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WJUR0204_v3.0
Estrutura da 
administração pública
As Agências Reguladoras e 
Executivas no Direito 
Administrativo Brasileiro
O Programa Nacional de Desestatização e as 
Agências Reguladoras
Bloco 1
Emerson Ademir Borges de Oliveira
Programa Nacional de Desestatização
• Anos 1990 – perfil neoliberal – influência 
internacional.
• Diminuição da atuação do Estado e das 
empresas estatais.
• Ineficiência estatal e má prestação do serviço.
• Privatização/ Desestatização/ Despublicização
• Lei n. 8.031/1990 –> Lei n. 9.491/97.
Programa Nacional de Desestatização
• Objetivos fundamentais:
I - reordenar a posição estratégica do Estado na economia, 
transferindo à iniciativa privada atividades indevidamente 
exploradas pelo setor público;
II - contribuir para a reestruturação econômica do setor 
público, especialmente através da melhoria do perfil e da 
redução da dívida pública líquida;
III - permitir a retomada de investimentos nas empresas e 
atividades que vierem a ser transferidas à iniciativa privada;
Programa Nacional de Desestatização
• Objetivos fundamentais:
IV - contribuir para a reestruturação econômica do setor privado, 
especialmente para a modernização da infraestrutura e do parque 
industrial do país, ampliando sua competitividade e reforçando a 
capacidade empresarial nos diversos setores da economia, inclusive 
através da concessão de crédito;
V - permitir que a Administração Pública concentre seus esforços nas 
atividades em que a presença do Estado seja fundamental para a 
consecução das prioridades nacionais;
VI - contribuir para o fortalecimento do mercado de capitais, por meio do 
acréscimo da oferta de valores mobiliários e da democratização da 
propriedade do capital das empresas que integrarem o programa.
Programa Nacional de Desestatização
• Instrumentos:
I - alienação de participação societária, inclusive 
de controle acionário, preferencialmente mediante 
a pulverização de ações; 
II - abertura de capital;
III - aumento de capital, com renúncia ou cessão, 
total ou parcial, de direitos de subscrição;
IV - alienação, arrendamento, locação, comodato 
ou cessão de bens e instalações;
Programa Nacional de Desestatização
• Instrumentos:
V - dissolução de sociedades ou desativação 
parcial de seus empreendimentos, com a 
consequente alienação de seus ativos; 
VI - concessão, permissão ou autorização de 
serviços públicos. 
VII - aforamento, remição de foro, permuta, 
cessão, concessão de direito real de uso resolúvel 
e alienação mediante venda de bens imóveis de 
domínio da União.
Programa Nacional de Desestatização
• Consequências da desestatização:
• Agentes privados assumem a execução dos serviços antes 
estatais.
• Prerrogativas especiais (golden share).
• Para garantia da livre concorrência, o Estado precisar 
atuar fiscalizando a execução pelos agentes privados.
• Surgem as agências reguladoras, importadas das agencies
norte-americanas para executar tal mister – autarquias 
com funções reguladoras (MELLO, 2015, p. 176).
• Possibilidade de agências em quaisquer entes federativos 
quanto aos serviços de suas competências (CARVALHO 
FILHO, 2009, p. 467-468).
As Agências Reguladoras e 
Executivas no Direito 
Administrativo Brasileiro
Principais características comuns das 
Agências Reguladoras
Bloco 2
Emerson Ademir Borges de Oliveira
Agências Reguladoras
• Inexistência de uma instituição jurídica 
própria.
• Adoção das autarquias, com qualidades 
especiais, conforme art. 5º, I, Decreto-Lei 
200/1967.
• Art. 37, XIX, CF.
• Necessidade de instituição, modificação e 
extinção por lei.
• Pessoa jurídica de direito público interno.
Agências Reguladoras
• Natureza especial: “ausência de tutela ou de 
subordinação hierárquica, pela autonomia 
funcional, decisória, administrativa e 
financeira e pela investidura a termo de seus 
dirigentes e estabilidade durante os 
mandatos” (art. 3º, Lei n. 13.848/2019).
• Regime jurídico dos servidores – de 
empregados a servidores públicos (Lei n. 
10.871/2004) – regime estatutário (Lei n. 
8.112/90).
Agências Reguladoras
• Órgão máximo: Conselho Diretor ou Diretoria 
Colegiada.
• Composição: até quatro Conselheiros ou 
Diretores e um Presidente, Diretor-Presidente 
ou Diretor Geral.
• Mandatos não coincidentes.
• Mandatos contínuos – contagem ainda que 
vago.
• Presidente, Diretor-Presidente ou Diretor-Geral: 
representação e comando hierárquico sobre 
pessoal e serviços e presidência das sessões do 
Conselho ou Diretoria.
Agências Reguladoras
• Quem pode ser diretor?
1) Brasileiros.
2) Indicados pelo Presidente da República.
3) Aprovados pelo Senado Federal por voto 
secreto e após arguição pública.
4) Reputação ilibada.
5) Notório conhecimento no campo de 
especialidade.
6) Formação acadêmica compatível.
Agências Reguladoras
• Quem pode ser diretor (a)?
7) Um dos requisitos abaixo:
a) Experiência de pelo menos dez anos no setor público ou privado, no 
campo de atividade ou conexo em cargo de direção superior.
b) Experiência de pelo menos quatro anos em um dos seguintes 
cargos: direção ou chefia superior nos dois níveis hierárquicos não 
estatutários mais altos da empresa, no ramo de atividade da agência 
ou cargo em comissão ou equivalente DAS-4 ou superior no setor 
público; ou cargo de docente ou pesquisador no campo de atividade 
ou conexo.
c) Experiência de pelo menos dez anos como profissional liberal no 
campo de atividade ou conexo.
Agências Reguladoras
• Vacância de cargo durante mandato – sucessor –
mandato-tampão.
• Mandato de cinco anos, vedada recondução, exceto 
quando for mandato-tampão de até dois anos 
(LAZARI; DIAS, 2021, p. 95).
• Perda do mandato: renúncia, condenação judicial 
transitada em julgado, condenação em processo 
administrativo disciplinar ou infringência das 
violações do art. 8º-B da Lei n. 9.986.
As Agências Reguladoras e 
Executivas no Direito 
Administrativo Brasileiro
Teoria da Captura - Instrumentos
Bloco 3
Emerson Ademir Borges de Oliveira
Teoria da captura
• Capture theory – direito norte-americano.
• Risco de desvirtuamento das finalidades públicas com 
influência dos regulados.
• A agência como via de proteção e benefício para os 
regulados (JUSTEN FILHO, 2002, p. 369).
• Função da agência: garantia da libre concorrência, 
evitando abuso do poder econômico que conduza à 
dominação dos mercados e aumento arbitrário dos lucros 
(CARVALHO FILHO, 2009, p. 466).
• Livre concorrência como princípio da ordem econômica 
(BORGES, 2020, p. 339).
Medidas combativas
• Quarentena (art. 8º da Lei n. 9.986).
• Membros diretores após término ou 
desligamento do mandato.
• Prazo de seis meses.
• Manutenção de remuneração compensatória e 
benefícios.
• Impedimento de exercer atividade ou prestar 
serviços no setor regulado.
Medidas combativas
• Controle jurisdicional: possibilidade de afastamento de 
membros indicados por desvio de finalidade.
• Controle externo das agências reguladoras pelo 
Congresso Nacional com auxílio do Tribunal de Contas 
da União.
• Plano estratégico: por quadriênio, contendo objetivos, 
metas e resultados estratégicos esperados das ações 
da agência quanto à sua gestão e competências 
regulatórias, fiscalizatórias e normativas, bem como 
indicação de fatores externos que possam influenciar o 
cumprimento do plano.
Medidas combativas
• Plano de gestão anual: alinhamento ao plano 
estratégico como instrumento do planejamento 
consolidado da agência, contemplando ações, 
resultados e metas relacionados aos processos 
finalísticos e de gestão.
• Presença do ouvidor: sem subordinação hierárquica 
e outras funções – espécie de auditor da agência.
• Possibilidade de termos de ajustamento de 
condutas na defesa do consumidor e do meio 
ambiente com pessoas físicas ou jurídicas sujeitas à 
sua competência, com força de título executivo 
extrajudicial.
Medidas combativas
• Compliance (art. 3º, §3º, Lei n. 13.838): “as 
agências reguladoras devem adotar 
práticas de gestãode riscos e de controle 
interno e elaborar e divulgar programa de 
integridade, com o objetivo de promover a 
adoção de medidas e ações institucionais 
destinadas à prevenção, à detecção, à 
punição e à remediação de fraudes e atos 
de corrupção”.
As Agências Reguladoras e 
Executivas no Direito 
Administrativo Brasileiro
Agências Executivas e outras autarquias 
especializadas
Bloco 4
Emerson Ademir Borges de Oliveira
Agências Executivas
• Artigo 37, §8º, CF: “a autonomia gerencial, 
orçamentária e financeira dos órgãos e 
entidades da administração direta e indireta 
poderá ser ampliada mediante contrato, a ser 
firmado entre seus administradores e o poder 
público, que tenha por objeto a fixação de 
metas de desempenho para o órgão ou 
entidade, cabendo à lei dispor sobre: I - o prazo 
de duração do contrato; II - os controles e 
critérios de avaliação de desempenho, direitos, 
obrigações e responsabilidade dos dirigentes; III 
- a remuneração do pessoal”.
Agências Executivas
• Artigo 51, Lei n. 9.649/98: “o Poder Executivo poderá 
qualificar como Agência Executiva a autarquia ou 
fundação que tenha cumprido os seguintes requisitos: 
I - ter um plano estratégico de reestruturação e de 
desenvolvimento institucional em andamento; II - ter 
celebrado Contrato de Gestão com o respectivo 
Ministério supervisor. § 1o A qualificação como Agência 
Executiva será feita em ato do Presidente da República. 
§ 2o O Poder Executivo editará medidas de organização 
administrativa específicas para as Agências Executivas, 
visando assegurar a sua autonomia de gestão, bem 
como a disponibilidade de recursos orçamentários e 
financeiros para o cumprimento dos objetivos e metas 
definidos nos Contratos de Gestão”.
Agências Executivas
• Lei n. 13.934/2019 institui o contrato de desempenho: 
“acordo celebrado entre o órgão ou entidade supervisora e o 
órgão ou entidade supervisionada, por meio de seus 
administradores, para o estabelecimento de metas de 
desempenho do supervisionado, com os respectivos prazos 
de execução e indicadores de qualidade, tendo como 
contrapartida a concessão de flexibilidades ou autonomias 
especiais”.
• Podem ser autarquias ou fundações públicas.
• Caso prático: Inmetro; ADENE.
Autarquias especiais: territórios federais
• Não constituem entes federativos.
• Repartições administrativas da União.
• Adoção, como entidade, da 
personalidade autárquica.
• Pessoa jurídica de direito público 
interno e dependente de lei para 
criação, modificação e extinção (LAZARI; 
DIAS, 2021, p. 102).
Autarquias especiais: serviços de fiscalização profissional
• Misto de caráter privado com função pública?
• Delegação do poder público por autorização legislativa.
• Impossibilidade de serem consideradas como atividades 
eminentemente privadas (ADI 1.717).
• Autarquias especiais (ADI 4.697).
• Efeitos: anuidades como espécies tributárias; servidores 
públicos concursados e estáveis.
• Atenção: Tema de Repercussão Geral 877: seus débitos não 
se sujeitam ao regime de precatórios.
• Não se aplica à OAB.
Teoria em Prática
Bloco 5
Emerson Ademir Borges de Oliveira
Reflita sobre a seguinte situação
• Determinado cliente te procura. Afirma ser ex-
diretor da ANATEL, tendo encerrado seu 
mandato há trinta dias. De acordo com ele, há 
cerca de uma semana recebeu uma proposta de 
emprego extremamente vantajosa de uma 
operadora de telefonia.
• Diante disso, questiona-se: seu cliente poderá 
assumir o referido emprego? Encontra-se, ainda, 
vinculado à agência reguladora? Como é 
chamado esse período e o que ele busca evitar?
Norte para a resolução...
• Período de quarentena.
• Artigo 8º da Lei n. 9.986/2000.
• Durante seis meses continuam 
vinculados à agência, recebendo 
salários e benefícios.
• Impedimento de exercer atividade 
ou prestar serviço nesse período, no 
setor regulado.
• Busca evitar a teoria da captura.
Dica do (a) Professor (a)
Bloco 6
Emerson Ademir Borges de Oliveira
Análise de Impacto Regulatório
• Fontes: 
• Lei n. 13.848/2019. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-
2022/2019/lei/l13848.htm. Acesso em: 6 ago. 2021.
• Lei n. 13.874/2019. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-
2022/2019/lei/L13874.htm. Acesso em: 6 ago. 2021.
• Decreto n. 10.411/2020. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-
2022/2020/decreto/d10411.htm. Acesso em: 6 ago. 2021.
Análise de Impacto Regulatório
• Previsões:
• Art. 6º da Lei n. 13.848: a adoção e as propostas de alteração de 
atos normativos de interesse geral dos agentes econômicos, 
consumidores ou usuários dos serviços prestados serão, nos 
termos de regulamento, precedidas da realização de Análise de 
Impacto Regulatório (AIR), que conterá informações e dados sobre 
os possíveis efeitos do ato normativo.
• Art. 5º da Lei n. 13.874: as propostas de edição e de alteração de 
atos normativos de interesse geral de agentes econômicos ou de 
usuários dos serviços prestados, editadas por órgão ou entidade da 
administração pública federal, incluídas as autarquias e as 
fundações públicas, serão precedidas da realização de análise de 
impacto regulatório, que conterá informações e dados sobre os 
possíveis efeitos do ato normativo para verificar a razoabilidade do 
seu impacto econômico.
Análise de Impacto Regulatório
• Intuito: “sempre que o Poder Público for promover uma 
atividade regulamentadora ou desregulamentadora no 
mercado, dentro de sua função prevista no art. 174, CF, 
deve buscar prever os riscos, benefícios, malefícios, e 
efeitos colaterais da medida” (LAZARI; DIAS, 2021, p. 98).
• Regulamentação do AIR: Decreto n. 10.411/2020
• Aplicação: “proposição de atos normativos de interesse 
geral de agentes econômicos ou de usuários dos serviços 
prestados, no âmbito de suas competências.” (art. 1º, §1º, 
Decreto 10.411), não se aplicando quando o ato normativo 
for submetido ao Congresso Nacional.
Referências
BORGES, E. A Constituição brasileira ao alcance de todos. Belo 
Horizonte: D’Plácido, 2020.
CARVALHO, M. Manual de direito administrativo. 4.ed. Salvador: 
JusPodivm, 2017.
CARVALHO FILHO, J. dos S. Manual de direito administrativo. 22.ed. 
Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2009.
DI PIETRO, M. S. Z. Direito administrativo. 32.ed. Rio de Janeiro: 
Forense, 2019.
JUSTEN FILHO, M. O direito das agências reguladoras independentes. 
São Paulo: Dialética, 2002.
LAZARI, R. de; DIAS, J. A. Manual de direito administrativo. Belo 
Horizonte: D’Plácido, 2021.
MELLO, C. A. B. de. Curso de direito administrativo. 32.ed. São Paulo: 
Malheiros, 2015.
Bons estudos!
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