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2 DIREITO COLETIVO DO TRABALHO DIREITO COLETIVO E SINDICATO Sumário 1. INTRODUÇÃO 3 2. DEFINIÇÃO E NATUREZA JURÍDICA 4 3. SISTEMAS SINDICAIS 5 4. UNICIDADE X PLURALIDADE. A UNIDADE SINDICAL 9 5. LIBERDADE SINDICAL E SUAS DIMENSÕES 13 6. ORGANIZAÇÃO SINDICAL BRASILEIRA 14 7. ESTRUTURA SINDICAL 16 8. REGISTRO SINDICAL 21 9. FUNÇÕES, PRERROGATIVAS E RECEITAS SINDICAIS 22 10. GARANTIAS SINDICAIS 30 11. HISTÓRICO SINDICAL 33 12. REPRESENTAÇÃO DE EMPREGADOS – TÍTULO IV-A CLT (LEI 13.467/17) 38 13. DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO 41 14. BIBLIOGRAFIA UTILIZADA 41 ATUALIZADO EM 07/11/2024[footnoteRef:1] [1: As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de diálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos, porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do material e o número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos eventos anteriormente citados. ] DIREITO COLETIVO E SINDICATO[footnoteRef:2] [2: FUC confeccionada pelos Coaches Breno Lenza Cardoso e Julia Garcia Baptistuta, com colaboração de Naiane Santos Pereira e Marina Pimenta Fraga.] 1. INTRODUÇÃO O Direito Coletivo do Trabalho é o ramo da ciência jurídica que regula as relações entre os seres coletivos trabalhistas. Os sujeitos que compõem essa relação coletiva são: EMPREGADOS, representados pelas ENTIDADES SINDICAIS. SERES COLETIVOS EMPRESARIAIS, representados pelas ENTIDADES SINDICAIS OU atuando ISOLADAMENTE. Desse modo, a atuação dos empregados no âmbito do Direito Coletivo dá-se, essencialmente, por meio dos SINDICATOS. Contudo, também existem, na prática, entidades organizativas não sindicais representantes de obreiros, embora não possuam os mesmos poderes jurídicos dos sindicatos. Exemplo: Representantes dos obreiros em empresas com mais de 200 empregados. Art. 510-A, CLT. Nas empresas com mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de uma comissão para representá-los, com a finalidade de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores. A CF/99 prevê a obrigatoriedade da participação do sindicato nas negociações coletiva. Trata-se do PRINCÍPIO DA INTERVENIÊNCIA SINDICAL NA NORMATIZAÇÃO COLETIVA: Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: VI - é obrigatória a participação dos SINDICATOS nas negociações coletivas de trabalho; PRINCÍPIO DA INTERVENIÊNCIA SINDICAL NAS NEGOCIAÇÕES COLETIVAS Sérgio Pinto Martins ensina que: “De acordo com nosso sistema sindical, consagrado no inciso II do art. 8º da Constituição, não há a possibilidade da criação de mais de uma organização sindical - em qualquer grau, o que inclui as federações e confederações representativas de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que não poderá ser inferior à área de um município. Assim, a Lei Maior estabelece que a unicidade envolve a base territorial, impedindo a existência de vários sindicatos de uma mesma categoria, inclusive de sindicatos por empresa. Limita a unicidade sindical o direito de liberdade sindical, sendo produto artificial do sistema legal vigente. Não deixa de ser uma forma de controle, por meio do Estado, do sindicato e da classe trabalhadora, evitando que esta faça reivindicações ou greves. Inexiste, portanto, a possibilidade da livre criação de sindicatos, bastando que os interessados se reunissem e fundassem uma agremiação, de acordo apenas com seus desejos. A Constituição dispõe que o sindicato é único, não podendo ter base territorial inferior a um município. Dá-se a isso o nome de unicidade sindical, da possibilidade da criação de apenas um sindicato em dada base territorial, o que importa dizer que não é possível a criação de mais de um sindicato na referida base territorial”. #SELIGANAJURIS: O número de funcionários ou o porte da instituição não podem ser utilizados como critérios para a constituição de sindicatos de micro e pequenas empresas. O parâmetro constitucional para a criação de sindicatos é a categoria econômica ou profissional dos empregadores ou trabalhadores, a qual é caracterizada pela similitude ou complementariedade das atividades por ele exercidas. Tese fixada pelo STF: Em observância ao princípio da unicidade sindical, previsto no art. 8º, inciso II, da Constituição Federal de 1988, a quantidade de empregados, ou qualquer outro critério relativo à dimensão da empresa, não constitui elemento apto a embasar a definição de categoria econômica ou profissional para fins de criação de sindicatos de micros e pequenas empresas. STF. Plenário. RE 646.104/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 29/05/2024 (Repercussão Geral – Tema 488) (Info 1139). 2. DEFINIÇÃO E NATUREZA JURÍDICA Definição Pessoal, o tempo todo ouvimos falar em sindicatos. Mas você sabe qual a sua DEFINIÇÃO? Não? Então bora aprender tudo sobre o assunto! SINDICATOS caracterizam-se por ser ENTIDADES ASSOCIATIVAS que representam trabalhadores e empregadores, com o escopo de defender seus interesses coletivos. Têm como característica o aspecto de permanência, diferenciando-se do direito de reunião, que ocorre de modo provisório. No Brasil, os sindicatos e sua constituição estão ligados à noção de CATEGORIA. Trata-se de um resquício do sistema corporativista sindical, inaugurado na década de 1930 no país. A CLT possui definição de sindicato em seu art. 511: Art. 511 CLT. É lícita a associação para fins de estudo, defesa e coordenação dos seus interesses econômicos ou profissionais de todos os que, como empregadores, empregados, agentes ou trabalhadores autônomos ou profissionais liberais exerçam, respectivamente, a MESMA ATIVIDADE OU PROFISSÃO OU ATIVIDADES OU PROFISSÕES SIMILARES OU CONEXAS. Natureza jurídica A natureza jurídica dos sindicatos é de ASSOCIAÇÃO PRIVADA DE CARÁTER COLETIVO, com o escopo de defender interesses coletivos profissionais e materiais de trabalhadores em sentido amplo e de empregadores. Todavia, nem sempre o sindicato possui tal natureza jurídica. Em períodos autoritários (influenciados pelo nazismo e fascismo), como primeira metade do século XX, com a implementação de um sistema sindical corporativista, houve influência da concepção publicística na natureza jurídica dos sindicatos. Por isso, consideravam-se sindicatos pessoas jurídicas de direito público, as quais realizavam funções delegadas do Estado. 3. SISTEMAS SINDICAIS Analisando-se o sindicalismo no mundo ocidental, é possível aferir a existência de diversos padrões de organização dos sindicatos. Por isso, a doutrina divide os diversos critérios de agregação existentes. Vamos estudar cada um deles! CRITÉRIOS DE AGREGAÇÃO DOS TRABALHADORES NO SINDICATO Há QUATRO PADRÕES DE AGREGAÇÃO DE TRABALHADORES e seus respectivos sindicatos, os quais não são, necessariamente, excludentes. A) SINDICATOS POR OFÍCIO OU PROFISSÃO São entidades sindicais que agregam trabalhadores em virtude de seu ofício ou profissão. É um modelo sindical que foi bastante utilizado nos primeiros momentos do sindicalismo. No Brasil, é utilizado de modo excepcional. Trata-se dos denominados, no Brasil, de SINDICATOS DE CATEGORIAS PROFISSIONAIS DIFERENCIADAS. Exemplos: professores, motoristas, aeronautas etc. A CLT arrola, em seu final, um grupo de categorias diferenciadas. Art. 511, §3º, CLT. Categoria profissional diferenciada é a que se forma dos empregados que exerçam PROFISSÕES OU FUNÇÕES DIFERENCIADAS por força de ESTATUTO PROFISSIONAL ESPECIAL OU em consequência DE CONDIÇÕES DE VIDA SINGULARES. #ATENÇÃO #FIQUELIGADO O enquadramento sindical realizado, administrativamente, pelo Ministério do Trabalho foi considerado inconstitucional desde a CF/88. Portanto, OS SINDICATOS DA CATEGORIA DIFERENCIADA, HOJE, NO BRASIL, ORGANIZAM-SE A PARTIR,(Constituições do México – 1917 - e Alemanha – 1919): os direitos de livre associação e sindicalização tornam-se sedimentados na cultura jurídica ocidental. Os direitos de associação e sindicalização livres tornaram-se verdadeiros princípios democráticos. EVOLUÇÃO SINDICAL NO BRASIL Marcos principais: 1930 e 1988 (mesmos do Direito do Trabalho). Período inicial Antes de 1930, o Direito do Trabalho ainda se encontrava na fase de manifestações incipientes e esparsas. A evolução do sindicalismo seguiu a mesma lógica. - Ligas Operárias: Foram as primeiras associações de trabalhadores livres e assalariados. Surgiram nas décadas finais do século XIX. Eram sociedades de socorro mútuo, sociedades cooperativas de obreiros etc., traduzindo diversos tipos de entidades associativas que agregavam trabalhadores por critérios diferenciados. - Decreto 1162/1890: Derrogou a tipificação da greve como ilícito penal, mantendo como crime apenas os atos de violência do movimento. - Constituição de 1891: Assegura direitos de reunião e associação. - Decreto 979/1903: Faculta a criação de sindicatos rurais. - Decreto 1637/1907: Estende à área urbana, facultando a criação de sindicatos profissionais e sociedades cooperativas. O sindicalismo brasileiro ocorrido antes da década de 1930 era relativamente estruturado em determinados segmentos, como no setor ferroviário e portuário. Destacam-se os seguintes movimentos: greve pelas 8 horas de trabalho (1907): São Paulo, Santos, Ribeirão Preto e Campinas; intensos movimentos trabalhistas de 1917 a 1920. Todavia, embora tenham ocorrido alguns movimentos, especialmente em setores mais desenvolvidos no país à época, como regra geral, esse período não é caracterizado pela presença de um movimento obreiro com capacidade de organização e pressão para a conquista de melhores condições de trabalho. #OLHAOGANCHO: Para o surgimento de entidades coletivas de trabalhadores no Brasil, houve grande influência dos imigrantes europeus, os quais trouxeram ideias e concepções de lutas operárias. Implantação e reprodução de modelo sindical (1930) A fase de maior estruturação do sistema jurídico trabalhista brasileiro deu-se nas décadas de 1930 e 1940, no Governo Getúlio Vargas. Sua principal característica inicial foi a profunda intervenção estatal no âmbito sindical. Iniciou-se uma intensa repressão sobre manifestações autônomas pelos obreiros, em movimentos operários. A intenção do Poder Público era concentrar e controlar todas as ações coletivas obreiras no âmbito estatal. Essa sistemática sofreu pequena interrupção entre 1934 e 1935, com a Constituição de 1934, momento em que houve uma tentativa de aumentar a liberdade e a autonomia sindicais. #FIQUELIGADO A CF/1934 previu a pluralidade sindical. Entretanto, pouco tempo depois, o governo recuperou seu controle pleno sobre as ações trabalhistas, mediante o Estado de Sítio de 1935. O modelo justrabalhista implementado à época formou-se a partir das seguintes políticas integradas: - 1930: Criou-se o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio; - 1931: Instituiu-se o Departamento Nacional do Trabalho; - 1931: Criada uma estrutura sindical oficial, baseada no sindicalismo único (embora ainda não obrigatório), submetido ao reconhecimento pelo Estado e compreendido como órgão colaborador deste. - Reformulação do sistema previdenciário (inicialmente de formação corporativa), estabelecido pela Lei Eloi Chaves de 1923 (Caixas de Aposentadoria e Pensões). Eram organizadas pelas empresas. Em 1931 houve a primeira reforma ampliativa, firmando a categoria profissional como parâmetro: Institutos de Aposentadorias e Pensões, abrangendo categorias específicas e tendo âmbito nacional. - 1932: Criação de sistema de solução judicial de conflitos trabalhistas, por meio das Comissões Mistas de Conciliação e Julgamento, em que só poderiam demandar os empregados integrantes do sindicalismo oficial; - 1932: Legislação profissional minuciosa: Regulamentação do trabalho feminino; fixação de jornada de 8 horas para os comerciários etc. - 1935: Regulamentação da Justiça do Trabalho; - 1941: Instalação e operação da Justiça do Trabalho; #ATENÇÃO Nessa época houve diversas ações estatais com o escopo de coibir manifestações políticas ou operárias autônomas. O primeiro marco de tais ações foi a Lei de Nacionalização do Trabalho, a qual buscou reduzir participação de imigrantes no segmento obreiro do país. Seguiram-se, ademais, diversos incentivos ao sindicalismo oficial (como o monopólio da ação junto às Comissões Mistas de Conciliação, exclusivismo de participação nos Institutos de Aposentadorias e Pensões etc.). - Consolidação das Leis do Trabalho (Decreto-Lei 5452/1943). O modelo implementado sob forte influência corporativista manteve-se quase intocado nas décadas posteriores, pelo menos até a CF/88 (à exceção do sistema previdenciário que, na década de 1960, foi afastado da estrutura corporativa sindical). OBSERVAÇÃO: SISTEMA CORPORATIVISTA E O PAPEL PROGRESSISTA DO DIREITO DO TRABALHO: Em reflexão sobre a evolução sindical no Brasil, a doutrina tem ponderado que o sistema corporativista implementado, especialmente pela existência de uma legislação com forte carga imperativa, teve notável papel de inclusão social dos setores populares no Brasil desde 1930, influenciando a questão socioeconômica vivenciada pelo país. Todavia, por outro lado, o sistema corporativista também prejudicou uma das funções do Direito do Trabalho, qual seja, o seu caráter progressista, ao retirar a autonomia dos obreiros no movimento sindical. Com isso, ao distorcer os fins inerentes ao sindicalismo, comprometeu a força e a representatividade dos sindicatos no Brasil. Constituição de 1988: deflagração e aprofundamento de mudanças Com a CF/88, iniciou-se, no Brasil, uma transição para a implementação de um sistema sindical mais democrático. A principal mudança trazida pela CF/88 em relação ao sistema antigo foi a proibição da intervenção do Estado sobre as entidades sindicais. Rompeu-se, assim, com um dos pilares do modelo corporativista: o controle político-administrativo do Estado sobre a estrutura sindical. Além de proibir a intervenção do Poder Público nos sindicatos, a CF/88 também trouxe previsões normativas de incentivo à autonomia sindical e à negociação coletiva. Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho; Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical. III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas; VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho; VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei. Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. Além disso, destaca-se que a CF/88 determinou a generalização da estrutura da Justiça do Trabalho por todo o território brasileiro, colaborando para a solução de conflitos e a efetivação do Direitodo Trabalho. Ademais, a Constituição Cidadã de 1988 institucionalizou importante ator coletivo, promotor de direitos sociais, essencial à democratização e à justiça, o Ministério Público do Trabalho. Contudo, embora tenham ocorrido avanços, a CF/88 manteve alguns resquícios do antigo sistema corporativista, o que faz a doutrina afirmar que existam “contradições antidemocráticas”, como o enquadramento sindical por categorias, a contribuição sindical obrigatória, o amplo poder normativo da Justiça do Trabalho etc. Entretanto, posteriormente, por meio de Emendas à Constituição, dois pilares do antigo modelo trabalhista foram retirados/reduzidos: EC 24/99: extinguiu a representação corporativa classista na JT; EC 45/2004: restringiu a anterior amplitude do poder normativo judicial trabalhista mediante a inserção da exigência de “comum acordo”. 12. REPRESENTAÇÃO DE EMPREGADOS – TÍTULO IV-A CLT (LEI 13.467/17) A Reforma Trabalhista inseriu o Título IV-A na CLT, com o escopo de regular a denominada “Comissão de Representação dos Empregados”. Trata-se de instituto novo no Brasil. Segundo o Ministro Maurício Godinho Delgado, a CF/88 traz figura similar, mas não idêntica, no art. 11. Art. 11 da CF/88. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores. Observação: Desde 1988, a regra constante no art. 11 não ganhou efetividade no Brasil, pois a jurisprudência não a considerou atendida pela eleição do delegado sinal, nos termos do art. 523 da CLT. A seguir, destacam-se os novos artigos celetistas sobre o tema: TÍTULO IV-A DA REPRESENTAÇÃO DOS EMPREGADOS Art. 510-A. Nas empresas com mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de uma comissão para representá-los, com a finalidade de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores. § 1o A comissão será composta: I - nas empresas com mais de duzentos e até três mil empregados, por três membros; II - nas empresas com mais de três mil e até cinco mil empregados, por cinco membros; III - nas empresas com mais de cinco mil empregados, por sete membros. § 2o No caso de a empresa possuir empregados em vários Estados da Federação e no Distrito Federal, será assegurada a eleição de uma comissão de representantes dos empregados por Estado ou no Distrito Federal, na mesma forma estabelecida no § 1o deste artigo. Art. 510-B. A comissão de representantes dos empregados terá as seguintes atribuições: I - representar os empregados perante a administração da empresa; II - aprimorar o relacionamento entre a empresa e seus empregados com base nos princípios da boa-fé e do respeito mútuo; III - promover o diálogo e o entendimento no ambiente de trabalho com o fim de prevenir conflitos; IV - buscar soluções para os conflitos decorrentes da relação de trabalho, de forma rápida e eficaz, visando à efetiva aplicação das normas legais e contratuais; V - assegurar tratamento justo e imparcial aos empregados, impedindo qualquer forma de discriminação por motivo de sexo, idade, religião, opinião política ou atuação sindical; VI - encaminhar reivindicações específicas dos empregados de seu âmbito de representação; VII - acompanhar o cumprimento das leis trabalhistas, previdenciárias e das convenções coletivas e acordos coletivos de trabalho. § 1o As decisões da comissão de representantes dos empregados serão sempre colegiadas, observada a maioria simples. § 2o A comissão organizará sua atuação de forma independente. Art. 510-C. A eleição será convocada, com antecedência mínima de trinta dias, contados do término do mandato anterior, por meio de edital que deverá ser fixado na empresa, com ampla publicidade, para inscrição de candidatura. § 1o Será formada comissão eleitoral, integrada por cinco empregados, não candidatos, para a organização e o acompanhamento do processo eleitoral, vedada a interferência da empresa e do sindicato da categoria. § 2o Os empregados da empresa poderão candidatar-se, exceto aqueles com contrato de trabalho por prazo determinado, com contrato suspenso ou que estejam em período de aviso prévio, ainda que indenizado. § 3o Serão eleitos membros da comissão de representantes dos empregados os candidatos mais votados, em votação secreta, vedado o voto por representação. § 4o A comissão tomará posse no primeiro dia útil seguinte à eleição ou ao término do mandato anterior. § 5o Se não houver candidatos suficientes, a comissão de representantes dos empregados poderá ser formada com número de membros inferior ao previsto no art. 510-A desta Consolidação. § 6o Se não houver registro de candidatura, será lavrada ata e convocada nova eleição no prazo de um ano. Art. 510-D. O mandato dos membros da comissão de representantes dos empregados será de um ano. § 1o O membro que houver exercido a função de representante dos empregados na comissão não poderá ser candidato nos dois períodos subsequentes. § 2o O mandato de membro de comissão de representantes dos empregados não implica suspensão ou interrupção do contrato de trabalho, devendo o empregado permanecer no exercício de suas funções. § 3o Desde o registro da candidatura até um ano após o fim do mandato, o membro da comissão de representantes dos empregados não poderá sofrer despedida arbitrária, entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo disciplinar, técnico, econômico ou financeiro. § 4o Os documentos referentes ao processo eleitoral devem ser emitidos em duas vias, as quais permanecerão sob a guarda dos empregados e da empresa pelo prazo de cinco anos, à disposição para consulta de qualquer trabalhador interessado, do Ministério Público do Trabalho e do Ministério do Trabalho. Art. 510-E. A comissão de representantes dos empregados não substituirá a função do sindicato de defender os direitos e os interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas, hipótese em que será obrigatória a participação dos sindicatos em negociações coletivas de trabalho, nos termos do incisos III e VI do caput do art. 8º da Constituição. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) *(Atualizado em 29/11/2022) #DEOLHONAJURIS - TESE FIXADA: “Em ação civil pública proposta pelo Ministério Público do Trabalho em face de empresa estatal, com o propósito de invalidar a contratação irregular de pessoal, não é cabível o ingresso, no polo passivo da causa, de todos os empregados atingidos, mas é indispensável sua representação pelo sindicato da categoria.” RESUMO: Os interesses dos empregados diretamente afetados por acordo firmado no âmbito de processos coletivos devem ser defendidos pelo sindicato que representa a categoria, não havendo imprescindibilidade da citação de cada empregado para formação de litisconsórcio passivo. A pretensão de inclusão de todos os indivíduos eventualmente atingidos pelo acordo mostra-se incompatível com a estrutura do processo coletivo, especialmente por comprometer a efetividade e a celeridade processual. Com base nesse entendimento, o Tribunal, por maioria, apreciando o Tema 1.004 da repercussão geral, deu parcial provimento ao recurso extraordinário e julgou procedente o pedido da ação rescisória para, em Juízo rescindente, desconstituir o acordo em apreço e, em juízo rescisório, determinar a reabertura da instrução processual perante a vara do Trabalho de origem, com a devida integração do sindicato à lide. RE 629647/RR, relator Ministro Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgamento virtual finalizado em 28.10.2022 (Info. 1074). *Obs. MEDIDA PROVISÓRIA Nº 873, DE 1º DE MARÇO DE 2019 - Altera a Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, para dispor sobrea contribuição sindical, e revoga dispositivo da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Vigência encerrada. 13. DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO DIPLOMA DISPOSITIVO CRFB/88 Artigos 8º CLT Artigos indicados ao longo do material. 14. BIBLIOGRAFIA UTILIZADA 1. CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Buscador Dizer o Direito, Manaus. 2. DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 16. ed. rev. e ampl.. São Paulo: LTr, 2017. 3. DELGADO, Maurício Godinho. DELGADO, Gabriela Neves. A Reforma Trabalhista no Brasil – Com comentários à Lei nº 13.467/2017. São Paulo: LTr, 2017. 4. MOURA, Marcelo. Reforma Trabalhista – Comentários à Lei 13.467/2017. Salvador: JusPodivm, 2018. 5. MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. 26. ed. São Paulo: Atlas, 2010. Confederação Federação Sindicato image2.png image3.png image1.pngPOR EXEMPLO, DA EXISTÊNCIA DE LEI ESPECÍFICA REGULANDO O FUNCIONAMENTO DA PROFISSÃO. #SELIGANOSINÔNIMO A agregação dos sindicatos por ofício ou profissão também tem recebido a denominação de SINDICATOS HORIZONTAIS, tendo em vista que se estendem no mercado de trabalho em meio a várias empresas, atingindo tão somente certos obreiros. Sua ligação dá-se de modo horizontal em relação aos empregadores. #JÁCAIU #MAGISTRATURA TRT3 2016 JUIZ DO TRABALHO “O sindicato por ofício foi modelo prestigiado nos primeiros momentos do sindicalismo, com perda de projeção nos períodos subsequentes nos países capitalistas centras, mas preservou, no Brasil, certa importância no conjunto de entidades sindicais, embora não seja, de modo algum, dominante”. R: CORRETO. ATENÇÃO! O TST entende que o dissídio coletivo não é meio próprio para o sindicato obter reconhecimento de que a categoria que representa é diferenciada. OJ 09 SDC. ENQUADRAMENTO SINDICAL. INCOMPETÊNCIA MATERIAL DA JUSTIÇA DO TRABALHO. O dissídio coletivo não é meio próprio para o Sindicato vir a obter o reconhecimento de que a categoria que representa é diferenciada, pois esta matéria - enquadramento sindical - envolve a interpretação de norma genérica, notadamente do art. 577 da CLT. B) SINDICATOS POR CATEGORIA PROFISSIONAL Os trabalhadores são agregados tendo em vista o critério da CATEGORIA PROFISSIONAL. Trata-se do meio de agregação predominante no Brasil. Está previsto no art. 511, §2º da CLT. Art. 511, §2º, CLT. A similitude de condições de vida oriunda da profissão ou trabalho em comum, em situação de EMPREGO NA MESMA ATIVIDADE ECONÔMICA OU EM ATIVIDADES ECONÔMICAS SIMILARES OU CONEXAS, compõe a expressão social elementar compreendida como CATEGORIA PROFISSIONAL. O fator que faz com que haja a agregação na categoria profissional é a SIMILITUDE DE LABOR DOS TRABALHADORES DIANTE DA SUA VINCULAÇÃO DA EMPREGADORES QUE EXERAM ATIVIDADES ECONÔMICAS IDÊNTICAS, SIMILARES OU CONEXAS. Assim, a identificação existente na categoria profissional não ocorre pelo tipo de trabalho exercido pelo trabalhador, mas sim pela sua vinculação ao empregador. Exemplo: Empregado que exerce a função de porteiro de indústria metalúrgica é representado pelo sindicato de metalúrgicos. #SELIGANOSINÔNIMO O sindicato por categoria profissional é também denominado de SINDICATO VERTICAL, pois abrange, em regra, a maioria dos empregados são empresas que possuam, na base territorial, similitude de atividades econômicas. C) SINDICATO POR EMPRESA O critério de agregação leva em consideração a EMPRESA a que se vinculam os trabalhadores. PERGUNTA-SE: É POSSÍVEL O ESTABELECIMENTO DE SINDICATO POR EMPRESA NO BRASIL? NÃO! Esse tipo de agregação sindical é juridicamente inviável no sistema atual brasileiro. Isso ocorre pelo fato de que a Constituição Federal fixou o critério da categoria profissional e, além disso, estabeleceu o Município como base territorial mínima. A empresa abrange limite inferior ao Município, razão pela qual haveria inconstitucionalidade nessa forma de vinculação. Art. 8º CF. É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município; #OLHAOGANCHO Lembra que uma das funções do Direito Coletivo do Trabalho é o seu caráter modernizante e progressista do ponto de vista econômico e social? Não? Então corre na FUC 2 de Direito Coletivo e faça uma rápida revisão sobre as funções! Há na doutrina quem critique essa forma de agregação, pois reduz a abrangência das conquistas trabalhistas, o que pode enfraquecer o papel progressista do Direito do Trabalho. Ademais, alega-se que enfraquece a solidariedade entre os trabalhadores de distintas empregas, o que acentua o individualismo. O argumento favorável a tal agregação dá-se no sentido de que é benéfico para aferição de especificidades empresariais, tendo em vista a intensa diferenciação existente entre empresas. D) SINDICATOS POR RAMO EMPRESARIAL DE ATIVIDADES Por fim, o último critério é o que agrega obreiros pelo RAMO OU SEGMENTO EMPRESARIAL. Tal modelo importa a criação de grandes sindicatos, com larga abrangência territorial. Exemplo: sindicatos dos trabalhadores do segmento industrial, do segmento financeiro, do segmento comercial, do setor agropecuário etc. Há na doutrina quem defenda que esse modelo faz com que os sindicatos sejam mais fortes (o que permite uma real equivalência entre os seres coletivos) e, por isso, tenham maior representatividade e poder para realizar negociações coletivas. Além disso, argumenta-se no sentido de que há um favorecimento à solidariedade entre obreiros de distintas empresas. DESMEMBRAMENTO E DISSOCIAÇÃO DE CATEGORIAS Desmembramento e dissociação são formas de alteração ou fracionamento da representatividade sindical e da abrangência das categorias. DESMEMBRAMENTO: É o fracionamento de sindicatos pela cisão da base territorial. Há uma alteração da base territorial, mas a categoria representada continua a mesma. Deve-se respeitar a base territorial mínima prevista na CF/88: Município. Exemplo: Sindicato dos metalúrgicos de Minas Gerais desmembra-se em regiões, formando-se por exemplo, o Sindicato dos Metalúrgicos do Triângulo Mineiro, o Sindicato dos Metalúrgicos de Belo Horizonte etc. DISSOCIAÇÃO: É o fracionamento de sindicatos pela cisão da categoria, gerando especificação. Forma-se uma nova entidade sindical, com base no critério da especialização. Dá-se, especialmente, em categorias mais ecléticas. Exemplo: Sindicato dos bares e restaurante dissocia-se para a criação do Sindicato de Fast-Food. #ATENÇÃO #JÁCAIU #MAGISTRATURA Na 2º Fase do I Concurso Unificado da Magistratura do Trabalho foi cobrado dos candidatos o conhecimento do “desmembramento”. A seguir, destacamos para você a pergunta e o espelho da Banca Examinadora: #ATENÇÃO #JÁCAIU #MPT #PROVAORAL A diferença entre desmembramento e dissociação foi objeto de questionamento na Prova Oral do XIX Concurso Público para Procurador do Trabalho (MPT). 4. UNICIDADE X PLURALIDADE. A UNIDADE SINDICAL Embora o Brasil tema democratizado o Direito Coletivo do Trabalho com o advento da Constituição Cidadã de 1988, ainda há resquícios do antigo sistema sindical corporativista inaugurado na década de 1930. Um desses resquícios é a UNICIDADE SINDICAL. A UNICIDADE significa a obrigatoriedade da existência de um único sindicato representativo dos trabalhadores na base territorial (por empresa, profissão ou categoria profissional), com monopólio da representação sindical. Trata-se do que a doutrina denomina de SISTEMA DE SINDICATO ÚNICO. Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município; *#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STF: A legitimidade dos sindicatos para representação de determinada categoria depende do devido registro no Ministério do Trabalho em obediência ao princípio constitucional da unicidade sindical (art. 8º, II, da CF/88). STF. 1ª Turma. RE 740434 AgR/MA, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 19/2/2019 (Info 931). *(Atualizado em 27/01/2023) #DEOLHONAJURIS - Em ação civil pública proposta pelo Ministério Público do Trabalho em face de empresa estatal, com o propósito de invalidar a contratação irregular de pessoal, não é cabível o ingresso, no polo passivo da causa, de todos os empregados atingidos, mas é indispensável sua representação pelo sindicato da categoria. RE 629647/RR, relator Ministro Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgamento virtual finalizado em 28.10.2022 (sexta-feira), às 23:59. (Tema 1004 - RepercussãoGeral). (Info 1074 - STF) O PLURALISMO sindical, por seu turno, caracteriza a existência da possibilidade de constituição de diversos sindicatos representantes da mesma categoria e na mesma base territorial, não havendo que se falar em imposição de sindicato único. #ATENÇÃO #FIQUELIGADO A Constituição de 1934 foi a única que previu a pluralidade sindical. Contudo, foi suspensa logo após o início da sua vigência, com o estado de sítio de 1935. Pouco tempo depois foi definitivamente revogada, com o advento do Estado Novo, em 1937. Já a UNIDADE sindical traduz a estruturação unitária por parte dos sindicatos decorrente de sua livre opção e maturidade, e não de imposição pela legislação estatal. A unidade constitui-se em um sistema de pluralismo sindical, eis que há liberdade de criação de mais de um sindicato, mas isso não ocorre por opção dos representados. A escolha brasileira, com a Constituição de 1988, pela manutenção da unicidade sindical faz com que não se possa afirmar que o Brasil adota integralmente o princípio da liberdade sindical. #ATENÇÃO Liberdade sindical significa ausência de lei regulamentadora da estruturação e organização internas dos sindicatos, cabendo às próprias associações sindicais o estabelecimento. Assim, não há imposição de diversos sindicatos representantes da mesma categoria, podendo haver a unidade sindical por opção dos representados. A Convenção 87 da OIT prevê a liberdade sindical plena, mas ainda não foi ratificada pelo Brasil. Já leu a Convenção 87 da OIT? Não? Então não deixe de conhecê-la!!! Cai nas provas de Analista, Magistratura do Trabalho e MPT!!! O sistema de liberdade sindical plena não sustenta que a lei deva impor a pluralidade sindical. Ele sustenta, apenas, que não cabe à lei regular a estruturação e organização internas aos sindicatos, cabendo a estes eleger, sozinhos, a melhor forma de se instituírem (podendo, em consequência, firmar a unidade organizacional e prática). UNICIDADE NO BRASIL: MODELO TRADICIONAL Foi implantado no Brasil na década de 1930, com o nascedouro de um sistema sindical corporativista. Pontos estruturais: - Modelo de sindicato único; - Vinculação direta ou indireta do sindicalismo ao Estado: Dava-se pelo controle político-administrativo exercido pelo Ministério do Trabalho e pela participação de membros do sindicato no aparelho de Estado, especialmente na Justiça do Trabalho, pela representação classista. - Financiamento compulsório do sistema, mediante contribuição sindical obrigatória; - Existência de amplo poder normativo da Justiça do Trabalho POSIÇÃO DA CF/88 A CF/88 fez com que o Direito Coletivo do Trabalho passasse a possuir um maior caráter democrático, mas não o fez de maneira completa. Foram fatores de democratização do sindicalismo brasileiro com a CF/88: a) Impossibilidade jurídica de intervenção e interferências do Estado no sindicato. Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical; b) Reforço do papel dos sindicatos na defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria em questões judiciais ou administrativas. Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas; #ATENÇÃO #FIQUELIGADO Segundo o STF, o art. 8º, III, CF, conferiu ao sindicato uma legitimação extraordinária para propositura de ACP e Ação Civil Coletiva. Assim, dispensada, para tanto, autorização da Assembleia. c) Aumento dos poderes da negociação coletiva, sempre sob o manto protetivo da participação sindical obreira, a fim de garantir a observância da equivalência das partes. Art. 8º CF. É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho; Art. 7º CF. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho; Contudo, a CF/88 manteve características do antigo sistema corporativista sindical (inspirado da Carta Del lavoro italiana), razão pela qual não é possível afirmar que o Brasil adotou a liberdade sindical de forma plena. São fatores contrários à democratização: d) Unicidade Sindical; Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município; e) Financiamento compulsório das entidades sindicais: contribuição sindical obrigatória. Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei; #ATENÇÃO #FIQUELIGADO #REFORMATRABALHISTA Com a Reforma Trabalhista, não há mais o financiamento compulsório das entidades sindicais no Brasil. O artigo da CLT que previa a obrigatoriedade da contribuição sindical foi alterado e, atualmente, trata-se de contribuição facultativa. Mais pra frente aprofundaremos esse assunto, ok? f) Amplo poder normativo da Justiça do Trabalho. Contudo, a EC 45/2004 retirou esse amplo poder normativo que a Justiça do Trabalho possuía, passando a prever a necessidade de “comum acordo” entre os seres coletivos para o ajuizamento de dissídio coletivo de natureza econômica. Art. 114, §2º, CF. Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, RESPEITADAS AS DISPOSIÇÕES MÍNIMAS LEGAIS DE PROTEÇÃO AO TRABALHO, BEM COMO AS CONVENCIONADAS ANTERIORMENTE. g) Representação classista na Justiça do Trabalho. A EC 24/99, contudo, extinguiu a representação classista na Justiça do Trabalho, contribuindo, assim, para a democratização do Direito Coletivo do Trabalho. 5. LIBERDADE SINDICAL E SUAS DIMENSÕES LIBERDADE DE REUNIÃO X LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO X LIBERDADE SINDICAL A liberdade de reunião constitui-se pelo exercício de agregação episódica, temporária, pela qual pessoas unem-se de modo provisória diante de problemas comuns. Art. 5º, XVI, CF/88. Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; Liberdade de associação, por seu turno, dá-se pelo exercício de agregação permanente ou a longo prazo, pela qual as pessoas vinculam-se diante de problemas e objetivos comuns. Possui uma DIMENSÃO POSITIVA (prerrogativa de livre criação e/ou vinculação a uma entidade associativa) e uma DIMENSÃO NEGATIVA (prerrogativa de livre desfiliação da mesma entidade). Ademais, vale frisar que também há uma DIMENSÃO COLETIVA, que significa a liberdade de criar ou extinguir associações, e uma DIMENSÃO INDIVIDUAL, a qual se caracteriza pela liberdade de filiar-se ou não se filiara associações. Está prevista no art. 5º da CF/88. Art. 5º, XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento; XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; A liberdade sindical, por sua vez, é a liberdade de associação de pessoas em sindicatos, sem qualquer interferência do Estado em sua criação e funcionamento. Trata-se de direito coletivo fundamental e decorre de conquista histórica dos trabalhadores. O princípio da liberdade sindical engloba as mesmas dimensões positivas e negativas, individuais e coletivas. Por isso, abrange a liberdade de criação de sindicatos e sua autoextinção (extinção externa somente por sentença judicial regularmente formulada). Abrange, ainda, a prerrogativa da livre vinculação a um sindicato, assim como a livre desfiliação de seus quadros. Art. 8º CF. É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato. 6. ORGANIZAÇÃO SINDICAL BRASILEIRA Com a CF/88, passou a ser vedado ao Estado a interferência e a intervenção na organização sindical. Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical; Diante da norma acima, é necessário realizar uma análise em relação aos artigos da Consolidação das Leis do Trabalho que regulam a estrutura e o funcionamento do sistema sindical que não foram recepcionados pela CF/88. Não há consenso na doutrina com relação aos artigos recepcionados ou não. Portanto, para a questão objetiva, o ideal e seguir entendimentos consolidados pelo Tribunal Superior do Trabalho, a exemplo do tratado na súmula 369, II, TST. Súmula nº 369 do TST. DIRIGENTE SINDICAL. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. II - O ART. 522 DA CLT FOI RECEPCIONADO PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. FICA LIMITADA, ASSIM, A ESTABILIDADE A QUE ALUDE O ART. 543, § 3.º, DA CLT A SETE DIRIGENTES SINDICAIS E IGUAL NÚMERO DE SUPLENTES. Destaca-se, ainda, a seguinte jurisprudência sobre a recepção do art. 617 da CLT (Info 137 do TST): #DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #TST Acordo direto entre empregados e a empresa. Recepção do art. 617 da CLT pelo art. 8º, VI, da CF. Recusa de participação do sindicato da categoria profissional na negociação coletiva. Necessidade de prova cabal. O art. 8º, VI, da CF estabelece ser obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho. Já o art. 617, caput, da CLT, dispõe que os empregados que decidirem celebrar acordo coletivo de trabalho com as respectivas empresas darão ciência de sua resolução, por escrito, ao sindicato representativo da categoria profissional, que terá o prazo de oito dias para assumir a direção dos entendimentos entre os interessados. Caso não sejam tomadas as medidas negociais por parte do sindicato representativo da categoria, o § 1º do art. 617 da CLT autoriza a formalização de acordo diretamente entre as partes interessadas. Nesse sentido, reputa-se válido acordo firmado diretamente entre o empregador e empregados, sem a intermediação do sindicato da categoria profissional, desde que demonstradas a livre manifestação de vontade dos empregados em assembleia e a efetiva recusa da entidade sindical em consultar a coletividade interessada. O art. 617 da CLT, portanto, foi recepcionado pela Constituição Federal, mas em caráter excepcional, pois é imprescindível que o sindicato seja instado a participar da negociação coletiva. Somente a demonstração da inequívoca resistência da cúpula sindical em consultar as bases autoriza os próprios interessados, regularmente convocados, a firmarem diretamente o pacto coletivo com a Informativo TST - nº 137 Período: 17 a 30 de maio de 2016 4 empresa, na forma da lei. No caso concreto, em negociação direta entre o empregador e comissão de empregados acordou-se a fixação de jornada de trabalho em turnos ininterruptos de revezamento de doze horas. O TRT, todavia, com fundamento no art. 8º, VI, da CF, considerou inválido o referido acordo, deixando, porém, de apreciar os requisitos previstos no art. 617 da CLT. Assim, a SBDI-I, por unanimidade, conheceu dos embargos, no tópico, por divergência jurisprudencial, e, no mérito, por maioria, deu-lhes provimento parcial para, diante da recepção do art. 617 da CLT pela Constituição da República de 1988, determinar o retorno dos autos ao TRT de origem a fim de que aprecie o atendimento ou não dos requisitos exigidos no art. 617 da CLT para a validade do acordo coletivo de trabalho firmado sem assistência sindical, máxime no tocante à comprovação cabal ou não de recusa do sindicato da categoria profissional em participar da negociação coletiva. Vencidos os Ministros Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, relator, Augusto César Leite de Carvalho, José Roberto Freire Pimenta e Hugo Carlos Scheuermann. TST-E-ED-RR-1134676-43.2003.5.04.0900, SBDI-I, rel. Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, red. p/ acórdão Min. João Oreste Dalazen, 19.5.2016 Quanto à ressalva do registro do órgão competente, o Tribunal Superior do Trabalho tem entendido pela necessidade de depósito documental no Ministério do Trabalho, para fins tão somente cadastrais e controle da unicidade sindical. 7. ESTRUTURA SINDICAL A) ESTRUTURA EXTERNA A estrutura sindical externa segue ainda o modelo corporativista originário, pelo qual há uma pirâmide que se compõe do sindicato, em seu piso, da federação, em seu meio, e da confederação, em sua cúpula. Na base, composta por sindicato, impera a regra do sindicato único, organizado, no caso obreiro, por categoria profissional ou diferenciada e, no caso dos empregadores, por categoria econômica. A base territorial mínima dos sindicatos, conforme preceitua a CF/88, é o Município. #OLHAOGANCHO Por isso não é juridicamente possível no Brasil a agregação sindical por empresa. Nessa temática, portanto, a CF não recepcionou a regra da CLT que permitia base inferior, qual seja, o distrito municipal (art. 517 CLT). Contudo, quanto à base territorial sindical mais larga, há a possibilidade, como sindicatos de caráter nacional. As FEDERAÇÕES resultam da conjugação de, pelo menos, 5 SINDICATOS da mesma categoria profissional, diferenciada ou econômica. As CONFEDERAÇÕES resultam da conjugação de, pelo menos, 3 FEDERAÇÕES, respeitadas as respectivas categorias, tendo sede em Brasília. Art. 534 - É facultado aos Sindicatos, quando em número não inferior a 5 (cinco), DESDE QUE REPRESENTEM A MAIORIA ABSOLUTA de um grupo de atividades ou profissões idênticas, similares ou conexas, organizarem-se em federação. §1º - Se já existir federação no grupo de atividades ou profissões em que deva ser constituída a nova entidade, a criação desta não poderá reduzir a menos de 5 (cinco) o número de Sindicatos que àquela devam continuar filiados. §2º - As federações serão constituídas por Estados, podendo o Ministro do Trabalho, Industria e Comercio autorizar a constituição de Federações interestaduais ou nacionais. §3º - É permitido a qualquer federação, para o fim de lhes coordenar os interesses, agrupar os Sindicatos de determinado município ou região a ela filiados; mas a união NÃO TERÁ direito de representação das atividades ou profissões agrupadas. Art. 535 - As Confederações organizar-se-ão com o mínimo de 3 (três) federações e terão sede na Capital da República. §1º - As confederações formadas por federações de Sindicatos de empregadores denominar-se-ão: Confederação Nacional da Indústria, Confederação Nacional do Comércio, Confederação Nacional de Transportes Marítimos, Fluviais e Aéreos, ConfederaçãoNacional de Transportes Terrestres, Confederação Nacional de Comunicações e Publicidade, Confederação Nacional das Empresas de Crédito e Confederação Nacional de Educação e Cultura. §2º - As confederações formadas por federações de Sindicatos de empregados terão a denominação de: Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria, Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio, Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Marítimos, Fluviais e Aéreos, Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Terrestres, Confederação Nacional dos Trabalhadores em Comunicações e Publicidade, Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito e Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Educação e Cultura. §3º - Denominar-se-á Confederação Nacional das Profissões Liberais a reunião das respectivas federações. § 4º - As associações sindicais de grau superior da Agricultura e Pecuária serão organizadas na conformidade do que dispuser a lei que regular a sindicalização dessas atividades ou profissões. CENTRAIS SINDICAIS Falamos em sindicatos, federações, confederações, MAS E AS CENTRAIS SINDICAIS? Também fazem parte da estrutura sindical brasileira? Bora destrinchar o assunto!!! As CENTRAIS SINDICAIS foram regulamentadas pela Lei 11.648/2008. São as entidades associativas privadas constituídas em âmbito nacional, com o escopo de promover a representação dos TRABALHADORES. São compostas por organizações sindicais de trabalhadores e que atendam aos requisitos de filiação mínimos legalmente estabelecidos. Elas não compõem o modelo corporativista. Tais entidades associativas unificam, pela cúpula, a atuação das entidades sindicais, pois fixam linhas gerais de atuação sindical em contextos geográficos e sociais mais amplos, além de promoverem um diálogo democrático com as forças institucionais do Brasil. #ATENÇÃO As centrais sindicais não possuem os mesmos poderes e atribuições das entidades sindicais! ELAS NÃO PODEM PARTICIPAR, DO PONTO DE VISTA FORMAL, DAS NEGOCIAÇÕES COLETIVAS TRABALHISTAS. Contudo, embora não tenham poderes para negociações coletivas, são entidades líderes do movimento sindical, que influenciam toda a estrutura sindical brasileira. Destacam-se os seguintes artigos: Art. 1o A central sindical, entidade de representação geral dos trabalhadores, constituída em âmbito nacional, terá as seguintes atribuições e prerrogativas: I - coordenar a representação dos trabalhadores por meio das organizações sindicais a ela filiadas; e II - participar de negociações em fóruns, colegiados de órgãos públicos e demais espaços de diálogo social que possuam composição tripartite, nos quais estejam em discussão assuntos de interesse geral dos trabalhadores. Parágrafo único. Considera-se central sindical, para os efeitos do disposto nesta Lei, a ENTIDADE ASSOCIATIVA DE DIREITO PRIVADO COMPOSTA POR ORGANIZAÇÕES SINDICAIS DE TRABALHADORES. Art. 2o Para o exercício das atribuições e prerrogativas a que se refere o inciso II do caput do art. 1o desta Lei, a central sindical deverá cumprir os seguintes REQUISITOS: I - FILIAÇÃO DE, NO MÍNIMO, 100 SINDICATOS DISTRIBUÍDOS NAS 5 REGIÕES DO PAÍS; II - FILIAÇÃO EM PELO MENOS 3 REGIÕES DO PAÍS DE, NO MÍNIMO, 20 SINDICATOS EM CADA UMA; III - FILIAÇÃO DE SINDICATOS EM, NO MÍNIMO, 5 SETORES DE ATIVIDADE ECONÔMICA; e IV - FILIAÇÃO DE SINDICATOS QUE REPRESENTEM, NO MÍNIMO, 7% DO TOTAL DE EMPREGADOS SINDICALIZADOS EM ÂMBITO NACIONAL. #JÁCAIU #MPT MPT 2015 PROCURADOR DO TRABALHO “Após a edição da Lei n. 11.648, de 2008, as Centrais Sindicais detêm a prerrogativa de celebrar convenção coletiva de trabalho para a categoria representada”. R: ERRADO OBS.: Trata-se de prerrogativa dos sindicatos (art. 513 CLT) “Desde que preenchidos os requisitos mínimos de representatividade, como a filiação de sindicatos em 5 (cinco) setores de atividade econômica, as Centrais Sindicais participam do rateio da contribuição sindical compulsória”. R: CORRETO. OBS.: Art. 589 da CLT. Da importância da arrecadação da contribuição sindical serão feitos os seguintes créditos pela CEF, na forma das instruções que forem expedidas pelo Ministro do Trabalho: II - para os trabalhadores: b) 10% para a central sindical. § 2º A central sindical a que se refere a alínea "b" do inciso II deste artigo deverá atender aos requisitos de representatividade previstos na legislação específica sobre a matéria. Art. 2º da Lei n. 11.648/08. Para o exercício das atribuições e prerrogativas a que se refere o inciso II do caput do art. 1º desta Lei, a central sindical deverá cumprir os seguintes requisitos: I - filiação de, no mínimo, 100 (cem) sindicatos distribuídos nas cinco regiões do País; II - filiação em pelo menos 3 (três) regiões do País de, no mínimo, 20 (vinte) sindicatos em cada uma; III - filiação de sindicatos em, no mínimo, 5 (cinco) setores de atividade econômica; e IV - filiação de sindicatos que representem, no mínimo, 7% (sete por cento) do total de empregados sindicalizados em âmbito nacional. “Uma vez deferido o registro no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), as Centrais Sindicais podem propor ação direta de inconstitucionalidade”. R: ERRADO. OBS.: Art. 103 da CF. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. “As Centrais Sindicais detêm legitimidade ativa para apresentar denúncia perante o Comitê de Liberdade Sindical do Conselho de Administração da OIT diante de prática antissindical de empregador de sua base de representação”. R: CORRETA. OBS.: Art. 1º da Lei n. 11.648/08. A central sindical, entidade de representação geral dos trabalhadores, constituída em âmbito nacional, terá as seguintes atribuições e prerrogativas: II - participar de negociações em fóruns, colegiados de órgãos públicos e demais espaços de diálogo social que possuam composição tripartite, nos quais estejam em discussão assuntos de interesse geral dos trabalhadores. B) ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO INTERNOS A CLT estabelece que a administração dos sindicatos será realizada por uma diretoria e, ainda, preceitua que sua composição será, no máximo, de 7 e, no mínimo, de 3 membros. Além disso, diz que deve haver um conselho fiscal composto por 3 membros. Segundo o diploma celetista, todos esses órgãos serão eleitos pela Assembleia Geral. Refere-se, ainda, aos delegados sindicais, que não são eleitos pela Assembleia, mas designados pela diretoria. DIRETORIA: No máximo 7 membros e, no mínimo, 3 membros. CONSELHO FISCAL: 3 membros DELEGADOS SINDICAIS Art. 522. A administração do sindicato será exercida por uma diretoria constituída no máximo de sete e no mínimo de três membros e de um Conselho Fiscal composto de três membros, eleitos esses órgãos pela Assembleia Geral. § 1º A diretoria elegerá, dentre os seus membros, o presidente do sindicato. § 2º A competência do Conselho Fiscal é limitada à fiscalização da gestão financeira do sindicato. § 3º - Constituirão atribuição exclusiva da Diretoria do Sindicato e dos Delegados Sindicais, a que se refere o art. 523, a representação e a defesa dos interesses da entidade perante os poderes públicos e as empresas, salvo mandatário com poderes outorgados por procuração da Diretoria, ou associado investido em representação prevista em lei. Art. 523 - Os Delegados Sindicais destinados à direção das delegacias ou seções instituídas na forma estabelecida no § 2º do art. 517 serão designados pela diretoria dentre os associados radicados no território da correspondente delegacia. Diante da previsão celetista acima exposta e da vedação à interveniência estatal nos sindicatos, iniciou-se celeuma quanto à possível afronta da CLT ao princípio da autonomia sindical. Há vertente interpretativa que entende que há violação à CF/88, tendo em vista o fato de que inviabiliza a livre organização sindical e se trata se matéria atinente ao estatuto sindical. Contudo, frise-se que, ainda que haja a autonomia sindical,não é possível o exercício abusivo de qualquer direito, sob pena de configuração de ato ilícito. O TST, contudo, tem se posicionado pela recepção do art. 522 da CLT pela CF/88. Nesse sentido, a súmula 369 do TST. Súmula nº 369 do TST. DIRIGENTE SINDICAL. ESTABILIDADE PROVISÓRIA II - O ART. 522 DA CLT FOI RECEPCIONADO PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. FICA LIMITADA, ASSIM, A ESTABILIDADE A QUE ALUDE O ART. 543, § 3.º, DA CLT A SETE DIRIGENTES SINDICAIS E IGUAL NÚMERO DE SUPLENTES. #JÁCAIU #MAGISTRATURA TRT15 2015 JUIZ DO TRABALHO “Viola a liberdade sindical a disposição da Consolidação das Leis do Trabalho segunda a qual a administração do sindicato será exercida por uma diretoria constituída no máximo de sete e no minimo de três membros e de um Conselho Fiscal composto de três membros, eleitos esses órgãos pela Assembleia Geral, podendo essa norma ser objeto de arguição de descumprimento de preceito fundamental”. R: ERRADO. 8. REGISTRO SINDICAL Desde a implementação do sistema corporativista, na década de 1930, com o modelo de sindicato único, o reconhecimento e a investidura sindicais eram atos formais dirigidos pelo Poder Estatal, por meio no Ministério do Trabalho. Desse modo, o Estado gerenciava a constituição sindical. Nesse ponto, não há dúvidas atualmente quanto à não recepção pela CF/88 das possibilidade de tal controle estatal na constituição dos sindicatos, tendo em vista o princípio da autonomia organizacional incorporado pelo art. 8º, I, da CF, com a proibição expressa de não interferência e intervenção pelo Estado nos sindicatos. Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical; Os estatutos sindicais devem ser registrados no correspondente Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas, como qualquer outra entidade associativa, com o escopo de aquisição de personalidade jurídica. Todavia, diante da expressão constitucional “ressalvado o registro no órgão competente”, surgiu dissenso interpretativo em relação à obtenção de personalidade sindical. A primeira interpretação prevalecente foi no sentido de que o registro necessário era apenas nos Cartórios e, com isso, haveria a personalidade jurídica e sindical simultaneamente. Contudo, posteriormente o STF pacificou a matéria, definindo que os estatutos sindicais, independentemente da inscrição no cartório de pessoas jurídicas, teriam de ser levados a depósito no Ministério do Trabalho para fins cadastrais e de verificação do respeito à regra da unicidade sindical. Portanto, ficou consolidado que, para obtenção de personalidade sindical, é necessário o registro no Ministério do Trabalho. #ATENÇÃO #FIQUELIGADO Antes da CF/88, a natureza jurídica do registro no Ministério do Trabalho era de ato administrativo discricionário. Contudo, após a Constituição Cidadã estabelecer a mudança de paradigma nessa temática, o registro no Ministério do Trabalho passou a ter natureza jurídica de ato vinculado. 9. FUNÇÕES, PRERROGATIVAS E RECEITAS SINDICAIS A) FUNÇÕES E PRERROGATIVAS FUNÇÕES A PRINCIPAL FUNÇÃO dos sindicatos é a de REPRESENTAÇÃO, no sentido amplo, da categoria que representa. Assim, cabe aos sindicatos a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas. A FUNÇÃO REPRESENTATIVA possui dimensões. São elas: -Privada: o sindicato realiza um diálogo com os empregadores, na defesa dos interesses coletivos da categoria. -Administrativa: o sindicato busca relacionar-se com o Poder Público, buscando a solução de problemas trabalhistas em sua área de atuação. -Pública: o sindicato dialoga com a sociedade civil, em busca de apoio para suas ações coletivas. -Judicial: defesa dos interesses da categoria ou de seus filiados. Ademais, há a FUNÇÃO NEGOCIAL, por meio da qual os sindicatos buscam estabelecer um diálogo, uma negociação com os empregadores e/ou sindicatos empresariais com vistas à estipulação de melhores condições de trabalho. A FUNÇÃO ASSITENCIAL, por seu turno, consiste na prestação de serviços a seus associados ou, em determinadas situações, a todos os membros da categoria. Exemplo: serviços educacionais, médicos, jurídicos e diversos outros. Há duas outras possíveis funções, as quais geram controvérsias. Trata-se da FUNÇÃO ECONÔMICA e da FUNÇÃO POLÍTICA. Ambas foram vedadas, expressamente, pelo texto legal. O art. 564 CLT proíbe atividade econômica e os arts. 511 e 521, “d”, vedam as atividades políticas. Tais artigos foram recepcionados pela CF? A doutrina tem entendido que não. A proibição de atividades econômicas caracteriza instrumento de controle estatal nos sindicatos, o que enseja incompatibilidade com os princípios da liberdade e autonomia sindicais. Ademais, quanto ao exercício de atividades políticas, deve haver cuidado, especialmente pelo fato de que o Brasil ainda adota a unicidade sindical, não havendo escolha aos representados quanto ao sindicato ao qual irá se filiar. Contudo, a doutrina tem enfatizado que não se pode proibir ações políticas, como o posicionamento sindical a favor ou contra políticas estatais. DEVERES No art. 514, a CLT elencou deveres aos sindicatos, “in verbis”: Art. 514. São DEVERES dos sindicatos: a) colaborar com os poderes públicos no desenvolvimento da solidariedade social; b) manter serviços de assistência judiciária para os associados; c) promover a conciliação nos dissídios de trabalho; d) sempre que possível, e de acordo com as suas possibilidades, manter no seu quadro de pessoal, em convênio com entidades assistenciais ou por conta própria, um assistente social com as atribuições específicas de promover a cooperação operacional na empresa e a integração profissional na Classe. Parágrafo único. Os sindicatos de empregados terão, outrossim, o dever de: a) promover a fundação de cooperativas de consumo e de crédito; b) fundar e manter escolas da alfabetização e prevocacionais. Contudo, segundo o Ministro Maurício Godinho Delgado, nesta extensão (dever e não mera função potencial), o diploma celetista não foi recepcionado pela CF/88; é que tais atividades não podem ser estabelecidas de modo imperativo, como deveres, mas somente funções e prerrogativas que podem ser, naturalmente, assumidas pelas entidades sindicais. Nesse momento, vale frisar que o dever de homologação administrativa pelos sindicatos nas rescisões contratuais trabalhistas foi REVOGADO pela Reforma Trabalhista. Art. 477 - É assegurado a todo empregado, não existindo prazo estipulado para a terminação do respectivo contrato, e quando não haja ele dado motivo para cessação das relações de trabalho, o direto de haver do empregador uma indenização, paga na base da maior remuneração que tenha percebido na mesma empresa. § 1º - O pedido de demissão ou recibo de quitação de rescisão, do contrato de trabalho, firmado por empregado com mais de 1 (um) ano de serviço, só será válido quando feito com a assistência do respectivo Sindicato ou perante a autoridade do Ministério do Trabalho e Previdência Social. REVOGADO PELA REFORMA TRABALHISTA § 3º - Quando não existir na localidade nenhum dos órgãos previstos neste artigo, a assistência será prestada pelo Represente do Ministério Público ou, onde houver, pelo Defensor Público e, na falta ou impedimento deste, pelo Juiz de Paz. REVOGADO PELA REFORMA TRABALHISTA § 7º - O ato da assistência na rescisão contratual (§§ 1º e 2º) será sem ônus para o trabalhador e empregador. REVOGADO PELA REFORMA TRABALHISTA RECEITAS SINDICAIS Existem QUATRO TIPOS DE CONTRIBUIÇÕES dos trabalhadores para sua respectiva entidade sindical. 1- CONTRIBUIÇÃO SINDICAL #ATENÇÃO #FIQUELIGADO #REFORMATRABALHISTA Com a Reforma Trabalhista, NÃO HÁ MAIS A CONTRIBUIÇÃO SINDICAL OBRIGATÓRIA. O artigo da CLT que estabelecia o caráter compulsório da contribuição sindical (o que determinava sua naturezajurídica tributária) foi ALTERADO pela Lei 13.467/2017. Desse modo, atualmente, a contribuição sindical NÃO É MAIS OBRIGATÓRIA. A antiga contribuição sindical obrigatória, também denominada de “imposto sindical”, estava prevista na ordem jurídica desde a implantação do sistema sindical corporativista. Era paga por todos os trabalhadores e empregadores previstos em lei, inclusive os não sindicalizados. Art. 578. As contribuições devidas aos sindicatos pelos participantes das categorias econômicas ou profissionais ou das profissões liberais representadas pelas referidas entidades serão, sob a denominação de contribuição sindical, pagas, recolhidas e aplicadas na forma estabelecida neste Capítulo, DESDE QUE PRÉVIA E EXPRESSAMENTE AUTORIZADAS. Art. 579. O desconto da contribuição sindical está condicionado à autorização prévia e expressa dos que participarem de uma determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma profissão liberal, em favor do sindicato representativo da mesma categoria ou profissão ou, inexistindo este, na conformidade do disposto no art. 591 desta Consolidação. Diante da sua obrigatoriedade, atraía críticas quanto à agressão que propiciava aos princípios da liberdade e autonomia sindicais. Contudo, sua manutenção foi autorizada pela CF/88: Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei; *(Atualizado em 03/10/2023) ATENÇÃO ALUNO CICLOS!!! Mais abaixo nessa FUC, trataremos de CONTRIBUIÇÃO SINDICAL E IMPOSTO SINDICAL. QUANTO A ESSE TEMA, PRESTE ATENÇÃO NO NOVO ENTENDIMENTO DO STF[footnoteRef:3] DE SETEMBRO DE 2023: [3: https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=5112803&numeroProcesso=1018459&classeProcesso=ARE&numeroTema=935] Tema 935 - Inconstitucionalidade da contribuição assistencial imposta aos empregados não filiados ao sindicato, por acordo, convenção coletiva de trabalho ou sentença. Há Repercussão? Sim Relator(a): MIN. GILMAR MENDES Leading Case: ARE 1018459 Descrição: Agravo contra decisão pela qual inadmitido recurso extraordinário em que se discute, com base nos arts. 5º, incs. II, XXXVI e LV, 7º, inc. XXVI, e 93, inc. IX, da Constituição da República a inconstitucionalidade da instituição, por acordo, convenção coletiva ou sentença normativa, de contribuições que se imponham compulsoriamente a empregados da categoria não sindicalizados. Tese: É constitucional a instituição, por acordo ou convenção coletivos, de contribuições assistenciais a serem impostas a todos os empregados da categoria, ainda que não sindicalizados, desde que assegurado o direito de oposição. Anotações NUGEP: Tese fixada anteriormente: "É inconstitucional a instituição, por acordo, convenção coletiva ou sentença normativa, de contribuições que se imponham compulsoriamente a empregados da categoria não sindicalizados." #DEOLHONADISCUSSÃO #DIVERGÊNCIA #VAMOSAPROFUNDAR Diante da alteração promovida pela Reforma Trabalhista, diversas discussões surgiram na doutrina acerca dos efeitos práticos da facultatividade de pagamento da contribuição sindical! Vamos estudar algumas delas? Bora!!!!! I- CONSTITUCIONALIDADE FORMAL E MATERIAL Com o fim da contribuição sindical obrigatória, iniciou-se intenso debate na doutrina acerca da constitucionalidade formal e material da alteração promovida pela Lei 13.467/2017. Para a prova objetiva, basta saber como era e como é a regra atual. Contudo, é de suma importância que você conheça argumentos e esteja preparado para falar sobre o assunto em uma prova discursiva e, também, na prova oral! #FIQUEATENTO - Constitucionalidade material: Há quem defenda que a mudança não é materialmente constitucional pelo fato de que não houve uma completa alteração do sistema sindical brasileiro e adoção de uma liberdade sindical plena, o que faz com que a facultatividade seja incompatível com o sistema sindical atual, enfraquecendo demasiadamente os sindicatos e, consequentemente, o poder de negociação diante do poder econômico. Corrente contrária, todavia, alega a constitucionalidade material, eis que a CF/88 não prevê a obrigatoriedade da contribuição sindical. - Constitucionalidade formal: Para uma corrente é inconstitucional, pois o artigo 149 da CF/88, ao fazer remissão ao artigo 146, III, condicionou a criação ou extinção dessas contribuições à edição de lei complementar. Corrente contrária, por sua vez, defende a constitucionalidade, pois lei ordinária pode instituir (ou extinguir) a contribuição sindical e, ao retirar-lhe a nota de compulsoriedade, a lei extinguiu o tributo, fazendo com que a “contribuição” passasse a fazer parte da autonomia privada das partes. Quer ler mais sobre o assunto? Indicamos o seguinte artigo: https://www.conjur.com.br/2018-mar-28/extincao-contribuicao-sindical-compulsoria-constitucional II- AUTORIZAÇÃO DE DESCONTO POR ACT OU CCT. O art. 578 da CLT prevê que é possível a cobrança de contribuição sindical apenas com prévia e expressa autorização. PERGUNTA-SE: É possível que essa autorização seja dada pelo sindicato da categoria profissional e econômica por meio de ACT ou CCT ou é imprescindível que a autorização seja feita de modo individual por cada pessoa? Isso já tem ocorrido na prática em diversos sindicatos pelo Brasil. Tem chamado força, especialmente pela intenção do art. 611-A prever a prevalência do negociado sobre o legislado. Ainda há poucos juristas falando sobre o assunto. Portanto, à medida em que for lendo sobre o tema, vá completando sua FUC, ok? III- LIMITAÇÃO DOS DIREITOS NEGOCIADOS APENAS AOS FILIADOS Com o fim da contribuição sindical obrigatória, é possível que as vantagens derivadas de CCT e ACT apliquem-se apenas aos empregados filiados? 1ª Corrente: Os trabalhadores que não contribuem não são mais representados pelos sindicatos. Não haveria como sustentar a associação financeiramente. É desigual conferir vantagens iguais aos filiados e não filiados. 2ª Corrente: O sindicato continua obrigado a defender toda a categoria. O art. 8º da CF confere ao sindicato da categoria profissional na localidade o monopólio e a obrigatoriedade da representação dos trabalhadores. A primeira corrente gera discriminação entre trabalhadores, pois pode haver na mesma empresa trabalhadores com vantagens e trabalhadores sem vantagens. Ainda, a primeira corrente acaba causando uma ofensa à liberdade sindical, eis que consubstanciaria uma forma de forçar indiretamente o empregado a se filiar. 2- CONTRIBUIÇÃO CONFEDERATIVA Possui previsão na CF/88: Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: IV - a ASSEMBLEIA GERAL FIXARÁ a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para CUSTEIO DO SISTEMA CONFEDERATIVO da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei; Trata-se de contribuição voltada ao financiamento da cúpula do sistema: Confederações Sindicais. Embora tenha ocorrido celeuma na doutrina e na jurisprudência sobre o tema, hoje é pacífico que tal contribuição SOMENTE É DEVIDA PELOS TRABALHADORES SINDICALIZADOS. Nesse sentido, súmula vinculante do STF: SÚMULA VINCULANTE 40 STF: A CONTRIBUIÇÃO CONFEDERATIVA DE QUE TRATA O ART. 8º, IV, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, SÓ É EXIGÍVEL DOS FILIADOS AO SINDICATO RESPECTIVO. 3- CONTRIBUIÇÃO ASSISTENCIAL Diz respeito, em regra, a recolhimento aprovado por CCT ou ACT, normalmente para desconto em folha de pagamento em uma ou poucas mais parcelas ao longo do ano. #DEOLHONOSINÔNIMO Recebe, também, outras denominações: taxa de reforço sindical; contribuição de fortalecimento sindical; cota de solidariedade etc. Tem previsão genérica no art. 513, “e” da CLT: Art. 513. São prerrogativas dos sindicatos: e) impor contribuições a todos aqueles que participamdas categorias econômicas ou profissionais ou das profissões liberais representadas. Segundo Godinho, contudo, o recolhimento deve ser aprovado na respectiva assembleia geral de trabalhadores. *(Atualizado em 03/10/2023) #ATENÇÃO ALUNO CICLOS: Abaixo, trataremos de um tema polêmico e com entendimento recente (SETEMBRO/2023) que mudou o entendimento e provavelmente vai ser de grande relevância nos certames. ANTES APÓS O TEMA 935 – STJ #ATENÇÃO A JURISPRUDÊNCIA DO TST TEM CONSIDERADO INVÁLIDA A CONTRIBUIÇÃO QUANDO DIRIGIDA A TRABALHADORES NÃO SINDICALIZADOS. OJ 17 SDC. CONTRIBUIÇÕES PARA ENTIDADES SINDICAIS. INCONSTITUCIONALIDADE DE SUA EXTENSÃO A NÃO ASSOCIADOS. As cláusulas coletivas que estabeleçam contribuição em favor de entidade sindical, a qualquer título, obrigando trabalhadores não sindicalizados, são ofensivas ao direito de livre associação e sindicalização, constitucionalmente assegurado, e, portanto, nulas, sendo passíveis de devolução, por via própria, os respectivos valores eventualmente descontados. #DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #TST Contribuição assistencial. Desconto obrigatório. Empregados não filiados ao sindicato. Direito de oposição. Nulidade da cláusula de instrumento coletivo. Art. 545 da CLT. Precedente Normativo nº 119. Orientação Jurisprudencial nº 17 da SDC. Nos termos da Orientação Jurisprudencial nº 17 da SDC e do Precedente Normativo nº 119, não é válida cláusula de instrumento coletivo que prevê desconto obrigatório de contribuição assistencial de empregado não sindicalizado, ainda que a ele seja garantido o direito de oposição. A previsão de oposição ao desconto não tem o condão de convalidar a cláusula coletiva, pois, a teor do art. 545 da CLT, os descontos salariais em favor do sindicato de classe estão condicionados à expressa autorização do empregado. Sob esses fundamentos, a SBDI-I, por unanimidade, conheceu dos embargos, por divergência jurisprudencial, e, no mérito, por maioria, negou-lhes provimento. Vencidos os Ministros José Roberto Freire Pimenta, Augusto César Leite de Carvalho e Hugo Carlos Scheuermann. TST-E-ED-RR-135400-05.2005.5.05.0015, SBDI-I, rel. Min. Dora Maria da Costa, 13.10.2016. INFO 147 do TST. Contudo, para o Ministro Maurício Godinho Delgado, a jurisprudência acima não prestigia os princípios da liberdade e da autonomia dos sindicatos. É que a negociação coletiva sindical favorece a todos os trabalhadores integrantes da correspondente base sindical, independentemente de serem ou não filiados ao respectivo sindicato profissional. Dessa maneira, para ele, torna-se proporcional, equânime e justo que esses trabalhadores também contribuam para a dinâmica da negociação coletiva trabalhista. #SAINDODOFORNO #AQUIÉCICLOS STF declara constitucionalidade da contribuição assistencial a trabalhadores não sindicalizados De acordo com a decisão, a contribuição pode ser instituída por acordo ou convenção coletiva, desde que seja assegurado o direito de oposição pelo trabalhador. O Supremo Tribunal Federal (STF) julgou constitucional a instituição, por acordo ou convenção coletivos, de contribuições assistenciais para todos os empregados de uma categoria, ainda que não sejam sindicalizados, desde que assegurado o direito de oposição. A decisão foi tomada na sessão virtual encerrada em 11/9. O novo entendimento, firmado no julgamento de embargos de declaração, altera a decisão de 2017 no Agravo no Recurso Extraordinário (ARE) 1018459, com repercussão geral reconhecida (Tema 935). Na ocasião, o Plenário havia julgado inconstitucional a cobrança da contribuição a trabalhadores não filiados a sindicatos. Contribuição assistencial x imposto sindical Em abril de 2023, ao analisar o pedido feito nos embargos, o relator, ministro Gilmar Mendes, aderiu aos fundamentos do voto do ministro Luís Roberto Barroso, especialmente em razão das alterações promovidas pela Reforma Trabalhista (Lei 13.467/2017) sobre a forma de custeio das atividades sindicais. A mudança legislativa alterou, entre outros, o artigo 578 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) para extinguir a contribuição sindical obrigatória (ou “imposto sindical”). Nesse novo cenário, os ministros passaram a entender que é constitucional a instituição, por acordo ou convenção coletiva, da chamada contribuição assistencial, imposta a todos os empregados da categoria, mesmo que não sindicalizados, desde que estes possam se opor a ela. Financiamento Segundo o relator, o fim do imposto sindical afetou a principal fonte de custeio das instituições sindicais. Como resultado, os sindicatos se viram esvaziados, e os trabalhadores, por consequência, perderam acesso a essa instância de deliberação e negociação coletiva. Por isso, a possibilidade de criação da contribuição assistencial, destinada prioritariamente ao custeio de negociações coletivas, juntamente com a garantia do direito de oposição, assegura a existência do sistema sindicalista e a liberdade de associação. Tese A tese de repercussão geral fixada no Tema 935 foi a seguinte: “É constitucional a instituição, por acordo ou convenção coletivos, de contribuições assistenciais a serem impostas a todos os empregados da categoria, ainda que não sindicalizados, desde que assegurado o direito de oposição”. MENSALIDADES DOS ASSOCIADOS São parcelas mensais pagas estritamente pelos trabalhadores sindicalizados, por força da filiação sindical. São modalidades voluntárias de contribuições. #SELIGANAJURIS: Teses fixadas pelo STJ: a) antes da vigência do § 7º do art. 22 do Estatuto da OAB (5 de outubro de 2018), é necessária a apresentação dos contratos celebrados com cada um dos filiados ou beneficiários para que o sindicato possa reter os honorários contratuais sobre o montante da condenação; b) após a vigência do supracitado dispositivo, para que o sindicato possa reter os honorários contratuais sobre o montante da condenação, embora seja dispensada a formalidade de apresentação dos contratos individuais e específicos para cada substituído, mantém-se necessária a autorização expressa dos filiados ou beneficiários que optarem por aderir às obrigações do contrato originário. STJ. 1ª Seção. REsps 1.965.394-DF, 1.979.911-DF e 1.965.849-DF, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 13/9/2023 (Recurso Repetitivo – Tema 1175) (Info 787). 10. GARANTIAS SINDICAIS Diante da existência dos princípios liberdade associativa e da autonomia sindical, regentes do ordenamento jurídico laboral coletivo obreiro, é imprescindível a estruturação de mecanismos garantidores do exercício pleno dessas liberdades. Algumas dessas garantias já estão normatizadas no Brasil. Vejamos: GARANTIA PROVISÓRIA DE EMPREGO – ESTABILIDADE SINDICAL: Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei. Art. 543 CLT - O empregado eleito para cargo de administração sindical ou representação profissional, inclusive junto a órgão de deliberação coletiva, não poderá ser impedido do exercício de suas funções, nem transferido para lugar ou mister que lhe dificulte ou torne impossível o desempenho das suas atribuições sindicais. § 3º - Fica vedada a dispensa do empregado sindicalizado ou associado, a partir do momento do registro de sua candidatura a cargo de direção ou representação de entidade sindical ou de associação profissional, até 1 (um) ano após o final do seu mandato, caso seja eleito inclusive como suplente, salvo se cometer falta grave devidamente apurada nos termos desta Consolidação. § 4º - Considera-se cargo de direção ou de representação sindical aquele cujo exercício ou indicação decorre de eleição prevista em lei § 5º - Para os fins deste artigo, a entidade sindical comunicará por escrito à empresa, dentro de 24 (vinte e quatro) horas, o dia e a hora do registro da candidatura do seu empregado e, em igual prazo,sua eleição e posse, fornecendo, outrossim, a este, comprovante no mesmo sentido. O Ministério do Trabalho e Previdência Social fará no mesmo prazo a comunicação no caso da designação referida no final do § 4º. § 6º - A empresa que, por qualquer modo, procurar impedir que o empregado se associe a sindicato, organize associação profissional ou sindical ou exerça os direitos inerentes à condição de sindicalizado fica sujeita à penalidade prevista na letra a do art. 553, sem prejuízo da reparação a que tiver direito o empregado. Súmula 197 STF: O empregado com representação sindical só pode ser despedido mediante inquérito em que se apure falta grave. Súmula nº 379 do TST. DIRIGENTE SINDICAL. DESPEDIDA. FALTA GRAVE. INQUÉRITO JUDICIAL. NECESSIDADE. O dirigente sindical somente poderá ser dispensado por falta grave mediante a apuração em inquérito judicial, inteligência dos arts. 494 e 543, §3º, da CLT. Súmula nº 369 do TST. DIRIGENTE SINDICAL. ESTABILIDADE PROVISÓRIA I - É assegurada a estabilidade provisória ao empregado dirigente sindical, ainda que a comunicação do registro da candidatura ou da eleição e da posse seja realizada fora do prazo previsto no art. 543, § 5º, da CLT, DESDE QUE A CIÊNCIA AO EMPREGADOR, POR QUALQUER MEIO, OCORRA NA VIGÊNCIA DO CONTRATO DE TRABALHO. II - O art. 522 da CLT foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988. Fica limitada, assim, a estabilidade a que alude o art. 543, § 3.º, da CLT a sete dirigentes sindicais e igual número de suplentes. III - O empregado de categoria diferenciada eleito dirigente sindical só goza de estabilidade se exercer na empresa atividade pertinente à categoria profissional do sindicato para o qual foi eleito dirigente. IV - Havendo extinção da atividade empresarial no âmbito da base territorial do sindicato, não há razão para subsistir a estabilidade. V - O registro da candidatura do empregado a cargo de dirigente sindical durante o período de aviso prévio, ainda que indenizado, não lhe assegura a estabilidade, visto que inaplicável a regra do § 3º do art. 543 da Consolidação das Leis do Trabalho. #JURISPRUDÊNCIA #STF ATENÇÃO!!! Embora o dirigente possua a garantia provisória de emprego, caso seja reprovado em estágio probatório, é possível sua exoneração! Trata-se de entendimento jurisprudencial do STF: “A condição de dirigente ou representante sindical não impede a exoneração do servidor público estatutário, regularmente reprovado em estágio probatório (...)”. [STF. RE 204.625, rel. min. Octavio Gallotti, j. 2-10-1998, 1ª T, DJ de 12-5-2000. INAMOVIBILIDADE DO DIRIGENTE SINDICAL: É vedada a remoção do dirigente sindical para funções incompatíveis com a atuação sindical ou para fora da base territorial do respectivo sindicato. Tal proibição dá-se pelo fato de que a mudança poderia inviabilizar ou restringir o exercício das funções sindicais do empregado dirigente, atentando-se, assim, à liberdade sindical. Art. 543 - O empregado eleito para cargo de administração sindical ou representação profissional, inclusive junto a órgão de deliberação coletiva, não poderá ser impedido do exercício de suas funções, nem transferido para lugar ou mister que lhe dificulte ou torne impossível o desempenho das suas atribuições sindicais. § 1º - O empregado perderá o mandato se a transferência for por ele solicitada ou voluntariamente aceita. Se, contudo, o dirigente sindical solicitar transferência ou aceita-la voluntariamente, haverá a perda do mandato, pois considera-se que houve um ato tácito de renúncia ao exercício de suas funções sindicais. GARANTIAS ORIUNDAS DAS NORMAS DA OIT: Diversas dessas relevantes garantias essenciais estão expressamente organizadas em textos normativos construídos ao longo de décadas pela OIT. Convenções 11, 87, 98, 135, 141 e 151. #ATENÇÃO #MAGISTRATURA #MPT Principalmente se você estuda para Magistratura do Trabalho e/ou Ministério Público do Trabalho, é imperioso que você conheça o conteúdo das Convenções da OIT acima! 11. HISTÓRICO SINDICAL O sindicalismo teve seu nascedouro associado ao próprio surgimento do Direito do Trabalho: trata-se de produto da sociedade capitalista. Surgiu na época da Revolução Industrial, quando houve a exploração de trabalho livre e subordinado. Contudo, é possível vislumbrar, ao longo da história, diversas formas de associação entre os seres humanos, embora não se confundam com o sindicalismo que surgiu durante a Revolução Industrial. São exemplos de traços associativistas ao longo da história: - Organizações para a manutenção dos privilégios de classe nas culturas mais adiantadas do mundo antigo, como na Mesopotâmia, no Egito e entre os Hebreus. Na XVII Dinastia Egípcia, havia vestígios de corporações de artes e ofício. - Associações multifacetárias, de composição e objetivos variados, nos Colégios, em Roma. - Guildas, entre os povos germânicos e saxônicos: sua finalidade inicial era religiosa e de assistência recíproca; mas tiveram, depois, fins políticos, comerciais, artesanais etc., o que deu margem ao aparecimento de guildas mercantis e guildas de ofício. A partir de meados da Idade Média até o fim na Idade Moderna, destacam-se as CORPORAÇÕES DE OFÍCIO, as quais consubstanciaram formas associativas do capitalismo industrial. As corporações de ofício constituíam-se por um sistema hierárquico, integrado por três segmentos de indivíduos: aprendizes, companheiros e mestres. Evolução sindical nos países de capitalismo central Como o sindicalismo surgiu com a Revolução Industrial, seus primeiros sinais ocorreram na Inglaterra. A doutrina destaca uma primeira manifestação coletiva ocorrida entre trabalhadores em 1720, pelos mestres alfaiates. Nesse episódio, dirigiram-se ao Parlamento Britânico, por meio de uma associação que reunia mais de 7 mil trabalhadores, pleiteando maior salário e redução da jornada de trabalho. Contudo, para o Ministro Maurício Godinho Delgado, em tal episódio ainda não foi possível vislumbrar todas as condições econômicas e ideológicas do movimento coletivo sindical. A doutrina, então, tem separado a evolução histórica do sindicalismo nos países de capitalismo central em três fases: PRIMEIRA FASE: FASE DE PRIBIÇÃO SINDICAL. Não havia reconhecimento de validade do movimento pelo ordenamento jurídico. Em alguns países era até mesmo considerado ato criminoso. - França: Lei Le Chapelier (1791): Foram abolidas as corporações de ofício, assegurando-se a plena liberdade de trabalho. Contudo, o mesmo diploma legal poderia ser interpretado como proibitivo de associações, uma vez que elas eram consideradas conspiratórias da noção de trabalho livre. Em 1810, com o Código Napoleônico, as coalizões operárias foram criminalizadas na França. - Inglaterra: Combination Act (1799): Foram interditadas as associações sindicais de trabalhadores livres. Sedition Meeting Act (1817): Enquadrou o sindicalismo como crime de sedição ou conspiração. Assim, nessa primeira fase, as mesmas ideias liberalistas na França e Inglaterra, que defendiam o trabalho livre, também conduziram à proibição do novo tipo de associativismo que então se formava entre trabalhadores livre e assalariados. SEGUNDA FASE: TOLERÂNCIA JURÍDICA. A associação sindical passou a ser tolerada e iniciou-se um processo de descriminalização (nos países onde era considerada crime). - Inglaterra: Foi pioneira, extinguindo o delito de coalização de trabalhadores na década de 1820. Reconheceu o direito de associação. Passaram a ser punidos apenas os atos de violência, ameaça, intimidação etc., que porventura acompanhassem o movimento grevista. TERCEIRA FASE: RECONHECIMENTO DO DIREITO DE COALIZAÇÃO E LIVRE ORGANIZAÇÃO SINDICAL. Ocorre na segunda metade do século XIX, atingindo diversos países europeus. #ATENÇÃO #FIQUELIGADO A fase de sistematização e consolidação do Direito do Trabalho, nos planos individual e coletivo, demarca-se entre 1848 e 1919, exatamente em torno desse período de maior afirmação sindical. - Tratado de Versalhes e Fundação da OIT: + Constitucionalização do Direito do Trabalho