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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 
ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA 
CURSO DE GRADUAÇÃO E LICENCIATURA EM ENFERMAGEM 
 
 
 
 
 
 
ELIZIA MORAES RAMOS 
 
 
 
 
O PAPEL DO ENFERMEIRO NO USO DA MASSAGEM PARA ALÍVIO DE CÓLICAS E 
GASES EM RECÉM-NASCIDOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NITERÓI 
2013 
 
 
ELIZIA MORAES RAMOS 
 
 
 
 
O PAPEL DO ENFERMEIRO NO USO DA MASSAGEM PARA ALÍVIO DE CÓLICAS E 
GASES EM RECÉM-NASCIDOS 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à 
Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa 
da Universidade Federal Fluminense como 
requisito parcial para obtenção do título de 
Enfermeira Licenciada. 
 
 
 
Orientador: Profª. Dra. LILIANE FARIA DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
Niterói 
2013 
 
 
 
 
 
 
 
R 175 Ramos, Elizia Moraes. 
O papel do enfermeiro no uso da massagem para alívio 
de cólicas e gases em recém-nascidos / Elizia Moraes 
Ramos. – Niterói: [s.n.], 2013. 
73 f. 
 
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em 
Enfermagem) - Universidade Federal Fluminense, 2013. 
Orientador: Prof. Liliane Faria da Silva. 
 
1. Cólica. 2. Lactente. 3. Flatulência. 4. Recém-nascido. 
5. Massagem. 6. Enfermagem. 7. Cuidado do lactente. I. 
Título. 
CDD 610.736 
 
 
ELIZIA MORAES RAMOS 
 
 
O PAPEL DO ENFERMEIRO NO USO DA MASSAGEM PARA ALÍVIO DE CÓLICAS E 
GASES EM RECÉM-NASCIDOS 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à 
Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa 
da Universidade Federal Fluminense como 
requisito parcial para obtenção do título de 
Enfermeira Licenciada 
 
 
Aprovada em 30 de julho de 2013. 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
____________________________________________________________ 
Prof. Dra. Liliane Faria da Silva – Orientadora 
Universidade Federal Fluminense/EEAAC 
 
_____________________________________________________________ 
Prof. Dra. Emília Gallindo Cursino – 1º Examinador 
Universidade Federal Fluminense/EEAAC 
 
____________________________________________________________ 
Prof. Msc. Maria Estela Diniz Machado - 2º Examinador 
Universidade Federal Fluminense/EEAAC 
 
 
Niterói 
2013 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho ao meu pai, que fez de mim 
uma pessoa muito melhor. Você é a minha melhor 
parte! TE AMO! Saudades eternas. 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Primeiramente a Deus, pela minha vida, minha família, meus amigos e por sempre me 
mostrar luz, quando eu só via a escuridão. Obrigada, Deus, pela força e coragem para 
prosseguir. 
Ao meu pai, Joaquim, por ter sempre estado ao meu lado, por ter me ensinado o que é alegria 
de viver, força, coragem, determinação e ter me mostrado o quanto a fraqueza do corpo é 
aliviada com um olhar nos olhos e palavras de carinho. Sem dúvida você fez e fará de mim 
uma Enfermeira muito melhor. Saudades eternas! 
À minha mãe, Sandra, por sempre ter enfrentado e enfrentar até hoje tudo para o meu bem. 
Sem você eu não estaria aqui! Obrigada por estar comigo, me incentivando, dando asas a 
minha imaginação e não ter me deixado desanimar mesmo nos piores momentos. Obrigada 
pela sua dedicação e amor por mim. 
Às minhas madrinhas (Zeny, Erika e Ilka) e ao meu padrinho (Adilson) por fazerem de tudo 
para que eu sempre me sentisse a pessoa mais especial e inteligente do mundo inteiro. Vocês 
são demais! Verdadeiramente, vocês sãos meus “segundos pais”. Eu amo vocês muito! 
Ao meu afilhado Pedro e ao meu sobrinho Gabriel que mesmo pequenos toleraram por tantas 
vezes a minha ausência na vidinha deles. A Dinda/Tia ama muito vocês! 
À minha tia Ivone e ao meu tio Delfim por todo amor e por nunca terem deixado me faltar 
nada, e além de tudo por terem me dado oportunidade de estar sempre estudando e ter 
chegado até aqui. Vocês fazem parte da minha história! 
A todos os meus familiares por entenderem a minha ausência em muitos momentos e mesmo 
assim nunca deixaram de apoiar todas as minhas decisões. Vocês são minha base! 
À minha querida orientadora Liliane, que é um exemplo que eu quero seguir! Obrigada por 
acreditar em mim, me auxiliar na construção desse trabalho e ter sempre tanta paciência, 
disposição, calma e palavras sábias nos momentos certos. Foi um prazer imenso ter você ao 
meu lado nessa jornada. 
À minha prima do coração Natália que sempre me apoia e que está ao meu lado, me 
aconselhando e me motivando ao dizer que quando ela crescer quer ser igual a mim, além de 
aturar minhas crises existenciais. Eu te amo! 
À minha amiga Monyque que está junto comigo desde o terceiro período! Você é a melhor 
dupla! Obrigada por sempre me ajudar em tudo ao longo desses anos. Muito obrigada 
amiga! Sei que não foi fácil me aturar tanto tempo! 
A minha equipe: Beatriz Peres, Carla Silva, Juliana Brandão, Monyque Silva, Priscila 
Guiducci e Isis Sueiro, por tantos bons momentos juntas, tantos aprendizados, tantos 
obstáculos, tantas vitórias. Sem a companhia e ajuda de vocês, eu não teria sido tão feliz. 
 
 
Aos outros amigos(as)que a Universidade Federal Fluminense me deu: Ana Laura, Luana, 
Vanessa, Aline Coca, Matheus, Camila, Gabriela e tantos outros que posso ter esquecido por 
um momento, mas tenham certeza: levarei vocês para sempre em meu coração! 
A todos os amigos que a vida me trouxe e sempre torceram pelo meu sucesso e me ajudaram 
a chegar até aqui o meu agradecimento por todo apoio! 
Aos enfermeiros que passaram no meu caminho, que me ensinaram e mostraram o que é ser 
Enfermeiro! Vocês foram determinantes e essenciais na minha formação! Obrigada por tudo! 
Aos meus anjinhos de quatro patas Floquinho, Mel, Princesa e Tasha pelo apoio durante a 
elaboração desse trabalho, pela companhia nas longas noites de produção! A presença de 
vocês me deu muita inspiração! Amo vocês! 
Agradeço a Professora Dra. Emília Gallindo Cursino e a Prof. Msc. Maria Estela Diniz 
Machado pela prontidão em terem aceitado o convite para participar da banca examinadora 
e terem colaborado de forma tão significativa para a construção deste trabalho. Muito 
obrigada! 
Agradeço a todos os pacientes que confiaram a mim os seus cuidados, vocês fazem parte da 
minha formação profissional. Vocês farão de mim uma profissional bem melhor. Obrigada. 
Agradeço a todos que de certa forma estiveram e estarão sempre comigo me ajudando a 
evoluir enquanto pessoa. Serei sempre grata a vocês. 
A todos aqueles que não foram citados aqui, mas que com certeza eu carrego no coração: 
Obrigada! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EPÍGRAFE 
 
“... Um menino caminha 
E caminhando chega no muro 
E ali logo em frente 
A esperar pela gente 
O futuro está... 
E o futuro é uma astronave 
Que tentamos pilotar 
Não tem tempo, nem piedade 
Nem tem hora de chegar 
Sem pedir licença 
Muda a nossa vida 
E depois convida 
A rir ou chorar 
Nessa estrada não nos cabe 
Conhecer ou ver o que virá 
O fim dela ninguém sabe 
Bem ao certo onde vai dar... ” 
(Toquinho – Aquarela) 
 
 
 
RESUMO 
 
Com ocorrência frequente e por múltiplas causas, a cólica é o maior motivo de as mães 
procurarem atendimento médico antes dos três meses de idade da criança. A cólica é uma 
síndrome na qual a criança demonstra sinais de irritabilidade, agitação ou choro, durante pelo 
menos três horas por dia, mais de três dias na semana por pelo menos três semanas. Quando 
mãe e bebê vão para casa, o recém-nascido ocasionalmente poderá apresentar cólicas e gases. 
A utilização da massagem como alternativa inicial para alívio de cólicas e gases colabora de 
forma significativa para um consumo reduzido de medicações, já que tem potencial para 
solucionar o desconforto sofrido pelo bebê. Neste sentido, este estudo tem como objetivos 
identificar os métodos que as mães conhecem para alívio de cólicas e gases em recém-
nascidos e analisar a possibilidade de uso da massagem para alívio de cólicas e gases em 
recém-nascidos pelas mães, após a demonstração da técnica de massagem clássica. Trata-se 
de um estudo descritivoe exploratório, com abordagem qualitativa que teve como cenário o 
alojamento conjunto de um Hospital Universitário do Estado do Rio de Janeiro. Os sujeitos da 
pesquisa foram 10 mães que durante o período de coleta de dados encontravam-se internadas 
neste setor. A coleta de dados foi realizada através de entrevista semiestruturada. A análise 
temática dos dados foi realizada após a transcrição da fala dos sujeitos, quando emergiram as 
seguintes unidades temáticas: os métodos conhecidos e utilizados pelas mães para alívio de 
cólicas e gases em recém-nascido e a (im)possibilidade do uso da massagem pelas mães após 
a demonstração da técnica de massagem clássica. Emergiram ainda as seguintes subunidades: 
métodos conhecidos para alívio de cólicas e gases em recém-nascido; métodos utilizados para 
alívio de cólicas e gases em recém-nascido; o uso da massagem para alívio de cólicas e gases 
em recém-nascidos; a possibilidade do uso da massagem para alívio de cólicas e gases em 
recém-nascidos, a possibilidade do uso da massagem associada às medicações para alívio de 
cólicas e gases em recém-nascidos e a impossibilidade do uso da massagem para alívio de 
cólicas e gases em recém-nascidos. Conclui-se que a demonstração da técnica para 
aprendizado pelas mães torna-se válido à medida que é eficaz e benéfico ao bebê. Durante a 
permanência no alojamento conjunto, onde a mãe começa a aprender como cuidar e lidar com 
o seu filho, é uma oportunidade que deve ser aproveitada pelos profissionais, em especial o 
enfermeiro, para o ensino da técnica de massagem para alívio de cólicas e gases em recém-
nascidos. 
 
Descritores: Cólica, Lactente, Flatulência, Recém-nascido, Massagem, Enfermagem, Cuidado 
do lactente. 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
Colic has a frequent occurrence and multiple causes and it is the biggest reason for mothers 
search medical attention before three-month-old child. Colic is a syndrome that shows signs 
of irritability, fussing or crying for at least three hours per day, more than three days per week 
for at least three weeks. When mother and baby go home, the newborn may occasionally 
produce flatulence and colic. The use of massage as alternative to initial relief of flatulence 
and colic contributes significantly to reduced consumption of medication, as it has the 
potential to solve the discomfort suffered by the baby. Thus, this study aims to identify the 
methods that mothers know to relieve colic and flatulencies in newborns and consider the use 
of massage to relieve colic and flatulence in newborns by mothers after the demonstration of 
classical massage technique. This is a descriptive study with a qualitative approach that had as 
rooming scenario of a University Hospital in Rio de Janeiro State. The subjects were 10 
mothers during the data collection were interned in this sector. Data collection was conducted 
through semi-structured interviews. Thematics analysis was performed after the speech was 
transcribed and analyzed, so emerged the following thematic units: the methods known and 
used by mothers to relieve colic and flatulence in newborn and the (im)possibility of using 
massage by mothers after the demonstration of the technique of classical massage. Subunits 
have emerged: methods known to relieve colic and flatulence in newborn; methods used to 
relieve colic and flatulence in newborns; the use of massage for relieving colic and flatulence 
in newborns; the possibility of the use of massage for relief colic and flatulence in newborns; 
the possibility of the use of massage associated with medications for relief of colic and 
flatulence in newborns and the impossibility of the use of massage to relieve colic and 
flatulence in newborns. Conclude that the demonstration of the technique for learning by 
mothers becomes valid as it is effective and beneficial to the baby. During the stay in rooming 
where the mother begins to learn how to care and handle your child is an opportunity that can 
be used by professionals, in special nurses, for teaching massage technique for relieving colic 
and flatulence in newborn. 
Keywords: Colic, infant, Flatulence, Newborn, Massage, Nursing, Infant Care 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
 
Quadro 1 – A técnica de massagem nos pés do bebê, p. 26 
Quadro 2 - A técnica de massagem nas pernas do bebê, p.27 
Quadro 3 - A técnica de massagem no quadril do bebê, p.28 
Quadro 4 - A técnica de massagem na barriga do bebê, p.29 
Quadro 5 - A técnica de massagem no tórax do bebê, p.30 
Quadro 6 - A técnica de massagem nas mãos do bebê, p.31 
Quadro 7 - A técnica de massagem nas costas do bebê, p.32 
Quadro 8 - A técnica de massagem na cabeça do bebê, p.33 
Quadro 9 - A técnica de massagem para alívio de cólicas e gases, p.34 
Quadro 10 - Apresentação das unidades temáticas e divisão das subunidades temáticas, p.44 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
 
Figura 1 – Bonecas utilizadas durante a coleta de dados, p.40 
Figura 2 – Mãe realizando a primeira manobra da técnica de massagem, p.40 
Figura 3 – Mãe realizando a segunda manobra da técnica de massagem, p.40 
Figura 4 – Mãe realizando a terceira manobra da técnica de massagem, p.40 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
 
CEP - Comitê de Ética e Pesquisa 
LILACS - Literatura Latino- Americana em Ciências da Saúde 
SCIELO - Biblioteca Eletrônica Científica Online 
TCC - Trabalho de Conclusão de Curso 
TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 
UTI Neonatal - Unidade de Terapia Intensiva Neonatal 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS, p.16 
1.1. QUESTÕES NORTEADORAS, p.18 
1.2. OBJETIVOS, p.18 
1.3. JUSTIFICATIVA, p.19 
 
2. REVISÃO DE LITERATURA, p.21 
2.1. O RECÉM-NASCIDO, p.21 
2.2. CÓLICAS E GASES, p.22 
2.3. MASSAGEM TERAPÊUTICA, p.23 
2.4. A TECNICA DE MASSAGEM CLÁSSICA VOLTADA PARA O BEBÊ, p.25 
2.5. A TÉCNICA DE MASSAGEM CLÁSSICA VOLTADA AO ALÍVIO DE CÓLICAS 
E GASES, p.33 
2.6. A ENFERMAGEM E O USO DA MASSAGEM CLÁSSICA, p.35 
 
3. METODOLOGIA, p.36 
3.1. TIPO DE PEQUISA E MÉTODO, p.36 
3.2. CENÁRIO DA PESQUISA, p.37 
3.3. SUJEITOS DA PESQUISA, p.38 
3.4. COLETA DE DADOS, p.39 
3.5. ANÁLISE DOS DADOS, p.41 
3.6. ASPECTOS ÉTICOS, p.42 
3.7. CRITÉRIOS PARA ENCERRAMENTO DO TRABALHO DE CAMPO, p.43 
 
4. DISCUSSÃO E RESULTADOS, p.44 
4.1. APRESENTAÇÃO DAS UNIDADES TEMÁTICAS, p.44 
4.1.1. OS MÉTODOS CONHECIDOS E UTILIZADOS PELAS MÃES PARA 
ALÍVIO DE CÓLICAS E GASES EM RECÉM-NASCIDO, p. 45 
4.1.1.1. Métodos conhecidos para alívio de cólicas e gases em recém-nascido, p.45 
4.1.1.2. Métodos utilizados para alívio de cólicas e gases em recém-nascido, p. 48 
4.1.1.3. O uso da massagem para alívio de cólicas e gases em recém-nascido, p.49 
 
 
4.1.2. A (IM)POSSIBILIDADE DO USO DA MASSAGEM PELAS MÃES APÓS A 
DEMO
4.1.2.1. A possibilidade do uso da massagem para alívio de cólicas e gases em 
recém-nascidos, p.53 
NSTRAÇÃO DA TÉCNICA DE MASSAGEM CLÁSSICA, p. 53 
4.1.2.2. A possibilidade do uso da massagem associada às medicações para alívio 
de cólicas e gases em recém-nascidos, p.55 
4.1.2.3. A impossibilidade do uso da massagem para alívio de cólicas e gases em 
recém-nascidos, p.56 
 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS, p.59 
 
6. OBRAS CITADAS, p.62 
 
7. OBRAS CONSULTADAS, p.66 
 
8. APÊNDICE, p.67 
8.1. APENDICE 1: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO, p.68 
8.2. APENDICE 2 - ROTEIRO DA ENTREVISTA, p.69 
 
9. ANEXO, p.70 
9.1. PARECER CONSUBSTANCIADO DO COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA, p.71 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
 
 
Minha aproximação com a temática desse estudo veio da minha trajetória pessoal, pois 
desde pequena sempre gostei de bebês, principalmente dos bem novinhos, e do ato de cuidar e 
proteger seres tão pequenos e delicados me encantava. Esta simpatia por eles aumentou com o 
nascimento do meu primo e posteriormente do meu afilhado, e assim pude acompanhar seu 
desenvolvimento desde o período intrauterino até os dias de hoje. Especialmente dos seus 0-6 
mesesde vida estive ativamente ao seu lado, auxiliando em seus cuidados, e tive a certeza que 
cuidar de bebês é uma prática que exige carinho, amor e muita dedicação. 
Outro momento marcante foi após o início da Graduação em Enfermagem, quando 
tive que estar ao lado do meu pai em um longo período de sua internação hospitalar, onde nas 
horas vagas visitava o andar do berçário e via o quanto os bebês são dependentes de cuidados. 
Tais cuidados são inicialmente provenientes da equipe multidisciplinar e posteriormente 
realizados pela mãe e outros familiares. 
No 6º período da minha Graduação em Enfermagem, cursei uma disciplina chamada 
Introdução às Terapias Naturais em Saúde, na qual tive a oportunidade de ampliar minha 
visão para além da curativa e medicamentosa. Durante o curso da disciplina, foi-me 
apresentada ações em saúde alternativas ao uso de medicamentos como massagens, toques 
terapêuticos, uso de chás naturais, de cores, dentre muitas outras. No decorrer das aulas, vi 
que meu interesse só aumentava e decidi naqule momento que o meu Trabalho de Conclusão 
de Curso (TCC) seria voltado para essa área. 
Posteriormente, tive a oportunidade de realizar estágio não obrigatório em uma 
Unidade de Pronto Atendimento 24 horas, vi o quanto alguns bebês eram trazidos pelas mães 
com sinais e sintomas comuns como cólica e gases e percebi que as doses necessárias de 
medicamentos para o efeito esperado eram maiores que as preconizadas, talvez pelo uso 
indiscriminado desse medicamento em casa pelas mães. 
17 
 
Desta forma, o delineamento da temática desse estudo, se deu por motivação pessoal e 
acadêmica, nele busquei aliar duas áreas de interesse: cuidados com bebês e terapias naturais. 
Entre as possibilidades de terapias naturais que podem ser utilizadas com bebês, neste 
estudo dei enfoque à massagem clássica, que tem sido reconhecida na América há alguns 
anos. Suas principais manobras são o deslizamento superficial e profundo, onde as mãos de 
quem realiza a massagem vão deslizar e tocar determinado segmento corporal. Além disso, 
esta modalidade pode ser empregada para o alívio dos principais problemas apresentados 
pelos bebês após a alta hospitalar, quando fica sob os cuidados de sua família, especialmente a 
mãe (CRUZ e CAROMANO, 2005). 
Segundo Brêtas (1999, p. 91) “A massagem nasceu do conceito de contato físico e 
existe há vários milênios como parte das medicinas orientais. Massagem implica tocar com as 
mãos. É uma forma íntima de contato entre duas pessoas”. 
A massagem pode ser uma grande aliada no processo de adaptação à nova realidade da 
mãe e do bebê, além de promover um conhecimento acerca da subjetividade envolvida com os 
cuidados diários do recém-nascido, tais como a diferenciação de expressões utilizadas pelo 
mesmo. Tem sido demonstrado que crianças que são massageadas regularmente desenvolvem 
maior autoconfiança e tornam-se mais amorosas e dedicadas (NIELSEN, 1989). 
A diferenciação de expressões pode ser auxiliada com o conhecimento e uso da Escala 
de Brazelton, que foi desenvolvida por T. Berry Brazelton e colaboradores e tem como 
objetivo auxiliar na identificação e diferenciação das expressões utilizadas pelos bebês, de 
modo que possa se deteccar possíveis alterações comportamentais mais precocemente 
possível. Esta escala considera sempre a melhor resposta do bebê e não deve ser utilizada 
após grandes manipulações ou eventos estressantes. A escala de Brazelton é constituída de 28 
itens de avaliação comportamental, 18 itens de avaliação reflexa neurológica além de itens de 
avaliação complementar. (BRAZELTON, 1995) 
A cólica do recém-nascido é um evento doloroso no qual necessita de intervenção. 
Desta forma, é preciso que a equipe de enfermagem saiba o manejo adequado para a 
identificação e alívio da dor do recém-nascido. O reconhecimento dos sinais de dor ou 
desconforto não é claro, então se faz necessário que profissionais de saúde disponham de 
instrumentos que “decodifiquem” a linguagem da dor. Atualmente a avaliação da dor é feita 
através de escalas que avaliam parâmetros fisiológicos e comportamentais isolados ou 
associados, ajudando a determinar a necessidade (ou não) de intervenção específica 
(PRESBYTERO, COSTA e SANTOS, 2010; CRESCÊNCIO, ZANELATO e LEVENTHAL, 
2009). 
18 
 
Na alta hospitalar, quando mãe e bebê vão para casa, o recém-nascido ocasionalmente 
poderá apresentar cólicas e gases, que num primeiro momento pode causar situações de 
estresse materno. Neste sentido, o enfermeiro pode intervir orientando quanto à identificação 
de sinais de dor e a interveção com o uso de métodos alternativos para minimizar as cólicas. 
Com o conhecimento de métodos alternativos, as cólicas e gases podem ser resolvidos 
num primeiro momento, sem o uso de medicações. De acordo com AUCKETT 1
1.1 QUESTÕES NORTEADORAS 
 (1983 apud 
BRÊTAS e SILVA, 1999) “[...] a massagem para bebês proporciona alívio contra cólicas, 
acalma o bebê, produz relaxamento, reduz os efeitos da separação, reforça o vínculo mãe-
filho a partir do forte vínculo físico que proporciona.”. 
Complementando o afirmado anteriormente, CRUZ et al. (2008) afirmam que 
“massagem para bebês é um recurso terapêutico que pode ser aprendido e praticado por 
leigos. É de baixo custo e produz efeitos fisiológicos e comportamentos benéficos para saúde 
da criança e do cuidador.” 
Desta forma, o uso da massagem clássica com frequência regular como alternativa 
inicial à utilização de medicações, pode ser orientado pela enfermagem para que as mães a 
realize em suas casas, de modo que proporcione alívio para o bebê e torne-se um momento de 
afeto, carinho e fortalecimento de laços familiares. 
Sendo assim, a presente pesquisa tem como objeto de estudo o uso da técnica da 
massagem clássica pela mãe para o alívio de cólicas e gases em recém-nascidos. 
 
 
 
- Quais os métodos que as mães conhecem para alívio de cólicas e gases em recém-
nascidos? 
- As mães conseguem compreender que o uso da técnica de massagem clássica pode ser 
utilizada para alívio de cólicas e gases em recém-nascidos? 
 
 
1.2 OBJETIVOS 
 
- Identificar os métodos que as mães conhecem para alívio de cólicas e gases em recém-
nascidos. 
- Analisar a possibilidade de uso da massagem para alívio de cólicas e gases em recém-
nascidos pelas mães, após a demonstração da técnica de massagem clássica. 
 
1 AUCKETT, A.D. Massagem para bebê. Rio de Janeiro: Livro Técnico. 1983. 75p. 
19 
 
1.3 JUSTIFICATIVA 
 
Com o objetivo de aproximação com a temática de estudo, foi feita uma busca na base 
de dados LILACS (Literatura Latino- Americana em Ciências da Saúde) e na biblioteca 
virtual SCIELO (Scientific Eletronic Library Online) com os seguintes descritores: 
massagem, recém-nascido, enfermagem, cólicas, com o operador boleano “AND” entre as 
combinações. 
Foram utilizadas as seguintes combinações: massagem AND recém-nascido resultando 
um total de 9 artigos na LILACS e 6 na SCIELO; enfermagem AND massagem resultando 
em um total de 522 artigos na LILACS tendo esses sido filtrados pelo idioma português, 
resultando num total de 27 artigos na LILACS e 4 na SCIELO; recém-nascido AND cólica 
resultando em 10 artigos na LILACS e 1 na SCIELO; além da combinação dos descritores, as 
referências bibliográficas dos artigos utilizados também foram analisadas de forma a 
enriquecer o trabalho. Os critérios de inclusão foram texto na íntegra, em português, sem 
recorte temporal. As publicações duplicadas foram excluídas de uma das bases, e mantida 
naquela de maior quantitativo selecionado. 
A busca em base de dados resultou em 57 artigos nos quais somente 15 (sendo 4 da 
Scielo e 11 da LILACS) foram selecionados devido à maior proximidade com o tema a ser 
abordado, além de seguir os critérios de inclusão. 
Com a análise das publicações, pode-se perceber que a grande maioria é provenientede livros. Outro meio de busca por publicações relativas ao tema de estudo, foi através das 
referências utilizadas pelas 15 publicações selecionadas inicialmente, e assim com base nelas, 
foram incluídos na pesquisa uma dissertação de mestrado e mais 7 artigos que estavam 
disponíveis online, totalizando 22 artigos na íntegra que puderam ser utilizados no decorrer do 
estudo. 
 
BRÊTAS e SILVA (1998, p.60) já afirmaram que: 
 
 
No Brasil a produção científica sobre o tema é escassa, talvez pelo estigma de 
procedimento alternativo que a massagem recebe, por simples preconceito 
construído pela visão cartesiana de ciência ou pelo tabu que envolve as atividades do 
toque. 
 
 
Os estudos provenientes dessa busca foram analisados e identificou-se que eles foram 
redigidos por profissionais de diversas áreas da saúde (enfermeiros, fisioterapeutas, pediatras), 
demonstrando que a prática de massagem é uma terapia multiprofissional, não devendo ser 
20 
 
estimulada por uma área especificamente. Cabe a cada profissional dentro de sua área de 
atuação, buscar os benefícios da massagem terapêutica e aplicar em sua rotina de trabalho. 
Após a leitura de todos os estudos encontrados, foi possível perceber que a massagem 
clássica não é o é amplamente utilizada para tratamento de cólicas e gases em recém-nascidos. 
Visualiza-se assim uma lacuna de conhecimento onde a enfermagem pode consolidar noções 
e saberes acerca da massagem clássica, de forma a favorecer sua assistência e auxiliar nos 
cuidados da mãe após a alta hospitalar. 
Saavedra et al. (2003), destacaram que “em torno de 10 a 50% dos lactentes sadios e 
bem alimentados apresentam cólicas, independente do seu sexo, peso de nascimento e classe 
social.” A etiologia da cólica no recém-nascido continua pouco esclarecida. Alguns estudos 
sobre a cólica do lactente apontaram alguns fatores que determinam ou contribuem para a 
manifestação da cólica. Dentre elas destacam-se imaturidade do trato intestinal, 
hipertonicidade congênita, alergias, tensão dos pais e meio-ambiente (KOSMINSKY e 
KIMURA, 2004). 
Então se pode notar que a ocorrência de distúrbios intestinais como cólicas e gases 
ocorrem independente de classe social, sexo ou peso ao nascer. Logo, o uso da massagem 
clássica como prevenção ou tratamento inicial pode ser utilizada, caso o cuidador do bebê 
esteja apto à realização de forma adequada. 
Este estudo contribui de forma significativa para a assistência, ensino e pesquisa já que 
faz necessário um maior estudo acerca da temática de forma a verificar a possibilidade do uso 
da massagem clássica pelas mães em situações iniciais de cólicas e gases, já que por vezes as 
mães utilizam métodos não seguros para o cuidado da cólica de seus filhos, adotando 
comportamento de risco para a saúde do bebê. O enfermeiro como educador em saúde deve 
ser o responsável pela orientação das mães no manejo adequado em situação de cólica e gases 
após a alta hospitalar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. REVISÃO DE LITERATURA 
 
 
2.1 O RECÉM-NASCIDO 
 
Ainda na vida intrauterina, o bebê encontra-se confortavelmente envolto em líquidos 
maternos a uma temperatura e luminosidade constante (SILVA e NASCIMENTO, 2001). Os 
estímulos, principalmente táteis, estimulam o feto durante todo o tempo vida intrauterina. Ao 
nascimento, o bebê tem que se adaptar as mudanças ambientais e aos diferentes estímulos que 
farão parte da sua nova rotina. 
O bebê pode ser afetado pelo estresse antes mesmo do nascimento em decorrência de 
níveis de hormônio relacionados ao estresse presente na corrente sanguínea da mãe, que 
atravessam a placenta (SILVA e NASCIMENTO, 2001). 
Durante os primeiros meses de vida o bebê estará conhecendo a sua nova rotina e se 
acostumando com os novos hábitos. Essa fase de mudança pode ser facilitado pela adaptação 
gradual, através da permanência de fatores já conhecidos pelo bebê, tais como a estimulação 
tátil. Mercati 2
Dentro deste contexto, sabe-se que a utilização de massagem pelas mães favorecerá o 
relaxamento do recém-nascido além de estabelecer um forte vínculo entre mãe-bebê 
proporcionado pelo simples ato de tocar. A massagem tem benefícios não só físicos, mas 
também emocionais, de modo a propiciar completo bem-estar ao bebê (WALKER, 2000). 
 (1999 apud SILVA e NASCIMENTO, 200, p.108) refere que: 
 
 
O sentido do tato, o mais desenvolvido ao nascer, está ligado ao sistema consciente, 
emocional e neurológico autônomo, de modo que, além de tranquilizar e confortar, o 
toque carinhoso também tem um efeito positivo no desenvolvimento físico e mental 
do bebê. 
 
 
 
2 MERCATI, M. Tui na Massagem para uma Criança Mais Saudável e Mais Inteligente. São Paulo: Manole. 1999. 
22 
 
Ser tocado amorosamente durante a massagem diária dá ao bebê um sentimento de 
equilíbrio entre o stress e o relaxamento (NIELSEN, 1989). 
Nos primeiros meses de vida o bebê se recupera da sua posição fetal. Para que isso 
ocorra é essencial que estiquem os músculos, abram as articulações e coordenem os 
movimentos (WALKER, 2000). Logo, a massagem é importante nesta fase já que auxiliará o 
bebê nesta fase de recuperação e coordenação dos movimentos. 
 
 
2.2 CÓLICAS E GASES 
 
A cólica é definida como uma síndrome na qual a criança demonstra sinais de 
irritabilidade, agitação ou choro, durante pelo menos três horas por dia, mais de três dias na 
semana por pelo menos três semanas, em crianças saudáveis. O recém-nascido chora 
vigorosamente, apesar de todos os eforços para consolá-lo. Esse problema pode vir a surgir na 
segunda semana de vida e seu alívio é gradual, tendo desaparecido por volta do terceiro mês 
de vida (SAAVEDRA et al., 2003). 
Murahovschi (2003, p.101) acrescenta que: 
 
 
O termo cólica se refere a uma dor abdominal aguda, espasmódica. A cólica típica se 
manifesta como um ataque paroxístico de choro forte, agudo, estridente. O lactente 
se estica, fica vermelho, vira a cabeça para os lados, as mãos ficam crispadas, as 
coxas flexionadas sobre o abdômen; com frequência ocorre a eliminação de gases, o 
que parece trazer alívio temporário. Com breves pausas, o choro pode se prolongar 
por horas; o choro é inconsolável, o que traz aos pais sentimentos de frustração e 
impotência. 
 
 
Segundo Silva Filho3
Nesse contexto, “a massagem estimula o sistema gastrointestinal, libera a tensão 
acumulada e ajuda o bebê a relaxar, diminuindo desta forma as cólicas, comum em bebês, e 
ajudando na liberação de gases” (McCLURE 
 (2001 apud MAZON, 2002, p.5) “[...] as cólicas são um 
acontecimento natural, decorrentes da imaturidade do intestino do bebê e agravados pela 
ingestão de ar durante a mamada. Esta imaturidade refere-se a fenômeno adaptativo da 
capacidade de contração do intestino, os chamados movimentos peristálticos”. 
4
A etiologia da cólica em lactentes ainda não foi bem esclarecida. Diferentes causas 
podem ser apontadas podendo ainda ser divididas em causas gastrointestinais e causas não 
, 1996 apud MAZON, 2002, p.5). 
 
3 SILVA FILHO, L. V. Cólicas do lactente. São Paulo, nov. 2001. Disponível em: 
http://www.clubedobebe.com.br. 
4 McCLURE, V. S. Massagem infantil: um guia para pais carinhosos. Trad. Ana Maria Sarda. Rio de Janeiro: 
Record, 1996. 
23 
 
gastrointestinais. A cólica pode estar relacionada com uma imaturidade fisiológica e tem seu 
pico com 6 semanas de vida, tanto em bebês prematuros quanto bebês a termo 
(MURAHOVSCHI, 2003). 
A alimentação do bebê é fator determinante no aparecimento de cólicas e gases. 
Estudo comparativo entre um grupo de bebês que recebeu leite materno exclusivo com um 
grupo cujos bebês receberam fórmula láctea verificou-se que o pico da cólica varia 
juntamente com o tipo de alimentação recebida pela criança. Nos bebês que receberam 
fórmula láctea, o pico da intensidade do choro ocorria mais precocemente,por volta da 2ª 
semana de vida quando comparado ao grupo de bebês que recebeu leite materno, tendo 
apresentado pico de choro na 6ª semana de vida (LUCAS e JAMES-ROBERTS5
A pele é o maior órgão sensorial do nosso corpo, e o sentido do tato é acionado logo 
cedo, uma vez que os bebês estão cercados e acariciados por tecidos e líquidos mornos desde 
o inicio da vida fetal (KLAUS e KLAUS 
, apud 
KOSMINSKY e KIMURA, 2004). 
A cólica do lactente é uma condição transitória, sem riscos de mortalidade e que não 
interfere no crescimento da criança. Entretanto, além de ser uma situação extremamente 
estressante para a família e para a equipe de saúde, pode gerar insegurança nos pais e como 
alguns estudos demonstram, pode gerar sensação de incompetência nos cuidadores, discórdia 
entre o casal e aumenta o risco de abuso e violência doméstica (SAAVEDRA et al., 2003). 
 
 
2.3 MASSAGEM TERAPÊUTICA 
 
6
Logo, o estímulo tátil é iniciado ainda na vida intrauterina. Austregésilo
, 2001 apud SILVA E NASCIMENTO, 2001). 
7
Desta forma, a massagem nasceu do conceito de contato físico e existe há vários 
milênios como parte das medicinas orientais. Massagem implica em tocar com as mãos e é 
uma forma íntima de contato entre duas pessoas. A massagem tem sido apresentada no 
Ocidente como forma de terapia alternativa e seus efeitos terapêuticos têm sido amplamente 
salientados (BRÊTAS, 1999). 
 (1998 apud 
Brêtas, 1999, p.17) conceitua massagem como “a linguagem do tato. E podemos defini-la 
como sendo um conjunto de toques exercidos sobre o corpo com fins terapêuticos, 
desportivos, estéticos, emocionais, lúdicos ou sexuais.”. 
 
5 LUCAS, A.; JAMES-ROBERTS I. Crying, fussing, and colic behaviour in breast-and bottle-fed infants. 
Early Human Development, Amsterdam 1998 Nov;53(1):9-18. 
6 KLAUS, M ; KLAUS, P. Seu surpreendente recém nascido. Porto Alegre: Artmed, 2001. 
7 AUSTREGÉSILO, A.S.B. Curso de massagem oriental – a linguagem do tato. Rio de Janeiro: Ediouro, 
1988. P,13. 
24 
 
A massagem, após o nascimento, é a continuação do contato íntimo que a gestação 
proporcionou à mãe e ao bebê, não devendo ser considerado então uma alternativa 
exclusivamente terapêutica (SILVA e NASCIMENTO, 2001). 
Cruz e Caromano (2005) caracterizam em seu estudo três tipos de massagem para 
bebês que são utilizadas e divulgadas: A Shantala, a massagem clássica e a massagem do Sul 
da Ásia. Todas as modalidades utilizam as manobras da massagem clássica, e sua diferença 
está no local por onde se iniciam os movimentos, no tipo, na intensidade e na direção das 
manobras. 
Na massagem clássica, as manobras mais utilizadas para os bebês são o deslizamento 
superficial e profundo, e com menor frequência o amassamento, a fricção e tapotagem 
(SILVA e NASCIMENTO, 2001). 
Segundo Cassar (2001, p.76-77), “o deslizamento é uma manobra básica usada no 
começo de todas as rotinas de massagem e tem diversas aplicações, mas talvez a mais 
importante seja o contato inicial que propicia com o paciente”. O mesmo autor descreve os 
efeitos gerais do deslizamento da seguinte maneira: 
 
 
1. Efeitos mecânicos. O efeito mecânico do deslizamento é direto. Ele movimenta o 
sangue ao longo dos vasos sanguíneos e, também de modo direto, empurra os 
conteúdos dos órgãos ocos, como os do sistema digestivo. 
2. Redução da dor: Este é um efeito muito importante da técnica de deslizamento, 
que envolve mecanismos tanto mecânicos quanto reflexos. O aumento no fluxo de 
sangue venoso ajuda a remover agentes inflamatórios, que são uma fonte comum de 
dor. O edema também é reduzido pela manobra de deslizamento da massagem. Um 
acúmulo de fluidos aumenta a pressão dentro dos tecidos e causa estimulação nos 
nociceptores (receptores da dor), e a drenagem do edema com técnica de 
deslizamento da massagem linfática ajuda a aliviar a pressão e a dor. Além disso, a 
massagem tem o efeito de bloquear os impulsos dolorosos que percorrem a coluna e 
de estimular a liberação de endorfinas (analgésicos naturais). 
3. Efeitos reflexos. Um efeito reflexo do deslizamento relaciona-se aos receptores 
sensoriais dos tecidos superficiais. Esses terminais nervosos são estimulados pelas 
manobras de massagem, exercendo um efeito benéfico indireto sobre outras regiões 
do corpo. A conexão se dá por um trajeto reflexo que envolve o sistema nervoso 
autônomo. O deslizamento tem um efeito reflexo adicional: melhora a contração dos 
músculos involuntários da parede intestinal (peristaltismo). 
4. Redução da disjunção somática ou da dor referida. Como ocorre com todas as 
manobras de massagem, o deslizamento também pode ser aplicado em áreas de 
disfunção somática ou de dor referida. O efeito é a redução da sensibilidade e de 
outras perturbações nos tecidos e, assim, a melhora da função das estruturas ou dos 
órgãos relacionados. 
 
 
O deslizamento pode ser subdivido em superficial e profundo. O deslizamento 
superficial é comparado a um carinho, e é utilizado para reduzir o nível de estresse do 
paciente/cliente. Já o deslizamento profundo é usualmente mais utilizado, pois o paciente acha 
25 
 
que a pressão exercida por este tipo de manobra tem um maior efeito relaxante (CASSAR, 
2001). 
Na massagem clássica, esses movimentos de deslizamento, tanto os superficiais 
quanto os profundos, podem ser feitos em dois sentidos: 1. Centrípetos: da periferia em 
direção ao centro do corpo e 2. Centrífugos: do centro à periferia do corpo (CASSAR, 2001). 
Segundo Fritz 8
 
8 FRITZ, S. Fundamentos da massagem terapêutica. 2ªed. Barueri: Manole, 2002. 698p. 
 (2002 apud SILVA e NASCIMENTO, 2001) “durante a realização da 
massagem, os movimentos superficiais lentos são calmantes e os superficiais rápidos são 
estimulantes, e se a pressão é profunda e a aplicação mais lenta o efeito será mais mecânico”. 
A manobra de amassamento se difere dos deslizamentos superficial e profundo por os 
tecidos serem levantados e afastados das estruturas subjacentes, ao invés de serem rolados 
sobre elas. O amassamento é aplicado entre os dedos de uma mão e o polegar da outra, e os 
tecidos são simultaneamente erguidos e retorcidos de leve, no sentido horário ou anti-horário 
(CASSAR, 2001). Desta forma, percebe-se a pouca utilização desta manobra da massagem 
clássica em bebês, já que será de difícil execução e pode causar pequenas equimoses pela 
forma de estimulação. 
Segundo Silva e Nascimento (2001), “a fricção é uma manobra onde a pele é 
tracionada em diferentes direções. [...] A tapotagem é a impressão de ondas vibratórias a 
partir de batidas rítmicas realizadas com a palma da mão no formato de concha”. 
 
 
2.4 A TÉCNICA DE MASSAGEM CLÁSSICA VOLTADA PARA O BEBÊ 
 
A massagem em bebês deve ser realizada com as mãos abertas para que o máximo de 
contato tátil possa ser estabelecido. A rotina de massagem deve ser iniciada aos poucos, de 
forma que seja um momento de prazer para ambos: tanto para a mãe, quanto para o bebê. As 
sessões terão seu tempo de duração e pressão do toque aumentado ao longo do tempo, 
conforme o bebê for criando gosto pela massagem (WALKER, 2000). 
Walker (2000) diz que “a massagem deve ser acompanhada de muitos beijos, abraços; 
cante, fale com o bebê e desfrute de tudo isso.” Antes de começar a massagem, a mãe deve 
procurar estar calma e relaxada, pois através do toque transmitirá todas as sensações dela ao 
bebê. Caso o bebê não reaja bem na primeira tentativa, deve-se insistir, já que bastam de três a 
quatro sessões para que o bebê comece a gostar da massagem. Os bebês que mais resistem à 
massagem são os que mais precisam dela (NIELSEN, 1989; WALKER, 2000). 
26 
 
A massagem deve acontecer num local tranquilo, onde possa ser realizada sem ser 
interrompida; devem ser retiradas todas as joias, anéis, pulseiras que possam arranhar a pele 
do bebê; o bebê deve estar deitado numa superfíciemacia e quentinha; cante e fale com o 
bebê; procure manter contato visual com ele; pare toda vez que o bebê chorar, a massagem 
deve ser feita com o bebê e não contra ele (WALKER, 2000). 
Segundo Cruz e Caromano (2005, p.48): 
 
 
A massagem completa dura de 20 a 30 minutos e pode ser acompanhada de 
exercícios passivos de 5 a 10 minutos. Deve ser realizada de cima para baixo ou de 
baixo para cima (dependendo do autor) e de maneira simétrica em ambos 
hemicorpos; inicia com um deslizamento superficial e depois um deslizamento 
profundo (de acordo com o bebê), amassamento e fricção. Para bebês abaixo de 
quatro semanas (inclusive prematuros) a duração aproximada é de 10 minutos. 
 
 
Durante a realização da massagem, é indicada a utilização de óleo corporal para que as 
manobras sejam facilitadas e diminua o atrito com a pele do bebê que é mais sensível. Este 
óleo pode ter essências de diversos óleos diluídos no óleo base para que ajude no processo de 
relaxamento do bebê, mas seu uso é opcional (CRUZ e CAROMANO, 2005; CASSAR, 2001; 
WALKER, 2000; NIELSEN, 1989). 
De acordo com o Walker (2000) a massagem é iniciada pelos pés, e esta técnica 
auxiliará o equilíbrio e postura na medida em que ajuda abrir e alongar os dedinhos, 
calcanhares e pés. 
 
 
1. Unte as mãos com 
óleo(opcional). Amasse e 
friccione levemente o 
peito do pé do bebê com 
as mãos. 
3. Agora puxe 
suavemente todo o pé, 
alternando as mãos, ao 
longo de suas palmas. 
 
2. Em seguida, role cada 
dedinho do bebê entre o 
polegar e o indicador, 
separando cada um deles 
até que se abram 
ligeiramente. 
 
4. Flexione o tornozelo 
do bebê, virando o pé 
para fora com uma das 
mãos enquanto fricciona 
a panturrilha com a outra. 
Quadro 1 - A técnica de massagem nos pés do bebê 
Fonte das imagens: Walker, Peter. A arte e a prática de massagem em bebês. São Paulo: Editora Pensamento. 2000. 
 
27 
 
Depois dos pés, inicia-se a massagem nas pernas. A massagem nas pernas irá 
contribuir para promover o desenvolvimento da coordenação, fortalecer a parte inferior das 
costas e manter a flexibilidade dos joelhos e tornozelos (WALKER, 2000; NIELSEN, 1989). 
 
 
 
1. Segure as duas perninhas do 
bebê e solte-as um pouco, fazendo-
as pedalarem devagar, dobrando e 
estirando alternadamente. 
2. Em seguida ponha a mão 
esquerda no alto da perna direita do 
bebê e faça-a deslizar, alternando as 
mãos, correndo as palmas ao longo 
de toda a extensão da perna até 
chegar ao pezinho. 
3. Segure o tornozelo direito do 
bebê com sua mão direita e 
massageie-lhe a coxa com a 
esquerda. Massageie a frente e, em 
seguida, a parte de trás da coxa. 
 
 
4. Agora, puxe novamente a perna toda, desde a 
coxa ao pé, alternando as mãos. 
5. Sacuda as pernas do bebê e pouse as mãos na 
parte interior das coxas. Vire as mãos para fora e 
corra-as pela parte posterior dos joelhos e 
panturrilhas. Continue deslizando as mãos pelas 
partes anterior e posterior das pernas do bebê. 
Quadro 2 - A técnica de massagem nas pernas do bebê 
Fonte das imagens: Walker, Peter. A arte e a prática de massagem em bebês. São Paulo: Editora Pensamento. 2000. 
 
 
Aos quadris, a massagem irá ajudar a manter a flexibilidade dessas articulações. 
Possibilitará o bebê a manter a vasta possibilidade de movimentos e adquirir uma boa postura 
pra sentar e ficar de pé, além de que promove relaxamento dos músculos da base da coluna e 
dos músculos que circundam o reto. (WALKER, 2000; NIELSEN, 1989). 
 
 
 
28 
 
 
 
 
1. Deite o bebê de costas e segure 
as perninhas pelos tornozelos. 
Verifique se as pernas estão 
relaxadas fazendo-as “pedalarem” 
algumas vezes dobrando-as e 
estirando-as ritmicamente uma 
após a outra. 
2. Agora junte as plantas dos pés 
do bebê e deixe que os joelhos 
se dobrem para fora. 
3. Com a mão direita, leve o pé 
direito do bebê até a barriguinha, 
deixando o joelho dobrar, e segure 
delicadamente o pé sobre o umbigo. 
Mantenha a mão direita nessa 
posição enquanto aperta e fricciona 
levemente o glúteo direito e a parte 
posterior da coxa com a mão 
esquerda. Faça isso por 30 seg. e 
então sacuda lenta e suavemente a 
perna do bebê até estirá-la por 
completo. 
 
4. Segure ambas as pernas do bebê pelos tornozelos e 
faça-o dar algumas pedaladas. Em seguida, junte-
lhe as plantas dos pés. Empurre ambos os pezinhos 
em direção à barriga. Segure delicadamente os dois 
pés nessa posição com a mão esquerda. Coloque a 
direita sob a parte inferior das costas e massageie 
em torno da base da coluna. 
5. Sacuda ligeiramente as duas perninhas do bebê, 
dobrando-as. Finalize acariciando a parte anterior 
das pernas, dos quadris e pés, usando o peso das 
mãos relaxadas. 
Quadro 3 - A técnica de massagem no quadril do bebê 
Fonte das imagens: Walker, Peter. A arte e a prática de massagem em bebês. São Paulo: Editora Pensamento. 2000. 
 
 
Na barriga, a massagem ajuda a relaxar o bebê. O relaxamento do abdômen facilita a 
digestão e pode, além disso, aliviar as cólicas e a constipação (WALKER, 2000; NIELSEN, 
1989). Tal medida pode ser eficiente no alívio sintomático das cólicas sofridas pelos bebês, 
além de evitar o uso indiscriminado de medicações. 
 
29 
 
 
 
 
1. Usando apenas o peso da mão relaxada, massageie a barriga do bebê com 
movimentos circulares feitos no sentido horário, que é o mesmo sentido da 
comida quando passa pelo sistema digestivo. 
 
2. Coloque a mão em concha sobre a barriga do bebê, no sentido transversal. 
Empurre-a delicadamente de um lado a outro da barriga, entre os quadris e 
as costelas inferiores. 
 
3. Massageie o lado esquerdo do corpo do bebê, alternando as mãos, entre o 
quadril e as costelas inferiores. Faça movimentos de cima para baixo e de 
um lado para o outro, logo abaixo do umbigo 
 
4. Repita a primeira parte da massagem pondo a mão em concha em torno da 
barriga do bebê, no sentido horário. Desta vez, quando a mão deslizar sobre 
o osso púbico, sob o umbigo, levante os dedos, de forma que a base de sua 
mão, junto ao punho, aplique um pouco mais de pressão ao movimento. 
Esse é o local em que estão a bexiga e a parte inferior do cólon. Nesse 
momento é possível que o bebê urine e/ou elimine gases. 
Quadro 4 - A técnica de massagem na barriga do bebê 
Fonte das imagens: Walker, Peter. A arte e a prática de massagem em bebês. São Paulo: Editora Pensamento. 2000. 
 
 
Walker (2000) afirma que “o oxigênio é o espírito da vida – quanto mais 
profundamente respiramos, melhor nos sentimos.” A massagem no tórax e braços mobiliza o 
peito e a caixa torácica do bebê através da massagem, permitindo que o bebê respire com mais 
profundidade e eficácia (NIELSEN, 1989). 
Portanto, ao massagear a caixa torácica do bebê, estamos auxiliando que este tenha 
uma melhor troca gasosa, de modo que seu processo respiratório – inspiração e expiração – 
seja mais eficiente e profundo, de modo a renovar o ar presente nos pulmões. (NIELSEN, 
1989) 
 
30 
 
 
 
 
1. Coloque o bebê no 
chão deitado à sua 
frente e coloque as 
mãos relaxadas no 
meio do peito do bebê 
 
5. Do alto do peito 
deslize as mãos para cima 
e para fora dos ombros e 
de volta ao centro. 
 
2. Usando a base das 
mãos relaxadas, 
massageie de cima 
para baixo e de dentro 
para fora em torno da 
parte inferior da caixa 
torácica trazendo as 
mãos de volta para o 
meio do peito do bebê. 
 
6. Deixe as mãos 
deslizarem para cima e 
para fora dos ombros do 
bebê e então puxe-lhe 
suavemente os bracinhos 
para baixo, ao longo do 
corpo, com as palmas das 
mãos. Mantendo o 
contato tátil, volte com as 
mãos à parte superior do 
peito. 
 
3. Coloque as mãos no 
meio do peito do bebê 
e massageie-lhe os 
ombros de baixo para 
cima e de dentro para 
fora, trazendo as mãos 
de volta novamente ao 
meio do peito 
7. Partindo da parte 
superior do peito, deslize 
suas mãos sobre os 
ombros de bebê, num 
movimento de dentro para 
fora, e delicadamentepuxe-lhe os bracinhos 
para cima até a altura dos 
ombros. Deslize as mãos 
de volta ao alto do peito. 
 
4. Com as mãos em 
concha, dê leves 
tapinhas na parte 
superior e nas laterais 
do peito do bebê. 
 
8. Somente depois que o 
bebê acostumar com os 
três passos anteriores é 
que se pode passar a este. 
Coloque as mãos nas 
laterais do peito do bebê, 
sob os braços, e puxe-os 
delicadamente para cima, 
com as palmas de suas 
mãos, até colocá-los 
acima da cabeça do bebê. 
Mantenha as mãos sobre 
a pele do bebê e deslize-
as levemente de volta ao 
peito. 
Quadro 5 - A técnica de massagem no tórax do bebê 
Fonte das imagens: Walker, Peter. A arte e a prática de massagem em bebês. São Paulo: Editora Pensamento. 2000. 
 
Walker (2000) diz que a massagem na mão do bebê, assim como no adulto, produz 
relaxamento e ajuda a abrir os dedos. É importante lembrar que após o término da massagem, 
31 
 
as mãos do bebê precisam ser limpas para que o bebê não faça a ingestão do resíduo do óleo, 
caso este tenha sido usado, visto que está constantemente levando as mãos à boca. 
 
 
1. Comece abrindo a mão do bebê e friccionando-a entre as palmas 
das suas. 
 
2. Massageie a palma e o dorso da mão do bebê com seus polegares 
e indicadores. Trabalhe partindo do pulso até os dedos, apertando 
suavemente para frente e para trás. 
 
3. Abra os dedinhos do bebê, puxe-os lentamente, um por um, com 
seu polegar e indicador. 
 
4. Agora, friccione a mão novamente com a palma das mãos 
Quadro 6 - A técnica de massagem nas mãos do bebê 
Fonte das imagens: Walker, Peter. A arte e a prática de massagem em bebês. São Paulo: Editora Pensamento. 2000. 
 
Durante as suas primeiras semanas de vida, o bebê já começa a preparar o seu corpo 
para a postura ereta. Mas os músculos das costas só ganharão força quando o bebê conseguir 
ficar de bruços e levantar a cabeça. A massagem durante esse preparo natural do corpo irá 
auxiliar, já que tornará as costas e a coluna do bebê mais flexível, além de promover um 
alongamento da parte dianteira do corpo, proporcionando-lhe um ritmo respiratório mais 
profundo e maior relaxamento do abdômen. (CRUZ, 2008; WALKER, 2000) 
 
32 
 
 
 
1. Com o bebê deitado de bruços, massageie as costas alternando as mãos. 
Comece pelos ombros e prossiga ao longo da coluna. Faça carícias firmes e 
prolongadas, mas mantenha a mão relaxada. 
 
2. Com as mãos ligeiramente fechadas, dê tapinhas firmes nas costas e 
ombros do bebê, repetindo o processo ao longo da extensão da coluna, de 
cima para baixo e vice-versa. 
 
3. Quando o bebê já conseguir apoiar o peso nos bracinhos, a massagem 
poderá ser ampliada: segure o peito do bebê com uma das mãos. Em 
seguida, deslize essa mesma mão pela frente do ombro esquerdo e ao longo 
da extensão do braço umas duas vezes, tendo o cuidado de manter o ombro 
na linha do peito, sem levantá-lo para trás. 
 
4. Coloque ambas as mãos no peito do bebê e puxe-lhe delicadamente os 
ombros para trás, a fim de abri-los ao máximo possível, sem incomodar o 
bebê. Prossiga com movimentos até puxar, com a palma das mãos os 
braços do bebê para trás. Mantenha-os alinhados ao corpo e depois solte 
lentamente. O bebê conseguirá manter essa posição sem ajuda até que os 
braços caiam pra frente, fazendo-o baixar os ombros. 
Quadro 7 - A técnica de massagem nas costas do bebê 
Fonte das imagens: Walker, Peter. A arte e a prática de massagem em bebês. São Paulo: Editora Pensamento. 2000. 
 
 
A cabeça do bebê é a parte mais fácil de ser massageada visto que para transportá-lo 
ou o simples fato de colocá-lo no colo faz-se necessário apoiar a cabecinha. Portanto, é um 
local que sempre está sendo tocado. A massagem nessa região é extremamente calmante e 
relaxante e pode ser feita praticamente a toda hora, em qualquer lugar. O bebê não precisa 
estar nu, nem é necessário o uso do óleo (WALKER, 2000; NIELSEN, 1989). 
 
 
 
33 
 
 
1. Comece massageando 
levemente o alto da cabeça do 
bebê com movimentos 
circulares feitos com as pontas 
dos dedos. 
2. Em seguida, acaricie em torno do 
“cocuruto” do bebê com um 
movimento circular feito com o 
peso dos dedos e da palma da 
mão relaxada. 
3. Agora, usando o peso de toda 
a mão relaxada, acaricie a parte 
posterior da cabeça do bebê com 
um movimento circular. 
 
4. Amplie o movimento até atingir toda a cabeça do 
bebê. Acaricie-a desde a parte posterior até a testa em 
torno do “cocuruto”. 
5. Agora acaricie o pescoço e os ombros do bebê, 
massageando suavemente a parte posterior do 
pescoço com as pontas dos dedos. 
Quadro 8 - A técnica de massagem na cabeça do bebê 
Fonte das imagens: Walker, Peter. A arte e a prática de massagem em bebês. São Paulo: Editora Pensamento. 2000. 
 
Pode-se perceber que a técnica de aplicação da massagem é de fácil realização, tanto 
leigos treinados, quanto profissionais estão aptos para a realização, o que possibilita o 
aprendizado pelas mães de forma a massagem ser incluída no rol de cuidados do bebê. 
 
 
2.5 A TÉCNICA DE MASSAGEM CLÁSSICA VOLTADA AO ALÍVIO DE 
CÓLICAS E GASES 
 
 
Walker (2000) afirma que “todos nós ingerimos ar enquanto comemos e bebemos. 
Porém devido à imaturidade do sistema digestivo do bebê o ar retido no estômago ou nos 
intestinos pode formar um incomodo bolsão de gás”. 
É importante para os bebês que estão em aleitamento materno exclusivo que a mãe 
avalie sempre quais os tipos de alimentos que ingere e quais deles podem estar facilitando a 
34 
 
formação dos gases. Afinal todo alimento ingerido pela mãe, acarretará efeitos fisiológicos 
benéficos ou não no bebê. 
A massagem para o alívio dos gases não deve ser feita com o bebê recém-alimentado, 
nem com o bebê com fome. Uma boa oportunidade de fazê-la é na hora da troca de fraldas. 
Além disso, permitir que o bebê fique de bruços enquanto está acordado, evita episódios de 
refluxo, gases, cólicas e constipação já que alonga e relaxa o abdômen (WALKER, 2000). 
Antes de iniciar a massagem deve-se avaliar como está o abdômen do bebê, como 
Walker (2000) afirma: “caso a barriga do bebê estiver muito rígida, faça-lhe cócegas primeiro 
e depois simplesmente deixe a mão atravessada sobre ela por alguns instantes antes de 
começar a massagem”. 
 
 
1. Deite o bebê no chão e com o peso da 
mão inteira, massageie o lado direito do 
abdômen do bebê, alternando as mãos de 
cima para baixo. Comece entre o quadril e 
a costela inferior e prossiga até abaixo 
umbigo. Faça igualmente do lado 
esquerdo. 
 
2. Ponha a mão em concha 
transversalmente sobre a barriga do bebê. 
Comprima-a suavemente e aperte-a de um 
lado a outro. Não empurre a mão para 
baixo, pois o bebê resistirá e contrairá a 
barriga. Procure dar um tom de 
brincadeira ao movimento para que a 
barriga dele relaxe. 
 
3. Agora, com o peso da mão em concha, 
massageie a barriga do bebê com 
movimento circular no sentido horário, da 
esquerda para direita. 
Quadro 9 - Técnica de massagem para alívio de cólicas e gases no bebê 
Fonte das imagens: Walker, Peter. A arte e a prática de massagem em bebês. São Paulo: Editora Pensamento. 2000. 
 
A massagem como recurso terapêutico para o alívio de cólicas intestinais e gases exige 
pouco recursos, boa vontade e tempo. Desta maneira, favorece sua utilização pelas mães com 
seus bebês nos primeiros meses de vida como alternativa inicial ao uso de medicamentos 
destinados a esse fim. 
35 
 
2.6 A ENFERMAGEM E O USO DE MASSAGEM 
 
 
Segundo Collière9
 
 (1989 apud SILVEIRA e LEITÃO, 2003), “o cuidado é parte 
integrante da vida, de modo que nenhuma espécie pode subsistir sem cuidado”. 
No cumprimento do seu papel de educador e cuidador em saúde, o enfermeiro deve 
sempre buscar alternativas para que o cuidado prestado seja sempre o melhor e mais adequado 
para o paciente. Na realidade do cuidado à recém-natos, como diz Passos e Sadigusky (2011, 
p.602) “a família é o primeiro cuidador [...]e a sua participação nas atividades de cuidado é 
de fundamental importância, para tanto é preciso orientá-la e ensiná-la sobre o cuidado no 
hospital e no domicílio após a alta”. 
Portanto, esses cuidados devem ser ensinados ainda durante a hospitalização, na qual o 
enfermeiro durante suas orientanções possa assumir com a família e /ou cuidador uma relação 
de cooperação e apoio, além de após ensinar poder observar se as orientações passadas foram 
aprendidas e apreendidas com sucesso (PASSOS e SADIGUSKY, 2011). 
Cabe ao enfermeiro, ter criatividade para que consiga adaptar o tratamento necessário 
à realidade trazida pelo paciente. Por muitas vezes, algumas ações não medicamentosas como 
pequenas mudança de hábitos propostas podem ser fatores determinantes quanto à prevenção 
de agravos à saúde. 
Nesta perspectiva, a Enfermagem pode atuar junto às mães e aos cuidadores de recém-
nascidos, promovendo oficinas, onde ensinem as mães a massagem para o alívio das cólicas e 
gases no recém nascido, já que a técnica de massagem é de fácil aprendizado e de simples 
realização, além de beneficiar ambos com o vínculo que pode ser estabelecido entre mãe e 
bebê. 
 
9 Collière, F.M. Promover a vida. 3ªed. Lisboa: Sindicato dos Enfermeiros; 1989.385p. 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. METODOLOGIA 
 
 
3.1 TIPO DE PESQUISA E MÉTODO 
 
 
Foi realizada uma pesquisa do tipo descritiva e exploratória, com abordagem 
qualitativa que teve como objetivos identificar os métodos que as mães conhecem para alívio 
de cólicas e gases em recém-nascidos e analisar a possibilidade de uso da massagem para 
alívio de cólicas e gases em recém-nascidos pelas mães, após a demonstração da técnica de 
massagem clássica. 
A pesquisa qualitativa segundo Minayo e Sanches (1993) “realiza uma aproximação 
fundamental e de intimidade entre sujeito e objeto, uma vez que ambos são da mesma 
natureza: ela se volve com empatia aos motivos, às intenções, aos projetos dos atores, a partir 
dos quais as ações, as estruturas e as relações tornam-se significativas”. 
Ainda segundo Minayo (2004) esse tipo de metodologia permite desvelar processos 
sociais ainda pouco conhecidos referentes a grupos particulares, propicia à construção de 
novas abordagens, revisão e criação de novos conceitos durante a investigação. Caracteriza-se 
também pela empiria e pela sistematização progressiva de conhecimento até a compreensão 
lógica interna do grupo ou do processo em estudo. Pode ser utilizada para a elaboração de 
novas hipóteses, construção de indicadores qualitativos, variáveis e tipologias. Figueiredo e 
Souza (2008) acrescentam que o método qualitativo configura-se através de um participante 
ativo que interage com todo o processo, compreendendo e analisando todos os dados 
coletados. 
De acordo com Gil (2008), as pesquisas descritivas possuem o objetivo de descrever 
as características de uma população, fenômeno ou de uma experiência. Já para Andrade 
(2002), a pesquisa descritiva preocupa-se em observar fatos, registrá-los, analisá-los, 
classificá-los e interpretá-los, e o pesquisador não interfere neles. 
37 
 
As pesquisas exploratórias buscam proporcionar uma visão geral de determinado fato, 
do tipo aproximativo. É realizada, principalmente, quando o tema escolhido é pouco 
explorado e torna-se difícil formular hipóteses precisas e operacionalizáveis (GIL, 1999). E 
ainda, para o mesmo autor (2008) ela proporciona uma familiaridade, uma aproximação maior 
com o problema com o objetivo de torná-lo explícito ou formular hipóteses. 
São finalidades primordiais das pesquisas exploratórias: proporcionar maiores 
informações sobre o assunto que se vai investigar; facilitar a delimitação do tema de pesquisa; 
orientar a fixação dos objetivos e a formulação de hipóteses; ou descobrir um novo tipo de 
enfoque sobre o assunto (ANDRADE, 2002). 
 
3.2 CENÁRIO DA PESQUISA 
 
 
A pesquisa foi realizada no setor da Maternidade, no alojamento conjunto que fica 
situado no 8º andar de um Hospital Universitário vinculado a uma Universidade Federal. Este 
hospital destina-se ao ensino, assistência e pesquisa; e oferece atendimento em nível 
ambulatorial e de média e alta complexidade, abrangendo áreas como puericultura, 
acompanhamento ambulatorial de patologias crônicas, consultas de enfermagem e diversas 
especialidades médicas, além de internações, cirurgias e outros serviços. 
Após aprovação pelo Comitê de Ética e Pesquisa – CEP do hospital cenário da 
pesquisa, o responsável pelo setor do Alojamento Conjunto foi procurado e os objetivos da 
pesquisa foram explicitados e discutidos. As dúvidas que porventura surgiram, foram sanadas. 
Posteriormente à autorização do responsável e um acordo de horários foi iniciada a 
visitas nas enfermarias e era explicado às mães como seria a pesquisa, destacando seus 
objetivos, como seria realizada e o resultado esperado assim como os aspectos contidos no 
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (Apêndice 1). Posteriormente foi feito o 
convite para participarem como sujeitos da pesquisa. 
A enfermaria é composta por 21 leitos: sendo 3 reservados para intercorrências, 6 para 
gestantes e 12 para puérperas/alojamento conjunto. Possui dois banheiros, que é para o uso de 
todas as mulheres ali internadas. Possui dois postos de enfermagem: um para os leitos de 
gestantes e intercorrências e outro para os leitos das puérperas/alojamento conjunto. 
Há no centro duas grandes mesas onde os médicos, enfermeiros, técnicos e 
acadêmicos utilizam para registro de prontuário e discussão de casos clínicos. 
38 
 
No mesmo andar ainda há um posto do cartório civil para registro das crianças 
nascidas ali. Ainda há também a UTI neonatal, a sala de parto (partos normais) e o centro 
cirúrgico da mulher (para a realização de cesarianas e grandes procedimentos invasivos). 
Neste cenário, a etapa de coleta de dados foi realizada no alojamento conjunto, onde as 
mães estavam internadas com seus filhos. A entrevista foi realizada individualmente, 
respeitando a privacidade da mãe, já que a enfermaria tem muitos leitos e nem todos são 
utilizados, as mães ficam bem distribuídas de forma que a entrevista pudesse ocorrer sem que 
outras pessoas ouvissem o que era falado. 
 
3.3 SUJEITOS DA PESQUISA 
 
 
Os sujeitos envolvidos na pesquisa foram 10 mães de recém-nascidos, que estavam 
internadas no alojamento conjunto do hospital escolhido durante o período de coleta de dados. 
O motivo de as mães serem escolhidas é pelo fato que majoritariamente elas cuidam dos seus 
bebês nos primeiros meses de vida, quando os bebês têm mais episódios de cólicas e gases. 
Os critérios de inclusão foram: a) mães de idade igual ou superior a 18 anos; b) mães 
que fiquem a maior parte do dia com seus filhos; 
Os critérios de exclusão foram: a) bebês que tenham malformações congênitas em que 
a técnica possa apresentar riscos; b) bebês em quadro instável em que grandes manipulações 
apresentem risco iminente de morte. 
Foram realizadas 10 entrevistas com as mães internadas no alojamento conjunto 
juntamente com seus bebês. Para caracterizar esta população foram levados em consideração 
os seguintes itens: idade, escolaridade, número de gestações e número de filhos. 
Quanto à idade as mães entrevistadas tinham entre 18 e 40 anos, sendo das 10 
entrevistadas, uma (10%) possuía 18 anos; uma (10%) possuía 22 anos; duas (20%) possuíam 
24 anos; uma (10%) possuía 25 anos, uma (10%) possuía 30 anos, uma (10%) possuía 31 
anos, uma (10%) possuía 33 anos, uma (10%) possuía 37 anos e a última (10%) possuía 40 
anos. 
Tal variedade de idades enriquece o trabalho à medida que com o passar dos anos as 
mulheres ganham maturidade e principalmente tendem a ter um número maior de filhos, o que 
neste trabalho é relevante, já que com um número maior de filhos há perspectiva de maior 
contato com cólicas e gasesem recém-nascidos. 
39 
 
O nível de escolaridade também foi amplo, variando desde ensino fundamental 
incompleto (2 mães), ensino fundamental completo (2 mães), ensino médio incompleto (3 
mães) e ensino médio completo (3 mães). 
O número de gestações variou de uma única gestação até 5 gestações e o número de 
filhos variou de 1 a 4 filhos, estando distribuídas da seguinte maneira: duas mães (2/10) eram 
primíparas, quatro mães (4/10) já tinham tido duas gestações, duas mães (2/10) já tinham tido 
três gestações sendo que uma delas já tinha perdido um filho; uma mãe (1/10) já tinha tido 
quatro gestações e uma mãe já tinha tido cinco gestações e esta já havia perdido dois filhos. 
 
3.4 COLETA DE DADOS 
 
 
Para coleta de dados foi utilizada a entrevista semiestruturada. Este tipo de entrevista 
segundo Minayo, Deslandes e Gomes (2007) combina perguntas estruturadas (ou fechadas) e 
abertas, onde quem é entrevistado tem a possibilidade de falar sobre o tema proposto, sem 
respostas ou condições prefixadas pelo pesquisador, enriquecendo a análise do pesquisador. 
Ainda sobre este tipo de entrevista, Gil (1999) afirma que “a entrevista semi-
estruturada é um método de investigação em que os indivíduos podem expressar-se através de 
questões abertas e fechadas, sendo possível conhecer suas opiniões, valores, crenças, 
situações vivenciadas, sentimentos e expectativas”. 
A coleta de dados ocorreu nos dias 28 e 30 de maio de 2013 e dias 5,11, 13 e 14 de 
junho de 2013, e foi operacionalizada em três etapas. 
Na primeira etapa foi feita a primeira parte da entrevista semiestruturada individual, na 
qual o roteiro entrevista contendo perguntas abertas e fechadas (Apêndice 2), foram utilizadas 
as seguintes perguntas: Quais os métodos que você conhece para alívio de cólicas e gases? 
Quais os métodos você utiliza para alívio da cólica e gases de seu bebê? Você já utilizou a 
massagem alguma vez? Nesta etapa atendemos ao primeiro objetivo da pesquisa: identificar 
os métodos que as mães conhecem e utilizam para alívio de cólicas e gases em recém-
nascidos. 
Após essas perguntas foi realizada uma demonstração da técnica de massagem 
clássica, individualmente com cada mãe com o auxílio de bonecas com o corpo de pano, com 
a finalidade de se aproximar ao máximo da realidade. 
Para a demonstração da técnica, foram utilizadas duas bonecas de corpo de pano, onde 
uma ficava com a mãe (fotos) e a outra com a pesquisadora. O passo a passo da massagem foi 
realizado juntamente com as mães e tinha duração de oito minutos aproximadamente. Ao final 
40 
 
da demonstração era pedido que as mães repetissem a técnica sozinha na boneca, para que 
houvesse correção de possíveis falhas e/ou erros. 
 
 
Figura 1- Bonecas utilizadas durante a coleta de dados 
 
Figura 2 - Mãe realizando a 1ª manobra da técnica de massagem para alívio de cólicas e 
gases 
 
Figura 3 - Mãe realizando a 2ª manobra da técnica de massagem para alívio de cólicas e 
gases 
 
Figura 4 - Mãe realizando a 3ª manobra da técnica de massagem para alívio de cólicas e 
gases 
41 
 
Depois da demonstração da massagem, dava-se continuidade a entrevista com o uso 
do instrumento de roteiro de entrevista, onde continha as seguintes perguntas: Fale um pouco 
sobre essa técnica que eu demonstrei? Você acredita que é possível usar a massagem em casa? 
Por quê? Como que o uso da massagem pode ajudar/aliviar os cólicas e gases do bebê em 
casa? Você acha que vai usar? Em que momento? Nesta etapa buscamos atender o segundo 
objetivo da pesquisa: analisar a possibilidades de aplicação da técnica de massagem clássica 
para alívio de cólicas e gases pelas mães, após a demonstração da técnica de massagem 
clássica. 
Para o melhor aproveitamento das respostas e registro integral dos dados, as 
entrevistas foram gravadas com auxílio de um gravador, após autorização e assinatura do 
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice 1). O anonimato dos participantes foi 
garantido durante todo o tempo. 
Neste estudo, cada mãe foi identificada por um número, de acordo com a ordem que 
foi entrevistada. 
 
3.5 ANÁLISE DOS DADOS 
 
 
Os dados provenientes da transcrição das falas dos sujeitos foram analisados através 
da análise temática. Este tipo de análise procura ouvir o autor, aprender, sem intervir, no 
conteúdo de sua mensagem (SEVERINO, 2007). 
Minayo (2004) propõe as seguintes etapas para proceder à análise temática dos dados: 
1ª) Pré-análise, que inclui a leitura flutuante através do contato exaustivo com material, e a 
constituição do corpus pela organização do material a fim de alcançar a validade do estudo; 
2ª) Exploração do material, que se inicia com a delimitação de unidades temáticas através de 
recortes no texto; 3ª) Tratamento dos resultados obtidos e interpretação, na qual o pesquisador 
interpreta os dados a partir do seu quadro teórico, ou ainda suscita questões que possam 
emergir da própria leitura do material, e expressa suas conclusões. 
Para realização das fases da análise temática, depois das entrevistas transcritas, todo o 
material foi organizado inicialmente e a leitura do material realizada com o objetivo de 
conhecer o conteúdo do mesmo. 
Depois da leitura exaustiva do material, as falas dos profissionais foram classificadas a 
partir de cores, onde palavras e expressões com o mesmo sentido foram coloridas com a 
mesma cor. As cores respeitaram os objetivos da pesquisa e foram usadas as seguintes cores: 
verde claro para destacar os métodos conhecidos para alívio de cólicas e gases em recém-
42 
 
nascido; vermelho para métodos utilizados para alívio de cólicas e gases em recém-nascido; 
amarelo para o uso da massagem para alívio de cólicas e gases em recém-nascidos; azul claro 
para a possibilidade do uso da massagem para alívio de cólicas e gases em recém-nascidos; 
verde escuro para a possibilidade do uso da massagem associada às medicações para alívio de 
cólicas e gases em recém-nascidos e rosa para a impossibilidade do uso da massagem para 
alívio de cólicas e gases em recém-nascidos. 
Depois de colorir as falas, os dados foram agregados em quadros, e essa agregação 
levou a especificidade do tema, surgindo então, as seguintes unidades temáticas: os métodos 
conhecidos e utilizados pelas mães para alívio de cólicas e gases em recém-nascido e a 
possibilidade do uso da massagem pelas mães após a demonstração da técnica de massagem 
clássica. 
A partir dessa categorização, foi feita a análise das repostas, de modo que a 
compreensão acerca das falas fosse a melhor possível. 
 
3.6 ASPECTOS ÉTICOS 
 
 
A pesquisa seguiu as determinações propostas da Resolução nº196/96 do Conselho 
Nacional de Saúde, sendo submetido a uma avaliação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). 
O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Hospital Universitário 
onde foi realizado. A aprovação tem número de parecer 225.660 com data de 05/04/2013 
(Anexo 1). 
Nesse sentido, os sujeitos da pesquisa assinaram o Termo de Consentimento Livre e 
Esclarecido (TCLE), do qual constava o título do projeto, identificação dos responsáveis pelo 
projeto, o objetivo da pesquisa, os procedimentos necessários à realização e os benefícios que 
poderiam ser obtidos. Destacamos que os sujeitos assinaram duas cópias do TCLE, uma ficou 
com o pesquisador e outra com o sujeito da pesquisa (Apêndice 1). 
Foi garantido o anonimato dos participantes da pesquisa, com a substituição dos seus 
nomes pela palavra “mãe”, seguido de um número de acordo com a ordem das entrevistas. 
O material proveniente da transcrição das falas dos sujeitos estará sob a guarda da 
primeira autora por um período de cinco anos, eles ficarão arquivados no computador e após o 
período de cinco anos o arquivo será excluído definitivamente. 
 
 
43 
 
Os dados obtidos nessa pesquisa foram utilizados para produção do trabalho de 
conclusão do curso de graduaçãoem Enfermagem, bem como poderão ser utilizados para 
elaboração e publicação de artigo científico e apresentação de trabalhos em eventos 
científicos. 
 
3.7 CRITÉRIOS PARA ENCERRAMENTO DO TRABALHO DE CAMPO 
 
 
Destacamos que o número de participantes foi definido no decorrer do trabalho de 
campo, já que para Duarte (2002), na metodologia qualitativa o número de sujeitos 
participantes da pesquisa dificilmente pode ser definido inicialmente, pois o que se busca é a 
qualidade, profundidade, recorrência e divergência das informações obtida no depoimento de 
cada sujeito. 
Enquanto estavam surgindo dados que poderiam levar a novas perspectivas, as 
entrevistas continuaram. Foi muito importante a organização dos depoimentos no decorrer do 
trabalho de campo para que, assim, pudesse identificar o “ponto de saturação”, ou seja, a 
existência de recorrência de idéias, padrões de comportamento, práticas e visões de mundo. 
Para Fontanella, Ricas e Turato (2008, p.17) o “ponto de saturação”, é definido como: 
 
 
a suspensão de inclusão de novos participantes quando os dados obtidos passam a 
apresentar, na avaliação do pesquisador, uma certa redundância ou repetição, não 
sendo considerado relevante persistir na coleta de dados. Noutras palavras, as 
informações fornecidas pelos novos participantes da pesquisa pouco acrescentariam 
ao material já obtido, não mais contribuindo significativamente para o 
aperfeiçoamento da reflexão teórica fundamentada nos dados que estão sendo 
coletados. 
 
 
Assim sendo, quando foram encontradas recorrências de respostas no material 
empírico que estava sendo coletado deu-se por encerrado com um total de dez entrevistas o 
período de coleta de dados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
4.1. APRESENTAÇÃO DAS UNIDADES TEMÁTICAS 
 
 
Com o processo de análise do material produzido através das respostas das mães, 
emergiram as seguintes unidades e subunidades temáticas (Quadro 10) que serão 
desenvolvidas ao longo deste capítulo: 
 
UNIDADE TEMÁTICA SUBUNIDADES TEMÁTICAS 
Os métodos conhecidos e utilizados pelas 
mães para alívio de cólicas e gases em 
recém-nascido 
Métodos conhecidos para alívio de cólicas e 
gases em recém-nascido 
Métodos utilizados para alívio de cólicas e 
gases em recém-nascido 
O uso da massagem para alívio de cólicas e 
gases em recém-nascido 
A (im)possibilidade do uso da massagem 
pelas mães após a demonstração da técnica 
de massagem clássica 
A possibilidade do uso da massagem para 
alívio de cólicas e gases em recém-nascidos 
A possibilidade do uso da massagem 
associada às medicações para alívio de cólicas 
e gases em recém-nascidos 
A impossibilidade do uso da massagem para 
alívio de cólicas e gases em recém-nascidos 
Quadro 10 - Apresentação das unidades temáticas e divisão das subunidades temáticas 
 
45 
 
4.1.1. OS MÉTODOS CONHECIDOS E UTILIZADOS PELAS MÃES PARA 
ALÍVIO DE CÓLICAS E GASES EM RECÉM-NASCIDO 
 
 
Para que houvesse um melhor encaminhamento da entrevista e noção sobre o 
conhecimento das mães acerca dos métodos que são utilizados para o alívio de cólicas e gases 
em recém-nascidos, as primeiras perguntas do roteiro da entrevista foram direcionadas para o 
conhecimento sobre métodos no geral, a utilização destes métodos e se havia algum 
conhecimento acerca da utilização de massagem para alivio de cólicas e gases. 
Neste sentido, com base no material empírico produzido nas entrevistas, nesta unidade 
temática houve desdobramento para três subunidades temáticas: métodos conhecidos para 
alívio de cólicas e gases em recém-nascido; métodos utilizados para alívio de cólicas e gases 
em recém-nascido; e o uso da massagem para alívio de cólicas e gases em recém-nascidos. 
 
 
4.1.1.1. Métodos conhecidos para alívio de cólicas e gases em recém-nascido 
 
 
Quando foi feita a primeira pergunta “quais os métodos que você conhece para alívio 
de cólicas e gases?”, oito mães (8/10) falaram sobre os métodos que conheciam para alívio de 
cólicas e gases em recém-nascidos, e duas (2/10) falaram não conhecer nenhum método. 
Entre as mães que conheciam algum método, a maioria (7/10) citou o método 
farmacológico, como o uso de Luftal® e Buscopam®. Além de terem destacado tais 
medicações, que segundo elas todo mundo usa, ainda citaram a funchicórea (2/10) e os chás 
(1/10). 
Foi citada ainda pelas mães, a posição barriga com barriga (4/10), massagem na 
barriga (2/10) e movimentação das pernas (3/10) do recém-nascido, para simular as pedaladas 
da bicicleta, como métodos que auxiliam no alívio das cólicas e gases. 
 
 
Ah! Só os remédios que todo mundo usa: luftal, buscopam. E sei também de colocar 
a barriguinha do bebê junto com a minha.” (MÃE 3) 
 
Ficar mexendo nas perninhas do bebê, pra ajudar a soltar o pum e luftal. (MÃE 4) 
 
Remédio (o luftal), massagem na barriga e colocar a barriga da criança na minha 
barriga. (MÃE 5) 
 
Só luftal e buscopam, mas é porque uso em mim mesma. (MÃE 6) 
 
46 
 
Aqueles remedinhos de sempre né? Luftal, aquele pozinho da chupeta, colocar a 
barriguinha na nossa barriga, essas coisas. (MÃE 7) 
 
Remédio... Acho que o nome é luftal né? (MÃE 8) 
 
Colocar o bebê de barriga comigo e ficar fazendo bicicletinha nas perninhas dele. 
(MÃE 9) 
 
Remédio, chá, massagem na barriga e perninhas e funchicória. (MÃE 10) 
 
 
Segundo Maia e Silva (2012), os recém-nascidos são mais vulneráveis aos costumes e 
crenças populares, já que se trata do período em que é totalmente dependente do cuidado 
materno. Os medicamentos, Luftal® e Buscopam®, por serem comumente utilizados pelas 
próprias mães, por vezes podem ser oferecidos à criança sem que tenham prescrição médica, 
configurando-se assim uma prática denominada de automedicação. 
A automedicação é uma prática que pode ser definida como a utilização de 
medicamentos (industrializados e/ou fitoterápicos) por indivíduos ou seus respectivos 
responsáveis para tratar doenças ou aliviar sintomas. É importante salientar que tal prática 
pode trazer danos à saúde, principalmente se tratando de crianças, tais como reações adversas, 
erros na dose, intoxicação ou até mesmo agravamento da doença (OMS, 1998; 
BECKHAUSER et al, 2010). 
Em um estudo realizado em 2010, com o objetivo de conhecer a automedicação em 
crianças moradoras de uma cidade da região Sul do Brasil, com idade entre zero e 14 anos, foi 
possível identificar que a automedicação era uma prática frequente na população estudada, 
sendo geralmente mais comum em crianças até sete anos, e as principais responsáveis pela 
administração eram as mães. Neste sentido, foi sugerida a necessidade de promover educação 
em saúde que vise à promoção do uso racional de medicamentos (BECKHAUSER et al, 
2010). 
Durante a rotina de cuidados da mãe com a criança, ao adotar o uso da medicação sem 
orientação do profissional adequado, ela assume uma atitude de risco, devido aos diversos 
fatores envolvidos, como afirma Beckhauser (2010): erros na dose, reações adversas, 
possíveis alergias aos componentes da fórmula. 
Outro estudo demonstrou que as principais situações que motivam a automedicação 
são sintomas relacionados às situações gastrointestinais: diarreias, má-digestão, cólicas 
abdominais e gases (PEREIRA, et al, 2007). 
Com ocorrência frequente e por múltiplas causas, a cólica do lactente é o maior 
motivo de as mães procurarem atendimento médico, antes dos três meses de idade da criança. 
Há estudos que se propuseram a avaliar a eficácia do uso de medicação para alívio 
47 
 
sintomático das cólicas. Destaca-se que todos tiveram o mesmo resultado: não é possível 
afirmar que o uso de qualquer medicamento possa eliminar ou mesmo diminuir a cólica 
abdominal do lactente (ASSENCIO-FERREIRA, 2001). 
Outro método apontado pelas mães foi o uso da “funchicórea”. A apresentação desde 
produto é em forma de pó, onde pode ser diluído na mamadeira ou então colocado no bico da 
chupeta.É um medicamento fitoterápico, composto do extrato de chicória, ruibarbo em pó 
(um tipo de raiz), a essência da planta chamada “funcho”, sacarina e carbonato de magnésio. 
Destaca-se que uso da funchicórea foi proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária 
– ANVISA – em fevereiro de 2012 sendo justificado pelo fato de seus efeitos terapêuticos não 
serem comprovados. (BRASIL, 2012) 
Uma mãe apontou o uso de chás para alívio de cólicas e gases. Quanto a isso, em um 
estudo realizado em cidades ribeirinhas no Amazonas, foi identificado que ocorre ampla 
utilização de chás medicinais para diversas intercorrências na rotina do bebê, dentre os chás, 
eles destacaram o de hortelã, mucuracaá e cravo. Das mães entrevistadas no referido estudo, 
50% afirmaram usar chá quando seus filhos apresentam cólicas. Algumas delas ainda 
relataram o uso do chá do próprio coto umbilical, como uma crença local utilizada há algumas 
gerações (MAIA e SILVA, 2012). 
Em outro estudo, realizado na cidade de Cambé, no Paraná, mães adolescentes foram 
entrevistadas quanto à rotina de cuidado dos seus filhos, e foi evidenciado o uso rotineiro de 
chás de diferentes ervas tanto para o alívio quanto para a prevenção de cólicas. As mães 
afirmaram que oferecer o chá aos filhos, fazia parte da cultura de sua própria família, ou era 
adquirida com a família do esposo (TOMELERI e MARCON, 2009). 
Outro método citado por algumas mães é o contato físico, em que referem como 
“colocar barriga com barriga”. Tal método acalma o bebê pela proximidade com a mãe, o que 
traz segurança, além de promover o relaxamento que pode temporariamente diminuir o choro 
e o estresse relativo à dor (GOMES, 2007). 
O contato físico promovido pela mãe para o seu bebê segue a mesma linha de 
pensamento da massagem: o toque e o estímulo tátil. Na massagem, a mãe utiliza as mãos no 
ventre do bebê. Na posição “barriga com barriga” é a pele do abdômen do bebê que entrará 
em contato com o abdômen da mãe. Esse contato é importante, já que o toque materno é 
reconhecido pelo bebê, e além de ser prazeroso, também estimula a integração sensorial 
(VENÂNCIO e ALMEIDA, 2004; SILVA, 2003). 
Outro método que foi citado, que também se baseia no contato físico, é o movimentar 
das pernas do bebê simulando as pedaladas na bicicleta. Em seu livro, Nielsen (1989) diz que 
48 
 
este tipo de movimento vem em complemento à massagem completa do estômago, sendo a 
última manobra a ser realizada: flexão de joelhos e hiperextensão das pernas. Este mesmo 
autor, afirma que a massagem completa do estômago ajuda a curar gases e constipação, pois 
estas manobras auxiliam nos movimentos intestinais. 
Corroborando com as ideias já explicitadas, Walker (2000) diz que esta manobra do 
tipo “bicicletinha” contribui para promover o desenvolvimento da coordenação motora, além 
de estimular a flexibilidade dos joelhos e tornozelos. 
 
 
4.1.1.2. Métodos utilizados para alívio de cólicas e gases em recém-nascido 
 
 
Na segunda pergunta da entrevista “quais os métodos que você utiliza para alívio de 
cólicas e gases?”, oito (8/10) mães afirmaram que utilizam ou já utilizaram algum método 
para alívio de cólicas e gases, duas (2/10) afirmaram nunca utilizaram nenhum método. 
Dentre as oito mães que afirmaram já ter utilizado, houve distribuição quanto aos 
métodos: duas (2/10) afirmaram utilizar somente o método farmacológico, duas (2/10) 
somente “barriga com barriga”. Houve ainda duas (2/10) que afirmaram usar o método 
“barriga com barriga” associado com a medicação, uma (1/10) que utiliza medicação com 
massagem. Destacamos que uma das mães (1/10) disse já ter usado de quase tudo, mas não 
especificou qual, apesar de ter sido perguntada. 
Observa-se a ampla utilização do método farmacológico nas respostas, seguido da 
utilização do contato físico “barriga com barriga”, além do uso da massagem. 
 
 
Colocar a barriga dele(a) com a minha, ficava ninando. (MÃE 2) 
 
No meu outro filho, eu usei muito de colocar a barriga dele com a minha, se não 
funcionasse aí só depois eu dava o remédio. (MÃE 3) 
 
Nesse agora eu não usei nenhum, mas no outro eu dava logo remédio. (MÃE 4) 
 
Geralmente eu uso o remédio e às vezes a massagem. (MÃE 5) 
 
Nos outros eu sempre usava o remédios e colocar a barriga na nossa barriga. (MÃE 
7). 
 
Só os remédio mesmo. (MÃE 8) 
 
Colocar ele no colo, virado de barriga pra mim. (MÃE 9) 
 
Eita! Já usei de quase tudo. (MÃE 10) 
 
 
49 
 
Nota-se que existe uma urgência na utilização de medicação, onde seu uso pode 
anteceder ao de métodos de alternativos para o alívio do desconforto do bebê. Nesta 
perspectiva, Pina et al (2012) afirma que “no que diz respeito ao consumo de medicamentos, 
esse fator está diretamente ligado às necessidades das pessoas de se sentirem bem, o que 
garante satisfação emocional, pois esses produtos provocam alívios e sensação de segurança.” 
Em dois estudos feitos em estados diferentes, São Paulo e Santa Catarina foram 
constatados a mesma tendência: a prática de automedicação pelas mães e avós. Tal evidência 
pode estar relacionada ao fato de a mãe e/ou avós participarem mais ativamente dos cuidados 
diários dos bebês (BECKHAUSER et al, 2010; PEREIRA et al, 2007). 
Vê-se que colocar a barriga do bebê contra a barriga da mãe também é um meio 
utilizado, sendo ele empregado de forma isolada ou associado ao uso de medicação. Como 
afirma Sato e Nascimento (2000) “através do toque, o recém-nascido desenvolve mudanças 
significativas no seu bem-estar físico, psíquico, emocional e social.” Então, em seu uso 
isolado ou em conjunto, o contato pele a pele diminui a tensão do bebê, aliviando o estresse e 
o choro através do tato. 
Durante a estadia no alojamento conjunto, a mãe pode ser orientada quanto à 
utilização da massagem no bebê; o estímulo ao uso da massagem pode partir da equipe, como 
forma de auxiliar no cuidado domiciliar desse bebê. A massagem não traz somente beneficios 
fisiológicos, mas também promove o fortalecimento do vínculo entre mãe e bebê. Sato e 
Nascimento (2000) afirmam que “cabe ao enfermeiro do alojamento conjunto a 
responsabilidade de promover e implementar o vínculo, agindo como elemento intermediador 
desse processo.” 
 
 
4.1.1.3. O uso da massagem para alívio de cólicas e gases em recém-nascido 
 
 
Ainda na primeira etapa da entrevista, antes da demonstração da técnica de massagem 
para alívio de cólicas e gases, as mães foram questionadas se já haviam utilizado alguma vez a 
massagem, independente dos tipos e variações. 
A maioria das mães (6/10) afirmou ter utilizado a massagem, enquanto as outras 
quatro (4/10) disseram nunca ter utilizado este método para alívio de cólicas e gases 
anteriormente. Das seis que já fizeram uso da massagem, uma (1/10) disse ter feito a 
massagem associada ao medicamento. Duas (2/10) disseram que acreditavam no resultado da 
massagem. Uma (1/10) afirmou que já usou, mas não tem o hábito. Uma (1/10) afirmou que 
50 
 
no outro filho ficava apertando a barriga e uma (1/10) disse que já fez a “bicicletinha” uma 
vez. 
 
 
Essa massagem de massagear a barriga? Só na filha da minha vizinha... Era gases 
que ela tinha, eu achei que funcionou porque ela soltou muitos gases depois. (MÃE 
1) 
 
Não, só no meu filho do meio que eu já utilizei, mas nela ainda não. Apertando a 
barriguinha, só apertar mesmo. (MÃE 2) 
 
Já usei com minha outra filha, mas não tenho o hábito. (MÃE 5) 
 
Já tentei algumas vezes, mas nem sei se deu resultado. Porque eu dei o remédio 
junto, então não sei se foi o remédio ou a massagem, entendeu? (MÃE 7) 
 
Só a bicicletinha, uma vez no meu primeiro filho. (MÃE 9) 
 
Não sei se pode chamar de massagem o que eu fiz, eu fazia umas coisas tipo: eu 
ficava apertando a barriga, dobrando as perninhas, às vezes funcionava. (MÃE 10) 
 
 
Para completo bem estar do bebê, o cuidado materno deve se constituir de um 
conjunto de ações que permitam à criança desenvolver-sebem. Neste sentido, a mãe tem 
papel fundamental reconhecendo e interpretando corretamente os sinais que o recém-nascido 
emite (TERRA e OKASAKI, 2006). 
O bebê com cólica segue um padrão regular de alterações comportamentais. Tais 
alterações podem ser explicadas para as mães como forma de ajudar na identificação do 
descoforto sofrido pelo bebê. Entre as manifestações do bebê quando sente cólica, detaca-se o 
choro súbito, inexplicado e inconsolável. Além disso, ele se estica, fica vermelho, vira a 
cabeça para os lados, as mãos ficam crispadas, as coxas fletidas sobre o abdome. Na prática, a 
cólica é frequentemente caracterizada apenas pelo choro sem motivo aparente 
(MURAHOVSCHI, 2003). 
Após a identificação da cólica, as mães podem ser orientadas a intervir com a 
utilização da massagem, já que autores como Nielsen (1989), Walker (2000), Mazon e Araújo 
(2002), Cruz e Caromano (2005) e Motter et al (2010) são unanimes ao afirmar que a 
massagem ajuda o bebê a relaxar, e desta forma diminui as cólicas, além de contribuir 
também na liberação de gases intestinais. 
Por vezes as mães realizam a massagem, sem caracterizar o ato como massagem. Esta 
situação foi percebida na fala de três mães (3/10), elas afirmaram terem “apertado a 
barriguinha” do bebê e duas (2/10) dessas mães que afirmaram ter feito a intervenção 
acreditam que tenha funcionado. 
51 
 
Cruz et al (2008) classifica os efeitos da massagem em 3 categorias: efeitos 
fisiológicos (facilitação do desenvolvimento neurológico, aumento da resistência às doenças, 
auxílio da respiração, na circulação e na digestão, diminuição de dores e relaxamento); efeitos 
psicomotores (facilitação da percepção corporal, da função motora e habilidade de 
coordenação) e efeitos comportamentais (benefício da relação do bebê com os pais e 
familiares, auxílio nas situações de tensão e ansiedade e, ainda, proporciona calma e 
tranquilidade para a criança e seu cuidador). 
Somado a todos os benefícios supracitados (fisiológicos, psicomotores e 
comportamentais), a utilização da massagem como alternativa inicial para alívio de cólicas e 
gases colabora de forma significativa para um consumo reduzido de medicações, já que tem 
potencial para solucionar o desconforto sofrido pelo bebê. Tal idéia é confirmada pela mãe 
que afirmou que a massagem funcionou, já que a criança “soltou muitos gases depois”. 
Através do tato, tem-se a oportunidade de tocar com carinho, de realizar massagens, de 
promover conforto até no simples ato de segurar as mãos. O toque terapêutico, as massagens 
nas mãos, nas costas e na região sacra, pode e devem ser utilizados para alívio da dor 
(SILVEIRA E LEITÃO, 2003). Uma mãe ressaltou que não sabia se pode classificar como 
massagem o que realizou com seu filho, mas afirmou que mexeu na barriga, nas pernas e 
manteve contato tátil. Neste sentido, ela forneceu o conforto através do toque. 
É nesta perspectiva que o uso da massagem como alívio para cólicas e gases é 
importante. Pois é uma prática simples, não invasiva, sem riscos e sem custos. Para a 
realização basta tempo, disposição, paciência e conhecimento da técnica, além de ser uma 
ótima oportunidade de fortalecimento do vínculo mãe-bebê. 
Algumas mães (4/10) afirmaram que nunca utilizaram a massagem, e apresentaram 
justificativas diferentes para tal fato: esquecimento, medo de machucar, desconhecimento, ou 
não ter tido necessidade. 
 
 
Já vi pessoas fazerem, mas nunca fiz. Acho que tenho medo de machucar. (MÃE 3) 
 
Nunca usei, eu esquecia, dava sempre logo o remédio. (MÃE 4) 
 
Nunca usei não, ele ainda não teve gases. (MÃE 6) 
 
Não, nem sabia que massagem resolvia gases. Funciona? (MÃE 8) 
 
 
 
52 
 
Segundo Sato e Nascimento (2000) “o enfermeiro deve observar o contato olho a olho 
entre a mãe e o bebê, se a mãe toca o seu filho, sorri para ele, conversa com ele, preocupa-se 
com ele, atende suas necessidades com rapidez e presteza”. É neste momento em que o 
enfermeiro pode e deve estimular a aprendizagem da técnica de massagem. 
Assim como a mãe que afirmou esquecer-se de usar a massagem e dar logo o remédio 
para a criança, as mães que optam por não utilizar a massagem em seus bebês estão expondo 
seus filhos a possíveis riscos, já que podem recorrer ao uso de métodos menos seguros, como 
o uso de medicação sem orientação profissional adequada. Nesta situação podemos voltar a 
citar os erros da dosagem, reações adversas, além da ocorrência de possíveis alergias aos 
componentes da fórmula do medicamento (BECKHAUSER et al, 2010). 
Em estudo realizado por Piccinini et al (2012), com objetivo de investigar o 
envolvimento materno/paterno nos cuidados do bebê aos três meses de vida, foi constatado a 
insegurança de manipulação do bebê devido ao medo de machucá-lo. Tal fato também pode 
ser observado na resposta de uma mãe, que afirmou que tem medo de utilizar a técnica de 
massagem, pois acha que irá machucar o bebê. 
Por vezes, pode-se observar que a não utilização da massagem é devido ao 
esquecimento ou desconhecimento da técnica. Desta forma, é necessário que as ações de 
enfermagem sejam eficazes a ponto de as mães se sentirem motivadas e seguras quanto à 
utilização de tal alternativa após a alta hospitalar. 
Motter et al (2010), em uma pesquisa quanto ao uso de massagem em bebês 
semanalmente, descreveu como ponto de fragilidade do seu trabalho a falta de assiduidade 
dos pais quanto à realização das massagens domiciliares, o que dificultava a intervenção da 
pesquisa, já que as crianças não reconheciam o toque como algo prazeroso, devido ao pouco 
contato que tinham com a situação. Tal pesquisa fortalece a ideia de que sem o envolvimento 
dos pais, a massagem não será algo prazeroso e benéfico, e se tornará um momento 
desgastante tanto para os pais quanto para a criança. 
Com relação à mãe que afirmou que não teve a necessidade de usar a massagem para 
alívio de cólica e gases, destaco que além de auxiliar na eliminação de gases intestinais e 
diminuição de cólicas intestinais, outros benefícios são atribuídos ao uso constante da 
massagem, tais como: facilitação de ganho de peso, facilitação da resistência às doenças, 
estimulação da digestão, estimulação da circulação sanguínea periférica, relaxamento, além de 
proporcionar maior contato entre pais e o bebê (CRUZ e CAROMANO, 2005; WALKER, 
2000; NIELSEN, 1989). 
 
53 
 
4.1.2. A (IM)POSSIBILIDADE DO USO DA MASSAGEM PELAS MÃES APÓS A 
DEMO
 
 
Na segunda etapa da entrevista, após a demonstração da massagem com as bonecas, 
foi pedida a opinião das mães acerca da técnica demonstrada e se elas achavam que poderiam 
utilizar no domicílio. 
Com base no material empírico produzido nesta segunda etapa da entrevista, emergiu 
a unidade temática: a possibilidade do uso da massagem pelas mães após a demonstração da 
técnica de massagem clássica, com desdobramento em três subunidades: a possibilidade do 
uso da massagem para alívio de cólicas e gases em recém-nascidos, a possibilidade do uso da 
massagem associada às medicações para alívio de cólicas e gases em recém-nascidos e a 
impossibilidade do uso da massagem para alívio de cólicas e gases em recém-nascidos 
 
 
NSTRAÇÃO DA TÉCNICA DE MASSAGEM CLÁSSICA 
4.1.2.1. A possibilidade do uso da massagem para alívio de cólicas e gases em 
recém-nascidos 
 
 
Dentre as mães entrevistadas, a metade (5/10) avaliou o uso da massagem 
positivamente e afirmaram que utilizaria/utilizará em casa após a alta hospitalar, em sua rotina 
de cuidados domiciliares. Algumas já tiveram a experiência de usar com outros filhos, mas o 
fizeram de forma diferente, uma delas disse que achou a técnica completa. Além disso, as 
mães acharam fácil de usar em casa, e vão procurar utilizar porque é uma forma de fazer 
carinho no bebê e reduzir o uso de medicamentos. 
 
 
Bom, ainda não experimentei nela (na filha), mas depois que eu experimentar, se 
funcionar eu voufazer sempre, né? É possível usar em casa antes do banho. (MÃE 
1) 
 
Já usei de outro jeito no meu filho do meio e funcionou, então essa deve funcionar 
também (...) É fácil de usar, dá pra usar em casa. (MÃE 2) 
 
Na verdade vou continuar usando, porque com a minha outra filha eu já usava, mas 
era de um jeito diferente, agora vou usar nesse do jeito que você me ensinou (...) 
Achei a técnica boa, bem completinha (...) Acho que dá pra usar em casa sim, 
porque durante os cuidados com o bebê a gente quer mais é estar juntinho, fazendo 
carinho, e essa massagem pode ajudar a ter esse momento. (MÃE 5) 
 
Bem interessante mesmo. Eu mesma que vou fazer na minha filha, poxa muito legal. 
Vou usar em casa sim, fazer nela e ver se ela melhora (...) gostei que eu não preciso 
encher a menina de remédio, porque criança tem cólica pra caramba. (MÃE 8) 
 
54 
 
Ajuda porque melhora como o bebê solta pum e faz o coco. Vou usar sim porque eu 
que cuido dos meus filhos e fico com eles, e eu gosto de fazer essas coisas, tentar de 
tudo antes de dar o remédio(...) Dá pra usar enquando a gente cuida do neném, a 
gente faz que nem sente (...) não gosto de ficar dando muito remédio não, depois 
fica todo mundo viciado em qualquer coisinha a dar remédio. Não é? (MÃE 10) 
 
 
A massagem tem muitos benefícios, ela estimula diretamente vários sistemas, como os 
sistemas músculoesquelético, nervoso e circulatório, afetando, dessa forma todos os processos 
regulados também por esses sistemas. Além disso, tem sido usada para melhorar ou evitar 
uma variedade de problemas de saúde, não somente nos bebês, mas em todos os grupos 
etários (SATO e NASCIMENTO, 2000). 
Como foi identificado na fala das mães, o uso da massagem é de fácil realização, 
colabora para a aproximação entre mãe e bebê, pois pode proporcionar um momento de afeto, 
e evita o uso indiscriminado de medicação, visto que cólicas e gases são uma ocorrência 
comum em recém-nascidos. 
Tendo em vista os benefícios da massagem e a receptividade das mães com relação ao 
aprendizado da técnica de massagem evidencia-se que durante o atendimento do binômio 
mãe-bebê no ambiente do alojamento conjunto, o enfermeiro pode realizar ações de educação 
em saúde. Tais medidas educativas devem ser voltadas para auxiliar as mães na utilização da 
massagem de modo que colabore de forma adequada para o cuidado do bebê em casa, 
contribuindo para a promoção da saúde da criança. 
A educação em saúde é atualmente compreendida como um processo complexo que 
unindo um conjunto de saberes e práticas diversas, busca proporcionar às pessoas o mais alto 
nível de saúde; além disso, se constitui como instrumento para a promoção da qualidade de 
vida de indivíduos, famílias e comunidades por meio da articulação de saberes técnicos e 
populares (SOUSA et al, 2010). 
O enfermeiro é um profissional que tem como uma das suas principais funções a 
educação dos pacientes, logo este profissional pode transformar o serviço de saúde em local 
propício para a aprendizagem, através de ações educativas em saúde. O importante é que 
diferentes estratégias de educação em saúde sejam utilizadas e criem situações que abordem 
conteúdos que contribuam para a aprendizagem do paciente e possibilitem alguma 
transformação pessoal e social (SOBRAL e CAMPOS, 2012). 
A atuação da enfermagem é reconhecida como uma estratégia determinante no 
enfrentamento dos múltiplos problemas de saúde que afetam as populações e seus contextos 
sociais. O enfermeiro tem destaque, já que é o principal atuante no processo de cuidar por 
meio da educação em saúde (SOUSA et al, 2010). 
55 
 
Com a atitude de conscientizar o paciente – neste caso as mães – o enfermeiro dará 
subsídios para o empoderamento das mães quanto aos cuidados do seu filho em domicílio. 
 
 
4.1.2.2. A possibilidade do uso da massagem associda as medicações para 
alívio de cólicas e gases em recém-nascidos 
 
 
Duas mães (2/10) afirmaram que usariam a técnica em casa, mas uma (1/10) disse que 
a utilização da técnica ocorreria juntamente com a medicação já conhecida por ela, e a outra 
mãe (1/10) que seria uma alternativa, caso não tenha o remédio à disposição. 
 
 
Ah, é um jeito se faltar o remédio né? Vou tentar usar (...). (MÃE 3) 
 
Acho que vou usar até, mas não sozinha, vou dar o remédio junto. É bom que o 
efeito vai ficar mais rápido. Vou usar sempre que der e que eu lembrar também né? 
(MÃE 4) 
 
 
A fala dessas mães nos remete de volta à tona a questão da automedicação, já que elas 
afirmam que usariam em conjunto, além disso, também reafirma a resistência de certas mães 
em aceitar que o uso da massagem, isoladamente, pode resolver o desconforto proporcionado 
pelas cólicas e gases. 
Volto a salientar o que Assencio-Ferreira (2001) diz: “alguns estudos que se 
propuseram a avaliar a eficácia do uso de medicamentos para cólicas em lactentes, convergem 
na mesma opinião: não é possível afirmar que qualquer droga possa eliminar ou aliviar a 
cólica do lactente.”. 
Como comprovação da eficácia da técnica de massagem para o alívio de cólicas e 
gases, no estudo de Mazon e Araújo (2002) em que eles acompanharam um bebê durante dois 
meses e ensinaram à mãe como realizar a massagem no bebê e em intervalos regulares os 
autores concluíram que “quanto às cólicas, conforme constatação da mãe, a massagem 
possibilitou a abolição do uso de medicamentos, tornando-se desta forma um instrumento 
para o alívio das dores do bebê, servindo assim de incentivo para ela dar continuidade à 
massagem”. 
Tendo em vista os estudos realizados, a utilização da massagem é comprovadamente 
eficaz enquanto que a medicação há estudos que questionam a sua eficácia. Mesmo diante do 
exposto, as mães são resistentes quanto ao uso isolado da massagem, ainda que durante a 
demonstração (estratégia utilizada para a orientação em saúde,) elas tenham a oportunidade de 
56 
 
praticarem a técnica previamente em bonecas e sanarem qualquer eventual dúvida que possa 
surgir. 
Portanto, faz-se importante a avaliação constante da eficiência da estratégia que está 
sendo utilizada para educação em saúde. Souza et al (2010) diz que o papel do enfermeiro 
passou do simples ato de orientar ou de impor, para o de favorecer a conscientização das 
pessoas a respeito da situação em que vivem e das consequências de suas escolhas para sua 
saúde. Neste sentido, não basta ensinar a técnica, é preciso avaliar se os meios utilizados estão 
sendo adequados para o alcance dos objetivos traçados. 
Entendendo que o principal objetivo da educação em saúde é promover a saúde para 
que o indivíduo viva com qualidade e seja capaz de se responsabilizar pelo seu autocuidado, o 
processo educacional utilizado deve contemplar uma relação igualitária entre educando e 
educador. Há, assim, a necessidade de incorporar o empoderamento de indivíduos e 
comunidades, tornando-os mais autônomos para fazer escolhas informadas (SOUZA et al, 
2010). 
A ação educativa deve promover a reflexão e compreensão das mães, e outros 
familiares, de como eles poderão atuar de forma determinante na rotina de cuidados da 
criança, utilizando seus conhecimentos e experiências para reconhecer sinais de desconforto 
no bebê que mereçam intervenções adequadas. 
 
 
4.1.2.3. A impossibilidade do uso da massagem para alívio de cólicas e gases 
em recém-nascidos 
 
 
Mesmo após a demonstração da técnica, algumas mães (2/10) mostraram-se inseguras 
para utilizar a técnica em casa. Elas temem fazer algo errado, pois acharam que a realização 
da técnica é difícil e afirmaram ainda que precisariam de mais tempo para treinar. 
 
 
Ela é bem simples, e parece que ajuda mesmo o bebê. Não sei se usaria em casa, 
porque sozinha acho que eu vou ficar com medo de fazer errado. (MÃE 3) 
 
É bem legal o jeito de fazer, mas achei um pouco difícil. Não sei se usaria em casa, 
e se eu erro? Fico insegura, mas vou tentar, prometo (...) Vou precisar treinar mais,mas é legal o jeito de fazer. (MÃE 6) 
 
 
O profissional de saúde necessita compreender a mulher e o seu contexto para ajudá-la 
no cuidado direcionado ao seu filho, ou seja, o enfermeiro não pode desconsiderar o cuidado 
cultural materno e suas experiências passadas, como, também, não devem considerar-se o 
57 
 
detentor do saber técnico e científico, e sim articular essas vertentes com objetivo de tornar 
benéfico o cuidado ao recém-nascido (MAIA e SILVA, 2012). 
É nesta perspectiva que o ensino da massagem para alívio de cólicas e gases em 
recém-nascidos visa promover saúde dos mesmos após a alta hospitalar, então se torna 
fundamental saber orientar a mãe da forma adequada, utilizando meios para que essa 
orientação seja eficaz. A avaliação da efetividade da orientação feita merece destaque neste 
contexto, já que as duas mães afirmaram ter medo de realizar as manobras da massagem 
sozinhas. 
Sato e Nascimento (2000) ressaltam que “a massagem não é um protocolo rígido que 
os pais devem aprender e executar sem alterações. Ao contrário, eles precisam entender que o 
objetivo principal da massagem é o contato regular, mutuamente apreciado, com o seu bebê.” 
A técnica que é demonstrada para a mãe segue três passos: 1. Deslizamento das mãos 
entre a borda inferior do gradio costal e crista ilíaca superior em ambos os lados; 2. 
Abarcamento do abdomên da criança, com leve pressão feita pela ponta dos dedos e 3. 
Amassamento do centro do abdomên, onde a cicatriz umbilical deve ficar posicionada no 
centro da palma da mão. Essas manobras devem ser repetidas por 15 a 20 minutos, ou até que 
a criança suporte (WALKER, 2000). 
Durante a explicação, o passo a passo é ensinado e demonstrado, porém como já foi 
exposto, a massagem não é um passo a passo rígido em que alterações não podem ser feitas. A 
massagem deve ser inserida aos poucos na rotina do bebê, e deve ser um momento de prazer e 
não de tortura. Cabe cada mãe decidir o melhor jeito e momento para fazer a massagem no 
seu próprio filho, de modo que seja prazeroso para ambos. 
Outro fator que foi citado como dificuldador para a realização da massagem é a volta 
da mãe ao trabalho. 
 
 
Quando dá eu uso sim, mas nem sempre porque eu vou voltar a trabalhar e ele não 
vai ficar comigo direto, mas se der eu vou fazer, claro. (MÃE 9) 
 
 
Deve-se atentar ao fato de que todas as mães têm direito à licença maternidade 
(Aprovada na Constituição Federal de 1988, no capítulo II, art. 7º e inciso XVIII, a licença 
concede 120 dias de afastamento da nova mãe sem prejuízo ao emprego e ao salário), porém 
nem todas são contribuintes da previdência social ou tem contrato regulamentado, o que é pré-
requisito para que se consiga a licença remunerada (BRASIL, 1988). Tal fato pode ser o 
58 
 
determinante para a volta da mãe ao emprego antes do tempo previsto, o que interfere 
diretamente no tempo que a mãe dispensará no cuidado do seu filho. 
Em casos em que a mãe não será quem passará a maior parte do tempo com seu filho, 
as práticas educativas em saúde podem ser ampliadas ao seu círculo social e se estender a 
quem ficará responsável pelo cuidado da criança. 
 Para que a educação em saúde seja efetiva, é de fundamental importância que a 
realidade em que o indivíduo está inserido seja levada em consideração, como afirma Alves e 
Aerts (2011) “a educação popular é aquela que reconhece que os educandos são sujeitos 
construtores de seus conhecimentos e que essas construções partem, necessariamente, de suas 
vidas e da realidade em que estão inseridos.”. 
Portanto, como medida para incentivar a maior utilização da massagem no cuidado 
domiciliar, é importante envolver as outras pessoas que participarão dos cuidados do bebê 
durante a demonstração da técnica de massagem tais como avós, tias, irmãs e outros que 
podem estar auxiliando no cuidado do recem-nascido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
Ao longo deste estudo de caráter descritivo e exploratório com abordagem qualitativa, 
foi possível identificar os métodos conhecidos e utilizados pelas mães para alívio de cólicas e 
gases em recém-nascidos e a (im)possibilidade do uso da massagem pelas mães após a 
demonstração da técnica de massagem clássica. 
A utilização da entrevista semiestruturada realizada com as mães internadas no setor 
do alojamento conjunto juntamente com seus filhos em um Hospital Universitário do Estado 
do Rio de Janeiro apontou quais métodos eram conhecidos, quais eram utilizados, entre eles a 
massagem, e ainda permitiu analisar a possibilidade de utilização da massagem para alívio de 
cólicas e gases em recém-nascidos pelas mães após a demonstração da técnica. 
O conhecimento das mães acerca de métodos para alívio de cólica e gases foi 
diversificado. A utilização de medicamentos demonstra a forte cultura quanto ao uso de 
medicamentos, por muitas vezes, sem a orientação adequada. Além disso, também foi 
evidenciado o uso de chás, funchicórea, posicionamento da barriga do bebê com a barriga da 
mãe, e ainda o uso de movimentação das perninhas do bebê com movimentos de 
“bicicletinha”. 
Quanto ao uso de métodos, foi destacado o uso de medicação, colocar a barriga do 
bebê com a barriga da mãe, a associação de medicação e posição barriga com barriga, além da 
associação de massagem com medicação. O uso da medicação pelas mães era priorizado em 
relação à tentativa de técnicas menos prejudiciais à saúde do bebê. Tal fato demonstrou a 
resistência das mães em aceitarem que a massagem por si só é capaz de resolver as cólicas e 
gases de seu bebê, dispensando assim o uso de medicamentos destinados a tal finalidade. 
A prática de massagem (de modalidades diferentes) foi evidenciada no cuidado 
materno, no qual as mães acreditam em sua resolutividade quanto ao uso da técnica para 
alívio de cólicas e gases. É sempre válido lembrar que o uso da massagem colabora para um 
60 
 
consumo reduzido de medicações já que a demonstração, aprendizado e uso da técnica 
pelas mães são eficazes e não traz danos ao bebê. 
Foi possível perceber que as mães conhecem a massagem. A massagem é de fácil 
utilização e basta que a mãe seja estimulada, tenha incentivo e orientações adequadas para 
aumentar as possibilidades de que a técnica seja aprendida e utilizada de forma a ser inserida 
na rotina de cuidados maternos com o bebê. 
Com a demonstração da técnica de massagem, constatou-se ainda que as mães foram 
receptivas ao aprendizado da técnica, portanto é sugerido que exista um profissional 
capacitado a realizar orientações e guiar o aprendizado da mãe relativo à técnica de 
massagem. 
Como fatores que podem impossibilitar a utilização da massagem para aliviar as 
cólicas e gases foram citados o esquecimento, o medo da manipulação do bebê. Desta forma, 
é evidenciada a importância de a orientação em saúde ser feita de forma minuciosa e eficaz de 
modo que as mães possam ao final da orientação se sentir seguras quanto a uso domiciliar da 
técnica. O profissional que guia o aprendizado do o uso da técnica deve estar apto e 
disponível para sanar todas as dúvidas das mães referentes ao uso da massagem. 
Ainda outro fato foi citado como obstáculo à utilização da massagem: a volta da mãe 
ao trabalho. Tal fato reforça que as orientações de saúde não devem ser restritas ao paciente, e 
devem se estender ao acompanhante, cuidadores e círculo social do paciente para que a 
orientação feita possa ser desfrutada ao máximo por todos. 
O enfermeiro tem capacidade científica e técnica necessárias para apropriar-se dos 
conceitos da massagem para bebês e desta forma auxiliar as mães no manejo adequado às 
situações adversas em que o recém-nascido pode estar inserido no seu dia a dia. 
Os enfermeiros e outros profissionais de saúde que atuam nos cuidados das mães 
durante o pré-natal, puerpério e puericultura podem inserir durante orientações educativas em 
saúde o ensinoda massagem para as mães. A massagem é relaxante e resolutiva, desta forma 
alivia o desconforto desse bebê, trazendo benefícios para ambos (mãe e bebê) com a sua 
utilização. 
 Durante a permanência da mãe no alojamento conjunto, onde esta começa a aprender 
como cuidar e lidar com o seu filho, é uma oportunidade que deve ser aproveitada pelos 
profissionais, em especial o enfermeiro, para o ensino da técnica de massagem para alívio de 
cólicas e gases para as mães. 
Neste sentido, como contribuição desde estudo para a Enfermagem fica a proposta da 
utilização da técnica de massagem pelas mães em domicílio antes da utilização da medicação 
61 
 
para alívio de cólicas e gases, onde o ensino da técnica seria feito pelo Enfermeiro que atua no 
pré-natal, e principalmente pelo Enfermeiro que acompanha esta mãe no puerpério e 
puericultura, já que este profissional tem contato também com o bebê e auxilia diretamente 
em seus cuidados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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8. APÊNDICES 
 
 
 
 
 
 
 
68 
 
8.1. APÊNDICE 1 – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 
 
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO 
Título do Projeto: O USO DA MASSAGEM PARA ALÍVIO DE CÓLICAS E GASES EM RECÉM - 
NASCIDOS: contribuições da enfermagem. 
Pesquisador Responsável: Liliane Faria da Silva e Elizia Moraes Ramos 
Instituição a que Pertence o Pesquisador Responsável: Universidade Federal Fluminense 
Telefone para contato: (21) 91928931 e (21) 7969-3559 
Nome do voluntário: _________________________________________________________ 
Idade: ________ anos R.G. ____________________________ 
 
O(A) Sr. (ª) está sendo convidado(a) a participar do projeto de pesquisa “O USO DA MASSAGEM PARA 
ALÍVIO DE CÓLICAS E GASES EM RECÉM-NASCIDOS: contribuições da enfermagem”, de 
responsabilidade da pesquisadora Profª Drª. Liliane Faria da Silva. Os objetivos da pesquisa são: 1) Identificar os 
métodos que as mães conhecem e utilizam para alívio de cólicas e gases em recém-nascidos e 2) Analisar a 
possibilidades de aplicação da técnica de massagem clássica para alívio de cólicas e gases pelas mães. Apresento 
como justificativa a escassez de relatos da atuação de enfermagem nessa prática, sendo então uma lacuna de 
conhecimento onde a enfermagem pode estar consolidando noções e saberes acerca da massagem terapêutica de 
forma a favorecer sua assistência e auxiliar nos cuidados da mãe após a alta hospitalar além de que a ocorrência 
de distúrbios intestinais como cólicas e gases podem ocorrer independente de classe social, sexo ou peso ao 
nascer. Logo, o uso da massagem terapêutica como prevenção ou tratamento inicial pode ser amplamente 
utilizado, caso o cuidador do bebê esteja apto à realização de forma adequada. Serão realizadas entrevistas semi 
estruturadas que serão gravadas através de um gravador de áudio. Todo o material gerado (gravação de voz e 
transcrição das falas) que será utilizado nesta pesquisa ficará arquivado sob a guarda do pesquisador por 5 
(cinco) anos, em sua própria residência, em uma pasta de arquivo pessoal destinada para essa finalidade e após 
esse período do material será incinerado. Esta pesquisa não produzirá danos ou riscos a você, seu filho e sua 
família. Quanto aos benefícios, esta pesquisa visa como contribuição o aprendizado de uma técnica simples que 
pode ser utilizada a qualquer momento para o alivio inicial de cólicas e gases intestinais, dispensando num 
primeiro momento a utilização de medicamentos. E também ajudará o enfermeiro como uma nova forma de 
cuidado a ser utilizado no dia-a-dia dos cuidados de enfermagem. Caso necessite, poderão ser marcados 
encontros para respostas ou esclarecimentos de qualquer dúvida acerca da pesquisa. A retirada do consentimento 
e permissão de realização do estudo pode ser feita a qualquer momento, sem que isso traga prejuízos, visto que a 
participação é voluntária. Os resultados da pesquisa serão tornados públicos em trabalhos e/ou revistas 
científicas. Será mantido o caráter confidencial de todas as informações relacionadas à privacidade do 
participante da pesquisa. Este documento será elaborado em duas vias, sendo uma retida pelo representante legal 
do sujeito da pesquisa e uma arquivada pelo pesquisador. 
Eu,_________________________________________________, RG nº _________________ declaro ter sido 
informado e concordo em participar, como voluntário, do projeto de pesquisa acima descrito. 
 
Niterói, _____ de ____________ de _______ 
 
 
 
Participante da pesquisa-voluntário) (Responsável por obter o consentimento) 
 
 
(Testemunha) (Testemunha) 
 
69 
 
 
8.2. APÊNDICE 2 – ROTEIRO DA ENTREVISTA 
 
 
 
IDENTIFICAÇÃO 
 
Nome da mãe: 
Idade: 
Pseudônimo: 
Escolaridade: 
Numero de Gestações: 
Número de filhos: 
 
 
 
PERGUNTAS: 
 
ANTES DA DEMONSTRAÇÃO DA MASSAGEM 
 
1. Quais os métodos que você conhece para alívio de cólicas e gases? 
2. Quais os métodos você utiliza para alívio da cólica e gases de seu bebê? 
3. Você já utilizou a massagem alguma vez? 
 
APÓS A DEMONSTRAÇÃO DA MASSAGEM 
4. Fale um pouco sobre essa técnica que eu demonstrei? Você acredita que é possível usar a 
massagem em casa? Por quê? 
5. Como que o uso da massagem pode ajudar/aliviar os cólicas e gases do bebê em casa? 
Você acha que vai usar? Em que momento? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9. ANEXO 
71 
 
9.1. PARECER CONSUBSTANCIADO DO COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA 
 
 
 
 
 
 
72 
 
 
73

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