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FACULDADE SANTO AGOSTINHO CURSO: ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA: TOPOGRAFIA PROF.: ACILAYNE FREITAS DE AQUINO FSA - TOPOGRAFIA PARA ENGENHARIA CIVIL Profª Acilayne Freitas PARTE I TOPOGRAFIA I) Definição, Finalidade e Importância Definição etimológica: a palavra "Topografia" deriva das palavras gregas "topos" (lugar) e "graphen" (descrever), o que significa, a descrição exata e minuciosa de um lugar. (DOMINGUES, 1979). Finalidade: determinar o contorno, dimensão e posição relativa de uma porção limitada da superfície terrestre, do fundo dos mares ou do interior de minas, desconsiderando a curvatura resultante da esfericidade da Terra. Compete ainda à Topografia, a locação, no terreno, de projetos elaborados de Engenharia. (DOMINGUES, 1979). Topografia e Geodésia A Topografia é muitas vezes confundida com a Geodésia pois se utilizam dos mesmos equipamentos e praticamente dos mesmos métodos para o mapeamento da superfície terrestre. Porém, enquanto a Topografia tem por finalidade mapear uma pequena porção daquela superfície, a Geodésia, tem por finalidade, mapear grandes porções desta mesma superfície, levando em consideração as deformações devido à sua esfericidade. Portanto, pode-se afirmar que a Topografia, menos complexa e restrita, é apenas um capítulo da Geodésia, ciência muito mais abrangente. Assim, a Topografia é a ciência aplicada, baseada na geometria e trigonometria, de âmbito restrito, que tem por objeto o estudo da forma e dimensões da Terra. Importância É a topografia que, através de plantas com curvas de nível, representa o relevo do solo com todas as suas elevações e depressões. Também nos permite conhecer a diferença de nível entre dois pontos. A topografia é a base de qualquer projeto e de qualquer obra realizada por engenheiros e arquitetos, pois fornece os métodos e instrumentos que permitem o conhecimento minucioso do terreno e asseguram uma correta implantação da obra ou serviço. Exemplo: FSA - TOPOGRAFIA PARA ENGENHARIA CIVIL Profª Acilayne Freitas Edificação: levantamento plani-altimétrico do terreno para execução de projeto; locação de projeto; níveis e alinhamentos. Estradas (Rodovias e Ferrovias): reconhecimento do terreno; levantamento plani-altimétrico; locação da linha básica; terraplenagem (volume de corte ou aterro); controle e execução e pavimentação; implantação de sinalização horizontal; Barragem: levantamento plani-altimétrico; determinação das áreas submersas; controle e execução de prumadas, níveis e alinhamentos. Agricultura: definição das curvas de nível e desnível para as plantações e irrigações, classificação do solo baseada em desníveis, sistematização de terreno Outras Atribuições: saneamento de água e esgoto; construção de pontes, viadutos, túneis, portos, canais, arruamentos e loteamentos. II) Divisão da topografia A topografia se subdivide em: Topometria, Topologia, e Fotogrametria. (ESPARTEL, 1987) A Topometria divide-se em Planimetria e Altimetria Na planimetria são medidas as grandezas sobre um plano horizontal. Essas grandezas são as distâncias e os ângulos, portanto, as distâncias horizontais e os ângulos horizontais. Para representá-los teremos de fazê-lo através de uma vista de cima, e elas aparecerão projetadas sobre um mesmo plano horizontal. Essa representação chama-se planta, portanto a planimetria será representada na planta. Na altimetria fazemos as medições das distâncias e dos ângulos verticais que, na planta, não podem ser representados (exceção das curvas de nível). A altimetria usa como representação a vista lateral, ou perfil ou corte. Os detalhes da altimetria são representados sobre um plano vertical. Tanto nas plantas como nos perfis, necessitamos usar uma escala para reduzir as medidas reais a valores que caibam no papel. O levantamento topográfico pode ser planimétrico e altimétrico, ou seja, plani-altimétrico. O desenho topográfico constitui a representação em escala reduzida da forma do terreno levantado. FSA - TOPOGRAFIA PARA ENGENHARIA CIVIL Profª Acilayne Freitas A Topologia, complemento indispensável da topometria, tem por objeto o estudo das formas exteriores da superfície terrestre e das leis que regem o seu modelado. Sua aplicação principal é na representação cartográfica do terreno pelas curvas de nível, que são as interseções obtidas por planos eqüidistantes paralelos com o terreno a representar. Assim a altimetria pode ser representada corretamente, graças aos postulados da Topologia. Um bom trabalho topográfico deve compreender três partes distintas, a saber: 1ª -Topometria: parte matemática. 2ª - topologia: parte interpretativa 3ª - Desenho topográfico: parte artística. Em rigor, a Topologia deve preceder as outras duas, pelo auxílio valioso que prestará ao operador na execução mais rápida e precisa do levantamento no terreno, e também, no desenho posterior da planta. A Fotogrametria é a parte da topografia que obtém medidas dignas de confiança por meio de fotografias. Por exemplo, o comprimento de uma auto-estrada, a altura de prédios, montanhas, árvores, diferenças de nível, etc. O uso mais comum da Fotogrametria é na preparação de mapas plani- altimétricos a partir de fotografias aéreas ( aerofotogrametria). A capacidade para determinar 3ª dimensão e produzir curvas de nível é uma característica fundamental da fotogrametria. III) Sistemas de Coordenadas Um dos principais objetivos da Topografia é a determinação de coordenadas relativas de pontos. Para tanto, é necessário que estas sejam expressas em um sistema de coordenadas. São utilizados basicamente dois tipos de sistemas para definição unívoca da posição tridimensional de pontos: sistemas de coordenadas cartesianas e sistemas de coordenadas esféricas. 1 - Sistemas de Coordenadas Cartesianas Quando se posiciona um ponto nada mais está se fazendo do que atribuindo coordenadas ao mesmo. Estas coordenadas por sua vez deverão estar referenciadas a um sistema de coordenadas. Existem diversos sistemas de coordenadas, alguns amplamente FSA - TOPOGRAFIA PARA ENGENHARIA CIVIL Profª Acilayne Freitas empregados em Geometria e Trigonometria, por exemplo. Estes sistemas normalmente representam um ponto no espaço bidimensional ou tridimensional. No espaço bidimensional, um sistema bastante utilizado é o sistema de coordenadas retangulares ou cartesianas. Este é um sistema de eixos ortogonais no plano, constituído de duas retas orientadas X e Y, perpendiculares entre si. A origem deste sistema é o cruzamento dos eixos X e Y. Um ponto é definido neste sistema através de uma coordenada denominada abscissa (coordenada X) e outra denominada ordenada (coordenada Y). Uma das notações P(x, y) ou P= (x, y) é utilizada para denominar um ponto P com abscissa x e ordenada y. Na figura abaixo apresenta-se um sistema de coordenadas, cujas coordenadas da origem são O (0,0). Nele estão representados os pontos A(10,10), B(15,25) e C(20,-15). Um sistema de coordenadas cartesianas retangulares no espaço tridimensional é caracterizado por um conjunto de três retas (X, Y, Z) denominadas de eixos coordenados, mutuamente perpendiculares, as quais se interceptam em um único ponto, denominado de origem. A posiçãode um ponto neste sistema de coordenadas é definida pelas coordenadas cartesianas retangulares (x, y, z) de acordo com a figura abaixo. FSA - TOPOGRAFIA PARA ENGENHARIA CIVIL Profª Acilayne Freitas Fig. Sistema de coordenadas cartesianas, dextrógiro e levógiro. Conforme a posição da direção positiva dos eixos, um sistema de coordenadas cartesianas pode ser dextrógiro ou levógiro (GEMAEL, 1981, não paginado). Um sistema dextrógiro é aquele onde um observador situado no semi-eixo OZ vê o semi- eixo OX coincidir com o semi-eixo OY através de um giro de 90° no sentido anti- horário. Um sistema levógiro é aquele em que o semi-eixo OX coincide com o semieixo OY através de um giro de 90° no sentido horário. 2 - Sistemas de Coordenadas Esféricas Um ponto do espaço tridimensional pode ser determinado de forma unívoca, conforme a figura a seguir, pelo afastamento r entre a origem do sistema e o ponto R considerado, pelo ângulo b formado entre o segmento OR e a projeção ortogonal deste sobre o plano xy e pelo ângulo a que a projeção do segmento OR sobre o plano xy forma com o semi-eixo OX. As coordenadas esféricas de um ponto R são dadas por (r, a, b). A figura 1.5 ilustra este sistema de coordenadas. FSA - TOPOGRAFIA PARA ENGENHARIA CIVIL Profª Acilayne Freitas 3 - Superfícies de Referência Devido às irregularidades da superfície terrestre, utilizam-se modelos para a sua representação, mais simples, regulares e geométricos e que mais se aproximam da forma real para efetuar os cálculos. Cada um destes modelos tem a sua aplicação, e quanto mais complexa a figura empregada para a representação da Terra, mais complexos serão os cálculos sobre esta superfície IV) Formas e Dimensões da Terra Modelos Terrestres Modelo Real Este modelo permitiria a representação da Terra tal qual ela se apresenta na realidade, ou seja, sem as deformações que os outros modelos apresentam. No entanto, devido à irregularidade da superfície terrestre, o modelo real não dispõe, até o momento, de definições matemáticas adequadas à sua representação. Em função disso, outros modelos menos complexos foram desenvolvidos. Modelo Esférico Este é um modelo bastante simples, onde a Terra é representada como se fosse uma esfera. O produto desta representação é o mais distante da realidade, o terreno representado, segundo este modelo, apresenta-se muito deformado. Modelo Geoidal Segundo LISTING [in GEMAEL,1987], a verdadeira forma da Terra é o geóide: superfície fictícia definida pelo prolongamento do nível médio dos mares (NMM) por sobre os continentes e normal em cada ponto à direção da gravidade. Este FSA - TOPOGRAFIA PARA ENGENHARIA CIVIL Profª Acilayne Freitas modelo, evidentemente, irá apresentar a superfície do terreno deformada em relação à sua forma e posição reais. O modelo geoidal é determinado, matematicamente, através de medidas gravimétricas (força da gravidade) realizadas sobre a superfície terrestre. Sua equação tem sido alvo de exaustivos estudos com vistas a sua determinação, pois é escasso o conhecimento do campo gravitacional terrestre. Como o geóide não tem equação matemática definida, a Geodésia adota como modelo da Terra o Elipsóide de revolução. Modelo Elipsoidal É o mais usual de todos os modelos já apresentados. Nele, a Terra é representada por um elipsóide de revolução, que é a superfície gerada por meio de uma elipse, que gira em torno de um de seus eixos. Possui deformações relativamente maiores que o modelo geoidal. Por ser a forma que mais se aproxima da forma do geóide, e por ser matematicamente definido, é a forma adotada pela Geodésia para realização de seus levantamentos. Parâmetros que definem um Elipsóide a) Parâmetro a (semi-eixo maior) b) Parâmetro b (semi-eixo menor) c) Parâmetro f =(a-b)/a (achatamento do elipsóide) TABELA 1: Parâmetros de alguns elipsóides terrestres Elipsóide a(m) b(m) f BESSEL (1841) 6.377.397,150 6.356.514,924 1/299,153 CLARKE (1880) 6.378.249,200 6.356.514,924 1/293,465 HELMERT (1907) 6.378.200,000 6.356.796,600 1/298,000 HAYFORD (1909) 6.378.388,000 6.356.911,946 1/297,000 SAD-69 6.378.160,000 6.356.774,719 1/298,246 WGS-84 6.378.137,000 6.356.752,298 1/298,257223 SIRGAS 2000 6.378.137,000 6.356.752,298 1/298,257222 Atualmente estamos passando por um período de transição. Atualmente está sendo utilizado tanto o SIRGAS 2000, quanto o SAD-69, que só será aceito até 2014. O Sistema de Referência Geodésico oficial do Brasil hoje é o SIRGAS 2000 (Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas) Diferenças entre SAD-69 e SIRGAS 2000 São sistemas de concepção diferente. Enquanto a definição/orientação do SAD69 é topocêntrica, ou seja, o ponto de origem e orientação está na superfície terrestre, a definição/orientação do SIRGAS2000 é geocêntrica. Isso significa que esse sistema adota um referencial que é um ponto calculado computacionalmente no centro da terra (geóide). FSA - TOPOGRAFIA PARA ENGENHARIA CIVIL Profª Acilayne Freitas O elipsóide WGS-84 (World Geodesic System 1984) é o modelo geométrico da terra adotado pelo Sistema de Posicionamento Global (GPS- Global Positioning) Coordenadas Geodésicas Elipsóidicas As coordenadas geodésicas elipsóidicas de um ponto sobre o elipsóide ficam assim definidas: Latitude Geodésica (Φ): ângulo que a normal forma com sua projeção no plano do equador, sendo positiva para o Norte e negativa para o Sul. Longitude Geodésica (λ): ângulo diedro formado pelo meridiano geodésico de Greenwich (origem) e do ponto P, sendo positivo para Leste e negativo para Oeste. A normal é uma reta ortogonal ao elipsóide que passa pelo ponto P na superfície física. Relação entre as superfícies: Geoidal, Elipsoidal e Física (Real ou topográfica). Modelo Plano Considera a porção da Terra em estudo com sendo plana. É a simplificação utilizada pela Topografia. Esta aproximação é válida dentro de certos limites e facilita bastante os cálculos topográficos. Face aos erros decorrentes destas simplificações, este plano tem suas dimensões limitadas. Tem-se adotado como limite para este plano na prática a dimensão de 20 a 30 km. A NRB 13133 (Execução de Levantamento Topográfico) admite um plano com até aproximadamente 80 km. Superfície Física Superfície Geoidal geoidal Superfície Elipsoidal. elipsoidal FSA - TOPOGRAFIA PARA ENGENHARIA CIVIL Profª Acilayne Freitas Assim, conclui-se: 1. - Para levantamentos de grande precisão, deve-se dividir a área em triângulos com área menor que 40 km2 e os seus lados não devem exceder 10 km; 2. – Para serviços de normal precisão, pode-se limitar a área cuja planta pode-se levantar, a um círculo de aproximadamente 50 km de raio; V) Unidades Empregadas na Topografia As grandezas mais freqüentes na topografia são as lineares(distâncias), superficiais(áreas)e angulares(ângulos). Unidade fundamental para distâncias Usa-se o metro com seus submúltiplos, decímetro, centímetro e milímetro. FSA - TOPOGRAFIA PARA ENGENHARIA CIVIL Profª Acilayne Freitas Unidade fundamental para Áreas Para extensão de áreas de pequenas e médias propriedades usa-se o metro quadrado(m 2 ). Para grandes áreas usa-se o quilometro quadrado (km 2 ). Para propriedades rurais emprega-se o are (a) 100m 2 e o hectare (ha) 10.000m 2 . O alqueire paulista e mineiro são utilizados em algumas localidades. O alqueire paulista corresponde a um retângulo de 110 x 220m = 24.200m 2 . O alqueire mineiro corresponde a um retângulo de 220 x 220m = 48.400m 2 . Unidade fundamental para ângulos A topografia emprega os graus sexagesimais, os grados centésimais e os radianos. Sendo o primeiro o mais freqüente. O grau sexagesimal é 1/360 da circunferência, sendo cada grau dividido em 60min e cada minuto em 60seg. Portanto, já que a circunferência tem 360° e o grau tem 60’, a circunferência tem 360 x 60 = 21.600’, e tem 21.600’ x 60’’ = 1.296.000’’. O grado centesimal é 1/400 da circunferência, sendo cada grado dividido em 100min (100 - ) de grado e cada minuto dividido em 100seg (100 = ) de grado, portanto, a circunferência tem 400 x 100 = 40.000 - ou 40.000 - x 100 = = 4.000.000 = . Um ângulo qualquer se escreve 57 g ,8327 ou 57 g83’27” ou, ainda, 57°83-27=, que não é usado por dar margem a confusões com o sistema sexagesimal. Conversão de graus em grados, ou vice-versa A relação que existe entre um ângulo avaliado em graus (a°) e o avaliado em grados (a g ) é, evidentemente, a que existe entre as duas divisões, 360 e 400 partes; assim: 9/10 e 10/9 : 10 9 400 360 aaaadonde a a gg g FSA - TOPOGRAFIA PARA ENGENHARIA CIVIL Profª Acilayne Freitas (radiano) Arco = 1 Raio = 1 Exemplo: Seja converter o ângulo sexagesimal 62°37’21” em centesimal. Antes de aplicar a relação acima, devemos converter a parte fracionária do grau em segundos e dividi-la por 3600, para obter a fração decimal do grau. Assim: 37 x 60” = 2.220 + 21 = 2.241” e 2.241”/3600 = 0,°6225 e o ângulo dado será: 62,°622 5. Substituindo esse valor na fórmula, obteremos: a g = 10/9 a° = 10/9 x 62,622 5 = 69, g 5805. Reciprocamente, se 23, g 1873 é o valor de um ângulo centesimal para reduzi-lo a sexagesimal, aplica-se a segunda fórmula dada. a° = 9/10 a g = a g = 9/10 x 23,1873 = 20,°86857 e como um grau equivale a 60’ e um minuto a 60”, teremos 0°,86857 = 0,86857 x 60’ = 52’,1142 e 0’,1142 = 0,1142 x 60” = 6”,852 Portanto resultará a° = ~ 20°52’7” Chama-se Radiano ao ângulo central que subentende um arco de comprimento igual ao do raio do círculo; tem aplicação na prática principalmente na medida dos ângulos pequenos. Assim, pela figura obteremos: 2 R 360°, como R=1 teremos: 1 360 2 "45'1757 2 180 ou reduzindo a minutos; '438.37,'3437' FSA - TOPOGRAFIA PARA ENGENHARIA CIVIL Profª Acilayne Freitas D d M E 1 e a segundos: 8,"206264" Podemos estabelecer a seguinte relação: Logo: 360° = 400g = 2 VI) Desenho Topográfico e Escalas 1- Desenho Topográfico Segundo ESPARTEL (1987) o desenho topográfico nada mais é do que a projeção de todas as medidas obtidas no terreno sobre o plano do papel. Neste desenho, os ângulos são representados em verdadeira grandeza (VG) e as distâncias são reduzidas segundo uma razão constante. A esta razão constante denomina-se ESCALA 2- Escala A escala de uma planta ou desenho é definida pela seguinte relação: Onde: "D" representa qualquer comprimento linear real, medido sobre o terreno. "d" representa um comprimento linear gráfico, qualquer, medido sobre o papel, e que correspondente ao comprimento medido sobre o terreno. "M" é denominado Título ou Módulo da escala e representa o inverso de (d / D). 2.1- Escala de Área A escala anteriormente vista refere-se apenas a medidas lineares, isto é, a distâncias. Quando nos referimos a superfícies, impõe-se outra escala, ou seja, a escala de área. A redução da área é igual ao quadrado do número de vezes da redução indicada pela escala linear. A a M E 2 1 FSA - TOPOGRAFIA PARA ENGENHARIA CIVIL Profª Acilayne Freitas 3- Classificação A escala pode ser: - Numérica ou Nominal e - Gráfica Escala Numérica Pode ser apresentada sob a forma de: - fração: 1/100, 1/200 etc. ou - proporção: 1: 1 00, 1:2000 etc. Podemos dizer ainda que a escala é: - de ampliação: quando d > D (Ex.: 2: 1) - natural: quando d = D (Ex.: 1: 1 ) - de redução: quando d < D (Ex.: 1 :50) 4- Critérios para a Escolha da Escala de uma Planta Não existe norma rígida para a escolha das escalas. Compete ao profissional sua determinação de acordo com a natureza do trabalho. Em alguns casos, porém, a escala já é determinada. Todavia, a escolha de uma escala nos desenhos topográficos depende: a) da extensão do terreno a representar; b) da extensão da área comparada com as dimensões do papel que deve receber o desenho. Já que em determinados casos temos que atender a especificações predefinidas em projetos; c) da natureza e do número de detalhes que se pretende figurar na planta com clareza e precisão; d) da precisão gráfica, com que o desenho deve ser executado. Se, levantarmos uma determinada porção da superfície terrestre e, deste levantamento, resultarem algumas medidas de distâncias e ângulos, estas medidas poderão ser representadas sobre o papel segundo: FSA - TOPOGRAFIA PARA ENGENHARIA CIVIL Profª Acilayne Freitas 4.1. O Tamanho da Folha Utilizada Para a representação de uma porção bidimensional (área) do terreno, terão que ser levadas em consideração as dimensões reais desta (em largura e comprimento), bem como, as dimensões x e y do papel onde ela (a porção) será projetada. Assim, ao aplicar a relação fundamental de escala, ter-se-á como resultado duas escalas, uma para cada eixo. A escala escolhida para melhor representar a porção em questão deve ser aquela de maior módulo. É importante ressaltar que os tamanhos de folha mais utilizados para a representação da superfície terrestre seguem as normas da ABNT, que variam do tamanho AO (máximo) ao A5 (mínimo). 4.2. O Tamanho da Porção de Terreno Levantado Quando a porção levantada e a ser projetada é bastante extensa e, se quer representar convenientemente todos os detalhes naturais e artificiais a ela pertinentes, procura-se, ao invés de reduzir a escala para que toda a porção caiba numa única folha de papel, dividir esta porção em partes e representar cada parte em uma folha. É o que se denomina representação parcial. A escolha da escala para estas representações parciais deve seguir os critérios abordados no item anterior. 4.3. O Erro de Graficismo ou Precisão Gráfica Denomina-se precisão gráficade uma escala a menor grandeza suscetível de ser representada em um desenho, por meio dessa escala. Segundo estudos experimentais, a menor distância gráfica ( ) a ser observada a olho nu (sem auxílio de lentes) é de 1/5 do milímetro, ou seja, 0,2 mm. Em função desse limite, calculamos o erro admissível nas determinações gráficas. Logo, =0,2mm Assim, a escala escolhida para representar a porção do terreno levantada, levando em consideração o erro de graficismo, pode ser definida pela relação: Considerando a escala E = 1/ M, a precisão gráfica será dada por: E ≤ /P Onde: FSA - TOPOGRAFIA PARA ENGENHARIA CIVIL Profª Acilayne Freitas P: é a incerteza, erro ou precisão do levantamento topográfico, medida em metros, e que não deve aparecer no desenho. p = 0,2mm x N (que nada mais é, que a distância real representada graficamente por 0,2 mm) Assim nas escalas 1:500, 1:1.000 e 1:5.000 temos as seguintes precisões gráficas: p = 0,2 mm x 500 = 10 cm p = 0,2 mm x 1.000 = 20 cm p = 0,2 mm x 5.000 = 1 m p = 0,2 mm x 10.000 = 2 m Da observação dos valores obtidos acima, concluí-se, por exemplo, que uma distância menor que 20 cm não terá representação gráfica na escala de 1:1.000; e que o erro cometido na avaliação de uma distância nesta escala é da ordem de ± 20 cm. Pode-se concluir, também, que o erro admissível na determinação de um ponto do terreno diminui à medida que a escala aumenta. Assim em uma planta topográfica de escala 1/10.000, as representações ali postas, têm dimensões cujas estimativas são compatíveis com a precisão desta escala, ou seja, ± 2m, então qualquer distância medida nesta planta estará com erro estimado de ±2m. Questionamento: Será possível representar um alinhamento de 10m na escala de 1:100.000? Resposta: na escala 1:100.000 a precisão gráfica é de 0,2mm x 100.000 = 20.000mm ou 20m. Logo não é cabível a representação de grandezas menores que 20m. Em casos onde for necessário evidenciar a existência de detalhes que sejam menores que as estabelecidas pela precisão gráfica da escala usada, lançam-se mão de símbolos ou convenções que facilitaram a leitura ou entendimento da carta ou do mapa topográfico. FSA - TOPOGRAFIA PARA ENGENHARIA CIVIL Profª Acilayne Freitas Escala Gráfica Segundo DOMINGUES (1979), a escala gráfica é a representação gráfica de uma escala nominal ou numérica. Esta forma de representação da escala é utilizada, principalmente, para fins de acompanhamento de ampliações ou reduções de plantas ou cartas topográficas, em processos fotográficos comuns ou xerox, cujos produtos finais não correspondem à escala nominal neles registrada. A escala gráfica é também utilizada no acompanhamento da dilatação ou retração do papel no qual o desenho da planta ou carta foi realizado. Esta dilatação ou retração se deve, normalmente, a alterações ambientais ou climáticas do tipo: variações de temperatura, variações de umidade, manuseio, armazenamento, etc.. Ainda segundo DOMINGUES (1979) a escala gráfica fornece, rapidamente e sem cálculos, o valor real das medidas executadas sobre o desenho, qualquer que tenha sido a redução ou ampliação sofrida por este. A construção de uma escala gráfica deve obedecer aos seguintes critérios: 1) Conhecer a escala nominal da planta. 2) Conhecer a unidade e o intervalo de representação desta escala. FSA - TOPOGRAFIA PARA ENGENHARIA CIVIL Profª Acilayne Freitas 3) Traçar uma linha reta AB de comprimento igual ao intervalo na escala da planta. 4) Dividir esta linha em 5 ou 10 partes iguais. 5) Traçar à esquerda de A um segmento de reta de comprimento igual a 1 (um) intervalo. 6) Dividir este segmento em 5 ou 10 partes iguais. 7) Determinar a precisão gráfica da escala. Exemplo: supondo que a escala de uma planta seja 1: 100 e que o intervalo de representação seja de 1 m, a escala gráfica correspondente terá o seguinte aspecto: FSA - TOPOGRAFIA PARA ENGENHARIA CIVIL Profª Acilayne Freitas Exercício 1. Para representar, no papel, uma linha reta que no terreno mede 45m, utilizando-se a escala 1:450, pergunta-se:qual será o valor desta linha em cm? 2. A distância entre dois pontos, medida sobre uma planta topográfica, é de 520mm. Sabendo-se que, no terreno, estes pontos estão distantes 215,5m, determine qual seria a escala da planta. 3. A distância entre dois pontos, medida sobre uma planta topográfica, é de 55cm.Para uma escala igual a1:250, qual será o valor real desta distância? 4. Se a avaliação de uma área resultou em 2.575cm2 na escala 1:500, a quantos m2 corresponderá esta mesma área no terreno? 5. A área limite de um projeto de Engenharia corresponde a 25km2. Determine a escala do projeto em questão, se a área representada equivale a 5000cm 2 . 6. Construa uma escala gráfica para a escala nominal 1:25.000 7. Construa uma escala gráfica para a escala nominal 1:1.000.000 8. Quantas folhas de papel tamanho A4 serão necessárias para representar uma superfície de 350m x 280m, na escala de 1:500? 9. Qual deve ser a dimensão mínima de um detalhe para que este possa ser representado em plantas nas escalas: a)1:500 b) 1:25000 10. Qual o erro cometido ao se determinar a extensão de um objeto pela medida da sua representação gráfica em uma planta na escala 1:2.000, considerando-se a precisão gráfica ou erro de graficismo como sendo de 0,2mm.
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