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Instituto Universal Brasileiro Educação de Jovens e Adultos a Distância BRASILEIRO Curso a distância de: SUPLETIVO PREPARATÓRIO ENSINO MÉDIO Série HistóriaENSINO MÉDIO HISTÓRIA SÉRIE AULA 1 PORTUGAL E o SISTEMA COLONIAL Portugal localiza-se na Península Ibérica. Admite-se como certo, todavia, que um povo dominado ibero, vindo provavelmente do norte da África, tenha sido o seu primeiro habitante. Em 414, os bárbaros visigodos tentaram invadir a Península Ibérica expulsando os demais povos que lá se encontram. Os visigodos foram os responsáveis pela unificação da península e pela formação de um poderoso reino. Estamos nos referindo ao reino de Portugal. A ORIGEM DE PORTUGAL Os visigodos viram-se obrigados a lutar contra outros invasores: os árabes. Estes já haviam conquistado um vastíssimo império afro-asiático e, naturalmente, ambicionavam contar com a Península Ibérica entre seus domínios. Nessa época, o reino visigótico lutava com uma série de dificuldades de ordem interna, não tendo sido difícil aos invasores árabes impor-se. Nos meados de 711, Tárique, chefe venceu os visigodos e a expansão mana ramificou-se por toda a península. Mais uma vez, a região veio a sofrer influências externas; a contribuição dos invasores afigurou-se, porém, notável. Foram eles os introdutores de culturas novas, como a do arroz, da car e outras, além de haverem impulsionado também as atividades agropecuárias, sem falarmos no trabalho de ourivesaria e artesanato, que ganhou novo alento, graças aos processos introduzidos pelos invasores; tapetes e os mais belos passaram a ser produzidos na península, dentro dos moldes Essa influência também se esten- deu à arquitetura e a todas as ciências, sobre as quais os invasores trouxeram novos esclarecimentos e descobertas. catolicismo, que havia sido implantado como religião oficial da península, na época de sua dominação pelos visigodos, continuou a ser professado; os mostravam-se tolerantes quanto a isso, embora, o culto do catoli- cismo somente pudesse desenvolver-se sob pagamento de tributo. A paz parecia haver sido implantada, mas não de- morou para que os próprios se fossem fracionando em vários governos autônomos e rivais entre si. Isso, naturalmente, viria facilitar a reconquista da península pelos cristãos. Ocorre que alguns senhores feudais visigodos, não conformados com a invasão sarracena, uniram-se e, nas montanhas das Astúrias (porção setentrional da elegeram um novo chefe, Pelágio. Organizados militarmente, foram aos poucos reavendo o território tomado pelos invasores, até que se estabelece- ram quatro reinos cristãos: Leão, Navarra, Aragão e Castela. Veja, o mapa da figura 1, onde localizamos a Península Ibérica e a formação dos reinos cristãos. FIGURA 1 A PENÍNSULA IBÉRICA (1 1080-1492) Reinos Cristãos X X X X X X X X X X X conquistados) FRANCA FRANCA de X X X X X de X X X X X X Oviedo Portugal X X Vigo Vigo Leão e Burgos Burgos Castela Barcelona Barcelona Porto Salamanca Navarra CASTELA ARAGÃO Tarragona Tarragona e CASTELA Toledo PORTUGAL Aragão Toledo Dominios Mulculmanos Cordoba Córdoba Faro Grapada Grapada MAR MAR MEDITERRÂNEO Almeria REINO MOURO DE GRANADAA Luta contra os foi tomando proporções gigantescas, tanto que dela vieram a tomar parte dois nobres franceses: D. Raimundo, filho do Duque de Borgonha, e D. Henrique, sobrinho-neto de Henrique II, da França. Esses fidalgos lutaram por Leão e, mais tarde, talvez como prova de reconhecimento por parte de D. Afonso VI, sobera- no desse reino, foi-lhes outorgado o governo de Galiza e do Condado Portucalense, respectivamente. Condado Portucalense tirara o seu nome a Portucale, povoação das mais antigas, que se formara junto à foz do Douro. Sucedendo a D. Henrique, que se havia casado com D. Teresa (filha de Afonso VI), no trono, colocou-se D. Afonso Henriques. Este, ao assumir o posto, tinha em mente a concretização de dois planos: firmar a autonomia portu- calense sobre Leão e tomar mais terras dos através de guerras. A consolidação do Condado Portucalense como reino independente deu-se em 1143. A luta entre cristãos e ficou conhecida como a Guerra de Reconquista. Segundo as tradições feudais, todo indivíduo que na condição de nobre, doasse terras, tornava-se um suserano do nobre que recebia as terras, passando a ser vassalo. Logo, em suas origens, Portugal surgiu como um feudo do reino de Leão, sendo, portanto, D. Henrique um vassalo do rei D. Afonso VI. No entanto, após a morte de D. Henrique desencadeou um forte sentimento de autonomia. Essa tendência sepa- ratista ocorreu em 1 139, quando o filho herdeiro de D. Henrique, Afonso Henriques, proclamou a independência de Portugal, sendo coroado primeiro rei e fundador da Dinastia de Borgonha. Portanto, o início do século XII oficialmente surge o reino de Portugal como Estado soberano. A DINASTIA DE BORGONHA Na época em que Portugal se tornou uma nação independente, os portugueses possuíam uma economia essencialmente agrícola. A produção de azeite, vinhos e cereais era a sua principal fonte de renda. Outras ativi- dades econômicas também eram praticadas como, o pastoreiro nas terras do interior e no litoral, atividades ligadas à navegação, pesca e artesanato. A dinastia afonsina chegara ao fim com a morte de D. Fernando, em 1383, sem que houvesse esse rei deixa- do um herdeiro para o trono. Sua filha D. Beatriz, era a esposa do rei de Castela, D. Jão I, caso, ela viesse a herdar a Coroa Portuguesa, o reino perderia toda a sua autonomia política e se tornaria domínio de Castela. A crise política em Portugal, dividiu as opiniões entre as classes sociais. Parte da nobreza, apoiava a união com o reino de Castela. Já a burguesia comercial considerava a perda da independência política uma ameaça aos seus interesses comerciais e marítimos. D. João I, rei de Castela, pretendia invadir Portugal sem demora. Enquanto isso, os burgueses de Lisboa eram comandados por D. João, Mestre da Ordem Militar de Avis, no movimento contra a incorporação de Portugal a Castela. Cumpre frisar, entretanto, que para uma boa parte dos nobres de Portugal essa unificação parecia interes- sante e eles não ocultavam o apoio votado aos invasores. De qualquer modo, isso não chegou a constituir obstáculo a que as tropas do Mestre de Avis, chefiadas por D. Nuno Álvares Pereira, se sagrassem vencedoras sobre os defensores de Castela, a 6 de abril de 1384, na batalha de Atoleiros. Os castelhanos foram definitivamente derrotados na batalha de Aljubarrota, que se desenrolou nos meados de agosto de A essa altura dos acontecimentos, o Mestre de Avis já se achava de posse do título de D. João I, no trono por- tuguês. A revolta de que havia sido comandante, embora de caráter nitidamente popular, era impulsionada pela burguesia rica. Entretanto, o novo soberano não se deixou envolver por ela, mantendo o mais rígido controle sobre a maior parcela do poder. A realeza sobrepujou a nobreza e o clero, cujos direitos foram limitados pelo rei. Quanto à burguesia, colocou-se ao lado do rei, em atitude francamente conservadora, mas dinâmica e arrojada, fazendo crescer a economia do reino. PORTUGAL NOS SÉCULOS XV E XVI Feudalismo constitui o sistema político, econômico e social vigente na Europa a partir do século X até o século XIII. Caracterizou-se tal sistema pela distribuição do poder, pelo senhor, aos vassalos. o feudalismo, entretanto, não apresentou as mesmas características em todos os países europeus. No século XV, abriram-se as perspectivas de descobertas ultramarinas, devido principalmente aos progressos que se registraram no campo da náutica. emprego da bússola havia contribuído de forma decisiva para que as nave- gações européias se tornassem cada vez mais ousadas, pois seria possível desprezar a navegação rente à costa ou a que se processasse com base na orientação através dos astros, apenas. Foi a bússola que veio, então, propiciar a empresa das navegações de longo curso, no alto oceano. Tratava-se de uma agulha imantada, presa numa pequena haste, que se movimentava livremente. Isso era colocado numa pequena caixa, chamada bússola, pelos italianos. Alguns estudiosos, porém, atribuem o aperfeiçoamento da bússola ao francês Pierre Marincourt. A utilização da pólvora pelos europeus também acarretou sensíveis alterações na técnica de construção dosnavios. Os remos foram perdendo sua importância, dado que a abordagem já não era tão praticada e que a artilharia tomava grande espaço na embarcação. Ademais, os navegantes começaram a aventurar-se pelo Atlântico, o que natu- ralmente exigia muito mais dos barcos, que antes somente pelo Mediterrâneo e pelas costas ocidentais do continente europeu. surgimento das caravelas foi um verdadeiro marco na técnica de construção naval, pois eram guarnecidas de 3 a 4 mastros e suas proas, bastante elevadas, ofereciam plena acomodação para a carga e as pro- visões que comportava cada navegação. Não poderiam deixar de ser mencionados, também, instrumentos como o astrolábio, o quadrante (instrumentos de medir a estrela polar) e o círculo de bronze graduado, cujo emprego facilitou sobremaneira a empresa náutica. No sécu- lo XVII, houve o aperfeiçoamento do cronômetro, fato que permitiu o cálculo de longitude. Antes disso, tiveram os nave- gadores portugueses que aperfeiçoar o método de medir a altura da estrela polar, pois, estando abaixo do Equador, a mesma também permanecia abaixo do horizonte. Foram elaborados então as taboas, que possibilitaram o cálculo da la- titude pela altura do sol. A expansão marítima portuguesa Coube a D. Henrique, filho de D. João I, a iniciativa de reunir pessoas ilustradas, nas ciências matemáticas e na Astronomia, navegadores corajosos e pilotos eficientes, no promontório de Sagres (Algarve), para o estudo dos proble- mas ligados às navegações marítimas. Sagres transformou-se, então, em verdadeira estação naval, cuja contribuição às grandes explorações marítimas foi de um valor incalculável. Além do apoio do infante D. Henrique, contavam os apaixonados da náutica com a adesão da burguesia poderosa, ligada às atividades comerciais, cujo interesse maior naquele momento se voltava para a descoberta de novos caminhos marítimos. Os anos que se seguiram de a 460 marcaram a intensificação das viagens de ultramar e, mente, as grandes descobertas. Impulsionou essas viagens a ambição portuguesa, voltada para o comércio escravagista e a exploração do ouro. A meta da burguesia rica foi então a África, através da Costa Atlântica. Os portugueses planejavam acabar com a velha crença de que, para se chegar à África, urgia vencer um "mar tenebroso". E o conseguiram, lançando-se à empresa de navegações. Ao tomarem os turcos Constantinopla, em 1453, provocaram a limitação do comércio dos europeus com o Oriente. Veja no mapa da figura 2, as grandes navegações ibéricas. FIGURA 2 - AS EXPEDIÇÕES MARÍTMAS AS GRANDES NAVEGAÇÕES IBÉRICAS ÁSIA AMERICA NORTE Açores Madeira 1431 1419 EUROPA OCEANO Macau Canárias PACÍFICO 1516 1402 San Japão Salvador 1542 1492 1498 Goa AMERICA 1415 Cochim Cabo Verde OCEANO ÁFRICA 1456 Guine PACÍFICO 1434-1462 Morte Congo DO SUL 1482-1485 Malaca Porto Seguro 1500 Cabo da Boa OCEANIA 1488 OCEANO 08 Rota das navegações portuguesas Rota das navegações espanholas Primeiras viagens Pedro Cabral Cristóvão Colombo Vasco da Gama Primeira viagem até o Japão Fernão de Magalhães e Sebastião Elcano (primeira viagem deo descobrimento do Brasil por Portugal Nos princípios do ano de os portugueses desejavam entrar em contato mais direto com a porção dos oceanos que lhes coubera pelo Tratado de Tordesilhas. É quase certo, desse modo, que Pedro Álvares Cabral, o comandante português, desejasse cumprir um programa duplo: consolidar o domínio português em Calicute, recém- conquistado, através de contatos comerciais mais amplos na e aventurar-se pelos mares, reconhecidamente por- tugueses. Retome o mapa da figura 2. Dispondo da maior armada portuguesa construída na época, partiu Cabral de Lisboa no ano de a 9 de março. Compunham a armada 15 navios e cerca de homens, dentre os quais hábeis pilotos, astrônomos e geó- grafos, bem como religiosos, que à frente de si tinham o frei Henrique Soares, de Coimbra. Partiram os navios dentro da maior normalidade, mas, próximo ao Cabo Verde, a nau de Vasco de des- viou-se das demais, conseguindo, entretanto, retornar a Lisboa logo depois. fato de ter Cabral se desviado da costa africana pode ser justificado por duas alternativas: ou fugir às calmarias do Golfo da Guiné, que ofereciam toda sorte de dificuldades ao curso dos navios, segundo informações concretas de Vasco da Gama; ou obedecer a alguma recomendação secreta de D. Manuel no sentido de que explorasse a parte que havia sido outorgada a Portugal, pelo Tratado de Tordesilhas. De qualquer modo, através dessa nova rota Cabral avistou terra, firme no dia 22 de abril. Tratava-se do monte Pascoal, assim chamado pelos portugueses em virtude de haver sido avistado na semana da Páscoa. Teve-se, então, como certa a existência do Brasil. No dia seguinte ao do descobrimento, os navios portugueses tocaram a praia. Entretanto, na tentativa de atingir um local melhor, para servir de ancoradouro às naus, navegaram rumo ao norte, apor- tando numa baía. Os portugueses já haviam entrado em contato com alguns indígenas, na pessoa de Nicolau Coelho, quando chegaram à praia. Novamente esse mesmo tripulante foi ter aos índios que, curiosos, observavam o aportamen- to das naus na citada baía. Dois dos indígenas estiveram a bordo da nau de Cabral e com o comandante mantiveram rápido contato. A primeira missa na nova terra foi celebrada no dia 24 de abril, por frei Henrique Soares. No dia 2 de maio, retiraram-se os portugueses do Brasil; Cabral rumou para a Índia, onde levou a cabo transações comerciais de vulto, que chegaram a compensar alguns prejuízos de sua expedição ao Brasil (perda de alguns navios). A nau de Gaspar de Lemos não o seguiu, porém. Coube a esse navegante a tarefa de voltar a Lisboa e relatar ao soberano português todos os detalhes concernentes à descoberta do que supunham ser uma ilha, chamando-a ilha de Vera Cruz. Tal denominação foi logo substituída para Terra de Santa Cruz, por iniciativa do próprio D. Cabe, agora, colocarmos aqui o problema da intencionalidade ou casualidade da descoberta do Brasil, isto é, se houve premeditação por parte de Cabral em para cá dirigir-se, certo de encontrar terra, ou se foi realmente por acaso que a expedição portuguesa chegou até o Brasil, desviando-se da tradicional rota para a Índia, conhecida pelos nave- gantes da época. Quase todos os historiadores são unânimes em afirmar que, se os portugueses não sabiam, pelo menos desconfia- vam que encontrariam terras na região oeste do Atlântico meridional. Esses historiadores fundamentam sua afirmação nos seguintes pontos: - comandante português jamais desobedeceria a uma ordem real, mudando radicalmente o caminho a ser seguido pelos navios, e mesmo que nutrisse tal intenção seria impedido de concretizá-la por valorosos, seus companheiros, que, ademais, eram leais ao rei. Cabral não poria em risco toda uma armada se não tivesse intenções de tirar bons proveitos desse empreendimento. Pela carta que Pero Vaz de Caminha endereçou a D. Manuel, nada há que indique haver o escrivão se sur- preendido com a descoberta de terras. Durante a viagem não houve tempestades, e mesmo as correntes marinhas próprias do Atlântico não eram tão poderosas a ponto de desviar toda uma armada rumo à costa do Brasil. Mesmo que as calmarias da Guiné fossem isso não seria motivo para que toda a armada fosse obrigada a mudar radicalmente sua rota; quando muito, ocorreria um desvio de grandes proporções, mas que não chegaria a levar os navios para a costa brasileira. próprio Vasco da Gama, quando se desviou das calmarias da Guiné, tomou a direção sul, ao passo que Cabral navegou para oeste. Com isso, estava claro que havia outra tarefa a ser cumprida, além daquela de transport o Cabo da Boa Esperança e comerciar na Índia. - fato de não ter sido aceita a primeira decisão quanto às terras que caberiam a Portugal é um ponto que não deve ser menosprezado. De fato, D. João rejeitou a decisão do papa Alexandre VI (Bula Intercoetera), segundo a qualsomente 100 léguas a oeste das ilhas de Açores seriam de Portugal. Requerer mais terras a oeste, torna evidente a sus- peita dos portugueses de que nessa região encontrariam terra e não água, simplesmente. Como último ponto a ponderar, temos o fato de que, na época das grandes navegações, praticava-se uma política secreta em relação às viagens e descobertas ultramarinas, para se afastar a concorrência principalmente dos italianos. Para estes, o comércio desenvolvido pelos portugueses era audacioso. As especiarias e pimenta compradas em Lisboa eram adquiridas a preços menores, em comparação aos dos italianos. o BRASIL COLÔNIA A terra descoberta por Cabral não mereceu de pronto a atenção dos portugueses, do ponto de vista da coloniza- ção. Considerando-se a sua enorme extensão e sua diminuta população, formada por indígenas, vivendo em pleno século XVI a idade da pedra lascada. Realmente, para a constituiu sério aborrecimento ter que dedicar-se à colonização da nova terra e isso só foi feito para que não se agravasse o perigo de perder a colônia a estrangeiros. Devemos considerar que Portugal abrigava uma população escassar e, como estivesse empenhado em explorar seus domínios na Ásia e África, que aliás lhes traziam ótimos lucros, portanto, pouco se interessava pela terra brasileira. o início da colonização Não havia sido o excesso populacional o fator que estimulou as grandes navegações e, sim, o empenho da bur- guesia comercial, cujo interesse maior repousava na obtenção de mais e mais lucros, o que seu pequeno país não lhes poderia proporcionar. A Índia era a grande fornecedora de riquezas e para ela se voltavam todas as atenções. No entanto, algumas expedições foram levadas a efeito, rumo ao Brasil, como dissemos, apenas para que não fosse a terra abandonada às mãos de invasores estrangeiros. Para Portugal era interessante conservá-la, mesmo que inexistisse a exploração, pois isso contava e muito na posição ocupada pela metrópole em relação aos outros países europeus. Gaspar de Lemos chefiou a primeira expedição oficial ao Brasil, em Nessa expedição procedeu-se ao reconhecimento do litoral a partir do cabo de São Roque até Cananéia. Inúmeros acidentes geográficos passaram então a contar com nomes específicos, como o cabo de Santo Agostinho, a baía de Todos os Santos etc. Coube a Gonçalo Coelho a tarefa de comandar a segunda expedição ao Brasil, em 1503, mas nada de excepcional redundou do empreendimento. Nessa expedição, Américo Vespúcio, que já fizera parte da anterior, demonstrou descrença total em relação às possibilidades econômicas da nova terra, o que aliás viria a acentuar em carta enviada a D. Manuel. Entretanto, o produto que primeiro despertou o interesse econômico de Portugal, no Brasil, foi uma madeira de tingir, de nome pau-brasil (Caesalpinia echinata-Lamarck). Constituiu ela o primeiro ciclo econômico brasileiro, tendo sido alvo de intensa cobiça por parte de piratas franceses e espanhóis. A coroa portuguesa decidiu monopolizar o comércio do pau-brasil logo após a expedição de Gaspar de Lemos, em 501. Entretanto, como se tratasse de produto de pouco valor comercial frente ao das especiarias provenientes da Índia, D. Manuel outorgou a uma companhia particular a incumbência de explorar o produto, no domínio português na América. No entanto, parece não ter sido bem sucedida a empresa, pois em pouco tempo a exploração da madeira foi abandonada pelo primeiro arrendatário, Fernão de Noronha. Os piratas franceses e espanhóis puderam então desen- volver intenso contrabando do produto, sem maiores preocupações. Embora a princípio a exploração do pau-brasil se afigurasse inexpressiva, diante dos lucros auferidos pela Coroa com o comércio na África e Índia, foi preciso que ela tomasse alguma providência para sustar a pirataria desenvolvida nas costas brasileiras; caso contrário, correria o risco de perder sua possessão para sempre. Para os portugueses, não era muito interessante o comércio do pau-brasil, pois, para isso, eram obrigados a enfrentar os piratas estrangeiros que para cá se dirigiam e expor-se às longas viagens oceânicas, nem sempre fáceis ou Para os franceses, entretanto, esse comércio surtia grandes resultados; ademais, os indígenas pareciam nutrir por eles certa simpatia, talvez da maneira amistosa com que esses estrangeiros os tratavam. As relações comerciais entre indígenas e franceses tornaram-se tão que, segundo o historiador Capistrano de Abreu, durante algum tempo não se tinha como certo se o Brasil seria dos portugueses ou de franceses. Toda essa situação representava grande ameaça para Portugal; seguidos apelos de D. João III eram dirigidos a Francisco I, rei francês, no sentido de que este fizesse parar o comércio clandestino desenvolvido entre súditos france- ses e nossos indígenas. Francisco I ignorava tais apelos e os embarques de madeira continuavam a ser feitos emgrande escala, para a Europa. Diante desses acontecimentos, decidiu D. João III tomar uma providência drástica para resolver o problema. Organizou então uma expedição (1516), cujo objetivo principal seria o de vigiar as costas brasileiras, impedindo que o contrabando da madeira de tingir continuasse a efetivar-se. comandante da expedição foi Cristóvão Jaques que, no cumprimento das ordens que lhe foram dadas, afundou uma infinidade de navios franceses e exterminou suas tripu- lações. Entretanto, os franceses defenderam-se lançando mão de recurso semelhante, ou seja, aprisionando naus por- tuguesas, num total de duzentas, somente por volta de 1551. Aos poucos, o pau-brasil foi perdendo toda a sua importância comercial, na medida em que as matas costeiras se esgotavam, devido às derrubadas Em Pernambuco, por exemplo, no século XVIII, já não se encontrava pau- brasil na faixa costeira. o golpe de morte à exploração da madeira veio com a descoberta das anilinas. Depois disso, não mais se cogitou no seu emprego como corante, servindo a madeira apenas para construções. As Capitanias Hereditárias Por volta de 1530, Portugal debatia-se com um problema de difícil solução: ou colonizar a terra brasileira ou perdê- la para os franceses. Realmente, por essa época desembarcara na costa brasileira um navio francês com cerca de 30 homens, os quais planejavam devastar o entreposto português ali erguido, com o propósito de iniciar a colonização e enfrentar os portugueses, se necessário fosse. Por fim, a sorte lhes foi adversa e acabaram tendo sua nau aprisionada. intento dos franceses, de erguer aqui uma civilização, sacudiu os portugueses; as idéias de Diogo Gouveia, humanista português de renome na época e também reitor do colégio de Santa Bárbara de Paris, tocaram D. João III. Em carta enviada ao rei, ele expôs as vantagens do sistema de capitanias hereditárias e concitava-o a adotar esse sis- tema para povoar o Brasil. Tal sistema havia sido empregado nas ilhas da Madeira, Açores, Cabo Verde e São Tomé, com resultados satisfatórios. As capitanias hereditárias eram oferecidas por cartas de doação, que representavam o documento legal de posse e direitos. Além das cartas de doação, existiam os forais, ou seja, títulos concedidos pelo rei contendo os direi- tos e os tributos de cada sesmeiro. Através desses documentos, era facultado aos donatários: Criar vilas e nomear tabeliães e juízes. II Conceder sesmarias destinados à agricultura. III Exercer pleno poder de administração, bem como jurisdição criminal e civil. Suas funções permitiam-lhes condenar a morte escravos e mesmo homens livres, se julgassem necessário, excetuando-se apenas os nobres. Podiam, ainda, condenar ao exílio os implicados em casos de traição ou heresia. IV - Receber a metade dos rendimentos oriundos da venda de pau-brasil e do pescado. V Receber 10% (dízima) dos 20% (quinto) que deveriam ser encaminhados à Coroa referentes às pedras e metais preciosos porventura encontrados em suas terras. VI Lançar tributos sobre a navegação fluvial. VII Exigir outros impostos, tais como o das salinas, dos moinhos, enfim, de todos os engenhos da capitania, os quais não poderiam ser construídos sem sua permissão. Usualmente, as capitanias eram concedidas a componentes da pequena nobreza; eram hereditárias, intransferíveis e não podiam ser divididas em hipótese alguma. Contudo, não eram os donatários os donos das terras que recebiam para colonizar. As cartas de doação e os forais apenas outorgavam a esses pequenos nobres direitos administrativos, judiciais e políticos, a serem exercidos na terra pertencente à Coroa, da qual tam- bém podiam extrair certas vantagens econômicas. Sobre a concessão de sesmarias, é importante ressaltarmos o seguinte: eram elas oferecidas de preferência a quem tivesse muitos recursos, para desenvolver a agricultura em extensas áreas, o que exigia grande número de escravos, ferramentas etc. Os sesmeiros eram, portanto, senhores poderosos, "que podiam fazer lavouras", qualidade, aliás, que insistiam em ressaltar. A entrega das sesmarias processava-se por meio de forais. Em 1 530, o almirante Martim Afonso de Sousa deixou Lisboa rumo ao Brasil, fazendo-se acompanhar de 400 homens. Além disso, trouxe para cá mudas de plantas, instrumentos agrícolas e, mais importante que tudo, trazia consi- go instruções sobre como proceder quanto à distribuição de sesmarias, a posse das terras, o erguimento de feitorias etc. Os navios portugueses percorreram todo o litoral brasileiro de norte a sul, a fim de estabelecer o mapa do mesmo. Nessa trajetória, Martim Afonso aprisionou navios franceses; destruiu um posto de troca de pau-brasil que os inimigos mantinham com os indígenas. Nesse local (proximidades de Pernambuco), tratou Martim Afonso de estabelecer uma feitoria portuguesa. Na Bahia, esteve em contato com Diogo Álvares Correia, o célebre "Caramuru", portuguêsque vivia em meio aos indígenas e cujas informações lhe foram de enorme valia. Mais ao sul, no atual porto de Santos, fundou a pequena aldeia de São Vicente e, além das serras próximas, ergueu outro arraial, Piratininga, que seria o berço da atual cidade de São Paulo. A doação da primeira capitania remonta a quando o rei de Portugal, D. Manuel I, criou a capitania de São João (Fernando de Noronha). Entretanto, o sistema de capitanias veio a ser realmente aplicado somente com a vinda de Martim Afonso de Sousa para o Brasil. No período de 1 534 a foram criadas 15 capitanias, distribuídas por D. João III a 12 donatários. Veja o mapa da figura 3, onde localizamos as 15 capitanias hereditárias. FIGURA 3 AS CAPITANIAS HEREDITÁRIAS PARA OCEANO ATLÂNTICO CEARÁ RIO GRANDE ITAMARACA Olinda PERNANBUCO * BAHIA DE TODOS os SANTOS Vila do Pereira (Salvador) Jorge dos DE Santa Cruz PORTO SEGURO Porto Seguro SANTO Espirito Santo SÃO TOME Vila da Rainha RIO DE JANEIRO SANTO AMARO Vicente SÃO VICENTE OCEANO SANTANA ATLÂNTICO Capitanias que progrediram Veremos, a seguir, que os núcleos coloniais que maior progresso registraram foram os de São Vicente e Pernambuco. Bem cedo, Martim Afonso concluiu que não poderiam ser tirados grandes proveitos de suas colônias, com a explo- ração de riquezas minerais. Assim, dedicou-se imediatamente a organizar os trabalhos agrícolas que nelas deveriam desenvolver-se. Comparando o clima brasileiro com o de outros domínios portugueses, deduziu que aqui culti- var a com possibilidades de sucesso. Isso foi feito, tendo sido plantados, também, outros produtos típicos de países tropicais, cujas mudas e sementes trouxera consigo o colonizador. A capitania prosperou admiravelmente, com introdução de novas culturas, como a do feijão e do marmelo; ademais, em pouco tempo os portugueses se adaptaram ao consumo do milho e da mandioca e, seguindo o exemplo dos indígenas, passaram a cultivá-los em larga escala. Martim Afonso de Sousa, entretanto, não permaneceu por muito tempo nas capitanias que lhe haviam sido conce- didas, deixando como seus representantes, em São Vicente, o vigário Gonçalo Monteiro, Rui Pinto e Pero Góis, pessoas que gozavam de sua inteira confiança. Muitas foram as lutas travadas entre os colonos e espanhóis que vindos do Paraguai, atacavam e pilhavam-nos; mas, com tenacidade, souberam os portugueses rechaçar os inimigos. Além disso, os nativos mente investiam contra os colonos, gerando grande insegurança em toda a capitania. No entanto, foi feita aliança com os chefes por intermédio de João Ramalho, e a situação pôde ser contornada. Em 1545, Brás Cubas fundou a cidade de Santos, tendo passado para suas mãos a direção da capitania de São Vicente. Em pouco tempo Santos sobrepujava a própria são Vicente, graças ao movimentado porto que possuía. Pouco mais de quinze anos haviam transcorrido e já Santos era dotado de seis engenhos e cerca de seiscentos colonos.Quanto a Pernambuco, deve-se a Duarte Coelho, seu donatário, o seu grande progresso. Homem astuto, inteligente e dotado de grande disposição para o trabalho, Duarte Coelho soube aproveitar todas as possibilidades de riqueza que a capitania oferecia. Fundou Olinda e dela fez centro de sua administração. A segunda medida posta em prática foi a pacificação com os indígenas. Habilmente, procurou entrar em contato com os principais chefes deles, Itabira, Itagibe e Uiraubi, e com eles fez aliança, fator exponencial para o desenvolvimento da colônia. Em pouco tempo, iniciou-se o plantio da cana-de-acúcar, com excelentes resultados, o que, aliás, já havia sido confirmado pelas amostras enviadas a Portugal. A propósito, Duarte Coelho viajou para a Europa especialmente para trazer para a colônia comerciantes e capatazes experimentados, que deveriam auxiliar na organização do plantio da cana e produção do açúcar. primeiro engenho construído em Pernambuco foi o de Nossa Senhora da Ajuda, depois Forno da Cal, erguido em Olinda. Além da cultura da desenvolveu-se a exploração do pau-brasil, cujos rendimentos e importância na economia do Brasil colonial aqui não devem ser omitidos. Contudo, essa exploração não se estendeu por muito tempo, em virtude do escasseamento da madeira na costa e do perigo que corriam os colonos, indo explorá-las no inte- rior. Aliás, o desenvolvimento da capitania de Pernambuco restringiu-se à região costeira por três motivos essenciais: o número limitado de colonos que nelas viviam, o temor aos indígenas, mais hostis no interior e a escassa produtividade oferecida pelo sertão, durante os períodos de seca. Nos fins do século XVI, Pernambuco como maior produtor de açúcar do país, responsabilizando-se por um ciclo econômico de vital importância. Por que fracassam as capitanias hereditárias? Seria precipitação darmos a essa pergunta uma resposta imediata. É preciso que consideremos alguns pontos essenciais, antes de qualquer afirmativa. A Corte não dispensava qualquer ajuda aos donatários; ao contrário, era seu o monopólio do pau-brasil, além do quinto dos metais e pedras preciosas encontrados na colônia e o dízimo de todos os produtos aqui cultivados. Desse modo, como muitos donatários não contassem com grandes recursos, isso contribuiu para que a colonização de suas capitanias não surtisse êxito. Inexistia um órgão central para defesa e articulação entre as capitanias, bem como um sistema judiciário para punir criminosos ou manter a boa conduta dos colonos. Os criminosos e malfeitores na maioria das vezes se evadiam, indo estabelecer-se em capitanias próximas, sem que nada pudesse ser feito para evitar tais abusos. Devido à distância considerável entre as colônias, era impossível que uma fosse em auxílio da outra, em caso de necessidade. Uma colô- nia ficava complemente alheia à outra e isso era bastante prejudicial à integração de todas no combate aos perigos, par- ticularmente os ataques indígenas. A distância entre Portugal e a colônia era por demais extensa e, como as comunicações se fizessem com muita dificuldade e raramente, os colonos sofriam eterna saudade da pátria. Essa situação era muito mais grave, consideran- do-se que nenhum entretenimento existia na colônia. Ademais, a necessidade de escravizar o índio, para os trabalhos agrícolas, provocava constantes lutas e mortes. Mas as mortes não decorriam unicamente dessas lutas; não raro suce- diam as epidemias e as cobras venenosas faziam vítimas com a maior Outrossim, os degredados e aven- tureiros, que para cá vieram na qualidade de colonos, promoviam toda sorte de arruaças e não colaboravam com os donatários, no sentido de desenvolver um trabalho de colonização proveitoso. donatários se desinteressaram de colonizar a capitania que lhes havia sido doada. Outros não eram dotados da necessária energia e prudência para tarefas como: defesa da colônia contra investidas e emboscadas pro- movidas pelas tribos indígenas, nos povoados; contenção dos atos de pirataria por parte dos estrangeiros; controle da conduta dos colonos, etc. Entretanto, mesmo após essas explanações, podemos afirmar que não houve uma falência total do sistema de capitanias hereditárias; ela foi apenas parcial, se considerarmos que evitaram o estabelecimento de estrangeiros na colônia, graças ao povoamento da zona litorânea. Ademais, São Vicente e Pernambuco, como vimos, prosperaram e esse é um ponto que não deve ser desprezado, mesmo que tenham sido apenas duas as bem sucedidas. Por volta de 1 548, nessas regiões já haviam sido fundados cerca de quinze povoados, que mais tarde iriam transformar-se em cidades importantes, como São Vicente, Olinda, Paraíba, Santo André da Borda do Campo etc. Observando todas essas deficiências do sistema, interessou-se muito mais a Coroa pela terra brasileira e pro- moveu a centralização da colônia, com a criação do governo geral, através do Regimento de 17 de dezembro de 1 548.Vocabulário Aportamento: Ato de aportar, isto é, ao porto. Arrendatário: Aquele que toma de arrendamento, contrato pelo qual alguém cede a outrem, por certo tempo e preço, uso e gozo de uma coisa. Clandestino: Feito às ocultas; ilegal. Cronômetro: Instrumento de medição do tempo; relógio de grande precisão. Epíteto: Palavra ou frase que qualifica uma pessoa ou coisa. Erigir: Erguer; levantar; construir. Hereditárias: Que se transmitem por herança de pais a filhos ou de descendentes a descendentes. Incumbência: Responsabilidade, encargo. Intercessão: Ato de interceder, isto é, pedir por outrem, rogar, suplicar. Manancial: Fonte abundante. Pirata: Bandido que cruza os mares só para roubar; ladrão do mar. Ponderar: Pesar; apreciar; examinar com atenção. Premeditação: Ato de premeditar, isto é, planejar antecipadamente. Proposto: Instrutor; indivíduo que dirige um serviço, negócio, por delegação da pessoa competente. Promontório: Cabo formado de rochas bastante elevadas. Provento: Proveito; lucro; rendimento. Resgatar: Recuperar; conseguir a restituição de. Sesmaria: Terreno inculto ou abandonado que os reis de Portugal concediam aos sesmeiros, para que o cultivassem. Tenacidade: Obstinação; teimosia; apego. Trucidar: Matar barbaramente ou com crueldade; degolar. Unâmine: Relativo a todos; proveniente de acordo comum. Urgia: Ser urgente; sem demora; exigia; chamava. EXERCÍCIOS PARA VOCÊ ESTUDAR 1. Preencha os espaços em branco com as palavras que cou o início da expansão marítima portuguesa. completam corretamente as frases abaixo. b) (F) tratado de Tordesilhas foi um acordo que dividiu as terras americanas entre Portugal e França. a) A Idade Média caracterizou-se pelo predomínio de um Comentário: É falsa. tratado de Tordesilhas definia novo sistema econômico, social, político e cultural que as terras localizadas a leste (oriente) do meridiano denominado feudalismo. imaginário pertenceriam à Espanha e as terras a Oeste (ocidente) ficariam com Portugal. b) o processo de formação da monarquia nacional por- tuguesa foi facilitado pela inexistência do feudalismo tal c) (V) A descoberta do Brasil por Pedro Álvares Cabral como se apresentava em outros países europeus. confirmou a posse portuguesa sobre a costa brasileira, legalmente estabelecida pelo tratado de Tordesilhas. c) Ao contrário, do que existia nos demais países d) (V) Vasco da Gama, navegando pelo sul do conti- europeus, em Portugal, não existiu necessariamente os nente africano, atingiu nas índias, em esta con- laços feudais, entre servos e senhores, porque o quista possibilitou o comandante português Pedro primeiro não doava a sua contribuição ao senhor em Álvares Cabral, consolidar o domínio português em espécie ou em dinheiro, mas oferecendo a própria vida, Calicute, através de contatos comerciais com as índias. na luta contra os árabes. e) (F) A Bula Intercoetera determinava que Portugal teria a posse da costa atlântica do Brasil. d) No século XV, os avanços técnicos propiciaram as Comentário: É falsa. D. João de Portugal rejeitou a descobertas ultramarinas, graças aos recursos utilizados decisão do papa Alexandre VI (Bula Intercoetera), nas navegações, como a bússola que servia para orien- segundo a qual somente 100 léguas a oeste das ilhas de tar os navegadores em alto mar. Açores seriam de Portugal. Desejando mais terras a oeste, era evidente a suspeita dos portugueses de que 2. Neste exercício, fazemos algumas afirmações. nessa região encontrariam mais terras. Os portugueses Algumas são verdadeiras, outras, falsas. Indique as ver- não se contentaram com essa partilha. Por isso D. João dadeiras com (V) e as falsas com (F). Corrija as falsas. exigiu novo acordo. Em foi estabelecido o tratado de Todesilhas, que ampliava a distância em 370 léguas a) (V) A conquista de terras no continente africano mar- a partir das ilhas de Cabo Verde.EXERCÍCIOS PARA VOCÊ RESOLVER Marque com um (X), a alternativa correta. explorar e colonizar. d) ( ) descentralizar o poder político sob o comando de 1. A Idade Média foi caracterizada pelo predomínio de um único colono. um sistema político, econômico e social conhecido como 4. Preencha os espaços em branco com as palavras que a) ) feudalismo. completam corretamente as frases abaixo. b) ( ) socialismo. c) ) capitalismo. a) A primeira missa rezada na nova terra (Brasil) foi cele- d) ) comunismo. brada no dia 24 de abril de 1500 pelo frei 2. As duas nações européias pioneiras no processo da expansão marítima foram b) rei de Portugal, D. Manuel foi comunicado da descoberta das terras brasileiras através da carta a) ) França e Inglaterra. de b) ) Holanda e Itália. c) ) Portugal e Espanha. 5. Abaixo você tem várias denominações criadas na d) ) Inglaterra e Portugal. época das expansões marítimas portuguesas, para dar conhecimento ao rei de Portugal, da descoberta de 3. A finalidade de se implantar o sistema de capitanias novas terras, no continente americano, em 22 de abril de hereditárias no Brasil foi 1500. Enumere os parênteses de 1 a 3, os primeiros nomes que as terras brasileiras tiveram assim que foram a) ) conceder aos colonos o usufruto das terras para descobertas. explorar. b) ) centralizar o poder político sob o comando de um a) Terra de Santa Cruz. único donatário. b) de Vera Cruz. c) ( ) conceder aos donatários o usufruto das terras para c) ( ) Monte Pascoal. CHAVE DE RESPOSTAS a) feudalismo. colonizar. Comentário: A Idade Média foi caracterizada por um rei de Portugal concedeu aos donatários ou capitães a sistema político, econômico e social conhecido como permissão de explorar as terras brasileiras e implantar o feudalismo. sistema de colonização com base na exploração da o feudalismo se desenvolveu na Europa do século X ao cana-de-acúcar. XIII. Este sistema contava com a auto-suficiência dos feudos (terras) com base na atividade agrícola, no poder 4. Preencha os espaços em branco com as palavras que descentralizado, isto é, cada senhor feudal era respon- completam corretamente as frases abaixo. sável por seus domínios e socialmente existia a relação de servidão. Os servos (camponeses) trabalhavam nas a) A primeira missa rezada na nova terra (Brasil) foi cele- terras dos senhores feudais em troca de proteção e brada no dia 24 de abril de 1500 pelo frei Henrique sobrevivência. Soares. b) rei de Portugal, D. Manuel, foi comunicado da 2. c) (X) Portugal e Espanha. descoberta terras brasileiras, através da carta de Comentário: As duas nações européias pioneiras no Pero Vaz de Caminha. processo da expansão marítima foram Portugal e Espanha. Lembrando que Portugal foi a primeira nação 5. Abaixo você tem várias denominações criadas na a investir e se lançar à expansão marítima, seguida da época das expansões marítimas portuguesas, para dar Espanha, por possuírem uma centralização do poder conhecimento ao rei de Portugal, da descoberta de real, disporem de recursos financeiros e técnicos e novas terras, no continente americano, em 22 de abril de exército permanente. 1500. Enumere os parênteses de 1 a 3, os primeiros nomes que as terras brasileiras tiveram assim que foram 3. c) conceder aos donatários o usufruto das terras descobertas. para explorar e colonizar. Comentário: A finalidade de se implantar o sistema de a) Terra de Santa Cruz. capitanias hereditárias no Brasil foi conceder aos b)( 2) de Vera Cruz. donatários o usufruto das terras para explorar e c) (1) Monte Pascoal.