o grande número de trabalhadores intoxicados. RAMAZZINI, O PAI DA MEDICINA DO TRABALHO Em 1700, foi publicado na Itália, um livro de autoria do médico Bernardino Ramazzini, por isso cognominado o "Pai da Medicina do Trabalho", que obteve notável repercussão em todo o mundo, onde descreve uma série de doenças relacionadas a cerca de 50 profissões. NA INGLATERRA Entre 1760 e 1830, ocorreu na Inglaterra um movimento destinado a mudar profundamente toda a história da humanidade, pois a Revolução Industrial, marco inicial da moderna industrialização, que teve origem com o aparecimento da primeira máquina de fiar, movida inicialmente pela força hidráulica de moinhos, instalados junto a cursos de rios. Com a descoberta da máquina a vapor, porém, veio permitir-se a instalação de fábricas em quaisquer lugares, e muito naturalmente, as grandes cidades, onde era abundante a mão-de-obra, foram escolhidas como locais favoritos para o funcionamento industrial. Assim, galpões, estábulos e velhos armazéns eram rapidamente transformados em fábricas, colocando-se no seu interior o maior número possível de máquinas de fiação e tecelagem. Faculdade 7 de Setembro – FA7 Engenharia de Produção Ergonomia e Qualidade de Vida no Trabalho | 80 h/a | 5º sem Unidade IV – Segurança e Saúde no Trabalho Profº Flávio Souza - Fortaleza-Ce 2 de 13 Nas grandes cidades inglesas o baixo nível de vida e as famílias com numerosos filhos garantiam um suprimento fácil de mão-de-obra, sendo aceitos como trabalhadores não só homens mas também mulheres e mesmo crianças, sem quaisquer restrições quanto ao estado de saúde, desenvolvimento físico, etc. Intermediários inescrupulosos percorriam as grandes cidades inglesas arrebanhando crianças, que lhes eram vendidas por pais miseráveis e revendidas a £5 (cinco libras) por cabeça aos empregadores que ansiosos por obter um suprimento inesgotável de mão-de-obra barata, comprometiam-se a aceitar uma criança débil mental para cada 12 crianças sadias. A improvisação das fábricas e a mão-de-obra constituída principalmente por mulheres e crianças, resultaram em problemas ocupacionais extremamente sérios. Os acidentes do trabalho eram numerosos, provocados por máquinas sem qualquer proteção, movidas por correias expostas, e as mortes, principalmente de crianças, eram muito freqüentes. A O.I.T. DEFINE O SERVIÇO DE SAÚDE OCUPACIONAL como um serviço médico instalado em um estabelecimento de trabalho, ou em suas proximidades, com os seguintes objetivos: 1º) proteger os trabalhadores contra qualquer risco a saúde que possa decorrer do seu trabalho ou das condições em que este é realizado. 2º) contribuir para o ajustamento físico e mental do trabalhador obtido especialmente pela adaptação do trabalho aos trabalhadores, e pela colocação destes em atividades profissionais para as quais tenham aptidões. 3º) contribuir para o estabelecimento e a manutenção do mais alto grau possível de bem-estar físico e mental dos trabalhadores. Conceito de Segurança do Trabalho: Ciência que estuda as possíveis causas de acidentes de trabalho, através de metodologias e técnicas apropriadas, objetivando a prevenção de suas ocorrências. Conceito de Medicina do Trabalho: Ciência que estuda as causas de doenças ocupacionais, nelas incluídas as doenças profissionais e as do trabalho, objetivando a prevenção das mesmas. Conceito de Saúde: É um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças ou enfermidades (Segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS). 1 – Histórico da nossa segurança do trabalho No Brasil, podemos fixar por volta de 193O a nossa Revolução Industrial e, embora tivéssemos já a experiência de outros países, em menor escala, é bem verdade, atravessamos os mesmos percalços, o que fez com que se falasse, em 1970, que o Brasil era o campeão de acidentes do trabalho. Embora o assunto fosse pintado com cores muito sombrias, pudemos vislumbrar um futuro mais promissor, que só foi possível pelo esforço conjunto de toda a nação: trabalhadores, empresários e governo. 2 – Acidente do trabalho e o INSS Faculdade 7 de Setembro – FA7 Engenharia de Produção Ergonomia e Qualidade de Vida no Trabalho | 80 h/a | 5º sem Unidade IV – Segurança e Saúde no Trabalho Profº Flávio Souza - Fortaleza-Ce 3 de 13 Segundo o artigo 19 da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, o “acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, ou pelo exercício do trabalho do segurado especial, provocando lesão corporal ou perturbação funcional, de caráter temporário ou permanente”. Pode causar desde um simples afastamento, a perda ou a redução da capacidade para o trabalho, até mesmo a morte do segurado. São elegíveis aos benefícios concedidos em razão da existência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho: o segurado empregado, o trabalhador avulso e o segurado especial, no exercício de suas atividades. Também são considerados como acidentes do trabalho: a) o acidente ocorrido no trajeto entre a residência e o local de trabalho do segurado; b) a doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade; e c) a doença do trabalho, adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente. Nestes dois últimos casos, a doença deve constar da relação de que trata o Anexo II do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto no 3.048, de 6/5/1999. Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação constante do Anexo II resultou de condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve equipará-la a acidente do trabalho. Não são consideradas como doença do trabalho a doença degenerativa; a inerente a grupo etário; a que não produz incapacidade laborativa; a doença endêmica adquirida por segurados habitantes de região onde ela se desenvolva,salvo se comprovado que resultou de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho. Equiparam-se também a acidente do trabalho: I – o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para perda ou redução da sua capacidade para o trabalho, ou que tenha produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação; II – o acidente sofrido pelo segurado no local e horário do trabalho, em conseqüência de ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada com o trabalho; ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro, ou de companheiro de trabalho; ato de pessoa privada do uso da razão; desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos decorrentes de força maior; III – a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade; IV – o acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e horário de trabalho, na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa; na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo, quando financiada por esta, dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado; no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado. Faculdade 7 de Setembro – FA7 Engenharia de Produção Ergonomia e Qualidade de Vida no Trabalho | 80 h/a | 5º sem Unidade IV – Segurança e Saúde no Trabalho Profº Flávio Souza - Fortaleza-Ce 4 de 13 Entende-se como percurso o trajeto da residência ou do local de refeição para o trabalho ou deste para aqueles, independentemente do meio de locomoção, sem alteração ou interrupção voluntária do percurso habitualmente realizado pelo segurado. O empregado será considerado no exercício do trabalho no período destinado à refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este. Para que o acidente, ou a doença, seja considerado como acidente do trabalho é imprescindível que seja caracterizado tecnicamente pela Perícia Médica do INSS, que fará o reconhecimento técnico do nexo causal entre o acidente e a lesão; a doença e o trabalho; e a causa mortis e o acidente. Na conclusão da Perícia Médica, o médico-perito pode decidir pelo encaminhamento do segurado para retornar ao trabalho ou emitir um parecer sobre o afastamento. Conceito de Acidente do Trabalho: - Legal: é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. - Prevencionista: é a ocorrência não programada, inesperada ou não, que interrompe ou interfere no processo normal de uma atividade, ocasionando perda de tempo útil e/ou lesões nos trabalhadores, e/ou danos materiais. Causas básicas de acidentes do trabalho Conceito antigo: Condições inseguras – são deficiências, defeitos e irregularidades técnicas nas instalações físicas, máquinas ou equipamentos, os quais podem ocasionar acidentes de trabalho. É de responsabilidade do empregador a eliminação de tais correções. Exemplos: – iluminação inadequada; – desconforto térmico; – piso escorregadio; – ruído e trepidações excessivas; – instalações elétricas precárias ou improvisadas; – falta de ordem e limpeza; – falta de proteção em partes móveis das máquinas; não manutenção periódica de máquinas, equipamentos e ferramentas, conforme recomendações técnicas do fabricante; – não fornecimento de equipamentos de proteção individual aos trabalhadores. Atos inseguros – são atitudes, atos, ações ou comportamentos do trabalhador contrários as normas de segurança, que colocam em risco a saúde e/ou integridade física sua ou de seus colegas de trabalho. Predomina o fator humano. Exemplos: improvisar caixotes em forma de escada de mão; indiferença as normas de Segurança e Medicina do Trabalho; atos de exibicionismo; ingestão de bebidas alcoólicas, antes ou durante o horário de trabalho; não realização de prévia inspeção de rotinas nas máquinas, equipamentos ou ferramentas de trabalho; não utilização dos equipamentos de proteção individual, fornecidos pela empresa. Faculdade 7 de Setembro – FA7 Engenharia de Produção Ergonomia e Qualidade de Vida no Trabalho | 80 h/a | 5º sem Unidade IV – Segurança e Saúde no Trabalho Profº Flávio Souza - Fortaleza-Ce 5 de 13 Conceito Moderno: São causados por uma série de elementos associados, que contribume de forma maior ou menor na geração do acidente. Pessoas – a administração, os trabalhadores, os contratados, os visitantes, os fornecedores, o público, enfim, o elemento humano, através de suas ações ou omissões, por exemplo: deixar de usar o EPI; improvisar ou dar jeitinhos para a realização da tarefa; usar ferramentas defeituosas ou improvisar; dar ordem ou determinação de serviço de forma inconsistente ou incompleta; faltar uma supervisão adequada. Equipamentos – todas as ferramentas e máquinas com que as pessoas trabalham diretamente ou que se encontram ao seu redor, por exemplo: máquinas e equipamentos, ferramentas manuais; veículos, Materiais – são as matérias primas, os produtos químicos e outras substâncias que as empresas usam e processam. Conseqüências dos acidentes de trabalho: a) Para o Governo Pagamento, através do INSS, de benefícios previdenciários ao acidentado ou a seus dependentes, tais como: auxílio-doenca, auxilio-acidente, aposentadoria por invalidez e pensão por morte; Pagamento de despesas médico-hospitalares no tratamento do acidentado; Despesas com a reabilitação profissional do trabalhador acidentado, inclusive com fornecimento de prótese, se for o caso. b) Para o Empregador Pagamento salarial ao trabalhador acidentado dos quinze primeiros dias seguintes ao acidentes; Reflexo negativo no ambiente de trabalho; Danos ou avarias nos equipamentos, máquinas ou equipamentos; Paralisação de máquinas ou equipamentos, afetando o processo produtivo; Reflexo negativo da imagem da empresa junto a comunidade. c) Para o Empregado Acidentado Sofrimento físico, dor, lesão incapacitante, total ou parcial, temporária ou permanente, ou até a própria morte; Reflexos psicológicos negativos, gerando inclusive distúrbios familiares; Redução salarial decorrente da percepção de benefícios previdenciários. Auxilio doença: É o benefício previdenciário devido ao segurado que ficar incapacitado para o seu trabalho ou para sua atividade habitual por mais de 15 dias consecutivos, conforme artigo 59 da lei nº 8.213/91. Faculdade 7 de Setembro – FA7 Engenharia de Produção Ergonomia e Qualidade de Vida no Trabalho | 80 h/a | 5º sem Unidade IV – Segurança e Saúde no Trabalho Profº Flávio Souza - Fortaleza-Ce 6 de 13 Requer carência de 12 contribuições; Equivalente a 91% do Salário-benefício Salário Benefício: O salário de benefício corresponderá à média aritmética simples dos maiores salários de contribuição correspondentes a 80% de todo o período contributivo. Para os inscritos até 28/11/99 - o salário de benefício corresponderá à média aritmética simples dos maiores salários de contribuição, corrigidos monetariamente, correspondentes a, no mínimo, 80% (oitenta por cento) de todo período contributivo desde a competência 07/94. Auxílio-acidente: É o benefício previdenciário concedido como indenização ao segurado quando, após a consolidação das lesões decorrentes de acidentes de qualquer natureza, resultarem sequelas que impliquem redução da capacidade funcional para o trabalho que habitualmente exercia, observando o que seque: O auxílio-acidente corresponderá a 50% do salário de benefício do segurado; Será devido ao segurado a partir do dia seguinte ao da cessação do auxílio-doença, até a data de qualquer aposentadoria ou óbito do segurado; O recebimento do salário ou concessão de outro benefício, exceto aposentadoria, não prejudicará a continuidade do recebimento do auxílio-acidente; A perda da audição em qualquer grau somente proporcionará a concessão do auxílio-doença, quando resultar em redução ou perda da capacidade para o trabalho; O anexo III do Regulamento da Previdência Social é constituído por nove quadros que especificam as diversas situações que ensejam a percepção do beneficio auxílio-acidente. Aposentadoria por invalidez ao trabalhador: Será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e lhe será paga enquanto permanecer nesta condição. Ao assegurado que necessitar de assistência permanente de outra pessoa, será concedida uma majoração de 25% sobre da aposentadoria. Eqüivale a 100% do Salário-benefício; O INSS não exige carência se for por acidente de trabalho. Hipóteses legais que ensejam a majoração da aposentadoria por invalidez: Cegueira total; Paralisia dos dois membros superiores ou inferiores; Alteração das faculdades mentais; doença que exija permanência continua no leito; Incapacidade permanente para as atividades da vida diária, etc. Pensão por morte: Será devida ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, a contar da data do óbito. Se requerida depois de 30 dias será considerada a data do requerimento. Benefícios inerentes a reabilitação profissional: Faculdade 7 de Setembro – FA7 Engenharia de Produção Ergonomia e Qualidade de Vida no Trabalho | 80 h/a | 5º sem Unidade IV – Segurança e Saúde no Trabalho Profº Flávio Souza - Fortaleza-Ce 7 de 13 A reabilitação deverá proporcionar ao beneficiário incapacitado parcial ou totalmente e portadores de deficiências, os meios para a reeducação e readaptação profissional e social ao mercado de trabalho. A reabilitação compreende: Fornecimento de aparelho de prótese, prótese e instrumentos de auxilio para locomoção; Reparação ou substituição dos aparelhos mencionados desgastados pelo uso normal ou ocorrência estranha a vontade do beneficiário; Transporte do acidentado do trabalho, quando necessário. Aposentadoria especial ao trabalhador brasileiro: Será devida ao segurado que houver trabalhado durante 15, 20 ou 25 anos, sujeito a condições especiais que possam prejudicar sua saúde ou sua integridade física. Para obter tal benefício, deverá ser comprovada através de formulário emitido pela empresa, na forma estabelecida pelo INSS, a exposição permanente, não ocasional nem intermitente, aos agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associações prejudiciais a saúde e integridade física, pelo período equivalente ao exigido para concessão, consubstanciado em laudo técnico. A relação de agentes nocivos encontra-se no anexo IV do Regulamento da Previdência Social. Ultima atualização sobre o assunto consta no Decreto 3.265 de 29/11/1999. Estabilidade provisória para o trabalhador vítima de acidente do trabalho: O segurado que sofreu acidente de trabalho tem garantia, pelo prazo de 12 meses, a manutenção do seu contrato de trabalho, após a cessação do auxílio-doença acidentário. Responsabilidade civil do empregador em acidentes do trabalho: O pagamento, pela previdência social das prestações por acidentes de trabalho não exclui a responsabilidade civil da empresa ou de outrem. 3 – A Constituição Federal Emenda Constitucional nº 55 de 20 de setembro de 2007 Capítulo II Dos Direitos Sociais Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos; II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; . . . Faculdade 7 de Setembro – FA7 Engenharia de Produção Ergonomia e Qualidade de Vida no Trabalho | 80 h/a | 5º sem Unidade IV – Segurança e Saúde no Trabalho Profº Flávio Souza - Fortaleza-Ce 8 de 13 XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal; XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; . . . XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; XXIV - aposentadoria; XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho; XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei; XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho; XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; 4 – A segurança e saúde do trabalho e a CLT Decreto-lei no 5.452, de 1o de maio de 1943 cria a Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT. A Lei no 6.514, de 22 de dezembro de 1977 - Altera o Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho, relativo à Segurança e Medicina do Trabalho, assim entendido: SEÇÃO I - Disposições Gerais: Art. 157 - Cabe às empresas: I - Cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho;II - Instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais; Faculdade 7 de Setembro – FA7 Engenharia de Produção Ergonomia e Qualidade de Vida no Trabalho | 80 h/a | 5º sem Unidade IV – Segurança e Saúde no Trabalho Profº Flávio Souza - Fortaleza-Ce 9 de 13 III- Adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional competente; IV - Facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente. Art. 158 - Cabe aos empregados: I - Observar as normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive as instruções de que trata o item II do artigo anterior; II – Colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos deste Capítulo; SEÇÃO II - Da Inspeção Prévia e do Embargo ou Interdição: Art. 160; 161. Art. 160 - Nenhum estabelecimento poderá iniciar suas atividades sem prévia inspeção e aprovação das respectivas instalações pela autoridade regional competente em matéria de segurança e medicina do trabalho. SEÇÃO III - Dos Órgãos de Segurança e de Medicina do Trabalho nas Empresas: Art. 162; 163; 164; 165. Art. 162 - As empresas, de acordo com normas a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho, estarão obrigadas a manter serviços especializados de segurança e em medicina do trabalho. Art. 163 - Será obrigatória a constituição de Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), de conformidade com instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho, nos estabelecimentos ou locais de obra nela especificadas. SEÇÃO IV - Do Equipamento de Proteção Individual: Art. 166; 167. Art.166 - A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados. SEÇÃO V - Das Medidas Preventivas de Medicina do Trabalho: Art. 168;169. Art. 168 - Será obrigatório exame médico, por conta do empregador, nas condições estabelecidas neste artigo e nas instruções complementares a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho. SEÇÃO VI - Das Edificações: Art. 170; 171; 172; 173; 174. SEÇÃO VII - Da Iluminação: Art. 175. SEÇÃO VIII - Do Conforto Térmico: Art. 176; 177; 178. Faculdade 7 de Setembro – FA7 Engenharia de Produção Ergonomia e Qualidade de Vida no Trabalho | 80 h/a | 5º sem Unidade IV – Segurança e Saúde no Trabalho Profº Flávio Souza - Fortaleza-Ce 10 de 13 SEÇÃO IX - Das Instalações Elétricas: Art. 179; 180; 181. SEÇÃO X - Da Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais: Art. 182; 183. SEÇÃO XI - Das Máquinas e Equipamentos: Art. 184; 185; 186. SEÇÃO XII - Das Caldeiras, Fornos e Recipientes sob Pressão: Art. 187; 188. SEÇÃO XIII - Das Atividades Insalubres ou Perigosas: Art. 189; 190; 191; 192; 193; 194; 195; 196; 197. SEÇÃO XIV - Da Prevenção da Fadiga: Art. 198; 199. SEÇÃO XV - Das Outras Medidas Especiais de Proteção: Art. 200. SEÇÃO XVI - Das Penalidades: Art. 201. Portaria no 3.214, de 08 de junho de 1978 - Aprova as Normas Regulamentadoras - NR - do Capítulo V do Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho, que são: NR - 1 - Disposições Gerais NR - 2 - Inspeção Prévia NR - 3 - Embargo ou Interdição NR - 4 - Serviços Especializados em Enga de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT NR - 5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA NR - 6 - Equipamento de Proteção Individual - EPI NR - 7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional NR - 8 - Edificações NR - 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais NR -10- Instalações e Serviços em Eletricidade NR -11- Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais Faculdade 7 de Setembro – FA7 Engenharia de Produção Ergonomia e Qualidade de Vida no Trabalho | 80 h/a | 5º sem Unidade IV – Segurança e Saúde no Trabalho Profº Flávio Souza - Fortaleza-Ce 11 de 13 NR -12- Máquinas e Equipamentos NR -13- Caldeiras e Vasos de Pressão NR -14- Fornos NR -15- Atividades e Operações Insalubres NR -16- Atividades e Operações Perigosas NR -17- Ergonomia NR -18- Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção NR -19- Explosivos NR -20- Líquidos Combustíveis e Inflamáveis NR -21- Trabalho a Céu Aberto NR -22- Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração NR -23- Proteção Contra Incêndios NR -24- Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho NR -25- Resíduos Industriais NR -26- Sinalização de Segurança NR -27- Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no MTPS NR -28- Fiscalização e Penalidades NR -29- Segurança e Saúde no Trabalho Portuário NR -30- Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário NR –31- Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura NR -32- Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde NR- 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados NR -34 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Reparação Naval. NR -35 - Trabalho em Altura. NR -36 - Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados. Normas Regulamentadoras Rurais Nº 1 Disposições Gerais Normas Regulamentadoras Rurais Nº 2 Serviço Especializado em Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural - SEPATR Faculdade 7 de Setembro – FA7 Engenharia de Produção Ergonomia e Qualidade de Vida no Trabalho | 80 h/a | 5º sem Unidade IV – Segurança e Saúde no Trabalho Profº Flávio Souza - Fortaleza-Ce 12 de 13 Normas Regulamentadoras Rurais Nº 3 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural - CIPATR Normas Regulamentadoras Rurais Nº 4 Equipamento de Proteção Individual - EPI Normas Regulamentadoras Rurais Nº 5 Produtos Químicos 5 – A Higiene Industrial ou do Trabalho O desenvolvimento tecnológico da humanidade, além de trazer enormes benefícios e conforto para o homem do século XX, tem exposto o trabalhador a diversos agentes potencialmente nocivos e que, sob certas condições, poderão provocar doenças ou desajustes no organismo das pessoas que desenvolvem suas atividades normais em variados locais de trabalho. A Higiene do Trabalho, estruturada como uma ciência prevencionista, vem sendo aperfeiçoada dia a dia e tem como objetivo fundamental atuar no ambiente de trabalho, a fim de detectar o tipo de agente prejudicial, quantificar sua intensidade ou concentração e tomar as medidas de controle necessárias para resguardar a saúde e o conforto dos trabalhadores durante toda sua vida de trabalho. A Associação Norte-Americana de Higienistas Industriais define deste modo esta ciência: “A Higiene Industrial é uma ciência e uma arte, que tem por objetivo a antecipação, o reconhecimento, avaliação e o controle daqueles fatores ambientais ou tensões, originadas nos locais de trabalho, que podem provocar doenças, prejuízos à saúde ou bem-estar, desconforto significativo e ineficiência nos trabalhadores ou entre as pessoas da comunidade.” Da definição de Higiene e seus objetivos, fica claramente estabelecido que seus princípios e metodologia de atuação são aplicáveisa qualquer forma de atividade humana, em que possam estar presentes diversos fatores causadores de doenças profissionais. Por esses motivos vamos dar uma denominação mais ampla à esta ciência, falando de "Higiene do Trabalho", sendo esta denominação a utilizada no Brasil. 6 – A Higiene industrial e outras ciências a) Direito – A Higiene do Trabalho fornece subsídios técnicos para solução de conflitos trabalhistas envolvendo insalubridade. No campo do direito previdenciário e civil, os dados de avaliação de exposição a riscos ambientais auxiliam na concessão de aposentadoria especial e indenização por incapacidade e/ou doenças do trabalho. b) Engenharia – A Engenharia está presente em todas as etapas de um programa de higiene do trabalho. Desse modo, esta ciência é essencial no reconhecimento, avaliação e controle dos riscos ambientais. c) Ergonomia – A Higiene do Trabalho não visa apenas à detecção de atividades e/ou operações insalubres, mas também à melhoria do conforto e qualidade de vida do trabalhador no seu ambiente de trabalho. d) Saneamento e Meio Ambiente – A importância da higiene do trabalho, ou seja, da avaliação e controle de riscos ocupacionais ultrapassa os limites do ambiente de trabalho; não só este é parte do meio ambiente em geral mas, através da prevenção adequada dos riscos ocupacionais, o impacto negativo da industrialização no meio ambiente pode ser apreciavelmente reduzido. Faculdade 7 de Setembro – FA7 Engenharia de Produção Ergonomia e Qualidade de Vida no Trabalho | 80 h/a | 5º sem Unidade IV – Segurança e Saúde no Trabalho Profº Flávio Souza - Fortaleza-Ce 13 de 13 e) Psicologia e Sociologia – A psicologia e sociologia tratam de harmonizar as relações entre o processo produtivo, o ambiente de trabalho e o homem. A higiene do trabalho, através de suas etapas, fornece dados essenciais para melhor interpretação do universo do trabalho. f) Medicina do Trabalho – O controle biológico, por meio de exames médicos, é um dos parâmetros utilizados para verificar a eficiência e subsidiar um programa de controle de riscos ambientais. g) Toxicologia – A toxicologia fornece dados técnicos sobre os contaminantes ambientais, facilitando o reconhecimento dos riscos ambientais nos locais de trabalho. Pode-se então afirmar que a toxicologia, na maioria das vezes, antecede as etapas clássicas de um programa de higiene do trabalho. h) Segurança do Trabalho – A higiene do trabalho, mediante análise dos agentes agressivos nos postos de trabalho, muitas vezes previne também riscos operacionais capazes de gerar acidente do trabalho. Higiene do trabalho X Demais ciencias
Compartilhar