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Larissa Costa – 4° semestre – FTC 1 – DIURÉTICOS FISIOLOGIA RENAL → O sistema renal tem como unidade funcional o néfron, esse é formado por diversas porções que são responsáveis por reabsorver substâncias úteis e eliminar substâncias tóxicas. → O glomérulo é responsável pela primeira filtração, onde teremos a passagem do sangue, sem proteínas e elementos figurados, para a capsula de Bowman, formando o filtrado glomerular. → Seguido temos o túbulo contorcido proximal, responsável pera reabsorção de Na+ / K+ / Ca++ / Mg ++ e, consequente, água, além de reabsorver e praticamente toda a glicose por transporte ativo. o Na porção dos segmentos retos, teremos a secreção e reabsorção de ácidos e bases orgânicas, incluindo ácido úrico e a maioria dos diuréticos. → Posteriormente, teremos a alça de Henle, que se divide em porção descente, onde temos uma grande quantidade de aquaporina, e assim intensa reabsorção de água por transporte passivo. o Já na porção ascendente da alça de Henle, teremos reabsorção ativa de Na+ / K+ / Cl-, e reabsorção secundária de Ca++ e Mg ++. → No túbulo contorcido distal temos reabsorção ativa do Na+ e Cl-, além da reabsorção do Ca++ pela ação do paratormônio. o Nessa porção do néfron que temos a secreção ativa de drogas que ingerimos, tal como remédios e álcool, → O túbulo coletor é dividido em porção cortical, onde temos reabsorção de Na+ acoplada a secreção de K+ e H+. o Na porção medular temos reabsorção de água pela ação do ADH. DIURÉTICOS → São responsáveis por causar o aumento do volume urinário. → São usados no tratamento hipertensivo, geralmente associados a outros medicamentos anti-hipertensivos. → Os diuréticos diminuem o volume intravascular ao aumentar a excreção renal de Na+ e H2O. → EFEITOS ADVERSOS: o Podem diminuir os efeitos dos agentes uricosúricos e dos hipoglicemiantes. o Podem aumentar os efeitos dos digitálicos (intoxicação digitálica). o A efetividade terapêutica pode ser alterada por AINE. o A anfotericina B e os corticosteroides. o Podem surgir taquiarritmias ventriculares quando associados com a quinidina (potencialmente fatal). o Podem aumentar a hipocalemia. o Podem causar toxicidade ao lítio. → Para um tratamento efetivo, os diuréticos devem ser prescritos em conjunto a uma dieta com baixo teor de sódio, além de hábitos de vida saudáveis como a prática de atividade física. CLASSES FARMACOLÓGICAS INIBIDORES DA ANIDRASE CARBÔNICA → MECANISMO DE AÇÃO: A anidrase carbônica é uma enzima responsável por catalisar a reação do ácido carbônico em CO2 e H2O, assim, esses inibidores vão inibir reversivelmente essa reação e consequentemente vão inibir a reabsorção de sódio. Além disso, promove a diminuição de prótons (H+) disponíveis para a troca Na+/H+ e a consequente diminuição da reabsorção (aumento da excreção) de Na+ e água. Por também haver excreção do íon bicarbonato, ocorrerá a alcalinização da urina e acidificação do sangue. → Efeitos colaterais: acidose sanguínea, devido a eliminação de sódio o pH será reduzido, podendo ocasionar a acidose. → Representante: Acetazolamida → Uso terapêutico Larissa Costa – 4° semestre – FTC 2 o Glaucoma: é mais utilizada hoje como tratamento do glaucoma, na forma de colírio, diminuindo a pressão ocular do paciente. ▪ No glaucoma, os inibidores da AC reduzem a pressão intra-ocular, devido à alta concentração desta enzima no globo ocular, local onde ocorre a secreção do humor aquoso. o Edema o Alcalose metabólica o É usada também em pessoas que realizam alpinismo, assim, o bicabornato formado nessas pessoas no alto das montanhas devido a mudança de altitude, será eliminado com mais facilidade. DIURÉTICOS OSMÓTICOS → MECANISMO DE AÇÃO: age aumentando a osmolaridade do líquido tubular, ou seja, aumenta a pressão osmótica a fim de impedir a reabsorção de água. o Por possuírem caráter hidrofílico, não são absorvidos pelas células tubulares, criando uma pressão osmótica no interior do túbulo e, com isto, impedindo que a água seja reabsorvida, sendo eliminada. → Representantes: o Manitol: utilizada em ambientes hospitalares, por via venosa, geralmente em pacientes em crises graves, tal como insuficiência renal aguda, crise aguda de glaucoma e edema cerebral. ▪ O manitol é o único utilizado como diurético, geralmente associado à furosemida no tratamento da oligúria e anúria, que consiste na diminuição e ausência da produção de urina, respectivamente. ▪ Aumenta a excreção de Na+, K+, Ca++, Mg, Cl-, HCO3- e fosfato. ▪ O manitol pode ser ingerido oralmente em ambiente hospitalar, realizando mudança de osmolaridade no intestino e gerando uma diarreia osmótica. ▪ Local de ação: TCP e alça de Henle o Ureia: a ureia é menos utilizada devido a sua toxicidade. o Glicerina o Isossorbida → Efeitos colaterais o Litíase: perde muito cálcio, ocasionando a sua insolubilidade, podendo desenvolver litíase. o Acidose metabólica o Hiperamonemia: a urina torna-se alcalina dificultando a absorção de algumas substâncias. o Hipocalemia: devido ao aumento do sódio. INIBIDORES SIMPORTE NA+ / K+ / CL – OU DIÚRETICOS DE ALÇA → MECANISMO DE AÇÃO: Inibem o co-transporte de Na+/K+/Cl- no ramo ascendente da Alça de Henle. → Devido a depleção de eletrólitos (Na, Cl, Mg, Ca e K), podem causar arritmias. → São bastante usados no tratamento de edema, principalmente no edema agudo de pulmão. → Principal representante: furosemida o A furosemida é dita como um dos diaureticos mais eficazes por aumenta a excreção de Na+, K+, Cl- e ácido úrico, e agir fora do sistema renal, agindo sobre a prostaglandina E2, estimulando a vasodilatação de alguns vasos, e também ter ação sob a anidrase carbônica, contribuindo para a diurese. o A furosemida possui acentuado poder de excreção de água, comparado às tiazidas. → Efeitos colaterais o Alcalose metabólica: devido à perda de sódio o Hipomagnesemia o Ototoxidade: propriedade tóxica que a furosemida apresenta para o ouvido, especificamente para a cóclea ou nervo auditivo, e, às vezes, para o sistema vestibular. ▪ O efeito piora se for usado furosemida e aminoglicosídeos. o Hiperrurecemia: devido baixa reabsorção o hipocalemia INIBIDORES SIMPORTE NA+ / K+ OU TIAZÍDICOS → Constituem os fármacos natriuréticos mais comumente prescritos para tratamento de hipertensão. → MECANISMO DE AÇÃO: inibe o fluxo de Na e Cl → Local de ação: túbulo distal → Representante: hidrocloritiazida o Hiperpolariza a célula β no pâncreas, inibindo a ação da insulina, a interação não é insulina- tiazídico, e sim tiazídico-pâncreas. o Aumento de 5% a 15% nos níveis séricos de colesterol total e lipoproteínas de baixa densidade (LDL). → Efeitos colaterais o Alcalose metabólica o Hipolacalemia o Hiperurecemia o Hiperglicemia: devido a não liberação de insulina. Larissa Costa – 4° semestre – FTC 3 o Hiperlipidemia (LDL) o Hiponatremia → Em virtude de suas características farmacocinéticas e farmacodinâmicas, são agentes especialmente úteis no tratamento da hipertensão crônica. → Eles apresentam alta disponibilidade oral e ação de longa duração. → Esses fármacos induzem diminuição inicial do volume intravascular, que tem por efeito reduzir a pressão arterial ao diminuir o débito cardíaco. o Entretanto, a diminuição do débito cardíaco estimula o sistema renina- angiotensina, levando a retenção de volume e atenuação do efeito dos tiazídicos sobre o estado do volume. → Esses fármacos exercem seus efeitos sobre a pressão arterial ao influenciar tanto o débito cardíaco quanto a resistência vascular sistêmica. → O algoritmo de “Cuidados por etapas” da Joint National Commission (JNC) sugere o uso de diuréticos tiazídicos como fármacos de primeira escolhapara a maioria dos pacientes, a não ser que haja indicação específica para outro agente anti-hipertensivo (como inibidor da ECA em paciente com diabetes). DIURÉTICOS POUPADORES DE POTÁSSIO → MECANISMO DE AÇÃO: poupam a liberação de potássio. o Antagonista da aldosterona: inibe a reabsorção do sódio no ducto coletor. ▪ Representante: epironolactona o Inibidores do canal de Na+ renal: inibe a reabsorção de sódio e consequentemente de potássio no ducto coletor. ▪ Representante: amilorida → Uso terapêutico: edema, HAS, hiperaldosteronismo secundário. o Utilizados no edema associado à ICC e cirrose hepática (em combinação com tiazidas). → Efeitos adversos: o Hipercalemia o Acidose metabólica o Efeitos estrogênicos (ginecomastia, irregularidades menstruais, impotência e alteração de voz). ASSOCIAÇÃO DE DIURÉTICOS DIURÉTICOS DE ALÇA E TIAZÍDICOS → Os diuréticos de alça e os tiazídicos em combinação com frequencia produzem diurese, quando nenhum dos fármacos isoladamente mostra-se efetivo, mesmo que em grau mínimo. → A combinação de diuréticos de alça e tiazídicos pode mobilizar grandes quantidade de líquido, mesmo em pacientes que não responderam a agentes administrados isoladamente. → Por conseguinte, é essencial proceder a uma rigorosa monitoração hemodinâmica. → Não se recomenda o uso ambulatorial de rotina. → Além disso, a perda de K+ é muito comum e pode exigir administração parenteral de K+, com cuidadosa monitoração do estado hidroeletrolítico. TRATAMENTO DE PATOLOGIAS → Existem limitações importantes → Em geral, deve-se evitar o uso de acetazolamida, visto que esse fármaco provoca excreção de NaCHO3 e pode exacerbar a acidose. → Os diuréticos poupadores de potássio podem causar hiperpotassemia → Os diuréticos tiazídicos eram considerados ineficazes com uma queda da TFG abaixo de 30ml/minuto. → Os diuréticos de alça em altas doses (até 500mg de furosemida/dia) e doses muito menores de furosemida (40 a 80 mg/dia) podem ser uteis no tratamento da sobrecarga de volume em paciente submetidos a diálise ou em pré-diálise. → O uso excessivo de diuréticos possa comprometer a função renal em todos os pacientes, as consequências são obviamente mais graves em pacientes com doença renal subjacente. TRATAMENTO AMBULATORIAL COM DIURÉTICOS E ANTI-HIPERTENSIVO → Os diuréticos tiazídicos, os β-bloqueadores, os inibidores da ECA, os bloqueadores dos receptores de angiotensina e os bloqueadores dos canais de cálcio reduzem as complicações de hipertensão e podem ser usadas como terapia farmacológica inicial. → O uso de tiazídicos se mostra eficiente no tratamento preventivo de insuficiência cardíaca. → A presença de doença concomitante deve influenciar a escolha dos fármacos anti-hipertensivos, pois é possível tratar duas doenças com o uso de um único fármaco.