Prévia do material em texto
Gramática aplicada O S P R I N C I P A I S A S S U N T O S P A R A R E D A Ç Ã O Foco no Mil A gramática, por mais que você tente fugir dela, é essencial, afinal, sem conhecer as principais regras gramaticais, você cometerá erros que prejudicarão a sua nota final. Talvez você não saiba disto, mas deixa eu te animar um pouco: não é preciso decorar todas as regras, tampouco ''afundar a cara'' em uma gramática completa. Você quer escrever uma redação nota 1000, e não responder a questões fechadas de Língua Portuguesa. Iremos aprender, portanto, o necessário, de forma aplicada, relacionado às regras gramaticais, para que você possa esbanjar conhecimento e escrita incríveis na redação. Apresentação Aprender apenas a estrutura do texto não é o suficiente para garantir nota máxima na redação. Conteúdo completo& exclusivo S U M Á R I O COMPETÊNCIA 1 Uma visão geral DESVIOS DE CONVENÇÕES DA ESCRITA Acentuação, ortografia, hífen, maiúsculas e minúsculas e separação silábica (translineação) DESVIOS GRAMATICAIS Regência, concordância, pontuação, paralelismo sintático, emprego de pronomes, crase, tempos e modos verbais DESVIOS DE ESCOLHA DE REGISTRO Informalidade/marca da oralidade DESVIOS DE ESCOLHA VOCABULAR Escolhas lexicais imprecisas FALHAS DE ESTRUTURA SINTÁTICA Truncamento e justaposição de períodos, ausência, duplicação e excesso de termos Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa Essa é a descrição que o Enem atribui à Competência 1. Vamos garantir, então, a nota máxima? Competência 1: visão geralCompetência 1: visão geral Gramática aplicada Modalidade escrita formal Como funciona a avaliação Gramática aplicada Esta apostila trabalhará da seguinte forma: primeiro, a partir de inúmeros exemplos para fazer jus ao título deste material, trabalharemos regras gramaticais e desvios quanto a essas regras que devem ser evitados. Depois, trabalharemos as principais falhas de estrutura sintática - também com vários exemplos. Assim, é oportuno que você faça uma leitura atenta e cuidadosa de cada tópico, a fim de evitar erros relacionados à Competência 1 na redação - competência que causa muito medo nos alunos. A Competência 1 é responsável por avaliar o domínio da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa. Isso significa que a redação será avaliada com base nos critérios que a norma-padrão dispõe, os quais envolvem não só as questões gramaticais e lexicais, mas também as questões que envolvem a estrutura sintática. Os avaliadores têm a função de verificar a estrutura sintática e a presença de desvios. A estrutura sintática - para deixar esse termo mais claro - está relacionada com a fluidez do texto, isto é, se o participante consegue formular frases que apresentem uma relação harmônica dos elementos que as formam. Com relação aos desvios, estes são avaliados com base na gramática normativa. DesviosDesvios Gramática aplicada Veja, a seguir, uma lista dos desvios que são avaliados na Competência 1: Desvios avaliados Desvios de convenções da escrita acentuação ortografia maiúsculas e minúsculas hífen separação silábica (translineação) Desvios gramaticais regência concordância tempos e modos verbais pontuação crase paralelismo sintático emprego de pronomes Desvios de escolha de registro e de escolha vocabular informalidade/marca de oralidade (escolha de registro) escolhas lexicais imprecisas (escolha vocabular) Iremos estudar, portanto, conforme a disposição dos assuntos no que tange aos desvios, mas não necessariamente seguindo a ordem encontrada dentro dos tópicos. Os avaliadores conhecem cada assunto, bem como cada tópico em que estes se encaixam. Nesse sentido, um estudo inteligente é ter o mesmo conhecimento quanto à repartição dos assuntos, a fim de ficar mais próximo da visão que tem o seu corretor. Desvios de convenções daDesvios de convenções da escritaescrita Gramática aplicada Acentos gráficos A acentuação gráfica busca indicar a tonicidade de uma palavra (sílaba mais forte). Isso significa que um de seus focos é tornar a escrita ainda mais próxima da fala. No entanto, por ter muitas regras, torna-se difícil decorar todos os casos em que uma palavra deve ser acentuada, de modo que um estudo inteligente, principalmente para redação, deve objetivar o entendimento rápido e necessário. AcentuaçãoAcentuação acento agudo ( ́): usado sobre as letras a, i, u, como também sobre a letra e, desde que acompanhada de ''m'' (coincidentemente, ''também'', palavra usada na explicação, representa o que foi pontuado sobre o acento sobre ''e''); acento circunflexo ( ^ ): usado sobre as letras e e o para representar vogais tônicas, como também sobre a letra a; acento grave (à): usado na crase, assunto que veremos logo, logo. Antes de entender as regras de acentuação, é preciso saber quais são os acentos gráficos. Confira: Tipos de palavras oxítonas: palavras que apresentam a sílaba tônica na última sílaba, como ''entender'', ''Brasil'' e ''convém''. Nem todas as oxítonas são acentuadas. Há regras para isso, as quais entenderemos logo, logo; paroxítonas: palavras que apresentam a sílaba tônica na penúltima sílaba, como ''promove'', ''corrobora'' e ''lamentável''. Nem todas as oxítonas são acentuadas. Entenderemos os casos logo, logo; proparoxítonas: palavras que apresentam a sílaba tônica na antepenúltima sílaba, como ''análise''. Todas desse tipo são acentuadas. Saiba que existem palavras segundo a sua tonicidade. Entender cada uma delas é um passo para não errar acentuação na redação. Confira: Gramática aplicada Oxítonas- última sílaba Como pontuado, nem todas as oxítonas são acentuadas, mas muitas pessoas não conhecem os casos em que algumas palavras desse tipo recebem acento e acabam cometendo desvio de acentuação na redação. Nesse sentido, observemos as regras que envolvem as oxítonas: Oxítonas terminadas em a(s), e(s), o(s), em(ns) e ditongo levam acento quiçá português, revés, invés, você compôs, cipó mantém, também, além constrói, troféu, chapéu (ditongos) ''Mas como decorar essas regras?''. Relaxa! Veja a seguinte frase: ''a nota que almejo me mantém motivado. Minha vaga será o troféu''. Note que todas as palavras da frase terminam com uma vogal referente às regras de acentuação de oxítonas, exceto a palavra ''troféu'', cujo ''éu'' está ali para te lembrar que se acentuam ditongos também (encontro de uma vogal com uma semivogal). Além de te motivar, a frase criada pelo Foco no Mil evitará erros de acentuação haha. Paroxítonas Assim como as oxítonas, nem todas as paroxítonas são acentuadas, e reconheço que as regras de acentuação para esse tipo são bem chatinhas. Mas não se acanhe! Vamos entender os casos: Paroxítonas terminadas em r, l, n, x, ps, ã, ão, ons, us, um, uns, i, is, ei, eis e ditongo levam acento caráter, fácil, líquen, tórax, bíceps órgão, órfã, prótons vírus, bônus, álbum, fórum júri, táxis saudáveis, jóquei história, série (ditongos) Gramática aplicada Veja que são várias terminações de palavras paroxítonas que levam acento. Decorar, portanto, pode ser uma tarefa difícil, mas sejamos espertos! Ora, basta decorar as terminações das palavras oxítonas! Nessa lógica, qualquer palavra paroxítona que não tenha as terminações a(s), e(s), o(s) e em (ens) será acentuada! Viu que fácil? Essa sacada só não se aplica às palavras hifens, logaritmo, contacta e polens, que fogem à regra e possuem as mesmas terminações das oxítonas. Proparoxítonas- antepenúltima s. Sim, digamos que as proparoxítonas vieram para facilitar a sua vida. Isso, porque todas as proparoxítonas são acentuadas, de modo que você não precisa se preocupar com as terminações, mas tão somente com a tonicidade da antepenúltima sílaba. Caso perceba que se trata de uma proparoxítona, coloque o acento, que pode ser circunflexo ou agudo. No entanto, apesar de fácil, como aqui pontuado, muitos alunos tendem a errar a acentuação dessas palavras. Como? Apenas NÃO colocando oaqui, que o artigo "o" é um termo excedente na construção sintática. Aqui, tem-se a ausência do sujeito da oração, pois não se sabe quem "gera". Refere-se à ausência de elementos sintáticos não relacionada a problemas de regência ou de paralelismo. As falhas de estrutura sintática associadas à ausência de termos, por muitas vezes, ocorrem pela falta de atenção ao transcrever o texto do rascunho para a folha oficial. Cuidado com isso! No trecho acima, percebe-se a ausência do termo "que" em "a fim de que tais indivíduos". Estrutura sintáticaEstrutura sintática Ausência de palavrasAusência de palavras Gramática aplicada Exemplo 1Exemplo 1 Exemplo 2Exemplo 2 Aqui, tem-se a duplicação de "pois, que esse quadro", o que representa, também, uma falha de estrutura sintática. Refere-se à duplicação de elementos sintáticos na construção do texto. No trecho acima, percebe-se que o participante duplicou o termo "de", o que configura uma falha de estrutura sintática. Estrutura sintáticaEstrutura sintática Duplicação de palavrasDuplicação de palavras Gramática aplicada Exemplo 1Exemplo 1 Exemplo 2Exemplo 2 As falhas de estrutura sintática associadas à duplicação, geralmente, são ocasionadas pela falta de atenção ao passar a redação para a folha oficial. Atente-se a esse erro, pois ele é muito comum. Como conteúdo extra, deixaremos - de forma objetiva - alguns pontos que não são avaliados pela Competência 1, para que você não se preocupe à toa. Confira a lista de aspectos que não são contabilizados pelos corretores, conforme a grade de correção: ExtraExtra Não são problemas!Não são problemas! Gramática aplicada Nomes próprios escritos de forma errada (Bauman/Baumam, Hannah Arendt/Hana Arednt); Palavras estrangeiras escritas de forma errada (bullying/bulying); Ausência de vírgulas para separar orações que possuem sujeitos diferentes (João foi ao clube, e Pedro foi ao cinema / João foi ao clube e Pedro foi ao cinema); Uso da vírgula para diferenciar orações adjetivas explicativas e restritivas (A escola, que tem papel fundamental na formação dos indivíduos, deve receber atenção do governo. / A escola que tem papel fundamental na formação dos indivíduos deve receber atenção do governo.); Uso de letra minúscula ao apresentar ministérios (Ministério da Educação / ministério da educação); Uso de letra minúscula ao apresentar secretarias (Secretaria de Educação / secretaria de educação); Uso de letra maiúscula em todo o texto (o Enem entende que se trata da caligrafia do participante); Marcação dupla da translineação com um hífen mesmo quando dois hifens não coincidiram (dessa for- A repetição de uma mesma ideia, de forma redundante, não é considerada excesso de elemento sintático (exemplo: impasses ambientais do ambiente). -ma); Com esse material, objetivamos evidenciar que não é preciso decorar todas as regras, tampouco ''afundar a cara'' em uma gramática completa para tirar uma boa nota na Competência 1. Ao longo do e-book, percorremos todos os aspectos avaliados pela grade de correção do Enem. Com isso, você deve ter percebido que a gramática não é tão assustadora assim, não é mesmo? Agora é hora de arrasar na Competência 1. Bons estudos! Considerações finais Chegamos ao fim da apostila "Gramática aplicada"! Conteúdo completo& exclusivo https://www.instagram.com/foconomil_/ https://www.youtube.com/channel/UCK8CchjL1Wn5ezoDMffI0AQ http://www.foconomil.com.br/acento. Não seja esse tipo de aluno e faça jus à regra! Exemplos de palavras proparoxítonas acadêmico, aborígene, análise, análogo, âmbito, óbice, característica, científico, cônjugue, crítica, didático, dúvida, época, estatístico, ética, fenômeno, trágico, ínterim, maléfico, método, nítido, obstáculo etc. Monossílabas - ATENÇÃO! Além dos 3 tipos de palavras analisados acima, há também as palavras monossílabas, que são aquelas que possuem apenas uma sílaba. Não farei tanto caso dessas palavras, porque os erros que as envolvem são pouco recorrentes em produções textuais. Quero que saibas, porém, que se acentuam todas as monossílabas TÔNICAS (fortes) terminadas em a(s), e(s), o(s), como ''nós'', ''fé'' e ''lá''. Note que ''nos'', no sentido de ''você não nos chamou'', é um pronome oblíquo átono, de modo que não recebe acento, diferentemente de ''nós'', no sentido de ''nós fomos à praia'', que é um pronome pessoal do caso reto e possui sílaba forte - por isso o acento. Ortografia diz respeito à escrita correta das palavras de uma língua, de acordo com as regras da gramática normativa. Pressupõe-se, no contexto formal da redação do Enem, que as palavras estejam corretamente grafadas. Existem inúmeras regras ortográficas. Aqui, iremos abordar as mais pertinentes ao âmbito do Enem. Desvios de convenções daDesvios de convenções da escritaescrita Gramática aplicada Emprego do S OrtografiaOrtografia ânsia ansioso analisar análise liso alisar palavras derivadas de uma primitiva com a grafia S irlandês irlandesa poetisa sufixos -ês, -esa, -isa e -essa (nacionalidade, profissão e título) marquês marquesa cuidadoso sufixos -ense, -oso e -osa (formadores de adjetivos) amoroso amorosa cearense horroroso cremosa Deus após ditongos dois coisa pois lousa ausente mais náusea frase palavras terminadas em -ase, -ese, -ise e -ose antítese crise apoptose próclise crase apoteose formação de diminutivos com "s" na última sílaba coisa coisinha vaso vasinho casa casinha condessa Gramática aplicada Emprego do SS progredir progressão agredir agressão palavras derivadas de verbos terminados em "-gredir" palavras derivadas de verbos terminados em "-ceder" palavras derivadas de verbos terminados em "-tir" exceder excesso proceder processo discutir discussão permitir permissão palavras derivadas de verbos constituídos do de "-met" prometer promessa comprometer compromisso Emprego do Z cruz cruzeiro paz apaziguar palavras derivadas de uma primitiva com a grafia Z sufixos -ez e -eza (formação de substantivos a partir de adjetivos) surdo surdez belo beleza estúpido estupidez sufixos -izar e -ização deslizar concretizar utilizar civilização utilizaçãoeternizar Gramática aplicada formação de diminutivos sem "s" na última sílaba pai paizinho tatu tatuzinho Emprego do X após en-, exceto se a palavra derivar de ch- palavras inicias por me- enxada enxaqueca enxerto enxame cheio encher mexer mexilhão México mexerica exceção: mecha palavras aportuguesas do inglês ou de origem indígena e africana xangô xavente abacaxi caxumba xerox xerife após ditongos baixo caixa peixe trouxe paixão frouxo Emprego do G palavras terminadas em -gem, exceto "pajem" e "labujem" viagem fuligem ferrugem friagem linguagem origem palavras terminadas em -gio prodígio estágio relógio refúgio contágio subterfúgio palavras terminadas em -ger e -gir surgir ranger mugir tanger proteger fugir Gramática aplicada Emprego do J palavras terminadas em -aje laje ultraje traje nas formas verbais de verbos que têm infinitivo terminado em -jar viajar viajei despejar despejaram palavras derivadas de uma primitiva com a grafia J caju cajueiro beijo beijoca em palavras de origem africana, árabe ou indígena pajé jirau canjica canjerê Emprego do H dígrafos ch, nh e lh conhecerchuva palha palavras compostas em que o segundo termo é precedido por hífen Pré-Históriasuper-homem Emprego de E e I usa-se "e" em formas verbais terminadas em -oar e -uar magoar magoe continuar continue usa-se "i" em formas verbais terminadas em -air, -oer e -uir atrair atrai doer dói usufruir usufrui Desvios de convenções daDesvios de convenções da escritaescrita Gramática aplicada Início de períodos O uso de letras maiúsculas e minúsculas é algo que causa muito medo nos estudantes, dada a grande quantidade de informações divergentes a respeito desse tema. Na grade de correção do Enem, esse uso, quando feito de forma equivocada, conta como um desvio de convenção da escrita. Vejamos, de forma objetiva, quando usar letra maiúscula ou minúscula na redação. Maiúsculas e minúsculasMaiúsculas e minúsculas Parece óbvio, mas o óbvio precisa, também, ser dito. Sempre que iniciarmos um novo período, a letra maiúscula deve ser empregada. portanto, a fim de propiciar a reciclagem de resíduos computacionais, cabe ao governo federal [...] Portanto, a fim de propiciar a reciclagem de resíduos computacionais, cabe ao governo federal [...] Além disso, cabe ressaltar a negligência do poder público nesse problema. de acordo com o filósofo John Locke, [...] Além disso, cabe ressaltar a negligência do poder público nesse problema. De acordo com o filósofo John Locke, [...] Nomes de pessoas Acerca disso, é pertinente remomerar a ideia de "instituição zumbi", do filósofo zygmunt bauman, [...] Acerca disso, é pertinente remomerar a ideia de "instituição zumbi", do filósofo Zygmunt Bauman, [...] Não é raro encontrar nomes de filósofos, sociólogos, cientistas e pensadores na redação. Lembre-se de que todos eles devem ser escritos com iniciais maiúsculas. Desvios de convenções deDesvios de convenções de escritaescrita Gramática aplicada ministério da educação Ministério da Educação Instituições, unidades administrativas e órgãos universidade de São Paulo Organização das Nações Unidas poder executivo/legislativo/judiciário organização das nações unidas Universidade de São Paulo Poder Executivo/Legislativo/Judiciário estado / federação Estado / Federação País / Nação país / nação Anteriormente, as regras gramaticais recomendavam utilizar maiúsculas em nomes atrelados a altos conceitos nacionalistas. Assim, escrevia-se "País", "Nação" e "Governo", por exemplo. Houve, porém, a revogação dessa norma. Desse modo, embora o Enem não exija, escreva com inicial minúscula os substantivos comuns "governo", "país", "povo", "nação", "poder público", etc. Estado, República e Federação, todavia, por se referirem à nação politicamente organizada, devem ser escritos com iniciais maiúsculas. Além disso, o Enem aceita nomes de ministérios e de secretarias escritos com iniciais minúsculas. Por isso, é possível escrever "Ministério da Educação" ou "ministério da educação", por exemplo. Governo Federal / Poder Público governo federal / poder público Embora existam exceções, que serão apresentadas, esses elementos devem ser grafados com iniciais maiúsculas na redação. Agência Nacional do Cinemaagência nacional do cinema igreja católica Igreja Católica república República Desvios de convenções deDesvios de convenções de escritaescrita Gramática aplicada brasil Brasil Áreas geográficas américa do sul América do Sul o estado do ceará o estado do Ceará Biomas amazônia Amazônia Caatinga Caatinga O termo "Lei" só deve ser escrito com inicial maiúscula quando se tratar de uma norma específica. Caso contrário, como em "essas leis", usa-se minúscula. Leis constituição federal Constituição Federal Lei de Acesso à Informação a referida Lei foi revogada em 2021 lei de acesso à informação a referida lei foi revogada em 2021 Devem ser escritas com iniciais maiúsculas, exceto se aparecerem pluralizadas ou não especificadas. Localidades geográficas devem ser escritas com iniciais maiúsculas. Biomas devem ser grafados com iniciais maiúsculas. a região nordeste a região Nordeste Desvios de convenções deDesvios de convenções de escritaescrita Gramática aplicada Cargos Médico médicopresidente da RepúblicaPresidente da República Em cargos, devemos usar as iniciais minúsculas. jornalista jornalista Siglas abnt ABNT ibge IBGE Siglas pronunciáveis devem ser grafadas apenas com a primeira inicial maiúscula. BOVESPA Bovespa ANATEL Anatel onu ONU DETRAN Detran Siglas que são soletradas devem ser grafadas com iniciais maiúsculas. Desvios de convenções deDesvios de convenções de escritaescrita Gramática aplicada Períodos históricos segunda guerra mundial Segunda Guerra Mundial Idade Médiaidade média Ao fazer alusões históricas na redação, lembre-se das iniciais maiúsculas em eventos e em acontecimentos marcantes. reforma protestante Reforma Protestante Revolução Industrialrevolução industrial Nomes de obras triste fim de policarpo quarema Triste fim de Policarpo Quaresma Menino de Engenho Usamos inicial maiúscula no primeiro elemento. Os demais vocábulos podem ser escritos com minúscula, desde que não seja um nome próprio. menino de engenho Menino de engenho Vidas secas vidas secas Triste Fim de Policarpo Quaresma Vidas Secas O hífen é um sinal gráfico utilizado tanto para unir elementos quanto no processo de separação silábica, assunto que será visto no próximo tópico. Existem diversas regras atreladas ao uso do hífen. No entanto, haja vista que o intuito desse material é apresentar uma gramática aplicada, veremos - agora - as regras importantes para a redação do Enem. 1) prefixos ex-, vice-, pós-, pré- e pró- Casos em que se usa hífen Desvios de convenções daDesvios de convenções da escritaescrita Gramática aplicada HífenHífen vice-presidenteex-governador pós-doutorado pré-vestibular pró-reitoria 2) vogais iguais micro-ondas auto-organização arqui-inimigo anti-inflamatório contra-ataque 3) segundo termo iniciado por H anti-horário sobre-humano anti-higiênico extra-humano super-hidratação 4) bem + vogal ou H / mal + vogal ou H bem-estar bem-educado bem-humorado mal-amado mal-intencionado sub-reino sub-regional sub-raça sub-bibliotecário sub-repartição 6) palavras compostas derivadas de nomes de lugares sul-africano afro-brasileiro greco-romano norte-americano porto-alegrense 5) prefixo -sub + R ou B Casos em que não se usa hífen 1) vogais diferentes Desvios de convenções daDesvios de convenções da escritaescrita Gramática aplicada autoescolaautoajuda autoestima infraestrutura hidroeletétrica 2) vogal + R ou S = R ou S duplicados 3) vogal + segundo elemento não iniciado por R ou S autorretrato antissocial antirracismo ultrassom autossugestão 4) presença de elemento de ligação dia a dia cara a cara gota a gota fim de semana 5) prefixos co-, re-, pre- e pro- coordenador reuso preexistência proação reescrever 6) prefixos des- e in- infeliz desnecessário inexpressivo contracheque extraclasse microcomputador anteprojeto geopolítica coadjuvante 7) mal + consoante malfalado malgovernado maltratado malpassado 8) não / quase não agressão não cumprimento quase delito quase queda desatenção inviável 1) Não deixe uma vogal sozinha A translineação remete ao ato de, por meio do hífen, passar parte de uma palavra para a linha seguinte conforme as regras de separação silábica. Separe as sílabas da palavra Regra geral Desvios de convenções daDesvios de convenções da escritaescrita Gramática aplicada Separação silábica (translineação)Separação silábica (translineação) es-co-la es- cola esco- la go-ver-no go- verno gover- no ne-gli-gên-cia ne- gligência negli- gência negligên- cia Casos que exigem atenção a-pro-vei-tar a- provei tar o-fe-re-cen-do o- ferecendo e-lu-ci-dar e- lucidar 2) duplique o hífen em palavras hifenizadas que forem separadas bem-estar bem- -estar ex-governador ex- -governador micro-ondas micro- -ondas 3) duplique o hífen em verbos acompanhados de pronomes sabe-se sabe- -se observa-se observa- -se faz-se faz- -se Gramática aplicada 4) separe ss, rr, cc / cç, sc, sç e xc acesso aces- so correr cor- rer confeccionar confec- cionar exceção ex- ceção es- calaescala confecção confec- ção flores- çafloresça terra ter- ra 5) nunca separe ch, nh, lh, qu e gu tenha te- nha deboche debo- che guerrilha guerri- lha palanque palan- que agulha agu- lha enchente en- chente detalhe deta- lhe empecilho empeci- lho 6) não separe ia, ie, io, oa, ua, ue, uo correios cor- reios agência agên- cia palácio palá -cio coroa co- roa míngua mín- gua duelo due- lo contíguo contí- guo docência docên- cia 7) nunca separe as vogais que formam ditongos ou tritongos leite lei- te muito mui- to saguões sa- guões saudade sau- dade 8) nunca separe os grupos pn, mn, gne e ps quando iniciam sílaba pneumático pneu- mático psíquico psí- quico mnésico mné- sico gnóstico gnós- tico 9) separe as consoantes seguidas que pertencem a sílabas diferentes abdicar ab- dicar instrução ins- trução objeto ob- jeto advogado ad- vogado Desvios gramaticaisDesvios gramaticais Gramática aplicada Regência verbal A regência é a área da gramática que se dedica ao estudo da relação existente entre um verbo ou um nome e seus complementos. Divide-se em regência verbal e regência nominal. O nosso objetivo, aqui, não é entregar uma lista exaustiva com a regência de muitos nomes e verbos, mas sim apresentar os mais usados na redação do Enem. RegênciaRegência Verbos intransitivos1. Esses verbos dispensam quaisquer complementos, pois - por si só - possuem sentido completo. São exemplos de verbos intransitivos: nascer viver voltar chorar dormir sofrer andar 2. Verbos transitivos Esses verbos necessitam de complemento, pois - sozinhos - não possuem sentido completo. Eles se dividem em transitivos diretos, transitivos indiretos e transitivos diretos e indiretos (bitransitivos). A regência verbal estuda a relação estabelecida entre verbos e termos que os complementam, que são os objetos diretos, os objetos indiretos e os objetos diretos e indiretos. Vamos entender, antes de tudo, a classificação dos verbos no contexto da regência verbal. 2.1 Verbos transitivos diretos São acompanhados por objetos diretos e, por isso, não exigem preposição, pois estão ligados ao complemento de forma direta. Desvios gramaticaisDesvios gramaticais Gramática aplicada São exemplos de verbos transitivos diretos: adquirir A escola adquiriu livros. Perceba que o verbo "adquirir" se ligou ao objeto direto "livros" sem a necessidade de uma preposição. negligenciar O Estado negligencia a cultura. Aqui, o verbo "negligenciar" se ligou ao objeto direto "cultura" sem a necessidade de uma preposição. Observação: o "a", posicionado antes de "cultura", é um artigo, e não uma preposição. analisar É preciso analisar a situação. Note que o verbo "analisar" está ligado de forma direta ao objeto "situação". acarretar Isso acarreta danos à saúde. O verbo "acarretar" se ligou ao objeto "danos" diretamente, sem preposição. corroborar A pesquisa científica corroborou a informação. "Corroborar", verbo transitivo direto, ligou-se ao objeto "informação" sem a necessidade de preposição. Desvios gramaticaisDesvios gramaticais Gramática aplicada Outros exemplos implicar Isso implica a queda dos índices educacionais. acessar Com isso, torna-se impossível acessar a internet. sanar É preciso sanar essa situação adversa. respeitar O corpo civil não respeita as normas. 2.2 Verbos transitivos indiretos São acompanhados por objetos indiretos e, por isso, exigem preposição, pois precisam de um termo que possibilite a ligação com o complemento. São exemplos de verbos transitivos indiretos: pertencer Isso pertence ao governo. Perceba que o verbo "pertencer" se ligou ao objeto indireto "governo" a partir da preposição "a". consistir A ação consiste em criar mecanismos assistenciais. Aqui, o verbo "consistir" foi ligado ao objeto indireto "criar" mediante a preposição "em". Desvios gramaticaisDesvios gramaticais Gramática aplicada Outros exemplosresponder Respondam ao formulário! precisar A instituição precisa de ajuda. concordar Ela concordou com a ideia. obedecer É preciso obedecer às normas. 2.3 Verbos transitivos diretos e indiretos (bitransitivos) São acompanhados, ao mesmo tempo, por um objeto direto e por um indireto. São exemplos de verbos bitransitivos: atribuir Ele atribuiu a culpa ao Estado. Perceba que o verbo "atribuir" pediu um objeto direto (O.D.) e um objeto indireto (O.I.) - "culpa" e "Estado", respectivamente. O.D. O.I. conceder Os cidadãos concedem a sua confiança ao Estado. Aqui, o verbo "conceder" pediu um objeto direto (O.D.) e um objeto indireto (O.I.) - "confiança" e "Estado", respectivamente. O.D. O.I. Desvios gramaticaisDesvios gramaticais Gramática aplicada Outros exemplos dedicar As escolas precisam dedicar um horário aos estudantes. oferecer O governo deve oferecer à população acesso ao cinema ensinar Os pais devem ensinar bons modos aos filhos. alertar O Estado deve alertar a população sobre o problema. O.D. O.I. O.I. O.D. O.D. O.I. O.D. O.I. Verbos que exigem atenção Visar Visar, no sentido de "ter por objetivo", é objeto indireto e pede a preposição "a". O capitalismo visa ao lucro. No sentido de "olhar", é objeto direto e não pede preposição. Visou o irmão de longe. Quando passar a ideia de "verificar", é objeto direto e não pede preposição. Ele visou o passaporte. Isso visa à melhoria escolar. Assistir No sentido de "ver", é transitivo indireto e pede a preposição "a". Ele assistiu ao filme. Ela assistiu à cena. Desvios gramaticaisDesvios gramaticais Gramática aplicada No sentido de "ajudar", é transitivo direto e não pede preposição. O Estado deve assistir os menos favorecidos. No sentido de "pertencer", é transitivo indireto e pede a preposição "a". O direito a educação assiste aos brasileiros. No sentido de "residir", é transitivo indireto e pede a preposição "em". A escritora assiste em Minas Gerais. Corroborar O verbo "corroborar" NÃO pede a preposição "com", embora essa seja uma construção recorrente. Ele é um verbo transitivo direto e não exige preposição. Isso corrobora com a ideia. Isso corrobora a ideia. Resultar Quando usado com a ideia de origem, pede a preposição "de". Esse descaso resulta da negligência estatal. No sentido de consequência, pede a preposição "em". Isso resulta em problemas sociais. Assistir Desvios gramaticaisDesvios gramaticais Gramática aplicada Regência nominal Acesso: exige a preposição "a" É preciso democratizar o acesso ao cinema. O acesso à internet deve ser uma realidade de todos. A regência nominal estuda a relação estabelecida entre os nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) e os termos que os complementam a partir do uso de uma preposição. Vejamos, agora, alguns dos casos de regência nominal que são importantes para a redação do Enem. Contrário(a): exige a preposição "a" A ideia do filósofo é contrária à realidade brasileira. O cenário apresentado no filme é contrário ao contexto brasileiro. Direito: exige a preposição "a" A Constituição Federal assegura o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Todos têm direito à educação. Devido: exige a preposição "a" Isso ocorre devido à negligência governamental. Essa situação acontece devido ao descaso do poder público. Relacionado(a): exige a preposição "a" Essa teoria pode ser relacionada à conjuntura brasileira hodierna. O pensamento de Bauman pode ser relacionado ao cenário atual. Desvios gramaticaisDesvios gramaticais Gramática aplicada No que tange/concerne: exigem preposição "a" Observa-se uma realidade preocupante no que tange ao ensino de finança no Brasil; É possível observar um grave problema no que concerne à educação. De encontro: exige a preposição "a" Esse panorama vai de encontro à realidade tupiniquim. Isso vai de encontro ao pensamento de Hans Jonas. Ao encontro: exige a preposição "de" É preciso ir ao encontro do pensamento de Freire. A atual situação brasileira vai ao encontro da vivenciada naquela época. Responsável: exige a preposição "por" Isso é responsável por gerar problemas sociais. Esses dois aspectos são responsáveis por esse cenário adverso. Interesse: exige a preposição "em" O governo não demonstra interesse em democratizar o acesso ao cinema no Brasil. Algumas escolas não têm interesse em incentivar a criticidade dos alunos. Paralelamente: exige a preposição "a" Paralelamente a isso, outro problema a ser enfrentado diz respeito à desigualdade social. Paralelamente à negligência escolar, tem-se a omissão familiar. Desvios gramaticaisDesvios gramaticais Gramática aplicada Concordância verbal ConcordânciaConcordância Verbo com sujeito simples A concordância verbal estuda a relação estabelecida entre sujeito e verbo. Aqui, verifica-se a flexão do verbo em concordância com o número e com a pessoa do sujeito. Vejamos, agora, as regras de concordância verbal que são importantes para a redação do Enem. A concordância estuda a relação de harmonia existente entre os termos de um oração. Divide-se em concordância verbal e concordância nominal. O Ministério da Educação devem realizar campanhas nas escolas. O Ministério da Educação deve realizar campanhas nas escolas. O verbo concorda em número com a pessoa. As escolas precisa estimular a criticidade dos alunos. As escolas precisam estimular a criticidade dos alunos. Verbo com sujeito composto anteposto ao verbo (antes do verbo) O verbo vai para o plural. A escola e a família deve atuar em conjunto. A escola e a família devem atuar em conjunto. Desvios gramaticaisDesvios gramaticais Gramática aplicada Verbo com sujeito composto posposto ao verbo (depois do verbo) Nesse contexto, destacam-se a omissão governamental e a lacuna educacional como promotoras do revés. (concordando com os dois núcleos) Nesse contexto, destaca-se a omissão governamental e a lacuna educacional como promotoras do revés. (concordando com o núcleo mais próximo) O verbo vai para o plural ou concorda com o núcleo mais próximo. Sujeito coletivo O verbo concorda no singular com o sujeito coletivo. Caso ele apareça especificado, o verbo pode ficar no singular ou no plural. Essa parcela não possui poder aquisitivo. No entanto, substancial parcela dos alunos não tem/têm contato com conteúdos que estimulem a sua criticidade. Essa parcela de cidadãos não possui/possuem poder aquisitivo. A equipe de corretores enviou/enviaram as redações avaliadas. Desvios gramaticaisDesvios gramaticais Gramática aplicada Porcentagem 1% não possui acesso à internet. A concordância é feita com o primeiro número. Se o número for até 1, o verbo fica no singular. A partir do número 2, o verbo fica no plural. 2% não possuem acesso à educação. 1,2% não possui acesso à saúde. 2,1% não possuem acesso à cultura. Caso exista especificação, o verbo pode concordar com o número ou com o substantivo após a preposição. 1% dos alunos não possui/possuem acesso à internet. 0,8% das pessoas tem/têm acesso à cultura. Se os dois núcleos estiverem no plural, a concordância deve ser feita no plural também. 55% dos estudantes enfrentam dificuldades em Matemática. Se os dois núcleos estiverem no singular, a concordância deve ser feita no singular. 1% da turma acertou a questão. Desvios gramaticaisDesvios gramaticais Gramática aplicada Verbos fazer e haver (impessoais) Faz anos que o problema persiste na sociedade brasileira. O verbo "fazer", no sentido de tempo transcorrido, e o verbo "haver", no sentido de "existir", são conjugados na terceira pessoa do singular. Há muitos problemas associados ao descarte inadequado do lixo. Verbos haver (auxiliar) Ao desempenhar a função de verbo auxiliar, "haver" pode ser flexionado no singular e no plural, a depender do sujeito. Enquanto essa situação não for reformulada, haverá problemas. A escola havia abordado essa temática. A família e a escola haviam abordado essatemática. Verbos fazer (pessoal) No sentido de "realizar", o verbo "fazer" concorda normalmente com o sujeito. A mídia faz campanhas de divulgação diariamente. O governo e a mídia não fazem sua parte. Desvios gramaticaisDesvios gramaticais Gramática aplicada Locução verbal As famílias devem orientar as crianças. As locuções verbais são formadas por dois verbos: um auxiliar e um principal. Em locuções verbais, o verbo auxiliar concorda com o sujeito da oração, enquanto o verbo principal não é flexionado. A escola deve ofertar palestras. Concordância com "bem como" Um dos erros mais comuns de concordância na redação está associado ao uso das construções "bem como" e "assim como". Vamos entender por meio de exemplos: O silenciamento, bem como a lacuna educacional, corrobora o problema. No exemplo acima, o verbo "corroborar" concorda apenas com "o silenciamento", pois "bem como a lacuna educacional" aparece de forma intercalada. Um erro comum seria escrever "corroboram". Vejamos o mesmo exemplo com outra abordagem: O silenciamento bem como a lacuna educacional corroboram o problema. Nesse caso, "bem como a lacuna educacional" faz parte do sujeito da oração. Por isso, o verbo "corroborar" concorda com os dois núcleos. Desvios gramaticaisDesvios gramaticais Gramática aplicada Concordância com "com" A explicação do item anterior pode ser usada nesse caso também. As vírgulas influenciam a concordância. Vamos aos exemplos: A escola, com a família, deve instruir os discentes. Nesse caso, o verbo concorda com "a escola", pois "com a família" aparece de forma intercalada. Aqui, dada a ausência da vírgula para fazer o isolamento, o verbo concorda com os dois núcleos. A escola com a família devem instruir os discentes. Sujeito oracional Sujeito oracional ocorre quando uma oração atua como sujeito. A concordância, nesse caso, é feita na terceira pessoa do singular. Cabe às escolas realizar palestras. Instruir os estudantes e orientar a família é crucial. Desvios gramaticaisDesvios gramaticais Gramática aplicada Partícula apassivadora "se" O verbo concorda com o sujeito. Observa-se um desafio (Um desafio é observado). Observam-se desafios (Desafios são observados). Partícula de indeterminação "se" Necessita-se de meios que atenuem o revés. O verbo permanece sempre na 3ª pessoa do singular. Precisa-se de ferramentas para combater esse problema. Nomes próprios Quando o sujeito estiver precedido de artigo no plural, o verbo deve ficar no plural. Caso contrário, ficará no singular. Os Estados Unidos investem em educação. Estados Unidos é uma potência mundial. Desvios gramaticaisDesvios gramaticais Gramática aplicada Um adjetivo antes de vários substantivos A concordância, nesse caso, é feita com o substantivo mais próximo. Isso alcançou bom resultado e abrangência. Quando o adjetivo exerce função de predicativo, é possível fazer a concordância com o substantivo mais próximo ou com os dois. Permaneceu inativo o Estado e a família. Permaneceram inativos o Estado e a família. No primeiro exemplo, o trecho "mudança desse cenário" é introduzido pelo artigo "uma". Logo, o correto seria "necessária", e não "necessário". No outro exemplo, existe o artigo "a", exigindo que o adjetivo fique no feminino. Vejamos, agora, alguns outros casos importantes. Concordância nominal Exemplo com a regra geral A concordância nominal estuda a relação estabelecida entre nomes. Aqui, verifica-se a concordância em número e em gênero entre os adjetivos, os pronomes, os artigos e os numerais com o substantivo a que se referem. Vamos estudar, agora, os casos que são importantes para a redação do Enem, É necessário uma mudança desse cenário. É necessária uma mudança desse cenário. É permitido a alteração das leis. É permitida a alteração das leis. Desvios gramaticaisDesvios gramaticais Gramática aplicada Um substantivo e mais de um adjetivo Quando o substantivo está no plural, não se usa artigo antes dos adjetivos. Essa é uma prática comum nas sociedades brasileira e mexicana. Quando o substantivo está no singular, usa-se artigo a partir do segundo adjetivo. Essa é uma prática comum na sociedade brasileira e na mexicana. Necessário Conforme já foi adiantado em exemplos anteriores, nesses casos, o adjetivo varia em gênero e em número caso exista um artigo para determinar o substantivo. Essa regra também vale para termos como "é preciso", "é bom" e "é permitido" É necessária uma campanha. É necessário campanhas. São necessárias campanhas. É necessário uma campanha. Desvios gramaticaisDesvios gramaticais Gramática aplicada Síntese de tempos verbais O estudo de tempos e modos verbais gera uma série de dúvidas nos estudantes, haja vista a grande quantidade de informações a respeito desse tópico. Todavia, o Enem faz uma avaliação simplificada desse aspecto, penalizando apenas os casos em que é visível a necessidade de usar um tempo ou modo verbal no lugar de outro usado pelo participante. Tendo em vista essa simplificação, faremos uma abordagem desse aspecto gramatical de maneira aplicada e objetiva. Tempos e modos verbaisTempos e modos verbais pretérito: ação ocorreu antes do momento da fala; O meio ambiente estava em desequilíbrio. presente: ação ocorreu no momento da fala; O meio ambiente está em desequilíbrio. futuro: ação ocorrerá depois do momento da fala. O meio ambiente estará em desequilíbrio. Os tempos verbais indicam o tempo em que uma ação ocorreu. De forma resumida, dividem-se em: Síntese de modos verbais modo indicativo: indica uma certeza; A educação sempre contribui para a formação dos cidadãos. modo subjuntivo: indica uma dúvida; Talvez a educação contribua para a formação dos cidadãos. modo imperativo: indica um pedido, uma ordem ou um conselho. Educação, contribua para a formação dos cidadãos! Os modos verbais caracterizam o verbo, concedendo a ele diferentes significações. Desvios gramaticaisDesvios gramaticais Gramática aplicada Não estudaremos, aqui, esse assunto de forma aprofundada, dado que o Enem não espera que você saiba toda a teoria desse aspecto, mas sim a aplicação prática dela. Vamos, agora, ver alguns exemplos que irão ajudar a entender o que o Enem, de fato, observa nesse tópico. Dessa forma, é inadmissível que a educação é secundarizada pelas autoridades. Dessa forma, é inadmissível que a educação seja secundarizada pelas autoridades. No exemplo acima, o verbo está no presente do indicativo (é), mas deveria estar no presente do subjuntivo (seja). Dessa maneira, enquanto a desigualdade social se manter, parcela expressiva dos brasileiros sofrerá com a falta de letramento. Dessa maneira, enquanto a desigualdade social se mantiver, parcela expressiva dos brasileiros sofrerá com a falta de letramento. Aqui, o verbo não chegou a ser flexionado, pois está no infinitivo (manter), sendo que deveria estar no futuro do subjuntivo (mantiver). Não é desvio Caso seja possível fazer a leitura com o tempo ou modo verbal utilizado, o Enem não considera um desvio. Isso ocorre, por exemplo, em "Com o aumento da conectividade virtual, diminuirão as interações entre familiares". Aqui não há desvio, pois é possível compreender que a intenção foi se referir, de fato, a um tempo futuro, e não a um tempo pretérito. Desvios gramaticaisDesvios gramaticais Gramática aplicada Vírgula Os sinais de pontuação são sinais gráficos que representam pausas na fala, inflexões de voz e, ainda, entonação. Dado que o foco da apostila "Gramática Aplicada" é preparar você para o Enem, estudaremos - aqui - os sinais de pontuação que possuem importância no contexto da redação desse exame. PontuaçãoPontuação Nunca separe sujeito de verbo O Ministério da Educação, deve realizar campanhas nas escolas. O Ministério da Educação deve realizar campanhas nas escolas. O que a vírgula NÃO é: pausa para respirar; O que a vírgula É: sinal de pontuação usado para deslocar, enumerar, explicar, enfatizar, isolar e separar termos. Vejamosas regras e vírgula mais importantes para o Enem. As famílias, precisam orientar os menores. As famílias precisam orientar os menores Nos exemplos acima, nota-se o uso da vírgula de forma equivocada, dado que houve a separação de sujeito e verbo ("Ministério da Educação" e "deve" / "famílias" e "precisam"). Nunca separe verbo de objeto As famílias devem, orientar os menores. As famílias devem orientar os menores. Verbo Objeto Desvios gramaticaisDesvios gramaticais Gramática aplicada Isole apostos O Ministério da Saúde, responsável por efetivar processos relacionados à saúde pública no país, deve ofertar medicamentos à população. Note que o aposto referente ao Ministério da Saúde está isolado, o que foi feito por meio de vírgulas. Confira outros exemplos: O governo federal, instância máxima de administração executiva, deve atuar em favor da população. As instituições escolares, responsáveis por estimular o pensamento crítico na população, devem buscar fortalecer a capacidade de julgamento e posicionamento racional nos jovens. Isole adjuntos adverbiais de três ou mais palavras Adjuntos adverbiais são expressões que indicam circunstância: tempo, modo, localização, etc. Esses termos, por natureza, aparecem no final das frases, mas também podem ser deslocados. Nesse sentido, o Enem estabelece que, quando formados por 3 ou mais palavras e estiverem deslocados, eles devem ser isolados. Veja alguns exemplos: Na obra "Modernidade Líquida", o pensador Zygmunt Bauman aborda a efemeridade das relações sociais. Portanto, democratizar o cinema, na sociedade brasileira hodierna, é uma necessidade. Com o passar dos anos, a internet ganhou espaço na sociedade. A repressão, durante o período da ditadura militar, era constante. Desvios gramaticaisDesvios gramaticais Gramática aplicada Isole e intercale conectivos e expressões explicativas O governo se mantém omisso, isto é, não direciona um olhar para a educação do país. Essa situação, portanto, precisa ser combatida urgentemente. No entanto, essa realidade não é observada na realidade brasileira. Observação: quando conectivos adversativos ou conclusivos aparecerem no fluxo do texto e não estiverem deslocados, a vírgula deve ser colocada apenas antes. O governo deveria investir no ensino de finanças, mas isso não acontece. A situação não é combatida pelas competências estatais, então permanece em vigor na sociedade. Cuidado: caso haja, na sequência, um termo que precisa ser isolado, a vírgula é utilizada. O governo deveria investir no ensino de finanças, mas, devido ao comportamento negligente, isso não acontece. A situação não é combatida pelas competências estatais, então, dado que não há uma medida que a atenue, ela permanece em vigor na sociedade. Para que você não confunda, veja exemplos em que esses conectivos estão deslocados e precisam ser isolados por vírgulas. Depreende-se, dessa forma, a necessidade de atenuar os desafios da alfabetização no Brasil. Essa realidade, contudo, não é vista na sociedade brasileira. Desvios gramaticaisDesvios gramaticais Gramática aplicada Use vírgula antes de "e" quando o sujeito mudar O MEC não introduz disciplinas voltadas à educação ambiental, e as pessoas continuam negligentes com o meio ambiente. No exemplo acima, a vírgula foi usada para marcar a troca de sujeitos (MEC e pessoas). Observação importante: Esse caso de vírgula não é avaliado pelo Enem. Assim, no contexto da redação desse exame, torna-se opcional usar vírgula para separar orações com sujeitos distintos. Use vírgula antes de "e" quando existirem sentidos opostos As escolas não focam em conteúdos que tratem da multiplicidade de saberes, e sim em uma metodologia ultrapassada. As escolas não focam em uma metodologia ultrapassada, e não em conteúdos que tratem da multiplicidade de saberes. Use vírgula em orações explicativas e não use em orações restritivas A família, que tem papel importante na formação das crianças, mostra-se negligente. A família que participa da formação das crianças é uma aliada da escola. Observação importante: A partir de 2021, o Enem não faz mais distinção entre orações adjetivas explicativas e restritivas, dado que - no contexto de avaliação - torna-se difícil identificar se a intenção do participante foi passar a ideia de uma restrição ou de uma explicação. Por isso, você não será penalizado quanto ao emprego da vírgula nesse sentido. Desvios gramaticaisDesvios gramaticais Gramática aplicada Use vírgula para isolar orações subordinadas adverbiais Embora seja obrigação do Estado garantir o bem-estar social, essa instituição social se mantém inerte. (oração concessiva) Principais conjunções: embora, por mais que, ainda que, mesmo que, apesar de que. Assim, enquanto essa situação estiver presente na sociedade, a conjuntura de pobreza seguirá afetando o corpo social brasileiro. (oração condicional) Principais conjunções: se, caso, contanto que, desde que, sem que. À medida que o Estado se mantém inoperante, o problema é agravado. (oração proporcional) Principais conjunções: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais, quanto menos. Djamila Ribeiro defende que, para pensar soluções para uma realidade, deve-se tirá-la, antes de tudo, da invisibilidade. (oração final) Principais conjunções: para, a fim de que, com o fito de que. De acordo com a Constituição Federal, todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (oração conformativa). Principais conjunções: segundo, conforme, como, consoante, de acordo. A família, assim como a escola, tem um papel fundamental na formação dos indivíduos. (oração comparativa) Principais conjunções: como, assim como, tal como, tanto quanto. O Estado pode ser visto como uma instituição zumbi, pois deixou de exercer a sua função social. (oração causal) Principais conjunções: pois, porque, visto que, uma vez que, já que. Desvios gramaticaisDesvios gramaticais Gramática aplicada Assim que a escola passar a estimular a criticidade dos estudantes, a consciência ambiental se fará presente na sociedade brasileira. (oração temporal) Principais conjunções: enquanto, quando, desde que, logo que. Ela estudou tanto, que tirou mil. (oração consecutiva) O governo mostra-se omisso, de modo a ocasionar a queda dos índices educacionais. (oração consecutiva) Conjunção empregada: que junto a "tanto", a "tal", etc. Locuções conjuntivas empregadas: de modo que, de maneira que, de forma que, de sorte que. O governo mostra-se omisso, ocasionando a queda dos índices educacionais. (oração consecutiva) Por não ter conhecimento acerca da Lei de Acesso à Informação, parte da sociedade brasileira segue alienada no que tange aos gastos públicos. (oração causal) Mesmo sabendo das necessidades da população carente, o governo, muitas vezes, não destina recursos às áreas que mais precisam de suporte. (oração concessiva) Vivendo em uma situação precária por anos, a personagem da obra ilustra a realidade de muitos cidadãos brasileiros. (oração temporal - pode ser substituída por "Quando vive em uma situação precária por anos). As orações subordinadas adverbiais podem, também, aparecer na forma reduzida, com o verbo no infinitivo, no gerúndio ou no particípio. Nesse caso, elas não são acompanhadas por uma conjunção. Por isso, não esqueça das vírgulas ao se deparar com uma situação como essa. Veja alguns exemplos: Desvios gramaticaisDesvios gramaticais Gramática aplicada Travessão Fora do contexto da redação do Enem, que exige a escrita de um texto dissertativo-argumentativo, o travessão é usado para marcar a mudança de fala do interlocutor. No entanto, na redação, você pode usar esse sinal de pontuação no lugar da vírgula, para fazer isolamentos. Veja o exemplo: O Ministério da Educação - responsável pelo ensino do povo brasileiro - deve alterar a Base Nacional Comum Curricular. Um erro que muitos estudantes cometem ocorre ao usar travessões junto a vírgulas. Vamos entender mediante exemplos: O Ministério da Educação, por meio dasescolas - responsáveis pela formação estudantil - deve alterar a Base Nacional Comum Curricular. Há uma ausência de vírgula no exemplo acima. Note que os travessões estão isolando o aposto referente a "escolas". Porém, faltou uma vírgula para isolar o trecho deslocado "por meio das escolas". A frase, ao ser reescrita, ficaria assim: O Ministério da Educação, por meio das escolas - responsáveis pela formação estudantil -, deve alterar a Base Nacional Comum Curricular. Ainda nesse contexto, um outro erro comum é separar sujeito de verbo ao fazer uso de travessões. Veja: O Ministério da Educação - responsável pela formação estudantil -, deve alterar a Base Nacional Comum Curricular. No exemplo acima, a vírgula é desnecessária, pois os travessões já estão isolando o aposto. O correto, pois, seria: O Ministério da Educação - responsável pela formação estudantil - deve alterar a Base Nacional Comum Curricular. Desvios gramaticaisDesvios gramaticais Gramática aplicada Ponto e vírgula O uso de ponto e vírgula chega a ser raro na redação do Enem, pois - geralmente - é possível substituir seu uso por uma outra construção que use vírgula ou ponto. É recomendável fazer uso de ponto e vírgula quando, na construção sintática, já existem vírgulas. Veja um exemplo: No exemplo acima, existe a explicação acerca das orações adjetivas. Cada tipo de oração foi apresentado por meio de orações condicionais. Por isso, para não haver uma confusão quanto às vírgulas das orações condicionais unidas, usou-se ponto e vírgula. Observação: caso você não tenha certeza se a construção feita por você está adequada, reformule-a. Sempre é possível reescrever a frase a partir do uso de vírgulas e pontos. As orações adjetivas podem ser divididas em duas: caso façam uma explicação, são chamadas de orações explicativas; se forem responsáveis por fazer uma restrição, são denominadas restritivas. Dois-pontos O sinal de dois-pontos serve para anunciar exemplos, explicações, enumerações e justificativas. Vamos entender por meio de exemplos: Assim, cabe analisar as causas do problema: o método de ensino ultrapassado e a omissão estatal. Logo, faz-se preciso superar um dos principais problemas da atualidade: a falta de educação financeira. Essa situação de desigualdade ocasiona um quadro deprimente: enquanto uns desfrutam de diversos aparatos tecnológicos, outros sequer conhecem as benesses possibilitadas pelos meios digitais. Desvios gramaticaisDesvios gramaticais Gramática aplicada Aspas Na redação do Enem, as aspas são utilizadas para marcar citações diretas e para indicar nomes de filmes, séries, livros e outras áreas do conhecimento. Conforme George Orwell, "todos são iguais, mas alguns são mais iguais que outros". "Não são as crises que mudam o mundo, e sim a nossa reação a elas." Essa frase, de Zygmunt Bauman, evidencia a possibilidade de, a partir de métodos eficazes, superar os impasses sociais. Na série televisiva "Black Mirror", as diversas facetas da tecnologia são evidenciadas. No livro "A revolução dos bichos", é retratada a revolta dos animais de uma fazenda localizada na Inglaterra. Observação: o Enem considera desvio quando o participante abre aspas e não as fecha. Outras funções, como enfatizar termos e empregar uma palavra fora de seu uso habitual, não são avaliadas pelo exame. Extra O Enem não considera desvio a presença de pontuação em início de parágrafo ou linha (Exemplo: . Na sociedade brasileira, [...]), nem a ausência de ponto ao encerrar um parágrafo. Caso o participante apresente uma frase interrogativa, o uso do ponto de interrogação é obrigatório (Exemplo: Por que ainda não existe consciência ambiental entre os brasileiros?). Desvios gramaticaisDesvios gramaticais Gramática aplicada Ausência de artigo Paralelismo sintáticoParalelismo sintático Nesse exemplo, o primeiro item da enumeração foi introduzido pelo artigo "o", mas o segundo não foi precedido por um artigo, o que configura um problema de paralelismo. Veja a construção correta: Urge analisar as principais causas do problema: a negligência escolar e descaso do poder público. Paralelismo pode ser compreendido como a repetição de uma mesma estrutura sintática a fim de encadear orações de valores sintáticos semelhantes. Iremos analisar, agora, os desvios de paralelismo mais comuns na redação do Enem. Urge analisar as principais causas do problema: a negligência escolar e o descaso do poder público. Vejamos outros exemplos: A tecnologia e educação precisam estar conectadas. A tecnologia e a educação precisam estar conectadas. O governo e escolas devem atuar juntos. O governo e as escolas devem atuar juntos. Desvios gramaticaisDesvios gramaticais Gramática aplicada Ausência de preposição + artigo Nesse exemplo, o primeiro item da enumeração foi introduzido pela preposição "de" + artigo "a" (da), mas o segundo não foi, de modo a resultar em um problema de paralelismo. O correto seria: Isso acontece em virtude da negligência escolar e a displicência do poder público. Essa situação adversa ocorre devido à desigualdade social e o comportamento individualista do corpo civil. Isso acontece em virtude da negligência escolar e da displicência do poder público. Vamos ver outro exemplo: Atenção A partir de 2021, o Enem considera a ausência de preposição "de" um desvio de paralelismo apenas quando ela se encontra acompanhada de um artigo (de+a=da, de+o=do, de+as=das, de+os=dos), exemplos apresentados anteriormente. Quando ela estiver sozinha, não há desvio. Entenda: Isso deve ser feito por meio de palestras e de campanhas. Isso deve ser feito por meio de palestras e campanhas. Como não há artigo acompanhando a preposição "de", ambas as construções estão corretas. Veja outro exemplo: Essa ação tem a finalidade de atenuar o problema e de ajudar a população. Essa ação tem a finalidade de atenuar o problema e ajudar a população. Nesse caso, o participante esqueceu de repetir a preposição "a" em "ao comportamento", o que configura um erro de paralelismo. 3ª (plural) Desvios gramaticaisDesvios gramaticais Gramática aplicada Emprego de pronomesEmprego de pronomes No Enem, alguns casos de emprego de pronomes são avaliados na avaliação da Competência 1, sobretudo no que tange aos pronomes oblíquos átonos. Aqui, analisaremos essa situação. Antes de mais nada, é importante conhecer a seguinte tabela: Pessoa Pronomes oblíquos átonos 1ª (singular) 2ª (singular) 3ª (singular) 1ª (plural) 2ª (plural) me te se, o, a, lhe, nos vos se, os, as, lhe Além disso, é importante saber a função sintática dos pronomes presentes na tabela acima: Objeto direto: me, te, se, o, a, nos, vos, os, as Objeto indireto: me, te, se, lhe, nos, vos, lhes Com isso, é possível analisar um erro de emprego de pronomes muito comum, que é o uso de pronomes que funcionam como objeto direto no lugar dos que funcionam como objeto indireto (ou vice-versa). Entreguei-o o documento. Entreguei-lhe o documento. "Entregar" exige objeto indireto, então o correto é usar "lhe". Desvios gramaticaisDesvios gramaticais Gramática aplicada Isso o dá uma falsa sensação de liberdade. Isso lhe dá uma falsa sensação de liberdade. Nesse exemplo, existe um erro de emprego de pronomes, pois "dar" exige dois complementos: um direto e um indireto. O complemento direto é "uma falsa sensação de liberdade". O complemento indireto deveria ser o pronome "lhe". Para entender, basta fazer a pergunta ao verbo: "dar a falsa sensação de liberdade a quem?". Como resposta, temos "a alguém". Logo, o correto seria usar "lhe", e não "o", pois - como vimos na tabela da página anterior - "lhe" tem a função sintática de objeto indireto. Colocação pronominal: os 3 cavaleiros do apocalipse Próclise1. Nesse caso de colocação pronominal, o pronome deve ficar antes do verbo. Vejamos os casos que pedem próclise: 1 Expressões negativas (não, nunca, ninguém...)1. No entanto, não observa-se o mesmo cenário no Brasil. No entanto, não se observa o mesmocenário no Brasil. 2 Advérbios (apenas, também, somente, aqui, agora...)1. Além disso, também faz-se necessária a análise da negligência estatal. Além disso, também se faz necessária a análise da negligência estatal. Outro aspecto que demanda atenção diz respeito à colocação do pronome em 3 posições: antes (próclise), depois (ênclise) ou no meio do verbo (mesóclise). Esse é um assunto que assusta muitas pessoas! Vamos entendê-lo com base em exemplos aplicados. Desvios gramaticaisDesvios gramaticais Gramática aplicada 3 Pronomes relativos (que, quem, qual, cujo, onde, quando)1. No entanto, quando observa-se a realidade brasileira, percebe-se o oposto da situação apresentada na obra cinematográfica. No entanto, quando se observa a realidade brasileira, percebe-se o oposto da situação apresentada na obra cinematográfica. 4 Pronomes indefinidos (todos, alguém, qualquer, pouco, vários...)1. Na narrativa, todos alegraram-se com a festa. Na narrativa, todos se alegraram com a festa. 5 Pronomes demonstrativos (isso, aquilo, essa, esta, esse, este...)1. Isso mostra-se prejudicial ao meio ambiente. Isso se mostra prejudicial ao meio ambiente. 6 Conjunções subordinativas e coordenativas (como, porque, mas...)1. Embora faça-se presente no papel, esse direito não é assegurado na prática. Embora se faça presente no papel, esse direito não é assegurado na prática. 7 Preposição "em" seguida de verbo no gerúndio1. Em tratando-se da evasão escolar, a metodologia ultrapassada das escolas desmotiva muitos alunos. Em se tratando da evasão escolar, a metodologia ultrapassada das escolas desmotiva muitos alunos. Desvios gramaticaisDesvios gramaticais Gramática aplicada 2. Ênclise Nesse caso de colocação pronominal, o pronome deve ficar depois do verbo. Vamos entender os casos de ênclise mediante exemplos: 2.1 Verbos que iniciam a oração Se faz necessária, portanto, uma intervenção. Faz-se necessária, portanto, uma intervenção. 2.2 Verbos posicionados após uma vírgula Contudo, se percebe que o problema ainda persiste. Contudo, percebe-se que o problema ainda persiste. 2.3 Verbos no gerúndio O Estado não busca resolver o problema, se mantendo inerte diante da situação. O Estado não busca resolver o problema, mantendo-se inerte diante da situação. 3. Mesóclise Nesse caso de colocação pronominal, o pronome deve ficar no meio do verbo. Na redação, é comum o uso da mesóclise no fechamento da conclusão. Vejamos os dois casos em que se usa mesóclise. 3.1 Verbo flexionado no futuro do presente Assim, poder-se-á observar uma sociedade mais justa e igualitária. Enquanto essa situação não for solucionada, manter-se-á em vigor o panorama de desigualdade de acesso à internet no Brasil. 3.2 Verbo flexionado no futuro do pretérito A partir dessas ações, o artigo cumprir-se-ia na prática. Assim, observar-se-ia uma sociedade mais justa e igualitária. Primeiro passo: analise o termo que antecede o "a" e o termo que o sucede; Segundo passo: analise se o termo que antecede "a" pede "a algo" ou "a alguém". Terceiro passo: analise se o termo que sucede "a" é uma palavra feminina. Desvios gramaticaisDesvios gramaticais Gramática aplicada CraseCrase Chamamos de crase a fusão do artigo a com a preposição a, o que resulta no a craseado (à), marcado pelo acento grave. Regra geral Exemplo 1 Observa-se uma negligência em relação a educação financeira. em relação "a algo" Observa-se uma negligência em relação a a educação financeira. Observa-se uma negligência em relação à educação financeira. O Estado deve oferecer melhores condições de vida a sociedade. oferecer algo a alguém O Estado deve oferecer melhores condições de vida a a sociedade. O Estado deve oferecer melhores condições de vida à sociedade. Exemplo 2 Desvios gramaticaisDesvios gramaticais Gramática aplicada Regra prática Haverá crase antes de palavras femininas quando, ao substituirmos a palavra feminina por uma masculina, obtermos "ao". "Fui a padaria" ou "Fui à padaria"? Substitua por uma palavra masculina: Fui ao clube. Logo, há crase em "Fui à padaria". "Acesso a cultura" ou "Acesso à cultura"? Substitua por uma palavra masculina: Acesso ao cinema. Por isso, há crase: "Acesso à cultura". Principais casos obrigatórios de crase Antes de palavras femininas (expressas ou implícitas) que exijam preposição Exemplo 1 (palavra expressa): "O Estado se mostra omisso frente à situação". Exemplo 2 (palavra implícita): "Feito isso, a seriedade da política brasileira poderá ser semelhante à da ateniense". Aqui, a palavra "serenidade" está implicitamente localizada antes de "da". Em locuções adverbiais, prepositivas ou conjuntivas formadas por palavras femininas. Adverbiais: às pressas, às cegas, à tarde, à noite, etc. Prepositivas: à vista de, à beira de, etc. Conjuntivas: à medida que, à proporção que, etc. Desvios gramaticaisDesvios gramaticais Gramática aplicada Nos pronomes demonstrativos aqueles(s), aquela(as) e aquilo, desde que eles estejam complementando um verbo ou um nome que exija preposição. Exemplo 1: "De maneira análoga àquela época". Exemplo 2: "Ele foi àquele bar ontem". Exemplo 3: "Responda àquilo que ela perguntou". Na expressão "a distância", quando especificada. Exemplo: "A escola está à distância de 5 metros daqui". (Note que a distância foi especificada - "5 metros"). Antes da palavra "casa", quando determinada por um modificador. Exemplo: Fomos à casa de João. (Observe que há uma determinação - "de João"). Antes dos pronomes que, qual e quais em que se exige preposição. Exemplo: A instituição à qual o autor se refere é a escola. Antes de numerais que indicam horas Exemplo 1: A aula de argumentação será às oito horas. Exemplo 2: O encontro acontecerá às 19h. Desvios gramaticaisDesvios gramaticais Gramática aplicada Antes de localizações que admitem o artigo a. Dica: "Se vou a e volto da, crase há! Se vou a e volto de, crase xí!" (não se usa). Exemplo 1: Vamos à Bahia (Vou à Bahia e Volto da Bahia - crase há!). Exemplo 2: Fomos a Portugal (Vou a Portugal e Volto de Portugal - crase xí - não se usa). Casos em que não se usa crase Antes de substantivos masculinos. Exemplo 1: No filme, eles viajaram à cavalo. / No filme, eles viajaram a cavalo. Exemplo 2: Isso ficou à cargo do governo. / Isso ficou a cargo do governo. Em expressões que significam "à maneira de", "à moda de". Exemplo 1: A menina cortou o cabelo à francesa (à maneira/moda francesa). Exemplo 2: Ele pediu arroz à grega (à maneira/moda grega). Antes de verbos. Exemplo: A escola se propôs à ensinar finanças. / A escola se propôs a ensinar finanças. Desvios gramaticaisDesvios gramaticais Gramática aplicada Quando o artigo estiver no singular antes de palavras no plural. Exemplo 1: Isso se refere à pessoas desempregadas. / Isso se refere a pessoas desempregadas. Exemplo 2: Isso se refere às pessoas desempregadas. Caso o termo seja especificado por meio do artigo "as", ocorre crase: Antes de pronomes indefinidos (uma, alguma, certa, toda, nenhuma, etc.). Exemplo 1: Isso está relacionado a uma pessoa qualquer. / Isso está relacionado a uma pessoa qualquer. Exemplo 2: Isso remete à qualquer assunto de redação. / Isso remete a qualquer assunto de redação. Exceção: a crase é usada antes de "outra(s)": "Isso foi entregue às outras escolas". Antes de pronomes pessoais (ela, ele, você, etc.). Exemplo 1: Não direi nada à você. / Não direi nada a você. Exemplo 2: Ele pediu comida à ela. / Ele pediu comida a ela. Desvios gramaticaisDesvios gramaticais Gramática aplicada Antes de pronomes demonstrativos. Exemplo 1: A pesquisa levou à essa conclusão. / A pesquisa levou a essa conclusão. Exemplo 2: A problemática está relacionada à esse cenário conflituoso no núcleo familiar. / A problemática está relacionada a esse cenário conflituoso no núcleo familiar. Antes de pronomes relativos. Exemplo: A população é o público a quem o governo deve explicações. Na expressão "a distancia", quandonão especificada. Exemplo: Educação a Distância. Em palavras repetidas. Exemplo 1: dia à dia / dia a dia Exemplo 2: ponta à ponta / ponta a ponta Exemplo 3: frente à frente / frente a frente Desvios gramaticaisDesvios gramaticais Gramática aplicada Principais casos facultativos Após a preposição "até". Exemplo 1: A aula será até as 20h. / A aula será até às 20h. Exemplo 2: Vou até a rua das Próclises. / Vou até à rua das Próclises. Antes de nomes próprios femininos. Exemplo 1: Ele dirigiu a palavra a Hannah. / Ele dirigiu a palavra à Hannah. Exemplo 2: Obedeça a Ana! / Obedeça à Ana! Antes de pronome feminino possessivo singular. Exemplo 1: Isso se opõe a sua teoria. / Isso se opõe à sua teoria Exemplo 2: Venha a minha escola! / Venha à minha escola! Antes de casa, quando não houver especificação. Exemplo 1: Cheguei a casa. Exemplo 2: Vou a casa estudar. Desvios de escolha de registroDesvios de escolha de registro Gramática aplicada Você lembra qual é a orientação dada logo após os textos motivadores? Vamos relembrar com base no tema do Enem 2020: Assim como está descrito nas próprias orientações, a redação do Enem exige a adequação do vocabulário ao registro formal da língua, o que pressupõe a ausência de marcas de oralidade e de coloquialidade. Esse é um tópico bem fácil de ser compreendido. Vejamos, agora, alguns casos de desvio de escolha de registro, como reduções ("pra" no lugar de "para") e uso de diminutivos e aumentativos ("pouquinho", "muitão", etc.). A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema "O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira", apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Essa ação deve ser feita pra (para) atenuar a estigmatização das doenças mentais. A educação financeira tá (está) precária no Brasil. Essa situação tem a ver com a (está associada à) negligência governamental. Os discentes não tão (estão) tendo uma formação educacional voltada ao pensamento crítico. Essa situação causa um monte de (muitos) problemas sociais. Isso afeta um pouquinho a vida das pessoas. Isso afeta muitão a vida das pessoas. Desvios de escolha vocabularDesvios de escolha vocabular Gramática aplicada Nesse aspecto, o Enem irá avaliar a escolha imprecisa de vocábulos com base no contexto em que eles foram usados. Geralmente, esses erros são ocasionados em virtude da escrita semelhante de algumas palavras. Vamos entender mediante exemplos: Portanto, cabe ao Ministério das Invocações (Inovações) [...] É preciso, portanto, acentuar (atenuar) o problema na sociedade brasileira. As escolhas dos usuários são feitas pelos logaritmos (algoritmos). A burocracia (democracia) ateniense se baseava em três princípios: isegoria, isonomia e isocracia. Além disso, criar substantivos a partir de verbos também é um desvio. É preciso o registramento das pessoas desaparecidas / É preciso registrar as pessoas desaparecidas. Outras criações também são consideradas desvios: Emboramente existam leis, essas não são aplicadas. / Embora existam leis, essas não são aplicadas. Estrutura sintáticaEstrutura sintática Gramática aplicada Avaliação Truncamento de períodos Justaposição de orações e/ou períodos Excesso, duplicação ou ausência de palavras Antes de entendermos cada falha acima, é preciso que você saiba duas coisas importantes: Uma estrutura sintática excelente, que é a esperada no nível máximo da Competência 1, admite uma única falha. Estruturas sintáticas de excelência são caracterizadas pela complexidade na construção dos períodos, com orações intercaladas, subordinações e até mesmo inversões, que revelam bom domínio da escrita em relação à organização no interior dos períodos. Desse modo, textos formados por períodos construídos de forma simplória não alcançarão a nota máxima na Competência 1, mesmo que não apresentem desvios. Com relação à estrutura sintática, o Enem irá observar de que forma você constrói as orações e os períodos de seu texto, verificando se eles estão completos e se contribuem para a fluidez da leitura. No processo de avaliação, o corretor irá averiguar a existência das seguintes falhas de estrutura sintática: quando se separam orações principais de subordinadas; Estrutura sintáticaEstrutura sintática Gramática aplicada Truncamento de períodosTruncamento de períodos quando duas orações coordenadas são separadas; quando simplesmente se isolam em períodos diferentes partes de uma oração que deveriam constituir um único período. Exemplo 1Exemplo 1 Na redação acima, observa-se que a oração subordinada iniciada em "Para que" encontra-se isolada, constituindo um período que foi separado da oração principal. O correto, portanto, seria substituir o ponto por vírgula. O truncamento de períodos é um problema sintático que está relacionado à fragmentação de um raciocínio, de maneira a separar, por ponto, duas ideias que deveriam ser separadas por vírgula. O truncamento de períodos pode ocorrer de três formas: No caso acima, a oração final iniciada em "com intuito" aparece separada da oração principal, o que configura um truncamento de períodos. Nesse caso, a oração subordinada iniciada por gerúndio "Contribuindo [...]" foi separada da oração principal. Para resolver essa falha, bastava substituir o ponto por vírgula. Nesse exemplo, a oração subordinada iniciada pela locução subordinativa "visto que" foi separada da oração principal, gerando um período truncado. Estrutura sintáticaEstrutura sintática Gramática aplicada Exemplo 2Exemplo 2 Exemplo 3Exemplo 3 Exemplo 4Exemplo 4 Nesse caso, observa-se a união forçada ente um raciocínio e a oração conformativa iniciada em "segundo". O problema seria resolvido se um novo período fosse criado. No exemplo acima, observa-se que o participante inicia, após a vírgula, a conclusão de um raciocínio, o que seria feito com mais propriedade mediante a construção de um novo período. Estrutura sintáticaEstrutura sintática Gramática aplicada Justaposição de períodosJustaposição de períodos Exemplo 1Exemplo 1 Exemplo 2Exemplo 2 A justaposição de períodos é um problema sintático que está relacionado à junção equivocada de raciocínios diferentes. Essa falha de estrutura sintática é caracterizada, basicamente, por períodos e/ou orações que deveriam constituir períodos independentes, mas foram justapostos, de modo a formar períodos únicos. Nessa redação, observa-se a união, em um mesmo período, de duas ideias independentes. O termo "tais" retoma um raciocínio apresentado anteriormente e, desse modo, deveria ser precedido por ponto. De maneira semelhante ao exemplo anterior, tem-se o termo "isso", que deveria estar posicionado após um ponto, localizado após uma vírgula, de modo a configurar uma justaposição. Estrutura sintáticaEstrutura sintática Gramática aplicada Exemplo 3Exemplo 3 Exemplo 4Exemplo 4 Exemplo 5Exemplo 5 Ao utilizar o elemento coesivo "nessa lógica" após a vírgula, o participante faz com que ocorra uma justaposição de orações, pois o sentido de continuidade seria dado com mais propriedade pelo posicionamento de "nessa lógica" após um ponto. No fragmento acima, observamos a repetição do artigo "a" em "pela a automedicação", o que é uma falha de estrutura sintática. Isso, porque o artigo já está incluso na contração "pela" (preposição "por" + artigo "a"). Refere-se ao excesso de elementos sintáticos não relacionado a problemas de regência ou de paralelismo. Observa-se, em "cuja a", um excesso de elementos sintáticos, pois "cuja" já engloba "a". Estrutura sintáticaEstrutura sintática Excesso de palavrasExcesso de palavras Gramática aplicada Exemplo 1Exemplo 1 Exemplo 2Exemplo 2 Exemplo 3Exemplo 3 Observa-se,