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Aula 01
Direitos Humanos - 2022 (Curso Regular)
Autor:
Ricardo Torques, Equipe Materiais
Carreiras Jurídicas
22 de Dezembro de 2021
Bons estudos -Bons Estudos
 
 
 
Sumário 
Considerações Iniciais ........................................................................................................................................ 5 
Características dos Direitos Humanos ............................................................................................................... 5 
1 - Superioridade Normativa (e norma jus cogens) ...................................................................................... 5 
2 - Historicidade ............................................................................................................................................. 8 
3 - Universalidade......................................................................................................................................... 10 
4 - Relatividade ............................................................................................................................................. 14 
5 - Irrenunciabilidade ................................................................................................................................... 15 
6 - Inalienabilidade ....................................................................................................................................... 16 
7 - Imprescritibilidade .................................................................................................................................. 17 
8 – Interdependência (ou complementariedade) ......................................................................................... 18 
9 - Caráter erga omnes................................................................................................................................. 20 
10 - Exigibilidade .......................................................................................................................................... 21 
11 - Abertura ................................................................................................................................................ 21 
12 - Aplicabilidade imediata (efetividade) ................................................................................................... 22 
13 - Dimensão objetiva ................................................................................................................................ 24 
14 - Proibição do retrocesso (efeito cliquet) ................................................................................................ 25 
15 - Eficácia horizontal ................................................................................................................................. 26 
Dimensões dos Direitos Humanos ................................................................................................................... 29 
1 - Primeira Dimensão dos Direitos Humanos ............................................................................................. 30 
2 - Segunda Dimensão dos Direitos Humanos ............................................................................................. 31 
3 - Terceira Dimensão dos Direito Humanos ................................................................................................ 33 
4 - Quarta e Quinta Dimensões dos Direitos Humanos ............................................................................... 34 
4.1 - Quarta Dimensão dos Direitos Humanos ............................................................................................................... 34 
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4.2 - Quinta Dimensão dos Direitos Humanos ............................................................................................................... 34 
Afirmação histórica dos Direitos Humanos...................................................................................................... 40 
1 - Período Axial ........................................................................................................................................... 41 
2 - Reino Davídico, Democracia Ateniensee e República Romana ............................................................... 42 
3 - Baixa Idade Média .................................................................................................................................. 43 
4 - Século XVII ............................................................................................................................................... 43 
5 - Independência Americana e Revolução Francesa ................................................................................... 45 
6 - Reconhecimento dos Direitos Humanos sociais de caráter econômico e social ..................................... 46 
7 - Primeira fase de internacionalização dos Direitos Humanos ................................................................. 47 
8 - Evolução dos Direitos Humanos a partir de 1945 ................................................................................... 47 
A sacralidade da pessoa e a dignidade humana .............................................................................................. 50 
1 - Sacralidade: Iluminismo versus cristianismo .......................................................................................... 50 
2 - Estrutura Normativa ............................................................................................................................... 50 
2.1 - Dignidade da pessoa humana................................................................................................................................. 52 
2.2 - Democracia ............................................................................................................................................................. 54 
2.3 - Razoabilidade-proporcionalidade .......................................................................................................................... 54 
Os direitos naturais do jusnaturalismo racional e do contratualismo moderno e os direitos fundamentais do 
juspositivismo ................................................................................................................................................... 55 
1 - Jusnaturalismo ........................................................................................................................................ 55 
2 - Juspositivismo ......................................................................................................................................... 56 
2.1 - Reale ....................................................................................................................................................................... 58 
2.2 - Kelsen ..................................................................................................................................................................... 59 
2.3 - Hart ......................................................................................................................................................................... 60 
2.4 - Habermas ............................................................................................................................................................... 61 
3 - Pós-positivismo ....................................................................................................................................... 61 
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4 -de surgimento dessa dimensão são: 
1. Revolução Gloriosa na Inglaterra, em 1688; 
2. Independência dos Estados Unidos, em 1776; e 
3. Revolução Francesa de 1789. 
No campo dos estudiosos, aponta-se como marco teórico a obra “O Contrato Social” de Jean-Jacques 
Rousseau e o “Segundo Tratado sobre o Governo” de Jonh Locke, os quais afirmam que os homens possuem 
determinados direitos que não podem ser suprimidos pelos governantes e que, se desrespeitados, 
representam um governo arbitrário, violador de Direitos Humanos. 
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Por fim, identificam-se como marcos jurídicos dessa dimensão: 
1. Constituição dos EUA, de 1787; e 
2. Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão redigida na França, em 1789. 
Sobre os direitos civis, leciona Sidnei Guerra9: 
Os civis são aqueles que, mediante garantias mínimas de integridade física e moral, bem assim 
de correção procedimental nas relações judicantes entre os indivíduos e o Estado, asseguram 
uma esfera de autonomia individual de modo a possibilitar o desenvolvimento da personalidade 
de cada um. 
Já em relação aos direitos políticos, discorre o autor10: 
No que tange aos direitos políticos, que encontram seu núcleo no direito de votar e ser votado, 
a seu lado se reúnem outras prerrogativas decorrentes daqueles status, como o direito de 
postular um emprego público, de ser jurado ou testemunha, de prestar o serviço militar e até de 
ser contribuinte. 
2 - SEGUNDA DIMENSÃO DOS DIREITOS HUMANOS 
Essa geração compreende os direitos relacionados à igualdade, abrangendo os direitos sociais, direitos 
econômicos e os direitos culturais, em razão da evolução do Estado Liberal para o Estado Social. 
Ao contrário da dimensão anterior, os direitos de segunda dimensão são notadamente prestacionais. Vale 
dizer, os Estados passaram a ser obrigados a atuar positivamente para assegurar os direitos sociais, 
econômicos e culturais. 
Em termos políticos, o que se percebeu na época em que tais direitos foram reclamados é que apenas a 
liberdade não era suficiente para garantir a dignidade das pessoas. Era necessária, também, uma atuação 
estatal para corrigir eventuais distorções ocorridas na sociedade em razão, principalmente, da primazia do 
poder econômico. 
 
 
9 GUERRA, Sidney. Direitos Humanos: curso elementar, p. 63. 
10 GUERRA, Sidney. Direitos Humanos: curso elementar, p. 63. 
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Dois são os marcos históricos relevantes desse período: 
1. Revolução Mexicana, em 1910; e 
2. Revolução Russa, em 1917, que culminou com o comunismo da URSS. 
Evidencia-se como marco teórico a “Encíclica Rerum Novarum”, de autoria do Papa Leal XIII, em 1891. Outro 
documento importante é o “Manifesto do Partido Comunista” de Karl Marx e de Frederich Engels, de 1848. 
Ambos indicaram a necessidade de dar mais atenção às questões sociais e uma melhor distribuição das 
riquezas. A Encíclica papal, inclusive, mostrou-se contra arbitrariedades cometidas pelos empregadores em 
detrimento da classe operária, especialmente em relação às condições precárias de emprego e de exploração 
do trabalho da mulher e de crianças e adolescentes. 
Em relação aos marcos jurídicos, a doutrina aponta a: 
1. Constituição Mexicana, de 1917, considerada o primeiro texto constitucional a proclamar direitos 
sociais; e 
2. Constituição de Weimar na Alemanha, de 1919, outra referência no trato dos direitos socais. 
Sobre os direitos sociais, econômicos e culturais, Sidnei Guerra11 os conceitua do seguinte modo: 
Os direitos sociais seriam aqueles necessários à participação plena na vida da sociedade, 
incluindo o direito à educação, a instituída a família, à proteção à maternidade e à infância, ao 
lazer e à saúde etc. Os direitos econômicos destinam-se a garantir um padrão mínimo de vida e 
segurança material, de modo que cada pessoa desenvolva suas potencialidades. Os direitos 
culturais dizem respeito ao resgate, estímulo e preservação das formas de reprodução cultural 
das comunidades, bem como à participação de todos nas riquezas espirituais comunitárias. 
 
 
11 GUERRA, Sidney. Direitos Humanos: curso elementar, p. 64. 
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Das Coisas Novas
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Nota
A encíclica trata de questões levantadas durante a revolução industrial e as sociedades democráticas no final do século XIX. Leão XIII apoiava o direito dos trabalhadores de formarem sindicatos, mas rejeitava o socialismo e o capitalismo irrestrito, enquanto defendia os direitos à propriedade privada.
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Promulgada em 11 de agosto de 1919, a Constituição de Weimar foi uma das primeiras do mundo a prever direitos sociais, que incluíam normas de proteção ao trabalhador e o direito à educação.
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3 - TERCEIRA DIMENSÃO DOS DIREITO HUMANOS 
A terceira dimensão dos Direitos Humanos envolve os direitos de solidariedade (ou fraternidade), 
abrangendo os direitos difusos e coletivos. Constituem, na realidade, os direitos assegurados às pessoas em 
geral. 
Essa é uma das dimensões mais importantes para a nossa disciplina, uma vez que, ao final da 2ª Guerra 
Mundial, as discussões acerca da própria compreensão do ser humano se modificaram. Em razão das 
atrocidades decorrentes das grandes guerras e dos regimes antissemitas, a sociedade passou a compreender 
a necessidade de se assegurar ao máximo a proteção da dignidade da pessoa. 
Nesse sentido vejamos os ensinamentos de Rafael Barretto12: 
A característica central dos direitos não estará relacionada com o papel do Estado, mas sim com 
o fato de serem direitos reconhecidos ao homem pela mera condição humana, direitos 
pertencentes à Humanidade, independentemente de qualquer condicionamento quanto à 
origem, etnia, sexo ou qualquer outro fator que configure uma discriminação. 
Assim, os direitos de terceira dimensão englobam, por exemplo, os direitos relacionados ao meio ambiente 
e a proteção jurídica do consumidor. Perceba que tanto em um como em outro caso, a proteção se destina 
à coletividade, pois abrange todos que podem ser afetados pelos descuidos ambientais e por práticas ilegais 
e abusivas nas relações de consumo. 
 
O marco histórico, portanto, dessa dimensão é o Pós-2ª Guerra Mundial e o surgimento da Organização das 
Nações Unidas em 1945. 
Não há uma obra ou estudioso em específico para esse período, devemos considerar que o marco teórico 
dessa geração são os trabalhos acadêmicos que visam à proteção universal e solidária da humanidade. 
Por fim, quanto ao marco jurídico destaca-se a Declaração Universal dos Direitos Humanos, criada pela 
Assembleia Geral da ONU, em 1948. 
 
 
12 BARRETTO, Rafael. Direitos Humanos, p. 41. 
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Quanto aos referenciais jurídicos, não confundam: 
 
 
Essas seriam, portanto, as três dimensões dos Direitos Humanos que 
remetem aos ideais da Revolução Francesa, quais sejam: liberdade, 
igualdade e fraternidade. 
 liberdade: 1ª Dimensão dos Direitos Humanos 
 igualdade: 2ª Dimensão dos Direitos Humanos 
 fraternidade: 3ª Dimensão dos Direitos Humanos. 
4 - QUARTA E QUINTA DIMENSÕES DOS DIREITOS HUMANOS 
Alguns doutrinadores de relevo no estudo da matéria afirmam existir a quarta e a quinta dimensões dos 
Direitos Humanos. Devemos saber, inicialmente, que essas dimensões não são consenso na doutrina, mas, 
por vezes, aparecem em provas. 
4.1 - Quarta Dimensão dos Direitos Humanos 
Paulo Bonavides compreende que a quarta dimensão dos Direitos Humanos envolve a tutela da democracia, 
do direito à informação e o pluralismo político que, em última análise, é a dignidade das pessoas na vivência 
em sociedade. Entende o autor que democracia, informação e pluralismo políticos são mecanismos para 
máxima efetivação dos Direitos Humanos. 
4.2 - Quinta Dimensão dos Direitos Humanos 
Por fim, Paulo Bonavides enuncia que existe, ainda, a quinta dimensão dos Direitos Humanos, responsável 
pelo direito à paz, principalmente em decorrência de atentados terroristas como “11 de Setembro de 2001”, 
que assolou a comunidade internacional e impingiu o medo de novos atentados e ataques contra a paz 
mundial. 
Vejamos, ainda, uma questão sobre esse assunto: 
• Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789; e1º DIMENSÃO
• Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948.3º DIMENSÃO
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(VUNESP - 2015) Assinale a alternativa que corretamente disserta sobre aspectos conceituais dos 
direitos humanos em sua evolução histórica. 
a) Os direitos fundamentais da primeira dimensão são marcados pela alteração da sociedade por 
profundas mudanças na comunidade internacional, identificando-se consequentes alterações nas 
relações econômico-sociais, sobretudo na sociedade de massa, fruto do desenvolvimento tecnológico 
e científico. 
b) Os direitos da quinta dimensão são direitos transindividuais que transcendem os interesses do 
indivíduo e passam a se preocupar com o gênero humano, com altíssimo teor de humanismo e 
universalidade, inserindo-se o ser humano em uma coletividade que passa a ter direitos de 
solidariedade ou de fraternidade. 
c) A evidenciação de direitos sociais, culturais e econômicos, correspondendo aos direitos de 
igualdade, sob o prisma substancial, real e material, e não meramente formal, mostra-se marcante nos 
documentos pertencentes ao que se convencionou classificar como segunda dimensão dos direitos 
humanos. 
d) Os direitos humanos da terceira dimensão marcam a passagem de um Estado autoritário para um 
Estado de Direito e, nesse contexto, o respeito às liberdades individuais, em uma perspectiva de 
absenteísmo estatal, fruto do pensamento liberal-burguês do século XVIII. 
e) Os direitos de quarta dimensão, ou direitos de liberdade, têm como titular o indivíduo, são oponíveis 
ao Estado, traduzem-se como faculdades ou atributos da pessoa e ostentam uma subjetividade que é 
seu traço mais característico, sendo, assim, direitos de resistência ou oposição ao Estado. 
Comentários 
A presente questão envolve a discussão a respeito das dimensões dos direitos humanos. Trata-se de 
uma questão completa e aprofundada. Vejamos cada uma das alternativas. 
A alternativa A está incorreta. A primeira dimensão retrata dos direitos civis e políticos. Caracterizam-
se por serem direitos negativos, que impõem abstenção estatal. Na alternativa fala-se em mudança 
nas relações econômico-sociais, o que remete aos direitos sociais, econômicos e culturais, condizentes 
com a segunda dimensão dos direitos. Ademais, de forma incoerente, fala-se também em direitos 
relacionados com o desenvolvimento tecnológico e científico, característicos dos direitos de quarta 
dimensão. 
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A alternativa B também está incorreta. Os direitos humanos de quinta dimensão – segunda a doutrina 
de Paulo Bonavides – retrata os direitos relacionados à paz e decorrem dos eventos terroristas, com 
marco no 11 de Setembro. A alternativa refere-se também aos direitos de solidariedade e de 
fraternidade, característico dos direitos de terceira dimensão. 
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Os direitos de segunda dimensão constituem a 
igualdade em sentido material, suplantando a mera igualdade formal, garantida pela primeira 
dimensão dos direitos. Ademais, os direitos de segunda dimensão abrangem os direitos relacionados 
aos direitos sociais, econômicos e culturais. 
A alternativa D está incorreta. A alternativa retrata os direitos de primeira dimensão, como 
comentamos na primeira alternativa, e não os direitos de terceira dimensão. 
A alternativa E está igualmente incorreta. Novamente a alternativa tratou dos direitos de primeira 
dimensão, e não dos direitos de quarta dimensão. 
Sobre as dimensões dos direitos, lembre-se: 
 
Para finalizar essa parte da matéria, vamos tecer duas considerações. 
Primeira, o esquema abaixo representa bem a ideia de sobreposição de acontecimentos históricos que 
vieram a causar a expansão da proteção da dignidade das pessoas. 
1ª Dimensão direitos civis e políticos
2ª Dimensão direitos sociais, econômicos e culturais
3ª Dimensão direitos de solidariedade ou de fraternidade
4ª Dimensão direito à democracia, à informação e ao pluralismo
5ª Dimensão direito à paz
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Como bem ilustra o esquema acima, é possível perceber que a cada passo avante da sociedade, maior é a 
proteção da dignidade da pessoa. 
Segunda, finalizamos um dos pontos mais importantes da aula de hoje. Como forma de auxiliar a fixação 
dessas informações, sugerimos a revisão periódica do assunto, de acordo com o quadro-síntese abaixo. 
 1ª DIMENSÃO DOS DIREITOS 
HUMANOS 
2ª DIMENSÃO DOS DIREITOS 
HUMANOS 
3ª DIMENSÃO DOS DIREITOS 
HUMANOS 
direitos direitos civis e políticos direitos sociais, culturais 
e econômicos 
direitos difusos e coletivos 
associação 
ao lema da 
Revolução 
Francesa 
Liberdade igualdade fraternidade 
marco 
histórico 
➢ Revolução Gloriosa na 
Inglaterra 
➢ Independência dos EUA 
➢ Revolução Francesa 
➢ Revolução Mexicana 
➢ Revolução Russa 
➢ Pós-2ª Guerra Mundial 
➢ Surgimento da ONU 
marco 
teórico 
➢ “Segundo Tratado sobre 
o Governo” (John Locke) 
➢ “O Contrato Social” 
(Jean-Jacques Rousseau) 
➢ “Encíclica Rerum 
Novarum” (Papa Leão 
XIII) 
➢ “Manifesto do Partido 
Comunista” (Karl Marx e 
Frederich Engels” 
➢ trabalhos acadêmicos 
que visem à proteção 
universal e solidária da 
humanidade 
marco 
jurídico 
➢ Constituição Americana 
de 1787 
➢ Declaração Francesa dos 
Direitos do Homem e do 
Cidadão de 1789 
➢ Constituição Mexicana 
de 1917 
➢ Constituição de 
Weimar de 1919 
Declaração Universal dos 
DireitosHumanos, de 1948 
1ª Dimensão dos Direitos Humanos 
2ª Dimensão dos Direitos Humanos
3ª Dimensão dos Direitos Humanos
4º Dimensão dos Direitos Humanos
5ª Dimensão dos Direitos Humanos
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evolução da 
sociedade 
passagem do Estado 
Absolutista para o Estado 
Liberal 
passagem do Estado 
Liberal para o Estado 
Social 
Revolta da sociedade 
contra as atrocidades das 
guerras mundiais 
exemplo direito à liberdade de 
expressão 
direito à saúde direito ao meio ambiente 
 
 4ª DIMENSÃO DOS DIREITOS 
HUMANOS 
5ª DIMENSÃO DOS DIREITOS HUMANOS 
direitos Tutela da democracia, do 
direito à informação e o 
pluralismo político (Paulo 
Bonavides) 
Direito à Paz 
marco 
histórico 
Lei de Biossegurança (Lei 
11.105/2005) 
11 de Setembro 
 
Vejamos duas questões, ante a frequência do assunto em provas! 
 
(FEPESE - 2013) Assinale a alternativa correta acerca da classificação dos Direitos Humanos em 
gerações. 
a) Os direitos de liberdade são classificados como de primeira geração. 
b) Os direitos sociais ou de igualdade são classificados como de quarta geração. 
c) A segunda geração de direito compreende os direitos de liberdade. 
d) A terceira geração de direitos é marcada pelos direitos tecnológicos, como a bioética. 
e) A segunda geração de direitos envolve aqueles denominados fraternos, como o meio ambiente 
ecologicamente equilibrado 
Comentários 
Lembre-se: 
1ª Dimensão: direitos civis e políticos 
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2ª Dimensão: direitos sociais, econômicos e culturais 
3ª Dimensão: direitos de solidariedade ou de fraternidade 
4ª Dimensão: direito à democracia, à informação e ao pluralismo 
5ª Dimensão: direito à identidade individual, ao patrimônio genérico e à proteção contra o abuso das 
técnicas de clonagem e à paz 
Logo, a alternativa A é a correta e gabarito da questão. 
1. Vejamos mais uma questão sobre o tema: 
(VUNESP - 2013) Na evolução dos direitos humanos, costumam-se classificar, geralmente, as gerações 
dos direitos em três fases (Eras dos Direitos), conforme seu processo evolutivo histórico. 
Assinale a alternativa que representa, correta e cronologicamente, essa classificação. 
a) Direitos civis; direitos políticos; direitos fundamentais. 
b) Igualdade; liberdade; fraternidade. 
c) Direitos individuais; direitos coletivos; direitos políticos e civis. 
d) Direitos civis e políticos; direitos econômicos e sociais; direitos difusos. 
e) Liberdades positivas; liberdades negativas; direitos dos povos. 
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Podem sintetizar as primeiras três dimensões da seguinte forma: 
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Portanto, correta a alternativa D. 
AFIRMAÇÃO HISTÓRICA DOS DIREITOS HUMANOS 
O estudo da afirmação histórica dos Direito Humanos remete à análise dos fatos históricos que levaram ao 
surgimento de direitos e de garantias protetivos da dignidade das pessoas. Vimos que os Direitos Humanos 
são históricos e que foram criados de acordo com a evolução da sociedade. Assim, estudar a afirmação 
histórica dos Direito Humanos é estudar a história dessa disciplina. 
Segundo Norberto Bobbio, os direitos humanos não nascem “de uma vez por todas”, mas estão, segundo 
leciona Hannah Arendt, em processo de constante reconstrução. 
No Brasil, o autor referência para o estudo da história dos Direitos Humanos é Fábio Konder Comparato, que 
possui uma obra de 600 páginas, aproximadamente, apenas sobre esse assunto. Como esse autor é 
considerado frequente em provas, vamos sintetizar, neste tópico, os principais marcos históricos 
relacionados em sua obra, sempre de forma didática e objetiva. 
Ao iniciar sua obra, discorre o referido autor13: 
O que se trata, nestas páginas, é a parte mais bela e importante de toda História: a revelação de 
que todos os seres humanos, apesar das inúmeras diferenças biológicas e culturais que os 
distinguem entre si, merecem igual respeito, como únicos entes no mundo capazes de amar, 
 
 
13 COMPARATO, Fábio Konder. Afirmação Histórica dos Direitos Humanos, p. 13. 
1ª D: direitos 
civis e políticos
2ª D: direitos 
econômicos e 
sociais
3ª D: direitos 
difusos e 
coletivos
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descobrir a verdade e criar a beleza. É o reconhecimento universal de que, em razão dessa radical 
igualdade, ninguém – nenhum indivíduo, gênero, etnia, classe social, grupo religioso ou nação – 
pode afirmar-se superior aos demais. 
Para que compreendamos a afirmação histórica dos Direitos Humanos vamos as denominadas “grandes 
etapas históricas na afirmação dos Direitos Humanos”. São acontecimentos relevantes que marcaram a 
evolução da nossa matéria. 
Como o assunto é, na realidade, de História, com a pretensão de facilitar o entendimento vamos estudar o 
tema de forma sistemática e organizada, lançando apenas as informações consideradas primordiais para a 
sua prova. Isso permitirá que você tenha uma noção global de como se deu o desenvolvimento histórico para 
a formação da nossa disciplina. 
Duas observações iniciais, a respeito dos momentos históricos, são importantes. 
Primeira, a compreensão de determinados direitos como humanos é, em regra, fruto da “dor física e do 
sofrimento moral”. Melhor explicando, a cada momento histórico com registro de atrocidades, guerras e 
surtos de violência, a sociedade se sensibiliza e dá um passo adiante na afirmação dos direitos humanos. 
Segunda, em regra, a afirmação de determinado direito humano é acompanhada de grandes descobertas 
científicas ou invenções técnicas, conforme ensina Fábio Konder Comparato. 
Essas observações ficarão bastante claras à medida que avançarmos no estudo do curso histórico dos direitos 
humanos. 
1 - PERÍODO AXIAL 
Primeiramente vamos compreender o termo “axial”. Axial refere-se a eixo. Vale dizer que o período axial dos 
direitos humanos é o eixo sobre o qual se desenvolve a disciplina Direitos Humanos. São as primeiras 
manifestações que levam ao surgimento e desenvolvimento dos direitos dos quais tratamos em Direitos 
Humanos. 
Compreendido entre VIII a.C e II a.C., esse período levou à formação daquilo que conhecemos por 
humanidade. 
O século VIII a.C. marca o INÍCIO do período axial, quando os estudiosos estabeleceram princípios e diretrizes 
fundamentais da vida. 
Em seguida, no século V a.C. nasce a filosofia, que marca uma evolução: a passagem do saber mitológico 
para o saber da razão. Antes, as coisas eram fantásticas, tudo o que existia era fruto da criação dos deuses. 
Com a filosofia, o homem passou a exercer um papel crítico e racional na realidade, não mais apegado à 
mitologia. 
Em razão dessa mudança de postura, o homem passou a ser o centro das discussões. Dito de outra forma: 
as pessoas passaram a ser objeto de análise e de reflexão. 
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Isso não quer dizer que deixou de existir a mitologia ou religião, mas com o tempo ela foi adaptada, de modo 
que passou a se cultuar, por exemplo, antepassados, pessoas com modelos éticos para orientar o 
comportamento das novas gerações. 
Nesse período houve a aproximação e a compreensão mútua entre os diversos povos que compunham as 
comunidades da época. 
Assim leciona Fábio Konder Comparato14 sobre esse período: 
É a partir do período axial que, pela primeira vez na História, o ser humano passa a ser 
considerado, em sua igualdade essencial, como ser dotado de liberdade e razão, não obstante as 
múltiplas diferenças de sexo, raça, religião ou costumes sociais. 
Ainda dentro dessa fase inicial cujo pensamento é direcionado ao homem, destaca-se o Código de Hamurábi 
(século XVIII a.C), entre cujas regras é possível encontrar normas, ainda que rudimentares, de proteção aos 
direitos das pessoas, direitos humanos. 
2 - REINO DAVÍDICO, DEMOCRACIA ATENIENSEE E REPÚBLICA 
ROMANA 
A consciência histórica dos Direitos Humanos remonta ao desenvolvimento de mecanismos de limitação do 
poder político. Em regra, os governantes criavam leis para justificar seu poder, contudo, nas sociedades 
abaixo referidas, o poder político encontrava-se subordinado. 
 Reino de Davi (século XI e X a.C): subordinação dos governantes à lei divina. 
Os governantes não criam o direito para justificar o exercício de seu poder, pelo contrário, estão 
submetidos a um conjunto de princípios e normas superiores (de caráter divino). 
 Democracia ateniense (século VIII a.C): sociedade subordinada à lei e com ativa participação popular 
no processo político. 
 República Romana: há limitação do poder político por meio da instituição de um complexo sistema 
de controles recíprocos entre os diversos órgãos. 
Em suma, todas essas sociedades caracterizam-se pela LIMITAÇÃO DO PODER POLÍTICO e possuem 
importância na consolidação dos Direitos Humanos. 
 
 
14 COMPARATO, Fábio Konder. Afirmação Histórica dos Direitos Humanos, p. 19. 
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3 - BAIXA IDADE MÉDIA 
O início da Idade Média (denominada de Alta Idade Média) é marcada pelo esfacelamento do poder político 
e econômico, em razão da instauração do feudalismo. 
Contudo, a partir do século XI, houve o início de um movimento de retomada, no qual grupos dominantes 
passaram a pretender o controle político da sociedade medieval. Assim, os governantes, já na Baixa Idade 
Média, passaram a centralizar o poder político em suas mãos, o que implicou uma série de pressões de outros 
segmentos da sociedade contra abusos dessa reconstrução do poder político. 
Dois são os documentos marcantes dessa época: 
1. Declaração das Cortes de Leão de 1188; e 
2. Magna Carta de 1215. 
Esses diplomas, em síntese, foram capazes de assegurar, no surgimento dos direitos humanos, o valor 
liberdade. Essa liberdade, contudo, era específica e em favor de determinados estamentos da sociedade. 
Em suma: nesse período despontou A LIBERDADE COMO MANIFESTAÇÃO INICIAL DOS DIREITOS 
HUMANOS. 
4 - SÉCULO XVII 
Esse período é caracterizado pelo que a doutrina denomina de “crise de consciência”, no qual os estudiosos 
e pensadores da época passaram a questionar o poder político. 
Ao lado das revoluções científicas da época, houve o renascimento dos ideais republicanos e democráticos, 
intensificando-se o sentimento de liberdade e de resistência ao poder absolutista. 
Por conta disso, esse período é marcado pelo estatuto das liberdades pessoais, com destaque para: 
1. criação do habeas corpus; e 
2. Bill of Rights de 1689. 
Em suma: nesse período despontou o ESTATUTO DAS LIBERDADES PESSOAIS, guardando íntima relação com 
a temática dos Direitos Humanos. 
Vejamos uma questão sobre esse assunto: 
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Declaração das Cortes de Leão (1188): luta dos senhores feudais contra a tendência de centralização de poderes nas mãos do Rei.

As Cortes de Leão celebradas em 1188 desenvolveram-se no começo do reinado de Afonso IX no claustro da Basílica de Santo Isidoro, tal como se encontra registado numa comunicação do monarca ao Arcebispo de Compostela. Nestas primeiras cortes foram incorporados representantes da camada popular, os cidadãos.
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A Carta Magna ou Magna Carta foi um documento que garantia certas limitações do poder do rei em relação aos nobres ingleses. É considerado o primeiro documento constitucional do mundo ocidental e precursor dos Direitos Humanos.
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A Declaração de Direitos de 1689 foi um documento elaborado pelo Convention Parliament, formado após a fuga de Jaime II diante da chegada das tropas de Guilherme III em território britânico, no momento que ficou conhecido como REVOLUÇÃO GLORIOSA
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(MPT - 2015) Sobre a evolução histórica dos direitos humanos, assinale a alternativa CORRETA: 
a) O Bill of Rights dos Estados Unidos da América consiste em um rol de direitos fundamentais inserido 
na Declaração de Independência proclamada por Thomas Jefferson em 1776, posteriormente 
incorporado aos Artigos da Confederação. 
b) O Bill of Rights dos Estados Unidos da América constitui-se de normas originárias constantes da 
Constituição aprovada na Convenção da Filadélfia em 1787. 
c) O Bill of Rights dos Estados Unidos da América foi inserido somente em 1791 na Constituição 
americana, sob a forma de emendas constitucionais. 
d) O Bill of Rights formalmente não é uma norma federal nos Estados Unidos da América, mas sim uma 
interpretação extensiva da Declaração de Direitos da Virginia promovida pela jurisprudência da 
Suprema Corte americana. 
e) Não respondida. 
Comentários 
Essa questão é extremamente maldosa! 
Sabemos que o Bill Of Rights constitui uma declaração de direitos de liberdade (de expressão, política 
e de tolerância religiosa). Trata-se de um documento que surgiu no Reino Unido em 1689 e possui 
grande relevância para a afirmação histórica dos Direitos Humanos. 
Contudo, não é desse documento que trata a questão. Ela refere-se ao Bill of Rights DOS ESTADOS 
UNIDOS DA AMÉRICA, que é o nome dado às primeiras 10 emendas à Constituição dos EUA de 1787. 
Esse documento caracteriza-se por conter direitos básicos do cidadão em face do Estado, porém não 
se confunde com Bill os Rigths que estudamos acima. 
Portanto, a alternativa C é a correta e gabarito da questão. 
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5 - INDEPENDÊNCIA AMERICANA E REVOLUÇÃO FRANCESA 
Esse período é denominado por Fábio Konder Comparato15 como a “certidão de nascimento dos Direitos 
Humanos”, tendo em vista que houve o reconhecimento solene de que todos os homens são iguais, com 
mesmos direitos perante a sociedade. 
Dois são os documentos de destaque: 
1. Declaração de Independência dos EUA de 1776; e 
2. Declaração dos Direitos Homem e do Cidadão de 1789. 
Esse período marca o ressurgimento da democracia, que objetivou a defesa da classe burguesa contra o 
regime de privilégios e de governo irresponsável. Esse movimento foi fundamental para a consolidação da 
democracia, dos direitos de cidadania e da melhoria das condições de vida da sociedade.Em suma: nesse período desponta-se LEGITIMIDADE DEMOCRÁTICA, DIREITOS DE CIDADANIA E TENTATIVA 
DE MUDANÇA DAS CONDIÇÕES DE VIDA como manifestações dos Direitos Humanos. 
Vejamos mais uma questão interessantíssima: 
 
(FCC - 2015) Analise as assertivas a seguir. 
I. “Os droits de l'homme, os direitos humanos, são diferenciados como tais dos droits du citoyen, dos 
direitos do cidadão. Quem é esse homme que é diferenciado do citoyen? Ninguém mais ninguém 
menos que o membro da sociedade burguesa." 
II. “Mulher, desperta. A força da razão se faz escutar em todo o Universo. Reconhece teus direitos. O 
poderoso império da natureza não está mais envolto de preconceitos, de fanatismos, de superstições 
e de mentiras. A bandeira da verdade dissipou todas as nuvens da ignorância e da usurpação. O homem 
escravo multiplicou suas forças e teve necessidade de recorrer às tuas, para romper os seus ferros. 
Tornando-se livre, tornou-se injusto em relação à sua companheira." 
 
 
15 COMPARATO, Fábio Konder. Afirmação Histórica dos Direitos Humanos, p. 62. 
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São autores, respectivamente, dos excertos críticos à Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão: 
a) Karl Marx e Simone de Beauvoir. 
b) Jean-Jacques Rosseau e Olympe de Gouges. 
c) Karl Marx e Olympe de Gouges. 
d) Jean-Jacques Rosseau e Simone de Beauvoir. 
e) Robespierre e Hannah Arendt. 
Comentários 
Temos aqui uma questão dificílima, mas que ilustra bem o nosso estudo. Em face disso, vamos 
comentá-la no material. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão marca a Revolução 
Francesa e é fundamental na afirmação histórica dos Direitos Humanos. 
Embora seja reconhecido como documento fundamental de Direitos Humanos, há autores que criticam 
o documento. Na questão, a FCC explorou justamente isso. Ela quer saber, em cada um dos itens, quais 
são os críticos referidos. 
Acreditamos que uma questão tal como essa é difícil de aparecer em provas. As provas de Defensor 
Público do Estado de São Paulo caracterizam-se por serem as mais difíceis do Brasil na matéria. Assim, 
se nós soubermos até o que eles estão cobrando lá, não teremos dificuldade nenhuma em nossa prova. 
No primeiro item temos um excerto de Karl Marx crítico ferrenho da burguesia e do sistema capitalista 
desenvolvido após a Revolução Francesa. Notem que o excerto deixa claro que a Declaração de Direitos 
do Homem é feita para “uma espécie de homem”, o burguês. 
Em relação ao segundo item, temos uma citação de Gouges. Sem necessidade de nos aprofundarmos 
muito a respeito do tema, Marie Gouze (conhecida como Gouges) foi uma feminista revolucionária. 
Defendia os direitos das mulheres e criou uma obra denominada “Declaração dos Direitos da Mulher 
e da Cidadã”, em crítica à autoridade masculina e à relação desigual travada na Declaração. 
Desse modo, a alternativa C é a correta e gabarito da questão. 
6 - RECONHECIMENTO DOS DIREITOS HUMANOS SOCIAIS DE 
CARÁTER ECONÔMICO E SOCIAL 
A intensa defesa da liberdade e das igualdades que permeavam o discurso após a Revolução Francesa e a 
Revolução Americana tornou-se inútil para a crescente e numerosa classe de trabalhadores. 
Isso levou ao surgimento do socialismo de modo que, entre as contribuições para os Direitos Humanos, 
destaca-se o reconhecimento dos direitos de caráter econômico e social. 
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Marie Gouze (conhecida como Gouges) foi uma feminista revolucionária.
Defendia os direitos das mulheres e criou uma obra denominada “Declaração dos Direitos da Mulher
e da Cidadã”, em crítica à autoridade masculina e à relação desigual travada na Declaração.
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Em suma: DECORRENTE DA OPRESSÃO À CLASSE TRABALHADORA, O SOCIALISMO VIABILIZOU O 
RECONHECIMENTO DE DIREITOS ECONÔMICOS E SOCIAIS COMO HUMANOS. 
7 - PRIMEIRA FASE DE INTERNACIONALIZAÇÃO DOS DIREITOS 
HUMANOS 
Essa fase remonta o início do século XIX e perdura até o final da 2ª Guerra Mundial. 
Três são setores de destaque: 
1. direito humanitário, que culminou com um conjunto de leis para evitar o sofrimento de soldados 
prisioneiros, doentes e feridos, bem como da população atingida por conflitos bélicos. Destaca-se 
esse setor pela Convenção de Genebra de 1864, que fundou a Cruz Vermelha. 
2. luta contra a escravidão, cujo documento de destaque é o Ato Geral da Conferência de Bruxelas de 
1890; e 
3. regulação dos direitos dos trabalhadores, com a criação da OIT em 1919. 
Em suma: esse período é marcado pelo DIREITO HUMANITÁRIO, PELA LUTA CONTRA A ESCRAVIDÃO E PELA 
REGULAÇÃO DOS DIREITOS DOS TRABALHADORES. 
8 - EVOLUÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS A PARTIR DE 1945 
Esse período que se inicia ao emergir a 2º Guerra Mundial e perdura até os dias atuais. O período caracteriza-
se pela preocupação da humanidade com o valor da vida, em especial após atrocidades e barbáries das 
guerras mundiais. Afirma a doutrina que há preocupação com o valor supremo da dignidade. 
A partir desse período, houve o aprofundamento e a definitiva internacionalização dos Direitos Humanos, 
envolvendo não apenas os direitos individuais, mas também os direitos de natureza civil e política, direitos 
de conteúdo econômico e social. 
Em suma: esse período denota O RECONHECIMENTO DA DIGNIDADE COMO VALOR SUPREMO. 
Com isso finalizamos, baseados nos ensinamentos de Fábio Konder Comparato, os principais eventos 
históricos que marcam a afirmação dos Direitos Humanos. Como é de hábito em nossa aula, vejamos uma 
síntese do analisado nesse capítulo. 
 
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AFIRMAÇÃO HSTÓRICA DOS DIREITOS HUMANOS 
Constitui a análise dos principais eventos históricos que, de algum modo, contribuíram para o 
desenvolvimento e para a afirmação dos Direitos Humanos. Tais eventos, em regra estão relacionados a: 
o Atrocidades, guerras e surtos de violência; ou 
o Descobertas científicas ou invenções técnicas. 
PERÍODO OBSERVAÇÕES 
PERÍODO AXIAL Marca a passagem do pensamento filosófico, que passa a ser 
centrado no ser humano, reconhecendo que o homem é o centro das 
atenções. 
REINO DAVÍDICO, DEMOCRACIA 
ATENIENSE E REPÚBLICA ROMANA 
Constituem formas políticas nas quais o poder político encontra-se 
subordinado à lei, seja por interesse divino (Reino de Davi), por 
interesse democrático (Atenas) ou pela estrutura segmentada e 
organizada da sociedade (Roma). 
BAIXA IDADE MÉDIA Marca a reação de setores da sociedade contra a retomada do poder, 
exigindo o respeito a direitos de liberdade. 
- Declaração das Cortes de Leão de 1188; e 
 - Magna Carta de 1215. 
SÉCULO XVII Marca o renascimento de ideais republicanos e democráticos, com 
destaque para o sentimento de liberdade e de resistência a governos 
absolutistas: 
- criação do habeas corpus 
- Bill Of Rights 
INDEPENDÊNCIA AMERICANA E 
REVOLUÇÃO FRANCESA 
Período que marca o nascimento dos Direitos Humanos, com 
despontamento da legitimidade democrática, resguardo aos direitos 
de cidadania e valorização da dignidade. 
- Declaração de Independência dos EUA; e 
- Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. 
RECONHECIMENTO DOS DIREITOS 
HUMANOS SOCIAIS DE ECONÔMICOS E 
SOCIAIS 
Marca a reação da classe operária e difusão do pensamento socialista,que viabilizou o reconhecimento dos direitos econômicos e sociais 
como Direitos Humanos. 
PRIMEIRA FASE DE 
INTERNACIONALIZAÇÃO DOS DIREITOS 
HUMANOS 
Marca o surgimento do Direito Humanitário (Cruz Vermelha) – 
vertente dos Direitos Humanos – a luta contra a escravidão (Ato Geral 
da Conferência de Bruxelas), bem como a regulação dos direitos 
trabalhistas (criação da OIT) 
EVOLUÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS A 
PARTIR DE 1945 
Marca a efetiva internacionalização dos Direitos Humanos, com o 
reconhecimento da dignidade da pessoa como valor supremo. 
Por fim, vejamos uma questão para sedimentar o que aprendemos: 
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(VUNESP - 2014) Considerando a evolução histórica e cronológica dos direitos humanos em âmbito 
internacional, pode-se afirmar que existiram três marcos históricos fundamentais. São eles: 
a) o jusnaturalismo, a promulgação da Constituição dos Estados Unidos da América e a independência 
do Brasil. 
b) a queda do Império Romano, a queda da Bastilha, na França, e a criação da Organização das Nações 
Unidas. 
c) o Iluminismo, a Revolução Francesa e o término da Segunda Guerra Mundial. 
d) o totalitarismo, a queda de Hitler e a Promulgação da Constituição Brasileira de 1988. 
e) a criação da Igreja Católica, o constitucionalismo e o fim da Primeira Guerra Mundial. 
Comentários 
Analisando as alternativas, excluímos a alternativa A, pois o jusnaturalismo constitui um movimento 
que é utilizado como fundamento dos Direitos Humanos e não como marco histórico evolutivo da 
matéria. Do mesmo modo, a independência do Brasil naõ possui significado na evolução dos Direitos 
Humanos. 
A alternativa B está incorreta, pois embora as outras duas referências sejam relevantes, a queda do 
Império Romano não trouxe consequências importantes para a evolução da disciplina. 
A alternativa D também está incorreta, internamente a CF possui relevância em relação aos direitos 
fundamentais, contudo, não pode ser considerada marco histórico da evolução dos Direitos Humanos. 
Quanto ao totalitarismo e a queda de Hitler não podemos vinculá-los diretamente como marcos da 
nossa disciplina. 
A alternativa E também não pode ser o gabarito, pois, embora a Igreja Católica seja fundamental na 
divulgação dos valores cristãos de respeito à pessoa, não é marco da evolução da disciplina. E, quanto 
ao constitucionalismo, é um movimento jurídico que influenciou indiretamente na internalização de 
Direitos Humanos. 
Portanto, a alternativa C é a correta e gabarito da questão. 
 
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A SACRALIDADE DA PESSOA E A DIGNIDADE HUMANA 
1 - SACRALIDADE: ILUMINISMO VERSUS CRISTIANISMO 
O estudo da sacralidade da pessoa e da dignidade, requer a compreensão da estrutura normativa dos 
Direitos Humanos. Veremos o porquê. 
Mas e o que seria a dita “sacralidade da pessoa e da dignidade” frente à estrutura 
supramencionada? 
Como o edital trouxe especificamente este ponto, cumpre tecer algumas pontuações. 
Essa discussão tomou corpo com a obra de Hans Hoas intitulada “A sacralidade da pessoa”. O autor busca 
discutir, em verdade, a fundamentação histórica da disciplina. Para alguns os Direitos Humanos surgem com 
o iluminismo, quando o homem é colocado como o centro das atenções, ao invés de Deus. Para outros que 
se defende aqui, os Direitos Humanos surgem da tradição judaico-cristã. 
Qual é a tese adotada pelo autor? 
NENHUMA! Isso mesmo, o autor busca romper com uma ou outra posição teórica para compreender que os 
Direitos Humanos surgem de um profundo processo de “sacralização da pessoa”. A pessoa torna-se uma 
instituição sagrada, não em razão da ideologia cristã necessariamente, envolve o desenvolvimento político, 
o pensamento cristão, o desenvolvimento da ciência, a evolução cultural da sociedade. Todos esses fatores 
levaram à sacralização da pessoa e da dignidade, o que resultou no surgimento e consolidação dos Direitos 
Humanos e, posteriormente, com a normatização da dignidade para a defesa da pessoa como uma 
instituição sagrada. 
Vejamos, portanto, como que se estrutura a normatização da dignidade da pessoa em face da relevância que 
o tema alçou na comunidade internacional. 
2 - ESTRUTURA NORMATIVA 
Os direitos humanos apresentam uma característica marcante: possuem estrutura normativa aberta. 
E que o seria uma estrutura normativa aberta? 
Estudamos em Direito Constitucional que as normas jurídicas compreendem regras e princípios. 
As regras são enunciados jurídicos tradicionais, que preveem uma situação fática e, se esta ocorrer, haverá 
uma consequência jurídica. Por exemplo, se alguém violar o direito à imagem de outrem (fato), ficará 
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responsável pela reparação por eventuais danos materiais e morais causados à pessoa cujas imagens foram 
divulgadas indevidamente (consequência jurídica). 
Os princípios, por sua vez, segundo ensinamentos de Robert Alexy, são denominados de “mandados de 
otimização”, porque constituem espécie de normas que deverão ser observados na maior medida do 
possível. 
Parece difícil, mas não é! Prevê art. 5º, LXXVIII, da CF, que a todos será assegurada a razoável duração do 
processo. Esse é um princípio! Não há aqui definição de até quanto tempo será considerado como duração 
razoável, para, se ultrapassado esse prazo, aplicar a consequência jurídica diretamente. Não é possível dizer, 
de antemão, se um, cinco ou 10 anos é um prazo razoável. Por se tratar de princípio, deve-se procurar, na 
melhor forma possível, fazer com que o processo se desenvolva de forma rápida e satisfatória às partes. 
Por conta disso, um processo trabalhista, que comumente envolve direito de caráter alimentar, deve 
tramitar mais rápido (mais célere) quando comparado a um processo-crime, por exemplo. É importante 
resolvê-lo rapidamente, para que o empregado tenha acesso aos créditos decorrentes em razão da natureza 
alimentícia. No processo penal, para uma completa defesa do réu, é necessário que o processo seja 
burocrático, atentando-se a diversos detalhes, que tornam o procedimento mais demorado. É importante 
decidir com cuidado, para evitar injustiça, porque uma condenação infundada é muito prejudicial. 
Não há, portanto, como definir um prazo, a priori, no qual o processo seja considerado tempestivo. Assim, 
fala-se em mandado de otimização, uma vez que o princípio da celeridade deve ser observado na medida do 
possível e de acordo com as circunstâncias específicas. 
As regras, por sua vez, são aplicadas a partir da técnica da subsunção, ou seja, se ocorrer a situação de fato 
haverá a incidência da consequência jurídica prevista. Ou a regra aplica-se àquela situação ou não se aplica 
(técnica do “tudo ou nada”). Para os princípios, ao contrário, a aplicação pressupõe o uso da técnica de 
ponderação de interesses, pois a depender da situação fática assegura-se com maior ou menor amplitude o 
princípio (técnica do “mais ou menos”). Retornando ao exemplo, para o processo do trabalho, o decurso de 
2 anos poderá implicar violação ao princípio da celeridade; para o processo crime o decurso de 5 anos não 
implicará, necessariamente,violação do mesmo princípio. 
 
 
REGRAS
mandados de determinação
aplicado por subsunção
técnica do "tudo ou nada"
PRINCÍPIOS
mandados de otimização
aplicado por ponderação de interesses
técnica do "mais ou menos"
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E qual a importância disso tudo para os Direitos Humanos? 
A estrutura normativa dos Direitos Humanos é formada principalmente por um conjunto de princípios. 
Numa situação prática, você pode se defrontar com trabalho em condições tão degradantes e precárias que, 
embora não configurem escravidão no próprio sentido da palavra, permitirão afirmar que aquela situação 
se assemelha à condição análoga de escravo, de acordo com os princípios e regras envolvidos. São situações 
em que há tentativa de se mascarar a realidade dos fatos, impondo-se ao empregado jornadas extenuantes, 
cobrança de valores exorbitantes a título de moradia e ou de instrumentos para o trabalho, entre outros 
abusos. 
Além disso, em termos normativos, devemos frisar que tanto as regras como os princípios são considerados 
espécie de normas, logo possuem normatividade. Hoje não é mais aceita a ideia clássica de que os princípios 
constituem tão somente instrumentos interpretativos e orientadores da aplicação do direito. Essa é apenas 
uma das funções dos princípios. 
 
 
A partir dessa característica peculiar que se revela na estrutura normativa dos Direitos Humanos, podemos 
identificar alguns princípios fundamentais na consolidação da disciplina: 
➢ Dignidade da pessoa humana; 
➢ Democracia; 
➢ Razoabilidade-proporcionalidade. 
Vamos analisá-los, de forma objetiva, em separado. 
2.1 - Dignidade da pessoa humana 
A dignidade deve ser considerada como valor base de todo e qualquer ordenamento jurídico. Pauta-se na 
ideia de uma conduta justa, moral e democrática, de modo que a pessoa é colocada no centro das regras 
jurídicas. Justamente devido a sua importância, a dignidade é colocada como base fundamental do direito 
interno de qualquer Estado ou mesmo internacional. 
NORMAS JURÍDICAS
regras princípios
ESTRUTURA NORMATIVA DOS DIREITOS 
HUMANOS
possuem normatividade aberta, com 
maior incidência de princípios que de 
regras
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Não é possível estabelecer um conceito único de dignidade. Para fins de prova, devemos ter em mente que 
a dignidade constitui um valor ético, por intermédio do qual a pessoa é considerada sujeito de direitos e 
obrigações, que devem ser assegurados para garantir a personalidade, os quais são garantidos pela simples 
existência. 
Nesse contexto, veja o conceito de André de Carvalho Ramos16: 
Assim, a dignidade humana consiste na qualidade intrínseca e distintiva de cada ser humano, 
que o protege contra todo tratamento degradante e discriminação odiosa, bem como assegura 
condições materiais mínimas de sobrevivência. Consiste em atributo que todo indivíduo possui, 
inerente à sua condição humana, não importando qualquer outra condição referente à 
nacionalidade, opção política, orientação sexual, credo etc. 
Com base no conceito acima, é possível identificar dois elementos que caracterizam a dignidade da pessoa 
humana: 
1º → elemento negativo: vedação à imposição de tratamento discriminatório, ofensivo ou 
degradante; e 
2º → elemento positivo: busca por condições mínimas de sobrevivência, da qual decorre a ideia de 
mínimo existencial. 
Para encerrar esse tópico vamos abordar os “usos possíveis” do termo “dignidade humana”. Trata-se de uma 
análise pautada no pensamento de André de Carvalho Ramos17, mas que possui relevância porque é 
construída a partir da jurisprudência do STF. 
Para o autor é possível identificar os seguintes usos do termo: 
USO DO TERMO NA 
FUNDAMENTAÇÃO 
(EFICÁCIA POSITIVA). 
A dignidade da pessoa é utilizada como fundamento para a criação jurisprudencial de 
novos direitos, a exemplo do “direito à busca da felicidade”. 
USO DO TERMO NA 
INTERPRETAÇÃO 
ADEQUADA. 
Ao abordar determinado tema, a dignidade da pessoa é utilizada como parâmetro 
interpretativo. Por exemplo, ao tratar da celeridade da prestação jurisdicional, a 
dignidade é alcançada, de acordo com a jurisprudência do STF, quando a prestação 
jurisdicional é tempestiva. 
USO DO TERMO PARA 
IMPOR LIMITES AO ESTADO. 
A dignidade assume na jurisprudência papel limitador da atuação estatal, a exemplo da 
limitação do uso de algemas. 
 
 
16 RAMOS, André de Carvalho. Curso de Direitos Humanos, São Paulo: Editora Saraiva, 2014 (versão digital). 
17 RAMOS, André de Carvalho. Curso de Direitos Humanos, São Paulo: Editora Saraiva, 2014 (versão digital). 
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USO DO TERMO PARA 
SUBSIDIAR A PONDERAÇÃO 
DE INTERESSES. 
Na técnica de aplicação dos princípios a dignidade é ventilada, nos julgados do STF, para 
determinar a prevalência de um princípio em relação ao outro. Foi utilizada tal 
interpretação para afastar o trânsito em julgado de uma ação de paternidade. Vale dizer, 
em nome da dignidade, prestigia-se o direito à informação genérica em detrimento da 
segurança jurídica decorrente da coisa julgada. 
Por fim, embora constitua o centro axiológico do nosso ordenamento jurídico, devemos tomar cuidado com 
a banalização do termo, pois, quando tudo encontra fundamento na dignidade humana, esse valor nada 
servirá para determinar. 
2.2 - Democracia 
A democracia também é fundamental na estrutura principiológica dos Direitos Humanos, na medida em que 
somente em Estados democráticos é possível cogitar o exercício de direitos. 
A democracia relaciona-se com o exercício da soberania popular, sendo conceituada pela doutrina18 como: 
A qualidade máxima do poder extraída a da soma dos atributos de cada membro na sociedade 
estatal, encarregado de escolher os seus representantes no governo por meio do sufrágio 
universal e do voto direto, secreto e igualitário. 
A democracia envolve a noção de cidadania e de coletividade, por intermédio da qual a pessoa deixa de ter 
uma visão egoística, para se importar com valores éticos e justos, com o objetivo de assegurar o respeito 
aos direitos mais básicos da coletividade. 
2.3 - Razoabilidade-proporcionalidade 
A inclusão da razoabilidade e da proporcionalidade como critério interpretativo proporciona uma abertura 
de valores na aplicação do Direito. O operador do Direito não deve se limitar à subsunção (aplicação do fato 
à norma). Há, evidentemente, uma série de princípios e valores a serem aplicados ao caso concreto que irão 
reclamar um juízo de ponderação. Esse juízo tão melhor será quanto mais razoável e proporcional for a 
interpretação. Não é uma tarefa fácil, mas que releva a pretensão de se conferir real importância aqueles 
direitos que possuem fundamental relevância, ante o emaranhado de normas jurídicas do ordenamento. 
Além de conduzirem a melhor opção do intérprete, a razoabilidade e proporcionalidade evitam 
interpretações esdrúxulas, contrária aos fundamentos do ordenamento jurídico.18 BULOS, Uadi Lammêgo; Constituição Anotada, 5º edição, São Paulo: Editora Saraiva, 2003, p. 480. 
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OS DIREITOS NATURAIS DO JUSNATURALISMO RACIONAL E 
DO CONTRATUALISMO MODERNO E OS DIREITOS 
FUNDAMENTAIS DO JUSPOSITIVISMO 
Vamos reunir, neste ponto, a análise do jusnaturalismo, juspositivismo, pós-positivismo e veremos também 
algumas correntes não juspositivistas relevantes. 
O edital ao mencionar esses pontos traz, em verdade, assuntos de filosofia do Direito. De toda forma, a fim 
de atender eventuais necessidades de prova, vamos tratar desses pontos, ainda que de forma objetiva. 
1 - JUSNATURALISMO 
Para a corrente jusnaturalista o direito é uno, imutável, inato e independe da vontade do Estado. A lei 
representa a razão humana. 
 
 
O jusnaturalismo associou-se ao iluminismo e impulsionou as grandes revoluções liberais do séc. XVIII, em 
nítida oposição ao absolutismo. 
O auge dessa corrente de pensamento ocorreu com a edição das primeiras constituições escritas e 
codificações de leis. Entre elas destaca-se o Código Civil Francês de 1804 (Código Napoleônico). Contudo, o 
jusnaturalismo sofre com a ascensão do modelo positivista do pensamento. 
De acordo com a doutrina, o jusnaturalismo não se manifestou apenas na Idade Média, há autores com 
pensamentos jusnaturalistas na antiguidade, com a defesa da razão, e na era moderna com o pensamento 
de Hugo Grotius. 
CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PARA O JUSNATURALISMO
universal imutável inato independente
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Em síntese, Hugo Grotius definiu o direito natural como o julgamento efetuado segundo a própria natureza 
das coisas, distinguindo as coisas boas das más. 
 
 
Como o autor era apegado a concepções religiosas dividiu o Direito em dois grupos: 
1º GRUPO → jus voluntarium: direito decorrente da vontade divina ou humana 
2º GRUPO → jus naturale: direito decorrente da natureza do homem, que é destinado criar regra para 
conviver em sociedade. 
2 - JUSPOSITIVISMO 
A corrente positivista, como o nome indica, é fundada na lei. Segundo os defensores do positivismo, a lei 
formada pelo procedimento correto é válida, independentemente de ser justa ou moral. 
A Escola da Exegese é precursora do positivismo jurídico. O objetivo dessa corrente do pensamento jurídico 
foi a de estabelecer um direito positivo e sistemático. O Direito, portanto, deveria ser criado conforme o 
interesse das pessoas. Uma vez escrito, competia ao jurista apenas aplicá-lo em conformidade com a lei 
escrita. 
Ao definir a vinculação do intérprete à lei, essa escola marcou o surgimento do positivismo jurídico. 
De acordo com o Norberto Bobbio podemos fixar os seguintes caracteres fundamentais da Escola da Exegese: 
 Inversão das relações tradicionais entre o direito natural e direito positivo; 
 Concepção rigidamente estatal do direito, segundo a qual jurídicas são exclusivamente as normas 
postas pelo Estado. Tal concepção implica no princípio da onipotência do legislador; 
 A interpretação da lei fundada na intenção do legislador. É perfeitamente coerente os postulados 
fundamentais da escola da exegese: se o único direito é aquele contido na lei, compreendida como 
manifestação escrita da vontade do Estado, torna-se então natural conceber a interpretação do 
DIREITO NATURAL
distingue as coisas boas das 
más segundo a própria 
natureza
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direito como a busca da vontade do legislador naqueles casos (obscuridade ou lacuna da lei) nos quais 
ela não deflui imediatamente do próprio texto legislativo, e todas as técnicas hermenêuticas; 
 O culto do texto da lei, pelo qual o interprete deve ser rigorosamente - e, podemos dizer, 
religiosamente - subordinado às disposições dos artigos do Código; 
 E o respeito pelo princípio de autoridade; a tentativa de demonstrar a justeza ou verdade de uma 
proposição. O recurso ao princípio da autoridade é, entretanto, ainda comumente praticado no 
campo do direito, e tal princípio é de máxima importância para compreender a mentalidade e o 
comportamento jurídicos. 
Dessas bases surge o positivismo. 
Logo, o positivismo explica o Direito a partir do estudo das normas positivas. Assim, somente é Direito aquilo 
que é posto pelo Estado. 
 
 
A origem do positivismo jurídico remonta o positivismo filosófico. Para o positivismo filosófico a ciência é a 
única verdade, e o conhecimento se funda em experiências e observações. 
O positivismo surge também como crítica ao jusnaturalismo. Afirma-se que o jusnaturalismo é acientífico, 
sem fundamento e metafísico. Esses fatores geram dificuldades, de forma que a adoção da corrente 
positivista é a mais adequada. Para os positivistas o ordenamento jurídico é completo, sem lacunas que não 
possam ser preenchidas pelo próprio ordenamento jurídico. 
Isso confere estabilidade ao Direito e supremacia à lei, que é fonte de regra estatal, sem vinculações 
subjetivas ou religiosas. 
Lembre-se... 
POSITIVISMO estuda o direito a partir das regras
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A crítica que se faz ao positivismo é a desvinculação com a ética. 
Entre os autores positivistas, destacam-se: 
• Miguel Reale (tridimensionalidade) 
• Hans Kelsen (Teoria pura do Direito) 
• Herbert Hart (O conceito de Direito) 
• Habermas (Direito e Democracia) 
2.1 - Reale 
Miguel Reale representa o pensamento da corrente juspositivista eclética, associado à Escola Histórica do 
Direito, segundo a qual o direito representa o “espírito do povo” (volksgeist). 
Em seu livro “Fundamentos do Direito”, Reale lança as bases da teoria Tridimensional. O autor tem como 
base de sua teoria as normas postas pelo Estado, contudo, não se limita apenas a isso ao revelar que a 
estrutura do fenômeno jurídico é tríplice e composta por norma, fato e valor. Nesse aspecto a corrente 
eclética fica clara ao afirmar que o direito não pode ser analisado de acordo com apenas o padrão 
normativista19. 
 
 
19 MASCARO, Alysson Leandro. Filosofia do Direito. 4. Ed. São Paulo: Atlas. 2014. pg. 324 a 326. 
DIREITO NO POSITIVISMO 
JURÍDICO
confere-se supremacia à lei
não há vinculação subjetiva 
ou religiosa
o Direito torna-se estável
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Assim, de acordo com a teoria tridimensional do jurista brasileiro, a norma jurídica não é o único fator de 
identificação do fenômeno jurídico. A realidade social também é fundamental nesse processo de 
identificação. Por fim, permeando a norma e a realidade social estão os valores. 
Deste modo... 
 
 
Essa teoria é chamada de tridimensionalidade específica, pois outros doutrinadores já haviam desenvolvido 
a teoria de tridimensionalidade, tal como Radbruch. 
Para Reale, a relação entre norma, fato e valores não é uma simples integração entre unidades separadas e 
estranhas, mas uma relação processual de implicação mútua. Portanto, para o autor, há um processo 
histórico e social que resultará na criação da norma jurídica, esse processo é denominado de nomogênese 
jurídica. 
2.2 - Kelsen 
Kelsen é o principal expoente da filosofia juspositivista estrita, que reduz o fenômeno jurídico às leis 
positivadas. 
A Teoria Pura do Direito tentou conferir cientificidade ao estudo do Direito. Para isso, o autor buscou isolar 
as normas jurídicas dentro de um sistema, o que confere validade à relação que se estabelece entre as 
demais normas. Essa relação é organizada e distribuída por critérios de hierárquica e de subordinação. 
Direito
Norma 
Jurídica
Fato socialValores
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Essa compreensão afasta o Direito de qualquer relação sociológica, metafísica ou política. Por isso é 
considerada de “teoria pura”, uma vez que a fonte principal do sistema é a norma jurídica. 
Esse sistema normativo em Kelsen é escalonado em forma de uma pirâmide. Para a validade de uma norma 
é necessário que ela respeite a norma imediatamente superior. Na base na pirâmide estão normas 
regulamentares, com pouco poder de criação. No ápice está a Constituição, norma maior dentro do sistema 
positivo de determinado Estado. É a partir da Constituição que todas as demais normas do sistema decorrem. 
E quem confere validade à Constituição? 
No pensamento de Kelsen, para a validade de todo o sistema é necessário exigir um comando geral, supremo, 
denominada de norma hipotética fundamental. 
Podemos definir a norma hipotética fundamental como: 
 
Constitui, portanto, uma ficção de pensamento, na busca de determinar logicamente um começo e um fim. 
2.3 - Hart 
No pensamento de Hart diferencia-se: 
• conceitos de simples hábito. 
• conceitos de regra. 
De acordo com o autor, uma sociedade é formada por “jogos linguísticos particulares”, que compreendem 
tantos hábitos como regras sociais. 
Os hábitos não têm uma sanção associada; já as regras sociais são marcadas pela presença de sanções ou da 
pressão social. Como exemplo fundamental de regra social temos a lei. 
Assim, a lei é compreendida como a união entre as regras primárias e regras secundárias. As regras primárias 
dizem respeito ao mandado de obrigações e as secundárias aos modos de se compreender a aplicação das 
obrigações. 
Assim, além da noção de comando (que gera consequências ruins em sua aplicação) o a lei traz também a 
noção de reconhecimento. É uma foram de se reconhecer o lugar e o papel da lei, legitimando-a na realidade 
social. A lei depende de uma regra de reconhecimento, que possui respaldo social. 
NORMA HIPOTÉTICA 
FUNDAMENTAL
norma de natureza puramente pensada, como forma de 
estancar o regresso ad infinitum do movimento 
cadenciado de busca do principium de validade de toda a 
estrutura piramidal do ordenamento jurídico.
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 As contribuições de Ludwig Wittgenstein para a filosofia do direito de Hart 
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Portanto, a principal ideia transmitida por Hart é compreender que o direito é a noção de que as leis existem 
porque reconhecemos nelas autoridade para a regulação do mundo da vida. O direito não impõe sua 
necessidade, mas a retira da vida social. 
2.4 - Habermas 
Jürgen Habermas representa o juspositivismo ético, cujos autores buscam compreender o fenômeno jurídico 
a partir de sua moralidade intrínseca. Assim, é preciso identificar um processo que revele aquilo que é 
virtuoso na relação entre direito e sociedade. 
A principal contribuição de Habermas é a teoria do agir comunicativo. Para o autor a sociabilidade se 
fundamenta na comunicação, de modo que um dos maiores problemas da filosofia é o entendimento entre 
o indivíduo e os grupos sociais. O projeto político de Habermas é a busca pelo consenso e o Direito é 
considerado como a principal ferramenta para se obter o consenso20. 
Assim... 
 
Deste modo, para Habermas, o Direito é o local onde se desenvolve o agir comunicativo que garante a 
democracia, a liberdade e a interação entre os indivíduos e os grupos sociais. Nesse contexto, o direito está 
subordinado à moral. 
3 - PÓS-POSITIVISMO 
O pós-positivismo constitui corrente decorrente do constitucionalismo moderno, com origem após a II 
Guerra, em reação às atrocidades perpetradas pelo nazismo. 
Para os pós-positivistas é necessário somar jusnaturalismo e juspositivismo. Ambos são complementares, 
não opostos. 
 
 
20 MASCARO, Alysson Leandro. Filosofia do Direito. 4. Ed. São Paulo: Atlas. 2014. pg. 359. 
HABERMAS
agir comunicativo que 
busca gerar o consenso
o fundamento da 
filosofia é a interação 
comunicativa
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Assim, o pós-positivismo aproveita: 
 a estabilidade do direito positivista; 
 base ética e moral jusnaturalista. 
Da reunião do pós-positivismo ascende o constitucionalismo, centro do ordenamento jurídico, dotada de 
caráter normativo condicionando a aplicação de todo o ordenamento. 
4 - CORRENTES NÃO JUSPOSITIVISTAS 
Para aqueles que defendem uma visão diferente do positivismo, o fundamento do Direito está diretamente 
ligado à realidade social. Faz-se, portanto, uma crítica à técnica normativa. Vejamos os dois principais autores 
que revelam esse pensamento. 
4.1 - Heidegger 
Heidegger possui uma filosofia que contrapõe a tradicional visão do pensamento filosófico ocidental. Na 
Idade Média e na modernidade o pensamento filosófico se apoiou em bases metafísicas, representada pelo 
dever-ser que prega que há uma relação ideal ao qual o pensamento filosófico deve se ajustar. Para 
Heidegger a filosofia idealista deve ser afastada para aplicação da ontológica, ou seja, compreender o “ser”. 
Nesse sentido, sua filosofia retorna aos pré-socráticos. 
Heidegger denomina a existência como “Dasein”, cuja tradução literal é “ser-aí”. O termo exprime a situação 
existencial. Assim, a existência do ser nunca é um dado isolado, mas parte de um fenômeno.Desse modo, a 
filosofia é necessariamente histórica. Não é à toa que a principal obra de Heidegger é “Ser e Tempo”. 
Heidgger não trata diretamente do Direito, mas ao falar da técnica sua filosofia se choca com o positivismo. 
Para o autor a técnica não pode ser tida como uma ferramenta neutra, mas deve ser analisada como uma 
jusnaturalismo juspositivismo PÓS-POSITIVISMO
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ferramenta de descobrimento. Portanto, ao se afastar a técnica normativa, a busca do Direito deverá ser 
uma “hermenêutica do justo”21. 
4.2 - Foucault 
Foucault é um dos principais teóricos da filosofia do Direito. Suas teorizações tratam dos instrumentos e 
mecanismos de dominação na sociedade. “Vigiar e Punir”, a grande obra de Foucault, trata de questões 
penais. Nele o autor defende que o fenômeno jurídico está mais presente na prática do cárcere do que no 
direito posto pelo Estado. Nesse sentido surge a grande crítica ao formalismo positivista. 
O Direito, para o autor, não deve ser considerado como legitimidade formal, mas deve ser considerado a 
partir das relações de dominação e técnicas de sujeição22. 
Para Foucault o poder disciplinador é o que permite compreender a dominação social. Em Vigiar e punir o 
autor expõe quatro ações disciplinadores e três instrumentos de concretização. 
 
 
 
 
21 MASCARO, Alysson Leandro. Filosofia do Direito. 4. Ed. São Paulo: Atlas. 2014. pg. 399. 
22 MASCARO, Alysson Leandro. Filosofia do Direito. 4. Ed. São Paulo: Atlas. 2014. pg. 436. 
• arte das distribuições (de pessoas no espaço)
• controle da atividade (por meio do horário)
• organização das gêneses (por meio do controle de entrada no espaço disciplinar)
• composição das forças
Ações Disciplinadoras
• vigilância hierárquica
• sanção normalizadora
• exame
Instrumentos de Concretização
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Desta forma, a disciplina não funciona apenas como um fator negativo de repressão do ser, mas como um 
fator positivo que trabalha no sentido de formar o sujeito. Ou seja, o poder constitui o sujeito e não o 
contrário e o Direito é um dos principais instrumentos para disciplinar o sujeito. 
Para Foucault o Direito não se limita às normas institucionais impostas pelo Estado. Por vezes o Direito está 
aquém das normas e, por vezes, além das normas, mas não encarcerado naquele finito espaço. 
TEORIA CRÍTICA DOS DIREITOS HUMANOS 
O edital menciona expressamente “Teoria Crítica dos Direitos Humanos” referindo-se à conhecida obra de 
Joaquín Herrera Flores. Para fins de concurso público não vale o esforço tratar de toda a obra do autor. De 
toda forma, como mencionado em edital vamos, aqui, sintetizar as principais ideias lançadas na obra. 
Como você verá o estudo do autor constitui uma verdadeira complementação da discussão que teremos na 
aula 00 acerca das características da universalidade e da relatividade. 
A discussão central da obra de Herrera está em analisar a origem histórica dos Direitos Humanos, a partir 
de uma análise crítica. Muito embora seja intitulada doutrina crítica, o autor não pretende desconstruir o 
pensamento construído até então acerca da origem e evolução dos Direitos Humanos. 
Entende o autor que a construção dos Direitos Humanos envolve os denominados “processos reativos dos 
seres humanos”. Assim, acontecimentos revolucionários marcaram o surgimento e desenvolvimento da 
disciplina. Esses acontecimentos envolvem os denominados “processos sociais, econômicos, políticos e 
normativos”. 
Em razão disso, entende o autor que cada comunidade possui um entender específico sobre quais são os 
direitos mais importantes do ser humano. Ou seja, os Direitos Humanos caracterizam-se por serem relativos. 
Essa ideia de relativismo cultural imanente à teoria de Herrera Flores se contrapõe a outra característica 
relevante do autor: o universalismo. 
De acordo com o autor, as culturas hegemônicas se fecharam sobre si mesmo e levaram às demais culturas 
o “outro como civilizado”, uma cultura externa como a correta a ser aplicada em termos universais. 
Assim, conclui o autor que é necessário descontruir o conceito de Direitos Humanos fundado a partir de 
juízos e valores universais, que foram utilizados para: 
1º - ferramenta de colonização 
Os Direitos Humanos são utilizados como fontes legitimadoras de novos sistemas de relação social, 
tal como o capitalismo. 
2º - instrumento de libertação 
Os Direitos Humanos são utilizados como instrumento de mobilização da sociedade contra a 
hegemonia das relações sociais impostas pelo capital. 
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Nesse contexto, o autor entende que os Direitos Humanos podem ser utilizados para embasar reações 
políticas, econômicas, sociais ou até mesmo jurídicas, de acordo com o momento ou circunstâncias da 
sociedade. Contudo, em todas essas confluências, os Direitos Humanos não permitem descurar da busca 
pela dignidade. 
Assim, conclui o autor que os Direitos Humanos não constituem um Direito Natural, compreendido como um 
fenômeno natural (acabado, metafísico e transcendente), mas como produto cultural, própria de cada 
formação social, cujo objetivo unânime é a dignidade da pessoa. 
Temos, portanto, na doutrina de Herrera Flores: 
O VIÉS DO RELATIVISMO CULTURAL COM FOCO NA DIGNIDADE HUMANA COMO PONTO 
UNIVERSAL. 
Portanto, a dignidade constitui um núcleo comum e universal capaz de permitir o diálogo entre as diferentes 
formas de existir dos Direitos Humanos. 
A fim de construir a defesa universal da dignidade, o autor propõe a construção de “espaços de encontro” 
entre as diversas culturas (com reações, ações e intervenções próprias). 
A fim de construir um espaço de encontro entre as diversas formas de ação, o autor propõe “seis decisões 
iniciais”. 
1ª DECISÃO: “pensar é pensar de outro modo”. 
Ao pensar os Direitos Humanos devemos criar novos modelos deixando as diferenças às claras, 
notadamente quanto envolver ordem hegemônicas. 
Trata-se, em verdade, da adoção de uma postura crítica em relação ao que é dado e que orienta todo 
o processo cultural. 
2ª DECISÃO: “da negatividade à afirmação ontológica e axiológica”. 
Trata-se de propor a possibilidade de diálogo para se chegar ao conteúdo de dignidade, conceito esse 
variável. 
3ª DECISÃO: “pensar as lutas pela dignidade humana significa problematizar a realidade”. 
Envolve a análise crítica da realidade, na conceituação da dignidade ao serem analisados os 
acontecimentos históricos. 
4ª DECISÃO: “da utopia às heterotopias”. 
No processo crítico de análise dos acontecimentos históricos, não devemos buscar a utopia, mas algo 
novo e possível. 
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RealceCorrentes Não Juspositivistas .................................................................................................................. 62 
4.1 - Heidegger ............................................................................................................................................................... 62 
4.2 - Foucault .................................................................................................................................................................. 63 
Teoria crítica dos Direitos Humanos ................................................................................................................ 64 
A denúncia da mistificação ideológica dos direitos humanos abstratos ......................................................... 66 
A dificuldade de reconstrução dos direitos humanos na era da biopolítica: os limites da cidadania como 
direito a ter direitos, estado de exceção e campo de concentração como paradigmas políticos modernos . 67 
Encantos e desencantos dos Direitos Humanos: entre dominação e emancipação ....................................... 68 
Perspectivas pós-violatórias, estatais e monistas X pré-violatórias, existenciais e pluralistas para a proteção 
dos Direitos Humanos ...................................................................................................................................... 70 
As tensões da Modernidade ocidental e as tensões dos Direitos Humanos: da colonialidade à 
descolonialidade .............................................................................................................................................. 72 
Os Direitos Humanos na zona de contato entre globalizações rivais .............................................................. 73 
Os Direitos Humanos como bandeiras de lutas dos movimentos sociais ....................................................... 73 
A reconstrução contra-hegemônica dos Direitos Humanos: Direitos Humanos interculturais, pós-imperiais e 
descoloniais no horizonte pós-capitalista ........................................................................................................ 74 
Resumo ............................................................................................................................................................. 74 
Características dos Direitos Humanos ......................................................................................................... 74 
Dimensões dos Direitos Humanos ................................................................................................................ 77 
Afirmação Histórica dos Direitos Humanos ................................................................................................. 78 
A sacralidade da pessoa e a dignidade humana .......................................................................................... 79 
Os direitos naturais do jusnaturalismo racional e do contratualismo moderno e os direitos fundamentais 
do juspositivismo .......................................................................................................................................... 81 
Teoria crítica dos Direitos Humanos ............................................................................................................ 82 
A denúncia da mistificação ideológica dos direitos humanos abstratos ..................................................... 83 
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A dificuldade de reconstrução dos direitos humanos na era da biopolítica: os limites da cidadania como 
direito a ter direitos, estado de exceção e campo de concentração como paradigmas políticos modernos
 ...................................................................................................................................................................... 83 
Encantos e desencantos dos Direitos Humanos: entre dominação e emancipação .................................... 83 
Perspectivas pós-violatórias, estatais e monistas X pré-violatórias, existenciais e pluralistas para a 
proteção dos Direitos Humanos ................................................................................................................... 84 
As tensões da Modernidade ocidental e as tensões dos Direitos Humanos: da colonialidade à 
descolonialidade ........................................................................................................................................... 85 
Os Direitos Humanos na zona de contato entre globalizações rivais .......................................................... 85 
Os Direitos Humanos como bandeiras de lutas dos movimentos sociais .................................................... 85 
A reconstrução contra-hegemônica dos Direitos Humanos: Direitos Humanos interculturais, pós-imperiais 
e descoloniais no horizonte pós-capitalista ................................................................................................. 85 
Considerações Finais ........................................................................................................................................ 86 
Questões Comentadas ..................................................................................................................................... 86 
PROMOTOR .................................................................................................................................................................... 86 
DEFENSOR ....................................................................................................................................................................... 94 
DELEGADO .................................................................................................................................................................... 112 
Lista de Questões ........................................................................................................................................... 129 
PROMOTOR .................................................................................................................................................................. 129 
DEFENSOR ..................................................................................................................................................................... 132 
DELEGADO .................................................................................................................................................................... 138 
Gabarito.......................................................................................................................................................... 145 
PROMOTOR .................................................................................................................................................................. 145 
DEFENSOR ..................................................................................................................................................................... 145 
DELEGADO .................................................................................................................................................................... 146 
 
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TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Em sequência aos nossos estudos, veremos na aula de hoje os seguintes tópicos: 
 
São três temas centrais, bastante incidente em provas de concurso público. Portanto, máxima atenção! 
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS HUMANOS 
Em razão da consolidação dos Direitos Humanos no estudo do Direito Internacional Público, por55659
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5ª DECISÃO: “a indignação diante do intolerável deve nos induzir ao encontro positivo e afirmativo 
de vontades críticas”. 
A finalidade central da análise crítica é fixar pontos de repúdio contra determinadas práticas 
violadoras da dignidade intoleráveis. A crítica por si só não tem conteúdo se não gerar a indignação 
contra o intolerável, com atenção ao nosso redor, modo de existência e ao nosso tempo. 
6ª DECISÃO: “nem tudo vale o mesmo”. 
Os Direitos Humanos são produtos culturais e, assim, não podem ser universais, mas formas 
diferentes de buscar a dignidade. 
Essas são, portanto, as bases a teoria crítica dos Direitos Humanos, segundo Herrera Flores. 
A DENÚNCIA DA MISTIFICAÇÃO IDEOLÓGICA DOS DIREITOS 
HUMANOS ABSTRATOS 
O nome do capítulo assusta, mas a ideia é simples: trata-se de criticar a acepção de que os Direitos Humanos 
são Direitos Naturais, calcados como prerrogativas inalienáveis e universais. 
Essa crítica, de acordo com a doutrina filosófica especializada, foi efetuada especialmente por Karl Marx e 
Friedrich Engels. Em síntese os autores criticam o termo “e” da seguinte expressão “Direitos do Homem e do 
Cidadão”, contidas nas declarações americana e francesa. 
ISSO MESMO! 
Os autores supramencionados entendem que o conectivo “e” ligam e separam o homem do cidadão, 
encobrindo uma diferença, que expõe uma contradição real nas relações sociais de exploração de domínio. 
Temos, portanto, a ideia de que os Direitos Humanos são assegurados aos cidadãos, mas não a todos os 
homens. A superestrutura jurídico-política do Estado Liberal expressa simbólica e juridicamente o domínio 
econômico e a hegemonia política da classe burguesa. 
Temos, portanto, os Direitos Humanos colocados a favor de interesses singulares ou grupos organizados, em 
defesa de interesses econômicos particulares. 
Para os autores, a sociedade burguesa constitui o loci do homem natural, egoísta e ligado à esfera da 
necessidade e da sobrevivência, em antítese ai homem livre, do cidadão, que representaria o universal 
humano em contraposição ao particular. A organização da moderna sociedade civil corresponderia a essa 
oposição entre o homem e o cidadão. 
Assim, a sociedade burguesa inicialmente se posta como “homem”, considerado em seu estado natural de 
um indivíduo privado e egoísta. Com as declarações de direitos, esse “homem”, alça a condição de “cidadão”, 
agora considerado como integrante da comunidade política, com direitos civis reconhecidos. 
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Desse modo, concluem os autores que os Direitos Humanos – tal como evidenciados nas declarações de 
direito da França e dos EUA – representam a forma hegemônica de dominação da classe burguesa, 
representando a ascensão do capitalismo. 
A DIFICULDADE DE RECONSTRUÇÃO DOS DIREITOS 
HUMANOS NA ERA DA BIOPOLÍTICA: OS LIMITES DA 
CIDADANIA COMO DIREITO A TER DIREITOS, ESTADO DE 
EXCEÇÃO E CAMPO DE CONCENTRAÇÃO COMO PARADIGMAS 
POLÍTICOS MODERNOS 
Vamos inicialmente compreender o que significa a ara biopolítica. Com a objetividade necessária para fins 
do nosso estudo, devemos compreender que a era biopolítica constitui o estado da evolução da sociedade 
no qual a pessoa é ser objeto da política. 
Dito de outro modo, a vida das pessoas é regida pela política e isso dita, inclusive, a evolução dos Direitos 
Humanos. 
Nesse contexto de acordo com Celso Lafer, a era biopolítica dificulta a reconstrução dos Direitos Humanos. 
Para demonstrar a sua tese, o autor se de três exemplos: 
• Os limites da cidadania como direito a ter direitos; 
• Estado de exceção; e 
• Campo de concentração como paradigmas políticos modernos. 
 Esses três aspectos demonstram como meios institucionalizados na política podem prejudicar a evolução 
dos Direitos Humanos. 
Vejamos cada um desses aspectos. 
Em relação aos “limites da cidadania como o direito a ter direitos”, Celso Lafer trata que a mera positivação 
dos Direitos Humanos não é suficiente para efetivá-los. Com fundamento no pensamento de Norberto 
Bobbio, o autor entende que é necessário ser cidadão para a pessoa seja merecedora da tutela dos Direitos 
Humanos, sob pena de ficar privado da proteção. 
A cidadania apresenta-se como um meio institucionalizado da política que restringe o processo de ampliação 
dos Direitos Humanos, de forma que, na prática, a efetividade dos Direitos Humanos deveria depender 
apenas da condição humana, como ensina Hannah Arendt. 
No que atine ao “Estado de Exceção”, o autor reporta-se ao pensamento de Giorgio Agamben, que analisa 
a estruturação jurídica do Terceiro Reich, que justificou politicamente as barbáries perpetradas pelo 
regimento nazista, em total desrespeito aos Direitos Humanos, embora amparado inclusive pelo 
ordenamento jurídico alemão. 
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Novamente, temos um exemplo claro de um instrumento estatal, que impede o desenvolvimento e a 
efetividade dos Direitos Humanos. 
Correlacionado ao aspecto anterior, os “campos de concentração” representam um aspecto na ordem 
jurídica que permite a suspensão de quaisquer direitos, independentemente da fundamentabilidade que o 
permeia. Conforme ensina o autor, temos a exceção tornando-se regra por intermédio da política, o que, 
evidentemente, é deletério para o desenvolvimento dos Direitos Humanos. 
Em conclusão, nota-se que a era política pode constituir um limitador da reconstrução dos Direitos Humanos. 
ENCANTOS E DESENCANTOS DOS DIREITOS HUMANOS: 
ENTRE DOMINAÇÃO E EMANCIPAÇÃO 
Novamente tivemos, dentro do edital da DPE-ES a cobrança específica de uma obra. Nesse caso, estamos a 
falar de David Sanchez Rubio, cuja obra é o título deste capítulo. 
Novamente, vamos de forma objetiva e direta, abordar a síntese do pensamento do autor, a fim de que 
possa compreender de forma objetiva e direta a diretriz analisada. 
Na obra o autor discute questões contemporâneas em torno dos Direitos Humanos, especialmente em 
relação à América Latina e tendo em vista os processos globalizatórios e da ideologia do neoliberalismo. 
Primeiramente o autor define direitos fundamentais como o conjunto de direitos de caráter subjetivo que 
são aplicáveis a todos os seres humanos, que revelam o status de pessoa. 
Esse conjunto abrange todos os direitos necessários para garantir a igualdade em sentido material, além de 
revelar a concepção universalista da disciplina. A garantia desses direitos depende, contudo, do grau de 
desenvolvimento da democracia de determinado Estado, ordenamento ou sistema. Aqui temos evidente a 
necessidade de se conceder à popular capacidade política de participação. 
Além disso, é relevante para o desenvolvimento da concepção universal dos direitos humanos que seja 
observado o grau de reversibilidade do conceito de direitos fundamentais. Dito de outro modo, os direitos 
humanos constituem um conceito que pode ser tanto como instrumento de inclusão, como de exclusão. 
A par desse esboço teórico, Rubio compreende que a América Latina é dotada de um amplo e complexo 
conjunto de normas de Direitos Humanos que se apresentam universais, mas, na realidade, em razão do 
contexto social reproduzem lógicas de exclusão, marginalização e discriminação social, com redução dos 
espaços de participação política. 
Segundo o autor, a efetiva garantia dos direitos humanos depende do preenchimento de três condições, quenão são observadas no Sistema Interamericano de Direitos Humanos. 
São eles: 
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Em relação à terceira condição, ela se desenvolve os locais nos quais se reproduzem as lógicas de exclusão. 
A ideia aqui é a de trazer os direitos humanos à tona como uma espécie de luta de resistência, não apenas 
do Poder Judiciário mas de toda a sociedade. 
Dessa forma, o autor conceitua Direitos Humanos da seguinte forma: 
 
Entende o autor que do modo como está postado os Direitos Humanos atualmente, temos um conjunto de 
regras abstratas que atuam no sentido de proteger o sistema capitalista que se sobrepõem à dignidade, caso 
não esteja adaptado à lógica do sistema. 
Assim, o conjunto de direitos assegurados acaba por manter a estrutura existem, com regras padronizadas, 
inviabilizando a dinâmica e os conflitos que possam surgir ante a complexidade das relações sociais. 
Assim, conclui o autor, que é necessário, diante da complexidade das relações sociais, criar novas lutas de 
grupos que não participaram das lutas tradicionais que levaram ao surgimento dos direitos humanos, no 
caso: os ideais de liberdade e de igualdade (relacionados com a burguesia francesa), que levaram à 
estruturação do Estado Liberal capitalista. 
Se nos atermos exclusivamente a esses direitos abstratos, a disciplina de Direitos Humanos tornar-se-á mera 
legitimação da dominação presente. Isso fica evidente, segundo o autor, quando se vê, por exemplo, práticas 
como “humanitarismo militar”, “guerras humanitárias” e “bombardeios humanitários”. São contrassensos 
decorrentes da legitimação da dominação sufragadas pelos próprios Direitos Humanos. 
Outro assunto explorado diretamente pelo autor é a questão da discussão entre universalismo e relativismo 
cultural. Na discussão desse assunto, o autor identifica três paradoxos, a partir de exemplos práticos: 
CONDIÇOES PARA GARANTIA DO 
EXERCÍCIO DOS DIREITOS 
HUMANOS
Dimensão formal (previsão normativa)
Dimensão material
Espaço de ação
DIREITOS 
HUMANOS
Conjunto de práticas sociais, simbólicas, culturais e 
institucionais que reagem contra os excessos de 
qualquer tipo de poder que impeçam os seres 
humanos de se constituírem como sujeitos de 
direito.
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1º PARADOXO: poder e duplo paradoxo 
A migração que outrora fora defendida tanto na Europa como nos EUA, sob o argumento de que era 
necessária mão de obra, hoje é repelida sob o argumento de que são prejudiciais ao direito social 
trabalhista interno desses países. 
2º PARADOXO: globalização e universalidade 
Por um lado utiliza-se a globalização para se impor determina perspectiva universal de direitos e, por 
outro, são articulados instrumentos de separação e divisão entre os prejudicados na divisão de bens 
em face da globalização. 
1º PARADOXO: inversão ideológica e negação de direitos 
Resultado da fragmentação social produzida pelo sistema capitalista, por um lado, nega-se o 
reconhecimento de determinadas práticas sociais que questionem os limites da ordem social e 
cultural predominantes e, por outro, essas culturas não hegemônicas não são consideradas aptas a 
reivindicar direitos. 
PERSPECTIVAS PÓS-VIOLATÓRIAS, ESTATAIS E MONISTAS X 
PRÉ-VIOLATÓRIAS, EXISTENCIAIS E PLURALISTAS PARA A 
PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS 
Novamente a discussão envolve a doutrina de David Sanchez Rubio acerca dos Direitos Humanos. Aqui a 
temática é sintética e simples e tem por finalidade evidenciar uma realidade nefasta quanto ao 
distanciamento da prática e da teoria de direitos humanos. 
É arraigada a ideia de que os Direitos Humanos constituem um instrumento pouco efetivo e impotente. De 
acordo com o autor, isso decorre do fato que a defesa dos Direitos Humanos ignora perspectivas pré-
violatórias. 
Primeiramente vamos aos conceitos... 
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Somente decorre a atuação dos Direitos Humanos, efetivamente na esfera internacional, após a violação 
interna. De certo modo, a atuação fica subordinada às instituições internas de cada país, notadamente do 
Poder Legislativo e do Poder Judiciário. 
O resultado natural dessa realidade é que raros são os casos de violações de Direitos levados a conhecimento 
internacional, até porque, dada a subordinação, a sociedade conforma ou superdimensiona as leis e decisões 
internas. 
Essa visão simplista e deficiente prejudica a efetividade dos Direitos Humanos. 
Sugere o autor a necessidade de se construir os Direitos Humanos processual, relacional e dinâmico, a partir 
de prática sociais e ações humanas e não apenas voltada para a reparabilidade, quando houver insucesso na 
defesa ou reparação intraestatal. 
Somente com a autonomia e libertação das amarras estatais, haverá empoderamento e efetividade dos 
Direitos Humanos. Entre as dimensões a serem recuperadas, o autor destaca: 
 Lutas e ações sociais com a finalidade de criar novos espaços de liberdade e dignidade humana. 
 Sensibilização popular para reconhecer a dimensão pré-violatória dos Direitos Humanos. 
 Respeito aos Direitos Humanos nas relações e práticas sociais jurídicas ou não jurídicas. 
• Subsume-se à defesa existencial e plural dos Direitos Humanos, antes mesmo de
qualquer violação. Antes de haver vítima, há necessidade de um esforço a fim de que os
direitos e garantias fundamentais sejam assegurados e promovidos pelos diversos
setores da sociedade, interna e internacional.
PERSPECTIVA PRÉ-VIOLATÓRIA
• Decorre da violação, vale dizer, com a violação dos Direitos Humanos, busca-se
primeiramente a tutela estatal e, caso falha, somente assim, busca-se no plano
internacional sob o argumento de que o ordenamento de direitos humanos é monista, a
responsabilização e reparação do dano perpetrado.
PERSPECTIVA PÓS-VIOLATÓRIA
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AS TENSÕES DA MODERNIDADE OCIDENTAL E AS TENSÕES 
DOS DIREITOS HUMANOS: DA COLONIALIDADE À 
DESCOLONIALIDADE 
Novamente a perspectiva abordada neste tópico passa pela discussão da universalidade dos Direitos 
Humanos. De acordo com Herrera Flores e Flávia Piovesan a interpretação tradicional dos Direitos Humanos 
é colonial, vale dizer, trata-se de um pensamento trazido pelos colonizadores, que nem sempre se adequam 
à realidade presente em países colonizados, tal como verificamos na América Latina. 
Nesse contexto, temos a estruturação de Direitos Humanos pautados em um ideal universalista abstrato, 
que estabelece um mínimo ético a ser observado nas relações jurídicas. Esse mínimo ético conduz a um 
ponto de partida para a atuação, não um ponto de chegada. 
Na realidade, os Direitos Humanos não se constituem como algo dado por intermédio de tratados e 
convenções internacionais, mas algo reconhecimento nesses documentos internacionais, a partir das lutas 
sociais. Desse modo, não é o direito que cria o direito humano, mas os direitos humanos que criam as regras 
jurídicas. 
Nesse contexto, os tratados e convenções internacionais de direitos humanos tradicionais – notadamente 
aqueles do Sistema Global de Direitos Humanos, reflete as lutas sociais dos países colonizadores, dos países 
Europeus e da realidade vivida naqueles lugares. Estão portanto, arraigadoscom a ideologia própria do 
momento em que surgiram. 
Essa realidade ficou impressa nos ordenamentos jurídicos dos países colonizados, representando de forma 
abstrata um modelo abstrato de direitos humanos, universal. 
Diante disso, a fim de os Direitos Humanos estejam mais próximos da realidade latino-americana, faz-se 
necessária uma análise crítica, que objetive descontruir a colonialidade epistêmica dos Direitos Humanos na 
sua forma tradicional. 
Os Direitos Humanos devem ser construídos e pensados, especialmente na América Latina, a partir do 
multiculturalismo que abrange nossa sociedade, levando em consideração peculiaridades étnicas. Devemos 
criar nosso próprio conjunto de regras fundamentais, que inclua o efetivo tratamento aos povos negros e 
indígenas, de forma possibilitar abertura e a consolidação de espaço de luta pela dignidade humana, segundo 
a realidade das comunidades locais. 
Portanto, a síntese do pensamento desse tópico, envolve a reconstrução dos Direitos Humanos nos países 
colonizados – entre os quais se insere o Brasil – a fim de sejam criados espaços próprios para a defesa de 
direitos e interesses das comunidades locais. 
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OS DIREITOS HUMANOS NA ZONA DE CONTATO ENTRE 
GLOBALIZAÇÕES RIVAIS 
Nesse tópico notamos que o examinador deu enfoque a entendimento específico exarado por Boaventura 
de Sousa Santos. Tal como adotamos ao longo dos capítulos específicos anteriores, vamos sintetizar, de 
forma didática a síntese do pensamento do autor. 
O autor entende existir formas de globalização, com destaque para a oriental (ou islamita) e a ocidental (ou 
neoliberal). São orientações políticas dominantes, que são contra hegemônicas uma em relação à outra. 
Nesse contexto a globalização oriental tem promovido desmantelamento da estrutura estatal ocidental e 
nos sistemas de proteção aos cidadãos. Essa rivalização é destacada em face da precarização das condições 
sociais em muitos países ocidentais. 
Ademais, o movimento contra hegemônico oriental ganha força diante de movimentos sociais e das vítimas 
do Estado Neoliberal e do sistema capitalista. 
De toda forma, de acordo com Boaventura de Sousa Santos, não há um desejo de emancipação e de 
libertação pelo modelo globalizatório islâmico, pois pretende-se, do mesmo modo, substituir o modelo 
hegemônico oriental com foco no Islã. 
Essa clara rivalização de dois modelos hemegômicos é prejudicial ao multiculturalismo subjacente aos 
Direitos Humanos, por focar na noção de universalização com viés dominatório. 
OS DIREITOS HUMANOS COMO BANDEIRAS DE LUTAS DOS 
MOVIMENTOS SOCIAIS 
Em relação aos movimentos sociais na consolidação dos Direitos Humanos, a doutrina de Solon Eduardo 
Annes Viola na obra Direitos Humanos e Democracia no Brasil, entende que os movimentos sociais possuem 
relevante papel na consolidação dos Direitos Humanos no Brasil, especialmente por contribuir de forma 
decisiva na superação do processo ditatorial. 
Os movimentos sociais ligados a direitos humanos possuem grande importância por constituírem resistência 
ao autoritarismo militar, com a defesa de valores e princípios que, posteriormente, foram estatuídos na 
Constituição Cidadã de 1988, notadamente a defesa dos direitos sociais e econômicos. 
Segundo o autor, os movimentos sociais constituem um dos primeiros manifestos efetivos contra a herança 
colonial e latifundiária. A redemocratização constitui conquista desses movimentos, marcando efetiva 
tentativa de emancipação e de criação de novo espaço de discussão dos direitos fundamentais da 
sociedade brasileira. 
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A RECONSTRUÇÃO CONTRA-HEGEMÔNICA DOS DIREITOS 
HUMANOS: DIREITOS HUMANOS INTERCULTURAIS, PÓS-
IMPERIAIS E DESCOLONIAIS NO HORIZONTE PÓS-
CAPITALISTA 
A síntese desses movimentos contra a universalização abstrata dos Direitos Humanos resulta na construção 
de um novo modelo de Direitos Humanos, um modelo reconstruído e contra hegemônico, que se destaca 
pelo: 
 multuculturalismo, vale dizer, pelo respeito às diversas particularidades locais, frente o ideal 
universalista abstrato, inadequado à realidade dos países latino-americano; 
 pós-imperialismo e descolonização dos Direitos Humanos, significa o desapego à construção 
imposta pelos países ocidentais, em respeito às particularidades locais para defesa dos direitos mais 
relevantes da comunidade local; e 
 horizonte pós-capitalista, emancipado das amarras tradicionais de criação de defesa dos direitos 
humanos de liberdade e igualdade calcados nos ideias burgueses. 
Como vocês puderam perceber, o edital deu significativo enfoque às críticas e ponderações ao universalismo. 
São várias as concepções de correntes doutrinárias que procuram mitigar a ideia de universalismo em 
sentido abstrato, ou seja, aquele conjunto intangível de Direitos Humanos criados com a Declaração 
Universal dos Direitos Humanos e os Pactos (Pacto Internacional dos Direitos Civil e Políticos e Pacto 
Internacional dos Direitos Sociais, Econômicos e Culturais). 
De toda forma, essas regras, com origem nas revoluções burguesas não devem ser simplesmente 
descartadas, mas analisadas criticamente, reconstruídas de acordo com os espaços de discussão e realidades 
das cultuais locais. 
Em síntese, a ideia central dos Direitos Humanos remanesce, qual seja, buscar um ponto de convergência 
(a dignidade da pessoa humana) em consideração às diversas particularidades locais. É ser universal na 
relatividade. 
Vamos às questões! 
RESUMO 
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS HUMANOS 
 SUPERIORIDADE NORMATIVA (JUS COGENS) 
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 Existem normas de direitos humanos que são hierarquicamente superiores no ordenamento internacional 
(conceito). 
 A superioridade dos Direitos Humanos é, ao mesmo tempo, superior materialmente (de conteúdo) e formal (em 
razão da imperatividade). 
 Como regra, as normas os tratados e convenções internacionais de direitos humanos são normas jus cogens em 
relação aos Estados signatários (mecanismos convencionais). Aplica-se, de acordo com a doutrina, a direitos humanos 
de todas as dimensões. 
 Quando houver violações sistemáticas (ou massivas) de direitos humanos capaz de abalar a segurança e a paz 
internacionais os organismos internacionais podem impor medidas coercitivas por violações de normas de direitos 
humanos consolidadas como costumes internacionais, ainda que o Estado violador não tenha participado da assinatura 
do tratado internacional. 
 HISTORICIEDADE 
 Os Direitos Humanos decorrem de formação histórica, surgindo e se solidificando conforme a evolução da 
sociedade (conceito) 
 Base para o estudo das dimensões dos Direitos Humanos. 
 UNIVERSALISMO x RELATIVISMO 
 UNIVERSALISMO 
• Os direitos humanos destinam-se a todas as pessoas e abrangem todos os territórios. 
• Não se deve desconsiderar as diferenças, mas com respeito às particularidades, objetiva-se encontrar um 
modo de proteger a condição humana, independentemente do sexo, da cor, da religião ou das condições 
econômicas e sociais. 
 RELATIVISMO• As concepções morais variam de acordo com as diversas sociedades. 
• As diferenças não residem apenas na pessoa em si, ou seja, na condição humana, mas no contexto social 
perante o qual estão inseridos. 
• Não existe como justificar a concepção moral da pessoa desprendido do contexto no qual ela está inserida. 
 RELATIVIDADE 
Ä Os Direitos Humanos podem sofrer limitações para adequá-los a ouros valores coexistentes na ordem jurídica 
(conceito). 
 Exceções à relatividade: vedação à tortura e vedação à escravidão. 
 IRRENUNCIABILIDADE (ou INDISPONIBILIDADE) 
 Não poderão os titulares do direito humano dispor desse direito, ainda que pretendam fazê-lo (conceito). 
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 A dignidade humana deve ser observada e respeitada pela simples condição humana. 
 Renúncia a direito humano é nula. 
 INALIENABILIDADE 
 Os Direitos Humanos não poderão ser comercializados pela pessoa tutelada por esse direito (conceito). 
 relaciona-se com a irrenunciabilidade. 
 IMPRESCRITIBILIDADE 
 As normas de Direitos Humanos não se esgotam com o passar do tempo (conceito). 
 Os Direitos Humanos não se sujeitam a prazos prescricionais. 
 A pretensão indenizatória decorrente de violação de determinado direito humano está sujeita à prescrição. 
 INTERDEPENDÊNCIA (ou COMPLEMENTARIEDADE) 
 Constitui a relação mútua entre os direitos humanos protegidos pelos diversos diplomas internacionais (conceito). 
 Essa característica relaciona-se com a indivisibilidade dos direitos humanos. 
 ERGA OMNES 
 Os direitos humanos são oponíveis contra todos (conceito). 
 Facetas: a) é de interesse da comunidade ver respeitado os direitos humanos; e b) a aplicação dos direitos humanos 
a todas as pessoas decorre da mera condição humana. 
 EXIGIBILIDADE 
 Denota a preocupação com a implementação dos direitos humanos e a efetividade da responsabilização daqueles 
organismos internacionais que violarem os direitos humanos (conceito). 
Ä Envolve o estudo dos mecanismos de implementação dos direitos humanos e responsabilização dos Estados 
violadores das regras de proteção internacional. 
 ABERTURA 
 Consiste no processo de alargamento do rol dos direitos humanos (conceito). 
 É sempre possível o reconhecimento de novos direitos humanos, desde que se relacionem ou decorram da 
dignidade humana. 
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 art. 5º, §2º, da Constituição Federal. 
 APLICABILIDADE IMEDIATA 
 Regras e princípios que disciplinam os direitos humanos possuem aplicabilidade imediata e direta, não precisam de 
outras normas para disciplinar como será aplicação desses direitos (conceito). 
 art. 5º, §1º, da Constituição Federal. 
 DIMENSÃO OBJETIVA 
 Os direitos humanos são capazes de impor uma atuação estatal voltada para a proteção de tais direitos (conceito). 
 Objetiva criar mecanismos para a promoção dos direitos humanos em toda a sociedade. 
 A dimensão objetiva não exclui a dimensão subjetiva (proteção aos sujeitos), ambas devem coexistir. 
 PROIBIÇÃO DO RETROCESSO 
 Uma vez assegurado o direito humano ele não poderá ser suprimido (conceito). 
 Denota a característica expansiva e progressiva da disciplina. 
 EFICÁCIA DOS DIREITOS HUMANOS 
 vertical: aplicação dos direitos humanos às relações entre o Estado e a sociedade. 
 horizontal: aplicação obrigatória e direta dos direitos humanos às relações privadas. 
 diagonal: aplicação dos direitos humanos na relação de emprego, que é marcada pela hipossuficiência do 
empregado e pela subordinação jurídica do trabalhador ao empregador. 
DIMENSÕES DOS DIREITOS HUMANOS 
 1ª DIMENSÃO DOS DIREITOS 
HUMANOS 
2ª DIMENSÃO DOS DIREITOS 
HUMANOS 
3ª DIMENSÃO DOS DIREITOS 
HUMANOS 
direitos direitos civis e políticos direitos sociais, culturais e 
econômicos 
direitos difusos e coletivos 
associação 
ao lema da 
Revolução 
Francesa 
Liberdade igualdade fraternidade 
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marco 
histórico 
➢ Revolução Gloriosa na 
Inglaterra 
➢ Independência dos EUA 
➢ Revolução Francesa 
➢ Revolução Mexicana 
➢ Revolução Russa 
➢ Pós-2ª Guerra Mundial 
➢ Surgimento da ONU 
marco 
teórico 
➢ “Segundo Tratado sobre 
o Governo” (John Locke) 
➢ “O Contrato Social” (Jean-
Jacques Rousseau) 
➢ “Encíclica Rerum 
Novarum” (Papa Leão XIII) 
➢ “Manifesto do Partido 
Comunista” (Karl Marx e 
Frederich Engels” 
➢ trabalhos acadêmicos que 
visem à proteção universal e 
solidária da humanidade 
marco 
jurídico 
➢ Constituição Americana 
de 1787 
➢ Declaração Francesa dos 
Direitos do Homem e do 
Cidadão de 1789 
➢ Constituição Mexicana 
de 1917 
➢ Constituição de Weimar 
de 1919 
Declaração Universal dos 
Direitos Humanos, de 1948 
evolução da 
sociedade 
passagem do Estado 
Absolutista para o Estado 
Liberal 
passagem do Estado 
Liberal para o Estado 
Social 
Revolta da sociedade contra as 
atrocidades das guerras 
mundiais 
exemplo direito à liberdade de 
expressão 
direito à saúde direito ao meio ambiente 
 
 4ª DIMENSÃO DOS DIREITOS 
HUMANOS 
5ª DIMENSÃO DOS DIREITOS HUMANOS 
direitos Tutela da democracia, do 
direito à informação e o 
pluralismo político (Paulo 
Bonavides) 
Direito à Paz 
marco 
histórico 
Lei de Biossegurança (Lei 
11.105/2005) 
11 de Setembro 
AFIRMAÇÃO HISTÓRICA DOS DIREITOS HUMANOS 
AFIRMAÇÃO HSTÓRICA DOS DIREITOS HUMANOS 
Constitui a análise dos principais eventos históricos que, de algum modo, contribuíram para o desenvolvimento e 
para a afirmação dos Direitos Humanos. Tais eventos, em regra estão relacionados a: 
o Atrocidades, guerras e surtos de violência; ou 
o Descobertas científicas ou invenções técnicas.técnicas. 
PERÍODO OBSERVAÇÕES 
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PERÍODO AXIAL Marca a passagem do pensamento filosófico, que passa a ser centrado no ser 
humano, reconhecendo que o homem é o centro das atenções. 
REINO DAVÍDICO, DEMOCRACIA 
ATENIENSE E REPÚBLICA ROMANA 
Constituem formas políticas nas quais o poder político encontra-se 
subordinado à lei, seja por interesse divino (Reino de Davi), por interesse 
democrático (Atenas) ou pela estrutura segmentada e organizada da sociedade 
(Roma). 
BAIXA IDADE MÉDIA Marca a reação de setores da sociedade contra a retomada do poder, exigindo 
o respeito a direitos de liberdade. 
- Declaração das Cortes de Leão de 1188; e 
 - Magna Carta de 1215. 
SÉCULO XVII Marca o renascimento de ideais republicanos e democráticos, com destaque 
para o sentimento de liberdade e de resistência a governos absolutistas: 
- criação do habeas corpus 
- Bill Of Rights 
INDEPENDÊNCIA AMERICANA E 
REVOLUÇÃO FRANCESA 
Período que marca o nascimento dos Direitos Humanos, com despontamento 
da legitimidade democrática, resguardo aos direitos de cidadania e valorização 
da dignidade. 
- Declaração de Independência dos EUA; e 
- Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. 
RECONHECIMENTO DOS DIREITOS 
HUMANOS SOCIAIS DE ECONÔMICOS E 
SOCIAIS 
Marca a reação da classe operária edifusão do pensamento socialista, que 
viabilizou o reconhecimento dos direitos econômicos e sociais como Direitos 
Humanos. 
PRIMEIRA FASE DE 
INTERNACIONALIZAÇÃO DOS DIREITOS 
HUMANOS 
Marca o surgimento do Direito Humanitário (Cruz Vermelha) – vertente dos 
Direitos Humanos – a luta contra a escravidão (Ato Geral da Conferência de 
Bruxelas), bem como a regulação dos direitos trabalhistas (criação da OIT) 
EVOLUÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS A 
PARTIR DE 1945 
Marca a efetiva internacionalização dos Direitos Humanos, com o 
reconhecimento da dignidade da pessoa como valor supremo. 
A SACRALIDADE DA PESSOA E A DIGNIDADE HUMANA 
⚫ SACRALIDADE: ILUMINISMO VERSUS CRISTIANISMO 
A pessoa torna-se uma instituição sagrada, não em razão da ideologia cristã necessariamente, envolve o 
desenvolvimento político, o pensamento cristão, o desenvolvimento da ciência, a evolução cultural da 
sociedade. Todos esses fatores levaram à sacralização da pessoa e da dignidade, o que resultou no 
surgimento e consolidação dos Direitos Humanos e, posteriormente, com a normatização da dignidade para 
a defesa da pessoa como uma instituição sagrada. 
⚫ ESTRUTURA NORMATIVA 
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 Princípios fundamentais na consolidação da disciplina: 
➢ Dignidade da pessoa humana; 
➢ Democracia; 
➢ Razoabilidade-proporcionalidade. 
 Dignidade da pessoa humana: a pessoa é colocada no centro das regras jurídicas. 
➢ dois elementos que caracterizam a dignidade da pessoa humana: 
1º → elemento negativo: vedação à imposição de tratamento discriminatório, ofensivo ou 
degradante; e 
2º → elemento positivo: busca por condições mínimas de sobrevivência, da qual decorre a ideia de 
mínimo existencial. 
 Democracia: somente em Estados democráticos é possível cogitar o exercício de direitos. 
 Razoabilidade-proporcionalidade: a inclusão da razoabilidade e da proporcionalidade como critério 
interpretativo proporciona uma abertura de valores na aplicação do Direito. 
REGRAS
mandados de determinação
aplicado por subsunção
técnica do "tudo ou nada"
PRINCÍPIOS
mandados de otimização
aplicado por ponderação de interesses
técnica do "mais ou menos"
NORMAS JURÍDICAS
regras princípios
ESTRUTURA NORMATIVA DOS DIREITOS 
HUMANOS
possuem normatividade aberta, com 
maior incidência de princípios que de 
regras
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OS DIREITOS NATURAIS DO JUSNATURALISMO RACIONAL E DO 
CONTRATUALISMO MODERNO E OS DIREITOS FUNDAMENTAIS DO 
JUSPOSITIVISMO 
⚫ JUSNATURALISMO 
 
 
⚫ JUSPOSITIVISMO 
 Inversão das relações tradicionais entre o direito natural e direito positivo; 
 Concepção rigidamente estatal do direito, segundo a qual jurídicas são exclusivamente as normas 
postas pelo Estado. Tal concepção implica no princípio da onipotência do legislador; 
 A interpretação da lei fundada na intenção do legislador. 
 O culto do texto da lei, pelo qual o interprete deve ser rigorosamente - e, podemos dizer, 
religiosamente - subordinado às disposições dos artigos do Código. 
 E o respeito pelo princípio de autoridade. 
 
CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PARA O JUSNATURALISMO
universal imutável inato independente
DIREITO NATURAL
distingue as coisas boas das 
más segundo a própria 
natureza
POSITIVISMO estuda o direito a partir das regras
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⚫ PÓS-POSITIVISMO 
 
 O pós-positivismo aproveita: 
 a estabilidade do direito positivista; 
 base ética e moral jusnaturalista. 
TEORIA CRÍTICA DOS DIREITOS HUMANOS 
A discussão central da obra de Herrera está em analisar a origem histórica dos Direitos Humanos, a partir 
de uma análise crítica. 
É necessário descontruir o conceito de Direitos Humanos fundado a partir de juízos e valores universais, que 
foram utilizados para: 
1º - ferramenta de colonização 
2º - instrumento de libertação 
Na doutrina de Herrera Flores: O VIÉS DO RELATIVISMO CULTURAL COM FOCO NA DIGNIDADE HUMANA 
COMO PONTO UNIVERSAL. 
A fim de construir um espaço de encontro entre as diversas formas de ação, o autor propõe “seis decisões 
iniciais”. 
1ª DECISÃO: “pensar é pensar de outro modo”. 
DIREITO NO POSITIVISMO 
JURÍDICO
confere-se supremacia à lei
não há vinculação subjetiva 
ou religiosa
o Direito torna-se estável
jusnaturalismo juspositivismo PÓS-POSITIVISMO
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2ª DECISÃO: “da negatividade à afirmação ontológica e axiológica”. 
3ª DECISÃO: “pensar as lutas pela dignidade humana significa problematizar a realidade”. 
4ª DECISÃO: “da utopia às heterotopias”. 
5ª DECISÃO: “a indignação diante do intolerável deve nos induzir ao encontro positivo e afirmativo 
de vontades críticas”. 
6ª DECISÃO: “nem tudo vale o mesmo”. 
A DENÚNCIA DA MISTIFICAÇÃO IDEOLÓGICA DOS DIREITOS 
HUMANOS ABSTRATOS 
Os Direitos Humanos – tal como evidenciados nas declarações de direito da França e dos EUA – 
representam a forma hegemônica de dominação da classe burguesa, representando a ascensão do 
capitalismo. 
A DIFICULDADE DE RECONSTRUÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS NA 
ERA DA BIOPOLÍTICA: OS LIMITES DA CIDADANIA COMO DIREITO A 
TER DIREITOS, ESTADO DE EXCEÇÃO E CAMPO DE CONCENTRAÇÃO 
COMO PARADIGMAS POLÍTICOS MODERNOS 
 biopolítica: a vida das pessoas é regida pela política e isso dita, inclusive, a evolução dos Direitos Humanos. 
 A era biopolítica dificulta a reconstrução dos Direitos Humanos. Para demonstrar a sua tese, o autor se de 
três exemplos: 
• Os limites da cidadania como direito a ter direitos; 
• Estado de exceção; e 
• Campo de concentração como paradigmas políticos modernos. 
ENCANTOS E DESENCANTOS DOS DIREITOS HUMANOS: ENTRE 
DOMINAÇÃO E EMANCIPAÇÃO 
A América Latina é dotada de um amplo e complexo conjunto de normas de Direitos Humanos que se 
apresentam universais, mas, na realidade, em razão do contexto social reproduzem lógicas de exclusão, 
marginalização e discriminação social, com redução dos espaços de participação política. 
Segundo o autor, a efetiva garantia dos direitos humanos depende do preenchimento de três condições, que 
não são observadas no Sistema Interamericano de Direitos Humanos. 
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 Conceito de Direitos Humanos: 
 
PERSPECTIVAS PÓS-VIOLATÓRIAS, ESTATAIS E MONISTAS X PRÉ-
VIOLATÓRIAS, EXISTENCIAIS E PLURALISTAS PARA A PROTEÇÃO 
DOS DIREITOS HUMANOS 
 
CONDIÇOES PARA GARANTIA DO 
EXERCÍCIO DOS DIREITOS 
HUMANOS
Dimensão formal (previsão normativa)
Dimensão material
Espaço de ação
DIREITOS 
HUMANOS
Conjunto de práticas sociais, simbólicas, culturais e 
institucionais que reagem contra os excessos de 
qualquer tipo de poder que impeçam os seres 
humanos de se constituírem como sujeitos de 
direito.
• Subsume-se à defesa existencial e plural dos Direitos Humanos, antes mesmo de
qualquer violação. Antes de haver vítima, há necessidade de um esforço a fim de que os
direitos e garantias fundamentais sejam assegurados e promovidos pelos diversos
setores da sociedade, interna e internacional.
PERSPECTIVA PRÉ-VIOLATÓRIA
• Decorre da violação, vale dizer, com a violação dos DireitosHumanos, busca-se
primeiramente a tutela estatal e, caso falha, somente assim, busca-se no plano
internacional sob o argumento de que o ordenamento de direitos humanos é monista, a
responsabilização e reparação do dano perpetrado.
PERSPECTIVA PÓS-VIOLATÓRIA
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Somente decorre a atuação dos Direitos Humanos, efetivamente na esfera internacional, após a violação 
interna. De certo modo, a atuação fica subordinada às instituições internas de cada país, notadamente do 
Poder Legislativo e do Poder Judiciário. Essa visão simplista e deficiente prejudica a efetividade dos Direitos 
Humanos. 
AS TENSÕES DA MODERNIDADE OCIDENTAL E AS TENSÕES DOS 
DIREITOS HUMANOS: DA COLONIALIDADE À DESCOLONIALIDADE 
Envolve a reconstrução dos Direitos Humanos nos países colonizados – entre os quais se insere o Brasil – 
a fim de sejam criados espaços próprios para a defesa de direitos e interesses das comunidades locais. 
OS DIREITOS HUMANOS NA ZONA DE CONTATO ENTRE 
GLOBALIZAÇÕES RIVAIS 
Existem formas de globalização, com destaque para a oriental (ou islamita) e a ocidental (ou neoliberal). São 
orientações políticas dominantes, que são contra hegemônicas uma em relação à outra. 
Essa clara rivalização de dois modelos hemegômicos é prejudicial ao multiculturalismo subjacente aos 
Direitos Humanos, por focar na noção de universalização com viés dominatório. 
OS DIREITOS HUMANOS COMO BANDEIRAS DE LUTAS DOS 
MOVIMENTOS SOCIAIS 
A redemocratização constitui conquista desses movimentos, marcando efetiva tentativa de emancipação 
e de criação de novo espaço de discussão dos direitos fundamentais da sociedade brasileira. 
A RECONSTRUÇÃO CONTRA-HEGEMÔNICA DOS DIREITOS 
HUMANOS: DIREITOS HUMANOS INTERCULTURAIS, PÓS-IMPERIAIS 
E DESCOLONIAIS NO HORIZONTE PÓS-CAPITALISTA 
A síntese desses movimentos contra a universalização abstrata dos Direitos Humanos resulta na construção 
de um novo modelo de Direitos Humanos, um modelo reconstruído e contra hegemônico, que se destaca 
pelo: 
 multuculturalismo, vale dizer, pelo respeito às diversas particularidades locais, frente o ideal 
universalista abstrato, inadequado à realidade dos países latino-americano; 
 pós-imperialismo e descolonização dos Direitos Humanos, significa o desapego à construção 
imposta pelos países ocidentais, em respeito às particularidades locais para defesa dos direitos mais 
relevantes da comunidade local; e 
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 horizonte pós-capitalista, emancipado das amarras tradicionais de criação de defesa dos direitos 
humanos de liberdade e igualdade calcados nos ideias burgueses. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Chegamos ao final de mais uma aula. Esse é um conteúdo muito cobrado em provas, por isso, atenção! 
Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entrem em contato conosco. Estou disponível no fórum no Curso, 
por e-mail e, inclusive, pelo Facebook. 
Aguardo vocês na próxima aula. Até lá! 
Ricardo Torques 
 
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QUESTÕES COMENTADAS 
PROMOTOR 
1. (MPT/MPT - 2012) Assinale a alternativa INCORRETA: 
a) A Declaração do Milênio das Nações Unidas reforça o dever dos Estados de administrar os desafios globais 
de forma solidária, em um modo que distribua custos e responsabilidades, de acordo com os princípios 
básicos da igualdade e justiça social. Aqueles que sofrem, ou menos beneficiados, merecem ajuda daqueles 
que mais se beneficiam. 
b) Direitos de primeira geração são direitos que resultaram da influência do socialismo, voltados ao bem-
estar social, como o direito ao trabalho, à saúde e à educação. 
c) Os direitos sociais destinam-se a propiciar aos indivíduos a participação no bem-estar social, apresentando 
uma dimensão positiva, que enseja o dever do Estado de propiciar estes direitos, não apenas de abster-se 
de intervir. 
d) Consoante a Declaração das Nações Unidas dos Direitos dos Povos Indígenas, os indivíduos e povos 
indígenas têm o direito de desfrutar plenamente de todos os direitos estabelecidos no direito trabalhista 
internacional e nacional aplicável. 
e) Não respondida. 
Comentários 
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A alternativa A está correta. A Declaração do Milênio das Nações Unidas, ao apresentar seus valores e 
princípios, aponta a solidariedade como um valor fundamental e essencial para as relações internacionais no 
século XXI e assim a define: “Os problemas mundiais devem ser enfrentados de modo a que os custos e as 
responsabilidades sejam distribuídos com justiça, de acordo com os princípios fundamentais da equidade e 
da justiça social. Os que sofrem, ou os que beneficiam menos, merecem a ajuda dos que beneficiam mais.” 
A alternativa B está incorreta e é o gabarito da questão. Os direitos voltados ao bem-estar social, como 
trabalho, educação e saúde, são de segunda geração. Os direitos de primeira geração referem-se às 
liberdades individuais. 
A alternativa C está correta. Os direitos sociais destinam-se genericamente a todas as pessoas, 
principalmente aos hipossuficientes, ou seja, àqueles que necessitam da ação do poder público para obter 
as condições mínimas para o seu desenvolvimento. 
A alternativa D está correta. De acordo com o art. 17, §1º da Declaração das Nações Unidas dos Direitos dos 
Povos Indígenas: “As pessoas e os povos indígenas têm direito a desfrutar plenamente de todos os direitos 
estabelecidos no direito internacional do trabalho e nacional aplicável.” 
2. (MPE-PR/MPE-PR – 2016) “A segunda guerra mundial, iniciada em 1939 e encerrada em 1945, 
depois de praticada contra seres humanos, com brutal intensidade, uma variedade de violências jamais 
antes imaginada, teve o efeito de despertar a consciência de grande parte da humanidade para a 
impossibilidade de haver paz e de ser propiciado, aos indivíduos e aos povos, o gozo tranquilo dos 
benefícios proporcionados pelos avanços científicos e tecnológicos sem o reconhecimento da pessoa 
humana como o primeiro dos valores. De certo modo, pode-se dizer que houve uma retomada das 
proclamações humanistas externadas pelos filósofos políticos dos séculos XVII e XVIII, com o 
reconhecimento de que a liberdade e a igualdade são atributos naturais de todos os seres humanos, sem 
qualquer exceção, e devem ser protegidos por toda a sociedade, como direitos inerentes à condição 
humana. Esse reconhecimento foi expresso, com clareza e objetividade, na parte inicial do art. 1º da 
Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada pela Assembleia Geral da ONU em 10 de dezembro 
de 1948, com o seguinte enunciado: ‘Todos os seres humanos nascem livres e iguais em direitos e 
dignidade. Todos são dotados de razão e de consciência e devem agir, uns em relação aos outros, com 
espírito de fraternidade’.” 
Após analisar o texto acima, assinale a alternativa incorreta: 
a) O mesmo espírito que inspirou a Proclamação dos Direitos Humanos, visando a afirmação dos direitos 
fundamentais da pessoa humana, reformulou sistemas jurídicos em todo o mundo causando a substituição 
do individualismo pelo humanismo, do patrimonialismo pela dignidade da pessoa humana, alçando a 
Constituição à condição de norma jurídica superior, igual para todos e instrumento de afirmação e garantia 
dos direitos fundamentais; 
b) Afirmando expressamente a igualdade de direitos e proibindo discriminações, os textos constitucionais 
pós Declaração Universal passaram a incluir a determinaçãode atuação positiva do Estado, que não deve 
limitar-se a garantir os direitos, impedindo que eles sejam violados, mas deve também valer-se de meios 
eficazes, inclusive com a destinação de recurso materiais, para que a atribuição de direitos implique a real 
possibilidade de exercê-los; 
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c) Muito embora textos constitucionais pós Declaração Universal dos Direitos Humanos façam, de modo 
geral, o reconhecimento de que nenhum indivíduo mora fora da sociedade e, portanto, tudo que afeta o 
direito de outro indivíduo tem significação social, estruturalmente, não houve rompimento da estrita 
separação entre as áreas pública e privada, uma vez que o estabelecimento de normas ou regras pelo setor 
público, ainda que básicas e parciais, voltadas a disciplinar a esfera privada se caraterizaria em indevida 
ingerência do Estado nas relações particulares; 
d) Tomando como base o parâmetro da dignidade da pessoa humana para o estabelecimento de regras 
jurídicas relativas à aquisição e ao uso de direitos, pode afirmar-se que o constitucionalismo pós Declaração 
é humanista, no sentido de tratar a pessoa como o primeiro dos valores e de condicionar todas as ações do 
indivíduo com repercussão social ao respeito por esse valor; 
e) Havidas antes como normas declaratórias ou programáticas, o constitucionalismo humanista deu eficácia 
jurídica às disposições constitucionais de declaração e garantia dos direitos fundamentais, possibilitando sua 
aplicação como normas jurídicas, dotadas de plena eficácia e, portanto, de obediência obrigatória para 
todos, inclusive para Estados, governantes e integrantes do aparato político e administrativo, sem qualquer 
exceção. 
Comentários 
A alternativa C está incorreta e é o gabarito da questão. O movimento neoconstitucionalista promoveu o 
rompimento entre as áreas pública e privada. É possível afirmar-se que houve a constitucionalização do 
direito privado, com o valor da dignidade humana espalhando-se para todas as áreas antes isoladas dos 
mandamentos constitucionais. O neoconstitucionalismo possui papel importante no sentido de aproximar a 
moral do direito, o que reflete necessariamente na apresentação na prescrição de valores e princípios 
constitucionais com caráter vinculativo. É justamente nesse contexto, que as alternativas D e E estão 
corretas. 
Em relação à alternativa A cumpre mencionar que fica patente a importância que os direitos humanos (em 
termos internacionais) e direitos fundamentais (em termos nacionais) recebe no tratamento legislativo. 
Além de vincular os Estados internamente quanto à necessidade de serem observados preceitos protetivos 
da dignidade, a nível internacional relativiza a soberania em prol dos direitos mais básicos dos seres 
humanos. 
A alternativa B, por sua vez, faz referência aos direitos de cunho prestacional, que se apresentam como 
somatório aos direitos de liberdade, que possuem viés eminentemente negativo. Embora já nos anos de 
1917 (no México) e 1919 (na Alemanha) já tivéssemos a prescrição de direitos sociais, econômicos e culturais 
nas respectivas constituições, esse movimento se consolida no início da segunda metade do século XX. 
3. (MPT/MPT - 2015) Sobre a evolução histórica dos direitos humanos, assinale a alternativa 
CORRETA: 
a) O Bill of Rights dos Estados Unidos da América consiste em um rol de direitos fundamentais inserido na 
Declaração de Independência proclamada por Thomas Jefferson em 1776, posteriormente incorporado aos 
Artigos da Confederação. 
b) O Bill of Rights dos Estados Unidos da América constitui-se de normas originárias constantes da 
Constituição aprovada na Convenção da Filadélfia em 1787. 
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c) O Bill of Rights dos Estados Unidos da América foi inserido somente em 1791 na Constituição americana, 
sob a forma de emendas constitucionais. 
d) O Bill of Rights formalmente não é uma norma federal nos Estados Unidos da América, mas sim uma 
interpretação extensiva da Declaração de Direitos da Virginia promovida pela jurisprudência da Suprema 
Corte americana. 
e) Não respondida. 
Comentários 
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. O Bill of Rights corresponde às primeiras dez emendas 
feitas à Constituição Americana. Tais emendas foram propostas entre 1787 e 1788, mas só foram 
incorporadas à Constituição em 1791. As emendas tratam de garantias democráticas, a exemplo da liberdade 
de expressão, limitações ao poder do governo em procedimentos judiciais e a afirmação expressa de que o 
poder não delegado ao Congresso pela Constituição deverá ser assegurado aos Estados ou ao povo. 
A alternativa A está incorreta. O Bill of Rights consiste em um rol de direitos fundamentais inserido em dez 
emendas à Constituição Americana de 1787. 
A alternativa B está incorreta. O Bill of Rights constitui-se de normas derivadas, incluídas mediante 10 
emendas à Constituição. 
A alternativa D está incorreta. Como visto, a Bill of Rights é lei em sentido formal. 
4. (MPF/MPF - 2016) Dentre os enunciados abaixo, somente estão corretos: 
I - A teoria do duplo controle da proteção de direitos humanos no Brasil prega a possibilidade de conciliação 
entre as deliberações judiciais nacionais e internacionais referentes a direitos humanos. 
II - O abuso de direito na temática dos direitos humanos pode ser entendido como uma técnica de limitação 
de direitos, que exige a ponderação do exercício de um direito com as restrições necessárias em uma 
sociedade democrática. 
III - O princípio da não tipicidade dos direitos humanos é incompatível com a interpretação evolutiva dos 
direitos em tratados de direitos humanos. 
IV - A interseccionalidade dos direitos humanos, por detectar diferentes formas de opressão e tratamento 
discriminatório baseadas em raça, gênero, condição social, idade, orientação sexual, entre outras formas de 
identidade social que se inter-relacionam, exige reparações às vítimas que levem em conta essas 
especificidades. 
a) I e III 
b) I e II 
c) III e IV 
d) I, II, e IV 
Comentários 
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A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Vamos analisar as afirmativas separadamente: 
A afirmativa I está correta. A Teoria do Duplo Controle busca conciliar o aparente conflito entre decisões das 
cortes internacionais de direitos humanos, em especial a Interamericana o STF. Para André de Carvalho 
Ramos, a Teoria do Duplo Controle reconhece a atuação em separado do controle de constitucionalidade, 
pelo STF e magistrados, e do controle de convencionalidade, pela Corte de San José da Costa Rica e demais 
órgãos de direitos humanos. Assim, todo ato interno deve se conformar com a jurisprudência do STF e com 
jurisprudência interamericana, evitando-se antagonismo entre Supremo e os órgãos internacionais de 
direitos humanos. 
A afirmativa II está correta. Para o doutrinador André de Carvalho Ramos, a Teoria do Abuso do Direito 
funciona como uma técnica de limitação de direitos fundamentais e um reforço ao juízo de 
proporcionalidade das restrições necessárias em uma sociedade democrática. Assim, nenhum direito 
humano pode ser exercido com o objetivo de suprimir outros direitos humanos ou o próprio regime 
democrático. 
A afirmativa III está incorreta. A não tipicidade dos direitos humanos viabiliza a sua interpretação evolutiva, 
de modo que os direitos humanos devem ser interpretados à luz das condições sociais da atualidade. 
A afirmativa IV está correta.O termo "interseccionalidade" foi criado por Kimberle Crenshaw para retratar a 
incidência dos mais diversos fatores de discriminação em um caso concreto. Nesse caso, observa-se que 
fatores de discriminação não resolvidos ou enfrentados de forma desconexa podem se entrelaçar e 
aumentar a opressão. Tal foi o caso na violação de direitos de mulher refugiada, negra, pobre, analfabeta, 
homossexual e com filha portadora de HIV, a quem foi negado pelo Estado o direito à educação. Assim, no 
Caso Gonzales Lluy e outros vs. Equador (2015), o Sistema Interamericano de Direitos Humanos reconheceu, 
pela primeira vez, o fenômeno da interseccionalidade na temática dos direitos humanos. 
5. (CESPE/MPE-RO – 2010) Quanto às dimensões dos direitos, julgue o item a seguir. 
Os direitos humanos de primeira geração referem-se às reivindicações de condições dignas de trabalho e 
originam-se das lutas sociais desencadeadas com a Revolução Industrial. 
Comentários 
A questão mistura os direitos de primeira dimensão, direitos de liberdade, e menciona exemplos de direitos 
de segunda dimensão, os direitos sociais, dentre os quais estão inclusos os direitos dos trabalhadores. 
Os direitos de primeira dimensão, como bem sabemos, são aqueles ligados à liberdade no sentido da 
limitação do Estado, do seu dever de abster-se e de não intervir. 
Os direitos de segunda dimensão, por outro lado, são aqueles ligados à igualdade, e baseados na atuação 
estatal, promotora desse ideal. 
A assertiva está, portanto, incorreta. 
6. (CESPE/MPE-RO - 2010) Quanto às dimensões dos direitos, julgue o item a seguir. 
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Os direitos humanos de segunda geração ainda não foram incorporados à legislação nacional, 
permanecendo, pois, como normas programáticas do direito internacional humanitário. 
Comentários 
Questão tranquila e de fácil solução. Para acertarmos essa questão basta pensarmos na topografia do texto 
constitucional. Entre os títulos e capítulos da Constituição da República encontramos, entre outros os 
direitos sociais, positivados entre os art. 6º ao 11º. Apenas por isso poderíamos afirmar que a assertiva está 
incorreta. 
Ademais, cumpre mencionar que a acepção de que os direitos compreendidos pela segunda dimensão 
possuem apenas caráter programático, resta plenamente superada pela doutrina e jurisprudência. 
Atualmente, ainda que sejam normas que dependem de regulamentação ou de implementação estatal por 
intermédio de políticas públicas, todos os direitos sociais, econômicos e culturais possuem alguma carga de 
vinculatividade e eficácia direta. 
Assim, a assertiva está incorreta. 
7. (VUNESP/MPE-SP - 2017) Assinale a alternativa que corretamente disserta sobre aspectos 
conceituais dos direitos humanos em sua evolução histórica. 
a) Os direitos humanos da terceira dimensão marcam a passagem de um Estado autoritário para um Estado 
de Direito e, nesse contexto, o respeito às liberdades individuais, em uma perspectiva de absenteísmo 
estatal, fruto do pensamento liberal-burguês do século XVIII. 
b) Os direitos de quarta dimensão, ou direitos de liberdade, têm como titular o indivíduo, são oponíveis ao 
Estado, traduzem-se como faculdades ou atributos da pessoa e ostentam uma subjetividade que é seu traço 
mais característico, sendo, assim, direitos de resistência ou oposição ao Estado. 
c) Os direitos fundamentais da primeira dimensão são marcados pela alteração da sociedade por profundas 
mudanças na comunidade internacional, identificando-se consequentes alterações nas relações econômico-
sociais, sobretudo na sociedade de massa, fruto do desenvolvimento tecnológico e científico. 
d) Os direitos da quinta dimensão são direitos transindividuais que transcendem os interesses do indivíduo 
e passam a se preocupar com o gênero humano, com altíssimo teor de humanismo e universalidade, 
inserindo-se o ser humano em uma coletividade que passa a ter direitos de solidariedade ou de fraternidade. 
e) A evidenciação de direitos sociais, culturais e econômicos, correspondendo aos direitos de igualdade, sob 
o prisma substancial, real e material, e não meramente formal, mostra-se marcante nos documentos 
pertencentes ao que se convencionou classificar como segunda dimensão dos direitos humanos. 
Comentários 
A presente questão envolve a discussão a respeito das dimensões dos direitos humanos. Trata-se de uma 
questão completa e aprofundada. Vejamos cada uma das alternativas. 
A alternativa A está incorreta. Quando uma alternativa, dentro do contexto das dimensões dos direitos 
humanos, trouxer expressões como o “respeito às liberdades individuais” ou “uma perspectiva de 
absenteísmo estatal”, você deve se lembrar dos direitos humanos de primeira dimensão. Isso porque os 
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direitos humanos de primeira dimensão, como vimos, são aqueles ligados à liberdade, ou, mais 
especificamente, às liberdades negativas. Eles marcam a passagem de um Estado autoritário (Estado em que, 
em linhas gerais, não existe limites para o governante) para um Estado de Direito (Estado em que os poderes 
do próprio Estado também são limitados pelo Direito) e podem ser considerados fruto do pensamento 
liberal-burguês do século XVIII. São exemplos o direito à vida e à propriedade. 
A alternativa B está igualmente incorreta. Perceba que, novamente, a alternativa tratou dos direitos de 
primeira dimensão. Veja as expressões: “direitos de liberdade”, “oponíveis ao Estado”, “direitos de 
resistência ou oposição ao Estado”. Os direitos de quarta dimensão, por outro lado, não têm um 
reconhecimento amplo na doutrina. Quem costuma falar sobre eles é Paulo Bonavides, definindo-os como 
direitos ligados à globalização política, como a democracia, o direito à informação e o pluralismo político. 
Noberto Bobbio também fala em direitos de quarta dimensão, referindo-se a direitos relacionados à 
manipulação genética e pesquisas biológicas. 
A alternativa C está incorreta. Mais uma vez, a primeira dimensão retrata os direitos civis e políticos, 
caracterizados por serem direitos negativos, que impõem abstenção estatal. Na alternativa, predominam 
expressões como: “comunidade”, “sociedade” e “relações econômico-sociais”, o que nos remete aos direitos 
sociais, econômicos e culturais, condizentes com a segunda dimensão de direitos. Ademais, de forma 
incoerente, fala-se também em direitos relacionados com o desenvolvimento tecnológico e científico, 
característicos dos direitos de quarta dimensão. 
A alternativa D também está incorreta. Os direitos humanos de quinta dimensão – segunda a doutrina de 
Paulo Bonavides – retratam os direitos relacionados à paz e decorrem dos eventos terroristas, com marco 
no 11 de Setembro. A alternativa refere-se também aos direitos de solidariedade e de fraternidade, 
característico dos direitos de terceira dimensão. 
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. Os direitos de segunda dimensão constituem a 
igualdade em sentido material, suplantando a mera igualdade formal, garantida pela primeira dimensão dos 
direitos. Ademais, os direitos de segunda dimensão abrangem os direitos relacionados aos direitos sociais, 
econômicos e culturais. 
Sobre as dimensões dos direitos, lembre-se: 
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8. (MPT/MPT - 2015) Qual das seguintes cláusulas NÃO CONSTA da Declaração dos Direitos do 
Homem e do Cidadão de 1789 proclamada durante a Revolução Francesa: 
a) A finalidade de toda associação política é a conservaçãodos direitos naturais e imprescritíveis do homem. 
Esses direitos são a liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão. 
b) Ninguém pode ser acusado, preso ou detido senão nos casos determinados pela lei e de acordo com as 
formas por esta prescritas. Os que solicitam, expedem, executam ou mandam executar ordens arbitrárias 
devem ser punidos; mas qualquer cidadão convocado ou detido em virtude da lei deve obedecer 
imediatamente, caso contrário torna-se culpado de resistência. 
c) Todos os homens em idade adulta e no pleno gozo de sua sanidade mental têm direito de votar e ser 
votado. 
d) A sociedade tem o direito de pedir contas a todo agente público pela sua administração. 
e) Não respondida. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 2º da Declaração: "A finalidade de toda associação 
política é a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis do homem. Esses direitos são a liberdade, a 
propriedade a segurança e a resistência à opressão." 
A alternativa B está incorreta. Trata-se do art. 7º da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão: 
"Ninguém pode ser acusado, preso ou detido senão nos casos determinados pela lei e de acordo com as 
formas por esta prescritas. Os que solicitam, expedem, executam ou mandam executar ordens arbitrárias 
devem ser punidos; mas qualquer cidadão convocado ou detido em virtude da lei deve obedecer 
imediatamente, caso contrário torna-se culpado de resistência." 
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Não há tal previsão na Declaração dos Direitos do 
Homem e do Cidadão de 1789. 
1ª Dimensão direitos civis e políticos
2ª Dimensão direitos sociais, econômicos e culturais
3ª Dimensão direitos de solidariedade ou de fraternidade
4ª Dimensão direito à democracia, à informação e ao pluralismo
5ª Dimensão direito à paz
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A alternativa D está incorreta. Está prevista no art. 15 da Declaração: "A sociedade tem o direito de pedir 
contas a todo agente público pela sua administração." 
DEFENSOR 
9. (FCC/DPE-SP - 2019) Sobre a Teoria Geral dos Direitos Humanos aplicada à sua previsão no plano 
internacional, considere as assertivas abaixo. 
I. O movimento de proteção a grupos vulneráveis no campo do direito internacional dos direitos humanos 
justificou a opção pelo princípio da especialidade para solucionar conflitos entre normas de diferentes 
tratados de direitos humanos, ficando o princípio da primazia da norma mais favorável como regente dos 
conflitos com normas nacionais. 
II. O princípio da interpretação pro homine pode ser exemplificado a partir da jurisprudência da Corte 
Interamericana de Direitos Humanos no sentido da impossibilidade de denúncia do reconhecimento de sua 
jurisdição pelos Estados, diante da ausência de dispositivo expresso que permita tal retirada. 
III. O princípio da primazia da norma mais favorável ao indivíduo se revela insuficiente para solucionar 
conflitos entre direitos humanos de indivíduos distintos, que devem coexistir, abrindo espaço para a 
incidência da análise de proporcionalidade. 
IV. O princípio da proibição do retrocesso tem aplicação vinculada ao campo dos direitos econômicos, sociais 
e culturais, diante das peculiaridades de sua forma de cumprimento, não se relacionando aos direitos civis e 
políticos, os quais se realizam de maneira imediata. 
Está correto o que se afirma APENAS em: 
a) I e II. 
b) II, III e IV. 
c) II e III. 
d) III e IV. 
e) I, II e IV. 
Comentários 
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Vejamos cada uma das afirmativas: 
A afirmativa I está incorreta. Na proteção aos direitos humanos aplica-se o princípio da complementariedade 
(e não da especialidade). 
A afirmativa II está correta. Por não existir regra para prever a denúncia ao reconhecimento da jurisdição da 
Corte Interamericana, uma vez reconhecido, por aplicação do princípio pro homine, não há como o Estado 
deixar de reconhecer o controle jurisdicional internacional. 
A afirmativa III está correta. Havendo dúvida interpretativa, deve-se aplicar o princípio da primazia da norma 
mais favorável. Contudo, persistindo a dúvida quanto à interpretação, aplica-se a proporcionalidade, 
buscando adequação entre meios e fins, para se saber qual a norma a ser aplicada ao caso concreto. 
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A afirmativa IV está incorreta. A proibição do retrocesso, embora teorizada para os direitos de segunda 
dimensão (direitos sociais) dado o caráter progressivo de implementação, se impõe a todos os direitos 
humanos, inclusive, aos direitos civis e políticos. 
10. (CESPE/DPE-RR - 2013) No que concerne à proteção internacional dos direitos humanos, julgue o 
item abaixo. 
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, datada de 1948, foi o marco da internacionalização da 
proteção aos direitos humanos. 
Comentários 
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (Déclaration des Droits de l'Homme et du Citoyen, ao 
lado), que data de 1789, é documento culminante da Revolução Francesa, que definiu diversos direitos 
fundamentais de caráter universal. 
Como se vê a questão tentou confundir o documento acima com a Declaração Universal dos Direitos 
Humanos (DUDH), que data de 1948, a marca a internacionalização dos Direitos Humanos. 
 
DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃO 
1789 
Documento editado no auge da Revolução Francesa, que atribuiu 
direito aos diversos estamentos da sociedade francesa. 
Entre outros direitos foram assegurados direitos de liberdade. 
 
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DE DIREITOS HUMANOS 
1948 
Resolução editada no pós-2ª Guerra Mundial voltada para a proteção 
dos direitos humanos. 
Foram expressados e discriminados direitos de primeira e de segunda 
dimensão. Além disso, há referência aos direitos de terceira dimensão. 
Logo, a assertiva está incorreta. 
11. (FEPESE/DPE-SC - 2012) No que se refere às dimensões de direitos humanos, é correto afirmar: 
a) A primeira dimensão diz respeito aos direitos que gravitam em torno da liberdade e surgiram com o Estado 
Liberal do século XVIII. 
b) A segunda dimensão diz respeito aos direitos exclusivamente políticos, ou seja, aos direitos de 
participação política, sendo que a terceira dimensão abriga os direitos sociais. 
c) A terceira dimensão diz respeito aos direitos de liberdade, em especial, ao de não ser privado 
arbitrariamente em sua liberdade e surgiram a partir do final da 2ª Guerra Mundial. 
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d) A primeira dimensão diz respeito aos direitos sociais e surgiram a partir da derrocada do liberalismo e 
coincidem com os Estados Totalitários. 
e) A primeira e a segunda dimensões de direitos fundamentais surgem somente ao final da 1ª Guerra 
Mundial e estão atreladas ao surgimento dos movimentos totalitários, em especial, ao nazismo. 
Comentários 
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. A primeira dimensão, associada à liberdade, enfatiza 
os direitos civis e políticos, ocorrendo no momento de passagem do Estado Absolutista para o Estado Liberal. 
A alternativa B está incorreta. Os direitos políticos são característicos da primeira geração. A segunda 
caracteriza-se pelo enfoque em direitos econômicos, sociais e culturais. 
A alternativa C está incorreta. A terceira dimensão diz respeito aos direitos de solidariedade / fraternidade, 
em especial o direito ao meio ambiente, a regulação das relações de consumo. 
A alternativa D está incorreta. Osdireitos sociais são típicos da segunda dimensão de direitos. 
A alternativa E está incorreta. A primeira geração de direitos tem como marcos históricos a Revolução 
Gloriosa na Inglaterra, a Independência dos Estados Unidos e a Revolução Francesa (1789). A segunda 
dimensão encontra fundamento histórico na Revolução Mexicana e Russa. 
12. (FCC/DPE-MA - 2018) Podem ser considerados exemplos de direitos humanos de terceira geração 
o direito 
a) à imigração e refúgio, à participação na economia globalizada e à segurança. 
b) ao trabalho, à paz mundial e à indivisibilidade entre os direitos. 
c) à propriedade imaterial, à privacidade e ao pluralismo. 
d) à bioética, o direito do consumidor e os direitos culturais. 
e) ao meio ambiente, ao desenvolvimento e à autodeterminação dos povos. 
Comentários 
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. Os direitos humanos de terceira geração, ligados ao 
valor fraternidade / solidariedade, são os relacionados ao meio ambiente, ao desenvolvimento e progresso, 
à autodeterminação dos povos, bem como ao direito de propriedade sobre o patrimônio comum da 
humanidade e ao direito de comunicação. 
A alternativa A está incorreta. O direito à imigração e refúgio fazem parte da primeira geração de direitos, a 
participação na economia globalizada refere-se à quarta geração e o direito à segurança é próprio da segunda 
geração. 
A alternativa B está incorreta. A indivisibilidade é uma característica dos direitos humanos, o direito ao 
trabalho é comum à segunda geração e a paz mundial refere-se à quinta geração. 
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A alternativa C está incorreta. O direito à propriedade imaterial e à privacidade são típicos da primeira 
geração e o pluralismo caracteriza a quarta geração. 
A alternativa D está incorreta. Os direitos culturais são característicos da segunda geração e o direito à 
bioética da quarta geração. 
13. (CESPE/DPE-PE - 2015) Julgue o item subsecutivo, a respeito de aspectos gerais e históricos dos 
direitos humanos. 
Na luta pelos direitos humanos, há avanços e retrocessos, decorrendo disso a necessidade de o Estado e a 
sociedade civil se engajarem para que se realizem ações e políticas públicas que sejam efetivamente de 
Estado e não de governo. 
Comentários 
A assertiva está correta. Na luta pelos direitos humanos, os avanços e retrocessos, embora estes não sejam 
desejados, acontecem. Por esse motivo, tal luta deve ser apreendida como um projeto conjunto entre Estado 
e sociedade, de modo que as ações sejam contínuas e não apenas sazonais, esporádicas ou condicionadas 
às ações de governo. 
14. (FCC/DPE-CE - 2014) Ao examinar a evolução histórica dos direitos humanos, Celso Lafer destaca a 
fase da formação dos denominados direitos de primeira geração nos seguintes termos: 
“Os direitos humanos da Declaração de Virgínia e da Declaração Francesa de 1789 são, neste sentido, direitos 
humanos de primeira geração, que se baseiam numa clara demarcação entre Estado e não-Estado, 
fundamentada no contratualismo de inspiração individualista. São vistos como direitos inerentes ao 
indivíduo e tidos como direitos naturais, uma vez que precedem o contrato social” 
(cf. A reconstrução dos direitos humanos. São Paulo: Companhia das Letras, 1988, p. 126). 
Entre as disposições abaixo, NÃO guarda pertinência com a concepção de direitos humanos acima 
mencionada: 
a) "A finalidade de toda associação política é a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis do homem. 
Esses direitos são a liberdade, a propriedade a segurança e a resistência à opressão." 
b) "Um povo tem sempre o direito de rever, de reformar e de mudar a sua constituição: Uma geração não 
pode sujeitar às suas leis as gerações futuras." 
c) "A lei é a expressão livre e solene da vontade geral; ela é a mesma para todos, quer proteja, quer castigue; 
ela só pode ordenar o que é justo e útil à sociedade; ela só pode proibir o que lhe é prejudicial." 
d) "Os homens nascem e são livres e iguais em direitos. As distinções sociais só podem fundamentar-se na 
utilidade comum." 
e) "Nós também concedemos a todos os homens livres do nosso reino, por nós e por nossos herdeiros 
perpetuamente, todas as liberdades estatuídas nessa Carta, para que as tenham e as conservem para si e 
para os seus herdeiros, de nós e dos nossos herdeiros." 
Comentários 
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A alternativa E está incorreta e é o gabarito da questão. O trecho aponta que a concessão das liberdades 
será feita a “todos os homens livres do nosso reino”, ou seja, não há a universalidade dos direitos, de modo 
que são excluídos os escravos e apenas os nobres são favorecidos. 
As alternativas A, B, D e E estão corretas e expressam adequadamente a liberdade, mote influenciador, dos 
direitos de primeira geração. 
15. (CESPE/DPE-AC - 2012) Assinale a opção correta no que diz respeito à afirmação histórica dos 
direitos humanos. 
a) O expresso reconhecimento do princípio da universalidade dos direitos humanos pela Declaração de Viena 
de 1993 pôs termo ao debate sobre o multiculturalismo e o relativismo cultural. 
b) O Bill of Rights, de 1689, foi a primeira carta de direitos de que se tem notícia na história. 
c) A Constituição Mexicana de 1917 e a Constituição de Weimar de 1919 são marcos da afirmação dos 
direitos humanos de segunda geração. 
d) Após a Segunda Guerra Mundial, para que os direitos dos trabalhadores enumerados na Declaração 
Universal dos Direitos do Homem de 1948 fossem garantidos no plano internacional, criou-se a Organização 
Internacional do Trabalho. 
e) Não há referência, na Declaração de Viena de 1993, ao princípio da indivisibilidade dos direitos humanos. 
Comentários 
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Os direitos de segunda dimensão – direitos sociais, 
culturais e econômicos – apresentam como marco histórico a Revolução Russa e a Revolução Mexicana. A 
Constituição Mexicana de 1917 e a Constituição de Weimar de 1919 representam marcos jurídicos desses 
direitos. 
A alternativa A está incorreta. O debate sobre multiculturalismo e relativismo cultural permanece em voga. 
O multiculturalismo, proposto pelo doutrinador Boaventura de Souza Santos, busca uma superação do 
debate entre universalismo e relativismo. 
A alternativa B está incorreta. A Magna Carta, de 1215, é considerada a primeira carta de direitos da história. 
A alternativa D está incorreta. A Organização Internacional do Trabalho foi fundada em 1919 com o objetivo 
de promover a justiça social por meio da proteção e avanços dos direitos dos trabalhadores. 
A alternativa E está incorreta. Assim dispõe a Declaração de Viena no item 5: “Todos os Direitos do homem 
são universais, indivisíveis, interdependentes e interrelacionados. A comunidade internacional tem de 
considerar globalmente os Direitos do homem, de forma justa e equitativa e com igual ênfase. Embora se 
devam ter sempre presente o significado das especificidades nacionais e regionais e os antecedentes 
históricos, culturais e religiosos, compete aos Estados, independentemente dos seus sistemas político, 
económico e cultural, promover e proteger todos os Direitos do homem e liberdades fundamentais.” 
16. (FMP/DPE-PA/2015) Sobre as características dos direitos humanos, é CORRETO afirmar que: 
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a) o historicismo é característica inerente aos direitos humanos, o qual determina a possibilidade de que tais 
direitos sejam reconhecidosmeio da 
edição de inúmeros tratados internacionais, hoje é possível enumerar diversas características que permeiam 
o estudo da nossa matéria. 
Estudar essas características tem por finalidade permitir conhecer o atual estágio de desenvolvimento da 
proteção dos Direitos Humanos na esfera internacional e as respectivas consequências da aplicação interna 
dos Direitos Humanos no ordenamento jurídico brasileiro. 
A quantidade e o número de características variam para cada doutrinador. Nós vamos tratar daquelas 
características que tem sido cobrada em prova como tais. Eventualmente, você poderá encontrar algumas 
outras características em manuais que optamos por não trazer, porque não cobradas. 
Além disso, você notará que muitas dessas características são intuitivas e estão relacionadas umas às outras. 
Para facilitar a memorização, ao final de cada análise, selecionamos as principais informações e as 
sistematizamos em um esquema que você guardará para a prova! 
1 - SUPERIORIDADE NORMATIVA (E NORMA JUS COGENS) 
No direito interno brasileiro, os tratados internacionais de Direitos Humanos possuem estatura de normas 
constitucionais ou, pelo menos, supralegais, denotando a importância que nosso legislador conferiu à 
matéria. 
No direito internacional, os Direitos Humanos são considerados como norma imperativa em sentido estrito 
(jus cogens), que significa que os Direitos Humanos contêm um conjunto de valores considerados essenciais 
Caractéristicas Dimensões Afirmação Histótica
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norma imperativa em sentido estrito
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para a comunidade, de maneira que possuem superioridade normativa em relação às demais normas 
internacionais. 
Por conta disso, a norma cogente de direitos humanos não pode ser alterada pela vontade de um Estado e 
a revogação de norma imperativa somente é possível por intermédio de norma de igual hierarquia, ou seja, 
somente por outra norma jus cogens, elaborada pelas mesmas partes. 
O jus cogens está consagrado na Convenção Internacional sobre o Direito dos Tratados de Viena de 1969 nos 
arts. 53, 64 e 71. O primeiro dispositivo conceitua a norma imperativa de direitos humanos (jus cogens). 
Artigo 53 - Tratado em Conflito com uma Norma Imperativa de Direito Internacional Geral (jus 
cogens) 
É nulo um tratado que, no momento de sua conclusão, conflite com uma norma imperativa de 
Direito Internacional geral. Para os fins da presente Convenção, uma norma imperativa de 
Direito Internacional geral é uma norma aceita e reconhecida pela comunidade internacional dos 
Estados como um todo, como norma da qual nenhuma derrogação é permitida e que só pode 
ser modificada por norma ulterior de Direito Internacional geral da mesma natureza. 
Do art. 64 se extrai que “jus cogens” superveniente tornará qualquer tratado anterior em conflito nulo. 
Artigo 64 - Superveniência de uma Nova Norma Imperativa de Direito Internacional Geral (jus 
cogens) 
Se sobrevier uma nova norma imperativa de Direito Internacional geral, qualquer tratado 
existente que estiver em conflito com essa norma torna-se nulo e extingue-se. 
O art. 71 estabelece as consequências da nulidade de um tratado internacional. 
Artigo 71 - Consequências da Nulidade de um Tratado em Conflito com uma Norma Imperativa 
de Direito Internacional Geral 
1. No caso de um tratado nulo em virtude do artigo 53, as partes são obrigadas a: 
a) eliminar, na medida do possível, as consequências de qualquer ato praticado com base em 
uma disposição que esteja em conflito com a norma imperativa de Direito Internacional geral; 
e 
b) adaptar suas relações mútuas à norma imperativa do Direito Internacional geral. 
2. Quando um tratado se torne nulo e seja extinto, nos termos do artigo 64, a extinção do 
tratado: 
a) libera as partes de qualquer obrigação de continuar a cumprir o tratado; 
b) não prejudica qualquer direito, obrigação ou situação jurídica das partes, criados pela 
execução do tratado, antes de sua extinção; entretanto, esses direitos, obrigações ou situações 
só podem ser mantidos posteriormente, na medida em que sua manutenção não entre em 
conflito com a nova norma imperativa de Direito Internacional geral. 
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Esses dispositivos, de acordo com a doutrina, foram fundamentais no sentido de dar rumo à cristalização do 
jus cogens como costume internacional. A referida Convenção não estabeleceu quais são as normas 
imperativas de direitos humanos, porém, apresentou, ao longo de seu texto, alguns exemplos como a 
proibição do uso da força, a autodeterminação dos povos e alguns crimes internacionais como o genocídio 
e a tortura. Assim, o que definirá norma jus cogens é a prática internacional reiterada de forma 
generalizada e prolongada no tempo, o que resulta em convicção de obrigatoriedade (costumes 
internacionais). 
Segundo André Carvalho Ramos1, os direitos de primeira dimensão – direitos de liberdade, civis e políticos 
– são jus cogens. O autor vai além, afirmando que todos os direitos fundamentais deveriam ser 
considerados jus cogens. Nesse contexto, conclui: 
Há incessante atividade de reconhecimento da qualidade de jus cogens de diversos direitos 
fundamentais pelos tribunais internacionais criados pelos próprios Estados”, de maneira que “no 
futuro, a natureza de norma imperativa será reconhecida a todos os direitos humanos, sem 
qualquer distinção. 
O reconhecimento de direitos humanos como normas jus cogens depende efetivamente dos costumes e da 
evolução da sociedade. 
Para fins de provas, devemos ter em mente que os tratados e convenções internacionais que disciplinam 
direitos humanos caracterizam-se por serem normas jus cogens, são imperativas. Na hipótese de 
descumprimento, devem ser aplicadas as sanções previstas no próprio tratado internacional. 
Contudo, para além da questão dos tratados internacionais assinados, permanece o questionamento em 
relação aos Estados que não aderem a essas normas internacionais. Em relação a esses países, nada poderia 
ser feito, mesmo diante de graves violações de direitos humanos? 
O que temos hoje, de concreto, é posicionamento de que quando houver violações sistemáticas (ou 
massivas) de direitos humanos, em razão do caráter jus cogens das normas de direitos humanos, elas podem 
ser exigidas, independentemente de haver assinatura de tratado internacional específico (mecanismos não 
convencionais). Por exemplo, se determinado Estado ameaça a paz e a segurança nacional, a ONU poderá 
adotar medidas coercitivas. Nesse ponto, temos que as normas de direitos humanos constituem verdadeiras 
normas costumeiras, que se impõem perante todos, independentemente de terem participado da assinatura 
de determinado tratado ou convecção internacional. 
Para a prova: 
 SUPERIORIDADE NORMATIVA (JUS COGENS) 
 
 
1 RAMOS, André de Carvalho. Teoria Geral dos Direitos Humanos na Ordem Internacional. (versão eletrônica). 
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55659e, posteriormente, suprimidos, conforme a evolução do pensamento humano. 
b) a defesa da característica da universalidade dos direitos humanos contempla a proibição de tratamento 
diferenciado a determinados grupos sociais ou culturais, em qualquer circunstância. 
c) a irrenunciabilidade reconhecida aos direitos humanos significa a impossibilidade de que o seu titular abra 
mão de direitos previstos em tratados internacionais, os quais, entretanto, podem sofrer restrições por lei 
ordinária, conforme o ordenamento jurídico de cada país. 
d) os direitos humanos são caracterizados pela indivisibilidade e complementariedade, de forma que 
compõem um único conjunto de direitos, cuja observância deve ser sistêmica e lastreada no princípio da 
dignidade da pessoa humana. 
e) a imprescritibilidade dos direitos humanos determina a inexistência de prazo para ajuizamento de ações 
em face do Estado a respeito de eventuais violações desses direitos. 
Comentários 
Aqui temos uma questão que aborda as características dos Direitos Humanos. Cada alternativa aborda uma 
característica diferente. Vejamos! 
A alternativa A está incorreta, pois a historicidade (ou historicismo para a banca) não pressupõe a supressão 
de Direitos. Como vimos, e isso se justifica no estudo das dimensões dos Direitos Humanos, a cada evolução 
experimentada pela sociedade há um número maior de direitos assegurados. 
A alternativa B está igualmente incorreta, pois a universalidade refere-se à aplicação dos direitos a todas as 
pessoas e em todos os lugares. Não há correção direta entre a universalidade e a aplicação igualitária dos 
Direitos Humanos. Ademais, ao contrário do que se afirmou, entre os Direitos Humanos destaca-se o 
tratamento isonômico, que justifica o tratamento desigual despendido a grupos vulneráveis da sociedade. 
A alternativa C também está incorreta, pois em face da irrenunciabilidade, os Direitos Humanos não podem 
ser restringidos pelas leis internas do pais, muito embora possam ser flexibilizados em razão de outros 
valores ou direitos assegurados (como ocorre com relação à prisão). 
A alternativa D, por sua vez, é a correta e gabarito da questão, uma vez que os direitos à indivisibilidade é 
característica dos Direitos Humanos ao lado da complementariedade. Embora não tenhamos nos referido 
expressamente a essas características, ao tratarmos da interdependência afirmamos que há uma relação 
mútua entre os direitos humanos, considerados um corpo único de direitos. 
Por fim, a alternativa E está incorreta. Como alertamos, a imprescritibilidade é do direito humano e não em 
relação a eventuais reparações por violações a esse direito. Desse modo, se o sujeito pretende uma 
reparação contra o Estado ante a violação de algum direito, deverá observar os prazos previstos na legislação 
para que possa exigi-lo judicialmente. 
17. (FCC/DPE-AM - 2018) A respeito da teoria das gerações ou dimensões de Direitos Humanos, 
considere: 
I. A adoção do conceito de gerações de Direitos Humanos é consensual na doutrina brasileira. 
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II. Os Direitos Humanos de segunda geração ou dimensão estão relacionados à ideia de solidariedade ou 
fraternidade, da mesma forma como os direitos de primeira geração ou dimensão estão amparados na ideia 
de liberdade. 
III. Os Direitos Humanos de primeira geração ou dimensão, por se tratarem de direitos de defesa, não 
acarretam qualquer atuação prestacional do Estado em relação à efetivação dos mesmos. 
IV. Os Direitos Humanos de segunda geração ou dimensão, dada a sua natureza prestacional, exigem uma 
atuação positiva do Estado para a sua efetivação. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a) I e IV. 
b) I, II e III. 
c) II, III e IV. 
d) IV. 
e) II. 
Comentários 
A assertiva I está incorreta. A adoção do conceito de gerações de Direitos Humanos é extremamente 
polêmica e sofre muitas críticas, na doutrina internacional e na brasileira. Não há que se falar, portanto, em 
consenso em relação à adoção desse conceito. 
A assertiva II está incorreta. Como sabemos, os Direitos Humanos de segunda dimensão estão ligados à ideia 
de igualdade, e não de fraternidade ou solidariedade (terceira dimensão). Os direitos de primeira dimensão, 
contudo, estão, sim, amparados na ideia de liberdade. 
A assertiva III está incorreta. Apesar de se poder dizer que os Direitos Humanos de primeira dimensão são, 
de um modo geral, direitos de defesa, é incorreto dizer que eles não acarretam qualquer atuação 
prestacional. Pelo contrário. Não basta o Estado se abster não interferindo em direitos como a vida ou a 
propriedade, é preciso que ele os garanta, sob pena do esvaziamento completo do seu conteúdo. 
A assertiva IV, por fim, é a única correta. De fato, os Direitos Humanos de segunda dimensão possuem uma 
natureza prestacional e exigem do Estado uma atuação positiva para a sua efetivação. Como dito, são os 
direitos baseados na ideia de igualdade, como os econômicos, sociais e culturais. 
Sendo a assertiva IV a única correta, nosso gabarito só pode ser a alternativa D. 
18. (FCC/DPE-RS - 2018) De acordo com a historiadora americana Lynn Hunt, os direitos permanecem 
sujeitos a discussão porque a nossa percepção de quem tem direitos e do que são esses direitos muda 
constantemente. A revolução dos direitos humanos é, por definição, contínua (A Invenção dos Direitos 
Humanos; uma história. São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p. 270). Em relação à evolução histórica 
do regime internacional de proteção dos direitos humanos, considere as assertivas abaixo. 
I. A Magna Carta (1215) contribuiu para a afirmação de que todo poder político deve ser legalmente limitado. 
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II. O Habeas Corpus Act (1679) criou regras processuais para o habeas corpus e robusteceu a já conhecida 
garantia. 
III. Na Declaração de Independência dos Estados Unidos (1776) percebe-se que a dignidade da pessoa 
humana exige a existência de condições políticas para sua efetivação. 
IV. O processo de universalização, sistematização e internacionalização da proteção dos direitos humanos 
intensificou-se após o término da 2a Guerra Mundial. 
Está correto o que consta de: 
a) I, II, III e IV. 
b) I, II e III, apenas. 
c) I, III e IV, apenas. 
d) II, III e IV, apenas. 
e) I e IV, apenas. 
Comentários 
A assertiva I está correta. A Magna Carta (1215) contribuiu para a afirmação de que todo o poder político 
deve ser legalmente limitado. Como exaustivamente dito em aula, a Magna Carta consistiu em um diploma 
inovador justamente por trazer a ideia de um catálogo de direitos dos indivíduos contra o Estado. Apesar de 
seu foco ser nos direitos da elite fundiária inglesa, o documento traz em seu bojo a ideia de governo 
representativo e, ainda, direitos que séculos depois viriam a ser universalizados, como o direito de ir e vir 
em situação de paz, o direito de ser julgado pelos seus pares, o acesso à justiça e a proporcionalidade entre 
crime e pena. 
A assertiva II, também, está correta. Antes do Habeas Corpus Act (1679), o mandado de proteção judicial aos 
que haviam sido injustamente presos existia somente no direito consuetudinário inglês (common law). Com 
o a edição do documento, o habeas corpus, enquanto instituto passa a estar formalizado, o que, sem dúvidas, 
robusteceu a já conhecida garantia. 
A assertiva III, igualmente, está correta. A Declaração de Independência dos EUA (1776), escrita em grande 
parte por Thomas Jefferson, estipulou, já no seu início, que “todos os homens são criados iguais, sendo-lhes 
conferidos pelo seu Criador certos Direitos inalienáveis, entre os quais se contam a Vida, a Liberdadee a 
busca da Felicidade. Que para garantir estes direitos, são instituídos Governos entre os Homens, derivando 
os seus justos poderes do consentimento dos governados”, o que marca, indiscutivelmente, o direito político 
de autodeterminação dos seres humanos. 
E a assertiva IV, por fim, também está correta. Como também foi dito exaustivamente em aula, o processo 
de universalização, sistematização e internacionalização da proteção dos direitos humanos intensificou-se 
após o término da 2a Guerra Mundial. Foi no ano do término do conflito, que foi criada a Organização das 
Nações Unidas, na Conferência de São Francisco em 1945, por meio da “Carta de São Francisco”. Além disso, 
foi em 1948, em Paris, que foi aprovada a Declaração Universal de Direitos Humanos, marco simbólico da 
universalização, sistematização e internacionalização dos Direitos Humanos na história. Daí em diante, são 
incontáveis os tratados e convenções que versam sobre o tema. 
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Diante das quatro assertivas corretas, nosso gabarito só pode ser a alternativa A. 
19. (FCC/ - 2017) No plano da teoria geral, certos atributos seriam inerentes aos direitos 
humanos. Acerca das características principais dos direitos humanos, é correto afirmar: 
a) A irrenunciabilidade dos direitos humanos deve ser harmonizada com a autonomia da vontade, donde se 
conclui que a pessoa civilmente capaz pode se despojar da proteção de faceta de sua dignidade, a exemplo 
do famoso caso francês do “arremesso de anões”. 
b) Admite-se a relatividade dos direitos humanos, pois estes colidem entre si e podem sofrer restrições por 
ato estatal ou de seu próprio titular, a exemplo da vedação de associação para fins paramilitares previsto 
pelo poder constituinte originário. 
c) Tendo em vista que as normas de proteção aos direitos humanos não integram o chamado jus cogens, a 
universalidade dos direitos humanos é relativizada, prevalecendo uma forte ideia de respeito ao relativismo 
cultural, ainda que o Estado seja parte formal da comunidade internacional. 
d) A imprescritibilidade dos direitos humanos não alcança a pretensão à reparação econômica decorrente 
de sua violação. Portanto, inexiste direito à indenização por violação a direitos humanos ocorridos durante 
o regime militar. 
e) Em razão do caráter histórico dos direitos humanos, existe consenso doutrinário acerca de sua 
divisibilidade, estabelecendo-se independência entre os direitos humanos e priorização de sua exigibilidade 
a partir do espaço geográfico em que seu titular esteja inserido. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. Pela característica da irrenunciabilidade, a pessoa não pode renunciar à 
proteção de sua dignidade. Desse modo, eventual renúncia a direito humano é nula, não possuindo qualquer 
validade jurídica. 
O caso francês do “arremesso de anões” é clássico e sempre aparece na literatura específica sobre o tema 
direitos humanos. Nesse caso, anões eram arremessados em uma espécie de esporte que se praticava em 
um bar, na França. Apesar de os anões se submeterem a esse “emprego” de livre e espontânea vontade, a 
justiça francesa entendeu que a atividade reduzia aqueles seres humanos ao estado de um objeto e isso seria 
o equivalente a renúncia das suas dignidades. 
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Segundo o princípio da relatividade, os Direitos 
Humanos podem sofrer limitações para adequá-los a outros valores coexistentes na ordem jurídica. 
A alternativa C está incorreta. As normas de proteção aos direitos humanos integram o chamado jus cogens, 
ou seja, fazem parte de um grupo de normas que possui maior hierarquia em relação às demais normas de 
direito internacional. Nesse contexto, a universalidade dos direitos humanos é absoluta, prevalecendo uma 
forte ideia de respeito a esse ideal supranacional, ainda que se possa falar em soberania estatal. 
A alternativa D está incorreta. Segundo o STJ, as ações indenizatórias por danos morais decorrentes de atos 
de tortura ocorridos durante o Regime Militar de exceção são imprescritíveis. A imprescritibilidade se refere 
tanto à punição pela prática do crime, quanto pela reparação do dano à vítima. 
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A alternativa E está incorreta. A indivisibilidade tem o sentido de que os direitos humanos constituem um 
corpo único, a ser interpretado e aplicado em conjunto. 
20. (FCC/DPE-BA - 2016) Com relação à origem histórica dos direitos humanos, um grande número de 
documentos e veículos normativos podem ser mencionados, dentre eles é correto afirmar que cada um 
dos documentos abaixo mencionados está relacionado com um direito humano específico, com EXCEÇÃO 
de: 
a) Declaração de Direitos do Estado da Virgínia, 1776, que disciplinou os direitos trabalhistas e 
previdenciários como direitos sociais. 
b) Declaração de Direitos (Bill of Rights), 1689, que previu a separação de poderes e o direito de petição. 
c) Convenção de Genebra, 1864, que teve relevante destaque no tratamento do direito humanitário. 
d) Constituição de Weimar, 1919, que trouxe a igualdade jurídica entre marido e mulher, equiparou os filhos 
legítimos aos ilegítimos com relação à política social do Estado. 
e) Constituição Mexicana, 1917, que expandiu o sistema de educação pública, deu base à reforma agrária e 
protegeu o trabalhador assalariado. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta e é o gabarito da questão. Os direitos trabalhistas e previdenciários surgiram 
a partir da Constituição de Weimar, de 1919, da Alemanha, e não na Declaração de Direitos do Estado da 
Virgínia que protegia os direitos humanos. 
A Declaração de Direitos do Estado da Virgínia demonstra preocupação com a estruturação de um governo 
democrático. No entanto, não faz nenhuma menção aos direitos econômicos e sociais. 
A Declaração de Direitos (Bill of Rights), de 1689, justamente, previu a separação de poderes e o direito de 
petição. 
E a Convenção de Genebra, de 1864, inaugurou o que depois se chamaria direito humanitário, tratando de 
assuntos internacionais como os costumes de guerra. 
21. (FCC/DPE-SP - 2015) “Se há um direito humano à vida e à integridade física, como se pode aceitar 
então, com anuência, que as intervenções militares ocidentais matem mais pessoas inocentes que as 
atrocidades dos ditadores e dos terroristas? Os EUA, é o que se diz, utilizam os direitos humanos apenas 
como pretexto para os interesses totalmente profanos do poder e da economia; não lhes interessa a 
situação jurídica da população, mas apenas o petróleo. E por isso, assim prossegue o argumento, há dois 
pesos e duas medidas: em toda parte onde os detentores do poder se destacam pelo bom comportamento, 
deixando por exemplo que os bombardeiros norte-americanos estacionem em seus territórios (como na 
Turquia, provavelmente, ou na Arábia Saudita), a autonomeada polícia mundial ocidental não há de 
objetar nada contra a pilhagem, a perseguição e a chacina de grupos inteiros da população ou contra as 
condições ditatoriais." 
(KURZ, Robert. Paradoxos dos direitos humanos. Folha de São Paulo, São Paulo, 16 mar. 2003. Caderno Mais!, 
p. 9-11) 
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O excerto acima é relacionado ao 
a) Multiculturalismo dos direitos humanos. 
b) Universalismo de confluência dos direitos humanos. 
c) Imperialismo dos direitos humanos. 
d) Relativismo dos direitos humanos. 
e) Universalismo dos direitos humanos. 
Comentários 
Novamente temos uma questão bastantedifícil, aplicada em concursos da DPE-SP. A solução desse tipo de 
questão passa necessariamente pela sensibilidade do candidato e pela leitura atenta das informações que 
subsidiam a resposta. 
O excerto evidencia uma realidade: a utilização de argumentos de proteção aos direitos humanos para 
assegurar vantagens de cunho econômico ou para a imposição de poder de um Estado perante outros. 
A partir dessa conclusão podemos eliminar as alternativas A e E, que retratam o oposto de uma atuação 
impositiva verificada no excerto. 
Por universalismo de confluência devemos entender a atuação posterior de conciliação de direitos humanos, 
a fim de se encontrar um conjunto mínimo protetivo. Ou seja, é a ideia de que, a partir de algum conflito 
existente na comunidade em torno dos direitos humanos, forma-se uma mobilização com vistas a chegar a 
um consenso. Nota-se, pelo excerto, que o consenso não é cogitado: temos imposição pelo uso da força. 
Assim, eliminada a alternativa B. 
A alternativa D também não é a melhor resposta, pois o relativismo indica que cada país possui um conjunto 
próprio de direitos que considera fundamentais, entendendo cada país deve respeitar a autonomia do outro 
para delimitar o rol de direitos a proteger. Nota-se justamente o contrário a partir da leitura do excerto, o 
que indica que está igualmente incorreta. 
Portanto, o que temos na alternativa C é justamente a ideia de imperialismo de Direitos Humanos, por 
intermédio do qual os EUA vestem-se sob o argumento de proteção aos direitos das pessoas para assegurar 
interesses econômicos e impor a dominação sobre outros países. 
Nesse contexto segundo Eric Hobsbawm23: 
O imperialismo dos direitos humanos tem características peculiares. Em primeiro lugar, parte da 
proposição da legitimidade e até da necessidade de intervenções armadas internacionais para 
 
 
23 HOBSBAWM, Eric. Globalização, democracia e terrorismo. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 2007, p. 14/5. 
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introduzir ou impor os direitos humanos em uma era de crescente barbárie. Em segundo lugar, 
os regimes tiranos seriam imunes à mudança interna, de modo que apenas a força armada 
externa poderia conduzi-los a adotar os valores e instituições políticas ocidentais. Em terceiro 
lugar, acredita-se que tais instituições podem ter êxito em qualquer lugar e, assim, cuidar 
eficazmente dos problemas transnacionais e trazer a paz ao invés de instaurar a desordem. 
22. (CESPE/DPE-ES - 2012) Julgue o seguinte item, sobre a teoria geral, a afirmação histórica, os 
fundamentos e a universalidade dos direitos humanos. 
A hermenêutica diatópica constitui proposta de superação do debate sobre universalismo e relativismo 
cultural. 
Comentários 
A hermenêutica diatópica visa possibilitar o diálogo entre as diversas culturas regionais 
e os direitos humanos. Isto ocorre porque os direitos humanos são considerados 
universais, todavia, a soberania dos Estados impede a sua total aplicação. 
Desta forma, tal modalidade de hermenêutica representa um método de interpretação 
que tem como objetivo superar o conceito absoluto de soberania e adequá-lo às 
realidades regionais e, assim, superar o debate em torno do universalismo e relativismo cultural. 
Logo, a assertiva está correta. 
23. (CESPE/DPE-PI - 2009) Quanto às características dos direitos humanos julgue o item a seguir. 
A imprescritibilidade dos direitos fundamentais vincula-se à sua proteção contra o decurso do tempo. 
Comentários 
Uma das características dos direitos humanos é a imprescritibilidade. Isso quer dizer que esses direitos não 
se perdem com o decurso do tempo. São direitos protegidos de forma permanente devido a sua importância. 
Para firmar o assunto, retomemos os principais aspectos da matéria: 
 As normas de Direitos Humanos não se esgotam com o passar do tempo (conceito). 
 Os Direitos Humanos não se sujeitam a prazos prescricionais. 
 A pretensão indenizatória decorrente de violação de determinado direito humano está sujeita à 
prescrição (salvo exceções como a das ações indenizatórias por danos morais decorrentes de atos de 
tortura ocorridos durante o Regime Militar de exceção brasileiro, segundo o STJ). 
A assertiva está correta. 
24. (CESPE/DPE-PE - 2015) Julgue o item subsecutivo, a respeito de aspectos gerais e históricos dos 
direitos humanos. 
No Brasil, os entes federativos protegem automática e integralmente os chamados direitos humanos de 
segunda geração, ou direitos sociais, por força de consagração constitucional nesse sentido. 
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Comentários 
A assertiva está incorreta, pois os direitos humanos de caráter social nem sempre possuem eficácia direta e 
imediata, o que denota o caráter programático dos direitos de segunda dimensão. 
Ademais, a ideia de proteção integral também é incorreta, pois encontra limite no princípio da reserva do 
possível, o qual não garante a integralidade dos direitos sociais, mas a sua prestação na medida da 
capacidade dos cofres públicos. 
25. (CESPE/DPE-PI - 2009) Quanto às características dos direitos humanos julgue o item a seguir. 
A imprescritibilidade dos direitos fundamentais vincula-se à sua proteção contra o decurso do tempo. 
Comentários 
Uma das características dos direitos humanos é a imprescritibilidade. Isso quer dizer que esses direitos não 
se perdem com o decurso do tempo. São direitos protegidos de forma permanente devido a sua importância. 
Para firmar o assunto, retomemos os principais aspectos da matéria: 
As normas de Direitos Humanos não se esgotam com o passar do tempo (conceito). 
Os Direitos Humanos não se sujeitam a prazos prescricionais. 
A pretensão indenizatória decorrente de violação de determinado direito humano está sujeita à 
prescrição (salvo exceções como a das ações indenizatórias por danos morais decorrentes de 
atos de tortura ocorridos durante o Regime Militar de exceção brasileiro, segundo o STJ). 
A assertiva está correta. 
26. (CESPE/DPE-ES - 2012) A respeito afirmação histórica dos Direitos Humanos julgue o item seguinte: 
A concepção contemporânea dos direitos humanos surgiu com o término da Primeira Grande Guerra 
Mundial. 
Comentários 
A questão maliciosamente tenta nos induzir a erro. Vimos na parte da afirmação histórica que a fase que 
compreende a dignidade como valor supremo, marcando a concepção contemporânea dos Direitos 
Humanos ocorre após a 2ª Guerra Mundial, e não com o término da 1ª Grande Guerra. 
Logo, a assertiva está incorreta. 
27. (CESPE/DPE-AC - 2012) Julgue o item seguinte: 
A Declaração Universal de Direitos Humanos foi proclamada pelos revolucionários franceses do final do 
século XVIII e confirmada, após a Segunda Guerra Mundial, pela Assembleia Geral das Nações Unidas. 
Comentários 
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A questão está incorreta e faz confusão entre os períodos de evolução dos direitos humanos. 
A Revolução Francesa (1789) lançou os pilares de liberdade, igualdade e fraternidade e estabeleceu uma 
série de direitos inéditos para o povo e dela se originou a “Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão”. 
Já a Declaração Universal dos Direitos Humanos é um documento completamente diferente, que surgiu 
somente no século XX (1948), após a criação da ONU (1945). 
28. (CESPE/DPE-AC - 2012) Quanto à afirmação histórica dos direitos humanos julgue o item a seguir. 
A Constituição Mexicana de 1917 e a Constituição de Weimar de 1919 são marcos da afirmação dosdireitos 
humanos de segunda geração. 
Comentários 
A Constituição Mexicana de 1917 e a Constituição de Weimar de 1919 declararam o surgimento de Estado 
de Bem-Estar Social (Welfare State) e estabeleceram uma série de direitos sociais que ampliaram a 
perspectiva em relação às dimensões dos direitos e às atuações estatais, notadamente, no que se refere à 
proteção dos direitos econômicos, sociais e culturais (direitos de segunda dimensão). 
A assertiva está correta. 
29. (CESPE/DPE-AC - 2012) Quanto à afirmação histórica dos direitos humanos julgue o item a seguir. 
O Bill of Rights, de 1689, foi a primeira carta de direitos de que se tem notícia na história. 
Comentários 
A assertiva está incorreta, tendo em vista que foi a Magna Carta, de 1215, que representou a primeira carta 
de garantias e liberdades individuais concedidas aos nobres da Inglaterra pelo rei “João sem Terra”. 
A finalidade principal do documento foi a submissão do rei às suas regras a fim de evitar arbitrariedades e 
excessiva cobrança de impostos, além de reconhecer direitos civis como a propriedade privada e o direito 
de ir e vir. 
30. (CESPE/DPE-ES - 2012) Julgue os seguintes itens, sobre a teoria geral, a afirmação histórica, os 
fundamentos e a universalidade dos direitos humanos. 
As três gerações de direitos humanos demonstram que visões de mundo diferentes refletem-se nas normas 
jurídicas voltadas à proteção da pessoa. 
Comentários 
A assertiva está correta. A teoria das dimensões dos direitos humanos foi criada pelo jurista francês Karel 
Vasak, em 1979. Ele classificou os direitos humanos em três dimensões, com características próprias. 
Os direitos de primeira dimensão são compostos pelos direitos civis e políticos ou direitos individuais. 
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Os direitos de segunda dimensão são os direitos sociais, econômicos e culturais. 
Os direitos de terceira dimensão são de titularidade da comunidade, também chamados de direitos da 
solidariedade ou fraternidade. 
Lembre-se: 
 
31. (CESPE/DPE-MA - 2011) Acerca da afirmação histórica dos direitos humanos, assinale a opção 
correta. 
a) A Magna Carta, de 1215, instituiu a separação dos poderes ao declarar que o funcionamento do 
parlamento, um órgão que visa defender os súditos perante o rei, não pode estar sujeito ao arbítrio deste. 
b) Os sistemas das minorias e de mandatos, criados no âmbito das Nações Unidas, garantiam que os 
habitantes pertencentes às minorias de determinados países europeus enviassem petições ao Comitê de 
Minorias. 
c) A Declaração de Filadélfia é considerada a primeira carta política a atribuir aos direitos trabalhistas o 
estatuto de direito fundamental, juntamente com as liberdades individuais e os direitos políticos. 
d) A importância histórica do habeas corpus, de 1679, consiste no fato de que essa garantia judicial, instituída 
na Inglaterra para proteger a liberdade de locomoção, serviu de modelo para a criação de outras formas de 
proteção das liberdades fundamentais, como o juicio de amparo, na América Latina. 
e) A Constituição de Weimar foi o primeiro documento a afirmar os princípios democráticos na história 
política moderna. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. A Carta Magna, de 1215, foi o documento que criou as condições para que 
liberdades e direitos civis pudessem cada vez mais se estabelecer. 
A alternativa B está incorreta. No sistema de minorias os Estados se comprometiam a não discriminar 
membros de grupos minoritários e a garantir-lhes direitos especiais necessários à preservação de sua 
integridade étnica, religiosa ou linguística. Enquanto, o sistema de mandato era aplicado apenas às ex-
colônias dos países perdedores da Primeira Guerra Mundial. 
1ª Dimensão direitos civis e políticos
2ª Dimensão direitos sociais, econômicos e culturais
3ª Dimensão direitos de solidariedade ou de fraternidade
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A alternativa C está incorreta. A Constituição Mexicana, de 1917, foi a primeira a atribuir aos direitos 
trabalhistas a qualidade de direitos fundamentais, juntamente com as liberdades individuais e os direitos 
políticos. 
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. A importância histórica do habeas-corpus, de 1679, 
consistiu no fato de que essa garantia judicial, criada para proteger a liberdade de locomoção, tornou-se a 
matriz de todas as que vieram a ser criadas posteriormente, para a proteção de outras liberdades 
fundamentais. 
A alternativa E está incorreta. A Declaração de Independência dos Estados Unidos foi o primeiro documento 
a afirmar os princípios democráticos, na história política moderna. 
32. (CESPE/DPE-ES - 2012) A respeito das características dos Direitos Humanos, julgue o item seguinte. 
A universalidade e a indivisibilidade são características próprias da concepção contemporânea dos direitos 
humanos. 
Comentários 
Certeiramente a indivisibilidade e a universalidade constituem características dos Direitos Humanos: 
 
Logo, a assertiva está correta. 
33. (CESPE/DPE-ES - 2012) Julgue o item seguinte: 
A universalidade dos direitos humanos, necessariamente, impõe a visão de mundo ocidental plasmada na 
Declaração Universal de Direitos Humanos. 
Comentários 
Vejam que a afirmação não faz sentido. A universalidade conforme estudamos, em contraponto com a ideia 
de relatividade, nos afirma que os Direitos Humanos tendem a serem aplicados para todas as pessoas e para 
todos os territórios, sempre respeitando as diferenças, de forma que não é possível pensar em imposição da 
visão de mundo ocidental e, ainda menos, na necessária imposição dessa visão, como afirmado na assertiva. 
Logo, está incorreta a assertiva. 
34. (CESPE/DPE-RR - 2013) Julgue o item seguinte: 
INDIVISIBILIDADE
os direitos humanos constituem um 
corpo único, que deve ser 
interpretado e aplicado em conjunto
UNIVERSALIDADE
os direitos humanos destinam-se 
a todas as pessoas e abrangem 
todos os territórios
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O conceito de universalismo de chegada sintetiza as garantias universais aptas a sustentar uma teoria dos 
direitos humanos intercultural. 
Comentários 
Não abordamos diretamente o assunto “universalismo de chegada”, mas decidimos trazer a questão na 
bateria de testes por um simples motivo: na hora da prova nos depararemos inevitavelmente com surpresas. 
Ademais, quanto mais “surpresas” vocês tiverem agora, menos vocês terão no dia da prova. 
Pelo que vimos, ao longo desta aula, a pretensão dos Direitos Humanos é agregar as diferenças existentes 
para criar uma teoria dos Direitos Humanos aplicável a todos e em qualquer território. Portanto, podemos 
concluir que a assertiva está correta. 
 
Agregando conteúdo, podemos distinguir: 
 universalismo de partida: parte de determinado acontecimento histórico pelo qual a 
sociedade passou para futuramente haver o diálogo e respeito aos Direitos Humanos. 
 universalismo de chegada: intenta a discussão multicultural, de forma que previamente a 
qualquer violação dos direitos humanos, a comunidade internacional tenha a exata noção a 
respeito do dever de proteção da dignidade da pessoa humana. 
Está correta a assertiva, portanto. 
35. (CESPE/DPE-PI - 2012) Os direitos fundamentais possuem determinadas características que foram 
objeto de detalhado estudo da doutrina nacional e internacional. A respeito dessas características, julgue 
o item seguinte. 
O princípio da universalidade impede que determinados valoressejam protegidos em documentos 
internacionais dirigidos a todos os países. 
Comentários 
Devemos lembrar que a universalidade objetiva exatamente o contrário do afirmado: estabelecer 
determinados valores protegidos em documentos internacionais dirigidos a todos os países. 
Logo, a assertiva está incorreta. 
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36. (CESPE/DPE-PI - 2011) Os direitos fundamentais possuem determinadas características que foram 
objeto de detalhado estudo da doutrina nacional e internacional. A respeito dessas características, julgue 
o item seguinte. 
A irrenunciabilidade dos direitos fundamentais não destaca o fato de que estes se vinculam ao gênero 
humano. 
Comentários 
É exatamente pelo fato de se vincularem ao gênero humano que os direitos humanos são considerados 
irrenunciáveis, vale dizer, não constituem bens jurídicos patrimoniais, cuja disposição pelo seu titular é 
permitida. 
Logo, a assertiva está incorreta. 
37. (CS/DPE-GO - 2014) Os direitos humanos ganharam nas últimas décadas especial atenção da 
sociedade e dos meios internacionais e já se encontram incorporados ao pensamento jurídico do século 
XXI. Estudiosos da matéria sustentam que o seu fundamento filosófico e a justificativa estão ligados a 
movimentos históricos, políticos e jurídico-sociais que marcaram a história da humanidade. Nessa 
perspectiva, 
a) o fim da II Guerra Mundial e a negação do valor do ser humano fazem nascer os ideais representativos dos 
direitos humanos, quais sejam, igualdade, liberdade e fraternidade. 
b) as primeiras declarações de direitos humanos incluem a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, 
na França, com a Queda da Bastilha no século XIX. 
c) a Idade Moderna, por meio dos racionalistas, preconizava o direito divino que pode ser despojado quando 
entra em sociedade. 
d) as concepções positivistas, apesar de importante movimento, preconizavam que as leis, uma vez previstas 
no ordenamento jurídico, podem ser exigidas, pouco contribuindo para os direitos humanos. 
e) o reconhecimento dos direitos humanos teve como um dos seus fundamentos filosóficos o movimento 
denominado “jusnaturalismo”. 
Comentários 
Trata-se de questão bastante interessante acerca da evolução e afirmação histórica dos Direitos Humanos. 
A alternativa A está incorreta, posto que os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade são discutidos antes 
da 2ª Guerra Mundial. É com a Revolução Francesa que tais direitos são aventados e defendidos pela 
sociedade. 
A alternativa B poderia gerar certa dúvida, pois, de fato, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão 
constituem importante documento histórico na afirmação dos Direitos Humanos. Entretanto, ao contrário 
do que fora afirmado, a referida declaração é do século XVIII – de 1789 – e não do século XIX conforme trouxe 
a questão. 
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A alternativa C está totalmente incorreta. A concepção filosófica racionalista afirma a razão como única fonte 
para propiciar o conhecimento adequado da realidade. Por decorrência, ao contrário do que mencionou a 
alternativa, esse pensamento despoja-se do divino. Segundo essa corrente do pensamento filosófico, o 
direito é compreendido como processo racional. 
A alternativa D também está incorreta. O positivismo teve papel fundamental para que os direitos 
assumissem caráter vinculativo, gerando efeitos jurídicos perante toda a sociedade. Nesse contexto, à 
medida que foram positivados, os direitos humanos passaram a ser exigíveis. Logo, contribuíram de modo 
significativo para a afirmação e evolução histórica dos Direitos Humanos. 
A alternativa E é a correta e gabarito da presente questão. Entre outros pensamentos filosóficos – como os 
mencionados pensamentos racionalista e positivista – o “jusnaturalismo” teve forte influência para o 
reconhecimento dos direitos humanos. 
DELEGADO 
38. (FUMARC/PC-MG - 2018) A formação do Estado Moderno está intimamente relacionada à 
intolerância religiosa, cultural, à negação da diversidade fora de determinados padrões e de determinados 
limites. Como a proteção dos direitos humanos está diretamente relacionada à atuação do poder dos 
Estados na ordem interna ou internacional, podemos concluir que: 
I. Ao lado do ideário iluminista da formação política do Estado, o discurso judaico-cristão criou o pano de 
fundo para controlar as esferas da vida das pessoas no campo jurídico. 
II. A uniformização de valores, normalmente estandardizados, como a democracia representativa, a ética e 
a moral, irá refletir nos fundamentos do direito moderno. 
III. O sistema jurídico e político europeu é o modelo civilizatório ideal e universal, visto ter surgido da falência 
do sistema feudal, que era descentralizado, multiético e multilinguístico. 
IV. O mundo uniforme e global de hoje insere-se no contexto de afirmação do Estado nacional que está 
condicionado, em sua existência, à intolerância com o diferente. 
Estão CORRETAS apenas as assertivas: 
a) I, II e III. 
b) I, II e IV. 
c) I, III e IV. 
d) II, III e IV. 
Comentários 
A assertiva I está correta. Ao lado do ideário iluminista, racional, científico, a formação política do Estado, 
quer dizer, da formação do Estado com base no poder, o discurso judaico-cristão criou o pano de fundo para 
controlar as esferas da vida das pessoas no campo jurídico. Como sabemos, os três pilares da sociedade 
ocidental são o Direito Romano, a filosofia grega e a religião judaico-cristã. Exemplos de influência da religião 
judaico-cristã no Direito Romano estão em conceitos como culpa, confissão, justiça, arrependimento, etc. 
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A assertiva II também está correta. Com a formação do Estado Moderno e a disseminação desse modelo, 
houve uma padronização de determinados conceitos como o de democracia representativa, o de ética e o 
de moral. Por exemplo, todo o mundo ocidental quando vai estudar a democracia, a ética e a moral, começa 
seus estudos por Aristóteles, Platão e companhia. A uniformização de valores, portanto, é uma realidade, e 
ela se reflete no direito moderno. É justamente por causa dessa uniformização, por causa de um “consenso” 
ocidental/internacional de justiça, que é possível, por exemplo, se falar em um Direito Internacional. 
A assertiva III, por outro lado, está incorreta. A assertiva começa mal, afirmando que o “modelo civilizatório 
europeu” é ideal e universal. Isso não é politicamente correto de se afirmar e, portanto, para fins de 
concurso, está incorreto. Além disso, apesar de o modelo europeu ter vindo, da crise do sistema feudal e 
esse sistema ser descentralizado, não podemos afirmar que esse era um sistema multiético e multilinguístico, 
no sentido de que respeitava diferentes visões de mundo. O sistema feudal europeu se baseava, sobretudo, 
na religião cristã e, apesar de descentralizado, era extremamente fechado. 
A assertiva IV, por fim, está correta. Essa é uma alternativa difícil de marcar, porque parece errada, contudo, 
ela envolve a ideia de relativismo e universalismo cultural. O trecho “O mundo uniforme e global de hoje 
insere-se no contexto de afirmação do Estado nacional” se refere à expansão desse modelo de Estado criado 
na Europa e à soberania. De fato, o modelo de Estado se expandiu por todo o mundo e o que temos hoje é 
a consolidação desse modelo como o dominante. E a segunda parte da assertiva fala que ele está 
“condicionado, em sua existência, à intolerância com o diferente”, o que também pode ser defendidocom 
base na ideia de “nacional”. Como sabemos, mais do que povo, mais do que população, nação traz uma ideia 
de identidade histórica e de sentimento de grupo, vemos isso no relativismo cultural. 
Desse modo, nosso gabarito será a alternativa B: I, II e IV corretas. 
39. (VUNESP/PC-SP – 2018) Considerando a evolução histórica dos direitos humanos, assinale a 
alternativa que indica corretamente as três gerações de direitos, na ordem histórica em que elas são 
classificadas pela doutrina. 
a) Direitos civis e sociais; direitos de liberdades e garantias individuais; e direitos coletivos e transindividuais. 
b) Direitos trabalhistas; direitos sociais; e direitos da democracia. 
c) Direitos da coletividade; direitos de solidariedade ou de fraternidade; e direitos e garantias individuais. 
d) Direitos de liberdade positiva; direitos de liberdade negativa; e direitos de solidariedade ou de 
fraternidade. 
e) Direitos de liberdade negativa, civis e políticos; direitos econômicos, sociais e culturais; e direitos de 
fraternidade ou de solidariedade. 
Comentários 
Essa questão cobra os conhecimentos iniciais da matéria, que nós discutimos na aula 00 do nosso curso. É 
referente a divisão dos Direitos Humanos em gerações (proposta por Karel Vazak e difundida por Norberto 
Bobbio), que correlaciona cada geração por que passaram esses direitos com um dos valores propostos no 
lema da Revolução Francesa, de 1789, “liberdade, igualdade e fraternidade”. Em ordem, a primeira geração, 
portanto, seria aquela relacionada à liberdade, da qual fazem parte os direitos de liberdade negativa, civis e 
políticos. A segunda geração seria aquela relacionada à igualdade, da qual fazem parte os direitos 
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econômicos, sociais e culturais. E a terceira geração, por fim, seria aquela relacionada à fraternidade, da qual 
fazem parte os direitos de fraternidade ou de solidariedade. Dito isso, o gabarito da nossa questão só pode 
ser a alternativa E. 
Sistematizando: 
 Primeira geração: liberdade; direitos de liberdade negativa, civis e políticos. 
 Segunda geração: igualdade; direitos econômicos, sociais e culturais. 
 Terceira geração: fraternidade; direitos de fraternidade ou de solidariedade. 
40. (FEPESE/PC-SC - 2017) É correto afirmar sobre direitos humanos: 
a) São direitos limitados a determinadas pessoas e grupos sociais. 
b) Tratam-se de direitos divisíveis a parcela a sociedade, como forma de autoproteção social. 
c) A sua natureza indivisível, inalienável e irrenunciável permite, a qualquer tempo, que o seu beneficiário o 
renuncie quando violado. 
d) De alcance geral, devem ser aplicados de forma igual e sem discriminação. 
e) Somente poderão ser invocados para tutelar direitos quando houver ameaça a minorias étnicas. 
Comentários 
Segundo a teoria Jusnaturalista, os princípios, as normas e os direitos são universais e imutáveis e 
independem da vontade humana. Os direitos humanos são aplicáveis a todo ser humano, apenas por ter a 
característica de ser humano. 
Assim, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão. 
Vejamos as demais: 
A alternativa A está incorreta. Ela limita os direitos humanos a determinadas pessoas ou grupos sociais, o 
que não faz sentido já que sabemos que os direitos humanos são aplicáveis a todos os seres humanos. 
A alternativa B está igualmente incorreta, mais uma vez, por limitar a abrangência dos direitos humanos à 
parcela da sociedade. 
A alternativa C, do mesmo modo, está incorreta. Existe uma contradição em termos dentro da própria 
assertiva que ora afirma que os direitos são irrenunciáveis e ora afirma que eles podem ser renunciados. 
E a alternativa E, por fim, também está incorreta, e pelo mesmo motivo. Ela estipula limites aos direitos 
humanos que, em verdade, não existem. 
41. (VUNESP/PC-SP - 2014) O ano de 1948 representou um marco histórico mundial no tocante aos 
direitos humanos, pois foi nesse ano que 
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a) foi criada a Corte Internacional dos Direitos Humanos. 
b) aconteceu a Independência dos Estados Unidos da América. 
c) eclodiu a Revolução Francesa, trazendo os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade. 
d) foi outorgada a Carta Magna na Inglaterra. 
e) foi proclamada a Declaração Universal dos Direitos do Homem. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. Não existe “Corte Internacional de Direitos Humanos. Existe, por outro lado, 
a Corte Internacional de Justiça – que integra a ONU – e que foi criada em 1945. Existe, também, a Corte 
Interamericana de Direitos humanos, que integra a Organização dos Estados Americanos, cuja criação 
remonta 1969. 
A alternativa B está incorreta. A independência dos EUA data de 1776. 
A alternativa C está incorreta. A Revolução Francesa ocorreu em 1789. 
A alternativa D está incorreta. A assinatura da Carta Magna ocorreu no Século XVII – 1215. 
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi 
proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em Paris, em 10 de dezembro de 1948, por meio da 
Resolução 217 da Assembleia Geral. 
42. (VUNESP/PC-SP - 2014) Documento histórico relevante na evolução dos direitos humanos, 
elaborado no século XIII, que regulava várias matérias, de sentido puramente local ou conjuntural, ao lado 
de outras que constituem as primeiras fundações da civilização moderna, que considera que o rei se 
encontra vinculado pelas próprias leis que edita e que traz a essência do princípio do devido processo legal 
em seu texto. 
Tal descrição se refere à 
a) Lei de Habeas Corpus (ou Habeas Corpus Act). 
b) Declaração de Direitos da Inglaterra (ou Bill of Rights). 
c) Declaração de Independência dos Estados Unidos da América. 
d) Magna Carta (ou Magna Charta Libertatum). 
e) Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. 
Comentários 
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. O referido documento foi assinado em 1215 e 
constituiu um acordo entre o rei e barões a época. A Magna Carta se destinou à proteção dos direitos dos 
ingleses, originários da law of the land (lei da terra). Devido à importância do documento e disseminação ao 
longo da Europa, pode ser considerada como nascedouro de direitos, influenciado inúmeros outros 
documentos posteriores. A principal finalidade da Carta Magna foi a limitação do poder do rei, que assim 
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como qualquer cidadão, encontrava-se vinculado às leis. Ademais, neste documento foram assegurados 
direitos civis, como a propriedade privada e o direito de ir e vir. 
A alternativa A está incorreta. A Lei do Habeas Corpus (Habeas Corpus Act) é um documento legislado de 
1969, que foi editado para dar efetividade ao direito de ir e vir previsto na Magna Carta. Tratou a referida lei 
de regulamentar formal processual para proteger judicialmente o direito de liberdade. 
A alternativa B está incorreta. a Declaração de Direitos da Inglaterra, embora documento importante na 
evolução histórica dos Direitos Humanos. O Bill of Rigths foi imposto a Guilherme de Orange ao ser 
empossado rei na Inglaterra em 1969. Em síntese, o referido documento prescreveu, além de maiores 
poderes ao Parlamento Inglês, direitos de liberdade, à vida e à propriedade privada. 
A alternativa C está incorreta. A Declaração de Independência dos EUA, que data de 1776, acentuou direitos 
de liberdade, bem como direitos de revolução, de acordo com a doutrina. 
A alternativa E estáincorreta. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, documento pós Revolução 
Francesa, define direitos individuais e coletivos dos homens, sem qualquer relação com o apresentado no 
comando da questão. 
43. (VUNESP/PC-SP - 2014) Considerando a sua evolução histórica, bem como o sistema internacional 
de proteção dos direitos humanos, assinale a alternativa correta. 
a) No sistema processual de proteção dos direitos humanos, as pessoas físicas são titulares de direitos 
perante os órgãos de supervisão internacional, mas carecem de capacidade processual nesse sistema. 
b) No campo dos direitos humanos, desde a Declaração Universal de 1948, verifica-se a coexistência de 
diversos instrumentos de proteção estabelecendo regras de efeitos e conteúdo essencialmente formais. 
c) A resolução de conflitos nos casos concretos de violações de direitos humanos é tema de interesse 
exclusivamente nacional dos Estados. 
d) Os tratados podem agir como normas de direito interno, desde que ratificados e incorporados, podendo 
influenciar a alteração, ou criação, de regulamentação nacional específica. 
e) A partir de 1950, depois de estabelecida uma unidade conceitual dos direitos humanos, sua proteção 
internacional viu-se em acentuado declínio. 
Comentários 
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. A alternativa apresenta exatamente o que acontece 
com os tratados internacionais sobre diretos humanos quando incorporados ao ordenamento jurídico 
brasileiro seguindo o procedimento o art. 5º, §3º da Constituição: “Os tratados e convenções internacionais 
sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três 
quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.” 
A alternativa A está incorreta. O Tribunal Europeu de Direitos Humanos, no art. 19 da Convenção Europeia, 
de Direitos Humanos, reconhece a legitimidade ativa do indivíduo para provocá-lo, de modo distinto ao que 
ocorre no sistema americano, em que a demanda deve ser postulada através da Comissão Interamericana 
de Direitos Humanos. 
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A alternativa B está incorreta. A Declaração Universal dos Direitos Humanos apresenta regras materiais de 
proteção dos direitos humanos. Além disso, merece destaque o fato de a DUDH ter influenciado várias 
constituições que passaram a primar pela pessoa humana, apresentando direitos, garantias e instrumentos 
de materialização e viabilização dos direitos humanos. 
A alternativa C está incorreta pois não se trata de tema de interesse exclusivo dos Estados. 
A alternativa E está incorreta. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, é um marco histórico 
do crescimento da proteção internacional dos direitos humanos. 
44. (VUNESP/PC-SP - 2014) Considerando a evolução histórica e cronológica dos direitos humanos em 
âmbito internacional, pode-se afirmar que existiram três marcos históricos fundamentais. São eles: 
a) o jusnaturalismo, a promulgação da Constituição dos Estados Unidos da América e a independência do 
Brasil. 
b) a queda do Império Romano, a queda da Bastilha, na França, e a criação da Organização das Nações 
Unidas. 
c) o Iluminismo, a Revolução Francesa e o término da Segunda Guerra Mundial. 
d) o totalitarismo, a queda de Hitler e a Promulgação da Constituição Brasileira de 1988. 
e) a criação da Igreja Católica, o constitucionalismo e o fim da Primeira Guerra Mundial. 
Comentários 
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. O Iluminismo destaca-se por modificar o eixo do 
pensamento dominante para a razão, o espírito crítico e a ciência. Autores consagrados como Locke, 
Rousseau, Hobbes, Kant e Montesquieu contribuíram filosoficamente para dar fundamento aos direitos 
humanos. A Revolução Francesa, por sua vez, consagrou a “liberdade, igualdade e fraternidade” que, 
posteriormente, seriam manifestadas na 1ª, 2ª e 3ª geração dos direitos humanos. Por fim, o término da 
Segunda Guerra Mundial foi um marco histórico para a criação da ONU e diversos tratados internacionais 
sobre direitos humanos, como a Declaração Universal dos Direitos Humanos, o Pacto Internacional de 
Direitos Civis e Políticos e o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. 
As alternativas A, B, D e E estão incorretas pois não apresentam os marcos históricos fundamentais 
consagrados pela doutrina. Por oportuno, recorde-se que alguns precedentes históricos costumam ser 
abordados em provas: o Direito Humanitário (visando regular situações de conflito), a Liga das Nações (após 
a Primeira Guerra Mundial) e a Organização Internacional do Trabalho – OIT (buscando condições mínimas 
de direitos trabalhistas). 
45. (VUNESP/PC-SP - 2013) Em 1791, foi editada a Constituição Francesa. O papel do Estado nessa 
época era, sobretudo, proteger o(a) _________ . Contudo, aos poucos, foi-se evidenciando a necessidade 
de o Estado intervir para garantir a igualdade material entre os indivíduos. Em meados do século XIX, 
iniciaram-se os(as) ________ . Após os efeitos desastrosos da Primeira Guerra Mundial, o Estado passou a 
intervir na ordem econômica e social. As Constituições de vários países foram reeditadas para passar a 
contemplar, dentre outros, os direitos dos _______ . 
Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas do texto. 
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a) direito do trabalho … ideias iluministas … cidadãos 
b) solidariedade … movimentos liberais … indivíduos 
c) liberdade … movimentos comunistas … trabalhadores 
d) igualdade formal … movimentos liberais … cidadãos 
e) igualdade … movimentos comunistas … governantes 
Comentários 
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Eis o enunciado da questão com os devidos 
complementos: “Em 1791, foi editada a Constituição Francesa. O papel do Estado nessa época era, 
sobretudo, proteger a liberdade. Contudo, aos poucos, foi-se evidenciando a necessidade de o Estado intervir 
para garantir a igualdade material entre os indivíduos. Em meados do século XIX, iniciaram-se os movimentos 
comunistas. Após os efeitos desastrosos da Primeira Guerra Mundial, o Estado passou a intervir na ordem 
econômica e social. As Constituições de vários países foram reeditadas para passar a contemplar, dentre 
outros, os direitos dos trabalhadores.” 
Após a Revolução Francesa foi editada a Constituição de 1791 que firmou direitos civis e políticos, mais 
especificamente, garantiu os direitos de liberdade, impondo limites ao Estado Absolutista anteriormente 
imperante. 
Entretanto, a tão só garantia de direitos negativos não foi suficiente para suplantar as mazelas sociais 
presentes na sociedade à época. Em razão disso, novo momento inicia-se para agregar, para além da 
proteção dos direitos civis e políticos, outra dimensão de direitos. Passa-se a defender direitos que propiciem 
condições de igualdade material, efetivados por intermédio de uma atuação estatal ostensiva. Esta corrente 
do pensamento é explorada substancialmente pela corrente filosófico-política comunista, que se portou de 
forma veementemente contrária às explorações à classe trabalhadora decorrente da Revolução Industrial. 
Deste modo, os Estados passaram a legislar sobre direitos de segunda dimensão e, notadamente sobre 
direito do trabalho, que constou pioneiramente da Constituição do México de 1917 e da Constituição de 
Weimar de 1919. 
As alternativas A, B, D e E estão incorretas pois não preenchem corretamente as lacunas e não expressam a 
realidade histórica e as consequências jurídicas da edição da Constituição Francesa. 
46. (CPCON UEPB/PC-PB- 2003) A historicidade dos direitos humanos, enquanto categoria medular do 
mundo jurídico, é requisito obrigatório para sua correta apreensão. Isso por que, ao longo dos últimos 
quatro séculos, fortaleceu-se, no Ocidente, a ideia que vincula a ordem jurídica ao respeito a direitos 
inalienáveis do ser humano. 
Sobre esse contexto histórico, analise as proposições a seguir: 
I. A Declaração de Independência dos treze Estados Unidos da América é um marco histórico dos direitos 
humanos, pois, influenciada pelo ideário jusnaturalista, propugna direitos inalienáveis do homem, entre os 
quais estariam a vida, a liberdade e a busca pela felicidade; 
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II. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, tem um caráter universalista, decorrente da 
profunda influência cultural exercida pela França naquela época, e vincula a finalidade de toda associação 
política à conservação de direitos naturais e imprescritíveis do homem; 
III. A história política inglesa tem profunda influência no ideário básico dos direitos humanos, notadamente 
através da reação contra o poder monárquico absoluto ao longo do turbulento processo de ascensão política 
burguesa, o que resultou em documentos magistrais tais como o Habeas Corpus act, o Bill of Rights e a 
Petition of Rights; 
IV. A Escola do Direito Natural foi um contraponto ao fortalecimento da concepção do homem como 
elemento central do Direito e não pode ser destacada como pressuposto histórico-filosófico dos direitos 
humanos, pois fundamentava, principalmente ao longo dos séculos XVII e XVIII, todo o direito secular na 
vontade de Deus, e todo o poder político na teoria do direito divino dos reis; 
V. O que se verifica, em termos jurídicos, ao longo do século XX, em relação aos direitos humanos, é um 
processo contínuo de reafirmação e ampliação do seu conteúdo, além de uma internacionalização 
consagrada na Declaração Universal dos Direitos Humanos, promulgada pela Organização das Nações Unidas 
em 1948; 
Assinale a alternativa correta: 
a) Estão corretas apenas as proposições I, II e IV. 
b) Estão corretas apenas as proposições I, II, IV e V. 
c) Estão corretas apenas as proposições I, II e V. 
d) Estão corretas apenas as proposições I, II, III e V. 
e) Todas as proposições estão corretas. 
Comentários 
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. As afirmativas I, II, III e V estão corretas e apresentam 
uma evolução história da preocupação e preservação dos direitos humanos que, embora não tenham 
atingido a internacionalização – apenas após a Segunda Guerra Mundial, caminhavam para seu 
reconhecimento. 
A afirmativa IV está incorreta. A Escola do Direito Natural / Jusnaturalismo foi uma das bases filosóficas que 
define a fundamentação dos direitos humanos em uma ordem superior, universal, imutável e inderrogável. 
A primeira parte da afirmativa está correta, mas logo em seguida torna-se incorreta ao enunciar “não pode 
ser destacada como pressuposto histórico-filosófico dos direitos humanos, pois fundamentava, 
principalmente ao longo dos séculos XVII e XVIII, todo o direito secular na vontade de Deus, e todo o poder 
político na teoria do direito divino dos reis.” 
47. (FUMARC/PC-MG - 2011) A verdadeira consolidação do Direito Internacional dos Direitos Humanos 
surge em meados do século XX, em decorrência da Segunda Guerra Mundial, por isso o moderno Direito 
Internacional dos Direitos Humanos é um fenômeno do pós-guerra. Dentre as proposições abaixo, assinale 
a que não corrobora com o enunciado acima: 
a) O desenvolvimento do Direito Internacional dos Direitos Humanos pode ser atribuído às monstruosas 
violações de direitos humanos da era Hitler e, após, à crença de que somente uma guerra poderia por fim a 
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essas violações no âmbito internacional para garantir internamente em cada Estado nacional a dignidade da 
pessoa humana. 
b) A internacionalização dos direitos humanos constitui um movimento extremamente recente da história, 
surgido a partir do pós-guerra, como proposta às atrocidades e aos horrores cometidos durante o nazismo. 
Se a Segunda Guerra significou a ruptura com os direitos humanos, o pós-guerra deveria significar sua 
reconstrução. 
c) No momento em que os seres humanos se tornam supérfluos e descartáveis, no momento em que vigea 
lógica de destruição, em que cruelmente se abole o valor da pessoa humana, torna-se necessária a 
reconstrução dos direitos humanos como paradigma ético capaz de restaurar a lógica do razoável. 
d) A barbárie do totalitarismo significou a ruptura do paradigma dos direitos humanos, por meio da negação 
do valor da pessoa humana, como valor fonte do direito. Essa ruptura fez emergir a necessidade da 
reconstrução dos direitos humanos como referencial e paradigma ético que aproxime o direito da moral. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta e é o gabarito da questão. A primeira parte da alternativa está correta: de fato, 
os horrores da Segunda Guerra Mundial serviram de lição e alavanca para a internacionalização dos direitos 
humanos. O mundo não queria, de maneira alguma, passar novamente pelas atrocidades de uma guerra. 
Exatamente por esse motivo, a segunda parte da alternativa está incorreta pois esta sustenta que “somente 
uma guerra poderia por fim a essas violações”, ou seja, defende uma guerra para combater as violações aos 
direitos humanos. 
As alternativas B, C e D estão corretas e apresentam bem o contexto histórico e o surgimento da 
internacionalização dos direitos humanos. 
48. (CESPE/PRF - 2019) Acerca de aspectos da teoria geral dos direitos humanos, da sua afirmação 
histórica e da sua relação com a responsabilidade do Estado, julgue o item. 
Todos os direitos humanos foram afirmados em um único momento histórico. 
Comentários 
A assertiva está incorreta. Os direitos humanos são caracterizados por sua historicidade, ou seja, há um longo 
processo de evolução para sua afirmação. Não há um único momento em que esses direitos passaram a 
existir, mas constituem fruto da evolução da sociedade, de sua afirmação histórica. 
49. (FDRH/PC-RS - 2005) Com relação à utilização dos direitos humanos fundamentais, é correto 
afirmar que 
a) podem ser relativizados. 
b) não existem contradições entre eles. 
c) são ilimitados. 
d) diminui a responsabilidade civil do agente. 
e) diminui a responsabilidade penal do agente. 
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Comentários 
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Os direitos fundamentais não são absolutos, de modo 
que havendo confronto de um direito fundamental com outro (ex. intimidade x liberdade de imprensa) 
deverá ser feita sua compatibilização / ponderação. 
A alternativa B está incorreta. Os direitos fundamentais protegem diversos bem jurídicos e, eventualmente, 
serão contraditórios. 
A alternativa C está incorreta. Nenhum direito é ilimitado, nem mesmo o direito à vida que poderá sofrer 
limitação em caso de guerra declarada. 
As alternativas D e E estão incorretas pois os direitos fundamentais geram a responsabilização civil e penal 
dos agentes assim como os demais direitos. Em razão de sua relevância dentro do ordenamento jurídico 
podem ensejar, inclusive, uma responsabilização mais árdua do agente. 
50. (VUNESP/PC-SP - 2014) Na evolução histórica dos direitos humanos, surgem o que se convencionou 
denominar de “gerações dos direitos”, que representam a valorização de determinados direitosem 
momentos históricos distintos. Assim sendo, assinale a alternativa que contempla direitos pertencentes à 
primeira geração dos direitos humanos. 
a) Direitos econômicos e de igualdade. 
b) Vida e liberdade. 
c) Direitos trabalhistas e previdenciários. 
d) Direitos civis e direito à paz. 
e) Fraternidade e direitos sociais. 
Comentários 
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. A doutrina é pacífica quanto às três primeiras gerações 
(dimensões) dos direitos humanos. Os direitos de 1ª geração referem-se aos direitos civis (vida e liberdade, 
por exemplo) e políticos; os direitos de 2ª geração tratam dos direitos econômicos, sociais e culturais; 
enquanto os direitos de 3ª geração dizem respeito aos direitos difusos e coletivos. 
A alternativa A está incorreta. Os direitos econômicos e de igualdade são típicos da 2ª geração de direitos. 
A alternativa C está incorreta. Os direitos trabalhistas e previdenciários são característicos da 2ª geração. 
A alternativa D está incorreta. Os direitos civis, corretamente, são de 1ª geração, mas o direito à paz, de 
acordo com a doutrina, é de 5ª geração. 
A alternativa E está incorreta. A fraternidade caracterizou a 3ª geração dos direitos humanos (coletivos e 
difusos). Os direitos sociais, por sua vez, tiveram ênfase na 2ª geração. 
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51. (VUNESP/PC-SP - 2013) A noção de direitos humanos foi-se expandindo no decorrer da história, de 
forma que se passou a falar em diferentes “gerações” ou “dimensões” de direitos. As chamadas primeira, 
segunda e terceira gerações de direitos compreendem alguns direitos assegurados de forma pioneira em 
relação à fase histórica anterior, dentre os quais podem ser citados, na ordem cronológica de cada geração, 
os direitos 
a) sociais, à autodeterminação dos povos e econômico. 
b) econômico, políticos e ao desenvolvimento. 
c) civis, ao desenvolvimento e políticos. 
d) políticos, ao meio ambiente sadio e sociais. 
e) civis, sociais e à paz. 
Comentários 
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. Os direitos civis são típicos da 1ª geração, os direitos 
sociais pertencem à 2ª geração e o direito à paz, conforme a doutrina, é característico da 5ª geração. 
A alternativa A está incorreta. Os direitos sociais e econômicos pertencem à 2ª geração de direitos. 
A alternativa B está incorreta. Os direitos econômicos são da 2ª geração e os direitos políticos são de 1ª 
geração. 
A alternativa C está incorreta. Os direitos civis e políticos pertencem à 1ª geração de direitos. 
A alternativa D está incorreta. Os direitos políticos são típicos da 1ª geração, o direito ao meio ambiente 
pertence à 3ª geração e os direitos sociais à 2ª. 
52. (CPCON UEPB/PC-PB - 2003) São direitos civis e políticos, ligados à noção de liberdade. Têm como 
titular o indivíduo e seu conteúdo salienta um profundo caráter antiestatal, marcado principalmente pela 
despolitização da sociedade, verificada ao longo do século XIX. 
Assinale a alternativa que corresponde à geração de direitos humanos a que o texto acima se refere: 
a) Direitos humanos de 1ª geração. 
b) Direitos humanos de 3ª geração. 
c) Direitos humanos de 2ª geração. 
d) Direitos humanos de 4ª geração. 
e) Direitos humanos de 5ª geração. 
Comentários 
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Os direitos humanos de 1ª geração são ligados às 
liberdades do indivíduo, os direitos civis e políticos, buscando um não-fazer (absenteísmo) estatal. 
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As alternativas B, C, D e E estão incorretas pois não representam adequadamente a geração de direitos 
descrita no comando da questão. 
53. (VUNESP/PC-SP - 2013) Considerando o que a doutrina majoritária dispõe sobre o desenvolvimento 
e conquista dos direitos humanos, pode-se afirmar que esse desenvolvimento histórico, classificado por 
gerações de direitos, pode ser, cronologicamente, assim representado: 
a) direitos individuais; direitos coletivos e direitos sociais. 
b) direitos individuais, direitos coletivos e liberdades negativas. 
c) liberdades positivas, liberdades negativas e direitos sociais. 
d) direitos sociais; direitos de liberdade e direitos da fraternidade. 
e) direitos de liberdade; direitos sociais e direitos difusos. 
Comentários 
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. A doutrina é pacífica quanto às três primeiras gerações 
(dimensões) dos direitos humanos. Os direitos de 1ª geração referem-se aos direitos civis e políticos; os 
direitos de 2ª geração tratam dos direitos econômicos, sociais e culturais; enquanto os direitos de 3ª geração 
dizem respeito aos direitos difusos e coletivos. 
As alternativas A, B, C e D estão incorretas posto que não correspondem às gerações de direitos humanos. 
54. (CESPE/PRF - 2013) No que se refere à fundamentação dos direitos humanos e à sua afirmação 
histórica, julgue o item subsecutivo. 
A expressão direitos humanos de primeira geração refere-se aos direitos sociais, culturais e econômicos. 
Comentários 
A assertiva está incorreta. Os direitos humanos de primeira geração dizem respeito aos direitos civis e 
políticos. 
55. (CESPE/PRF - 2013) Julgue o próximo item, relativo aos direitos humanos, à responsabilidade do 
Estado e à Política Nacional de Direitos Humanos. 
O sistema global de proteção dos direitos humanos foi instaurado pela Carta Internacional dos Direitos 
Humanos. 
Comentários 
A assertiva está correta. O Sistema Global de Direitos Humanos é coordenado pela ONU, que foi criado pela 
Carta das Nações Unidas. Em seguida, a Assembleia Geral da ONU edita a Declaração Universal dos Direitos 
Humanos. Esse documento, juntamente com o Pacto Internacional dos Direito Civis e Político e os Pacto 
Internacionais dos Direitos econômicos, sociais e culturais formam-se o que a doutrina denomina de Carta 
Internacional dos Direitos Humanos. 
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56. (VUNESP/PC-SP - 2013) Na evolução dos direitos humanos, costumam-se classificar, geralmente, as 
gerações dos direitos em três fases (Eras dos Direitos), conforme seu processo evolutivo histórico. 
Assinale a alternativa que representa, correta e cronologicamente, essa classificação. 
a) Direitos civis; direitos políticos; direitos fundamentais. 
b) Igualdade; liberdade; fraternidade. 
c) Direitos individuais; direitos coletivos; direitos políticos e civis. 
d) Direitos civis e políticos; direitos econômicos e sociais; direitos difusos. 
e) Liberdades positivas; liberdades negativas; direitos dos povos. 
Comentários 
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. A doutrina é pacífica quanto às três primeiras gerações 
(dimensões) dos direitos humanos. Os direitos de1ª geração referem-se aos direitos civis e políticos; os 
direitos de 2ª geração tratam dos direitos econômicos, sociais e culturais; enquanto os direitos de 3ª geração 
dizem respeito aos direitos difusos e coletivos. 
As alternativas A, B, C e E estão incorretas posto que não apresentam corretamente as dimensões dos 
direitos humanos consagradas na doutrina. 
57. (VUNESP/PC-SP - 2018) Assinale a alternativa correta a respeito das características dos direitos 
humanos. 
a) O Princípio da inalterabilidade estabelece que os direitos humanos não sofrem alterações com o decurso 
do tempo, pois têm caráter eterno, não se ganham nem se perdem com o tempo, são anteriores, 
concomitantes e posteriores aos indivíduos. 
b) O Princípio da essencialidade reza que osdireitos humanos devem ser vistos como aquela categoria de 
direitos inerentes à sociedade em determinada época histórica, podendo ser divididos em essenciais, que 
devem gozar de livre fruição, e os não essenciais, que ainda demandam reivindicações a serem conquistadas 
ao longo do tempo. 
c) O Princípio da divisibilidade propõe que os direitos humanos devem obedecer a uma classificação retórica, 
que divide e categoriza os vários grupos de direitos inerentes ao homem e à sociedade, para que sejam 
melhor usufruídos pelos seus destinatários. 
d) O Princípio da interrelacionariedade dispõe que os direitos humanos e os sistemas de proteção se inter-
relacionam, permitindo às pessoas escolher entre os mecanismos de proteção global ou regional, pois não 
há hierarquia entre eles. 
e) O Princípio da ilimitabilidade garante que o Estado e a sociedade não podem limitar a fruição dos direitos 
humanos já conquistados, com o objetivo de disciplinar situações excepcionais que venham a reduzir o 
alcance desses direitos. 
Comentários 
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Dentre as diversas características que podemos apontar para os Direitos Humanos está a 
interrelacionariedade. De acordo com essa característica, podemos dizer que os direitos humanos e os 
sistemas de proteção a esses direitos se inter-relacionam, permitindo às pessoas escolher os mecanismos de 
proteção global ou regional, pois não há hierarquia entre eles. Devemos lembrar, contudo que, apesar dessa 
possibilidade de escolher a qual sistema se vai recorrer, não se pode recorrer a mais de um sistema ao mesmo 
tempo (litispendência internacional). André de Carvalho Ramos fala em interdependência (ou inter-relação): 
“reconhecimento de que todos os direitos humanos contribuem para a realização da dignidade humana, o 
que exige a atenção integral de todos os direitos humanos, sem exclusão”. 
Está correta, portanto, a alternativa D, gabarito da questão. 
Vejamos as demais: 
A alternativa A está incorreta. Não existe algo como um “princípio da inalterabilidade”. Já se chegou a 
conclusão de que os Direitos Humanos são mutáveis e evoluem no tempo. O que existe, e vocês já sabem, é 
o efeito cliquet ou “proibição do retrocesso”. 
A alternativa B está incorreta, porque fala em Direitos Humanos não essenciais, o que é uma contradição 
em termos. Como sabemos, Direitos Humanos são aqueles direitos que fazem parte da essência do ser 
humano. 
A alternativa C está incorreta, também. O que se defende é o contrário do que se afirma na alternativa. Os 
Direitos Humanos são indivisíveis, havendo, inclusive, severas críticas à divisão do PIDCP e do PIDESC ou a 
teorias como a Teoria das Gerações. 
A alternativa E, por fim, também está incorreta. O Estado pode limitar a fruição de direitos humanos em 
situações excepcionais. Isso é o que ocorre, por exemplo, com a limitação ao direito de circulação em caso 
de Guerra, como veremos em uma das questões abaixo. 
58. (VUNESP/PC-SP - 2018) Esse documento histórico de remota conquista dos direitos humanos foi 
editado com o escopo de assegurar a Supremacia do Parlamento sobre a vontade do Rei, controlando e 
reduzindo os abusos cometidos pela nobreza em relação aos seus súditos, em especial declarando, dentre 
outras conquistas, o direito de petição, eleições livres e a proibição de fianças exorbitantes e de penas 
severas: 
a) The Bill of Rights, de 1689. 
b) Petition of Rights, de 1628. 
c) Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789. 
d) Magna Carta, de 1215. 
e) Habeas Corpus Act, de 1679. 
Comentários 
Mais uma vez, a banca cobra um conhecimento histórico do candidato. Vejamos. No Século XVII, em especial 
na Inglaterra, o Estado Absolutista começa a ser questionado. Segundo André de Carvalho Ramos, a busca 
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pela limitação do poder é consagrada em 1628, com a Petition of Rights (alternativa B). Em 1679, a edição 
do Habeas Corpus Act formaliza o mandado de proteção judicial aos que haviam sido injustamente presos, 
mandado que, antes, só era possível com base no direito consuetudinário inglês (alternativa E). Sendo, 
finalmente, em 1689, após a Revolução Gloriosa, editada a Declaração Inglesa de Direitos, a Bill of Rights, 
que assegura a supremacia do Parlamento sobre a vontade do Rei, controlando e reduzindo os abusos 
cometidos pela nobreza em relação aos seus súditos, declarando, além disso, o direito de petição, eleições 
livres e a proibição de fianças exorbitantes e de penas severas. 
Assim, a alternativa A é a correta e gabarito da questão. 
A Magna Carta, de 1215, foi um documento assinado em um contexto de luta entra a burguesia e a 
monarquia, não havendo que se falar em “eleições livres” ou em “parlamento” (alternativa D). 
E a Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, não tinha a menor pretensão de limitar os 
poderes do monarca, mas sim de acabar com essa forma de governo (alternativa C). 
59. (VUNESP/PC-SP - 2018) No tocante à temática dos direitos humanos, considerando seu surgimento 
e sua evolução histórica, assinale a alternativa que contempla correta e cronologicamente seus marcos 
históricos fundamentais. 
a) A Magna Carta, a queda da Bastilha na França e a criação da Organização das Nações Unidas. 
b) O iluminismo, o constitucionalismo e o socialismo. 
c) O iluminismo, a Revolução Francesa e o fim da Segunda Guerra Mundial. 
d) A Magna Carta, a Constituição Alemã de Weimar e a Declaração de Independência dos Estados Unidos da 
América. 
e) O cristianismo, o socialismo e o constitucionalismo. 
Comentários 
A questão cobra do candidato um conhecimento histórico acerca da evolução dos Direitos Humanos, no 
âmbito internacional. Das opções dadas, a que traz marcos históricos fundamentais dessa evolução, em 
ordem cronológica, é, de fato, a alternativa C, gabarito da questão. Como sabemos, o iluminismo foi um 
movimento intelectual e filosófico que começou a se expandir a partir do século XVIII. Dele surgiram ideias 
fundamentais para a evolução dos Direitos Humanos, como a ideia do tratamento do homem como um fim 
em si mesmo, de Immanuel Kant. Foram as ideias Iluministas, de um modo geral, junto com a independência 
dos EUA, que possibilitaram a Revolução Francesa, ao final do Século XVIII (1789), outro marco fundamental 
dessa evolução histórica. Da Revolução, surgiram conceitos como o de que o poder emana do povo, tão caro 
até os dias atuais, e a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, documento base da evolução dos 
Direitos Humanos ao longo da história. Depois desses eventos, o outro ponto de virada dos Direitos Humanos 
no mundo foi a Segunda Guerra Mundial. Do contexto da Guerra é que surgiram a Declaração Universal dos 
Direitos Humanos, a Organização das Nações Unidas e a preocupação global de se evitar as atrocidades 
presenciadas pela humanidade durante os anos belicosos. As demais alternativas acabam trazendo não os 
marcos, mas causas ou consequências desses marcos fundamentais. 
Vejamos as demais alternativas: 
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A alternativa A está incorreta. Apesar de podermos defender a importância história da Magna Carta, na 
limitação dos poderes do governante, a queda da Bastilha é uma causa da Revolução Francesa e a criação da 
ONU é uma consequência da Segunda Guerra. 
A alternativa B está incorreta. O constitucionalismo tem uma importância tremenda na evolução dos Direitos 
Humanos, mas de um ponto de vista interno e não internacional. JáRealce
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Ä Existem normas de direitos humanos que são hierarquicamente superiores no ordenamento 
internacional (conceito). 
 A superioridade dos Direitos Humanos é, ao mesmo tempo, superior materialmente (de 
conteúdo) e formal (em razão da imperatividade). 
 Como regra, as normas os tratados e convenções internacionais de direitos humanos são 
normas jus cogens em relação aos Estados signatários (mecanismos convencionais). Aplica-se, de 
acordo com a doutrina, a direitos humanos de todas as dimensões. 
 Quando houver violações sistemáticas (ou massivas) de direitos humanos capaz de abalar a 
segurança e a paz internacionais os organismos internacionais podem impor medidas coercitivas 
por violações de normas de direitos humanos consolidadas como costumes internacionais, ainda 
que o Estado violador não tenha participado da assinatura do tratado internacional. 
2 - HISTORICIDADE 
A historicidade traduz o fato de que os Direitos Humanos decorrem de um processo de formação histórica, 
de modo que, com o tempo, os direitos humanos surgem e se solidificam em razão das lutas da sociedade 
em defesa da dignidade da pessoa. 
Assim, não podemos afirmar que o conjunto de direitos que compõe nossa matéria surge em determinado 
momento fixo. Pelo contrário, eventos como a Revolução Francesa e as grandes Guerras Mundiais foram 
marcantes para o surgimento gradual e para a expansão de direitos humanos. 
A historicidade é base para o estudo das dimensões (ou gerações) dos Direitos Humanos. 
Um aspecto interessante, relacionado com a historicidade, é a discussão acerca da relação entre o Direito 
Natural e os Direitos Humanos. Sabemos que um dos fundamentos dos direitos humanos é a concepção 
jusnaturalista, que entende que os direitos humanos buscam sua origem no Direito Natural. Sabemos 
também que a principal crítica ao jusnaturalismo como fundamento é o fato de não se adequar à ideia de 
historicidade! 
Não vamos aqui tecer maiores considerações acerca do Direito Natural. Todavia, devemos compreender que 
o Direito Natural traduz um conjunto de normas fundadas na natureza das coisas, trata-se de um direito 
ideal, acima de todas as leis, integrado por regras e por princípios que objetivam àquilo que é justo e correto, 
tendo por finalidade legitimar as leis positivas. Assim, toda Constituição, toda lei, todo tratado internacional 
– como diplomas normativos – deve partir do Direito Natural (fundamento de legitimidade). Em razão disso, 
a doutrina afirma que o Direito Natural é fixo, absoluto, universal e atemporal. 
É exatamente esta última característica (atemporalidade) que nos interessa! Afirma-se que o Direito Natural, 
em razão de estar acima do direito positivo de cada Estado, se relacionaria com os Direitos Humanos. Isso, 
hoje, não é considerado correto! Acabamos de estudar que os Direitos Humanos são históricos, fruto do 
desenvolvimento da sociedade, que se constroem e se solidificam com o tempo. Por outro lado, vimos, 
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também, que o Direito Natural é atemporal, sempre existiu e sempre existirá independentemente do 
momento histórico. Notem que as duas coisas não se equivalem. 
Os direitos naturais são inatos, cabendo a cada Estado, por meio de suas normas, declará-los. Essa ideia não 
se aplica aos Direitos Humanos, que surgiram com o lento evoluir da sociedade, como se percebe ao estudar 
a pater histórica da matéria (afirmação histórica dos direitos humanos). 
Esses conceitos e a correta compreensão da evolução dos Direitos Humanos serão analisados ainda na 
presente aula, quando tratarmos da afirmação histórica dos Direitos Humanos. 
Por ora, lembre-se: 
DIREITOS HUMANOS ≠ DIREITOS NATURAIS 
Para arrematar, vejamos o que nos ensina Rafael Barreto2: 
Aquilo que é natural é atemporal, sempre esteve lá, e não é isso que ocorre com os direitos 
humanos, que são fruto de um longo passar de anos. Basta indagar a escravos se a liberdade 
sempre esteve lá, a torturados se a proibição de tortura sempre esteve lá para que se perceba o 
equívoco dessa compreensão. 
A característica da historicidade é tão importante que os estudiosos a consideram como uma das 
características fundamentais dos Direitos Humanos. 
 
 HISTORICIEDADE 
 Os Direitos Humanos decorrem de formação histórica, surgindo e se solidificando conforme a 
evolução da sociedade (conceito) 
 Base para o estudo das dimensões dos Direitos Humanos. 
 
 
2 BARRETTO, Rafael. Direitos Humanos, p. 26. 
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3 - UNIVERSALIDADE 
O debate que envolve a universalidade, em Direitos Humanos, é: ser universal na diversidade. Trata-se de 
um desafio da sociedade internacional que objetiva interpretações comuns aos mais diversos temas da 
sociedade como direito à vida, ao aborto, a transplantes de órgãos, a arquivos secretos etc. 
Caro aluno, entendeu? Não?! Calma, logo entenderá! 
A universalidade é uma característica tão discutida pelos estudiosos que a partir dela podem ser identificadas 
duas correntes: universalistas e relativistas. 
Analisar essas correntes envolve a discussão sobre “universalismo e relativismo cultural (ou 
multiculturalismo)”. 
De acordo com a doutrina universalista, os direitos humanos podem ser compreendidos em dois sentidos 
distintos: 
 Os Direitos Humanos destinam-se a todas as pessoas, independentemente de suas características 
pessoais, culturais, sociais ou econômicas. Não há que se falar em qualquer forma de discriminação 
para saber se são, ou não, aplicáveis os Direitos Humanos. 
 Os Direitos Humanos abrangem todos os territórios, todos os países, todas as sociedades. 
Podemos afirmar que os Direitos Humanos possuem validade em qualquer local deste planeta, não 
havendo limitações territoriais. 
Diz-se, portanto, que os Direitos Humanos são universais, pois se aplicam a todas as pessoas em qualquer 
lugar do mundo! 
Conforme leciona Rafael Barreto3, 
A universalidade pode ser ilustrada na Declaração Universal dos Direitos Humanos, que enuncia 
direitos comuns a todos os homens pela simples condição humana, sem nenhuma discriminação, 
e que afirma que todos os seres humanos integram uma família única – a família humanidade -, 
merecedora de respeito e dignidade de todos os lugares. 
Por outro lado, os relativistas se contrapõem à ideia de universalidade, afirmando, em síntese: 
 é possível observar, na prática, divergências nos julgamentos morais entre as mais diversas 
sociedades devido às diferenças culturais, políticas e sociais; 
 as divergências possuem um sentido ou validade fora do seu contexto social particular; e 
 
 
3 BARRETTO, Rafael. Direitos Humanos, p. 28. 
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 não há julgamentos morais justificáveis fora de contextos culturais específicos. 
Conclui-se que, segundo os relativistas, apesar de ser possível compartilhar valores, não há como justificar 
superioridade de um valor ou de uma cultura em relação às outras, pois todas merecem igualo socialismo é um modelo econômico e 
não pode ser considerado um marco histórico nessa evolução. 
A alternativa D está incorreta. Isso, porque a Constituição Alemã de Weimar é de 1919, enquanto a 
Declaração da Independência dos EUA remonta ao final do Século XVIII. 
A alternativa E está incorreta. O cristianismo, também, foi fundamental na evolução histórica dos Direitos 
Humanos, e na própria conservação da cultura ocidental, em especial, durante a Idade Média. Foram os 
cristãos os primeiros a defender que o escravo também era humano, também tinha alma e também devia 
ser tratado de forma digna por ser uma criatura de Deus. Mas, como já dito, o socialismo não foi um marco 
histórico fundamental na evolução dos Direitos Humanos. 
60. (VUNESP/PC-SP - 2013) Assinale a alternativa que indica o movimento que tornou mundialmente 
conhecidos os ideais representativos dos direitos humanos reconhecidos e representados pela liberdade, 
igualdade e fraternidade. 
a) Independência dos Estados Unidos da América. 
b) Revolução Francesa. 
c) Cristianismo. 
d) Catolicismo. 
e) Iluminismo. 
Comentários 
Esse é o tipo de questão que não podemos errar em prova, pois todos sabemos que os princípios de 
liberdade, igualdade e fraternidade (liberté, égalité, fraternité) constituem o lema da Revolução Francesa, 
importante movimento contra a opressão do poder absolutista. 
Deste modo, está correta a alternativa B, gabarito da questão. 
Em que pese a importância da Independência dos EUA, do Cristianismo, do Catolicismo e Iluminismo, para o 
desenvolvimento do caráter universal dos Direitos Humanos, quando a questão fala em liberdade, igualdade 
e fraternidade, ela está falando, incontestavelmente, sobre a Revolução de 1789. 
61. (VUNESP/PC-SP - 2013) Dentre os documentos reconhecidos internacionalmente e que limitaram 
o poder do governante em relação aos direitos do homem, encontra-se o mais remoto e pioneiro 
antecedente que submetia o Rei a um corpo escrito de normas, procurava afastar a arbitrariedade na 
cobrança de impostos e implementava um julgamento justo aos homens. 
Esse importante documento histórico dos direitos humanos denomina-se 
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a) Talmude. 
b) Magna Carta da Inglaterra. 
c) Alcorão. 
d) Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão da França. 
e) Bill of Rights. 
Comentários 
A Magna Carta foi assinada em 1215 e constituiu um acordo rei e barões da Inglaterra, que se destinou à 
proteção dos direitos individuais, originários da law of the land (lei da terra). A finalidade principal do 
documento foi a submissão do rei às suas regras a sim de evitar arbitrariedades e excessiva cobrança de 
impostos, além de reconhecer direitos civis como a propriedade privada e o direito de ir e vir. 
Assim, a alternativa B é a correta e gabarito da questão. 
 
Apenas por curiosidade: 
O Talmude é uma compilação, que data de 499 d.C., de leis e tradições judaicas, consistindo-se em 63 
(sessenta e três) tratados de assuntos legais, éticos e históricos24. 
O Alcorão, também conhecido por Corão, é o livro sagrado do Islã. Os muçulmanos acreditam que o Corão é 
a palavra literal de Deus (Alá) revelada ao Profeta Maomé ao longo de um período de 22 anos. O seu título 
significa "Recitação" ou "Leitura"25. 
 
 
 
24 Extraído de http://pt.wikiquote.org/wiki/Alcor%C3%A3o, acesso em 09.10.2014. 
25 Extraído de http://pt.wikiquote.org/wiki/Talmude, acesso em 09.10.2014. 
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LISTA DE QUESTÕES 
PROMOTOR 
1. (MPT/MPT - 2012) Assinale a alternativa INCORRETA: 
a) A Declaração do Milênio das Nações Unidas reforça o dever dos Estados de administrar os desafios globais 
de forma solidária, em um modo que distribua custos e responsabilidades, de acordo com os princípios 
básicos da igualdade e justiça social. Aqueles que sofrem, ou menos beneficiados, merecem ajuda daqueles 
que mais se beneficiam. 
b) Direitos de primeira geração são direitos que resultaram da influência do socialismo, voltados ao bem-
estar social, como o direito ao trabalho, à saúde e à educação. 
c) Os direitos sociais destinam-se a propiciar aos indivíduos a participação no bem-estar social, apresentando 
uma dimensão positiva, que enseja o dever do Estado de propiciar estes direitos, não apenas de abster-se 
de intervir. 
d) Consoante a Declaração das Nações Unidas dos Direitos dos Povos Indígenas, os indivíduos e povos 
indígenas têm o direito de desfrutar plenamente de todos os direitos estabelecidos no direito trabalhista 
internacional e nacional aplicável. 
e) Não respondida. 
2. (MPE-PR/MPE-PR – 2016) “A segunda guerra mundial, iniciada em 1939 e encerrada em 1945, 
depois de praticada contra seres humanos, com brutal intensidade, uma variedade de violências jamais 
antes imaginada, teve o efeito de despertar a consciência de grande parte da humanidade para a 
impossibilidade de haver paz e de ser propiciado, aos indivíduos e aos povos, o gozo tranquilo dos 
benefícios proporcionados pelos avanços científicos e tecnológicos sem o reconhecimento da pessoa 
humana como o primeiro dos valores. De certo modo, pode-se dizer que houve uma retomada das 
proclamações humanistas externadas pelos filósofos políticos dos séculos XVII e XVIII, com o 
reconhecimento de que a liberdade e a igualdade são atributos naturais de todos os seres humanos, sem 
qualquer exceção, e devem ser protegidos por toda a sociedade, como direitos inerentes à condição 
humana. Esse reconhecimento foi expresso, com clareza e objetividade, na parte inicial do art. 1º da 
Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada pela Assembleia Geral da ONU em 10 de dezembro 
de 1948, com o seguinte enunciado: ‘Todos os seres humanos nascem livres e iguais em direitos e 
dignidade. Todos são dotados de razão e de consciência e devem agir, uns em relação aos outros, com 
espírito de fraternidade’.” 
Após analisar o texto acima, assinale a alternativa incorreta: 
a) O mesmo espírito que inspirou a Proclamação dos Direitos Humanos, visando a afirmação dos direitos 
fundamentais da pessoa humana, reformulou sistemas jurídicos em todo o mundo causando a substituição 
do individualismo pelo humanismo, do patrimonialismo pela dignidade da pessoa humana, alçando a 
Constituição à condição de norma jurídica superior, igual para todos e instrumento de afirmação e garantia 
dos direitos fundamentais; 
b) Afirmando expressamente a igualdade de direitos e proibindo discriminações, os textos constitucionais 
pós Declaração Universal passaram a incluir a determinação de atuação positiva do Estado, que não deve 
limitar-se a garantir os direitos, impedindo que eles sejam violados, mas deve também valer-se de meios 
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eficazes, inclusive com a destinação de recurso materiais, para que a atribuição de direitos implique a real 
possibilidade de exercê-los; 
c) Muito embora textos constitucionais pós Declaração Universal dos Direitos Humanos façam, de modo 
geral, o reconhecimento de que nenhum indivíduo mora fora da sociedade e, portanto, tudo que afeta o 
direito de outro indivíduo tem significação social, estruturalmente, não houve rompimento da estrita 
separação entre as áreas pública e privada, uma vez que o estabelecimento de normas ou regras pelo setor 
público, ainda que básicas e parciais, voltadas a disciplinar a esfera privada se caraterizaria em indevida 
ingerência do Estado nas relações particulares; 
d) Tomando como base o parâmetro da dignidade da pessoahumana para o estabelecimento de regras 
jurídicas relativas à aquisição e ao uso de direitos, pode afirmar-se que o constitucionalismo pós Declaração 
é humanista, no sentido de tratar a pessoa como o primeiro dos valores e de condicionar todas as ações do 
indivíduo com repercussão social ao respeito por esse valor; 
e) Havidas antes como normas declaratórias ou programáticas, o constitucionalismo humanista deu eficácia 
jurídica às disposições constitucionais de declaração e garantia dos direitos fundamentais, possibilitando sua 
aplicação como normas jurídicas, dotadas de plena eficácia e, portanto, de obediência obrigatória para 
todos, inclusive para Estados, governantes e integrantes do aparato político e administrativo, sem qualquer 
exceção. 
3. (MPT/MPT - 2015) Sobre a evolução histórica dos direitos humanos, assinale a alternativa 
CORRETA: 
a) O Bill of Rights dos Estados Unidos da América consiste em um rol de direitos fundamentais inserido na 
Declaração de Independência proclamada por Thomas Jefferson em 1776, posteriormente incorporado aos 
Artigos da Confederação. 
b) O Bill of Rights dos Estados Unidos da América constitui-se de normas originárias constantes da 
Constituição aprovada na Convenção da Filadélfia em 1787. 
c) O Bill of Rights dos Estados Unidos da América foi inserido somente em 1791 na Constituição americana, 
sob a forma de emendas constitucionais. 
d) O Bill of Rights formalmente não é uma norma federal nos Estados Unidos da América, mas sim uma 
interpretação extensiva da Declaração de Direitos da Virginia promovida pela jurisprudência da Suprema 
Corte americana. 
e) Não respondida. 
4. (MPF/MPF - 2016) Dentre os enunciados abaixo, somente estão corretos: 
I - A teoria do duplo controle da proteção de direitos humanos no Brasil prega a possibilidade de conciliação 
entre as deliberações judiciais nacionais e internacionais referentes a direitos humanos. 
II - O abuso de direito na temática dos direitos humanos pode ser entendido como uma técnica de limitação 
de direitos, que exige a ponderação do exercício de um direito com as restrições necessárias em uma 
sociedade democrática. 
III - O princípio da não tipicidade dos direitos humanos é incompatível com a interpretação evolutiva dos 
direitos em tratados de direitos humanos. 
IV - A interseccionalidade dos direitos humanos, por detectar diferentes formas de opressão e tratamento 
discriminatório baseadas em raça, gênero, condição social, idade, orientação sexual, entre outras formas de 
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identidade social que se inter-relacionam, exige reparações às vítimas que levem em conta essas 
especificidades. 
a) I e III 
b) I e II 
c) III e IV 
d) I, II, e IV 
5. (CESPE/MPE-RO – 2010) Quanto às dimensões dos direitos, julgue o item a seguir. 
Os direitos humanos de primeira geração referem-se às reivindicações de condições dignas de trabalho e 
originam-se das lutas sociais desencadeadas com a Revolução Industrial. 
6. (CESPE/MPE-RO - 2010) Quanto às dimensões dos direitos, julgue o item a seguir. 
Os direitos humanos de segunda geração ainda não foram incorporados à legislação nacional, 
permanecendo, pois, como normas programáticas do direito internacional humanitário. 
7. (VUNESP/MPE-SP - 2017) Assinale a alternativa que corretamente disserta sobre aspectos 
conceituais dos direitos humanos em sua evolução histórica. 
a) Os direitos humanos da terceira dimensão marcam a passagem de um Estado autoritário para um Estado 
de Direito e, nesse contexto, o respeito às liberdades individuais, em uma perspectiva de absenteísmo 
estatal, fruto do pensamento liberal-burguês do século XVIII. 
b) Os direitos de quarta dimensão, ou direitos de liberdade, têm como titular o indivíduo, são oponíveis ao 
Estado, traduzem-se como faculdades ou atributos da pessoa e ostentam uma subjetividade que é seu traço 
mais característico, sendo, assim, direitos de resistência ou oposição ao Estado. 
c) Os direitos fundamentais da primeira dimensão são marcados pela alteração da sociedade por profundas 
mudanças na comunidade internacional, identificando-se consequentes alterações nas relações econômico-
sociais, sobretudo na sociedade de massa, fruto do desenvolvimento tecnológico e científico. 
d) Os direitos da quinta dimensão são direitos transindividuais que transcendem os interesses do indivíduo 
e passam a se preocupar com o gênero humano, com altíssimo teor de humanismo e universalidade, 
inserindo-se o ser humano em uma coletividade que passa a ter direitos de solidariedade ou de fraternidade. 
e) A evidenciação de direitos sociais, culturais e econômicos, correspondendo aos direitos de igualdade, sob 
o prisma substancial, real e material, e não meramente formal, mostra-se marcante nos documentos 
pertencentes ao que se convencionou classificar como segunda dimensão dos direitos humanos. 
8. (MPT/MPT - 2015) Qual das seguintes cláusulas NÃO CONSTA da Declaração dos Direitos do 
Homem e do Cidadão de 1789 proclamada durante a Revolução Francesa: 
a) A finalidade de toda associação política é a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis do homem. 
Esses direitos são a liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão. 
b) Ninguém pode ser acusado, preso ou detido senão nos casos determinados pela lei e de acordo com as 
formas por esta prescritas. Os que solicitam, expedem, executam ou mandam executar ordens arbitrárias 
devem ser punidos; mas qualquer cidadão convocado ou detido em virtude da lei deve obedecer 
imediatamente, caso contrário torna-se culpado de resistência. 
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c) Todos os homens em idade adulta e no pleno gozo de sua sanidade mental têm direito de votar e ser 
votado. 
d) A sociedade tem o direito de pedir contas a todo agente público pela sua administração. 
e) Não respondida. 
DEFENSOR 
9. (FCC/DPE-SP - 2019) Sobre a Teoria Geral dos Direitos Humanos aplicada à sua previsão no plano 
internacional, considere as assertivas abaixo. 
I. O movimento de proteção a grupos vulneráveis no campo do direito internacional dos direitos humanos 
justificou a opção pelo princípio da especialidade para solucionar conflitos entre normas de diferentes 
tratados de direitos humanos, ficando o princípio da primazia da norma mais favorável como regente dos 
conflitos com normas nacionais. 
II. O princípio da interpretação pro homine pode ser exemplificado a partir da jurisprudência da Corte 
Interamericana de Direitos Humanos no sentido da impossibilidade de denúncia do reconhecimento de sua 
jurisdição pelos Estados, diante da ausência de dispositivo expresso que permita tal retirada. 
III. O princípio da primazia da norma mais favorável ao indivíduo se revela insuficiente para solucionar 
conflitos entre direitos humanos de indivíduos distintos, que devem coexistir, abrindo espaço para a 
incidência da análise de proporcionalidade. 
IV. O princípio da proibição do retrocesso tem aplicação vinculada ao campo dos direitos econômicos, sociais 
e culturais, diante das peculiaridades de sua forma de cumprimento, não se relacionando aos direitos civis e 
políticos, os quais se realizam de maneira imediata. 
Está correto o que se afirma APENAS em: 
a) I e II. 
b) II, III e IV. 
c) II e III. 
d) III e IV. 
e) I, II e IV. 
10. (CESPE/DPE-RR - 2013) No que concerne à proteção internacional dos direitos humanos, julgue o 
item abaixo. 
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, datada de 1948, foi o marco da internacionalização da 
proteção aos direitos humanos. 
11. (FEPESE/DPE-SC - 2012) No que se refere às dimensões de direitos humanos, é corretoafirmar: 
a) A primeira dimensão diz respeito aos direitos que gravitam em torno da liberdade e surgiram com o Estado 
Liberal do século XVIII. 
b) A segunda dimensão diz respeito aos direitos exclusivamente políticos, ou seja, aos direitos de 
participação política, sendo que a terceira dimensão abriga os direitos sociais. 
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c) A terceira dimensão diz respeito aos direitos de liberdade, em especial, ao de não ser privado 
arbitrariamente em sua liberdade e surgiram a partir do final da 2ª Guerra Mundial. 
d) A primeira dimensão diz respeito aos direitos sociais e surgiram a partir da derrocada do liberalismo e 
coincidem com os Estados Totalitários. 
e) A primeira e a segunda dimensões de direitos fundamentais surgem somente ao final da 1ª Guerra 
Mundial e estão atreladas ao surgimento dos movimentos totalitários, em especial, ao nazismo. 
12. (FCC/DPE-MA - 2018) Podem ser considerados exemplos de direitos humanos de terceira geração 
o direito 
a) à imigração e refúgio, à participação na economia globalizada e à segurança. 
b) ao trabalho, à paz mundial e à indivisibilidade entre os direitos. 
c) à propriedade imaterial, à privacidade e ao pluralismo. 
d) à bioética, o direito do consumidor e os direitos culturais. 
e) ao meio ambiente, ao desenvolvimento e à autodeterminação dos povos. 
13. (CESPE/DPE-PE - 2015) Julgue o item subsecutivo, a respeito de aspectos gerais e históricos dos 
direitos humanos. 
Na luta pelos direitos humanos, há avanços e retrocessos, decorrendo disso a necessidade de o Estado e a 
sociedade civil se engajarem para que se realizem ações e políticas públicas que sejam efetivamente de 
Estado e não de governo. 
14. (FCC/DPE-CE - 2014) Ao examinar a evolução histórica dos direitos humanos, Celso Lafer destaca a 
fase da formação dos denominados direitos de primeira geração nos seguintes termos: 
“Os direitos humanos da Declaração de Virgínia e da Declaração Francesa de 1789 são, neste sentido, direitos 
humanos de primeira geração, que se baseiam numa clara demarcação entre Estado e não-Estado, 
fundamentada no contratualismo de inspiração individualista. São vistos como direitos inerentes ao 
indivíduo e tidos como direitos naturais, uma vez que precedem o contrato social” 
(cf. A reconstrução dos direitos humanos. São Paulo: Companhia das Letras, 1988, p. 126). 
Entre as disposições abaixo, NÃO guarda pertinência com a concepção de direitos humanos acima 
mencionada: 
a) "A finalidade de toda associação política é a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis do homem. 
Esses direitos são a liberdade, a propriedade a segurança e a resistência à opressão." 
b) "Um povo tem sempre o direito de rever, de reformar e de mudar a sua constituição: Uma geração não 
pode sujeitar às suas leis as gerações futuras." 
c) "A lei é a expressão livre e solene da vontade geral; ela é a mesma para todos, quer proteja, quer castigue; 
ela só pode ordenar o que é justo e útil à sociedade; ela só pode proibir o que lhe é prejudicial." 
d) "Os homens nascem e são livres e iguais em direitos. As distinções sociais só podem fundamentar-se na 
utilidade comum." 
e) "Nós também concedemos a todos os homens livres do nosso reino, por nós e por nossos herdeiros 
perpetuamente, todas as liberdades estatuídas nessa Carta, para que as tenham e as conservem para si e 
para os seus herdeiros, de nós e dos nossos herdeiros." 
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15. (CESPE/DPE-AC - 2012) Assinale a opção correta no que diz respeito à afirmação histórica dos 
direitos humanos. 
a) O expresso reconhecimento do princípio da universalidade dos direitos humanos pela Declaração de Viena 
de 1993 pôs termo ao debate sobre o multiculturalismo e o relativismo cultural. 
b) O Bill of Rights, de 1689, foi a primeira carta de direitos de que se tem notícia na história. 
c) A Constituição Mexicana de 1917 e a Constituição de Weimar de 1919 são marcos da afirmação dos 
direitos humanos de segunda geração. 
d) Após a Segunda Guerra Mundial, para que os direitos dos trabalhadores enumerados na Declaração 
Universal dos Direitos do Homem de 1948 fossem garantidos no plano internacional, criou-se a Organização 
Internacional do Trabalho. 
e) Não há referência, na Declaração de Viena de 1993, ao princípio da indivisibilidade dos direitos humanos. 
16. (FMP/DPE-PA/2015) Sobre as características dos direitos humanos, é CORRETO afirmar que: 
a) o historicismo é característica inerente aos direitos humanos, o qual determina a possibilidade de que tais 
direitos sejam reconhecidos e, posteriormente, suprimidos, conforme a evolução do pensamento humano. 
b) a defesa da característica da universalidade dos direitos humanos contempla a proibição de tratamento 
diferenciado a determinados grupos sociais ou culturais, em qualquer circunstância. 
c) a irrenunciabilidade reconhecida aos direitos humanos significa a impossibilidade de que o seu titular abra 
mão de direitos previstos em tratados internacionais, os quais, entretanto, podem sofrer restrições por lei 
ordinária, conforme o ordenamento jurídico de cada país. 
d) os direitos humanos são caracterizados pela indivisibilidade e complementariedade, de forma que 
compõem um único conjunto de direitos, cuja observância deve ser sistêmica e lastreada no princípio da 
dignidade da pessoa humana. 
e) a imprescritibilidade dos direitos humanos determina a inexistência de prazo para ajuizamento de ações 
em face do Estado a respeito de eventuais violações desses direitos. 
17. (FCC/DPE-AM - 2018) A respeito da teoria das gerações ou dimensões de Direitos Humanos, 
considere: 
I. A adoção do conceito de gerações de Direitos Humanos é consensual na doutrina brasileira. 
II. Os Direitos Humanos de segunda geração ou dimensão estão relacionados à ideia de solidariedade ou 
fraternidade, da mesma forma como os direitos de primeira geração ou dimensão estão amparados na ideia 
de liberdade. 
III. Os Direitos Humanos de primeira geração ou dimensão, por se tratarem de direitos de defesa, não 
acarretam qualquer atuação prestacional do Estado em relação à efetivação dos mesmos. 
IV. Os Direitos Humanos de segunda geração ou dimensão, dada a sua natureza prestacional, exigem uma 
atuação positiva do Estado para a sua efetivação. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a) I e IV. 
b) I, II e III. 
c) II, III e IV. 
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d) IV. 
e) II. 
18. (FCC/DPE-RS - 2018) De acordo com a historiadora americana Lynn Hunt, os direitos permanecem 
sujeitos a discussão porque a nossa percepção de quem tem direitos e do que são esses direitos muda 
constantemente. A revolução dos direitos humanos é, por definição, contínua (A Invenção dos Direitos 
Humanos; uma história. São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p. 270). Em relação à evolução histórica 
do regime internacional de proteção dos direitos humanos, considere as assertivas abaixo. 
I. A Magna Carta (1215) contribuiu para a afirmação de que todo poder político deve ser legalmente limitado. 
II. O Habeas Corpus Act (1679) criou regras processuais para o habeas corpus e robusteceu a já conhecida 
garantia. 
III. Na Declaração de Independência dos Estados Unidos (1776) percebe-se que a dignidade da pessoa 
humana exige a existência de condições políticas para sua efetivação. 
IV. O processo de universalização, sistematização e internacionalização da proteção dos direitos humanos 
intensificou-se após o término da 2a GuerraMundial. 
Está correto o que consta de: 
a) I, II, III e IV. 
b) I, II e III, apenas. 
c) I, III e IV, apenas. 
d) II, III e IV, apenas. 
e) I e IV, apenas. 
19. (FCC/ - 2017) No plano da teoria geral, certos atributos seriam inerentes aos direitos 
humanos. Acerca das características principais dos direitos humanos, é correto afirmar: 
a) A irrenunciabilidade dos direitos humanos deve ser harmonizada com a autonomia da vontade, donde se 
conclui que a pessoa civilmente capaz pode se despojar da proteção de faceta de sua dignidade, a exemplo 
do famoso caso francês do “arremesso de anões”. 
b) Admite-se a relatividade dos direitos humanos, pois estes colidem entre si e podem sofrer restrições por 
ato estatal ou de seu próprio titular, a exemplo da vedação de associação para fins paramilitares previsto 
pelo poder constituinte originário. 
c) Tendo em vista que as normas de proteção aos direitos humanos não integram o chamado jus cogens, a 
universalidade dos direitos humanos é relativizada, prevalecendo uma forte ideia de respeito ao relativismo 
cultural, ainda que o Estado seja parte formal da comunidade internacional. 
d) A imprescritibilidade dos direitos humanos não alcança a pretensão à reparação econômica decorrente 
de sua violação. Portanto, inexiste direito à indenização por violação a direitos humanos ocorridos durante 
o regime militar. 
e) Em razão do caráter histórico dos direitos humanos, existe consenso doutrinário acerca de sua 
divisibilidade, estabelecendo-se independência entre os direitos humanos e priorização de sua exigibilidade 
a partir do espaço geográfico em que seu titular esteja inserido. 
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20. (FCC/DPE-BA - 2016) Com relação à origem histórica dos direitos humanos, um grande número de 
documentos e veículos normativos podem ser mencionados, dentre eles é correto afirmar que cada um 
dos documentos abaixo mencionados está relacionado com um direito humano específico, com EXCEÇÃO 
de: 
a) Declaração de Direitos do Estado da Virgínia, 1776, que disciplinou os direitos trabalhistas e 
previdenciários como direitos sociais. 
b) Declaração de Direitos (Bill of Rights), 1689, que previu a separação de poderes e o direito de petição. 
c) Convenção de Genebra, 1864, que teve relevante destaque no tratamento do direito humanitário. 
d) Constituição de Weimar, 1919, que trouxe a igualdade jurídica entre marido e mulher, equiparou os filhos 
legítimos aos ilegítimos com relação à política social do Estado. 
e) Constituição Mexicana, 1917, que expandiu o sistema de educação pública, deu base à reforma agrária e 
protegeu o trabalhador assalariado. 
21. (FCC/DPE-SP - 2015) “Se há um direito humano à vida e à integridade física, como se pode aceitar 
então, com anuência, que as intervenções militares ocidentais matem mais pessoas inocentes que as 
atrocidades dos ditadores e dos terroristas? Os EUA, é o que se diz, utilizam os direitos humanos apenas 
como pretexto para os interesses totalmente profanos do poder e da economia; não lhes interessa a 
situação jurídica da população, mas apenas o petróleo. E por isso, assim prossegue o argumento, há dois 
pesos e duas medidas: em toda parte onde os detentores do poder se destacam pelo bom comportamento, 
deixando por exemplo que os bombardeiros norte-americanos estacionem em seus territórios (como na 
Turquia, provavelmente, ou na Arábia Saudita), a autonomeada polícia mundial ocidental não há de 
objetar nada contra a pilhagem, a perseguição e a chacina de grupos inteiros da população ou contra as 
condições ditatoriais." 
(KURZ, Robert. Paradoxos dos direitos humanos. Folha de São Paulo, São Paulo, 16 mar. 2003. Caderno Mais!, 
p. 9-11) 
O excerto acima é relacionado ao 
a) Multiculturalismo dos direitos humanos. 
b) Universalismo de confluência dos direitos humanos. 
c) Imperialismo dos direitos humanos. 
d) Relativismo dos direitos humanos. 
e) Universalismo dos direitos humanos. 
22. (CESPE/DPE-ES - 2012) Julgue o seguinte item, sobre a teoria geral, a afirmação histórica, os 
fundamentos e a universalidade dos direitos humanos. 
A hermenêutica diatópica constitui proposta de superação do debate sobre universalismo e relativismo 
cultural. 
23. (CESPE/DPE-PI - 2009) Quanto às características dos direitos humanos julgue o item a seguir. 
A imprescritibilidade dos direitos fundamentais vincula-se à sua proteção contra o decurso do tempo. 
24. (CESPE/DPE-PE - 2015) Julgue o item subsecutivo, a respeito de aspectos gerais e históricos dos 
direitos humanos. 
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No Brasil, os entes federativos protegem automática e integralmente os chamados direitos humanos de 
segunda geração, ou direitos sociais, por força de consagração constitucional nesse sentido. 
25. (CESPE/DPE-PI - 2009) Quanto às características dos direitos humanos julgue o item a seguir. 
A imprescritibilidade dos direitos fundamentais vincula-se à sua proteção contra o decurso do tempo. 
26. (CESPE/DPE-ES - 2012) A respeito afirmação histórica dos Direitos Humanos julgue o item seguinte: 
A concepção contemporânea dos direitos humanos surgiu com o término da Primeira Grande Guerra 
Mundial. 
27. (CESPE/DPE-AC - 2012) Julgue o item seguinte: 
A Declaração Universal de Direitos Humanos foi proclamada pelos revolucionários franceses do final do 
século XVIII e confirmada, após a Segunda Guerra Mundial, pela Assembleia Geral das Nações Unidas. 
28. (CESPE/DPE-AC - 2012) Quanto à afirmação histórica dos direitos humanos julgue o item a seguir. 
A Constituição Mexicana de 1917 e a Constituição de Weimar de 1919 são marcos da afirmação dos direitos 
humanos de segunda geração. 
29. (CESPE/DPE-AC - 2012) Quanto à afirmação histórica dos direitos humanos julgue o item a seguir. 
O Bill of Rights, de 1689, foi a primeira carta de direitos de que se tem notícia na história. 
30. (CESPE/DPE-ES - 2012) Julgue os seguintes itens, sobre a teoria geral, a afirmação histórica, os 
fundamentos e a universalidade dos direitos humanos. 
As três gerações de direitos humanos demonstram que visões de mundo diferentes refletem-se nas normas 
jurídicas voltadas à proteção da pessoa. 
31. (CESPE/DPE-MA - 2011) Acerca da afirmação histórica dos direitos humanos, assinale a opção 
correta. 
a) A Magna Carta, de 1215, instituiu a separação dos poderes ao declarar que o funcionamento do 
parlamento, um órgão que visa defender os súditos perante o rei, não pode estar sujeito ao arbítrio deste. 
b) Os sistemas das minorias e de mandatos, criados no âmbito das Nações Unidas, garantiam que os 
habitantes pertencentes às minorias de determinados países europeus enviassem petições ao Comitê de 
Minorias. 
c) A Declaração de Filadélfia é considerada a primeira carta política a atribuir aos direitos trabalhistas o 
estatuto de direito fundamental, juntamente com as liberdades individuais e os direitos políticos. 
d) A importância histórica do habeas corpus, de 1679, consiste no fato de que essa garantia judicial, instituída 
na Inglaterra para proteger a liberdade de locomoção, serviu de modelo para a criação de outras formas de 
proteção das liberdades fundamentais, como o juicio de amparo, na América Latina. 
e) A Constituição de Weimar foi o primeiro documento a afirmar os princípios democráticos na história 
política moderna. 
32. (CESPE/DPE-ES - 2012) A respeito das características dos Direitos Humanos, julgue o item seguinte. 
A universalidade e a indivisibilidade são características próprias da concepção contemporânea dos direitos 
humanos. 
33. (CESPE/DPE-ES - 2012) Julgue o item seguinte: 
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A universalidade dos direitos humanos, necessariamente, impõe a visão de mundo ocidental plasmada na 
Declaração Universal de Direitos Humanos. 
34. (CESPE/DPE-RR - 2013) Julgue o item seguinte: 
O conceito de universalismo de chegada sintetiza as garantias universais aptas a sustentar uma teoria dos 
direitos humanos intercultural. 
35. (CESPE/DPE-PI - 2012) Os direitos fundamentais possuem determinadas características que foram 
objeto de detalhado estudo da doutrina nacional e internacional. A respeito dessas características, julgue 
o item seguinte. 
O princípio da universalidade impede que determinados valores sejam protegidos em documentos 
internacionais dirigidos a todos os países. 
36. (CESPE/DPE-PI - 2011) Os direitos fundamentais possuem determinadas características que foram 
objeto de detalhado estudo da doutrina nacional e internacional. A respeito dessas características, julgue 
o item seguinte. 
A irrenunciabilidade dos direitos fundamentais não destaca o fato de que estes se vinculam ao gênero 
humano. 
37. (CS/DPE-GO - 2014) Os direitos humanos ganharam nas últimas décadas especial atenção da 
sociedade e dos meios internacionais e já se encontram incorporados ao pensamento jurídico do século 
XXI. Estudiosos da matéria sustentam que o seu fundamento filosófico e a justificativa estão ligados a 
movimentos históricos, políticos e jurídico-sociais que marcaram a história da humanidade. Nessa 
perspectiva, 
a) o fim da II Guerra Mundial e a negação do valor do ser humano fazem nascer os ideais representativos dos 
direitos humanos, quais sejam, igualdade, liberdade e fraternidade. 
b) as primeiras declarações de direitos humanos incluem a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, 
na França, com a Queda da Bastilha no século XIX. 
c) a Idade Moderna, por meio dos racionalistas, preconizava o direito divino que pode ser despojado quando 
entra em sociedade. 
d) as concepções positivistas, apesar de importante movimento, preconizavam que as leis, uma vez previstas 
no ordenamento jurídico, podem ser exigidas, pouco contribuindo para os direitos humanos. 
e) o reconhecimento dos direitos humanos teve como um dos seus fundamentos filosóficos o movimento 
denominado “jusnaturalismo”. 
DELEGADO 
38. (FUMARC/PC-MG - 2018) A formação do Estado Moderno está intimamente relacionada à 
intolerância religiosa, cultural, à negação da diversidade fora de determinados padrões e de determinados 
limites. Como a proteção dos direitos humanos está diretamente relacionada à atuação do poder dos 
Estados na ordem interna ou internacional, podemos concluir que: 
I. Ao lado do ideário iluminista da formação política do Estado, o discurso judaico-cristão criou o pano de 
fundo para controlar as esferas da vida das pessoas no campo jurídico. 
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II. A uniformização de valores, normalmente estandardizados, como a democracia representativa, a ética e 
a moral, irá refletir nos fundamentos do direito moderno. 
III. O sistema jurídico e político europeu é o modelo civilizatório ideal e universal, visto ter surgido da falência 
do sistema feudal, que era descentralizado, multiético e multilinguístico. 
IV. O mundo uniforme e global de hoje insere-se no contexto de afirmação do Estado nacional que está 
condicionado, em sua existência, à intolerância com o diferente. 
Estão CORRETAS apenas as assertivas: 
a) I, II e III. 
b) I, II e IV. 
c) I, III e IV. 
d) II, III e IV. 
39. (VUNESP/PC-SP – 2018) Considerando a evolução histórica dos direitos humanos, assinale a 
alternativa que indica corretamente as três gerações de direitos, na ordem histórica em que elas são 
classificadas pela doutrina. 
a) Direitos civis e sociais; direitos de liberdades e garantias individuais; e direitos coletivos e transindividuais. 
b) Direitos trabalhistas; direitos sociais; e direitos da democracia. 
c) Direitos da coletividade; direitos de solidariedade ou de fraternidade; e direitos e garantias individuais. 
d) Direitos de liberdade positiva; direitos de liberdade negativa; e direitos de solidariedade ou de 
fraternidade. 
e) Direitos de liberdade negativa, civis e políticos; direitos econômicos, sociais e culturais; e direitos de 
fraternidade ou de solidariedade. 
40. (FEPESE/PC-SC - 2017) É correto afirmar sobre direitos humanos: 
a) São direitos limitados a determinadas pessoas e grupos sociais. 
b) Tratam-se de direitos divisíveis a parcela a sociedade, como forma de autoproteção social. 
c) A sua natureza indivisível, inalienável e irrenunciável permite, a qualquer tempo, que o seu beneficiário o 
renuncie quando violado. 
d) De alcance geral, devem ser aplicados de forma igual e sem discriminação. 
e) Somente poderão ser invocados para tutelar direitos quando houver ameaça a minorias étnicas. 
41. (VUNESP/PC-SP - 2014) O ano de 1948 representou um marco histórico mundial no tocante aos 
direitos humanos, pois foi nesse ano que 
a) foi criada a Corte Internacional dos Direitos Humanos. 
b) aconteceu a Independência dos Estados Unidos da América. 
c) eclodiu a Revolução Francesa, trazendo os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade. 
d) foi outorgada a Carta Magna na Inglaterra. 
e) foi proclamada a Declaração Universal dos Direitos do Homem. 
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140 
147 
42. (VUNESP/PC-SP - 2014) Documento histórico relevante na evolução dos direitos humanos, 
elaborado no século XIII, que regulava várias matérias, de sentido puramente local ou conjuntural, ao lado 
de outras que constituem as primeiras fundações da civilização moderna, que considera que o rei se 
encontra vinculado pelas próprias leis que edita e que traz a essência do princípio do devido processo legal 
em seu texto. 
Tal descrição se refere à 
a) Lei de Habeas Corpus (ou Habeas Corpus Act). 
b) Declaração de Direitos da Inglaterra (ou Bill of Rights). 
c) Declaração de Independência dos Estados Unidos da América. 
d) Magna Carta (ou Magna Charta Libertatum). 
e) Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. 
43. (VUNESP/PC-SP - 2014) Considerando a sua evolução histórica, bem como o sistema internacional 
de proteção dos direitos humanos, assinale a alternativa correta. 
a) No sistema processual de proteção dos direitos humanos, as pessoas físicas são titulares de direitos 
perante os órgãos de supervisão internacional, mas carecem de capacidade processual nesse sistema. 
b) No campo dos direitos humanos, desde a Declaração Universal de 1948, verifica-se a coexistência de 
diversos instrumentos de proteção estabelecendo regras de efeitos e conteúdo essencialmente formais. 
c) A resolução de conflitos nos casos concretos de violações de direitos humanos é tema de interesse 
exclusivamente nacional dos Estados. 
d) Os tratados podem agir como normas de direito interno, desde que ratificados e incorporados, podendo 
influenciar a alteração, ou criação, de regulamentação nacional específica. 
e) A partir de 1950, depois de estabelecida uma unidade conceitual dos direitos humanos, sua proteção 
internacional viu-se em acentuado declínio. 
44. (VUNESP/PC-SP - 2014) Considerando a evolução histórica e cronológica dos direitos humanos em 
âmbito internacional, pode-se afirmar que existiram três marcos históricos fundamentais. São eles: 
a) o jusnaturalismo, a promulgação da Constituição dos Estados Unidos da América e a independência do 
Brasil. 
b) a queda do Império Romano, a queda da Bastilha, na França, e a criação da Organização das Nações 
Unidas. 
c) o Iluminismo,a Revolução Francesa e o término da Segunda Guerra Mundial. 
d) o totalitarismo, a queda de Hitler e a Promulgação da Constituição Brasileira de 1988. 
e) a criação da Igreja Católica, o constitucionalismo e o fim da Primeira Guerra Mundial. 
45. (VUNESP/PC-SP - 2013) Em 1791, foi editada a Constituição Francesa. O papel do Estado nessa 
época era, sobretudo, proteger o(a) _________ . Contudo, aos poucos, foi-se evidenciando a necessidade 
de o Estado intervir para garantir a igualdade material entre os indivíduos. Em meados do século XIX, 
iniciaram-se os(as) ________ . Após os efeitos desastrosos da Primeira Guerra Mundial, o Estado passou a 
intervir na ordem econômica e social. As Constituições de vários países foram reeditadas para passar a 
contemplar, dentre outros, os direitos dos _______ . 
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141 
147 
Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas do texto. 
a) direito do trabalho … ideias iluministas … cidadãos 
b) solidariedade … movimentos liberais … indivíduos 
c) liberdade … movimentos comunistas … trabalhadores 
d) igualdade formal … movimentos liberais … cidadãos 
e) igualdade … movimentos comunistas … governantes 
46. (CPCON UEPB/PC-PB - 2003) A historicidade dos direitos humanos, enquanto categoria medular do 
mundo jurídico, é requisito obrigatório para sua correta apreensão. Isso por que, ao longo dos últimos 
quatro séculos, fortaleceu-se, no Ocidente, a ideia que vincula a ordem jurídica ao respeito a direitos 
inalienáveis do ser humano. 
Sobre esse contexto histórico, analise as proposições a seguir: 
I. A Declaração de Independência dos treze Estados Unidos da América é um marco histórico dos direitos 
humanos, pois, influenciada pelo ideário jusnaturalista, propugna direitos inalienáveis do homem, entre os 
quais estariam a vida, a liberdade e a busca pela felicidade; 
II. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, tem um caráter universalista, decorrente da 
profunda influência cultural exercida pela França naquela época, e vincula a finalidade de toda associação 
política à conservação de direitos naturais e imprescritíveis do homem; 
III. A história política inglesa tem profunda influência no ideário básico dos direitos humanos, notadamente 
através da reação contra o poder monárquico absoluto ao longo do turbulento processo de ascensão política 
burguesa, o que resultou em documentos magistrais tais como o Habeas Corpus act, o Bill of Rights e a 
Petition of Rights; 
IV. A Escola do Direito Natural foi um contraponto ao fortalecimento da concepção do homem como 
elemento central do Direito e não pode ser destacada como pressuposto histórico-filosófico dos direitos 
humanos, pois fundamentava, principalmente ao longo dos séculos XVII e XVIII, todo o direito secular na 
vontade de Deus, e todo o poder político na teoria do direito divino dos reis; 
V. O que se verifica, em termos jurídicos, ao longo do século XX, em relação aos direitos humanos, é um 
processo contínuo de reafirmação e ampliação do seu conteúdo, além de uma internacionalização 
consagrada na Declaração Universal dos Direitos Humanos, promulgada pela Organização das Nações Unidas 
em 1948; 
Assinale a alternativa correta: 
a) Estão corretas apenas as proposições I, II e IV. 
b) Estão corretas apenas as proposições I, II, IV e V. 
c) Estão corretas apenas as proposições I, II e V. 
d) Estão corretas apenas as proposições I, II, III e V. 
e) Todas as proposições estão corretas. 
47. (FUMARC/PC-MG - 2011) A verdadeira consolidação do Direito Internacional dos Direitos Humanos 
surge em meados do século XX, em decorrência da Segunda Guerra Mundial, por isso o moderno Direito 
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142 
147 
Internacional dos Direitos Humanos é um fenômeno do pós-guerra. Dentre as proposições abaixo, assinale 
a que não corrobora com o enunciado acima: 
a) O desenvolvimento do Direito Internacional dos Direitos Humanos pode ser atribuído às monstruosas 
violações de direitos humanos da era Hitler e, após, à crença de que somente uma guerra poderia por fim a 
essas violações no âmbito internacional para garantir internamente em cada Estado nacional a dignidade da 
pessoa humana. 
b) A internacionalização dos direitos humanos constitui um movimento extremamente recente da história, 
surgido a partir do pós-guerra, como proposta às atrocidades e aos horrores cometidos durante o nazismo. 
Se a Segunda Guerra significou a ruptura com os direitos humanos, o pós-guerra deveria significar sua 
reconstrução. 
c) No momento em que os seres humanos se tornam supérfluos e descartáveis, no momento em que vigea 
lógica de destruição, em que cruelmente se abole o valor da pessoa humana, torna-se necessária a 
reconstrução dos direitos humanos como paradigma ético capaz de restaurar a lógica do razoável. 
d) A barbárie do totalitarismo significou a ruptura do paradigma dos direitos humanos, por meio da negação 
do valor da pessoa humana, como valor fonte do direito. Essa ruptura fez emergir a necessidade da 
reconstrução dos direitos humanos como referencial e paradigma ético que aproxime o direito da moral. 
48. (CESPE/PRF - 2019) Acerca de aspectos da teoria geral dos direitos humanos, da sua afirmação 
histórica e da sua relação com a responsabilidade do Estado, julgue o item. 
Todos os direitos humanos foram afirmados em um único momento histórico. 
49. (FDRH/PC-RS - 2005) Com relação à utilização dos direitos humanos fundamentais, é correto 
afirmar que 
a) podem ser relativizados. 
b) não existem contradições entre eles. 
c) são ilimitados. 
d) diminui a responsabilidade civil do agente. 
e) diminui a responsabilidade penal do agente. 
50. (VUNESP/PC-SP - 2014) Na evolução histórica dos direitos humanos, surgem o que se convencionou 
denominar de “gerações dos direitos”, que representam a valorização de determinados direitos em 
momentos históricos distintos. Assim sendo, assinale a alternativa que contempla direitos pertencentes à 
primeira geração dos direitos humanos. 
a) Direitos econômicos e de igualdade. 
b) Vida e liberdade. 
c) Direitos trabalhistas e previdenciários. 
d) Direitos civis e direito à paz. 
e) Fraternidade e direitos sociais. 
51. (VUNESP/PC-SP - 2013) A noção de direitos humanos foi-se expandindo no decorrer da história, de 
forma que se passou a falar em diferentes “gerações” ou “dimensões” de direitos. As chamadas primeira, 
segunda e terceira gerações de direitos compreendem alguns direitos assegurados de forma pioneira em 
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143 
147 
relação à fase histórica anterior, dentre os quais podem ser citados, na ordem cronológica de cada geração, 
os direitos 
a) sociais, à autodeterminação dos povos e econômico. 
b) econômico, políticos e ao desenvolvimento. 
c) civis, ao desenvolvimento e políticos. 
d) políticos, ao meio ambiente sadio e sociais. 
e) civis, sociais e à paz. 
52. (CPCON UEPB/PC-PB - 2003) São direitos civis e políticos, ligados à noção de liberdade. Têm como 
titular o indivíduo e seu conteúdo salienta um profundo caráter antiestatal, marcado principalmente pela 
despolitização da sociedade, verificada ao longo do século XIX. 
Assinale a alternativa que corresponde à geração de direitos humanos a que o texto acima se refere: 
a) Direitos humanos de 1ª geração. 
b) Direitos humanos de 3ª geração. 
c) Direitos humanos de 2ª geração. 
d) Direitos humanos de 4ª geração. 
e) Direitos humanos de 5ª geração. 
53. (VUNESP/PC-SP- 2013) Considerando o que a doutrina majoritária dispõe sobre o desenvolvimento 
e conquista dos direitos humanos, pode-se afirmar que esse desenvolvimento histórico, classificado por 
gerações de direitos, pode ser, cronologicamente, assim representado: 
a) direitos individuais; direitos coletivos e direitos sociais. 
b) direitos individuais, direitos coletivos e liberdades negativas. 
c) liberdades positivas, liberdades negativas e direitos sociais. 
d) direitos sociais; direitos de liberdade e direitos da fraternidade. 
e) direitos de liberdade; direitos sociais e direitos difusos. 
54. (CESPE/PRF - 2013) No que se refere à fundamentação dos direitos humanos e à sua afirmação 
histórica, julgue o item subsecutivo. 
A expressão direitos humanos de primeira geração refere-se aos direitos sociais, culturais e econômicos. 
55. (CESPE/PRF - 2013) Julgue o próximo item, relativo aos direitos humanos, à responsabilidade do 
Estado e à Política Nacional de Direitos Humanos. 
O sistema global de proteção dos direitos humanos foi instaurado pela Carta Internacional dos Direitos 
Humanos. 
56. (VUNESP/PC-SP - 2013) Na evolução dos direitos humanos, costumam-se classificar, geralmente, as 
gerações dos direitos em três fases (Eras dos Direitos), conforme seu processo evolutivo histórico. 
Assinale a alternativa que representa, correta e cronologicamente, essa classificação. 
a) Direitos civis; direitos políticos; direitos fundamentais. 
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==13272f==
 
 
 
 
 
 
144 
147 
b) Igualdade; liberdade; fraternidade. 
c) Direitos individuais; direitos coletivos; direitos políticos e civis. 
d) Direitos civis e políticos; direitos econômicos e sociais; direitos difusos. 
e) Liberdades positivas; liberdades negativas; direitos dos povos. 
57. (VUNESP/PC-SP - 2018) Assinale a alternativa correta a respeito das características dos direitos 
humanos. 
a) O Princípio da inalterabilidade estabelece que os direitos humanos não sofrem alterações com o decurso 
do tempo, pois têm caráter eterno, não se ganham nem se perdem com o tempo, são anteriores, 
concomitantes e posteriores aos indivíduos. 
b) O Princípio da essencialidade reza que os direitos humanos devem ser vistos como aquela categoria de 
direitos inerentes à sociedade em determinada época histórica, podendo ser divididos em essenciais, que 
devem gozar de livre fruição, e os não essenciais, que ainda demandam reivindicações a serem conquistadas 
ao longo do tempo. 
c) O Princípio da divisibilidade propõe que os direitos humanos devem obedecer a uma classificação retórica, 
que divide e categoriza os vários grupos de direitos inerentes ao homem e à sociedade, para que sejam 
melhor usufruídos pelos seus destinatários. 
d) O Princípio da interrelacionariedade dispõe que os direitos humanos e os sistemas de proteção se inter-
relacionam, permitindo às pessoas escolher entre os mecanismos de proteção global ou regional, pois não 
há hierarquia entre eles. 
e) O Princípio da ilimitabilidade garante que o Estado e a sociedade não podem limitar a fruição dos direitos 
humanos já conquistados, com o objetivo de disciplinar situações excepcionais que venham a reduzir o 
alcance desses direitos. 
58. (VUNESP/PC-SP - 2018) Esse documento histórico de remota conquista dos direitos humanos foi 
editado com o escopo de assegurar a Supremacia do Parlamento sobre a vontade do Rei, controlando e 
reduzindo os abusos cometidos pela nobreza em relação aos seus súditos, em especial declarando, dentre 
outras conquistas, o direito de petição, eleições livres e a proibição de fianças exorbitantes e de penas 
severas: 
a) The Bill of Rights, de 1689. 
b) Petition of Rights, de 1628. 
c) Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789. 
d) Magna Carta, de 1215. 
e) Habeas Corpus Act, de 1679. 
59. (VUNESP/PC-SP - 2018) No tocante à temática dos direitos humanos, considerando seu surgimento 
e sua evolução histórica, assinale a alternativa que contempla correta e cronologicamente seus marcos 
históricos fundamentais. 
a) A Magna Carta, a queda da Bastilha na França e a criação da Organização das Nações Unidas. 
b) O iluminismo, o constitucionalismo e o socialismo. 
c) O iluminismo, a Revolução Francesa e o fim da Segunda Guerra Mundial. 
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147 
d) A Magna Carta, a Constituição Alemã de Weimar e a Declaração de Independência dos Estados Unidos da 
América. 
e) O cristianismo, o socialismo e o constitucionalismo. 
60. (VUNESP/PC-SP - 2013) Assinale a alternativa que indica o movimento que tornou mundialmente 
conhecidos os ideais representativos dos direitos humanos reconhecidos e representados pela liberdade, 
igualdade e fraternidade. 
a) Independência dos Estados Unidos da América. 
b) Revolução Francesa. 
c) Cristianismo. 
d) Catolicismo. 
e) Iluminismo. 
61. (VUNESP/PC-SP - 2013) Dentre os documentos reconhecidos internacionalmente e que limitaram 
o poder do governante em relação aos direitos do homem, encontra-se o mais remoto e pioneiro 
antecedente que submetia o Rei a um corpo escrito de normas, procurava afastar a arbitrariedade na 
cobrança de impostos e implementava um julgamento justo aos homens. 
Esse importante documento histórico dos direitos humanos denomina-se 
a) Talmude. 
b) Magna Carta da Inglaterra. 
c) Alcorão. 
d) Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão da França. 
e) Bill of Rights. 
GABARITO 
PROMOTOR 
1. B 
2. C 
3. C 
4. D 
5. INCORRETA 
6. INCORRETA 
7. E 
8. C 
DEFENSOR 
9. C 
10. INCORRETA 
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146 
147 
11. A 
12. E 
13. CORRETA 
14. E 
15. C 
16. C 
17. D 
18. A 
19. B 
20. A 
21. C 
22. CORRETA 
23. CORRETA 
24. INCORRETA 
25. CORRETA 
26. INCORRETA 
27. INCORRETA 
28. CORRETA 
29. INCORRETA 
30. CORRETA 
31. D 
32. CORRETA 
33. INCORRETA 
34. CORRETA 
35. INCORRETA 
36. INCORRETA 
37. E 
DELEGADO 
38. B 
39. E 
40. D 
41. E 
42. D 
43. D 
44. C 
45. C 
46. D 
47. A 
48. INCORRETA 
49. A 
50. B 
51. E 
52. A 
53. E 
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147 
147 
54. INCORRETA 
55. CORRETA 
56. D 
57. D 
58. A 
59. C 
60. B 
61. B 
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Sobre o tema, discorre Sidney Guerra4: 
Para os defensores do relativismo cultural, os direitos humanos devem ser analisados em um 
contexto histórico, político, econômico, moral e, por óbvio, cultural, isto é, os direitos humanos 
devem ser concebidos de acordo com os valores existentes em determinado Estado e não podem 
ser definidos em escala global. 
 
(FCC - 2015) No âmbito dos Direitos Humanos observa-se que, historicamente, há um movimento de 
dividir a sociedade de forma dicotômica caracterizando os seres humanos em normais e anormais, 
iguais e diferentes entre outras nomenclaturas estigmatizantes. Nessa lógica, 
a) as diferenças sociais não podem ser caracterizadas como elementos estigmatizantes. 
b) esta caracterização por oposto representa de forma natural as diferenças na sociedade. 
c) por se tratar de uma construção histórica, não há mecanismos que possam mudá-la. 
d) os estigmas são parte constitutivas das sociedades contemporâneas. 
e) ao dividir a sociedade de forma dicotômica, reforça os processos de exclusão e segregação social. 
Comentários 
A questão acima é interessantíssima, pois envolve a discussão acerca do relativismo cultural. Um dos 
efeitos causados pela pretensão de se universalizar os Direitos Humanos é tornar homogêneas 
concepções muito distintas, hábitos e culturas totalmente opostas. 
 
 
4 GUERRA, Sidney. Direitos Humanos: curso elementar. 2ª edição, 2014, p. 292. 
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12 
147 
Em face disso, o efeito gerado é inverso. Ao invés de se conseguir a proteção dos Direitos Humanos, 
há uma cisão na sociedade com a discriminação de minorias. Formam-se as dicotomias, que podem 
levar à formação de estigmas. 
Assim, ao analisarmos as alternativas concluímos que essa dicotomização estigmatizante leva à 
exclusão e segregação sociais, o que torna a alternativa E a correta e gabarito da questão. 
 
 
O conflito entre universalistas e relativistas ficou patente na elaboração da Declaração Universal dos Direitos 
Humanos (DUDH), os países questionaram a redação de alguns direitos, desqualificando a ideia de que 
haveria um consenso em relação a determinados direitos humanos. Surgiu debate no sentido de que a DUDH 
constitui imposição de pensamento de países ocidentais hegemônicos, não contemplando a visão de povos 
asiáticos e africanos. 
UNIVERSALISMO
Os direitos humanos destinam-se a todas
as pessoas e abrangem todos os territórios.
Não se deve desconsiderar as diferenças,
mas com respeito às particularidades,
objetiva-se encontrar um modo de
proteger a condição humana,
independentemente do sexo, da cor, da
religião ou das condições econômicas e
sociais.
RELATIVISMO
As concepções morais variam de acordo
com as diversas sociedades.
As diferenças não residem apenas na
pessoa em si, ou seja, na condição
humana, mas no contexto social perante o
qual estão inseridos.
Não existe como justificar a concepção
moral da pessoal desprendido do contexto
no qual ela está inserida.
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13 
147 
Em crítica ao universalismo, a doutrina relativista argumenta5: 
Partindo sempre de um ponto de vista particular, que envolve a comunidade, a doutrina 
relativista concebe uma série de críticas à concepção universalista dos direitos humanos, por 
exemplo, que a noção de direitos humanos contrapõe-se à noção de deveres proclamados por 
muitos povos; o conceito de direitos humanos leva em consideração uma visão antropocêntrica 
do mundo, que não é compartilhada por todas as culturas; o caráter ocidental da visão dos 
direitos humanos, que pretende ser geral e imperialista; a falta de adesão formal por parte de 
muitos Estados aos tratados de direitos humanos ou a falta de políticas comprometidas com tais 
direitos, o que seria indicativo da impossibilidade do universalismo. 
Assim, a compreensão mais correta de universalidade dos direitos humanos remete à ideia de que devem 
ser levadas em consideração as particularidades locais, bem como os contextos históricos, culturais e 
religiosos de cada povo. Compete, contudo, a todos os Estados, sem exceção, independentemente de seu 
sistema político, econômico ou cultural, o respeito aos direitos humanos. 
Fala-se que é razoável pensarmos em conceitos de justiça, legitimidade do governo, dignidade da pessoa, 
proteção contra a opressão e arbítrio estatais como preceitos que devem ser buscados por qualquer 
sociedade. 
Segundo André Carvalho Ramos6 devemos buscar: 
Afirmar que a pluralidade de culturas e orientações religiosas devem ser respeitadas com o 
reconhecimento da liberdade e participação com direitos iguais para todos. 
Logo, a celeuma deve ser resolvida com equilíbrio, não é possível excluir um em total detrimento do outro. 
É necessário que haja uma convivência harmônica, desde que, evidentemente, seja assegurado aquilo que 
alguns doutrinadores denominam de “núcleo duro” dos direitos humanos, vale dizer, o conjunto de direitos 
humanos de suma importância e necessário, independentemente das particularidades dos diversos povos. 
 
 
 
5 GUERRA, Sidney. Direitos Humanos: curso elementar, p. 291. 
6 RAMOS, André de Carvalho. Teoria Geral dos Direitos Humanos na Ordem Internacional. (versão eletrônica). 
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M UNIVERSALIDADE 
 Os Direitos Humanos aplicam-se a todas as pessoas e destinam-se a todas as pessoas em 
qualquer lugar do mundo e abrangem todos os territórios. 
 A universalidade prevalece no confronto com a corrente relativista. 
4 - RELATIVIDADE 
Estudamos em Direito Constitucional, na parte de Teoria Geral, que os princípios, hoje considerados espécies 
de normas, não são absolutos. Vale dizer, quando o aplicador do direito se confrontar com situação em que 
um princípio indica uma decisão e outro princípio indica outra decisão oposta à primeira, o jurista deverá 
relativizar um princípio para a defesa do princípio que entende, para aquele caso, mais importante. 
 
Vejamos um exemplo bem simples. O princípio da liberdade, direito fundamental, poderá ser relativizado 
em diversas circunstâncias, como, por exemplo, no caso de condenação criminal ou nas hipóteses em que é 
admitida a prisão privativa do acusado. O legislador, ao elaborar nosso Código Penal, analisou entre as 
diversas modalidades de crimes e estabeleceu que uns violam bens e valores tão importantes que, se 
confrontados com a liberdade individual, permitirão, excepcionalmente e por certo lapso de tempo, a prisão 
do sujeito. 
A ideia é a mesma! Pelo princípio da relatividade ou da limitabilidade, devemos compreender que os 
Direitos Humanos podem sofrer limitações para adequá-los a outros valores coexistentes na ordem 
jurídica. 
Excepcionalmente, com fundamento na doutrina de Norberto Bobbio, existem dois direitos humanos que 
são absolutos! São direitos que não poderão ser relativizados em hipótese alguma. 
 
Tal entendimento fundamenta-se na ideia de que essas violações constituem atos bárbaros, que ultrajam a 
consciência da humanidade, razão pela qual não poderão ser aceitas em hipótese alguma! 
DIREITOS HUMANOS 
ABSOLUTOS
•vedação à tortura; e
•vedação à escravidão.
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Para a prova... 
 
 RELATIVIDADE 
 Os Direitos Humanos podem sofrer limitações para adequá-los a ouros valores coexistentes na 
ordem jurídica (conceito). 
 Exceções à relatividade: vedação à tortura e vedação à escravidão. 
5 - IRRENUNCIABILIDADE 
Para compreendermos a irrenunciabilidade (ou indisponibilidade), vamos entender alguns aspectos jurídicos 
a respeito da renúncia. 
Quem faz faculdade de Direito estuda, nas aulas de Teoria Geral, que as pessoas podem renunciar a direitos 
considerados disponíveis. O ordenamento jurídico prevê uma gama de direitos que são consubstanciados 
em textos legais. Alguns são considerados tão importantes, porque tutelam a vida, a dignidade e a liberdade 
que, mesmo que a pessoa queira renunciá-los, não poderá. Por outro lado, direitos relacionados com 
aspectos patrimoniais podem ser renunciados. É o que ocorre, por exemplo, com o perdão de dívidas. 
Embora o credor seja titular da pretensão e dos valores a ele devidos, poderá renunciar. 
Adaptando essa ideia aos direitos humanos, porque eles envolvem o rol dos direitos mais importantes de 
uma pessoa, não poderão ser renunciados, ainda que se deseje abrir mão deles. 
 
Vejamos um exemplo. Não é possível, por exemplo, determinada pessoa dispor do próprio corpo, quando 
isso importar a diminuição permanente da integridade física, conforme se extrai do art. 13, do CC. Logo, por 
mais que a pessoa pretenda fazê-lo, não poderá vender determinado órgão vital para ser transplantado no 
corpo de outrem. Permitir tal situação seria renunciar à integridade física, um direito humano fundado na 
dignidade da pessoa. 
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A dignidade humana deverá ser observada e respeitada pela simples condição humana. Se é humano, 
deverá ter dignidade! Logo, pela característica da irrenunciabilidade, devemos entender que a pessoa não 
pode dispor sobre a proteção à sua dignidade. Assim, eventual renúncia a direito humano é nula, não 
possuindo qualquer validade jurídica. 
 
 IRRENUNCIABILIDADE (OU INDISPONIBILIDADE) 
 Não poderão os titulares do direito humano dispor desse direito, ainda que pretendam fazê-lo 
(conceito). 
 A dignidade humana deve ser observada e respeitada pela simples condição humana. 
 Renúncia a direito humano é nula. 
6 - INALIENABILIDADE 
Essa característica é bastante simples e relaciona-se com a irrenunciabilidade. De acordo com a doutrina, os 
Direitos Humanos não poderão ser alienados. Dito de outra forma, o titular não poderá dispor dos Direitos 
Humanos. 
Dessa forma, a retirada de órgão humano vital não é aceita porque, por um lado, viola a característica da 
irrenunciabilidade e, por outro, veda-se a alienabilidade da dignidade para auferir lucro. 
Por conta disso, inclusive, prevê o art. 14, do CC, que a disposição do corpo após a morte, seja com objetivo 
científico ou com sentido altruístico, somente será possível de forma gratuita. 
 
 INALIENABILIDADE 
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Ä Os Direitos Humanos não poderão ser comercializados pela pessoa tutelada por esse direito 
(conceito). 
 relaciona-se com a irrenunciabilidade. 
7 - IMPRESCRITIBILIDADE 
A imprescritibilidade, que remete à ideia de que as normas de Direitos Humanos não se esgotam, nem se 
consomem com o passar do tempo. 
 
Estudamos em direito que se a pessoa não exercer o direito, ou ao menos manifestar a pretensão, em 
determinado lapso de tempo, não poderá mais fazê-lo por força do instituto da prescrição. Esse instituto 
jurídico, contudo, em matéria de Direitos Humanos é inaplicável, de forma que podemos dizer que os Direitos 
Humanos são imprescritíveis. 
A doutrina faz um alerta importante: não podemos confundir a imprescritibilidade dos Direitos Humanos com 
reparação civil desses direitos. A intimidade é um direito de todo ser humano durante toda a sua existência, 
inclusive para depois da morte (post mortem). 
Contudo, violado esse direito, nasce a pretensão de o prejudicado buscar reparação civil para indenização 
material e moral. Essa pretensão, em que pese decorrente de violação de um direito humano, está sujeita a 
prazos prescricionais, que deverão ser observados nos termos da legislação civil. 
 
 IMPRESCRITIBILIDADE 
 As normas de Direitos Humanos não se esgotam com o passar do tempo (conceito). 
 Os Direitos Humanos não se sujeitam a prazos prescricionais. 
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Ä A pretensão indenizatória decorrente de violação de determinado direito humano está sujeita à 
prescrição. 
8 – INTERDEPENDÊNCIA (OU COMPLEMENTARIEDADE) 
Entende-se por interdependência a mútua relação entre os Direitos Humanos protegidos pelos diversos 
diplomas internacionais. 
Em razão da ampliação dos direitos humanos é comum, por exemplo, que um direito se vincule ao conteúdo 
de outro, demonstrando a relação de complementaridade. 
Exemplifica-se a característica interdependência com a liberdade de associação em relação ao 
reconhecimento do direito de associação profissional ou sindical. O primeiro direito é genérico, garante a 
todos a possibilidade de se associarem para quaisquer fins civis lícitos. Essa temática, levada para as relações 
de trabalho, constitui o direito de associação profissional ou sindical, que nada mais é do que a possibilidade 
de empregadores e de trabalhadores se reunirem para a defesa de direitos que lhes são próprios. Notem 
que o segundo direito referido guarda uma relação de dependência e de complementariedade em relação 
ao seguinte. 
Por fim, devemos saber qual característica da interdependência se relaciona com a indivisibilidade. Embora 
não venhamos a tratá-la como característica própria, há posição no sentido de que os direitos humanos 
constituem um corpo único, a ser interpretado e aplicado em conjunto. Essas noções aproximam-se da 
ideia de interdependência, que estamos estudando. 
 
 INTERDEPENDÊNCIA (OU COMPLEMENTARIEDADE) 
 Constitui a relação mútua entre os direitos humanos protegidos pelos diversos diplomas 
internacionais (conceito). 
 Essa característica relaciona-se com a indivisibilidade dos direitos humanos. 
Vejamos uma questão sobre o assunto: 
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(FMP/DPE-PA/2015) Sobre as características dos direitos humanos, é CORRETO afirmar que: 
a) o historicismo é característica inerente aos direitos humanos, o qual determina a possibilidade de 
que tais direitos sejam reconhecidos e, posteriormente,suprimidos, conforme a evolução do 
pensamento humano. 
b) a defesa da característica da universalidade dos direitos humanos contempla a proibição de 
tratamento diferenciado a determinados grupos sociais ou culturais, em qualquer circunstância. 
c) a irrenunciabilidade reconhecida aos direitos humanos significa a impossibilidade de que o seu titular 
abra mão de direitos previstos em tratados internacionais, os quais, entretanto, podem sofrer 
restrições por lei ordinária, conforme o ordenamento jurídico de cada país. 
d) os direitos humanos são caracterizados pela indivisibilidade e complementariedade, de forma que 
compõem um único conjunto de direitos, cuja observância deve ser sistêmica e lastreada no princípio 
da dignidade da pessoa humana. 
e) a imprescritibilidade dos direitos humanos determina a inexistência de prazo para ajuizamento de 
ações em face do Estado a respeito de eventuais violações desses direitos. 
Comentários 
Aqui temos uma questão que aborda as características dos Direitos Humanos. Cada alternativa aborda 
uma característica diferente. Vejamos! 
A alternativa A está incorreta, pois a historicidade (ou historicismo para a banca) não pressupõe a 
supressão de Direitos. Como vimos, e isso se justifica no estudo das dimensões dos Direitos Humanos, 
a cada evolução experimentada pela sociedade há um número maior de direitos assegurados. 
A alternativa B está igualmente incorreta, pois a universalidade refere-se à aplicação dos direitos a 
todas as pessoas e em todos os lugares. Não há correção direta entre a universalidade e a aplicação 
igualitária dos Direitos Humanos. Ademais, ao contrário do que se afirmou, entre os Direitos Humanos 
destaca-se o tratamento isonômico, que justifica o tratamento desigual despendido a grupos 
vulneráveis da sociedade. 
A alternativa C também está incorreta, pois em face da irrenunciabilidade, os Direitos Humanos não 
podem ser restringidos pelas leis internas do pais, muito embora possam ser flexibilizados em razão 
de outros valores ou direitos assegurados (como ocorre com relação à prisão). 
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A alternativa D, por sua vez, é a correta e gabarito da questão, uma vez que os direitos à indivisibilidade 
é característica dos Direitos Humanos ao lado da complementariedade. Embora não tenhamos nos 
referido expressamente a essas características, ao tratarmos da interdependência afirmamos que há 
uma relação mútua entre os direitos humanos, considerados um corpo único de direitos. 
Por fim, a alternativa E está incorreta. Como alertamos, a imprescritibilidade é do direito humano e 
não em relação a eventuais reparações por violações a esse direito. Desse modo, se o sujeito pretende 
uma reparação contra o Estado ante a violação de algum direito, deverá observar os prazos previstos 
na legislação para que possa exigi-lo judicialmente. 
9 - CARÁTER ERGA OMNES 
Primeiramente devemos entender o que significa “erga omnes”. Esse termo é muito comum no meio jurídico 
e significa aquilo que pode ser oponível contra todos. 
Nesse contexto, entende-se que os direitos humanos são oponíveis contra todos, abrangendo as demais 
pessoas, os Estados e os organismos internacionais. Ninguém poderá se dizer superior aos direitos humanos 
para afirmar que não precisa observar as normas de proteção. 
Essa característica dos direitos humanos é bastante simples e se manifesta, de acordo com os doutrinadores, 
por duas facetas: 
1ª - É de interesse da comunidade internacional verem respeitados os direitos protegidos pelo Direito 
Internacional, entre eles os direitos humanos; e 
2ª - A aplicação geral das normas protetivas a todos os seres humanos sob a jurisdição de um Estado, pela 
simples condição humana, sem consideração quanto à orientação política, a etnia, ao credo, entre outras 
particularidades. 
 
 ERGA OMNES 
 Os direitos humanos são oponíveis contra todos (conceito). 
 Facetas: a) é de interesse da comunidade ver respeitado os direitos humanos; e b) a aplicação 
dos direitos humanos a todas as pessoas decorre da mera condição humana. 
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Erga omnes é uma expressão usada principalmente no meio jurídico, para indicar que os efeitos de algum ato ou lei atingem todos os indivíduos de uma determinada população ou membros de uma organização, para o direito nacional
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		erga omnes
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10 - EXIGIBILIDADE 
A característica da exigibilidade relaciona-se com a implementação dos direitos humanos. A efetividade 
sempre foi e será objeto de diversas discussões, pois remete à análise da responsabilidade internacional dos 
Estados, o que, por vez, é delicado de se impor ante a soberania de cada nação. 
O estudo mais aprofundado da característica da exigibilidade remete aos modos de verificação da 
responsabilidade de um Estado pela violação dos direitos humanos, que não é assunto dessa aula. 
Por ora, você deve saber que a exigibilidade denota a característica dos direitos humanos que se preocupa 
com a implementação desses direitos e com a efetividade da responsabilização dos Estados, quando 
violados. 
 
 EXIGIBILIDADE 
 Denota a preocupação com a implementação dos direitos humanos e a efetividade da 
responsabilização daqueles organismos internacionais que violarem os direitos humanos 
(conceito). 
 Envolve o estudo dos mecanismos de implementação dos direitos humanos e 
responsabilização dos Estados violadores das regras de proteção internacional. 
11 - ABERTURA 
Essa característica remete ao processo de alargamento do rol de direitos humanos, de forma que, segundo 
os doutrinadores, o rol de direitos não é taxativo (não exaustivo). Vale dizer, sempre será possível, a 
depender dos influxos da sociedade, o reconhecimento de novos direitos humanos pois eles possuem 
estrutura aberta. 
O parâmetro para se considerar determinado direito como humano é o princípio da dignidade, de forma 
que, se determinado direito remeter ou repercutir na dignidade da pessoa, poderá ser considerado um 
direito humano. 
Nesse contexto, citemos o exemplo do art. 5º, §2º, da Constituição Federal, para qual, abraçando essa 
característica: 
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Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime 
e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa 
do Brasil seja parte. 
 
 ABERTURA 
 Consiste no processo de alargamento do rol dos direitos humanos (conceito). 
 É sempre possível o reconhecimento de novos direitos humanos, desde que se relacionem ou 
decorram da dignidade humana. 
 art. 5º, §2º, da Constituição Federal. 
12 - APLICABILIDADE IMEDIATA (EFETIVIDADE) 
A aplicabilidade imediata dos direitos humanos consiste no reconhecimento formal de que os direitos 
humanos são completos e, por serem dotados de eficácia plena, podem, desde logo, ser aplicados. 
Em Direito Constitucional, no estudo da eficácia das normas, diferenciamos normas de eficácia plena, normas 
de eficácia contida e normas de eficácia limitada. Não vamos discorrer sobre cada uma dessas espécies de 
normas constitucionais, contudo, éinteressante efetuarmos um paralelo com as normas de eficácia plena. 
Essas normas são aplicadas diretamente, não sendo necessário, em razão disso, regulamentação 
infraconstitucional para que o direito seja exercido. Além disso, se for um direito fundamental, não será 
possível a legislação infraconstitucional restringi-la sob pena de inconstitucionalidade. 
É o que acontece com as normas de direitos humanos. Regras e princípios que disciplinam os direitos 
humanos possuem aplicabilidade imediata e direta, não precisam de outras normas que venham 
especificar como será a aplicação desses direitos. Pela simples positivação do texto no tratado internacional 
já é plenamente possível cobrar a observância dessas regras. 
É o que enuncia o art. 5º, §1º, da Constituição Federal: 
As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. 
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 APLICABILIDADE IMEDIATA 
 Regras e princípios que disciplinam os direitos humanos possuem aplicabilidade imediata e 
direta, não precisam de outras normas para disciplinar como será aplicação desses direitos 
(conceito). 
art. 5º, §1º, da Constituição Federal. 
Vejamos uma questão que abordou esse tema: 
 
(FEPESE - 2013) São características da Declaração Universal dos Direitos Humanos. 
1. universalidade. 
2. efetividade. 
3. indivisibilidade. 
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas. 
a) É correta apenas a afirmativa 1. 
b) É correta apenas a afirmativa 2. 
c) São corretas apenas as afirmativas 1 e 2. 
d) São corretas apenas as afirmativas 1 e 3. 
e) São corretas as afirmativas 1, 2 e 3. 
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Questão fácil, não?! Embora ela se refira à Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), cobra-
se, em verdade, as características da nossa disciplina que, porventura, estão arrolados expressamente 
na DUDH. 
Como vimos, universalidade, efetividade (ou aplicabilidade imediata) e indivisibilidade (decorrente da 
interdependência) constituem característica dos Direitos Humanos. 
Portanto, a alternativa E é a correta e gabarito da questão. 
13 - DIMENSÃO OBJETIVA 
A dimensão objetiva dos direitos humanos é melhor compreendida se contrapusermos com aquilo que a 
doutrina denomina de dimensão subjetiva. 
Pela dimensão subjetiva, diz-se que os direitos humanos constituem um conjunto de proposições jurídicas 
conferida às pessoas, visando a sua proteção. Devemos perceber que essa dimensão se refere ao indivíduo 
enquanto sujeito protegido pelos direitos humanos. 
Segundo a dimensão objetiva, entende-se que os direitos humanos são capazes de impor uma atuação 
estatal voltada para a proteção de tais direitos. Nesse caso, não há preocupação com a proteção de um ou 
de outro indivíduo que tenha seu direito humano violado. Preocupa-se com a criação de mecanismos para 
a promoção dos direitos humanos em toda a sociedade, por meio da criação de procedimentos e de entes 
capazes de assegurá-los. 
Em resumo, a distinção: 
 
Por fim, a dimensão objetiva não exclui a dimensão subjetiva e vice-versa, uma vez que ambas devem 
coexistir e trabalhar juntas e simultaneamente para a proteção integral da dignidade da pessoa. 
Ainda assim, o que caracteriza os Direitos Humanos é a dimensão objetiva. 
• direitos humanos constituem um conjunto de regras
de proteção dos sujeitos de direitos humanos
DIMENSÃO SUBJETIVA
• direitos humanos são capazes de impor uma
atuação estatal geral voltada para a proteção de
tais direitos
DIMENSÃO OBJETIVA
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 DIMENSÃO OBJETIVA 
 Os direitos humanos são capazes de impor uma atuação estatal voltada para a proteção de tais 
direitos (conceito). 
 Objetiva criar mecanismos para a promoção dos direitos humanos em toda a sociedade. 
 A dimensão objetiva não exclui a dimensão subjetiva (proteção aos sujeitos), ambas devem 
coexistir. 
14 - PROIBIÇÃO DO RETROCESSO (EFEITO CLIQUET) 
Em razão da historicidade dos Direitos Humanos, entende-se que a proteção aos direitos da dignidade da 
pessoa é expansiva, ou seja, está sempre em progresso. 
Por exemplo, a vedação à tortura constitui um direito humano decorrente dos graves acontecimentos nas 
Guerras Mundiais e dos movimentos ditatoriais, inclusive no Brasil. Em razão desses eventos, a comunidade 
internacional voltou-se contra a prática militar e, atualmente, defende que a vedação à tortura é absoluta e 
universal. Assim, qualquer ato ou norma de Estado que viole a dignidade da pessoa consistente em impingir 
sofrimento em alguém de forma deliberada para o fim de obter informações políticas ou militares, constitui 
violação aos Direitos Humanos e não poderá ser permitido, sob pena de retrocesso. 
Por vedação ao retrocesso devemos compreender a proibição à supressão de direitos já reconhecidos em 
detrimento das conquistas históricas da humanidade. Não é possível, assim, que a tortura volte a ser aceita 
como mecanismo de obtenção de informação por militares em guerra, em nenhuma hipótese! 
 
 
 
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 VEDAÇÃO AO RETROCESSO 
Ä Uma vez assegurado o direito humano ele não poderá ser suprimido (conceito). 
 Denota a característica expansiva e progressiva da disciplina. 
Vejamos mais uma questão: 
 
(CESPE - 2015) Julgue o item subsecutivo, a respeito de aspectos gerais e históricos dos direitos 
humanos. 
Na luta pelos direitos humanos, há avanços e retrocessos, decorrendo disso a necessidade de o Estado 
e a sociedade civil se engajarem para que se realizem ações e políticas públicas que sejam efetivamente 
de Estado e não de governo. 
Comentários 
Questão tranquila. Devemos cuidar para não marcar como incorreta, com olhos fixos na característica 
da proibição do retrocesso. Notem que a assertiva é apresentada de forma ampla, como quem aborda 
a referida “luta pelos direitos”. Ademais, justifica que o Estado, nessa luta, tem que se engajar, com a 
adoção de ações e de políticas voltadas não apenas para a gestão interna do país (atos de governo), 
mas para a defesa e representatividade do seu povo (atos de Estado). 
Desse modo, os influxos constituem realidade, de forma que presenciamos avanços e retrocessos na 
evolução dos direitos humanos. Portanto, está correta a assertiva. 
15 - EFICÁCIA HORIZONTAL 
Chegamos à última característica dos direitos humanos! 
Por eficácia horizontal dos direitos humanos compreende-se que não é necessária lei para possibilitar a 
aplicação desses direitos às relações privadas. 
Logo, por eficácia horizontal dos direitos humanos compreende-se a aplicação obrigatória e direta dos 
direitos humanos nas relações entre pessoas e entes privados. 
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Estudaremos, na sequência, as várias dimensões dos direitos humanos. Veremos que em todas elas os 
direitos humanos são compreendidos como um conjunto de regras ou garantias que envolvem relações com 
o Estado, para o fim de proteger tais direitos. Pela primeira dimensão diz-se que os direitos humanos 
imputam abstenção do Estado, que não poderá violar a liberdade das pessoas. Pela segunda dimensão 
estudaremos que o Estado deve atuar positivamente na consecução dos direitos humanos. E, por fim, pela 
terceira dimensão objetiva-se que o Estado atue na promoção coletiva dos direitos humanos. Portanto, em 
todas as três dimensões, percebe-se claramente que a aplicação dos direitos humanos foi pensada 
inicialmente para serem aplicadas às relações entre o Estado e a sociedade. 
Essa relação é dita vertical, pois o Estado assume posição hierarquicamente privilegiada em relação aos 
governados e pode, assim, ser representada: 
 
A doutrina de direitos humanos, contudo, passou a vislumbrar outra relação que não apenas essa vertical, 
entre estado e sociedade, mas uma relação horizontal, envolvendo, também, a aplicação dos direitos 
humanos às relações entre privados. 
 
Para finalizar, fala-se em duas modalidades de eficácia horizontal dos direitos humanos: 
 PRIMEIRA: consiste na vinculação das relações particulares aos direitos humanos; e 
 SEGUNDA: consiste na fiscalização, pelo Estado, do cumprimento dos direitos humanos pelos 
particulares. 
Nesse contexto, nos ensina André de Carvalho Ramos7: 
Cabe ao Estado, então, um papel ativo na promoção de direitos humanos, zelando para que 
particulares não violem os direitos protegidos, ou, caso isso aconteça, buscando imediatamente 
a reparação do dano sofrido. 
 
 
7 RAMOS, André de Carvalho. Teoria Geral dos Direitos Humanos na Ordem Internacional. (versão eletrônica). 
ESTADO
SOCIEDADE
SOCIEDADE SOCIEDADE
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Aula 01
 Direitos Humanos - 2022 (Curso Regular)
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Antes de passarmos ao estudo das dimensões de direitos humanos, vamos trazer uma observação que pode 
ser explorada em sua prova: eficácia diagonal dos Direitos Humanos. Isso mesmo: DIAGONAL! 
Segundo alguns autores de Direito do Trabalho com formação humanista, a eficácia diagonal é a que 
determina a aplicação dos direitos humanos nas relações entre empregado e empregador. 
Argumenta-se que a relação entre empregado e empregador, embora de natureza privada, não é horizontal 
como as demais relações entre privados. Na relação de emprego está presente a subordinação jurídica – 
requisito da relação de emprego – e o empregado encontra-se presumidamente em condição inferior ao 
empregado, razão pela qual não podemos afirmar que a relação de emprego implica uma relação horizontal, 
mas também não podemos afirmar que essa relação é totalmente vertical, tal como a relação entre o cidadão 
e o Estado. 
Por isso se fala em eficácia diagonal dos direitos humanos quando se refere à aplicação da teoria às 
relações de emprego. 
Podemos esquematizar a relação da seguinte forma: 
 
A aplicação dos Direitos Humanos às relações de trabalho tem por finalidade reequilibrar ou minimizar os 
efeitos da superioridade do empregador. 
 
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Com isso finalizamos mais uma parte da aula, a parte mais extensa. São vários os conceitos e, por isso, 
trouxemos diversos esquemas para facilita a apreensão do assunto. 
DIMENSÕES DOS DIREITOS HUMANOS 
Outro tema pertinente ao estudo da Teoria Geral dos Direitos Humanos refere-se à análise de suas gerações 
ou dimensões. Trata-se de uma associação em termos gerais de períodos em que a sociedade se preocupou 
mais intensamente com um ou outro direito humano. Segundo Rafael Barreto8, dimensões dos Direitos 
Humanos é a 
expressão costumeiramente utilizada para referir-se a determinado grupo de direitos, surgidos 
numa determinada época histórica, com características bem peculiares. 
Antes, porém, devemos fazer duas observações. 
 Esse assunto é estudado em Direito Constitucional, quando se fala nas gerações ou nas dimensões 
dos Direitos Fundamentais. Não está errado! Vimos no início da aula que os direitos fundamentais 
correspondem aos Direitos Humanos positivados no direito interno de determinado país. Logo, essas 
considerações são, ao mesmo tempo, estudadas em Direito Constitucional e em Direitos Humanos. 
Os direitos fundamentais, em grande medida, refletem a evolução e a confluência dos fatores 
históricos mundiais. 
 
 
8 BARRETTO, Rafael. Direitos Humanos, p. 36. 
EF
IC
Á
C
IA
 D
O
S 
D
IR
EI
TO
S 
H
U
M
A
N
O
S
vertical
aplicação dos direitos humanos às relações entre o 
Estado e a sociedade
horizontal
aplicação obrigatória e direta dos direitos humanos às 
relações privadas
diagonal
aplicação dos direitos humanos na relação de emprego, 
que é marcada pela hipossuficiência do empregado e 
pela subordinação jurídica do trabalhador ao 
empregador
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Ä Há discussão na doutrina se o mais correto é falar em gerações ou em dimensões dos Direitos 
Humanos. Ambos querem dizer a mesma coisa, contudo, prevalece o termo “dimensões”, uma vez 
que geração pressupõe a superação de determinada fase e construção de um novo modelo. 
Na realidade, a cada fase de evolução dos Direitos Humanos foram agregados outros direitos que vieram a 
somar com os direitos já assegurados, de maneira que não houve superação da geração anterior, mas uma 
dimensão ampliativa da proteção à dignidade da pessoa. 
Como estudamos na parte das características, os Direitos Humanos são históricos, de maneira que estão 
constantemente evoluindo com a sociedade. Em decorrência disso, como os Direitos Humanos representam 
a proteção à dignidade da pessoa, nunca poderão ser suprimidos (veda-se o retrocesso), de forma que a cada 
fase da História dos Direitos Humanos assumem uma dimensão cada vez maior. 
Feitas as observações preliminares, vejamos cada uma das gerações. 
1 - PRIMEIRA DIMENSÃO DOS DIREITOS HUMANOS 
A primeira dimensão dos Direitos Humanos compreende os direitos da liberdade, que são os direitos civis e 
políticos, decorrentes das revoluções liberais e da transição do Estado Absolutista para o Estado de Direito. 
Caracterizam-se esses direitos por imporem uma abstenção estatal, por limitarem a atuação do Estado em 
defesa dos direitos das pessoas. Em razão disso, diz-se que essa dimensão representa direitos de caráter 
negativo. Essa característica faz total sentido com o momento histórico de superação do absolutismo, que 
consistia num governo concentrado nas mãos dos reis. Como forma de frear o poder do soberano, foram 
criadas limitações legais à atuação estatal, que imporiam a obrigação de o Estado não intervir nos direitos 
de liberdade e de propriedade. 
 
Os grandes marcos históricos

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