Buscar

147737121614 DPC D ADM AULA 01 MATERIAL DE APOIO (2)

Prévia do material em texto

� �
�
�
�
�
�
�
www.cers.com.br 
�
DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL 
Direito Administrativo 
Romoaldo Goulart 
 
1 
CERS 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL – 2015 
PROF. ROMOALDO GOULART 
 
10 encontros (DELEGADO DE POLÍCIA – 
2015) 
 
AULA 01- Princípios e Poderes da 
Administração Pública: 
 
PRINCÍPIOS E PODERES DA 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
Princípio é o fundamento de existência de 
algo, de algum sistema ou ciência; normas 
fundamentais. Tudo que é criado é baseado 
no principio. 
 
Quantas vezes, em nossas relações, já 
ouvimos, ou até mesmo falamos “a 
princípio....”, por exemplo, a princípio, para 
passar em um concurso público tem que 
estudar. Assim, poderíamos, então, elaborar o 
“princípio geral da aprovação”, entre outros. 
 
Vendo então, dessa forma simples, podemos 
concluir que princípio nada mais é que uma 
regra geral. 
 
O Direito Administrativo elaborou os seus 
PRINCÍPIOS. Alguns foram acolhidos pela 
CF/88, no entanto já haviam sido 
contemplados pela doutrina. 
 
Verifica-se, hoje, em nossa Constituição 
Federal, que há princípios expressos e 
implícitos em seu texto. Trata-se de uma 
questão bastante explorada pelas bancas de 
concursos, pois muitos visualizam apenas os 
princípios básico, gerais, da Administração 
Pública, que ora, são expressos no art. 37, 
caput da CF/88. Todavia, lembre-se que há 
princípios tanto na Constituição Federal, 
quanto em outras normas, ora expressos, ora 
implícitos. 
 
Princípios da Administração Pública: 
 
Constitucionais: (Art. 37) 
 
 
 
LEGALIDADE 
IMPESSOALIDADE 
MORALIDADE 
PUBLICIDADE 
EFICIÊNCIA 
 
Outros Princípios: 
 
RAZOABILIDADE 
PROPORCIONALIDADE 
FINALIDADE 
HIERARQUIA 
SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO 
SOBRE O PRIVADO 
ESPECIALIDADE 
TUTELA 
AUTOTUTELA 
CONTINUIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO 
PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE OU 
VERACIDADE 
SEGURANÇA JURÍDICA 
 
Princípios Constitucionais da Administração 
Pública: 
 
 
LEGALIDADE: 
 
É o princípio básico de todo o Direito Público. 
 
O princípio da legalidade é o que fundamenta 
o próprio Estado de Direito; marco de 
passagem do Estado arbitrário para o Estado 
de Direito, não cabe ao estado fazer o que 
quer e sim o que a lei determina – onde todos 
estão subordinados às suas próprias leis, 
inclusive os que a criam. “Administrar é 
aplicar a Lei de Ofício”. O administrador está 
rigidamente preso à lei, desse modo a 
atuação do administrador deve ser 
confrontada com a lei. 
 
A doutrina costuma usar a seguinte 
expressão: enquanto na atividade particular 
tudo o que não está proibido é permitido, na 
Administração Pública é o inverso, ela só 
pode fazer o que a lei permite, deste modo, 
tudo o que não está permitido é proibido. 
Qualquer ato administrativo está subordinado 
à lei. 
 
 
 
� �
�
�
�
�
�
�
www.cers.com.br 
�
DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL 
Direito Administrativo 
Romoaldo Goulart 
 
2 
2. IMPESSOALIDADE: 
 
Possui duas vertentes: 
 
Destinatário do Ato 
 
Remetente do Ato 
 
Na primeira, qualquer ato da Administração 
Pública deve zelar pelo interesse público, não 
pessoal. Na outra, os atos são imputados à 
entidade a que se vincula o agente público, 
não a ele próprio. 
 
O ato não é do administrador e sim da 
Administração. 
 
3. MORALIDADE: a moralidade foi 
transformada em princípio jurídico. 
 
Moralidade administrativa não é pura e 
simplesmente a regra moral, os valores de 
cada um e sim a preservação do interesse 
público. Não é suficiente a administração 
cumprir a lei. Há condutas que objetivamente 
podem ser lícitas, legais, no entanto, 
contrariam valores inerentes ao interesse 
público. 
 
O Direito Administrativo elaborou um conceito 
próprio de moral, diferente da moral comum. 
A moral administrativa significa o dever de o 
administrador não apenas cumprir a lei 
formalmente, mas cumprir substancialmente, 
procurando sempre o melhor resultado para a 
administração. Toda atuação do 
administrador é inspirada no interesse 
público. 
 
JUSTO – HONESTO - LEGAL 
 
A exploração deste princípio está relacionada 
à improbidade administrativa - imoralidade 
qualificada. (Lei 8429/92) 
 
 
4. PUBLICIDADE: 
 
Todo Ato administrativo deve ser público, 
exceto quando a lei estipular que se deve 
guardar sigilo. A natureza do Ato pode 
requerer este sigilo como nos casos de 
segurança nacional ou de interesse público. 
 
Destina-se, de um lado, à produção dos 
efeitos externos dos atos administrativos. 
 
5. EFICIÊNCIA: 
 
Introduzido pela emenda constitucional 19/88, 
que tratou da Reforma administrativa, esse 
princípio veio explicitar a regra que já estava 
ínsita tacitamente na Administração Pública. 
A administração pública deve buscar na sua 
prestação de serviço público a melhor 
qualidade, maior especificidade possível. 
Obedecer ainda à relação qualidade x tempo. 
Onde se presta o serviço com a melhor 
qualidade e menor tempo. 
 
Outros princípios da Administração Pública: 
 
6. RAZOABILIDADE: 
 
Os poderes concedidos à Administração 
devem ser exercidos na medida necessária 
ao atendimento do interesse coletivo, sem 
exacerbações. 
 
A Administração Pública deve atuar de 
conduta comum, normal e razoável em 
conformidade com o previsto. 
 
7. PROPORCIONALIDADE: 
 
É um desdobramento da razoabilidade. 
Adotando a medida necessária para atingir o 
interesse público almejado, o Administrador 
age com proporcionalidade. Os meios 
equivalem aos fins. 
 
8. FINALIDADE: 
 
Toda atuação do administrador se destina a 
atender o interesse público. 
 
O interesse público pode ser: 
 
Primário – identifica-se com o de toda a 
coletividade. É o interesse coletivo. 
 
Secundário – é o pertinente à Pessoa Jurídica 
de Direito Público. Ex.: a União tem interesse 
secundário em pagar menos aos seus 
servidores. 
 
� �
�
�
�
�
�
�
www.cers.com.br 
�
DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL 
Direito Administrativo 
Romoaldo Goulart 
 
3 
9. HIERARQUIA 
 
A Administração Pública é instituída de forma 
organizacional. Composta por órgãos, 
autoridades superiores e autoridades 
inferiores. 
 
Atuação do poder hierárquico: DELEGAÇÃO- 
AVOCAÇÃO - REVISÃO, do ato 
administrativo pelos superiores. 
 
Delegação: delega as funções e atribuições 
aos subordinados. 
 
Avocação: vai chamar para si a função que de 
início seria do subordinado. 
 
Revisão: vai revisar os atos praticados pelos 
subordinados. Deferimento ou indeferimento. 
 
PODER DISCIPLINARX PODER 
HIERÁRQUICO 
 
Poder Disciplinar – capacidade que tem a 
administração de verificar os ilícitos 
administrativos. Mais amplo. 
 
Poder Hierárquico_ específico para punição 
de irregularidades administrativa, pelo 
superior ao subordinado. Está contidono 
poder disciplinar. 
 
10. SUPREMACIA DO INTERESSE 
PÚBLICO SOBRE O PRIVADO: 
 
É a essência do regime jurídico 
administrativo. Toda ação do agente público 
há de se voltar para assegurar a ordem 
pública. 
 
A Administração Pública nas suas relações 
sempre se posiciona de forma privilegiada, 
voltada justamente para o interesse público. 
O Sistema Jurídico concede prerrogativas ao 
estado para defender o interesse público. Nas 
suas relações de Direito Administrativo há 
uma superioridadedo poder público e não 
uma relação de igualdade. 
 
11. ESPECIALIDADE 
 
Pelo Princípio daespecialidade, aentidade ou 
o órgão quando criado tem que cumprir o 
fim para qual foi criado. Assim, quando o 
Governo cria um novo Ministério, por 
exemplo, ele tem que cumprir a missão para a 
qual foiinstituído. Um vez criado o Ministério 
da Saúde, este terá que tratar sobre saúde, 
não sobre educação, pois para isso, temos o 
Ministério da Educação, o do Transporte para 
o transporte e assim por diante. 
 
Cabe a entidade instituidora fiscalizar, 
verificando se o órgão ou Entidade instituída 
está cumprindo a sua missão. 
 
12. TUTELA 
 
Refere-se a controle, fiscalização. A 
possibilidade que tem uma pessoa jurídica 
governamental de controlar outra pessoa 
jurídica ou, ainda, um poder controlando um 
outro poder. 
 
O art. 2°, da CF/88, dita que os Poderes são 
autônomos, porém, harmônicos entre si, esta 
“harmonia”, revela a possibilidade de um 
Poder controlar o outro, desde que 
expressamente previsto na Constituição. 
 
Muito utilizado, também, este princípio, 
quando da atuação da Administração Direta 
controlando a Administração Indireta, o 
Ministério (Adm. Direta) controlando, 
fiscalizando uma de suas entidades 
vinculadas (Adm. Indireta). 
 
13. AUTOTUTELA: 
 
Um poder controlando a si próprio – 
Autocontrole. 
 
A Administração tem o dever de zelar pela 
legalidade e eficiência dos seus próprios atos. 
É por isso que se reconhece à Administração 
o poder-dever de declarar a nulidade dos 
seus próprios atos praticados com infração à 
Lei. 
 
Em conseqüência desse Princípio da 
Autotutela, a Administração: 
 
Não precisa ser provocada para reconhecer a 
nulidade dos seus próprios atos; 
 
� �
�
�
�
�
�
�
www.cers.com.br 
�
DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL 
Direito Administrativo 
Romoaldo Goulart 
 
4 
Não precisa recorrer ao Judiciário para 
reconhecer a nulidade dos seus próprios atos. 
 
SUM.STF – 473 : “A Administração tem o 
poder de reconhecer a nulidade dos seus 
próprios atos”. 
 
É a Administração zelando pelos seus 
próprios atos. 
 
É, ainda, em conseqüência da Autotutela, que 
existe a possibilidade de a Administração 
revogar os atos administrativos que não mais 
atendam às finalidades públicas – sejam 
inoportunos, sejam inconvenientes – embora 
sejam legais. 
 
Em suma, a autotutela se justifica para 
garantir à Administração: 
 
A defesa da legalidade dos seus atos; 
 
a defesa da eficiência dos seus atos. 
 
14. CONTINUIDADE DO SERVIÇO 
PÚBLICO: 
 
Exercita a necessidade coletiva, exige a 
continuidade do serviço público, que não 
pode parar. 
 
Efeitos principais: 
 
Impenhorabilidade, não se encontra sujeito à 
penhora. 
 
Imprescritibilidade, não se encontra sujeito ao 
usucapião. 
 
O serviço público destina-se a atender 
necessidades sociais. É com fundamento 
nesse princípio que nos contratos 
administrativos não se permite seja invocada 
pelo particular a exceção do contrato não 
cumprido. 
 
15. PRESUNÇÂO DE LEGITIMIDADE OU 
VERACIDADE 
 
Presume-se que o ato administrativo foi 
criado em obediência a todos os requisitos 
legais; criado de acordo com a lei. 
 
Presunção: 
 
Relativa: admite-se que prove o contrário. É 
verdadeiro até que se prove o contrário. “ 
Juris tantum “ 
 
Absoluta: não se admite que prove o 
contrário. “ juris et de júris” 
 
Todo ato administrativo é de presunção 
relativa. 
 
16. SEGURANÇA JURÍDICA 
 
A administração Pública deve-se portar em 
suas relações de forma a preservar a 
intenção inicial do ato. 
 
Exemplo de institutos que proporcionam 
Segurança Jurídica: 
 
Ato Jurídicoperfeito 
Coisa Julgada 
Direito Adquirido 
 
Ato Jurídicoperfeito: Constituído em 
conformidade com a lei anterior ( na época da 
realização do ato). A nova lei não pode 
modificar. 
 
Coisa Julgada: O que é dito em definitivo. 
Não cabe mais recurso. 
 
Direito Adquirido: Está incorporado ao 
patrimônio do cidadão. Quando se cumprem 
todos os requisitos exigidos pela lei. Usa 
quando quiser.

Continue navegando