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PAPEL DA FAMILIA

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Prévia do material em texto

Maria Luiza Dias Garcia 
 
Coordenadora dos Serviços de Orientação Profissional 
da Clínica LAÇOS e do Instituto Pieron. 
Terapeuta de família e de casal. 
O papel da família no processo 
de escolha profissional 
 
FAMÍLIA E DIVERSIDADE 
 
Casal. 
Família 
– Nuclear. 
– Monoparental. 
– Homoafetiva. 
– Estendida. 
– Adotiva. 
– Poliafetiva. 
– Reconfigurada. 
– Mosaico. 
– Dos meus, dos teus, dos nossos. 
A FAMÍLIA 
• O lugar do filho(a). 
• O mundo simbólico – fantasias e expectativas. 
• Importância da observação e análise da psicodinâmica 
familiar 
• Escolha sintomática. 
 
 
Processos identificatórios 
 
 “Para um adolescente, definir o futuro não é somente 
definir o que fazer, mas, fundamentalmente, definir 
quem ser e, ao mesmo tempo, definir quem não ser.” 
 
 Rodolfo Bohoslavsky 
 (1977, p. 53; 2003, p. 28) 
 
 
 “O grupo familiar constitui o grupo de participação e 
referência fundamental, e é por isso que os valores 
desse grupo constituem bases significativas na 
orientação do adolescente, quer a família atue como 
grupo positivo de referência, quer opere como um grupo 
negativo de referência.” 
 
 Rodolfo Bohoslavsky (2003, p. 33) 
 
Socialização e escolhas 
 
• Multideterminação 
 
 
• Subjetividade – características pessoais 
• Vínculos significativos estabelecidos 
• Meio ambiente 
• Fatores socioeconômicos 
• Oportunidades de estudo 
• A relação conjugal é um produto de fantasias. 
• Cada membro tem um projeto pessoal, com raízes na sua 
família de origem." 
 
 
• A família apresenta expectativas em relação aos seus membros e 
também com a chegada de um bebê. Muito antes do filho ser 
concebido, ele já possui características e talvez até já torça para um 
time de futebol. 
• Via processo de socialização, o indivíduo ocupa um lugar social no 
grupo primário e mais tarde em outros grupos dos quais participará 
(escola, igreja, clube, entre outros). 
• Por meio da identificação com as figuras significativas, aprendemos 
modalidades de ação no mundo e também um modo particular de 
conceber a realidade e as profissões existentes nela. 
• Nossos interesses desenvolvem-se durante todo o ciclo vital 
pessoal e do nosso grupo familiar, sendo que apreendemos e 
significamos as experiências por meio de lentes presentes em nosso 
mundo subjetivo. 
 
 
• Humores também são aprendidos 
• Identificação com os adultos 
• Modelos de repetição 
• Reprodução das modalidades de ação 
• Desenvolver-se é aprender 
 
– Aprendemos por meio do que vivenciamos. 
 
A família oferece um modelo do que fazer 
com o que sentimos. 
Nas palavras de Bohoslavsky 
(1997, p. 53; 2003, p. 27-28) 
 “Será preciso analisar os vínculos com o ‘outro’. Referimo-nos não só ao 
psicólogo, mas ao fato de que a escolha sempre se relaciona com os outros 
(reais e imaginados). O futuro nunca é pensado abstratamente. Nunca se pensa 
numa carreira ou numa faculdade despersonificadas. Será sempre essa carreira 
ou essa faculdade ou esse trabalho, que cristaliza relações interpessoais 
passadas, presentes e futuras. Deve-se examinar as relações com os outros com 
os quais se estabelecem relações primárias (membros da família, do mesmo ou 
do outro sexo como, por exemplo, o casal) e aqueles outros com os quais se 
mantém uma relação de natureza secundária (fundamentalmente professores, 
psicólogos ou técnicos, desde o bedel que atende numa faculdade, a primeira 
pessoa que conhece, desse mundo, em que se quer ingressar, até o responsável 
pelas bolsas de uma instituição, que pode determinar ou influir diretamente 
sobre o futuro de quem escolhe). 
 O futuro implica em desempenhos adultos e se trata, novamente, de um 
futuro personificado. Não há nenhum adolescente que queira ser engenheiro 
‘em geral’ ou psicólogo ‘em geral’. Quer ser como tal pessoa, real ou imaginada, 
que tem tais e quais possibilidades ou atributos e que supostamente, os possui 
em virtude da posição ocupacional que exerce. Isso quer dizer que o ‘queria ser 
engenheiro’ nunca é somente ‘queria ser engenheiro’, mas ‘quero ser como 
suponho que seja Fulano de tal, que é engenheiro e tem tais ‘poderes’, que 
quisera fossem meus’.” 
 
Famílias e seus estilos 
• Famílias que se apresentam com o desejo de que o 
jovem seja feliz 
• Famílias que querem exercer o total controle 
• Famílias desengajadas 
• Famílias cujo primeiro critério diz respeito às 
condições do mercado de trabalho 
 
TRANSMISSÃO PSÍQUICA ENTRE 
GERAÇÕES 
A herança ancestral recebida por via da transmissão psíquica 
entre gerações pode ser considerada como um dos fatores de 
influência no momento da escolha profissional. 
A qualidade das identificações estabelecidas nos vínculos 
importantes (vividos na primeira formação na família ou com 
figuras significativas substitutas) pode promover a repetição 
de padrões disponíveis no grupo de origem, já que os 
modelos observados e vivenciados na infância são 
extremamente poderosos. 
Os processos identificatórios marcam a existência das novas 
gerações. Na vida adulta, podem até ser neutralizados, 
transformados, substituídos por novos aprendizados, mas 
estarão lá na memória individual, como uma referência. 
 
 
A importância de se evidenciar tais 
processos ao sujeito da escolha, para que 
ele possa ganhar independência em 
relação aos legados familiares e 
administrar seu mundo interno com maior 
autonomia, garante que a frase de Goethe, 
tão largamente citada na literatura sobre 
transgeracionalidade, ganhe sentido: 
 “aquilo que herdaste de teus pais, 
conquista-o para fazê-lo teu”. 
 
A escolha como sintoma do grupo familiar 
O sujeito da escolha como paciente identificado na família. 
 
• Relato – Cláudio e suas opções 
 Nutrição 
Modelo 
 Teatro 
 Consulte: Dias, Maria Luiza. Pensando a família no processo de escolha profissional. In: Barros, Delba 
Teixeira Rodrigues, Lima, Mariza Tavares & Escalda, Rosângela (orgs.). Escolha e inserção profissio-
nais: desafios para indivíduos, famílias e instituições. São Paulo: Vetor, p. 267-268, 2007. 
 Herança e Sucessão 
• Filho(a) com futuro formatado – quando o nível de 
diferenciação entre os membros da família é 
prejudicado. 
• “Síndrome do príncipe herdeiro” (Puga, 2011) 
 
• Príncipe coroado que representa o potencial familiar. 
• Junção dos sistemas familiar e empresarial. 
 
 Exemplo: A família de Paulo – relato. 
 
 
• "Cuando los padres comieron uvas 
verdes, los hijos tienem dentera“. 
 
 Henry Dicks 
 
 
 In: Dicks, Henry. Tensiones Matrimoniales. 
 Buenos Aires: Ed. Hormé/Editorial Paidós,, 1970. 
 
 
 
 
• Em certos casos, é necessário 
trabalhar no contexto da família. 
 
OBJETIVOS DA TERAPIA FAMILIAR 
• Gerar espaço de continência para a expressão de 
conflitos; 
• Desvendar significados inconscientes; 
• Compartilhar a natureza dessas relações; 
• Manejar/ Modular; 
• Diminuir as Cisões/ Promover a Integração. 
 
• A psicoterapia de base psicanalítica 
trabalha com a interpretação do 
inconsciente grupal, das defesas 
compartilhadas, por meio do manejo da 
transferência e da contra-transferência. 
 
Trata-se de uma tendência a interpretar sua experiên-
cia baseado no passado. 
Faz emergir um fantasma inconsciente que deforma os 
sentimentos e as reações de um indivíduo em seu 
relacionamento comoutro. 
Transferimos um relacionamento do passado para o 
presente. 
Os indivíduos são propensos a reproduzir no presente 
as atitudes adotadas no início de sua vida em família. 
O ator ignora a natureza repetitiva de seu ato. 
Trata-se da reedição de uma antiga relação vivenciada. 
A transferência é um fenômeno universal. 
Caso Brian Pelman - relato 
• Chanlat, Jean-François (coord.). O 
Indivíduo na Organização – 
dimensões esquecidas. SP: Ed. Atlas, 
volume II, 2001. 
 
 
MITOS FAMILIARES 
 
 
 
 
 
 
 MANDATOS 
 
Depoimento – legado transgeracional 
• 1ª entrevista: mãe e filha de 17 anos 
• A mãe pondera que a filha pode escolher o que quiser, 
mas que admite que ficaria contente se optasse por 
Medicina e que acha útil ter um médico na família. 
 Surge a seguinte história na conversa sobre as famílias 
de origem: 
• A menina relata que desde pequena desejava ser pediatra 
e que isto perdurou até o 9º ano do Ensino Fundamental. 
 
 In: Castanho, Gisela M. Pires & Dias, Maria Luiza (orgs). Terapia de família com 
adolescentes. Dias, Maria Luiza. Transmissão, herança e sucessão: identidade do 
adolescente e escolha profissional. São Paulo: Guanabara Koogan, pp. 119-126, 2014. 
 
• Ao perguntar sobre as profissões dos familiares, descubro que o 
pai fez o curso de Administração e a mãe o de Enfermagem. A mãe 
me conta que seu pai era advogado, dono de Tabelião e sua mãe do 
lar, sendo que este casal teve 3 filhos: a mais velha, era pediatra; o 
filho do meio, Engenheiro Naval; ela, a caçula, dirigiu-se ao curso 
de Enfermagem. Relata que seu pai fez de tudo para demovê-la 
desta escolha, argumentando que este curso não lhe daria 
autonomia. Conta que a irmã pediatra, aos 40 anos, teve morte 
súbita em um final de semana em que seus pais haviam reservado 
uma pousada para reunir toda a família, em uma cidade de campo. 
Esta experiência foi muito impactante para todos e a adolescente 
tinha, nesta ocasião, 2 anos. Os filhos da irmã falecida, primos da 
adolescente, tinham 9 e 11 anos. A mãe da adolescente encontrava-
se grávida do seu segundo filho. Na época em que optou por 
enfermagem, afirmou a seu pai que queria cuidar do paciente e não 
tratá-lo, ao que seu pai foi contra. Conta que sua irmã ganhou do 
pai uma pulseira de brilhantes quando se formou em Medicina na 
USP; que seu irmão ganhou um carro; que ela ganhou um anel 
modesto de formatura. Há 25 anos trabalha em enfermagem na 
Indústria, em que acredita ter um pouco mais de autonomia do que 
se estivesse em um Hospital. 
 
• A mãe da adolescente afirma que tem conhecimento que seu pai 
queria ter sido médico, mas que seu avô lhe disse que Direito era a 
única coisa que ele iria pagar. Então, ele não fez Medicina, segundo 
conta, para poder trabalhar junto com a Faculdade de Direito e 
poder continuar a sustentar a família. 
• Falamos da identificação com a Tia, do legado que lhe foi deixado: 
reparar as faltas de todos – do avô que não fez o curso que queria; da 
mãe, que não pode atender aos desejos de seu próprio pai; da família, 
de poder salvar os que correm risco de vida ou adoecem. 
• Digo-lhe que sua situação era tal, que talvez tivesse a fantasia de que 
os pais pudessem se interrogar por que a mais velha morreu e não foi 
ela. A mãe responde-me bastante emocionada dizendo que isto já 
havia passado por sua cabeça e que sua mãe lhe contara que pensara 
em abortar, quando se viu grávida pela terceira vez. 
• Cabe lembrar que a adolescente apresenta outros interesses, embora 
preserve a Medicina como uma possibilidade: Moda, Arquitetura, 
Desenho, Administração, gosta de crianças e de mexer com o corpo e é 
jogadora de vôlei. 
 
• As imagens e os afetos aderidos ao processo da 
escolha vão determinar as aceitações e resistências a 
áreas do mundo ocupacional e condicionam a 
modalidade operatória diante da escolha e da pesquisa 
no mundo das profissões. 
 
 
Tudo o que se interpõe no caminho da 
escolha da profissão é assunto do 
orientador. 
 
 
• Observar os diversos tipos de articulações entre os 
espaços psíquicos e suas dimensões (intra, inter e 
transpsíquica). 
 
KAËS, René. Lógicas Del inconsciente e intersubjetividad. Trazado de una problemática. In: 
Psicoanálisis de las configuraciones vinculares. Lógicas Coletivas. Práticas Vinculares. Buenos Aires: 
Asociación Argentina de Psicologia y Psicoterapia de Grupo, Tomo XXXII, número 2, 2009. 
 
• Apresentar atividades a serem vivenciadas 
no processo de Orientação Profissional 
(individual ou em grupo), como sugestões 
facilitadoras ao acesso, por parte do 
orientador e orientando, às representações 
da família sobre o momento de escolha 
profissional do jovem. Tais tarefas auxiliam 
também na obtenção de informações sobre 
as expectativas e visões da família sobre o 
orientando, participando a família ou não 
das sessões de orientação. 
 
Opção metodológica em OP 
• Inclusão da análise do 
imaginário familiar 
 
 1. Entrevistar os pais sobre o porquê de seu nome, 
como ele foi escolhido e por quem: 
 
Possibilita o acesso a algumas impressões sobre a 
atitude dos pais em relação ao filho e à escolha 
profissional, uma vez que a justificativa revela as 
expectativas frente ao mesmo, até mesmo antes de seu 
nascimento. Uma mãe pode responder, por exemplo, 
que escolheu o nome Carolina porque nos seus 
próprios 15 anos, identificou-se muito com este nome e 
que gostaria de tê-lo recebido ela mesma; o pai pode 
argumentar que era o nome de uma personagem 
importante de uma mini série de TV, a quem apreciou 
muito pela beleza, carisma e força, atributos que deseja 
encontrar em sua própria filha. 
 
 2. Solicitar que o estudante peça uma carta a seus pais dizendo 
como vêem seu momento de escolha profissional: 
 
 Os pais tendem a revelar o modo como percebem o momento de 
desenvolvimento do(a) filho(a), denunciando expectativas sobre 
ele(a) e como vêem seu lugar na família. Em Dias (pp. 85-88, 1995), 
você encontrará 6 cartas analisadas. Uma única sentença, pode ser 
plena de significados, por exemplo, a mãe que disse, na cartinha à 
filha, “Penso que você ainda é muito nova para tomar essa 
decisão, sinto que se as dúvidas continuarem você deve dar um 
tempo para deixar esta ansiedade se acalmar e talvez aflorar ideias 
novas”, ao sugerir que a filha se acalme e aguarde “ideias novas”, 
pode estar informando à ela que não acha as atuais ideias muito 
boas, que as considera apenas fruto da ansiedade e do 
autodesconhecimento. Pode ser rico o diálogo estabelecido com 
os pais do orientando, mesmo que por redação. 
 
 Dias, Maria Luiza. Pensando a família no processo de escolha profissional. In: Barros, Delba 
Teixeira Rodrigues, Lima, Mariza Tavares & Escalda, Rosângela (orgs.). Escolha e inserção 
profissionais: desafios para indivíduos, famílias e instituições. São Paulo: Vetor, pp. 259-275, 
2007. 
 
3. Frases para completar sugeridas por Rodolfo 
Bohoslavsky (pp. 114-115, 1977): 
 
• O autor oferece uma sugestão de frases incompletas, 
sendo algumas dirigidas ao tema da família. O 
orientador profissional poderia tomá-las para si e 
adicionar outras que considere interessantes. Como o 
estudante precisa “inventar” a segunda parte da frase, 
sendo que a primeira parte é somente o estímulo, acaba 
por expor conteúdos pessoais. Por exemplo, com o 
início de sentença “Minha família...”, podemos 
encontrar: “gostaria que eu estudasse mais”; “espera 
que eu cuide da empresa de meu pai”. 
 
 
 Bohoslavsky, Rodolfo. Orientação Vocacional - estratégia clínica. São Paulo: Livraria Martins 
Fontes Ltda, 3ª ed. 1976, 12ª ed. 2007. 
 
 
 4. Genoprofissiograma:Solicita-se ao orientando que construa o genograma de sua 
família, anotando a profissão relativa a cada parente. 
Imaginemos, a título de exemplo, uma família na qual todos os 
membros do sexo masculino são dentistas, sendo que a 
profissão é muito valorizada no seio da família e a segurança 
de herdar uma clientela no consultório do pai seduza o 
estudante. Podemos, mesmo, encontrar uma situação 
inversa: uma diferenciação tal, de modo que todos os 
membros da família têm opções profissionais diferentes e 
atuam sobre o estudante com a expectativa de que ele venha 
a inovar na sua própria escolha, ficando quase proibido 
interessar-se por alguma profissão já presente no universo de 
sua família. Muitas vezes, será a confecção do genograma, o 
veículo que viabilizará a exposição dos temas presentes no 
mundo simbólico da família e dos afetos aderidos a eles. 
 
 
 
5. Histórias e uso do humor: 
 
 Após a leitura de “tirinhas” de piadas, pode-se 
refletir sobre o que aqueles conteúdos dizem ou 
não a respeito do orientando. O material pode 
apontar diversos temas: atitude da família, 
vínculo com o estudo, escolha, ansiedade diante 
do vestibular etc. O orientando poderá também 
desenhar seu próprio cartoon, falando de algo 
sobre sua própria experiência em família. Você 
encontra tirinhas que poderá utilizar em Dias (pp. 
43-47, 2002). 
 Dias, M Luiza. Profissão: no rumo da vida. São Paulo: Ática, 2002. 
 
6. Role-playing do papel dos pais: 
 
 O orientando é solicitado a construir uma cena em 
família, na qual poderá experimentar as diversas 
posições no sistema familiar: será ele mesmo, a mãe, o 
pai etc. 
 Segundo Lucchiari (p. 61, 1993), esta técnica tem por 
objetivo oportunizar a tomada de consciência da 
expectativa do pai e da mãe a respeito da escolha 
profissional do filho e trabalhar a percepção do jovem 
sobre a escolha profissional de seus pais e sua 
influência na sua escolha. 
 
 Lucchiari, Dulce Helena Penna Soares. Pensando e Vivendo a Orientação Profissional. 
 São Paulo: Summus Editorial, 1993. 
7. Brasão de família: 
 Construção de 1 a 3 símbolos. 
 Solicita-se ao orientando que construa uma imagem 
 em estilo de brasão sobre a família e que explique 
 a mensagem contida nela. 
 
 Pode-se também trabalhar com o continuum passado-presente-futuro, 
solicitando-se uma imagem para cada um dos três momentos no ciclo de 
vida da família. 
 Trata-se de uma antiga tradição do uso e porte de brasão, representando a 
dinastia da família através dos séculos. A Heráldica - arte de formar e 
descrever brasões de armas - iniciou-se por volta do século XII, apesar de 
sua origem ser remota. Os símbolos pessoais e familiares são muito 
antigos. A Heráldica surge quando estes símbolos foram utilizados dentro 
de escudos de combate. O orientando poderá criar sua própria imagem, no 
modo que quiser. O foco deve estar na análise dos significados expressos 
no brasão. Imaginemos, a título de exemplo, a situação de um jovem que 
no desenho do brasão de sua família, representou o grupo com um símbolo 
de coragem. Esse tema passou a ser pensado a partir dessa atividade e foi 
possível verificar que este era o valor que alicerçava suas escolhas: 
desejava fazer carreira como investigador de polícia e, como esporte, 
iniciar o alpinismo. Foi possível pensar no processo de OP, se o estudante 
preservaria este valor da valentia e, com isso, iria repetir o estilo familiar, 
ou se iria adquirir liberdade para ousar pensar em novas alternativas. 
 
 
• Tais atividades operam como 
facilitadores da tomada de 
consciência dos fatores 
envolvidos na psicodinâmica 
da família e suas relações com 
a escolha profissional do 
jovem. 
 
• “Acredito que auxiliar o orientando a perceber a rede de significações 
com as quais opera e a compreender a construção que se encontra 
subjacente às suas escolhas e não-escolhas (como também às possíveis 
ansiedades e conflitos ocultos em suas preferências ou rejeições) 
corresponde ao principal papel do orientador profissional. Ao adotar 
uma abordagem clínica em OP, o orientador poderá atuar por meio da 
interpretação do discurso e do uso de outros recursos técnicos 
variados. Cabe lembrar que o orientando tem papel principal nesse 
processo e que o orientador pode ser visto como um coadjuvante, um 
facilitador ou co-construtor dessa estrutura simbólica, à qual a escolha 
se referencia. O orientador proporciona experiências e identifica 
elementos que convidam o orientando a refletir sobre sua realidade e 
seu vínculo com o futuro. Atividades, dinâmicas e até mesmo testes, 
sobretudo os de sondagem de interesses, funcionam como recursos 
adicionais para promover o autoconhecimento e a facilitação da escolha, 
podendo ser utilizados como parte de um processo mais amplo, que 
inclui a entrevista como principal recurso.” 
In: Castanho, Gisela M. Pires & Dias, Maria Luiza (orgs). Terapia de família com adolescentes. Dias, Maria Luiza. 
Transmissão, herança e sucessão: identidade do adolescente e escolha profissional. São Paulo: Guanabara 
Koogan, pp. 263-264, 2014. 
 
Papel do orientador 
Papel da família 
• Orientar 
• Apoiar 
• Investigar junto com o estudante 
• Utilizar os recursos da comunidade para auxiliar na pesquisa 
• Emitir opiniões claras 
• Conceder autonomia 
• Proporcionar um processo de orientação vocacional 
• Acompanhar 
 
PERIGO! Idealização do mundo 
• Do parceiro amoroso 
• Da família 
• Do futuro 
• Da profissão 
 
 
Narcisismo 
 
 
 
 
• Tendência do indivíduo para buscar formas perfeitas, 
idealizadas, que lhe espelhe a melhor imagem. 
 A exigência do “espelho” torna inviável a continência 
dentro do casamento ou do grupo familiar, das 
necessidades e características de seus membros. 
Ilusão de que se vai poder passar pela vida e constituir 
família sem vivenciar e manejar conflitos. 
Alteridade 
• Relação entre pessoas diferentes. 
Presença do outro com movimento próprio. 
 
Na relação de espelho, aquilo que se espera do outro é 
também aquilo que se quer ver nele como extensão dos 
próprios desejos. Isto colide com a noção de alteridade, 
já que todos são diferentes. 
 
DITADOS POPULARES 
• “Cada panela tem sua tampa” 
• “Cada pé torto tem seu chinelo” 
• “A outra metade da laranja” 
 
 Noção de encaixe perfeito (cara-metade ou alma 
gêmea): 
 
 Nesta visão, a união amorosa é um encaixe de duas 
peças diferentes, com funções opostas, mas que se 
encaixam perfeitamente, constituindo uma totalidade 
funcional. 
 
Histórias da infância: contos clássicos 
 Cinderela A Bela e a Fera 
Rapunzel 
Branca de Neve A Bela Adormecida 
Barbie Butterfly - Príncipe - Mattel 
 
• A partir de 3 anos 
 
 
 
 
 
 
 
 
• O boneco da linha Barbie Butterfly traz o lindo Príncipe do novo DVD 
da Barbie. Ele vem vestido em sua túnica e botas reais e usando asas 
de libélula. 
 www.saciperere.com.br/.../imagem1.jpg 
 
Crescemos ouvindo músicas românticas 
que nos estimulam a sonhar! 
 
 
 
 “Carne e unha, alma gêmea, bate coração, 
 as metades da laranja 
 dois amantes, dois irmãos 
 duas forças que se atraem 
 sonho lindo de viver 
 estou morrendo de vontade de você.” 
 
 Almas Gêmeas 
 
 Compositor: Peninha 
 Interpretação: Fábio Jr 
 
www.letrasdemusicas.com.br 
 
O velho e o novo 
coexistem! 
 
Idealização do mundo ocupacional 
•Sonhos realizáveis, adaptáveis? 
• Luto 
 
• Autoestima 
• Autoimagem/autoconceito 
 
 Um curso é completo? 
O emprego é o dos sonhos? 
Uma carreira é suave? 
 
Produção e percurso dependem de: 
• Capacitação 
• Foco 
• Tolerância à frustração 
• Perseverança 
 
 Recursos que se exercitam no seio da família. 
 
Representações: 
 
 como percebemos
 nossa presença e a 
de outros no mundo 
 
 
Bibliografia : 
 
• Bohoslavsky, Rodolfo. Orientação Vocacional - estratégia clínica. São Paulo: 
Livraria Martins Fontes Ltda, 3ª ed. 1976, 12ª ed. 2007. 
• Dias, Maria Luiza. Pensando a família no processo de escolha profissional. In: 
Barros, Delba Teixeira Rodrigues, Lima, Mariza Tavares & Escalda, Rosângela 
(orgs.). Escolha e inserção profissio-nais: desafios para indivíduos, famílias e 
instituições. São Paulo: Vetor, pp. 259-275, 2007. 
_____. Profissão: no rumo da vida. São Paulo, Ática, 2002. 
_____. Família e escolha profissional. In: Vários autores/sem organizador. A 
Escolha Profissional em Questão. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1995. 
 _____. O que é Psicoterapia de Família?. São Paulo: Brasiliense, 1991. 
 _____. Famílias & Terapeutas – casamento, divórcio e parentesco. São Paulo: 
Vetor, 2006. 
• Puga, José Luis Gobbi Lanuza Suarez de, Wagner, Adriana & cols. O processo 
educativo e a empresa familiar. In: Desafios psicossociais da família 
contemporânea – pesquisas e reflexões. Porto Alegre: Artmed, pp. 191-200, 
2011. 
 
 
 
 
 
 ml.lacospsicologia@yahoo.com.br 
 
 www.lacospsicologia.com.br 
 
 
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