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(artigos esportivos). Mas muito bem-feito. Minority Report (A Nova Lei), dirigido por Steven Spielberg e estrelado por Tom Cruise, em 2002, teve 15 diferentes empresas que pagaram um total de US$ 25 milhões pelas cenas de merchandising de seus produtos, o que dá uma média de US$ 1,7 milhão por empresa. Como o filme custou US$ 80 milhões, cada merchandising representou 2,13% do orçamento do filme. 47 Em 007 – Um Novo Dia para Morrer, lançado em 2002, as 24 empresas que fizeram merchandising no filme pagaram um total de US$ 60 milhões, resultando numa média de 2,5 milhões para cada uma. O orçamento total dessa 20ª produção do agente secreto inglês ficou em US$ 142 milhões, o que fez com que cada merchandising representasse somente 1,76% do custo do filme. Merchandising da Sony no filme 007 – Casino Royale Merchandising da Lexus no filme Minority Report Com o renascer do cinema nacional a partir de 1995, e abertura de inúmeras salas, havendo hoje cerca de 1.800, as inserções de merchandising nas produções brasileiras tem se tornado constante e principalmente, uma grande ajuda nos orçamentos. Como foi em Show de Verão, estrelado pelo casal Angélica e Luciano Huck, que contou com mais de dez marcas. Até a situação proibitiva de se inserir merchandising em filmes de época, se conseguiu contornar com bastante criatividade no A Taça do Mundo é Nossa, lançado em 2003 e estrelado pela turma do Casseta & Planeta. O filme se passa em 1970 e o estilo de humor nonsense do Casseta permitiu a inserção do principal merchandising do filme, o novo Pólo 2004 da Volkswagem, com um personagem 48 questionando a situação irreal de o carro estar num filme de 1970 e o outro fazendo blague com a própria decisão do departamento de marketing da Volks de ter aprovado tal ação. Com os outros produtos que participaram do filme, os produtores conseguiram levantar quase R$ 1,5 milhão de verba de merchandising, ou seja, 31% do orçamento total de R$ 4,9 milhões. Em algumas outras produções da Conspiração Filmes a verba de merchandising chega a cobrir até 18% dos custos de produção. 4.3 - O merchandising na TV Nos anos 80, quando teve início a prática do merchandising nas novelas, havia o bom senso de se inserir produtos somente se houvesse pertinência e adequação com o roteiro e trama já escritos pelo autor. Ultimamente isso deixou de ser feito, e o roteiro é que é alterado pelo autor para se adequar ao produto que vai ser divulgado, ou então, já é escrito prevendo situações nas quais possam entrar vários tipos de produtos. Na televisão, a relação entre preços de merchandisings e custos de produção dos programas, é bem menor, com o preço médio de uma ação de 90” chegando a ficar entre US$ 50,000 a US$ 80,000, que é também quanto pode custar a produção de um capítulo das novelas da Rede Globo, o que faz com que o preço do merchandising em TV chegue a 100% do custo do programa, e às vezes, até mais que isso. E graças ao volume despudorado com que apresentadores vendem de tudo entre os “intervalos” de uma atração e outra dentro dos blocos dos programas, esse faturamento mantém não só os programas, mas também os próprios apresentadores e seus altos salários. É inegável a força do merchandising quando feito da forma certa, tanto que nos anos 80, em uma novela da Globo uma personagem dizia que estava cansada da cor roxa e que não iria mais usar roupas dessa cor. O que o autor não sabia era que as lojas estavam estocadas com roupas da cor roxa, porque seria a cor da estação. E ficou tudo encalhado nas lojas, a ponto de a Associação dos Lojistas do Rio de Janeiro relatar o fato à Rede Globo. Para consertar o problema, a emissora colocou num capítulo seguinte a mesma personagem dizendo que tinha mudado de idéia e que passaria a comprar roupas da cor roxa. As lojas passaram a vender as roupas de cor roxa acima até do normal e a Associação dos Lojistas novamente se dirigiu à Globo, dessa vez para agradecer pela ajuda nas vendas. Aproveitando a força do merchandising na TV, alguns autores têm inserido nas novelas da Rede Globo ações sociais nobres e importantes, divulgando na forma 49 de merchandising informações de utilidade pública e temas sociais como, igualdade de direitos e planejamento familiar. Espelhando-se nisso, o governo federal conseguiu, em 2003, que Globo e SBT concordassem em fazer merchandising social em alguns programas contra prostituição infantil. TRABALHO: 1- Como surgiu o merchandising? 2- Como é a forma mais correta de se fazer merchandising no cinema ou na TV? 3- Por que o uso do merchandising por parte dos veículos de comunicação e anunciantes precisa ter ética? 4- Cite pelo menos dois exemplos de merchandising feitos da forma correta no cinema, e dois feitos em TV. 50 5 – PLANEJAMENTO DE MÍDIA Planejamento de mídia é o momento de elaboração de um plano, conforme a verba disponível, para atender aos objetivos de comunicação e de marketing. É um processo de estruturação de idéias e de tomadas de decisões, como veremos mais adiante, de acordo com um roteiro e um método predeterminados. E por que planejamento? Porque cada vez mais a situação vem exigindo, do profissional de mídia, talento e criatividade para atender adequadamente às exigências de um mercado que se torna cada vez mais sofisticado e complexo com a entrada de novas culturas empresariais e das revolucionárias tecnologias. Passa-se por uma revolução qualitativa e quantitativa do mercado consumidor: do antigo fabricante com oferta limitada, surgiu o atacadista com grande força de distribuição, culminando no varejo com extensa rede de lojas e com enorme variedade de produtos. Por outro lado, o consumidor torna-se cada vez mais exigente e infiel às marcas. 6.1 Plano de Mídia É o documento que contém de forma organizada as análises de dados e as recomendações para se atingirem as metas da campanha. Como já foi dito antes, o Plano de Mídia está para a mídia assim como a peça publicitária está para a criação. Essa relação parece óbvia para alguns, mas para quem está iniciando na área de mídia ou está há pouco tempo na atividade, é importante entendê-la, porque ela pode ajudar a construir uma correta e consistente carreira profissional. Vamos à explicação: • em uma peça de TV, por exemplo, o profissional de criação utiliza sua sensibilidade para criar um comercial que transmita, de forma tocante e persuasiva, os aspectos relevantes do produto ou serviço; 51 • em um Plano de Mídia, o profissional de mídia coloca em prática sua visão estratégica para planejar a melhor forma de veicular esse comercial de TV, de modo que atinja a quantidade adequada de público-alvo e com a intensidade necessária. Um ponto comum nas atividades desses profissionais é o talento para desenvolver um trabalho que leva sua assinatura, assim como o artista com sua obra, o músico com sua canção e o artilheiro com o gol. O Planejamento de Mídia divide-se em três pilares, a saber: objetivo, estratégia e tática. 1º Objetivo de mídia Quantidade de pessoas que se quer atingir com a campanha, com determinada intensidade de veiculação e durante determinado período. 2º Estratégia de mídia É o caminho que se traça para atingir esse objetivo, utilizando os meios escolhidos e seguindo um cronograma de veiculação. 3º Tática de mídia São as formas de ação e os recursos através dos quais se implanta essa estratégia, ou seja, é o detalhamento de onde as peças serão veiculadas, do número de inserções, de pessoas atingidas e dos valores que serão investidos. Objetivo, estratégia e tática são termos utilizados na arte militar e foram