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Aula 2 Conceitos e práticas jornalísticas

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INTRODUÇÃO AO 
JORNALISMO 
AULA: CONCEITOS, TECNICAS E PRÁTICAS 
JORNALÍSTICAS 
Profª Drª Messiluce Hansen 
Texto de referência: PENA, Felipe. (2010). Teoria 
do Jornalismo. 2ª ed. São Paulo: Contexto. 
LEAD (LIDE) A PIRÂMIDE INVERTIDA 
 Os conceitos de Lide e Sublide foram introduzidos no Brasil por Pompeu de 
Souza na década de 1950. 
 O lead (ou lide) é o relato sintético do acontecimento logo no começo do 
texto, respondendo às perguntas básicas do leitor: o quê, quem, como, 
onde, quando e por quê. (lide básico) 
 Na televisão o lead também é chamado de “cabeça” da matéria. 
 Jõao de Deus apresenta um modelo estendido de lide com nove perguntas: 
Quem fez? O quê? A quem? Quando? Por quê? Para quê? Onde? 
Como? Com que desdobramentos (mais comum em reportagens). 
 O “Quem faz o quê?” pode ser ativo ou passivo 
 Sublide: quando o segundo parágrafo de uma notícia, reportagem etc. 
contem algum elemento essencial deslocado do primeiro parágrafo, pela 
complexidade dos dados a serem resumidos, ou pela estratégia narrativa do 
jornalista que separa dados essenciais para administrar o impacto. 
 Suíte: Ato ou efeito de desdobrar uma notícia já publicada anteriormente. 
Técnica de dar continuidade à apuração de um fato (já noticiado), que 
continua sendo de interesse jornalístico, mediante o acréscimo de novos 
elementos, para a atualização do fato inicial e seus subseqüentes. 
 
 
FUNÇÕES DO LEAD NO RELATO JORNALÍSTICO 
 Apontar a singularidade da história; 
 Denotar a voz do narrador dando o tom da matéria. 
 Informar o que se sabe de mais novo sobre um 
acontecimento; 
 Apresentar lugares e pessoas de importância para o 
entendimento dos fatos; 
 Oferecer o contexto em que ocorreu o evento; 
 Provocar no leitor o desejo de ler o restante da matéria; 
 Articular de forma racional os diversos elementos 
constitutivos do acontecimento; 
 Resumir a história, da forma mais compacta possível, sem 
perder a articulação. 
VARIAÇÕES ESTILÍSTICAS DE LIDE 
 Clássico: apresenta todos os elementos essenciais, mas sem a 
preocupação da hierarquização dos dados entre si, de modo a envolver o 
destinatário. 
 De Citação: é iniciado com a transcrição de uma fala ou depoimento 
expressivos de um personagem da história a ser relatada, seguida dos 
demais elementos constitutivos. 
 Circunstancial: o texto é aberto pela apresentação do elemento ‘como’ ou 
circunstância, tão original que justifique a prioridade de iniciar o discurso. 
 Clichê: quando a matéria é iniciada com um ditado ou chavão. 
 Conceitual: lide que emprega uma ideia, uma definição, para atrair o 
destinatário da notícia pela novidade do enfoque diferenciado que o conceito 
traz. É utilizado em matérias que abordam exatamente a notícia daquela 
nova concepção. 
 Cronológico: o jornalista monta os dados na sequencia em que ocorrem os 
fatos; do mais remoto ao mais novo, em razão do impacto dessa articulação. 
Utilizado quando o jornalista percebe a força narrativa da ordem natural dos 
fatos. Depende de forma mais explícita de um título ou subtítulo que informe 
de forma mais imediata o clímax dos acontecimentos. 
 
VARIAÇÕES ESTILÍSTICAS DE LIDE 
o De apelo direto: procura envolver diretamente o leitor, ouvinte ou 
espectador, focalizando um aspecto do fato que tenha muita 
possibilidade de interessá-lo. Uso de tratamento individualizado 
(“Você que vai votar...”); mais comum em rádio e televisão. 
o De contraste: o texto é iniciado por proposição ou pensamento 
relativamente vagos e que contrastam com o ‘clima’ da informação 
da notícia. 
o Descritivo: abre o texto com a reconstituição do cenário onde estão 
os personagens da história narrada. 
o De enumeração: inicia o texto com uma lista ou sequência de 
condições, hipóteses ou consequências. “Ruas devastadas, 
moradores desabrigados e sem acesso aos serviços básicos de 
saúde, água, luz e segurança retratam o caos que se instalou na 
cidade de Porto Príncipe após o terremoto da noite de ontem, o 
maior dos últimos 40 anos”. Mais comum na televisão. 
 
 
 
VARIAÇÕES ESTILÍSTICAS DE LIDE 
 Dramático: tem o estilo do conto; cria suspense para um 
desfecho inesperado que virá, usualmente, no sublide. 
 Interrogativo: a matéria é iniciada com uma questão 
perturbadora e sem solução imediata. Tem o objetivo de 
despertar a curiosidade. 
 Rememorativo: comum em suítes; a matéria é iniciada com 
dados mais antigos do acontecimento (um período de 150 
toques por exemplo) que antecedem os dados mais recentes. 
Exemplo: 
“Paris, 1 mai (EFE).- Uma das caixas-pretas do voo Rio de 
Janeiro Paris que caiu em junho de 2009 com 228 pessoas a 
bordo foi encontrada neste domingo no Atlântico, 
informaram à Agência Efe os investigadores. 
A caixa-preta, que registra os dados de voo, foi encontrada 
pelo robô submarino Remora 6000 às 13h40 (horário de 
Brasília) e já foi rebocado ao navio "Ile de Sein".” 
 
VARIAÇÕES ESTILÍSTICAS DE LIDE 
 Adversativo: a matéria é iniciada com o advérbio que faz menção a 
uma expectativa não realizada. Ex: “Apesar da expectativa de 
classificação para os Jogos Pan-americanos, em razão de seus 
títulos recentes, o halterofilista Joel Farias foi afastado, ontem, da 
delegação brasileira...” 
 Explicativo: a matéria é iniciada com uma “justificativa” que tem a 
função de explicar o contexto de um acontecimento, 
pronunciamento. Possui função didática para o público. Ex: Em 
razão das fortes chuvas que atingem o litoral do Rio de Janeiro 
desde ontem, a Defesa Civil do estado emitiu boletim de 
advertência...” 
 Apelativo: usa a ambiguidade dos dados para insinuar fatos não 
comprovados ou inverossímeis. Esse tipo de prática fere os 
princípios da ética jornalística. 
 Multilide: a matéria não adota o modelo da pirâmide invertida e 
distribui as informações relevantes ao longo do texto. 
 
 
O PROBLEMA DA OBJETIVIDADE JORNALÍSTICA 
 A tese da objetividade jornalística não nega a existência da 
subjetividade; ela reconhece a sua inevitabilidade. 
 A tese da objetividade reconhece os fatos são tão complexos que as 
narrativas jornalísticas não podem ser tomadas como expressões 
absolutas da realidade. Por isso é necessário “desconfiar” dos fatos 
e buscar desenvolver métodos que assegurem rigor científico aos 
relatos jornalísticos. 
 Michael Schudson identifica 3 motivos para o surgimento da tese da 
objetividade jornalística: 
1) As críticas à razão fundamentadas pelo ceticismo de influência 
psicanalítica; 
2) Pelo nascimento da profissão de relações públicas, capaz de 
produzir fatos para beneficiar determinadas empresas; 
3) Pela influência da propaganda 
 
O PROBLEMA DA OBJETIVIDADE JORNALÍSTICA 
 “A objetividade, então, surge porque há uma percepção de que os 
fatos são subjetivos, construídos através da mediação de um 
indivíduo, que tem preconceitos, ideologias, carências, interesses 
pessoais ou organizacionais e outras idiossincrasias”. 
 A tese da objetividade defende que o método é que deve ser 
objetivo, não o jornalista. 
 As matérias informativas (noticia, reportagem) não estão isentas de 
opinião que se faz presente nas declarações das fontes. 
 Alguns dos métodos utilizados para a criação da objetividade 
jornalística são: 
 A utilização de fontes múltiplas: ouvir os dois lados da questão; 
 A utilização de citações diretas; 
 A apresentação de provas auxiliares: boletins de ocorrência; análise 
pericial; testemunhos, estatísticas etc. 
 A apresentação da notícia na forma da pirâmide invertida 
 
NÚMEROS E PESQUISAS 
 As pesquisas e os dados estatísticos podem distorcer a realidade,por isso recomenda-se que o jornalista: 
 Saiba quem encomendou a pesquisa; 
 Conheça a instituição, os pesquisadores, seus métodos e 
reputação; 
 Entenda a metodologia e saiba a amostragem da pesquisa; 
 Pergunte especificamente quais foram as questões e como 
foram elaboradas; 
 Descubra outra pesquisa sobre o mesmo assunto e compare-a 
com a original. 
 
FOLHA DE SÃO PAULO 30/06/201 EDUARDO CUCOLO DE BRASÍLIA 1 
Com pressão salarial, BC vê inflação maior 
 
Relatório aponta para estimativas mais altas para os índices de preços, 
com alcance da meta oficial apenas em 2013 
 
Novas projeções levam economistas a apostar em dose extra de juros; 
incertezas no cenário externo preocupam 
 
Aumentou a possibilidade de que o Banco Central faça elevações 
adicionais da taxa básica de juros para colocar a inflação de volta na meta. 
Essa é a avaliação de economistas após a revisão para cima das projeções 
oficiais do BC para a alta de preços. 
Em seu relatório trimestral de inflação divulgado ontem, o BC alterou suas 
previsões para a inflação de 2011 e de 2012- ficaram ainda mais distantes do centro 
da meta do governo, de 4,5%. 
No cenário de referência usado pelo BC, que considera o dólar a R$ 1,60 e a taxa 
básica de juros em 12,25%, o objetivo seria atingido apenas no fim do 1º semestre de 
2013. 
A revisão se deve ao comportamento da inflação e ao crescimento da economia, 
ambos acima do esperado, nos últimos meses. Entre as surpresas inflacionárias, o 
BC destacou a alta do álcool. 
 
 
 
Com pressão salarial, BC vê inflação maior 
 
Para o futuro, o BC vê como "um risco muito importante" para a inflação 
a pressão de trabalhadores para repor as perdas salariais. Por isso, 
defende que as negociações considerem a expectativa de queda de preços 
e ganhos de produtividade. 
O diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton, disse que as 
previsões pioraram agora, mas devem recuar nos próximos meses. 
As estimativas do BC para 2011 subiram de 5,6% para 5,8%. Para 2012, 
passaram de 4,6% para 4,8%. 
Foi mantida a previsão de expansão de 4% para o PIB. 
"Esse relatório aumentou muito a chance de que o BC seja 
forçado a fazer ao menos mais um aumento de juros. Nossa 
projeção, que era de mais uma alta em julho, agora é de outra 
em agosto", disse o economista Homero Guizzo, da LCA. 
Bancos e corretoras como Bradesco, Prosper, Banif e Fator também 
fazem esse tipo de avaliação. 
O economista Fábio Silveira, da RC Consultores, porém, diz que o BC 
deveria encerrar o ciclo de alta dos juros, pois novos aumentos, somados 
às medidas já adotadas, podem esfriar demasiadamente a economia. 
Ontem, o diretor de Política Econômica do BC afirmou que não vê 
descontrole da inflação e que mantém a estratégia de um aperto 
"suficientemente prolongado" para alcançar os 4,5% em 2012. 
 
 
FOLHA DE SÃO PAULO 30/06/2011 OPINIÃO CLÓVIS ROSSI 
 
A crise da intermediação 
 
ATENAS - Uma das coisas que mais chamavam a atenção ontem na praça 
Syntagma, o coração de Atenas, era a relativa pouca atenção que os 
"aganaktismeni", os indignados em versão grega, prestavam à decisiva votação 
que ocorria no Parlamento, o prédio em frente ao acampamento que montaram 
já faz três semanas exatamente para protestar contra a situação econômico-
social do país. 
É verdade que havia distrações importantes, na forma de confrontos 
continuados entre a polícia e os grupos radicais anarquistas, que não 
pertencem ao acampamento dos "indignados", mas acabam mobilizando a 
atenção da TV. Afinal, quebra-quebra é mais imagético do que um 
acampamento pacífico. Além disso, a nuvem de fumaça provocada pelo gás 
lacrimogêneo forçava todos a se defender, em vez de prestar atenção ao que 
ocorria no Parlamento. 
Mas, de todo modo, a desatenção parece confirmar a avaliação que faz o 
espanhol Daniel Innerarity, catedrático de filosofia social e política, sobre o 
movimento espontâneo que está cada vez mais ocupando a praça pública, 
primeiro no Oriente Médio e agora na Europa: "Há um assalto generalizado 
contra a ideia da intermediação. Está se instaurando uma visão segundo a qual 
a vontade geral é algo que se pode construir sem instituições intermediárias". 
Pelo menos em Atenas, ontem era assim: os supostos representados davam as 
costas a seus representantes eleitos, como se tivessem a certeza de que eles, na 
verdade, já não representam a "vontade geral". 
É razoável supor que, ao menos em relação ao Parlamento brasileiro, a 
sensação do público seja idêntica ou ao menos parecida. Ontem mesmo meu 
neto me avisou, pelo Facebook, que aderiu a uma manifestação contra a 
corrupção, gestada, como no caso dos "indignados", no mundo virtual e agora a 
caminho da vida real. 
FONTES 
 A fonte de informação oferece uma interpretação subjetiva de um 
fato: “Cada indivíduo da cadeia informativa entende a realidade 
conforme seu próprio contexto e seu próprio enfoque de 
memória”. 
 O resultado de uma conversa com a fonte depende 
essencialmente do que ela imagina sobre você e sobre suas 
intenções 
 O jornalista deve alimentar o ceticismo frente as informações 
obtidas de suas fontes, sobretudo as oficiais. 
 Quando a fonte é testemunhal, é preciso estar atento aos 
interesses e pressupostos que a norteiam: não há instituição que 
não tenha segredos a preservar 
 A preservação da identidade das fontes é uma faca de dois 
gumes: pode servir para proteger a identidade de fontes que de 
outra forma não tornariam informações relevantes de 
conhecimento público ou pode abrir espaço para fraudes. 
 As fontes podem manipular o jornalista e agendar os meios de 
comunicação. 
 
 
PROCEDIMENTOS DESENVOLVIDOS PELO THE WASHINGTON 
POST PARA O USO DE FONTES CONFIDENCIAIS 
1. Todas as declarações devem ser transcritas exatamente como 
foram colhidas pelos repórteres; 
2. Se o repórter quiser utilizar uma fonte confidencial, sua 
identidade deverá ser revelada a pelo menos um editor; 
3. Entrevistas em off, sem que a fonte se identifique de forma 
alguma, não serão mais publicadas. É recomendável ao repórter 
que não se envolva mais nesse tipo de conversa; 
4. Informações sem atribuição de fonte, mas com algum tipo de 
identificação, podem ser utilizadas desde que respeitada a regra 
2. Ex: Um funcionário do Banco Central declarou... 
TIPOS DE FONTES 
 Oficiais: institucionais. Falam pelo governo, institutos, 
empresas, associações de demais organizações. 
 Oficiosas: quando a fonte não está autorizada a falar pela 
instituição a qual pertence 
 Independentes: quando não possui vínculo direto com o 
assunto em questão. 
 Testemunhal: possui relação direta com o fato do qual foi 
testemunha. A testemunha oferece sua perspectiva do fato, 
jamais sua exata e fiel representação. 
 Primária: possui relação direta com a informação 
 Secundária: usadas para contextualizar a informação 
Ex: numa matéria sobre a Guerra no Iraque, soldados e 
moradores de Bagdá seriam fontes primárias, enquanto 
cientistas e analistas seriam fontes secundárias. 
 
CATEGORIAS DO JORNALISMO 
 
 Jornalismo informativo: é aquele que tem predominantemente por objeto 
a informação da atualidade; seu fim principal é dar conta do que acontece. 
 Jornalismo opinativo: o jornalista toma posição frente aos dados 
informativos e trata de convencer o leitor de que esta tomada de partido é a 
mais adequada ou correta. 
 Jornalismo interpretativo: também conhecido como jornalismo em 
profundidade, explicativo ou motivacional. A interpretação deve restringir-se 
ao aprofundamento da notícia mediante a explicação, a identificação e análise 
dos pormenores do acontecimento e de suas implicações, evitando-se, 
contudo, a inclusão da opinião do jornalista.Segundo Erbolato, o 
principal gênero do jornalismo interpretativo é a reportagem em 
profundidade que deve: 
 dar ao leitor os antecedentes completos dos fatos que originaram a noticia; 
 mostrar o alcance que tiveram as circunstâncias, no momento em que os fatos 
ocorreram, e dizer o que poderá ocorrer no futuro, em conseqüência delas; 
 comentar todos esses fatos e situações anteriormente descritos, o que consistiria em 
uma análise. 
 humanizar o relato levando a informação até o ambiente do leitor. 
 Jornalismo diversional: “o repórter procura viver o ambiente e os 
problemas dos envolvidos na história, mas não pode se limitar às entrevistas 
superficiais e sim ‘descobrir sentimentos, anotar diálogos, inventariar 
detalhes, observar tudo e fazer-se presente em certos momentos reveladores’” 
(Erbolato, 2004: 44). 
GÊNEROS NO JORNALISMO: JORNALISMO INFORMATIVO 
 
 Todos os textos do gênero informativo se baseiam em 
fatos atuais, correntes que mereçam o interesse público. 
Eles procuram informar. 
 A nota corresponde ao relato de acontecimentos que estão 
em processo de configuração e por isso é mais frequente 
no rádio e na televisão. Ex: FSP, Coluna Painel de Renata 
Lo Prete: 
“Fulminada pelo Senado na semana passada, a Secretaria 
de Longo Prazo continua a existir no mundo virtual. Seu 
titular, Mangabeira Unger, e a estrutura da pasta 
sobrevivem no site da Presidência da República”. 
 Tipos de nota na televisão: 
 Nota pelada: o apresentador lê um texto sem cobertura de 
imagens 
 Nota coberta: texto lido em off pelo apresentador e coberto com 
imagens referentes ao assunto 
 
GÊNEROS NO JORNALISMO: JORNALISMO INFORMATIVO 
 
 A notícia é o relato integral de um fato que já eclodiu no organismo 
social. Deve responder a seis perguntas clássicas: Quem? Quê? 
Quando? Onde? Por quê? Como? 
FSP Da reportagem local. 
As companhias áreas passarão a operar nova malha a partir de hoje 
A Gol anunciou na manhã de sábado o cancelamento de 47 vôos 
permanentes e alterações de horário e aeroporto para cerca de outros 
30. Com a decisão, quatro vôos de São Paulo para o Rio de Janeiro e 
sete do Rio para SP, quase todos diários, deixam de existir, segundo as 
informações da empresa. A lista de vôos alterados da Gol traz 
mudanças, em geral, apenas no horário. Mas há também casos de 
mudanças de aeroporto. Passageiros com dúvidas devem telefonar para 
0300 115 2121. As mudanças cumprem as novas exigências dos órgãos 
reguladores para a malha área brasileira.A TAM havia divulgado no dia 
20 nota em que transferia para Guarulhos os vôos para Norte, Nordeste 
e Cuiabá (MT), para atender à distância máxima de 1.000 km para vôos 
diretos. 
 
GÊNEROS NO JORNALISMO: JORNALISMO INFORMATIVO 
 
 A reportagem é o relato ampliado de um acontecimento que já repercutiu 
no organismo social e produziu alterações que são percebidas pela instituição 
jornalística. 
Facção cria "franquia" para vender droga em SP 
A facção criminosa PCC montou um "esquema empresarial" de venda de drogas 
no Estado de São Paulo que inclui o cadastro dos pontos de venda e registros 
em livros-caixa. 
O sistema, que tem até o pagamento de "franquias" para o traficante manter 
os pontos de vendas, foi descoberto pela Polícia Civil de São Sebastião 
através de escutas telefônicas, no inquérito que desmontou quadrilhas no 
litoral norte paulista. 
As escutas captaram conversas em que traficantes tratam os pontos de 
"lojinha" e "biqueira" e citam como funciona o cadastro. O inquérito 
desmontou uma refinaria de cocaína em Ubatuba. 
As informações sempre passavam por um preso, tratado como "MP", chefe da 
facção no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Caraguatatuba (SP). 
Segundo as investigações, o ponto de venda é "registrado" no nome de uma 
pessoa ou família, que paga "franquia" de R$ 300 a R$ 500 por mês para a 
facção. 
Com o registro da facção, o traficante pode depois "terceirizar" o ponto de 
venda para outra pessoa ou vendê-lo, mas sempre após autorização do crime 
organizado. 
 
QUADRO COMPARATIVO ENTRE NOTICIA E REPORTAGEM 
A NOTÍCA A REPORTAGEM 
Apura fatos Lida com assuntos sobre fatos 
Tem como referência a 
imparcialidade 
Trabalha com o enfoque, a interpretação 
Opera em um movimento típico da 
indução (do particular para o geral) 
Opera com a dedução (do que é geral – 
tema – ao particular – os fatos 
Atém-se à compreensão imediata 
dos dados essenciais 
Converte fatos em assunto, repercute, 
desdobra, aprofunda 
Independe da intenção do veículo É produto da intenção de passar uma visão 
interpretativa 
Trabalha com o singular (se dedica 
a cada caso que ocorre) 
Focaliza a repetição, a abrangência – 
transforma vários fatos em tema 
Relata formal e secamente – a 
pretexto de informar com 
imparcialidade 
Procura envolver, usa a criatividade como 
recurso para seduzir o receptor 
Tem pauta centrada no essencial 
que recompõe o acontecimento 
Trabalha com pauta mais complexa, pois 
aponta para causas, contextos, 
consequências, novas fontes 
GÊNEROS NO JORNALISMO: JORNALISMO INFORMATIVO 
  A entrevista é um relato que privilegia um ou mais protagonistas dos acontecimentos, 
possibilitando-lhes um contato direto com a coletividade. 
 
Crise grega mostra falhas do euro', afirma professor 
VAGUINALDO MARINHEIRO DE LONDRES 
 
Há quase um consenso entre acadêmicos de que a crise econômica na Europa, com a 
Grécia à beira de um calote, escancara as falhas no projeto do euro, a moeda de 17 
países do continente. 
Em entrevista à Folha, Kevin Featherstone, professor da London School of Economics 
especializado em Grécia e na formação da União Europeia, afirma que os problemas 
foram agravados porque os líderes não souberam agir depois da crise de 2008. 
 
Folha - Quais foram as falhas na construção do euro? 
Kevin Featherstone - O euro foi criado sem um sistema de governança econômica 
para apoiar os Estados membros e sem formas de verificar a real situação fiscal deles. 
Isso deixou o bloco vulnerável. 
Após a crise financeira de 2008, vimos os líderes da UE sem saber que atitude tomar. 
Eles sempre foram atrás do mercado, não à frente dele. 
 
Existe uma maneira de resolver os problemas agora? 
A UE precisa definir as regras de seu Mecanismo Europeu de Estabilidade, para 
fornecer empréstimos aos governos em dificuldade fiscal. Terá também de endurecer as 
regras que cada país deve seguir, com mais controle sobre as contas de cada um e 
penas duras para quem não cumprir as regras. 
O problema é que querem deixar que a aplicação das penalidades siga um critério 
político. O melhor seria a zona do euro criar um Ministério da Economia europeu. 
 
 
 
 
GÊNEROS NO JORNALISMO: JORNALISMO OPINATIVO 
 
 Todos os textos do gênero opinativo trabalham com idéias, a partir de 
um acontecimento – atual ou não. Eles procuram influenciar. 
 O comentário, o artigo e a resenha pressupõem autoria definida e 
explicitada, pois este é o indicador que orienta a sintonização do receptor. 
 O editorial não tem autoria, divulgando-se como espaço da opinião 
institucional: a autoria corresponde à instituição jornalística. O 
julgamento editorial é uma avaliação subjetiva; pode incluir apenas uma 
perspectiva dos fatos. 
 O comentário e o editorial estruturam-se segundo uma angulagem 
temporal que exige continuidade e imediatismo: atualidade. 
 A resenha e o artigo não precisam ser, necessariamente, nem atuais 
nem frequentes. O que também aproxima a resenha do artigo é a 
circunstância de serem gêneros cuja angulagem é determinada pelo 
critério de competência dos autores na busca dos valores inerentes aos 
fatos que analisam. 
 Em relação à coluna, crônica, caricatura e cartados leitores, um 
traço comum é a identificação da autoria. Já as angulagens são distintas: 
 A coluna e a caricatura emitem opiniões temporalmente contínuas, 
sincronizadas com o emergir e o repercutir dos acontecimentos. 
 A crônica e a carta estruturam-se de modo temporalmente mais 
defasado: vinculam-se diretamente aos fatos que estão acontecendo, mas 
seguem-lhe o rastro, ou melhor, não coincidem com o seu momento 
eclosivo. 
 
Editoriais Folha de São Paulo Teto de vidro 
 
Decisão da Justiça que proíbe salários acima do limite é positiva, mas Congresso precisa 
analisar projeto sobre a questão para coibir abusos 
 É um passo importante na moralização dos gastos públicos e no respeito ao contribuinte a decisão da 
Justiça Federal que ordena à União e ao Senado o respeito estrito ao teto salarial do funcionalismo 
estabelecido na Constituição. 
A determinação de que nenhum servidor deverá receber remuneração superior àquela paga 
mensalmente aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), equivalente hoje a R$ 26,7 mil, foi 
inscrita na Carta Magna com o intuito de evitar desperdício de dinheiro público e de coibir abusos de 
integrantes dos três Poderes. 
Por mais de duas décadas, no entanto, tal limite não tem passado de mera peça de ficção. 
Na ausência de regulamentação específica sobre quais proventos devem ser contabilizados ou não 
como "salário", funcionários e integrantes das instituições responsáveis por elaborar, executar e 
interpretar a legislação vigente lançam mão de manobras contábeis para descumprir a determinação 
constitucional. 
Executivo, Legislativo e Judiciário interpretam, cada um à sua maneira, quais proventos, comissões e 
gratificações devem ser considerados como parte do salário. Acúmulos de cargos -e de seus 
vencimentos- são prática comum entre servidores do governo federal e do Congresso. 
Sob o manto de pretensa legalidade, criam-se privilégios injustificáveis. Calcula-se que mais de R$ 
150 milhões sejam gastos anualmente em pagamentos acima do teto nos três Poderes. 
Ao aceitar argumentos do Ministério Público contra essa prática, a Justiça Federal determinou, na 
semana passada, que valores extra-salário recebidos pela participação em grupos de trabalho, horas 
extras e gratificações sejam contabilizados como parte da remuneração total de funcionários da União 
e do Senado. 
A Advocacia-Geral da União já foi informada da decisão, contra a qual cabe recurso. É de esperar que 
o governo federal não faça uso desse seu direito. 
Afinal, a própria ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, é autora de um projeto de lei em 
análise no Senado que busca regulamentar a obediência ao teto de vencimentos para o 
funcionalismo público. Está em suas mãos dar um impulso para a moralização desse tipo de gasto. 
A decisão da Justiça é, de toda forma, apenas um passo inicial. Compete ao Congresso analisar com 
celeridade o projeto da ex-senadora, pondo fim às brechas usadas atualmente pelos três Poderes 
para romper o teto. 
 
 
 
 Todos os textos do gênero interpretativo buscam analisar 
fatos atuais, correntes que mereçam o interesse público. Eles 
procuram explicar e esclarecer as notícias para o público, dando os 
antecedentes e as possíveis implicações de uma notícia, 
proporcionando a advertência de que não existem fatos isolados, 
mas sim, que cada um deles é parte de uma concatenação de 
ocorrências. 
 A interpretação é um julgamento objetivo, baseado no 
conhecimento acumulado de uma situação, tendência ou 
acontecimento. Requer pesquisa. 
 A interpretação reflete o ponto de vista e opinião pessoal 
exclusivos de quem a redige, daí sua diferença com o editorial 
e com a editorialização de matérias. 
 Na análise a informação é analisada pelo autor do texto 
publicado, com dados complementares que fazem com que o leitor 
possa ter uma compreensão maior dos fatos. 
 
GÊNEROS NO JORNALISMO: JORNALISMO INTERPRETATIVO 
 O perfil compreende a apresentação descritiva do 
personagem enfocado, possibilitando a interpretação de seu 
comportamento diante da sociedade. Pode ser uma entrevista com 
uma personalidade, com informações biográficas, idéias, opiniões 
do entrevistado, descrevendo seu modo de falar, suas roupas e 
gestos. Tem relação direta com o fato de atualidade. 
 Enquete corresponde ao espaço dedicado para que a informação 
seja interpretada pelo entrevistado de forma rápida e sucinta. 
Reúne testemunhos de um determinado número de 
pessoas sobre um tema da atualidade com o fim de registrar 
diferenças de opinião do público ou do grupo entrevistado. 
 A Cronologia complementa a informação principal (seja ela 
reportagem ou notícia), com dados cronológicos dos 
acontecimentos. Consiste na enumeração sucinta de uma série de 
fatos vinculados a um mesmo tema. 
 
GÊNEROS NO JORNALISMO: JORNALISMO INTERPRETATIVO 
Perfil - Revista Piauí http://revistapiaui.estadao.com.br/edicao-3/perfil/o-ortodoxo 
O ortodoxo 
Do exílio ao patrocínio oficial, o trajeto de Emir Sader, intelectual orgânico do petismo 
por Luiz Maklouf Carvalho 
 "Pensei que a aula ia ser no presídio", brinca um dos alunos com o professor Emir Simão Sader ao 
entrar no auditório. Sader dá um sorriso sem graça. Como se não bastasse ter sido condenado, por 
injúria, num processo movido pelo senador Jorge Bornhausen, presidente do pfl, a Folha de S.Paulo 
lhe azedara o humor naquela manhã de outubro. No alto da prestigiosa página 2 começava assim: 
"Como intelectual, Emir Sader é um zero à esquerda. Não há registro de nada minimamente 
relevante ou inspirador no que escreve". O autor era Fernando de Barros e Silva, editor de Política 
do jornal. "Fiquei chocado com a virulência e o reducionismo", diz Sader, mestre em filosofia e 
doutor em ciência política pela Universidade de São Paulo. Seu currículo registra 77 "livros 
publicados/organizados ou edições", a maioria deles em co-autoria. Daqueles de que é o único 
autor, seu preferido é Estado e Política em Marx, que foi antes a sua dissertação de mestrado. 
 
Enquanto os alunos do curso de extensão "Crise social, movimentos sociais e pensamento social 
na América Latina" se acomodam no Laboratório de Políticas Públicas, na Universidade Estadual do 
Rio de Janeiro, Sader especula sobre as razões do artigo. "Talvez tenha sido um agrado ao Serra, 
já que a Folha é serrista até a medula", diz, baixo e rápido. Imagina também que o artigo se deva à 
ligação do jornalista com intelectuais que Sader considera seus adversários, "como o Paulo 
Arantes". "Ou então ele se irritou com as críticas do Marco Aurélio [Garcia, presidente interino do pt] 
à Folha e à imprensa." 
 
Aos 63 anos, Sader é um grisalho de meia calva, que dá aula de jeans e camisa lilás de manga 
curta. Na primeira pergunta da tarde, antes mesmo que ele comece a falar, uma aluna quer 
entender melhor os direitos dos acionistas da Petrobras. (Sader foi o organizador de uma 
enciclopédia de 1.348 páginas que teve patrocínio da própria e de outras estatais.) Na resposta, o 
professor parte do geral para o particular. "A burguesia é uma classe privada que tira suas 
vantagens através do Estado; é uma categoria conceitualmente difícil, complicada", diz. Faz em 
seguida uma interpolação, referindo- se a uma reportagem sobre a revolta de Canudos, no século 
xix. E volta a tangenciar o assunto levantado pela estudante, dizendo que quem banca o Bolsa-
Família são o Banco do Brasil e a Caixa Econômica, "e não o Bradesco". Pouco depois, conclui: "A 
Petrobras tem lógica de grande empresa, mas não é a mesma coisa que a Shell". 
 
GÊNEROS NO JORNALISMO: JORNALISMO DIVERSIONAL 
 
 O jornalismo diversional engloba aqueles textos que, 
fincados no real, procuram dar uma aparência romanesca 
aos fatos e personagens captados pelo repórter.Busca 
entreter e despertar o prazer estético comentando 
aspectos pitorescos da vida cotidiana. 
 Entre os gêneros que integram o jornalismo diversional 
estão as histórias de interesse humano, as histórias 
coloridas, os depoimentos. 
 Defende a prática da reportagem, da reportagem em 
profundidade e do ensaio jornalístico. Não dispensa a 
apuração ética e criteriosa utilizada na cobertura noticiosa, 
contudo, possui ferramentas que permitem ao repórter 
captar a realidade com mais profundidade, tais como: a 
imersão do repórter na realidade, voz autoral, estilo, 
precisão de dados e informações, uso de símbolos (inclusive 
metáforas), digressão e humanização. 
 
Videla é a mãe por Marcos de Azambuja Revista Piauí abril 2011 
A inauguração de Brasília e a missão brasileira na ONU: às vezes, a clareza e a brevidade são 
absolutamente necessárias 
 "O quarto não está mal. Mas ainda estão a construí-lo.” Era abril de 1960. Tinha acabado de deixar 
um eminente membro da delegação portuguesa no apartamento que lhe havia sido reservado para a 
inauguração de Brasília. Não era uma queixa, apenas a expressão resignada e bem-humorada de 
quem acabava de entrar de uma longa viagem, com sua bagagem, num quarto onde operários ainda 
ultimavam as instalações. O comentário ilustra a essência do que foram aqueles dias de corrida 
contra o relógio. 
 Foi, sem dúvida, um delírio. Várias dúzias de jovens vindas do Rio de Janeiro ensaiavam um grande 
espetáculo, no qual dança, canto e música se misturavam, exaltando as capitais que o Brasil teve ao 
longo de sua história, culminando com Brasília. O texto, acredito, era de Josué Montello; a música, 
de Villa-Lobos;e a montagem de Chianca de Garcia – uma trinca nunca ou depois reunida em um 
mesmo projeto, e que utilizava como palco as rampas e as plataformas dos edifícios do Congresso 
Nacional. 
 Uma missa campal era ao mesmo tempo montada, ao lado, na grande Praça dos Três Poderes. 
Holofotes (“refletores”, diziam os militares) cruzavam o céu como na preparação de um ataque aéreo 
que não vinha. A Esquadrilha da Fumaça fazia evoluções. O Palácio do Planalto se preparava para 
sediar um grande baile de gala para o qual, todavia e simplesmente, não estava preparado. 
Autoridades em fraque (durante o dia) e casaca (durante a noite) se moviam entre multidões de 
candangos (a palavra mesma parecia ter sido inventada naqueles dias) que comemoravam sua 
participação na grande obra. Caravanas chegavam, empoeiradas, de todos os quadrantes. O final de 
um grande filme de Fellini não teria coroação tão múltipla e vibrante. 
 À medida que o dia 21 de abril se aproximava, fui sendo degradado de hotel para hotel, cada um 
mais modesto do que o anterior, para dar espaço aos convidados importantes que chegavam de 
dentro e de fora do Brasil. Acabei em um barracão na chamada Cidade Livre, que tinha também o 
nome burocraticamente mais respeitável de Núcleo Bandeirante. Pude, nas vésperas da 
inauguração, dizer pela primeira e última vez uma frase verdadeiramente papal. Ao convidar, por 
ordem do presidente Juscelino Kubitschek, os cardeais reunidos para comer alguma coisa, respirei 
fundo e conclamei: “Vamos almoçar, Eminências?” Fui atendido. 
http://revistapiaui.estadao.com.br/edicao-55/memorias-pouco-diplomaticas/videla-e-a-
mae 
GÊNEROS NO JORNALISMO: JORNALISMO UTILITÁRIO 
 
 Englobam as informações que se caracterizam por prestar serviços, como as 
que auxiliam o leitor a manusear o periódico. Buscam oferecer informações 
de forma rápida e precisa de modo a orientar as ações do público. 
 A chamada é o título com o resumo da matéria, ilustrada ou não, publicada 
geralmente na primeira página dos jornais ou capas de revistas, com 
esclarecimento sobre a seção ou página em que pode ser lida. Tem a 
finalidade de chamar a atenção do leitor/audiência. 
 Entretítulo é o título intercalado na composição. Geralmente não 
ultrapassa uma linha. Ex: 
Pesquisas dão vitória de Cristina Kirchner no dia 28 
Indecisos beiram 20% dos eleitores argentinos 
 Indicadores são informações úteis sobre órgãos governamentais, empresas, 
instituições, países ou sobre determinado assunto especializado, como o 
mercado econômico. 
 Cotações são informações sobre peças de mercadorias, bolsas de valores, 
preço do ouro, ações de bancos ou de fundos públicos e valores de moedas 
estrangeiras. 
 Os roteiros abarcam dicas sobre shows, espetáculos, a relação de musicais 
selecionados, trecho de programação de uma emissora ou texto com 
indicações sobre o programa de rádio, televisão ou cinema. 
 Os obituários trazem informações sobre óbitos, geralmente em coluna 
específica. Trazem dados sobre a morte da pessoa, quando e onde ocorreu, a 
causa e informações sobre o funeral. Pode incluir uma biografia ou perfil da 
pessoa. 
VALORES-NOTÍCIA 
 Para Mauro Wolf , noticiabilidade é a capacidade que os fatos têm de virar 
ou não notícia. Quanto maior o grau de noticiabilidade, maior essa 
capacidade. Critérios de noticiabilidade: 
 Categorias substantivas: 
o Importância dos envolvidos; 
o Quantidade das pessoas envolvidas; 
o Interesse nacional 
o Interesse humano; 
o Feitos excepcionais; 
o Categorias relativas ao produto 
o Brevidade nos limites do jornal 
o Atualidade 
o Novidade 
o Organização interna da empresa  disponibilidade de pessoal 
o Qualidade  ritmo, ação dramática 
o Equilíbrio  diversificar assuntos 
 
 
VALORES-NOTÍCIA 
 Categorias relativas aos meio de informação: 
 Acessibilidade à fonte/local 
 Formatação prévia/manuais 
 Política editorial 
 
 Categorias relativas ao público: 
 Plena identificação dos personagens: 
 Serviço/interesse público 
 Protetividade  evitar acidentes 
 
 Categorias relativas à concorrência 
 Exclusividade do furo 
 Gerar expectativas 
 Modelos referenciais 
SER REPÓRTER 
“A transpiração é muito maior do que a glória na ampla 
maioria dos casos. O reconhecimento é muito mais 
pessoal do que social. O esforço é mais físico do que 
intelectual. O repórter não tem final de semana, 
gasta os dedos no telefone, esquenta a bunda nos 
sofás de gabinetes, perde solas dos sapatos e ainda 
recebe reclamações dos chefes e da família. O glamour 
não é regra da profissão. Se esse é o seu motivo para 
seguir a carreira, esqueça”. (Pena, 2010, p. 75)

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