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Larissa Costa – 4° semestre – FTC 1 ANTICOAGULANTES ANTICOAGULANTES → O anticoagulante parenteral heparina e seus derivados o Ativam um inibidor natural das proteases coagulantes. o Heparina e seus derivados → Os anticoagulantes cumarínicos o Bloqueiam diversas etapas na cascatas da coagulação. → Agentes fibrinolíticos o Degradam trombos → Agentes antiplaquetários o Impede ação das plaquetas → Um anticoagulante ideal deve impedir a ocorrência de trombose patológica e limitar a lesão por reperfusão, além disso deve propiciar uma resposta normal à lesão vascular e limitar o sangramento. COAGULAÇÃO SANGUÍNEA → Quando temos um vaso lesado, no primeiro momento, as plaquetas aderem às macromoléculas nas regiões subendoteliais do vaso sanguíneo lesado, onde são ativadas. → As plaquetas aderentes liberam substâncias que ativam plaquetas próximas, recrutando-as para o local da lesão. → As plaquetas ativadas se agregam para formar o tampão hemostático primário. Além de iniciar a adesão e ativação plaquetárias. → Expõe o fator tecidual (FT), que inicia o sistema de coagulação. → As plaquetas apoiam e o potencializam a ativação do sistema de coagulação ao fornecer uma superfície na qual os fatores de coagulação se reúnem, e através da liberação dos fatores de coagulação armazenados. → Explosão da geração de trombina (fator IIa) → A trombina converte o fibrinogênio em fibrina, que reforça o agregado plaquetário e o prende na parede do vaso. → Como age com um potente agonista plaquetário, a trombina também amplifica a ativação e a agregação plaquetária. → Posteriormente, à medida que a ferida cicatriza, a plaqueta se agrega, e os coágulos de fibrina são degradados. INIBIDORES DIRETO DA TROMBINA → Os inibidores diretos da trombina são assim denominados por seu efeito antitrombótico, que é exercido por meio de sua interação com uma proteína distinta, a antitrombina. → A heparina não fracionada (HNF), também conhecida como heparina de alto peso molecular (HAPM), a heparina de baixo peso molecular (HBPM) e o pentassacarídeo sintético fondaparinux ligam-se à trombina e aumentam a inativação do fator Xa. → A HNF e, em menor grau, a HBPM também intensificam a inativação da trombina pela antitrombina. MECANISMO DE AÇÃO → A heparina é uma mistura heterogênea de mucopolissacarídeo sulfato. → A heparina liga-se às superfícies das células endoteliais, bem como a uma variedade de proteínas plasmáticas. → A sua atividade biológica depende do anticoagulante endógeno, a antitrombina (AT) → A AT inibe as proteases dos fatores de coagulação, em particular a trombina (IIa) e os fatores IXa e Xa, formando com eles complexos equimolares estáveis. → Na ausência de heparina, essas reações são lentas, na sua presença são aceleradas em até 1000 vezes. HEPARINA – DOSES E ADMINISTRAÇÃO → A administração intravenosa contínua de heparina é efetuada por meio de uma bomba de infusão. → Após uma injeção inicial direta de 80 a 100 unidades/kg, é necessária uma infusão contínua de cerca de 15 a 22 unidades/kg/hora para se manter a atividade anti-Xa na faixa de 0,3 a 0,7 unidade/mL. → A profilaxia com pequenas doses é efetuada com a administração de heparina por via subcutânea, 5000 unidades a cada 8 a 12 horas. → Devido ao perigo de formação de hematoma no local de injeção, a heparina nunca deve ser administrada por via intramuscular. ENOXAPARINA – DOSES E ADMINISTRAÇÃO → É utilizado em alguns tratamentos, mas principalmente de forma profilática. Não é utilizado o medicamento em pacientes que se encontram com sangramentos ativos. Larissa Costa – 4° semestre – FTC 2 → A enoxaparina profilática é administrada por via subcutânea, em uma dose de 30 mg, duas vezes ao dia, ou 40 mg, uma vez ao dia. → A enoxaparina (clexane) se encontra de 3 formas no mercado: 30mg, 40 mg e 60 mg. Sendo que a ampola dessa droga não pode ser administrada pela metade, assim, não pode “partir a dose”. → A terapia com enoxaparina em doses integral é de 1 mg/kg por via subcutânea, a cada 12 horas. → A dose profilática de dalteparina é de 5.000 unidades por via subcutânea, uma vez ao dia. → A dose terapêutica é de 200 unidades/kg uma vez ao dia, para a doença venosa, ou de 120 unidades/kg, a cada 12 horas para a síndrome coronariana aguda. → A dose vai ser uma vez ao dia, geralmente usada dessa forma em profilaxia, ou em duas vezes ao dia, geralmente usado de forma terapêutica. → O clexane não pode ser usada mais de 2 vezes ao dia, devido sua meia vida de 12 horas. FONDAPARINUX – DOSES E ADMINISTRAÇÃO → A molécula sintética de pentassacarídeo fondaparinux, liga-se com alta afinidade à anribrombina e exibe alta atividade específica, resultando em inativação eficiente do fator Xa. → O fondaparinux apresenta uma meia-vida longa de 15 horas, possibilitando a sua administração em dose única diária por via subcutânea. → O fondaparinux mostra-se efetivo na prevenção e no tratamento da tromboembolia venosa e não parece exibir reação cruzada com anticorpos patológicos da TIH na maioria dos indivíduos. VARFARINA E ANTICOAGULANTES CUMARÍNICOS → A varfarina é administrada na forma de sal sódico e apresenta biodisponibilidade oral de 100%. → Mais de 99% da varfarina racêmica liga-se à albumina plasmática. → A varfarina levorrotatória S é quatro vezes mais potente do que a varfarina destrorrotatória R. o Essa observação é útil à compreensão da natureza esterosseletiva de várias interações medicamentosas com varfarina. → Não deve ser administrada em gestantes, devido seu efeito teratogênico. MECANISMO DE AÇÃO → Os anticoagulantes cumarínicos bloqueiam a g- carboxilação de vários resíduos de glutamato existentes na trombina e nos fatores VII, IX e X, bem como nas proteínas anticoagulantes endógenas C e S. → O bloqueio resulta na formação de moléculas incompletas de fatores de coagulação, biologicamente inativas. → A varfarina impede o metabolismo redutor da epóxido da vitamina K inativo em sua forma de hidroquinona ativa. → A alteração mutacional do gene da enzima responsável, a vitamina K epóxido redutase (VKORC1) pode dar origem a uma resistência genética à varfarina. ADMINISTRAÇÃO E DOSAGEM → O tratamento com varfarina deve ser iniciado em doses padrão de 5 a 10mg. → O ajuste inicial do TP leva cerca de 1 semana, resultando habitualmente em uma dose de manutenção de 5 a 7mg/dia. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS → Os anticoagulantes cumarínicos interagem com outros fármacos e com estados mórbidos. → Essas interações podem ser amplamente divididas em efeitos farmacocinéticos e farmacodinâmicos. → Os mecanismos farmacocinéticos que atuam na interação medicamentosa com a varfarina envolvem principalmente a indução da enzima P450 CYPP2C9, a inibição enzimática e a redução da ligação às proteínas plasmáticas. → Os mecanismos farmacodinâmicos envolvidos nas interações com a varfarina incluem sinergismo (comprometimento da hemostasia, síntese diminuída de fatores de coagulação, conforme observado na doença hepática), antagonismo competitivo (vitamina K) e alteração de alça de controle fisiológico da vitamina K (resistência hereditária aos anticoagulante orais). INIBIDORES INDIRETOS DO FATOR XA → A rivaroxabana, a apixana e a edoxabana inibem o fator Xa, a via comum final da coagulação. → Os inibidores orais do fator Xa representam uma nova classe de agentes anticoagulantes orais que não exigem nenhuma monitorização. → Juntamente com os inibidores diretos orais da trombina, esses fármacos estão tendo um grande impacto na farmacoterapia antitrombótica. → São administrados em doses fixas em não necessitam de monitorização. → Apresentam rápido início de ação e meias vidas mais curtas que a da varfarina. LarissaCosta – 4° semestre – FTC 3 → Possuem preços bastante elevados. RIVAROXABANA → Apresenta alta biodisponibilidade oral quando tomada com alimentos. → Após uma dose oral, o nível plasmático máximo é alcançado em 2 a 4 horas. → O fármaco liga-se extensamente às proteínas → Trata-se de um substrato do sistema do citocromo P450 e um transfortador de P-glicoproteína. Os fármacos que inibem a CYP3A4 como a P-glicoproteína (ex: cetoconazol) resultam em aumento do efeito da rivaroxabana. → 1/3 do fármaco é excretado de modo inalterado na urina, ao passo que o restante é metabolizado e excretado na urina e nas fezes. → A meia-vida é de 5 a 9 horas em pacientes entre 20 e 45 anos de idade e aumenta no idoso, bem como naqueles com comprometimento da função renal ou hepática. → ADMINISTRAÇÃO E DOSE o A rivaroxabana está aprovada para prevenção de acidente vascular encefálico (AVE) embólico em pacientes com fibrilação atrial sem doença cárdica valvar, para prevenção da tromboembolia venosa após cirurgia de quadril ou de joelho e para tratamento da doença tromboembolítica venosa (TEV) o A dose profilática é de 10 mg ao dia por via oral durante 35 dias para a substituição de quadril, ou de 12 dias para a do joelho. o Para o tratamento da TVP/EP, a dose é de 15 mg duas vezes ao dia, durante 3 semanas, seguida de 20mg/dia. Dependendo da apresentação clínica e dos fatores de risco, os pacientes com TEV são tratados durante 3 a 6 meses. o A rivaroxabana também está aprovada para terapia prolongada em pacientes selecionados com o objetivo de reduzir os riscos de recidiva. APIXABANA → A apixabana apresenta uma biodisponibilidade oral de 50% e absorção prolongada, resultando em meia-vida de 12 horas com doses repetidas. → O fármaco é um substrato do sistema do citocromo P450 e da P-glicoproteína e é excretado na urina e nas fezes. → À semelhança da rivarobana, os fármacos que inibem tanto a CYP3A4 quanto a P-glicoproteína e o comprometimento da função renal ou hepática resultam em aumento do efeito da apixabana. → ADMINISTRAÇÃO E DOSE o A apixabana está aprovada para prevenção do VE na fibrilação atrial não valvar o Em um estudo recente, foi demostrado que a apixabana não é inferior em comparação com o tratamento padrão da TEV com HBPM e varfarina. o A dose para fibrilação atrial é de 5mg, duas vezes ao dia. o Todos esses fármacos são excretados, em parte, pelos rins e fígado. o Por conseguinte, o uso desses agentes não é recomendado para pacientes com comprometimento renal ou hepático significativo. o Diferentemente da varfarina, cujo efeito pode ser revertido com vitamina K ou com concentrados de plasma, não existe nenhum antídoto para os inibidores diretos do fator Xa. FÁRMACOS ANTIPLAQUEATÁRIOS → Existem diversos alvos para os agentes inibitórios das plaquetas: o Inibição da síntese de prostaglandina (ácido acetilsalicílico) o Inibição da agregação plaquetária induzida por ADP (clopidogrel, prasugrel, troclopidina) o Bloqueio dos receptores da glicoproteína IIb/IIIa nas plaquetas (abciximabe) ÁCIDO ACETILSALICÍLICO → O ácido acetilsalicílico inibe a síntese de tromboxano A2 por meio da acetilação irreversível da enzima cicloxigenase. → Outros salicilatos e anti-inflamatórios não esteroides também inibem a cicloxigenase, porém têm menor duração de ação inibitória, visto que são incapazes de acetilar a cicloxigenase, isto é, a sua ação é reversível. → A prostaglandina tromboxano A2 é um produto do araquinato que induz a mudança de forma das plaquetas, a liberação de seus grânulos e a sua agregação. → Os fármacos que antagonizam essa via interferem na agregação plaquetária in vitro e prolongam o tempo de sangramento in vitro. → O ácido acetilsalicílico é o protótipo dessa classe de fármacos. TICLOPIDINA, CLOPIDOGREL E PRASUGREL → Reduzem a agregação plaquetária ao inibirem a vida de ADP das plaquetas. Larissa Costa – 4° semestre – FTC 4 → Esses fármacos bloqueiam de modo irreversível o receptor de ADP nas plaquetas. → Diferentemente do ácido acetilsalicílico, não exercem nenhum efeito sobre o metabolismo da prostaglandina. → O uso de ticlopidina, clopidogrel ou do plasugrel na prevenção da trombose é considerado como prática padrão em pronto socorro após à colocação de stent coronário. RECOMENDAÇÕES PARA INÍCIO DO ANTICOAGULANTE → É necessário proceder a uma monitorização rigorosa do tempo de tromboplasrina parcial ativado (TTPa ou TTP) nos pacientes em uso de HNF. → Recomenda-se a seguinte estratégia: o Antes de iniciar qualquer tipo de terapia anticoagulante, deve-se avaliar a integridade do sistema hemostático do paciente por meio de uma cuidadosa anamnese de eventos hemorrágicos anteriores e determinação do TP e do TPP em condições basais. → se houver prolongamento do tempo de coagulação, a sua causa (deficiente ou presença do inibidor) deve ser determinada antes de iniciar a terapia, e as metas do tratamento devem ser estratificadas de acordo com a avaliação dos riscos e benefícios. → Nos pacientes de alto risco, a determinação tanto do TTP como da atividade anti-Xa pode ser útil. Quando se utilizada a administração intermitente de heparina, o TTPa ou a atividade anti-Xa devem ser medidos dentro de 6 horas após a dose administrada para manutenção do prolongamentos do TTPa em 2 a 2,5 vezes o valor de controle. Todavia, a terapia com HBPM constitui a opção preferida nesse caso, visto que não há necessidade de monitorização dos pacientes.