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Escola de Ciências e Tecnologia – UFRN (Mecânica dos Sólidos) Prof. Daniel Nelson Maciel (dnmaciel@ect.ufrn.br) 1. Sistema de forças 1.1. Conceitos Básicos I) MECÂNICA: Ramo da física que estuda o comportamento dos corpos submetidos a forças de várias naturezas. É basicamente subdividida em duas principais áreas: i) Mecânica dos Fluidos ii) Mecânica Sólidos ii.a) Mecânica dos corpos rígidos (estática e dinâmica); ii.b) Mecânica dos corpos deformáveis (resistência dos materiais). II) Corpo Rígido: Corpo que não se deforma. É uma idealização com finalidade de estudar APENAS os efeitos das forças EXTERNAS aplicadas sobre o corpo. Corpo deformável Corpo rígido Escola de Ciências e Tecnologia – UFRN (Mecânica dos Sólidos) Prof. Daniel Nelson Maciel (dnmaciel@ect.ufrn.br) 1.1. Conceitos Básicos (cont.) III) FORÇA: É uma grandeza vetorial (módulo, direção e sentido) que é definida na estática como sendo a ação de um corpo sobre o outro. Em dinâmica, as forças tendem a acelerar o corpo. Para completa determinação da ação de uma força sobre um corpo, deve-se ainda considerar o seu PONTO DE APLICAÇÃO (no exemplo acima a força P está aplicada em “A”). P A Modelo PONTO DE APLICAÇÃO Escola de Ciências e Tecnologia – UFRN (Mecânica dos Sólidos) Prof. Daniel Nelson Maciel (dnmaciel@ect.ufrn.br) 0.1. Conceitos Básicos (cont.) IV) EFEITO DAS FORÇAS NOS CORPOS (estática): Ao agirem em um corpo qualquer, as forças provocam efeitos classificados como EXTERNOS e INTERNOS a esse corpo: i) EFEITO EXTERNOS: forças de contato entre os corpos, reações nos suportes, forças transmitidas por parafusos, soldas etc. ii) EFEITOS INTERNOS: Forças internas entre as partículas que constituem o corpo, tensões e deformações (Assunto estudado em RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS, 3ª Unidade do nosso curso). Escola de Ciências e Tecnologia – UFRN (Mecânica dos Sólidos) Prof. Daniel Nelson Maciel (dnmaciel@ect.ufrn.br) 0.1. Conceitos Básicos (cont.) V) PRINCÍPIO DA TRANSMISSIBILIDADE: Ao estudarmos, por enquanto, apenas os efeitos externos nos corpos (Mecânica dos Corpos Rígidos), pode-se utilizar esse princípio a fim de se determinar tais efeitos. Esse princípio afirma que ao se aplicar uma força em dado corpo rígido, o seu efeito nesse corpo não se altera se essa força se move ao longo da sua linha de ação, ou seja: Linha de ação da força P Escola de Ciências e Tecnologia – UFRN (Mecânica dos Sólidos) Prof. Daniel Nelson Maciel (dnmaciel@ect.ufrn.br) 0.1. Conceitos Básicos (cont.) ii) DE CORPO: Surge em razão da atuação de um campo de forças sobre o corpo. Ex: Campo Gravitacional, Elétrico, Magnético. OBS: O peso próprio (W) é uma força distribuída ao longo de todo volume do corpo, porém para se determinar os efeitos externos desse corpo em face do seu peso próprio, basta considerar o peso total como uma força concentrada aplicada no centro de gravidade: VI) CLASSIFICAÇÃO DAS FORÇAS: i) DE CONTATO OU DE SUPERFÍCIE: São divididas entre FORÇAS CONCENTRADAS e DISTRIBUÍDAS ao longo de uma área ou comprimento. Escola de Ciências e Tecnologia – UFRN (Mecânica dos Sólidos) Prof. Daniel Nelson Maciel (dnmaciel@ect.ufrn.br) 1.2. Componentes Retangulares 1.2.1. Caso Bidimensional Em aplicações da Mecânica é bastante útil decompor os vetores força segundo componentes retangulares, também chamadas de componentes cartesianas. Considere a força F com as coordenadas retangulares em destaque: x yF F= +x yF = F + F i j E ainda: ( ) ( ) 2 2cos ; ;x y x yF F F Fsen F F Fq q= = = + x yF e FOBS: são componentes escalares de F. Essas componentes podem assumir valores positivos ou negativos. As componentes de uma força dependem do sistema de eixos adotado e esse sistema é muitas vezes adotado à conveniência da geometria do corpo que sofre a influência da força, exemplo: Escola de Ciências e Tecnologia – UFRN (Mecânica dos Sólidos) Prof. Daniel Nelson Maciel (dnmaciel@ect.ufrn.br) 1.2.1. Caso Bidimensional (cont.) Havendo forças concorrentes (duas ou mais) em um dado ponto, pode-se determinar sua resultante a partir de suas componentes retangulares, ou seja: Onde: jiF jiF1 yx yx FF FF 222 11 += += Sendo , tem-se:1 2R = F + F ( ) ( )1 2 1 2x x y y x yF F F F R R+ + + = +R = i j i j 1 2 1 2 x x x y y y R F F R F F = + = + Para “n” forças concorrentes em um dado ponto, pode-se escrever: 1 2 3 1 1 2 3 1 n x x x x nx ix i n y y y y ny iy i R F F F F F R F F F F F = = = + + + + = = + + + + = å å L L Escola de Ciências e Tecnologia – UFRN (Mecânica dos Sólidos) Prof. Daniel Nelson Maciel (dnmaciel@ect.ufrn.br) EXEMPLO 1:Determine a intensidade e a direção da força resultante que atua no pino. 1.2.1. Caso Bidimensional (cont.) Escola de Ciências e Tecnologia – UFRN (Mecânica dos Sólidos) Prof. Daniel Nelson Maciel (dnmaciel@ect.ufrn.br) 1.2.2. Caso Tridimensional Considere agora uma força F no espaço: x y zF F F= + +x y zF = F + F + F i j k Onde: cos ; cos ; cosx x y y z zF F F F F Fq q q= = = , ,x y zF F F ® Componentes escalares de F em relação ao sistema xyz adotado. As componentes de F podem ser dadas por: Sendo: , ,x y zq q q ® Ângulo entre F e os vetores unitários i, j e k respectivamente. São chamados de ângulos diretores do vetor F. É comum também denominar: cos ; cos ; cosx y zl m nq q q= = = Onde: , ,l m n ® Cossenos diretores do vetor F. E ainda: 2 2 2 1l m n+ + = Escola de Ciências e Tecnologia – UFRN (Mecânica dos Sólidos) Prof. Daniel Nelson Maciel (dnmaciel@ect.ufrn.br) 1.2.2. Caso Tridimensional (cont.) Sendo assim, pode-se escrever: ( ) ( ) cos cos cos cos cos cos x y z x y z x y z F F F F F F F F l m n q q q q q q = + + = + + = + + = + + F i j k i j k i j k i j k Chamando , tem-se:( )l m n= + +Fλ i j k F= FF λ Vetor unitário na DIREÇÃO e SENTIDO de F, ®Fλ Para se determinar as componentes da força F, existem duas formas básicas: i) Quando se conhece dois pontos pertencentes à linha de ação da Força: Fλ Tem-se que: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 2 1 2 1 2 1 2 2 2 2 1 2 1 2 1 x x y y z zAB AB x x y y z z - + - + - = = - + - + - F i j k λ uuur Assim: F= FF λ OBS: Fazendo-se¨ , obtém-se -FBA uuur Escola de Ciências e Tecnologia – UFRN (Mecânica dos Sólidos) Prof. Daniel Nelson Maciel (dnmaciel@ect.ufrn.br) 1.2.2. Caso Tridimensional (cont.) ii) Quando se conhece dois ângulos que orientam a linha de ação da Força: Sendo os ângulos f e q conhecidos, tem-se: zF Fsenf= cosxyF F f= Sendo os ângulos f e q conhecidos, tem-se: cosx xy y xy F F F F sen q q = = Assim: x y zF F F= + +F i j k Escola de Ciências e Tecnologia – UFRN (Mecânica dos Sólidos) Prof. Daniel Nelson Maciel (dnmaciel@ect.ufrn.br) EXEMPLO 2: O cabo AB exerce uma tensão de 2kN no suporte em A. Determine as componentes retangulares da força. 1.2.2. Caso Tridimensional (cont.) Escola de Ciências e Tecnologia – UFRN (Mecânica dos Sólidos) Prof. Daniel Nelson Maciel (dnmaciel@ect.ufrn.br) 1.3. Momento de uma força 1.3.1. Caso Bidimensional – Momento em torno de um ponto Um força, quando aplicada em um dado corpo sólido, tende a movê-lo segundo sua direção e também rotacioná-lo em torno de um eixo que não intercepte e nem seja paralelo em relação à linha de ação dessa força. Essa tendência de rotação é quantificada através do conceito de MOMENTO DE UMA FORÇA ou TORQUE. Considere o bloco apoiado no solo submetido a uma força F: F y xo r A Definindo-se a posição “A” (ponto de aplicação da força) pelo vetor posição r em relação aoponto “o”, o momento da F em relação a “o” é dado, na forma vetorial, pelo produto: M = r ×F O módulo do vetor M é dado por: M Frsen Fdq= = q d OBS: A distância “d” é BRAÇO DE ALAVANCA da força. É a distância entre sua linha de ação e o ponto “o”. Escola de Ciências e Tecnologia – UFRN (Mecânica dos Sólidos) Prof. Daniel Nelson Maciel (dnmaciel@ect.ufrn.br) 1.3. Momento de uma força (cont.) 1.3.2. Caso Bidimensional – Teorema de Varignon Considere o sistema de forças concorrentes em um mesmo ponto: y xo r 1F 2F 3F nF L Sendo: 1 2 3 n+ + + +R = F F F FL O momento da resultante em relação ao ponto “o” é dado por: RM = r × R Então: ( )1 2 3R n+ + + +M = r × F F F FL Aplicando a propriedade distributiva, ou seja: 1 2 3 1 1 n n R n i i i i= = + + + + = =å åM = r ×F r × F r × F r ×F r ×F ML CONCLUSÃO: A soma dos momentos de um sistema de forças concorrentes em relação a um ponto é igual ao momento de sua resultante em relação a esse mesmo ponto. Escola de Ciências e Tecnologia – UFRN (Mecânica dos Sólidos) Prof. Daniel Nelson Maciel (dnmaciel@ect.ufrn.br) EXEMPLO 1: Determine o momento das forças em relação ao ponto A. 1.3.2. Caso Bidimensional – Teorema de Varignon (cont.)
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