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Enterobíase ou Oxiuríase Filo: Aschelminthes Classe: Nematoda Família: Oxyuridaedae Gênero: Enterobius O Enterobius vermicularis é um parasito cosmopolita, tendo incidência influenciada por diversos fatores como idade, clima, hábitos e condições. Comum nos EUA, Chile e Europa. Helminto com evidente dimorfismo sexual, porém ambos os sexos são brancos e cilíndricos. Possuem dilatação na extremidade anterior (dilatação da cutícula) – 2 expansões – asas cervicais. O macho mede de 2 a 5 mm de comprimento, tem uma cauda recurvada ventralmente com espículo presente e testículo único. A fêmea chega de 8 a 13mm de comprimento, possui uma cauda pontiaguda e longa. Os ovos medem cerca de 50 a 54 µm x 20 a 27 µm, com uma casca fina e incolor, convexo de um lado e reto do outro (forma de D), contendo uma larva logo ao sair da fêmea. Ciclo de Vida O ciclo é monoxênico; E. vermiculares é o parasito de maior poder de infecção (em 6h os ovos se tornam infectantes). Após ingestão de ovos pelo hospedeiro, sofrem ação do suco gástrico e duodenal, então eclodem larvas rabditoides que sofrem mudanças até chegar ao ceco, onde se tornam vermes adultos. Após a cópula os machos são eliminados com as fezes. As fêmeas, repletas de ovos (5 a 16 mil) se desprendem do ceco e são arrastadas até a região anal e perianal, onde liberam grande quantidade de ovos já embrionados. Em mulheres, o parasito pode ser encontrado na bexiga, útero e vagina. Não havendo reinfecção, o parasitismo se extingue aí. A duração do ciclo é de 35 a 50 dias, que é aproximadamente a longevidade da fêmea. Mecanismo de Transmissão Heteroinfecção, quando os ovos presentes em alimentos ou poeira atingem um novo hospedeiro; Indireta, quando ovos em poeira ou alimentos atingem o mesmo indivíduo que os eliminou; Autoinfecção, a criança (raramente adultos) leva os ovos da região perianal à boca. É a principal causa da cronicidade dessa verminose; Retro infecção, as larvas eclodem na região perianal (externamente), penetram pelo ânus, passam pelo reto, sigmoide, cólon, chegando ao ceco, onde se transformam em vermes adultos. Patogenia por local Geralmente o hospedeiro só percebe o parasitismo quando sente prurido anal (geralmente à noite), podendo provocar irritação e insônia ou quando vê a presença do verme nas fezes. Intestino: processo inflamatório com exudato catarral por atuação da mucosa. Não há lesão anatômica (mucosa não penetrada); Perianal e perineal: prurido, irritação e processo inflamatório; Ceco: não possui relação com apendicite, apesar de estar no local; Vulva e vagina: fêmeas fazem irritação no local (vulvo-vaginites); Clínica Muitos casos são assintomáticos; As manifestações digestivas registradas são náuseas, vômitos, dores abdominais, tenesmo e raramente evacuações sanguinolentas. Pode ocorrer ligeira eosinofilia (4 a 15% de eosinófilos). Raramente causa lesões graves. Os sintomas associados à migração da fêmea grávida são: prurido noturno, insônia e irritabilidade. O prurido anal noturno é característico desta verminose. Em mulheres pode haver ainda migração anal-vulvar, com prurido, corrimento, onanismo, salpingites, penetração através da trompa causando granulomas peritoneais. Diagnóstico Swab anal ou método de Graham (método da fita adesiva): específico para a pesquisa de E. vermicularis (passa fita adesiva no anus e examina-se direto ao microscópico) e deve se feito logo ao acordar, sem ter tomado banho e sem ter defecado devem ser repetidos caso negativos; Anatomia patológica: Protoparasitológico: não funciona para esta verminose, já que mesmo com meios de enriquecimento, revela apenas de 5 a 10% dos casos de parasitismo; Epidemiologia Prevalente em crianças em idade escolar, sendo de transmissão doméstica ou de ambientes fechados. Os fatores responsáveis por essas circunstancias são: Só humanos albergam o E. vermiculares; As fêmeas liberam muitos ovos na região perianal; Os ovos se tornam infectantes em pouco tempo (6h),são resistentes até 3 semanas em ambiente doméstico e podem contaminar o ser humano por diversos mecanismos; O hábito de sacudir a roupa de cama pela manhã facilita a disseminação dos ovos no ambiente; Profilaxia Não sacudir roupas de dormir, e sim enrolá-la e lavá-las em água quente (principalmente roupas íntimas); Tratar pessoas parasitadas, e repetir em duas ou três vezes num intervalo de 20 dias; Cortar unhas rentes; Realizar a limpeza doméstica com aspirador de pó; Aplicação de pomada mercurial ao deitar (na região perianal); Tratamento Pamoato de pirvínio: 10mg/kg, VO, dose única específico para enterobiose; Mebendazol: 100mg, 2x dia, 3 dias consecutivos; Albendazol: 10mg/kg, VO, dose única, até no máximo 400mg; Ivermectina (Revectina): 200 µg/kg em dose única em pacientes com mais de 15 kg.
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