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TEORIA DA HISTÓRIA E HISTORIOGRAFIA Unidade II O Pensamento Histórico A Partir Do Século XIX Tópico I - A Tradição Historiográfica No Século XIX: Alguns Exemplos No final do século XIX, a História se tornou uma disciplina da ciência, das políticas imperialistas de governo, consolidação da economia capitalista, da produção industrial, da secularização da sociedade e do cientificismo. A história que foi produzida ao longo do século XIX caracterizou-se por prezar questões de verificação da veracidade e origem, formas de transporte, técnicas de arquivamento de documentos, relíquias que pertenciam a personalidades políticas e ou à história das nações. Os historiadores que se destacaram na produção da História do século XIX foram: Leopold von Ranke, Jules Michelet, Fustel de Coulanges, Jacob Burckhardt, Edward Gibbon, Max Weber e Johann Droysen, entre outros. Jules Michelet se dedicou ao estudo da cultura popular, procurando saber das histórias de hereges, bruxas, do povo francês e com a História da França. A narrativa de Michelet se caracterizava por narrativas que evocavam o imaginário cristão, possuíam lirismo dramático e poético e com forte tom épico. Fustel de Coulanges militou por uma história mais sóbria, completamente dedicada ao texto, cuja interpretação nada acrescentou aos fatos e documentos, ou seja, que o historiador controla sua subjetividade. Johann G. Droysen defendeu que o saber histórico deve conter fundamentação metodológica rigorosa e autônoma das demais ciências. Uma pergunta deveria motivar o reconhecimento dos traços do passado no presente, nas lembranças, nos esquecimentos, nos vestígios; e a partir destes recursos ousar vislumbrar o futuro. Jacob Buckhardt dedicou-se ao estudo das artes da renascença italiana, no sentido de descrever as tendências que perpassavam a produção artística e filiação que as mesmas possuíam em meio aos contextos socioculturais. Segundo Burke (1995), o fazer histórico de Burckhardt centrou-se na atividade de descrever as tendências em meio a um contexto histórico e social ou artístico, ultrapassando a narrativa pura e simples de fatos políticos e do Estado, Max Weber se dedicou aos estudos da sociedade em processo de racionalização e secularização do estado moderno, da relação que a economia capitalista estabeleceu com as comunidades religiosas protestantes. Friedrich Nietzsche foi estudioso crítico da antiguidade clássica para os conceitos de ‘serenidade’ e ‘tragédia’; reclamava que o homem deixasse para traz as concepções de um passado heroico e as lições morais e assumisse de frente os impasses e os desafios de sua época. TÓPICO II - A HISTORIOGRAFIA DO SÉCULO XX E escola de Frankfurt formou-se na primeira metade do século XX, apresentava influência marxista e os estudiosos dedicaram-se a questionar questões ideológicas do capitalismo e do liberalismo internacional e pensar alternativas que promovessem o bem-estar social. Integravam Emanuel Kant, Hegel, Karl Marx, S. Freud, Max Weber e George Lukács, entre outros. Theodor Adorno dedicou-se a fazer crítica à indústria cultural que engendrava a padronização e massificação dos padrões culturais e por outro lado a perda de espaços e momentos de reflexão e consciência crítica dos indivíduos, que acarretam em última instância a perda de autonomia e o exercício da liberdade. Walter Benjamin foi um crítico dos projetos de modernidade, como o progresso e a racionalização, diante disto defendeu um conceito de história, na figura de um “anjo”(Angelus Novus) redentor, que vasculha em meio aos escombros do passado e visa recuperar e trazer à vida experiências que foram negligenciadas. O movimento da ‘Nova Esquerda Inglesa’ consiste em uma vertente do pensamento que se dedicou à crítica da sociedade moderna ocidental, pesquisando temas como a exploração econômica de trabalhadores, as contradições entre os grupos sociais, a dominação religiosa e violência simbólica dos indivíduos, ressaltando processos de luta e revoluções populares. Exemplos de estudiosos que se dedicaram são Perry Anderson (1938), Cristropher Hill (1902-2003), Eric Hobsbawm (1917-2012), George Rudé (1910-1993), Charles Tilly (1929- 2008), Eduard Palmer Thompson (1924-1993) e Maurice Dobb (1900-1976). Eric Hobsbawm foi o historiador de maior destaque neste grupo de intelectuais. Seus estudos em geral versavam sobre aspectos da vida social, política e econômica na Idade Moderna. Principais contribuições de Eric Hobsbawm para a compreensão da História do Ocidente foi o de pensar de forma crítica a presença ocidental no mundo. Além da colaboração dos seus estudos para um alargamento do entendimento de processos históricos de longa duração. Outra importante consequência dos estudos de Hobsbawm foi a compreensão do sistema capitalista. Perry Anderson possuiu uma grande importância em seus estudos sobre a sociedade feudal e do absolutismo europeu. Em relação ao feudalismo, Anderson escreveu o clássico ‘Passagens da Antiguidade Clássica ao Feudalismo’, no qual apontou a construção do sistema feudal como uma continuação de convenções sociais romanas (a servidão) e germânicas (o cumitatus, forma de organização guerreira). Thompson se destacou nos estudos que apresentou diversas pesquisas, com base antropológica, na qual apontou as transformações cotidianas vivenciadas pelas populações que migraram do campo para a cidade ao longo do século XVIII, e que lutaram por manter seu estilo de vida e seus valores. Assim, uma das grandes contribuições de Thompson foi compreender os motins realizados pelos plebeus não como uma expressão da fome pela qual passavam. Mas sim, uma revolta motivada pelos valores profundos que estavam sendo desrespeitados pela nova ética do trabalho, ligada à produção industrial. Christopher Hill se destacou na produção historiográfica relativa ao século XVII . Uma interessante época, na qual foram realizadas a Revolução Puritana, a República de Cromwell e a Revolução Gloriosa. Maurice Dobb também está incluído entre os destaques da historiografia marxista inglesa do século XX. Economista de formação, sua contribuição à historiografia esteve relacionada ao campo da história econômica. Em especial, seus estudos possibilitaram um melhor entendimento sobre o importante tema da transição da sociedade feudal para a capitalista. A Historiografia Latino-Americana mesmo em meio a regimes ditatoriais, ganhou forte impulso a partir dos anos de 1970 quando foi criada a Cepal-Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe, que se dedicou aos estudos de temas como trabalho e escravidão, movimentos sociais, cultura popular, identidades. Malerba (2009) aponta que a historiografia latino-americana ao passo da historiografia brasileira conta com um forte impulso nos anos de 1960, cujo caráter se expressa pela presença Os Annales da primeira fase deixaram de lado os temas da história política, e se dedicaram aos estudos de temas econômicos e sociais, pesquisaram momentos pré-industriais, e questionaram a tradição do século XIX do historicismo, do evolucionismo e da ideia de progresso cumulativo; por outro lado, reclamavam por alternativas e revoluções coletivas, e de um indivíduo liberto da dominação e tutela do Estado. A segunda geração dos Annales se utilizou de conceitos, abordagens e métodos oriundos de outras ciências como a demografia, etnologia, geografia e da ciência política; visavam recuperar a globalidade dos fenômenos humanos, numa perspectiva de movimento rumo à totalidade do social. A segunda geração dos Annales reforçou o argumento de que existia reciprocidade e pertencimento entre as esferas da economia, da política, da cultura e da sociedade (a cultura é economia, política, sociedade); bem como o uso de tabulações e programas de computadores e do método comparativo; procuravam perceber a ocorrência de fenômenos na dinâmica temporal da longa duração. Fernand Braudel (1902-1985), estudioso francês, que pertenceu à segunda geração do grupo dos Annales, propôs a categorização de tempo tripartidaem “acontecimento”, “conjuntura” e “estrutura” como meio de classificar fatos e fenômenos que ocorrem na experiência/trajetória das mais diferentes sociedades e indivíduos. Braudel propôs a análise da temporalidade curta, média e a longa duração. A terceira geração dos Annales dissolve-se em grande parte em nova história cultural e os temas que até então se encontravam mais globalizantes (economia, sociedade e cultura) fragmentam-se em história do cotidiano e da vida privada; história das mulheres, da sexualidade, história do corpo, subjetividade, história da infância; literatura, discursos, narrativas, linguística, semiótica, imagens, hermenêutica; história oral, memória e identidade, patrimônio histórico e cultural (tangível e intangível). Michel Foucault dedicou-se aos estudos do cotidiano, das mentalidades, da subjetividade e em fazer crítica às instituições repressivas do Estado moderno. Como método histórico propôs o modelo arqueológico que previa a negação dos modelos racionalistas e que buscasse as origens e a genealogia das formas de dominação e poder. TÓPICO III - AS PRINCIPAIS TENDÊNCIAS DO SÉCULO XXI A Nova História Cultural se torna uma tendência do pensamento histórico a partir dos anos de 1970, e de maneira geral pode-se dizer que os temas da história local e regional, da cultura, os modos de fazer e viver dos indivíduos e das comunidades ganham espaço nas pesquisas. Foi o momento em que a história se aproximou e se apropriou de métodos de pesquisa e categorias de análise das áreas do conhecimento e disciplinas tais como a antropologia, a psicologia, a filosofia, literatura, linguística, economia e geografia. A micro-história reconhece o microcosmo cultural dos indivíduos, os elementos que evidenciam as contradições e os conflitos que ocorrem nas relações sociais e públicas mais amplas. Como método de pesquisa é utilizado a investigação de pormenores como rastros e vestígios como provas e elementos reveladores de responsáveis e culpados. A história e o saber local se preocupam com a interpretação das culturas, nas suas redes de imbricações, em especial, busca saber quem e como foram definidas as estruturas culturais que acompanham os indivíduos. A história ambiental ganhou ênfase a partir dos anos de 1970 dos movimentos ambientalistas; centra-se nos estudos do planeta terra e da natureza tendo como agente o homem, as sociedades e as civilizações; apoiam-se nas áreas da antropologia, geografia, da geologia e demais ciências naturais. A história do tempo presente se dedica à pesquisa temas oriundos do cenário político e econômico, dos movimentos sociais, questões climáticas e ambientais: acidentes, protestos, manifestações, catástrofes, quebras, prisões, desastres, fatalidades, invasões, greves, visitas, aparições, tomadas, atentados, entre outros. Simulado 1. Alguns estudiosos se debruçam a interpretar a sociedade. Consoante à teoria marxista, a luta de classes que compõe a história da humanidade é uma luta material, baseada na produção. Essas constatações levaram Marx a reconhecer que a análise sociológica é uma análise materialista e histórica, criando então o conceito de materialismo histórico-dialético. Diante desse tema, sobre as perspectivas de história que o paradigma marxista apresenta, analise as afirmativas a seguir: I- A realidade social é mutável. II- A mudança está submetida à leis que se encaixam em outras leis históricas. III- As mudanças tendem a momentos de equilíbrio relativo. IV- A mudança está relacionada a existência de fatos, e não de percepções ou opiniões. Assinale a alternativa CORRETA: A- As afirmativas I e IV estão corretas. B- As afirmativas I, II e III estão corretas. C- As afirmativas II e IV estão corretas. D As afirmativas I, II e IV estão corretas. 2. Na segunda metade do século XX, uma nova metodologia se propagou nos estudos históricos: a micro-história. Tornou-se mundialmente conhecida através da produção intelectual do historiador italiano Carlo Ginzburg após a publicação da obra intitulada "O queijo e os vermes". Sobre as características da micro-história, analise as sentenças a seguir: I- Enfatiza os indivíduos, suas expectativas, frustações, alegrias, sofrimentos e os meandros do cotidiano. II- É marcada por um procedimento analítico que reduz a escala do objeto analisado. III- A micro-história não fomenta nenhum subsídio para entender a sociedade numa escala mais global. Assinale a alternativa CORRETA: A- As sentenças II e III estão corretas. B- As sentenças I e II estão corretas. C- Somente a sentença I está correta. D- As sentenças I e III estão corretas 3. Os Annales surgiram de encontros aos sábados entre filósofos, sociólogos, historiadores, geógrafos, juristas e matemáticos docentes da Universidade de Estrasburgo, cidade a nordeste da França, região da Alsácia, que buscavam refletir sobre temas de filosofia e orientalismo, história das religiões e história social. Sobre essa corrente historiográfica, assinale a alternativa INCORRETA: A) Os Annales da primeira fase deixaram de lado os temas da história política, e se dedicaram aos estudos de temas econômicos e sociais, pesquisaram momentos pré-industriais, e questionaram a tradição do século XIX do historicismo, do evolucionismo e da ideia de progresso cumulativo. B) A terceira geração dos Annales dissolve-se em grande parte em nova história cultural e os temas que até então se encontravam mais globalizantes (economia, sociedade e cultura) fragmentam-se em história do cotidiano e da vida privada. C) A primeira geração dos Annales procurava, com o uso de tabulações e programas de computadores e do método comparativo, perceber a ocorrência de fenômenos na dinâmica temporal da longa duração. D) A segunda geração dos Annales se utilizou de conceitos, abordagens e métodos oriundos de outras ciências como a demografia, etnologia, geografia e da ciência política. 4. A Escola dos Annales conheceu uma segunda fase, na qual a revista do movimento é rebatizada para Annales: Économies, Societés et Civilisations. Durante esse período, a revista é dirigida por Fernand Braudel e os trabalhos publicados passam a incorporar conceitos advindos de outros campos de conhecimento, dentro da perspectiva de impulsionar o movimento historiográfico liderado pela revista na direção de um estudo da totalidade social. Os historiadores da Escola nesse momento tinham uma compreensão da relação de reciprocidade entre as diferentes esferas que compunham o estudo da História e buscavam consolidar o método comparativo. Um dos estudiosos que se destacaram foi o próprio Braudel. Quanto ao trabalho desse historiador, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: ( ) Braudel destacava e louvava o caráter sólido da disciplina da História. ( ) Braudel estabeleceu uma divisão tripartite do tempo histórico. ( ) Braudel entendia que o tempo factual envolvia as experiências individuais. ( ) Braudel equivalia a história de longa duração ao tempo natural. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: A- V - V - F - F. B- F - V - V - V. C- F - V - V - F. D- V - F - F - V. 5. A escola de Frankfurt foi formada por um grupo de estudiosos na primeira metade do século XX. Tinha forte influência marxista, apesar de se distanciar do marxismo tradicional do século XIX e trazer para sua análise aspectos culturais e de bem-estar social. Considerando as ideologias que criticava, analise as sentenças a seguir: I- Judaísmo. II- Capitalismo. III- Socialismo soviético. IV- Liberalismo internacional. Assinale a alternativa CORRETA: A- As sentenças II, III e IV estão corretas. B- As sentenças I e III estão corretas. C- As sentenças I, II e IV estão corretas. D-As sentenças I, III e IV estão corretas. 6. Entre os pensadores mais influentes do século XIX encontramos Nietzsche. Com Freud e Marx, Nietzsche foi responsável por uma verdadeira revolução na maneira do Ocidente perceber e refletir acerca dos fenômenos humanos, a História inclusa. Estudando a Antiguidade Clássica,Nietzsche mudou nossa maneira de perceber esse período histórico. Quanto à obra de Nietzsche, assinale a alternativa CORRETA: A- Nietzsche apontava para uma tensão entre o apolíneo e o dionisíaco. B- Nietzsche defendia a História na sua abordagem do "mito de origem". C-Nietzsche defendia um "reencantamento" do mundo pela metafísica. D-Nietzsche destacava a harmonia da sociedade grega. Friedrich Nietzsche (1844-1900), leitor de Arthur Schopenhauer (1788-1860), fez importante crítica ao racionalismo que imperava na sua época, Adotando uma postura niilista (redução ao nada; aniquilamento). Dentre as análises do autor, podemos destacar suas críticas às pesquisas sobre genealogias familiares, campanhas nacionalistas, entre outros temas. Estas genealogias o autor tratava como sendo: A- Mito da Aurora. B- Mito do Anticristo. C- Mito da Origem. D- Mito da Nação. 8. A historiografia do século XIX é muito rica e nos legou referências importantes, num contexto de formação dos estados nacionais. Alguns deles lançaram bases de concepções historiográficas que viriam a ser muito significativas posteriormente. Dentre os historiadores importantes do período podemos destacar Jules, Leopold Ranke, Jacob Burckhardt, Fustel de Coulanges, entre outros. Sobre os historiadores do século XIX citados, analise as sentenças a seguir: I- Jules Michelet era um nacionalista e destacava em seus estudos a história do irracional, de bruxaria, entre outros temas populares. II- Leopold Ranke se dedicou exaustivamente a escrever uma história da França. III- Jacob Burckhardt criticava a narrativa histórica pautada na noção de progresso e linearidade. IV- Fustel de Coulanges negava exposição da subjetividade do pesquisador e este deveria se ater à restituição do documento. Assinale a alternativa CORRETA: A) As sentenças I, II e III estão corretas. B) Somente a sentença II está correta. C) As sentenças I, III e IV estão corretas. D) Somente a sentença IV está correta. 9. Das escolas historiográficas do século XX, devemos destacar a Escola de Frankfurt. Um grupo de pesquisadores oriundos do marxismo, reunidos no Instituto de Pesquisa Social da Universidade de Frankfurt não adotaram posturas críticas com relação ao marxismo dogmático. Entre os pesquisadores desta escola, cabe destacar Walter Benjamin (1892-1940). Sobre a concepção de história de Benjamin, analise as seguintes sentenças: I- Em termos de temporalidade histórica, o passado e o presente se sucedem. II- Em termos de temporalidade, o passado simultâneo ao presente são contemporâneos, sobrepõem-se. III- Para o autor, o historicismo buscava somente estabelecer um nexo causal entre vários momentos da história. IV- Para o autor, o historiador deve focar nos grandes personagens e nos feitos dos heróis que a história oficial registra. Assinale a alternativa CORRETA: A) As sentenças I e II estão corretas. B) As sentenças I e III estão corretas. C) Somente a sentença IV está correta. D) As sentenças II e III estão corretas. 10. Charles-Victor Langlois (1863- 1929) e Charles Seignobos (1854- 1942) escreveram “A introdução aos estudos históricos” (1898), lançando as bases da Escola Metódica da História. Nesta obra, eles propunham uma história com rigor científico, dando ênfase a temas militares, políticos e cívicos, embasada em documentos oficiais que resumiram o máximo de objetividade. Segundo os autores, o historiador deveria seguir alguns procedimentos metodológicos básicos. Sobre estes procedimentos, analise as sentenças a seguir: I- Cabe ao historiador juntar e classificar fontes e documentos. II- O historiador deve fazer a crítica interna das fontes e documentos. III- Cabe ao historiador proceder ao encadeamento dos fatos. IV- O historiador deve organizar os fatos por meio de uma construção aleatória, para ser imparcial. Assinale a alternativa CORRETA: As sentenças I e IV estão corretas. As sentenças I, II e III estão corretas. As sentenças II e IV estão corretas. As sentenças I, III e IV estão corretas 11. Cada época histórica forja seu próprio olhar, não só sobre o tempo presente, mas também, e talvez principalmente, sobre o tempo passado. Dessa maneira, podemos caracterizar a historiografia produzida em cada período a partir de certos elementos que refletem as preocupações e o viés daquele tempo. Assim, é possível traçar em linhas gerais a visão historiográfica própria do século XIX a partir do cotejamento das obras produzidas no período e que nos revelam o foco das atenções sobre a História naquela época. Quanto à historiografia realizada no século XIX, analise as afirmativas a seguir: I- A História produzida no período caracteriza-se pelo cientificismo. II- Nessa época não havia preocupação com a veracidade das fontes. III- Nessa época, a História servia para justificar as políticas imperialistas. IV- A História feita no período não se atentava à preservação de relíquias. Assinale a alternativa CORRETA: A- As afirmativas II e III estão corretas. B- As afirmativas III e IV estão corretas. C- As afirmativas I e III estão corretas. D-As afirmativas II e IV estão corretas. 12. A partir da década de 1960 ficou evidente a todos e foi cada vez mais trazida ao debate a crise ecológica que nossa civilização enfrenta. Na década de 1970, os historiadores começaram a voltar sua atenção para aquilo que veio a ser chamado de História Ambiental. Poderíamos afirmar que essa tendência já estava latente na segunda geração dos Annales nos trabalhos de Braudel. Lançando mão da contribuições dadas pela geografia e a antropologia, o historiador ambiental realiza um trabalho interdisciplinar. Sobre a História Ambiental, assinale a alternativa CORRETA: A- Essa corrente demonstra que alguns povos respeitam mais a natureza. B- Trata-se de revelar como a humanidade vem percebendo a natureza. C- Essa corrente demonstra que existiu harmonia total com a natureza no passado. D- A História Ambiental exclui o estudo tanto da ética quanto da estética. 13. Em todo ramo do conhecimento, em um determinado momento histórico, a prática de uma disciplina apresenta tendências que são novos rumos que a investigação do saber toma a partir das condições e contradições de sua própria época. Assim também é com a História enquanto ciência. As tendências atuais do fazer histórico encontram-se condicionadas pelas características da contemporaneidade. Uma dessas tendências consistira naquilo que é chamado de "A Nova História Cultural". Sobre essa tendência, assinale a alternativa CORRETA: A- Seus estudos abarcam expressões como formas, artefatos e paisagens. B- Essa tendência dá ênfase para as estruturas econômicas para a História. C- Essa tendência configura um estreitamento do campo hermenêutico. D- Para seus estudiosos a cultura situa-se acima das relações econômicas. 14. A História é filha de seu tempo" como diria Lucien Febvre (1878-1956). Cada época produz uma história que irremediavelmente mergulha no tempo em que ela foi escrita. Nesse sentido, a história está marcada por quem a escreve, de onde a escreve e quando é feita. A História do século XIX não foge a esse destino. Sobre as características da historiografia do século XIX, analise as sentenças a seguir: I- Havia uma preocupação com os temas diplomáticos e com a catalogação de documento dos oficiais do estado. II- Havia um cuidado com a preservação de relíquias relacionadas a grandes personagens e eventos significativos. III- Havia uma proposital falta de preocupação com os estudos dos grandes reinos e impérios. IV- Havia um fomento a estudos que evidenciassem o nacionalismo que visasse à unificação política das nações. Assinale a alternativa CORRETA: A- Somente a sentença IV está correta. B- As sentenças I, II e III estão corretas. C- Somente a sentença II está correta. D- As sentenças I, II e IV estão corretas. 15. Max Weber (1864-1920), um dos fundadores da Sociologia, foi um intelectual bastante ativo nas questões políticas de sua época, teve uma contribuição importante ao descrever a relação entre a éticaprotestante e a economia capitalista. Com relação às concepções historiográficas de Weber, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: ( ) Defendia o materialismo histórico e sua concepção dialética. ( ) Criticava a visão comparativa da história. ( ) Criticava o método historicista da história. ( ) Defendia a interpretação histórica que devia ser movida por um interesse contemporâneo. Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: A- F - V - V - F. B- V - V - F - F. C- F - F - V - V. D-V - F - F - V. 16. A micro-história apresenta-se como alternativa à macro-história, que vai se munir de pequenas histórias, que possuem sentido e significado por si mesmas. As estruturas globalizantes e generalizadoras como da economia de mercado, sociedade de consumo política internacional são preteridas; no seu lugar enfatiza-se os indivíduos, suas expectativas, frustrações, alegrias, sofrimentos e os meandros de seu cotidiano. Assinale a alternativa CORRETA que apresenta um dos principais representantes dessa forma de se construir e organizar a História: A- Eric Hobsbawm. B- Carlos Ginzburg. C- Michel Foucault. D- Eduard Palmer Thompson. image2.png image1.jpeg