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GESTÃO DE OBRA AULA 4 Profª Fernanda dos Santos Gentil 2 CONVERSA INICIAL Planejamento e controle de obras Nesta aula, serão trabalhados de forma mais aprofundada os assuntos relacionados com a duração das atividades em que serão abordados o conceito de duração, algumas regras práticas, fatores que afetam a duração e estimativa paramétrica. Dentro do tema precedência será explicado sobre as atividades predecessoras e sucessoras, quadro de sequenciação, dependência mandatória, preferencial e outros tipos de dependência. Dentro do assunto diagrama de rede, será aprofundado sobre o método das flechas e dos blocos. Será apresentado como identificar o caminho crítico, tanto pelo método das flechas, quanto pelo método dos blocos e como são determinadas as folgas entre as atividades. TEMA 1 – DURAÇÃO DAS ATIVIDADES É de responsabilidade do planejador determinar a duração das atividades previstas no planejamento. Diante da relevância na determinação das durações das atividades, reforça-se a importância de se ter uma estrutura analítica do projeto (EAP), dessa forma, é possível definir os limites de cada atividade, e o planejador passa a ter mais facilidade ao atribuir a duração. De acordo com Mattos (2019), duração é a quantidade de tempo necessária para a realização de uma determinada atividade. Dentro do planejamento, a duração normalmente é estabelecida em dias em que efetivamente o colaborador trabalha. A confiança adquirida por um planejamento está baseada em dois critérios que são duração e lógica das atividades. Tais critérios são importantes para a geração de produtos, como prazo total do projeto; datas iniciais e finais de cada atividade; verificação das atividades que obrigatoriamente precisam ser iniciadas na data estipulada para não causar atrasos no desenvolvimento do projeto; folgas das atividades não críticas, entre outros (Mattos, 2019). Ao se falar em duração das atividades, é importante considerar algumas regras, como estimar a duração de cada atividade de forma independente das demais; outra questão a se considerar é calcular a duração das atividades, tendo 3 por base a jornada normal do dia e considerar a duração como a quantidade de períodos trabalhados. Também se recomenda elaborar a rede com as devidas durações calculadas de forma individual e, só depois, analisar se a duração total está congruente ou se, de fato, o planejador precisa realizar alguns ajustes. O planejador precisa estar atento para alguns fatores que afetam a duração das atividades, as quais acabam acarretando prejuízos para o andamento do projeto. Por exemplo, se a equipe de trabalho não apresentar experiência adequada, menor será a facilidade em executar a atividade, dessa forma, maior será o tempo necessário para realizar tal atividade. Outro item é identificar se os colaboradores apresentam conhecimento sobre a atividade que será realizada, pois trabalhos especiais e novos requerem maior tempo para o trabalhador se familiarizar com o serviço, assim, a duração estabelecida para tal atividade passa a ser comprometida, podendo prejudicar a duração total do projeto. E uma outra questão que Mattos (2019) recomenda é planejar um apoio logístico adequado, pois a duração de uma determinada atividade pode ser otimizada com um suporte satisfatório, ou seja, que atenda todas as demandas necessárias para o andamento correto dentro do prazo estabelecido. Como apresentado em aulas anteriores, é de extrema importância a realização da estrutura analítica do projeto, da mesma forma, constatou-se a relevância no planejamento de obra de levantar o orçamento a partir da composição de custo unitário, pois são fontes com elementos que contribuirão com a determinação da duração das atividades. Diante disso, é necessário relembrar alguns conceitos, como índice e produtividade. O primeiro se refere a “incidência de cada insumo na execução de uma unidade do serviço” (Mattos, 2019). Já a produtividade é o inverso do índice, dessa forma, é caracterizada pela “quantidade de unidades de trabalho produzida em um intervalo de tempo especificado” (Mattos, 2019). O profissional responsável por realizar o planejamento pode utilizar de dois raciocínios nesta etapa do planejamento, ou seja, ele pode definir a equipe e depois calcular a duração da atividade ou o planejador fixa, de antemão, a duração e, apenas depois, calcula a equipe necessária para a realização do serviço. Desta forma, o cálculo da duração das atividades em função da equipe é dado pelas seguintes fórmulas: • Quando fornecido o índice: 4 𝐷𝑢𝑟𝑎çã𝑜 = 𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑥 í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑐𝑢𝑟𝑠𝑜𝑠 𝑥 𝑗𝑜𝑟𝑛𝑎𝑑𝑎 • Quando fornecida a produtividade: 𝐷𝑢𝑟𝑎çã𝑜 = 𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑥 𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑐𝑢𝑟𝑠𝑜𝑠 𝑥 𝑗𝑜𝑟𝑛𝑎𝑑𝑎 Já o cálculo da equipe em função da duração é dado pelas seguintes fórmulas: • Quando fornecido o índice: 𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑐𝑢𝑟𝑠𝑜𝑠 = 𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑥 í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝐷𝑢𝑟𝑎çã𝑜 𝑥 𝑗𝑜𝑟𝑛𝑎𝑑𝑎 • Quando fornecida a produtividade: 𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑐𝑢𝑟𝑠𝑜𝑠 = 𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑥 𝑑𝑢𝑟𝑎çã𝑜 𝑥 𝑗𝑜𝑟𝑛𝑎𝑑𝑎 Os recursos mencionados nas fórmulas anteriores se referem aos trabalhadores. Segundo Mattos (2019), a forma mais comum de se utilizar entre os cálculos, apresentados anteriormente, pelos profissionais de planejamento é primeiramente fixar a duração das atividades e, apenas depois, calcular a quantidade de colaborador (equipe) que precisará para a realização do serviço. Para organizar todos os elementos levantados, recomenda-se elaborar um quadro, conhecido como quadro duração-recursos, em que os dados de entrada são informações coletadas do orçamento da obra, por exemplo, quantitativo, equipe básica e índice de equipe. Dentro desse quadro, há uma coluna que se refere à duração adotada, em dias, para a realização de uma determinada atividade. Como resultado, nos dados de saída, constam a quantidade de recursos necessária para a realização do serviço. Essa explicação pode ser visualizada no Quadro 1. 5 Quadro 1 – Quadro duração-recursos com enfoque no índice da equipe Fonte: elaborado com base em Mattos, 2019. Existe uma outra forma de elaborar o quadro duração-recursos com enfoque em cada recurso de forma individual. Esse formato alternativo é apresentado no Quadro 2. Quadro 2 – Quadro duração-recursos com enfoque nos recursos ATIVIDADE U N ID A D E Q U A N TI D A D E RECURSO ÍNDICE DO RECURSO JORNADA (H/DIA) DIAS DURAÇÃO ADOTADA (DIAS) QUANTIDADE DE RECURSOS Fonte: elaborado com base em Mattos, 2019. Existem alguns bancos de dados em que constam algumas referências de índices, produtividades, produção por dia e a quantidade de equipe básica com o objetivo de auxiliar o planejador no dimensionamento das durações das atividades. Para exemplificar, considere a Tabela 1 com alguns valores referente ao serviço de Armação. Tabela 1 – Serviço de Armação ARMAÇÃO SERVIÇO ÍNDICE PRODUTIVIDADE PRODUÇÃO DIA (8H) EQUIPE BÁSICA Armação em geral 0,07 h/kg 15,00 kg/h 120,00 kg/dia 1F + 1A Aço CA-50 0,08 h/kg 12,50 kg/h 100,00 kg/dia 1F + 1A DADOS DE ENTRADA DADOS DE SAÍDA A T IV ID A D E U N ID A D E Q U A N T ID A D E EQUIPE BÁSICA ÍNDICE DA EQUIPE J O R N A D A ( H /D IA ) DIAS DA EQUIPE BÁSICA DURAÇÃO ADOTADA (DIAS) Q U A N T ID A D E D E E Q U IP E S RECURSOS P E D R E IR O C A R P IN T E IR O A R M A D O R A J U D A N T E S E R V E N T E P E D R E IR O C A R P IN T E IR O A R M A D O R A J UD A N T E S E R V E N T E 6 Aço CA-25 0,08 h/kg 12,50 kg/h 100,00 kg/dia 1F + 1A Inserts 6,00 h/kg 0,17 kg/h 1,33 kg/dia Chumbadores 0,30 h/kg 3,33 kg/h 26,67 kg/dia Malhas Metálicas 0,30 h/kg 3,33 kg/h 26,67 kg/dia Pré-moldados em geral 6,06 h/m³ 0,17 m³/h 1,32 m³/dia Esmerilhamento de concreto 2,15 h/m² 0,47 m²/h 3,72 m²/dia Levantamento de pré-moldado 1,14 h/um 0,88 um/h 7,00 um/dia Fonte: elaborado com base em Mattos, 2019. Salienta-se que, na equipe básica da Tabela 1, a letra “F” se refere ao profissional ferreiro e a letra “A” ao ajudante. Assim como existe banco de dados para o serviço de Armação, também constam referências para todas as atividades realizadas em obra. TEMA 2 – PRECEDÊNCIA A identificação da precedência é de extrema importância para a determinação da sequência lógica das atividades do projeto. A partir desse processo, o planejador consegue definir de forma mais aceitável e executável todos os serviços da obra. Na elaboração do planejamento, recomenda-se identificar as atividades cuja conclusão deve necessariamente acontecer para que o serviço em questão possa ser iniciado. É interessante compreender que nem toda atividade apresenta predecessora, por exemplo, os serviços iniciais de um projeto que começam a partir do instante zero não dependem de uma ocorrência anterior para serem colocados em práticas. Dentro dessa mesma ideia, há atividades que não têm sucessora, por exemplo, os serviços finais do projeto os quais não apresentam nada a ser executado posteriormente (Mattos, 2019). Com a finalidade de facilitar a elaboração do planejamento, os profissionais realizam um quadro de sequenciação, conforme pode ser visualizado no Quadro 3. Quadro 3 – Quadro de sequenciação QUADRO DE SEQUENCIAÇÃO CÓDIGO ATIVIDADE PREDECESSORAS A Locação da Fundação - B Escavação da fundação A 7 C Montagem das fôrmas B D Obtenção do aço - E Preparação da armação D F Colocação da armação C, E G Mobilização da betoneira - H Concretagem F, G Fonte: elaborado com base em Mattos, 2019. A interpretação do Quadro 1 acontece da seguinte maneira: a obra tem início com a locação da fundação, podendo também já providenciarem a obtenção do aço e a mobilização da betoneira. Com a locação da estrutura realizada, é necessário entrar com o serviço de escavação do terreno. Em seguida, montam-se as fôrmas no local. A etapa da preparação da armação irá acontecer a partir da aquisição do aço. A colocação da armação no interior das fôrmas só acontecerá se estas foram montadas e as barras foram preparadas. O serviço de concretagem para ser executado necessita da colocação da armação nas fôrmas e que a betoneira esteja instalada. A identificação de atividades predecessoras e sucessoras está relacionada com a dependência destas. Tal dependência pode ser mandatória ou preferencial. A dependência mandatória, também conhecida por lógica rígida e geralmente de ordem física, acontece quando a ligação entre as atividades é de forma obrigatória, ou seja, quando uma atividade necessariamente precisa ocorrer antes de outra, como os serviços de armação e concretagem. Para que a atividade de concretagem ocorra, deve-se já se ter realizado o serviço de armação. Entre a dependência mandatória, existem as de caráter contratuais ou externas. Para exemplificar a dependência mandatória de caráter contratual, considere o caso em que uma determinada área só pode ser liberada para o construtor após a desapropriação. Já para o entendimento da dependência mandatória externa, considere o exemplo da limpeza do terreno a qual depende da emissão da licença ambiental fornecida por órgão responsável, assim, essa dependência, de acordo Mattos (2019), envolve o relacionamento entre atividades do projeto e as que não são do projeto. 8 A dependência preferencial apresenta uma ordem lógica e se refere a uma dependência construída por conveniência da equipe que está realizando o projeto, com enfoque no plano de ataque da obra. Um exemplo desse tipo de dependência é quando, na construção de um edifício, os profissionais pretendem “pular” a construção da alvenaria do primeiro pavimento, para iniciarem a construção da alvenaria do segundo pavimento, pois, neste caso, não há uma dependência entre as construções (Mattos, 2019). Existem outras formas de dependência, entre elas está a ligação término- início (TI), ligação início-início (II), ligação término-término (TT) e ligação início- término (IT). A ligação TI é conhecida por ligação padrão em que, para que a atividade B venha ser iniciada, é necessário que a atividade A tenha sido totalmente concluída. Por exemplo, considere os serviços de concretagem e desfôrma, para que a desfôrma aconteça, precisa ser concluído o processo de concretagem, mas cabe mencionar nesse exemplo que a desfôrma precisará aguardar o processo de cura do concreto para ser efetuada, dessa forma, há uma defasagem entre as atividades, ou seja, há um tempo de espera entre as duas atividades que precisa ser levado em consideração no planejamento. A ligação II, conhecida como ligação útil, é caracterizada quando uma determinada atividade pode ser iniciada sem que a predecessora tenha sido totalmente concluída, assim ocorre uma sobreposição entre esses serviços. Para entender esse tipo de dependência, considere a atividade de instalação hidráulica e elétrica, ambas podem ser iniciadas simultaneamente. A ligação TT, identificada, também, como ligação possível, se caracteriza nos casos em que o término de um serviço está ligado ao término de seu predecessor, por exemplo, a instalação da subestação e o aluguel do gerador, dessa forma, o término da instalação já estabelece o fim da utilização do gerador alugado. A ligação IT é pouca utilizada, refere-se quando uma atividade só pode ser finalizada assim que se iniciar a outra. Neste caso, considere a partida da subestação e o aluguel de gerador, pois o início da operação da subestação vincula com o fim da necessidade do gerador alugado (Mattos, 2019). 9 TEMA 3 – DIAGRAMA DE REDE De acordo com Mattos (2019), diagrama de rede é a representação gráfica das atividades, considerando as dependências entre estas. No diagrama, constam informações de duração e sequenciação das atividades, podendo ser apresentadas de duas formas, ou pelo método das flechas ou pelo método dos blocos, os quais, ao final, apresentam os mesmos resultados, diferenciando apenas a maneira, com suas respectivas regras, de representar tais diagramas. Quando se remete a diagrama de redes, está se falando dos diagramas PERT e CPM, os quais foram agrupados (PERT/CPM) com o objetivo de unir tais técnicas, com isso, potencializando seus usos. O PERT é uma sigla em inglês – Program Evaluation and Review Technique – que se refere a uma técnica de avaliação e revisão de programas, cujo enfoque é probabilístico, pois considera a duração das atividades com incertezas. O CPM é uma sigla em inglês – Critical Path Method – que se refere ao método do caminho crítico, cuja abordagem é determinística, assim as atividades apresentam duração determinada. Os diagramas PERT/CPM possibilitam a indicação do inter- relacionamento entre as atividades do projeto, determinando o caminho crítico das atividades, assim, apresentando a sequência de serviços que, se sofrerem atrasos, irão comprometer a duração final do projeto. Existem diversos argumentos que justificam a utilização do diagrama PERT/CPM, entre eles, está a redução dos atrasos das atividades, redução da necessidade de horas extras, os gestores não sofrem tantas pressões para a realização dos serviços nos prazos estabelecidos, e o ambiente se torna mais tranquilo por ter planejamento das atividades. Como mencionadoanteriormente um dos tipos do diagrama de rede é o método das flechas, também conhecida em inglês como Arrow Diagramming Method (ADM). Nesse método, cada atividade é representada por uma flecha (ou que parte de um evento e termina em outro, conforme apresentado na Figura 1). 10 Figura 1 – Representação da simbologia do diagrama de flechas Fonte: elaborado com base em Mattos, 2019. A atividade pelo método das flechas se refere às tarefas a serem executadas, levando em consideração a duração e os recursos para as suas realizações. Conforme visualizado na Figura 1, a flecha é orientada da esquerda para a direita e o seu comprimento não está relacionado com a duração da atividade. O Evento, apresentado no diagrama, caracteriza os instantes do projeto, dessa forma, não consome tempo e recursos. Em um evento, podem se chegar uma ou mais atividades, como, também, podem partir uma ou mais atividades. Para a elaboração do diagrama de flechas, segundo Mattos (2019), são estabelecidas algumas regras de traçado, entre elas são mencionadas que a rede começa em um evento inicial único, representado à esquerda; do evento inicial, saem as atividades iniciais, aquelas que não apresentam predecessoras; as outras atividades são representadas saindo de suas predecessoras, e a rede finaliza em um evento final único, desenhado na parte direita do diagrama. Considere o serviço de bloco de fundação cujas atividades e suas predecessoras foram apresentadas no Quadro 3. A partir dos dados fornecidos, é possível montar o diagrama pelo método das flechas, conforme pode ser visualizado na Figura 2. Figura 2 – Diagrama de Flechas Fonte: elaborado com base em Mattos, 2019. D A G E B C F H i j Atividade i-j Evento Evento 11 Lembrando que onde estão sinalizadas as letras se refere à atividade, e os círculos se referem ao evento. A elaboração do diagrama de flechas, apresentado na Figura 2, teve a seguinte linha de raciocínio para a sua montagem: • Primeiramente, representou-se o evento inicial e as atividades iniciais que não apresentaram predecessoras (A, D e G). • Representou-se as atividades B e E, cujas predecessoras já estão sinalizadas no diagrama, assim traçou-se a flecha correspondente à atividade C. • Como a atividade F possui duas predecessoras (C e E), essas duas atividades precisam convergir para que F possa vir a ser executada. • Traçou-se a atividade H a partir da convergência de F e G. Após traçado o diagrama, o próximo passo a ser realizado é a identificação das numerações dos eventos. Os eventos, que são considerados os nós, devem ser numerados sequencialmente, em ordem crescente da esquerda para a direita, de cima para baixo, podendo ser de cinco em cinco ou de dez em dez. A numeração do quadro de sequenciação, retratado no Quadro 3, pode ser visualizado na Figura 3. Figura 3 – Numeração dos eventos Fonte: elaborado com base em Mattos, 2019. No método das flechas, os outros tipos de dependência, mencionados no Tema 2 (ligação TI, Ligação II, Ligação IT e ligação TT), não são ilustrados no diagrama. O outro tipo de diagrama de rede que foi mencionado anteriormente foi o diagrama dos blocos, em que cada atividade é representada em um bloco. Nessa representação, as atividades são ligadas entre si por setas. Nesse método, não 0 D A G 5 15 20 25 30 10 E B C F H 0 0 0 0 0 0 0 0 0 12 existe o conceito de evento, como é utilizado pelo método das flechas. A representação desse diagrama é dada conforme apresentado na Figura 4. Figura 4 – Representação da simbologia do diagrama de blocos Fonte: elaborado com base em Mattos, 2019. Assim como no diagrama de flechas, Mattos (2019) também aborda que, para a montagem do diagrama de blocos, é necessário respeitar e seguir algumas regras, entre elas é que a rede se inicia com uma barra vertical de início, representada à esquerda; da barra inicial saem as atividades iniciais, que não apresentam predecessoras; representar as outras atividades partindo de suas predecessoras, e a rede finaliza em uma barra vertical de fim, representada na parte direita do diagrama. Considere novamente as atividades e suas predecessoras apresentadas no Quadro 3, a partir dessas informações, pode-se montar o diagrama de rede pelo método dos blocos, como ilustrado na Figura 5. Figura 5 – Diagrama de Blocos Fonte: elaborado com base em Mattos, 2019. Na elaboração do diagrama de blocos apresentado na Figura 5, constatou-se a seguinte linha de raciocínio para a sua montagem: • Primeiramente, representou-se a barra de início e as atividades iniciais que não apresentaram predecessoras (A, D e G). • Representou-se as atividades B e E, cujas predecessoras já estão sinalizadas no diagrama, assim traçou-se a atividade C. • A atividade F é vinculada a duas predecessoras (C e E). • A atividade H recebe setas que vêm de F e G. A D G B E C F H A B 13 • A atividade H é ligada à barra de fim. No método dos blocos, os outros tipos de dependência, mencionados no Tema 2 (ligação TI, Ligação II, Ligação IT e ligação TT), são possíveis de serem ilustrados no diagrama. Interessante mencionar que em ambos os métodos existe a possibilidade de identificar no diagrama uma atividade fantasma, assim como Mattos (2019) retratou que não é uma tarefa física, algo que precise ser realizado no projeto, apenas necessária para facilitar a diagramação. TEMA 4 – CAMINHO CRÍTICO Após a montagem de todas as atividades ligadas entre si com a utilização do método das flechas ou pelo método dos blocos, é necessário que o planejador execute o cálculo da duração total da obra. Tal duração é obtida a partir da identificação do caminho crítico. Para facilitar a identificação do caminho crítico, será considerado, como exemplo, uma sequência de atividades a serem realizadas em uma obra juntamente com as suas atividades predecessoras e respectivas durações, conforme apresentado no Quadro 4. A partir dessas informações, será determinado o caminho crítico pelo método das flechas e pelo método dos blocos. Quadro 4– Quadro de sequenciação com as durações QUADRO DE SEQUENCIAÇÃO ATIVIDADE PREDECESSORAS DURAÇÃO A - 1 B A 3 C A 1 D B 4 E C 3 F D, E 2 Fonte: elaborado com base em Mattos, 2019. 4.1 Método das Flechas Considerando as informações do Quadro 4, primeiramente é preciso montar o diagrama de rede identificando os eventos e as atividades, para isso, 14 é necessário observar a coluna de atividades e de predecessoras. Após montar a sequência das atividades, é necessário atribuir a numeração nos eventos, neste caso, escolhido de cinco em cinco, obedecendo a ordem das atividades. O passo seguinte é dispor logo abaixo das flechas a duração de cada atividade, neste caso, os valores utilizados são os disponíveis na coluna duração, também apresentado no Quadro 4. A montagem do diagrama de flechas pode ser visualizada na Figura 6. Figura 6 – Método das Flechas Fonte: elaborado com base em Mattos, 2019. Após a montagem do diagrama das flechas com as respectivas durações das atividades, o planejador precisará identificar nesse diagrama o tempo mais cedo de cada evento (𝑇𝑐), que, segundo Mattos (2019), “é o máximo valor obtido para a soma da duração das atividades que a ele chegam, com o tempo mais cedo de seus respectivos eventos de origem”. Para isso, ao evento inicial do projeto, atribui-se a data zero (𝑇𝑐0 = 0), a qual deve ser sinalizado abaixo de cada evento no diagrama de flechas. Mattos (2019) retrata as outras regras para a determinação do tempo mais cedo do evento são: • O tempo em que o evento é atingível é igual à duração da atividade que chega a ele somada ao tempo do evento de onde ela se origina.• Caso houver duas ou mais atividades que chegam a um mesmo evento, o tempo do evento é o maior entre as somas. Considerando as informações do Quadro 4 e a montagem do diagrama de rede representado na Figura 6, o tempo mais cedo de cada evento é calculado da seguinte maneira: • Conforme já mencionado anteriormente no evento 0, o 𝑇𝑐0 = 0. 0 5 10 15 20 25 A C B D E F 1 1 3 4 3 2 15 • Para o evento 5, o tempo mais cedo ( 𝑇𝑐5 ) é a soma do tempo mais cedo do evento 0 com a duração da atividade A, dessa forma 𝑇𝑐5= 0 + 1 =1. • Para o evento 10, o tempo mais cedo (𝑇𝑐10 ) é a soma do tempo mais cedo do evento 5, com a duração da atividade B, dessa forma 𝑇𝑐10= 1 + 3 =4. • Para o evento 15, o tempo mais cedo (𝑇𝑐15 ) é a soma do tempo mais cedo do evento 5 mais a duração da atividade C, dessa forma 𝑇𝑐10= 1 + 1 =2. • No evento 20 (𝑇𝑐20 ), chegam duas flechas (D e E) assim o tempo mais cedo será o maior valor calculado. Assim: o Soma-se o tempo mais cedo do evento 10 com a duração da atividade D, dessa forma 𝑇𝑐20= 4 + 4 =8. o Soma-se o tempo mais cedo do evento 15 com a duração da atividade E, dessa forma 𝑇𝑐20= 2 + 3=5. o O maior valor entre os tempos calculados é 8, assim o 𝑇𝑐20=8. • Para o evento 25, o tempo mais cedo (𝑇𝑐25 ) é a soma do tempo mais cedo do evento 20 com a duração da atividade F, dessa forma 𝑇𝑐25= 8 + 2 =10. • O tempo mais cedo do evento 25 representa o prazo do projeto. Assim, o prazo, neste exemplo, é de 10 dias. Os tempos mais cedo de cada evento calculados anteriormente são posicionados abaixo de cada evento, conforme pode ser visualizado na Figura 7. Figura 7 – Tempo mais cedo de cada evento Fonte: elaborado com base em Mattos, 2019. Para que o planejador possa estabelecer o caminho e as atividades críticas, os próximos cálculos serão para determinar o tempo mais tarde do evento (𝑇𝑡), que, segundo Mattos (2019), “é o mínimo valor obtido da subtração 0 5 10 15 20 25 A C B D E F 1 1 3 4 3 2 0 1 2 4 8 10 16 da duração das atividades que saem dele, do tempo mais tarde dos eventos a que elas se destinam”. Para isso, é preciso realizar uma conta inversa, começar as contas pelo último evento e ir subtraindo as durações das atividades até chegar ao evento inicial da rede. Para o evento que parte uma ou mais atividades, o tempo do evento é o menor entre as diferenças. Considerando as informações do Quadro 4 e a montagem do diagrama de rede, representado na Figura 7, o tempo mais tarde de cada evento é calculado da seguinte maneira: • Para o evento final (25), atribui-se como tempo mais tarde o próprio tempo mais cedo que, neste caso, é o valor 10 sendo o prazo total do projeto. Assim, 𝑇𝑡25 =10. • Para o evento 20, o tempo mais tarde (𝑇𝑡20 ) é a subtração do tempo mais tarde do evento 25, com a duração da atividade F, dessa forma 𝑇𝑡20= 10 - 2 =8. • Para o evento 15, o tempo mais tarde (𝑇𝑡15 ) é a subtração do tempo mais tarde do evento 20 com a duração da atividade E, dessa forma 𝑇𝑡15= 8 - 3 =5. • Para o evento 10, o tempo mais tarde (𝑇𝑡10 ) é a subtração do tempo mais tarde do evento 20 com a duração da atividade D, dessa forma 𝑇𝑡10= 8 - 4 =4. • No evento 5 (𝑇𝑡5 ), partem duas flechas (B e C), assim o tempo mais tarde será o menor valor calculado. Com isso: o Subtrai-se o tempo mais tarde do evento 10 com a duração da atividade B, dessa forma 𝑇𝑡5= 4 - 3 =1; o Subtrai-se o tempo mais tarde do evento 15 com a duração da atividade C, dessa forma 𝑇𝑡5= 5 - 1=4. o O menor valor entre os tempos calculados é 1, assim o 𝑇𝑡5=1 • Para o evento 0, o tempo mais tarde (𝑇𝑡0 ) é a subtração do tempo mais tarde do evento 5 com a duração da atividade A, dessa forma 𝑇𝑡0= 1 - 1 =0. Os tempos mais tarde de cada evento calculados anteriormente são posicionados acima de cada evento, conforme pode ser visualizado na Figura 8. 17 Figura 8 – Tempo mais tarde de cada evento Fonte: elaborado com base em Mattos, 2019. Com o diagrama de rede montado com a sinalização dos tempos mais cedo e mais tarde de cada evento é possível determinar o caminho crítico do projeto. São caracterizados com caminho (atividade e evento) crítico quando o tempo mais cedo (𝑇𝑐) é igual ao tempo mais tarde (𝑇𝑡). Para as informações mencionadas do Quadro 4, o caminho crítico, representado com a linha mais espessa A-B-D-F, pode ser visualizado na Figura 9. Figura 9 – Caminho crítico Fonte: elaborado com base em Mattos, 2019. É de extrema importância identificar o caminho crítico, pois um atraso nessas atividades, que compõem esse caminho, significa um atraso no prazo de conclusão do projeto. Para os eventos que apresentam tempo mais cedo igual ao tempo mais tarde, não apresentam folgas, ou seja, precisam ser executadas naquele instante. 0 5 10 15 20 25 A C B D E F 1 1 3 4 3 2 0 1 2 4 8 10 0 1 8 10 5 0 5 1 0 15 2 0 2 5 A C B D E F 1 1 3 4 3 2 0 1 2 4 8 10 0 1 4 8 10 5 18 Com intuito de facilitar a visualização das atividades, recomenda-se fazer um cronograma de barras, conforme apresentado no Quadro 5, em que constam os tipos de atividades com suas respectivas durações. Quadro 5 – Caminho crítico no Cronograma de barras Atividade Dur. (dias) Dia 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 A 1 B 3 C 1 D 4 E 3 F 2 Fonte: elaborado com base em Mattos, 2019. As atividades obtidas pelo caminho crítico foram sinalizadas no Quadro 5 com a cor azul escuro, as demais atividades, em azul claro. 4.2 Método dos Blocos Considerando ainda as informações do Quadro 4, primeiramente, é preciso montar o diagrama de blocos, sendo que, em cada bloco, conterá informações importantes sobre cada atividade que são a sua identificação, duração, primeira data de início, primeira data de término, última data de início, última data de término, folga total e folga livre, conforme pode ser visualizado no Quadro 6. Quadro 6 – Informações apresentadas nos blocos Identificação (ID) Duração (D) Primeira Data de Início (PDI) Primeira Data de Término (PDT) Última Data de Início (UDI) Última Data de Término (UDT) Folga Total (FT) Folga Livre (FL) Fonte: elaborado com base em Mattos, 2019. A partir da coluna de atividades e de predecessoras no Quadro 4, é possível estabelecer a sequência das atividades no diagrama de blocos, identificando cada bloco com a letra que representa determinada atividade. No 19 campo do lado das letras, inserir a duração de cada atividade. Montada a sequência, o passo seguinte é sinalizar na primeira atividade (1º bloco) o valor 0 no campo destinado à primeira data de início (PDI) e esse valor também é colocado na parte inferior da barra de início, conforme apresentado na Figura 10. Figura 10 – PDI da atividade inicial Fonte: elaborado com base em Mattos, 2019. A próxima etapa é calcular a primeira data de término (PDT) da atividade, representado no primeiro bloco. Para isso, soma-se a primeira data de início (PDI) com a duração da atividade A, conforme apresentado na Figura 11. Figura 11 – PDT da atividade A Fonte: elaborado com base em Mattos, 2019. 20 A etapa seguinte é determinar o PDI da atividade B e C, as quais terão os mesmos valores encontrados para a PDT da atividade A, tal procedimento é retratado na Figura 12. Figura 12 – PDI das atividade de B e C Fonte: elaborado com base em Mattos, 2019. A etapa seguinte é sobre encontrar as PDTs das atividades B e C, para isso, dentro de cada bloco, soma-se a PDI coma duração da respectiva atividade, conforme apresentado na Figura 13 Figura 13 – PDT das atividades B e C . Fonte: elaborado com base em Mattos, 2019. 21 Continuando o preenchimento dos blocos, o próximo passo será determinar a PDI das atividades D e E. Tais valores são os mesmos encontrados para as PDTs das atividades B e C, respectivamente. Os PDTs das atividades D e E é estabelecida da mesma forma que foi mencionada nos parágrafos anteriores. Essa explicação pode ser melhor visualizada na Figura 14. Figura 14 – PDI e PDT das atividades D e E Fonte: elaborado com base em Mattos, 2019. A PDI da atividade F é determinada pelo maior valor entre as PDTs das atividades D e E. Neste caso, a PDI de F é 8. Assim como foram determinadas as PDTs das atividades anteriores, da mesma forma, foi calculada para a atividade F. Nesta etapa, o valor da PDT da atividade F, que é dez, é colocado na parte inferior da barra de fim. Tais valores são mostrados na Figura 15. Figura 15 – PDI e PDT da atividade F Fonte: elaborado com base em Mattos, 2019. 22 O processo seguinte é determinar a última data de término (UDT), para isso, o cálculo se inicia pelo final da rede. Então, o UDT da atividade F terá o mesmo valor da PDT da mesma atividade, que, neste exemplo, é o valor de dez. Também nessa parte o valor da UDT da atividade F é colocado no alto da barra de fim. Tal processo pode ser verificado na Figura 16. Figura 16 – UDT da atividade F Fonte: elaborado com base em Mattos, 2019. A última data de início (UDI) da atividade F é determinada a partir da subtração da UDT da própria atividade pela duração desta, conforme apresentado na Figura 17. Figura 17 – UDI da atividade F Fonte: elaborado com base em Mattos, 2019. 23 A UDT das atividades D e E recebem o mesmo valor da UDI da atividade F, como pode ser verificada na Figura 18. Figura 18 – UDT das atividades D e E Fonte: elaborado com base em Mattos, 2019. Assim como foi determinado a UDI da atividade F, também são calculadas para as atividades D e E, cujos valores estão apresentado na Figura 19. Figura 19 – UDI das atividades D e E Fonte: elaborado com base em Mattos, 2019. A UDT das atividades B e C recebem o mesmo valor da UDI da atividade D e E, respectivamente. O mesmo processo utilizado para determinar as UDIs 24 das atividades anteriores também foi utilizado para calcular as UDIs das atividades B e C, como pode ser verificado na Figura 20. Figura 20 – UDT e UDI das atividades B e C Fonte: elaborado com base em Mattos, 2019. Como a atividade A apresenta duas sucessoras (B e C), então a sua UDT será o menor valor entre as UDIs de B e C. O mesmo processo utilizado para determinar as UDIs das atividades anteriores também foi utilizado para calcular a UDI da atividade A. Nesta parte, o valor da UDI da atividade A, que é zero, é colocado no alto da barra de início. Tais valores mencionados podem ser verificados na Figura 21. Figura 21 – UDI e UDT da atividade A Fonte: elaborado com base em Mattos, 2019. 25 Em seguida, o planejador precisa determinar a folga total de cada atividade, ou seja, estabelecer a quantidade de dias que a atividade pode atrasar sem prejudicar a duração total da rede. Para isso, a folga total (FT), em cada bloco, é calculada pela subtração da última data de início (UDI) com a primeira data de início (PDI). Tais resultados podem ser verificados na Figura 22. A partir do levantamento da folga total, o planejador consegue saber o caminho crítico, o qual é caracterizado pela sequência de atividades de menor folga total. Figura 22 – Folga total de cada atividade Fonte: elaborado com base em Mattos, 2019. O outro campo a ser preenchido é a folga livre, que representa a quantidade de dias que a atividade pode atrasar sem prejudicar o início mais cedo de suas sucessoras. Para isso, a folga livre (FL) é calculada pela subtração da primeira data de início da atividade sucessora (PDI) com a primeira data de término (PDT) da atividade em questão, como pode ser verificado na Figura 23. 26 Figura 23 – Folga livre das atividades Fonte: elaborado com base em Mattos, 2019. TEMA 5 – FOLGAS Com relação à folga, é interessante mencionar que, pelo método das flechas, elas são calculadas após a identificação do caminho crítico. Pelo método dos blocos, as folgas são calculadas simultaneamente com o cálculo da rede, cujo valor é anotado no próprio bloco da atividade. Considera-se a Figura 24 para analisar as folgas. Tal análise se estende tanto para o método das flechas quanto para o método dos blocos. Figura 24 – Elementos da atividade 35 – 45 Fonte: elaborado com base em Mattos, 2019. A partir da Figura 24, é possível fazer algumas constatações: • Data mais cedo de início (𝑇𝑐i): 𝑇𝑐35 = 2 (é a data de início mais cedo da atividade Y). A primeira chance de realizar a atividade Y é iniciar depois 35 45 Y 8 2 15 5 20 27 de 2 dias e terminar no dia 2 + 8=10. Assim, o PDI=2 e o PDT=10 da atividade. • Data mais tarde de fim (𝑇𝑡j): 𝑇𝑡45 = 20 (é a data de término mais tarde da atividade Y). Se Y for além do dia 20, o projeto atrasará. A última chance de realizar Y é terminar no dia 20, significando iniciar em 20 – 8=12. Com isso, UDI=12 e UDT=20 da atividade. • A atividade Y tem um tempo disponível de 18 dias (entre 2 e 20) para a sua total execução. Uma vez que sua duração é de 8 dias, então, a folga total (FT) é de 10 dias. • Considere que a atividade 35-45 tenha duas sucessoras: 45-65 e 45-75. Essas duas atividades possuem, como data de início mais cedo, o cedo do evento 45, que é 15 ( 𝑇𝑐45). • A atividade 35-45 tem uma folga total de dez dias, podendo finalizar até 20 (UDT). Se toda essa folga for utilizada, as atividades sucessoras 45 – 65 e 45 – 75 não poderão iniciar em sua data mais cedo. • Caso a atividade 35 – 45 se prolongar até o dia 15, ainda assim suas sucessoras 45 – 65 e 45 – 75 poderão iniciar em seu início mais cedo. Se a atividade 35 – 45 passar do dia 15, o início das sucessoras ficará comprometido, mesmo que a duração total do projeto não tenha atrasos. • A atividade 35 – 45 se estendendo para os dias 16, 17, 18, 19 ou 20, a atividade 35 – 45 não afeta a duração total do projeto, no entanto, o início mais cedo de suas sucessoras será comprometido. Essas atividades não começarão em sua data mais cedo. • A atividade 35 – 45 apresenta uma folga livre (FL) de cinco dias. Com relação ao conteúdo de folga total e livre, pode-se constatar que a folga livre é menor ou igual à folga total. Para as atividades críticas, a folga livre é nula e toda atividade crítica tem folga livre nula, mas nem toda atividade que tem folga livre nula é considerada crítica (Mattos, 2019). FINALIZANDO A partir dos conceitos apresentados, constatou-se que a duração das atividades e a identificação da interdependência entre os serviços são pontos cruciais para o desenvolvimento adequado do planejamento. 28 A determinação da precedência é fundamental no planejamento, pois, de acordo com Mattos (2019), “uma sequência incorreta de atividade vai gerar um produto sem qualquer aplicabilidade prática”, dessa forma, a credibilidade do planejamento desenvolvido é prejudicado. É importante salientar que a vantagem de representar determinado projeto no formato de um diagrama de rede é que, tanto a leitura, quanto o manuseio da rede, apresentam-se de forma mais simples e de fácil entendimento. Esta aula também apresentou os dois tipos de diagrama de rede, métododas flechas e método dos blocos. É interessante ressaltar que não há um método apenas para ser utilizado, cabe ao planejador escolher o método que naquele projeto mais irá lhe contribuir para o desenvolvimento das atividades. Os pontos principais do caminho crítico estudados nesta aula a partir dos ensinamentos de Mattos (2019) foram: que o caminho crítico é a sequência de atividades que estabelecem a duração total do projeto; o caminho crítico é o maior caminho entre o início e o término do projeto; o caminho crítico é composto pelas atividades de menor folga total; o aumento ou a redução de uma unidade de tempo na duração de uma determinada atividade crítica aumenta ou reduz o prazo total do projeto em uma unidade de tempo; a atividade mais longa do projeto não necessariamente fará parte do caminho crítico; o aumento ou a redução de uma unidade de tempo na duração de uma atividade não crítica não atrasa ou adianta o prazo total do projeto; atividades críticas apresentam as datas mais cedo iguais às datas mais tarde; a folga total representa quanto tempo uma determinada atividade pode atrasar sem comprometer na duração total do projeto; se uma atividade não crítica atrasar mais do que sua folga total, o prazo do projeto será aumentado; quanto menor a folga total, maior a probabilidade de essa atividade se caracterizar como crítica; a folga livre significa quanto tempo uma atividade pode atrasar sem atrasar o início mais cedo de suas sucessoras e, se a folga livre da atividade for totalmente utilizada, suas sucessoras não poderão iniciar na data mais cedo. E o último tema abordado neta aula foi sobre folgas. A ideia principal que precisa ser retida é que as atividades não críticas apresentam alguma margem de tempo que lhes possibilita determinada flexibilidade, que é caracterizada como folgas. 29 REFERÊNCIAS MATTOS, A. D. Planejamento e Controle de Obras. São Paulo: Oficina de Textos, 2019.