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SISTEMAS L INEARES PROF. CLÁUDIO A . FLEURY 1 Sinais Elementares e Operações Básicas Objetivo • Estudar os sinais elementares de tempo contínuo e discreto; • Realizar simulações computacionais de geração de sinais elementares; • Realizar operações básicas com sinais elementares. Fundamentação Teórica SINAIS ELEMENTARES Os sinais elementares aparecem com maior freqüência no estudo dos sistemas lineares, dentre os quais se destacam: o degrau unitário, o impulso unitário, a rampa e os sinais exponenciais e senoidais. Esses sinais são usados na construção de sinais mais complexos. Impulso Unitário (Delta de Dirac) A função Impulso Unitário de tempo contínuo, denotada por )(tδ (delta minúsculo), é definida pelas seguintes relações: 0,0)( ≠= tparatδ ∫ +∞ ∞− =1)(tδ A versão do Impulso Unitário de tempo discreto é dada por ≠ = = 0,0 0,1][ n n nδ Degrau Unitário (Função de Heaviside) O sinal Degrau Unitário de tempo contínuo, comumente representado por u(t), é definido por: 1, 0( ) 0, 0 t u t t ≥ = < A versão de tempo discreto desse sinal é comumente denotada por u[n], e é definida por: < ≥ = 0,0 0,1][ n n nu Exper. �� )(tδ t Figura 1 - Impulso Unitário de Tempo Contínuo 1 ][nδ n Figura 2 - Impulso Unitário de Tempo Discreto SISTEMAS L INEARES PROF. CLÁUDIO A . FLEURY 2 Este sinal pode representar o fechamento de uma chave, colocada em série com uma carga e uma fonte de alimentação de valor vs, conforme mostra a Figura 4. Se o fechamento ocorre no instante t = 0, então: Rampa O sinal Rampa de tempo contínuo é geralmente denotado por r(t), e é definido por: < ≥ = 0,0 0,)( t tt tr O sinal Rampa de tempo discreto é dado por: < ≥ = 0,0 0,][ n nn nr Figura 3 - Degrau Unitário de tempo contínuo e de tempo discreto ... n x[n] t x(t) t r(t) ... n r[n] Figura 5 – Rampa de Tempo Contínuo e de Tempo Discreto Figura 4 – Uso da função Degrau Unitário SISTEMAS L INEARES PROF. CLÁUDIO A . FLEURY 3 Senóide O sinal Senoidal de tempo contínuo de período T = 2pi/ω, pode ser descrito por: )cos()( φω += tAtx A versão de tempo discreto de um sinal senoidal pode ser descrita por: )cos(][ φ+Ω= nAnx O período de um sinal de Tempo Discreto pode ser medido em número de amostras a cada segundo. Assim, para que x[n] seja periódico com um período de N amostras, ele deve satisfazer a equação dada a seguir, para todo número inteiro n e algum número inteiro N, ou seja: ]).(cos[][ φ++Ω=+ NnANnx onde: pi2. N m =Ω é a frequência discreta medida em radianos/amostra, e m, N são constantes inteiras. Senóide Exponencialmente Amortecida A multiplicação de uma senóide por um sinal exponencial decrescente resulta no sinal Senoidal Exponencialmente Amortecido. 0),cos(.)( >+= − αφωα tAetx t Figura 6 – Sinal Senoidal de Tempo Contínuo Figura 7 – Sinal Senoidal de Tempo Discreto SISTEMAS L INEARES PROF. CLÁUDIO A . FLEURY 4 A Figura 8 mostra a forma de onda do sinal correspondente a A = 60, .2/6 piφα == e Para o tempo crescente t, a amplitude da oscilação senoidal decresce de maneira exponencial, aproximando-se de zero no tempo infinito. Exponencial de Base e Um sinal exponencial real, em sua forma mais geral, é descrito por: atBetx =)( onde B e a são parâmetros reais. O parâmetro B é a amplitude do sinal exponencial medido no instante t = 0. O parâmetro a é o inverso da constante de tempo da exponencial (qtde de tempo necessário para a função crescer/decair uma quantidade equivalente ao número natural e), e tem a seguinte característica: Se a < 0 � Exponencial Decrescente Se a > 0 � Exponencial Crescente A Figura 9(a) mostra um sinal exponencial para a = -6 e B = 5. A Figura 9(b) mostra um sinal exponencial para a = 5 e B = 1. Em termos de tempo discreto um sinal exponencial é definido por: Figura 8 - Sinal senoidal exponencialmente amortecido: tAe t ωα cos , com .0>α Figura 9 – (a) Sinal Exponencial Decrescente (b) Sinal Exponencial Crescente SISTEMAS L INEARES PROF. CLÁUDIO A . FLEURY 5 nBenx α=][ A Figura 10 mostra exponenciais discretas, decrescente e crescente. Os parâmetros da função exponencial, contínua ou discreta, podem ser números complexos. Exemplos de sinais exponenciais complexos, contínuo e discreto: tje ω e nje Ω . OPERAÇÕES BÁSICAS COM SINAIS Operações realizadas na Variável Dependente: Mudança da Amplitude: )(.)( txcty = , c é um escalar (fator de escala) Os amplificadores eletrônicos realizam esse tipo de operação nos sinais. Um resistor também realiza essa operação, em que x(t) é a corrente, c a resistência, e y(t) a tensão nos terminais do resistor. Adição: )()()( 21 txtxty += Misturadores (mixers) de áudio realizam essa operação, combinando sinais de instrumentos musicais e microfones. Multiplicação: )().()( 21 txtxty = Sinais de rádio FM são obtidos a partir da multiplicação de um sinal de áudio (música, por exemplo) multiplicado por uma onda portadora (de alta freqüência, a freqüência da emissora de rádio sintonizada pelo receptor). Diferenciação: )()( tx dt d ty = A tensão nos terminais de um indutor é obtida através da diferenciação da corrente que o atravessa em relação ao tempo: )(.)( ti dt dLtvL = Integração: ∫ ∞− = t dxty ττ )()( Figura 10 - Exponenciais de Tempo Discreto: (a) Decrescente (b) Crescente SISTEMAS L INEARES PROF. CLÁUDIO A . FLEURY 6 A tensão nos terminais de um capacitor é obtida através da integração da corrente que o atravessa em relação ao tempo: ∫ ∞− = t C diC tv ττ )(1)( Operações realizadas na Variável Independente: Mudança de Escala Temporal: ).()( taxty = , se a>1 então y(t) será uma versão comprimida de x(t), e se 0<a<1 então y(t) será uma versão alongada de x(t). Reflexão Temporal (eixo vertical): )()( txty −= Sinais pares, para os quais se tem x(-t) = x(t), para todo t, não mudarão com essa operação. Sinais ímpares, para os quais se tem x(-t) = -x(t), para todo t, terão como resultado o negativo do sinal original após a aplicação dessa operação. Deslocamento Temporal (eixo horizontal): )()( 0ttxty −= , onde t0 é a quantidade de deslocamento temporal. Se t0>0 então o sinal é deslocado para a direita (atraso), e se t0<0 então o sinal é deslocado para a esquerda, considerando como referência o eixo vertical (avanço). SISTEMAS L INEARES PROF. CLÁUDIO A . FLEURY 7 Atenção: Existe uma regra de precedência na realização simultânea das operações de deslocamento temporal e mudança de escala temporal: deve-se realizar primeiro a operação de deslocamento temporal e somente depois é que se deve realizar a operação de mudança de escala. Material Utilizado Software de Simulação (Matlab ou Python). Procedimento Prático Desenvolva programas para traçar os seguintes sinais de tempo contínuo (t) e de tempo discreto [n]: 1. tety 330)( −= 2. tety 330)( = 3. neny3.03][ −= , -10 � n � 10 4. )5sen(][ nny = para 30 amostras; 5. )6sen(][ nny = para 30 amostras; 6. tetty 6)18sen(60)( −= pi para o intervalo de tempo de 0 a 1; 7. u[n] , -10 � n � 20. 8. Seja o sinal x[n] dado a seguir, trace o gráfico de y[n] = x[n] + x[-n] >= = = = 1 e 0 0 1 1 1 ,1 ][ nn, -n,- n nx 9. Idem para: >= =−= = 1 e 0 0 1 e 1 ,1 ][ nn, nn nx 10. Trace o gráfico do sinal y[n] = x[n-3], com x[n] definido no item 8. 11. Trace o gráfico do sinal z[n] = y[2n-3] com y[n] obtido no item 3, trocando a ordem de realização das operações de deslocamento e de mudança de escala temporal, para verificar a regra de precedência. 12. Admitindo que a chave do circuito da Figura 4 tenha sido acionada no tempo t = T, como seria a expressão do sinal usando o Degrau Unitário? E o seu gráfico? • Exemplo de script Matlab para o item 1: t = -1:0.1:3; % base temporal (variável independente) y = 30*exp(-3*t); % sinal exponencial (função) plot(t,y); % traça o gráfico % Experimente os comandos: grid, title, xlabel, ylabel, axis • Exemplo de script Python para o item 1: import numpy as np import matplotlib.pylab as plt t = np.arange(-1,3+0.1,0.1) # base temporal (variável independ.) y = 30 * np.exp(-3*t) # sinal exponencial (função) plt.plot(t,y) # traça o gráfico # Experimente as funções: grid(), title(), xlabel(), ylabel(), axis() SISTEMAS L INEARES PROF. CLÁUDIO A . FLEURY 8 • Exemplos de operações básicas: Seja o degrau unitário u0(t) dado por: Propriedade da Amostragem (sampling) usando a Função Delta: )()()()( tafattf δδ =− Quando a = 0: )()0()()( tfttf δδ = Isto é, a multiplicação de qualquer função f(t) pela função Delta �(t) resulta na amostragem da função f(t) no instante de tempo em que a função Delta é não nula. O estudo dos sistemas discretos é baseado diretamente nessa propriedade da função Delta (Teorema da Amostragem). Propriedade da Filtragem (sifting) da Função Delta: )()()( ααδ fdtttf =−∫ ∞ ∞− Isto é, se multiplicarmos qualquer função f(t) por �(t-α), e integrarmos o resultado de -∞ a +∞, obteremos o valor de f(t) no instante de tempo t = α. Exercícios: Calcule as seguintes expressões:
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