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Culpabilidade - Direito Penal

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CULPABILIDADE
Bruna Emmanuelle Alencar da Silva
RESUMO
A culpabilidade existe desde o período Romano, visto na Lei das Doze Tábuas, portanto, o presente trabalho trata do termo culpabilidade, com intuito de analisar e entender de forma plena todos os seus aspectos dentro do Direito Penal Brasileiro com base em diversos doutrinadores, que ao longo do tempo estudaram os princípios e teorias acerca desse termo, para assim entendermos e nos posicionarmos sobre este assunto.
Palavras – chave: culpabilidade; direito penal; teorias da culpabilidade; elementos da culpabilidade.
Introdução
A culpabilidade é o termo que determina e justifica a pena, se caracteriza pela ação do agente que não tem a intenção de cometer o crime, mas o comete por imperícia, imprudência ou negligência. Segundo Fernando Capez, o conceito de culpabilidade se entende por:
“A culpabilidade é exatamente isso, ou seja, a possibilidade de se considerar alguém culpado pela prática de uma infração penal. Por essa razão, costuma ser definida como juízo de censurabilidade e reprovação exercido sobre alguém que praticou um fato típico e ilícito. Não se trata de elemento do crime, mas pressuposto para imposição da pena, porque, sendo o juízo de valor sobre o autor de uma infração penal, não se conceba possa, ao mesmo tempo, estar dentro do crime, como seu elemento, e fora, como juízo externo de valor do agente”.
A culpabilidade pode ser analisada através de três teorias, a Teoria Psicológica da Culpabilidade, a Teoria Psicológico-Normativa da Culpabilidade e a Teoria Normativa Pura da Culpabilidade. Dependendo da teoria adotada, a culpabilidade poderá se tornar um pressuposto de pena e não mais um elemento do crime.
Culpabilidade como predicado do crime
Baseada nos três predicados, os quais são a tipicidade, a antijuricidade e a culpabilidade, a conduta humana é estabelecida assim como crime. A tipicidade é um juízo de fato, para que um ato seja considerado crime, há a necessidade deste ser um fato típico, em que a lei determina como ilícito, sendo assim, não existe crime sem tipicidade. Ao contrário da tipicidade, a antijuricidade é um juízo de valor, se o autor do fato tiver a pretensão de atingir um bem jurídico, mas o bem jurídico não seja atingido, o ato não será antijurídico. A culpabilidade pode ser dolosa ou culposa, sendo por dolo, o agente quis o ato e seus resultados. O dolo pode ser direto, o qual o resultado do delito corresponde ao propósito, ser indireto, o qual o agente visiona o resultado e faz com esse outros danos não previstos, ser genérico, quando há vontade de praticar conduta típica, sem propósito especial, ou, ser específica, nesse caso, com propósito especial. A culpa é a omissão ao prever os resultados do ato, sendo por imprudência, negligência ou imperícia. A imprudência é a inobservância das precauções necessárias, a negligência é a inobservância e descuido na execução do ato, a imperícia é a falta de habilidade julgada necessária para realizar certas atividades, cuja ausência do agente, o faz responsável pelos danos.
Teoria psicológica da culpabilidade
Teoria que teve surgimento no final do século XIX e início do século XX, na Alemanha, representada por Von Liszt e Beling. Segundo essa teoria, a culpabilidade é vista como nexo causal psicológico estabelecido entre a conduta e o resultado do ato, através do dolo ou culpa. Essa teoria não prevaleceu, pois, a mesma considerava o dolo e a culpa como únicas espécies de culpabilidade, afirmando que a culpabilidade era composta somente pelo elemento psicológico e a imputabilidade seria apenas um pressuposto.
Capez cita as principais críticas que essa teoria recebeu: 
“Nela não se encontra explicação razoável para a isenção de pena nos casos de coação moral irresistível e obediência hierárquica a ordem não manifestadamente ilegal em que o agente é imputável e agiu com dolo [...]; A culpa não pode integrar a culpabilidade psicológica porque é normativa, e não psíquica.; a partir da descoberta dos elementos subjetivos do injusto, enunciados por Mezger, comprovou-se que o dolo não pertence à culpabilidade, mas à conduta, pois sua exclusão leva à atipicidade do fato [...].”
 Teoria psicológica-normativa da culpabilidade
Criada em 1907, por Reinhard Frank, após analisar o sistema naturalista de Liszt e Beling, essa teoria busca uma explicação lógica, dispondo assim, pressupostos para a culpabilidade, os quais são a imputabilidade, dolo e culpa, e exigibilidade de conduta diversa. De acordo com Cezar Roberto Bittencourt, essa teoria “vê a culpabilidade como algo que se encontra fora do agente, isto é, não mais como um vínculo entre este e o fato, mas como um juízo de valoração a respeito do agente”. Nota-se que essa teoria consiste em desconhecer que o dolo e a culpa são elementos da conduta e não da culpabilidade.
Teoria normativa pura da culpabilidade
 Definição e fundamento da culpabilidade normativa pura
Originada na década de 30, baseada na teoria finalista da ação, precedida por Hartmann e Graf Zu Dohna, e Welzel como seu grande defensor. A teoria tem como intuito superar as problemáticas das teorias psicológica e psicológica-normativa, nela, a culpabilidade é fundamentada na finalidade da ação, o dolo e a culpa não incorporam a culpabilidade, pois, fazem parte da conduta, passando a ser um juízo de censura de estabelecida conduta considerada ilícita. 
Afirmado que o dolo e a culpa incorporam a conduta, a culpabilidade então é puramente normativa, ou seja, puro juízo de valor, incide sobre o autor do injusto penal, e exclui-se qualquer dado psicológico. Há duas teorias derivadas da teoria normativa pura da culpabilidade, são a teoria estrita da culpabilidade e a teoria limitada da culpabilidade, para a primeira, qualquer espécie de descriminante putativa, seja por erro de proibição, seja por erro de tipo, é sempre tratados como erro de proibição. Para a segunda, o erro que atribui sobre uma situação de fato é erro de tipo, à medida que, o erro que recair sobre a existência ou limites de uma causa de justificação é erro de proibição. A teoria adota pelo Código Penal Brasileiro é a teoria limitada da culpabilidade. A culpabilidade é constituída de três elementos, os quais são, a imputabilidade, a potencial consciência da ilicitude e a exigibilidade de conduta diversa. 
	 
Elementos da culpabilidade normativa pura
São três elementos que compõem a culpabilidade, o primeiro é a imputabilidade, que é a possibilidade de se conceder a autoria ou responsabilidade por um fato criminoso a alguém, ou por condições lógicas ou por ausência de incapacidades jurídicas, as causas excludentes da imputabilidade, são a doença mental, o desenvolvimento mental incompleto, o desenvolvimento mental retardado e a embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou força maior. O segundo é a potencial consciência de ilicitude, a qual, o indivíduo é capaz de obter informações e dados que podem conscientiza-lo de que determinada ação ou omissão é ilícita ou licita. E a terceira é a exigibilidade de conduta diversa, que é a possibilidade de agir nos princípios do ordenamento jurídico, ou seja, que o individuo poderia ter atuado de maneira diversa a que adotou. 
Excludentes da Culpabilidade 
O indivíduo imputável é o que embora seja portador de doença mental, desenvolvimento incompleto ou retardo mental, é capaz de entender seu comportamento ilícito. A inimputabilidade deve ser provada por exame pericial, sendo comprovada, não exime o juiz de investigar a existência do ato que infringiu as leis quanto à inexistência de tipicidade ou antijuricidade. Os menores de dezoito anos são inimputáveis, pelo fato de não serem capaz de entender as normas sociais, considerando que o desenvolvimento mental ainda está incompleto. O indivíduo é considerado imputável também, por ter certa consciência do ato ilícito, e ter agido com culpabilidade diminuída, acaso o indivíduo se exponha propositalmente em uma situação de inimputabilidade para cometer um crime,e para isso alegou estado de inconsciência, será considerado o momento em que esse indivíduo se expôs a esse estado. 
A imputabilidade é a capacidade plena de diferenciar a boa ação da má ação, o indivíduo deve ter condições físicas e psicológicas de saber que está cometendo um ato ilícito. E também, capaz de administrar sua vontade própria, de acordo com seu entendimento. São três sistemas que definem os critérios da inimputabilidade, o sistema biológico, o qual condiciona a responsabilidade ao estado normal da mente, o sistema psicológico, o qual não pesquisa se há uma perturbação mental e o sistema biopsicológico, o qual só é excluído a responsabilidade do indivíduo com condições enfermas mentais, se no momento do ato estava incapaz de entendimento. O sistema brasileiro adota o biopsicológico, e nas exceções o sistema biológico para menores de dezoito anos. 
Coação Moral Irresistível e Obediência Hierárquica
O indivíduo que sofreu a coação não tem vontade livre, sendo indispensável que a coação seja irresistível, onde o coagido não consiga se eximir. Se o indivíduo resistir à coação, responderá apenas pelo ato ilícito praticado, o coator é sempre punível. A obediência hierárquica excluirá a culpabilidade, o subordinado obedece à ordem do superior legítimo, devendo ter conhecimento do fato ilícito. 
Emoção e Paixão
Mirabete (2015, p. 193) diz que a “emoção é um estado afetivo que, sob uma impressão atual, produz repentina e violenta perturbação do equilíbrio psíquico”. A emoção é um sentimento repentino e passageiro. Ao contrário da paixão, que é um sentimento mais lento e duradouro. Visto no art. 28 do Código Penal que, emoção ou paixão não excluem a imputabilidade penal, ou seja, os indivíduos que praticarem homicídio por emoção ou paixão, não tem capacidade de entendimento devido a um desses sentimentos.
Embriaguez e Substância de Efeitos Análogos
A teoria Actio Libera In Causa, é onde o indivíduo consciente se expõe em estado de inimputabilidade, tendo em vista que o indivíduo tinha consciência antes de se colocar em estado inimputável, considera o momento em que o indivíduo se expôs a essa situação e não da prática delituosa. Segundo Mirabete, a embriaguez é conceituada como intoxicação aguda e transitória causada por álcool ou alguma substância de efeito análogo, que priva assim o indivíduo de ter capacidade de entendimento normal. Existem quatro modalidades de embriaguez:
Embriaguez Não Acidental: subdivide-se em voluntária e culposa, a primeira é quando o indivíduo ao ingerir álcool ou outra substância análoga tendo pretensão de embriagar-se, com intenção de ter o estado de ebriedade. E a segunda é quando o indivíduo ingere a substância, mas não tem intenção de embriagar-se, mas acontece devido a imprudência de ingerir doses exageradas.
Embriaguez Acidental: ocorre por caso fortuito ou de força maior, se for pela primeira é, por exemplo, quando o indivíduo após tomar medicação antialérgica, ingere álcool, sem a noção de que isso o fará perder por completo a compreensão, ou seja, o indivíduo não agiu com culpa. E pela segunda é quando, por exemplo, o indivíduo é obrigado a ingerir a substância contra a sua vontade, seja por coação física ou moral irresistível, fazendo com que o mesmo perca o controle sobre seu estado de ação. 
Embriaguez Patológica: é quando o indivíduo tem uma vontade invencível de consumir substâncias ilícitas, que é o caso dos alcoólatras e dependentes químicos. É considerada juridicamente uma doença mental, que se manifesta em indivíduos predispostos. 
Embriaguez Preordenada: é quando o indivíduo tem a finalidade de delinquir nesse estado, almejando o objetivo delituoso que quer atingir ou assume o risco dessa finalidade, por exemplo, os assaltantes que fazem o uso de substâncias ilícitas para cometer crimes. 
Redução da Menoridade (Inconstitucionalidade)
No artigo 228 da Constituição Federal de 88, diz que “são penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas de legislação especial”, e para que seja alterado o limite de penalização é necessário que a Constituição seja alterada, ou seja, alterar através da Emenda Constitucional a Carta Magna, visando à alteração da idade imputável. Os direitos e garantias individuais além do artigo quinto da Constituição são consideradas cláusulas pétreas, sendo assim, essa norma constitucional não será alterada enquanto a ordem constitucional de 1988 estiver vigente. 
Erro de Proibição
O erro de proibição surge quando o indivíduo tem consciência perfeita de sua realidade, mas vislumbra que sua conduta é admissível quando na verdade é proibida, fazendo juízo equivocado no que lhe é permitido fazer. Ao contrário do erro de tipo, em que o indivíduo tem uma visão da realidade deformada, não enxergando existência de erro na situação proibida em que estiver. Sendo assim, o erro de proibição exclui a consciência de ilicitude e o erro de tipo exclui o dolo. 
Causas de Justificação e Exculpantes
As causas de justificação excluem a antijuridicidade do fato ou da culpabilidade, previstas no artigo 23 do Código Penal, no caso de uma ação típica possuir uma causa de justificação, não causará assim uma pena devido ao seu caráter de ilicitude ser excluído. Já as causas exculpantes, são as que excluem a culpabilidade, por exemplo, o erro de proibição.
Caso Fortuito ou de Força Maior
O caso fortuito e o caso de força maior são fatos que escapam da vontade do indivíduo de evitar o resultado, por mais que seja previsível no segundo caso e evitável no primeiro. Segundo Venosa, o caso fortuito “é a situação que decorre de fato alheio à vontade da parte, mas proveniente de fatos humanos”. Ambos excluem a culpabilidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que o direito se modifica e seus fundamentos também de acordo com a evolução da sociedade, a culpabilidade por sua vez, era vista inicialmente em que o dolo e a culpa não tinham proporção com a pena, passando a ser subjetiva com o passar do tempo. Surgiram teorias da culpabilidade, com o intuito de entender seus aspectos. Sendo assim, a culpabilidade como um juízo de valor que não aprova a conduta típica e ilícita, não mais caracterizada como crime e sim pressuposto da pena.
	
	
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BITENCOURT, C. R. (2012). Tratado de Direito Penal (17ª ed.). São Paulo, São Paulo, Brasil: Saraiva.
CAPEZ, F. (2011). Curso de Direito Penal (15ª ed., Vol. I). São Paulo, São Paulo, Brasil: Saraiva.
MIRABETE, Júlio Fabbrini; FABBRINI, Renato N. Manual de Direito Penal - Parte Geral. Ed. São Paulo: Atlas, 2015.
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil – Parte Geral. Ed. São Paulo: Atlas, 2014.
RIDEEL. Vade Mecum – Código Penal. Ed. São Paulo: Rideel, 2013.

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