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Apostila_Bsica_de_Silvicultura.pdf

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO E JANEIRO 
INSTITUTO DE FLORESTAS 
DEPARTAMENTO DE SILVICULTURA 
 
 
 
 
 
 
 
 
IF 210 SILVICULTURA 
 
NOTAS DE AULAS 
 
 
 
 
 
 
PROF. CARLOS ALBERTO MORAES PASSOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Seropédica, RJ 
2008 
 
2 
 
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO 
 
"Silvicultura é a ordenação ou o manejo científico das florestas para a produção contínua de bens e 
serviços" (DANIEL et al., 1982). 
 
 
 
Controle da estrutura 
Tratamentos silviculturais 
(refinamento, poda, desbaste, colheita...) 
 
 
 
 
 
 
ECOSSISTEMA FLORESTAL 
 
Estrutura 
Composição 
Tipo 
Quantidade 
Relações 
Meio Biótico 
 x 
Meio físico 
Processos 
Sucessão 
Regeneração 
 
 
 
FLORESTA REGULADA 
 
 
 
 
 
Adaptado de DANIEL et al, 1982. 
 
 
• Região Tropical: 
→ Região compreendida entre os paralelos 23º27' norte (Trópico de Câncer) e 23º27' sul (Trópico de 
Capricórnio); 
→ Clima: 
� Temperatura média anual: 20ºC → lat. 30o N a 26o S → 47% da superfície terrestre; 
� Segundo Köppen: temperatura do mês mais frio superior a 18ºC → 30% da superfície 
terrestre; 
� Oscilações térmicas diárias maiores que as anuais; 
� Pequena variação na luminosidade ao longo do ano; e 
� Umidade sem configuração típica. 
→ Superfície emergida da terra com cobertura florestal: 3.442 milhões de ha (FAO, 1995); (cobertura 
florestal - sistemas ecológicos com mínimo de 10% de cobertura arbórea) 
→ Florestas Tropicais: 52% da superfície florestal do mundo 
� Florestas temperadas: 48%; 
3 
 
Tabela 1 - Área de florestas e volume total de madeira segundo as regiões do mundo 
Região Florestas e terras arborizadas. Total de florestas Vol. total madeira Volume por ha 
 106 ha 106 ha (%) (%) 106 m3 (%) (m3/ha) 
Mundo 5.121 3.442 27,0 100,0 383.727 100,0 111,4 
África 1.137 352 2,8 10,2 54.938 14,3 156,1 
América Norte e Central 916 528 4,1 15,3 57.564 15,0 109,0 
América do Sul 1.093 893 7,0 25,9 124.969 32,6 139,9 
Ásia 658 490 3,8 14,2 52.062 13,6 106,3 
Europa 174 132 1,0 3,8 18.541 4,8 140,5 
Oceania 201 88 0,7 2,6 10.056 2,6 114,3 
Ex-URSS 942 755 5,9 21,9 84.234 22,0 111,6 
Países desenvolvidos 2.064 1.433 11,2 41,6 163.451 42,6 114,1 
Países em desenvolvimento 3.067 2.010 15,8 58,4 220.276 57,4 109,6 
Fonte: FAO (1995) 
 
Tabela 2 - Países com as maiores áreas de florestas no mundo e respectiva porcentagem de superfície com 
floresta e área de floresta por habitante 
País Superfície florestal terrestre % da superfície de terra Área de floresta por habitante 
 106 ha (%) (ha) 
Ex-URSS 748 22 35 2,6 
Brasil 544 16 66 3,7 
Canadá 238 7 27 9,3 
EUA 204 6 23 0,8 
Outros 1.666 49 
Total 3.400 100 27 
Fonte: FAO (1994) 
 
Tabela 3 - Superfícies das formações florestais tropicais 
Região Superfície 
florestal 
Florestas 
Ombrófilas 
Flor. 
Semideciduais 
Flor. 
Deciduais 
Zona 
Montanhosa 
Zona 
Árida 
Zona 
Desértica 
 109 ha 
África 527,6 86,6 251,1 92,5 35,3 58,7 3,4 
Ásia 310,6 177,3 41,8 41,1 47,2 0,0 3,1 
Am. Latina e 
Caribe 
 
918,1 
 
454,3 
 
294,3 
 
44,9 
 
121,9 
 
1,1 
 
1,6 
Total 1.7556,3 718,2 587,3 178,6 204,3 59,7 8,1 
(%) 52,0 21,0 17,0 5,0 6,0 1,8 0,2 
Fonte: FAO (1994) 
 
→ Principais regiões de FTU no mundo: 
� Bacia do Amazonas e Orenoco - a maior massa contínua de floresta; 
� Bacia do Congo, Níger e Zambeze e no Madagascar - África; 
� Índia, Malásia, Bornéo e Nova Guiné; 
→ FT possui alta biodiversidade: 50 % da diversidade biológica do planeta; 
→ No mundo: 5 a 30 milhões de espécies - somente 1 milhão descritas; 
4 
 
� Taxa de desmatamento na Amazônia brasileira: 2,0 milhões de ha ao ano; 
� Em 1988: 4,8 milhões de ha queimados na Amazônia brasileira; 
� Causas do desmatamento: 
� Agricultura e pecuária; 
� Colonização; 
� Especulação imobiliária; 
� Exploração madeireira; 
� Mineração; 
� Urbanização e infra-estrutura. 
→ Uso e função das florestas pelo homem variam com as condições: 
� Ecológicas; 
� Sociais; 
� Econômicas; e 
� Culturais. 
→ Alguns preconceitos que consideram as florestas como: 
� Foco de doenças; 
� Impedimento ao desenvolvimento; 
� Abrigo de animais perigosos; 
� Áreas potenciais para serem substituídas pela agricultura e pecuária; e 
� Áreas para serem exploradas as madeiras valiosas. 
→ Exploração florestal predatória: 
� Crença do recurso florestal inesgotável – alta relação oferta/demanda; 
� Lucro fácil e rápido; 
� Desconhecimento da importância e dinâmica das florestas; 
� Carência de profissionais habilitados; 
� Especificidade do manejo florestal; e 
� Fins agropecuários. 
→ Alternativas para a produção florestal: 
� Manejo de florestas naturais; e 
� Plantio de florestas (FAO, 2007): 
� 182 milhões de ha no mundo; 
� 5,4 milhões de ha no Brasil 
5 
 
Tabela 3 – Dez países com as maiores áreas de florestas plantadas no mundo em 2005 
País Total (1000 ha) Produção (1000 ha) Proteção (1000 ha) 
China 71.326 54.102 17.224 
Índia 30.028 17.134 12.894 
Estados Unidos da América 17.061 17.061 0 
Federação Russa 16.963 11.888 5.075 
Japão 10.321 0 10.321 
Suíça 9.964 9.964 0 
Polônia 8.757 5.616 3.141 
Sudão 6.619 5.677 943 
Brasil 5.384 5.384 0 
Finlândia 5.270 5.270 0 
Total 181.693 132.095 49.597 
FAO (2008) 
→ Manejo de florestas naturais: 
� Praticado há muito tempo nas regiões temperadas; 
� Recente nas regiões tropicais: a partir da Segunda Guerra Mundial; 
→ Situação atual do manejo de florestas naturais no Brasil: 
� Obrigatoriedade legal do plano de manejo; 
� Planos de manejo sem execução; 
� Exploração seletiva - erosão genética (os melhores indivíduos de poucas espécies); 
� Na Amazônia: 400 espécies de madeiras comerciais, menos de 100 usadas no mercado local 
e menos de 40 no mercado nacional; 
� Exportação de 30 a 35 espécies amazônicas; 
� Exploração feita sem critérios técnicos e econômicos; 
� Desenvolvimento incipiente de sistemas silviculturais para as florestas nacionais; 
� Sistema Silvicultural SEL - Seleção de Espécies Listadas (INPA); 
� Sistema Silvicultural Aplicado ao Manejo Empresarial – CPATU; 
� Sistema Bracatinga - PR; 
6 
 
 
Manejo de florestas naturais 
Pontos negativos Pontos positivos 
• Falta de conhecimento a respeito das espécies 
e das comunidades florestais; 
• Mantém a diversidade biológica; 
• Baixo IMA (< 2 m3/ha/ano): requer grandes 
áreas; 
• Baixo impacto ambiental; 
• Ciclo de corte desconhecido (± 30 anos); e • Produção de espécies de madeiras duras 
• Danos na colheita ao solo e à vegetação 
remanescente 
 
 
� Plantio de florestas no Brasil 
� Início na cidade do Rio de Janeiro; 
� Incentivos fiscais: plantios industriais; 
� Fomento florestal: plantios em pequenas e médias propriedades rurais; 
� Espécies predominantes: Eucalyptus spp., Pinus spp., Acacia sp., Araucaria 
angustifolia, Gmelina arborea, Tectona grandis; 
 
Plantio de florestas 
Pontos positivos Pontos negativos 
• Maior IMA: requer menores áreas; • Maior impacto ambiental que o manejo de 
florestas naturais, principalmente na fase de 
implantação; 
• Menor ciclo de corte; • Redução acentuada da biodiversidade; 
• Padronização do produto; e • Necessidade de elevado capital; e 
• Produção regulada. • Longo tempo de retorno do capital 
7 
 
CAPÍTULO II: FITOGEOGRAFIA BRASILEIRA 
Adaptado de Veloso et al (1991) 
1. INTRODUÇÃO 
• Fitogeografia: distribuição geográfica dos tipos de vegetação; 
• Necessidade de classificar os tipos de vegetação para o planejamento e a pesquisa. 
• Mapeamento da vegetação é feito há muito tempo; 
→ Alexandre F. Von Humboldt (1806):descreveu a paisagem natural dos agrupamentos terrestres. 
→ Grisebach (1872): agrupou as plantas por caráter fisionômico definido como florestas, campos, etc., 
denominando-os de formações. 
→ Engler e Prantl (1887): iniciaram a moderna classificação sistemática das plantas. 
→ Drude (1889): dividiu a Terra em zonas, regiões, domínios e setores, de acordo com endemismo 
apresentado pelas plantas. 
• Classificação: 
→ Deve ser universal (Botânica, Zoologia, Geologia, etc.); e 
→ Variável com a escala de trabalho; 
2. SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO 
• Definição da escala de trabalho 
Quadro 1 - Escala cartográfica de acordo com o nível de detalhamento. 
Nível de detalhamento Escala cartográfica 
Regional 1:2.500.000 - 1:10.000.000 
Exploratório 1:250.000 - 1:1.000.000 
Semidetalhe 1:25.000 - 1:100.000 
Detalhe 1:1 - 1: 25.000 
 
• A classificação da vegetação poderá atingir 3 metas: 
→ 1ª. Classificação florística; 
→ 2ª. Classificação fisionômico-ecológica; 
→ 3ª. Classificação fitossociológico-biológica. 
8 
 
2.1. Sistema de classificação florística 
• DRUDE (1889): dividiu o império florístico (flora mundial) em: 
→ Zona: famílias endêmicas 
→ Região: gêneros endêmicos 
→ Domínio: espécies endêmicas 
→ Setor: variedades (raças) endêmicas 
Quadro 2 - Império Florístico de acordo com a escala de trabalho e endemismo 
Escala de trabalho Império florístico Endemismo 
Regional à exploratória Zona Família 
 Região Gênero 
Semidetalhe a detalhe Domínio Espécie 
 Setor Raça (variedade) 
 
• Zona: área caracterizada por famílias endêmicas; 
→ Zona Neotropical: do México até a Argentina; 
→ Zona Paleotropical: África e Ásia; 
→ Zona Holoártica: norte da África, Ásia e Europa; 
→ Zona Australiana: Austrália e Oceania. 
 
9 
 
� Flora brasileira: zona Neotropical com 60 famílias endêmicas sendo as principais que caracterizam 
esta zona: 
→ Cactaceae (Savana Estépica) 
→ Caryocaraceae (Savana) e; 
→ Humiriaceae (Campinarana). 
� Região: área caracterizada por gêneros endêmicos; 
→ Regiões Florísticas Brasileiras 
� MARTIUS (1858): cinco regiões florísticas com nomes de divindades gregas; 
� Nayades - Flora Amazônica 
� Hamadryades - Flora Nordestina 
� Oreades - Flora do Centro-Oeste 
� Dryades - Flora da Costa Atlântica 
� Napeias - Flora Subtropical 
� Divisão ainda permanece, pois apresenta ligações filogenéticas com base em coletas e 
identificações botânicas confiáveis. É sugerido o acréscimo das regiões: 
� Chaco Boreal - Flora Sul-mato-grossense; e 
� Campinarana - Flora dos Podzóis Hidromórficos dos Pântanos Amazônicos. 
� SAMPAIO (1940): dividiu a vegetação brasileira em: 
� Flora Amazônica ou Hyleae Brasileira 
� Íntima correlação o com a Flora Africana; 
� Ligação também com a Flora da América do Norte, através dos Andes; 
� Flora Extra-Amazônica - apresenta ligações afro-americanas e australásicas; origem na 
Amazônia, Andes e Argentina; 
� RADAMBRASIL (1982): dividiu a vegetação o em quatro regiões florísticas: 
� Amazônia (Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Aberta e Campinarana): 
Bertholletia (castanheira) (Lecythidaceae), Erisma (cedrinho), Qualea e Vochysia 
(cambará) (Vochysiaceae), Sweitenia (mogno) (Meliaceae), Orbignya (babaçu) e 
Maximilliana (inajá), Barcela odorata (palmeira da Campinarana), Guadua superba 
(taquara), Phenakospermum guyanensis (sororoca) (Estrelitziaceae). 
� Brasil Central (Savana, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Estacional 
Decidual): Qualea e Vochysia (cambará) (Vochysiaceae), Curatella americana (lixeira) 
(Dilleniaceae), Himathanthus (sucuuba) (Apocinaceae), Parkia (faveiro) (Leguminosae 
Mimosoideae), Platonia (bacuri) e Kielmeyera (pau-santo) (Guttiferae), Dimorphandra 
(faveiro) (Leguminosae Caesalpinioideae). 
10 
 
 
11 
 
 
12 
 
� Nordestina (Savana Estépica, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Estacional 
Decidual e Savana): 
• Zona da Mata – Parkia e Enterolobium (Leguminosae Mimosoideae), Hymeneae 
(jatobá) (Leguminosae Caesalpinioideae) e Peltogyne (roxinho), Diplotropis 
(sucupira) e Myroxylon (bálsamo) (Leguminosae Papilionoideae); 
• Zona do Agreste – Zizyphus (juazeiro) (Rhamnaceae); 
• Zona do Sertão – Cereus, Pilocereus e Melocactus (Cactaceae), Amburana 
(cerejeira) e Prosopsis (algaroba) (Leguminosae Caesalpinioideae), ,Zizyphus 
(juazeiro) (Rhamnaceae), Schinopsis (Anacardiaceae). 
� Sudeste (Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista, Floresta Estacional 
Semidecidual, Floresta Estacional Decidual e Savana): Araucaria (pinheiro-brasileiro) 
(Araucariaceae), Podocarpus (pinheirinho) (Podocarpaceae), Ocotea (canela) 
(Lauraceae), Cabralea (canjerana) (Meliaceae), Schinus (aroeirinha) (Anacardiaceae). 
2.2. Sistema de classificação fisionômico-ecológica (ELLEMBERG e MUELLER-
DOMBOIS, 1965/66) 
� É a segunda meta a ser atingida pelo levantamento da vegetação; 
� A classificação fisionômico-ecológica segue as seguintes etapas: 
→ Delimitação da região ecológica 
→ Definição do tipo de vegetação: 
� Classes de formações 
� Subclasses de formações 
� Grupos de formações 
� Subgrupos de formações 
→ Definição da formação 
� Formação propriamente dita; 
� Sub-formação 
→ Região ecológica: corresponde a um tipo de vegetação. São espaços definidos por florística de 
gêneros típicos e formas biológicas características que se repetem dentro de um mesmo clima, 
podendo ocorrer em terrenos de litologia variada, mas com relevo bem marcado. No Brasil 
identificam-se: 
� Região ecológica da Savana (Cerrado): vegetação que ocorre predominantemente no 
Centro-Oeste. Suas disjunções aparecem também na Amazônia, no Nordeste, Sudeste e Sul 
do País. Devido à intensa ação antrópica a que foi submetida, grande parte de sua vegetação 
nativa foi substituída por agricultura, pastagens e reflorestamento. Caracteriza-se por 
apresentar uma estrutura composta por árvores baixas e tortuosas, isoladas ou agrupadas 
sobre um contínuo tapete graminoso. 
� Região ecológica da Savana Estépica: tipo de vegetação neotropical, em geral de cobertura 
arbórea composta de elementos fanerofíticos, camefíticos espinhosos e várias cactáceas, 
cobrindo um estrato graminoso hemicriptofítico, entremeado por algumas terófitas, 
representado no Brasil em quatro áreas geograficamente distintas - na Caatinga do sertão 
árido nordestino, no Pantanal Mato-Grossense, nos Campos de Roraima e na Campanha 
Gaúcha. 
� Região ecológica da Estepe: abrange a Campanha Gaúcha, com disjunções em Uruguaiana 
13 
 
e no Brasil meridional (Campos Gerais). Caracteriza-se por uma vegetação essencialmente 
campestre. Dominam as gramíneas cespitosas e rizomatosas, são raras gramíneas anuais e 
oxalidáceas bem como leguminosas e compostas. As fanerófitas são representadas por 
espécies espinhosas e deciduais. 
� Região ecológica da Campinarana: tipo de vegetação restrito às áreas do alto rio Negro e 
adjacências dos seus afluentes, penetrando na Colômbia e na Venezuela, onde ocorre em 
áreas semelhantes. Reveste as áreas deprimidas, quase sempre encharcadas, sendo 
caracterizada por agrupamentos em umas vegetações arbóreas fina e altas, que é resultante 
da pobreza de nutrientes minerais do solo. 
� Região ecológica da Floresta Ombrófila Densa (Floresta Tropical Pluvial): ocupa parte do 
espaço amazônico e estende-se pela costa atlântica, desde o Rio Grande do Norte, até o 
Espírito Santo, em "bolsões" contidos entre o litoral e as serras pré-cambrianas marginais ao 
oceano, ampliando a sua área de ocorrência sobre as encostas das mesmas até o Rio 
Grande do Sul. É constituída por grandes árvores nos terraços aluviais e nos tabuleiros 
terciários e árvores de porte médio nas encostas marítimas. 
� Região ecológica da Floresta Ombrófila Aberta (Faciações da Floresta Ombrófila Densa): 
tipode vegetação, situado entre a Amazônia e o espaço extra-amazônico. A fisionomia 
florestal é composta de árvores mais espaçadas, com estrato arbustivo pouco denso. 
� Região ecológica da Floresta Ombrófila Mista (Floresta de Araucária): característico do 
Planalto Meridional Brasileiro, apresentando, contudo áreas isoladas nas partes elevadas das 
Serras do Mar e da Mantiqueira. 
� Região ecológica da Floresta Estacional Semidecidual (Floresta Tropical Subcaducifólia), 
onde a percentagem das árvores caducifólias, no conjunto florestal situa-se entre 20% e 50% 
na época desfavorável, e 
� Região da Floresta Estacional Decidual (Floresta Tropical Caducifólia), que apresenta o 
estrato arbóreo predominantemente caducifólio, com mais de 50% dos indivíduos desprovidos 
de folhagem na época desfavorável. Ocorre no território brasileiro de modo disperso e 
descontínuo. 
→ Separação em classes de formação (fase fisionômica): caracterizada pelas formas de vidas das 
espécies vegetais dominantes. 
� Formas de vida: formas de crescimento das plantas (RAUNKIAER, 1934); 
� Separação através da posição e proteção e dos órgãos de crescimento (gemas e brotos) em 
relação aos períodos climáticos; 
� Fanerófitos: plantas lenhosas com gemas e brotos protegidos, situados acima de 0,25 
m do solo; 
� Macrofanerófitos: 30 - 50 m 
� Mesofanerófitos: 20 - 30 m 
� Microfanerófitos: 5 - 20 m 
� Nanofanerófitos: 0,25 - 5 m 
� Caméfitos: plantas sublenhosas e, ou, ervas com gemas e brotos situados acima do 
solo; atingem até 1 m de altura; ocorrem em áreas campestres e pantanosas. 
� Hemicriptófitos: plantas herbáceas com gemas e brotos protegidos ao nível do solo; 
ocorrem em áreas campestres; 
� Geófitos: plantas herbáceas com gemas e brotos (gema, rizoma e bulbo) situados no 
subsolo; ocorrem em áreas campestres; 
14 
 
� 
 
15 
 
 
16 
 
� Terófitos: plantas anuais, cujo ciclo vital é completado por sementes; ocorrem em áreas 
campestres; 
� Lianas: plantas lenhosas e, ou, herbáceas reptantes (cipós) com gemas e brotos 
situados acima do nível do solo; ocorrem em áreas florestais; 
� Epífitos: plantas que têm como suporte outra planta; 
� Xeromórfitos: plantas lenhosas e, ou, herbáceas que apresentam duplo modo de 
sobrevivência ao período desfavorável: um subterrâneo, pelos xilopódios, e outro aéreo, 
com gemas e brotos protegidos; possuem altura de 0,25 a 15 m; ocorrem em áreas de 
savanas; 
Chave de classificação das formas de vida de Raunkiaer, adaptada ao Brasil (Veloso et al, 1991): 
1. Plantas autotróficas com um só tipo de proteção dos órgãos de 
crescimento.............................................................................................................................2 
Plantas autotróficas com dois tipos de proteção dos órgãos de crescimento.........................7 
2. Plantas perenes...................................................................................................................3 
Plantas anuais, reproduzidas através de sementes....................................................Terófitos 
3. Plantas lenhosas com órgãos de crescimento protegidos por catáfilos...............................4 
Plantas sublenhosas e/ou herbáceas com gemas periódicas protegidas por catáfilos e situadas até 1 m do 
solo.................................................................................................................Caméfitos 
Plantas herbáceas com outros tipos de proteção dos órgãos de 
crescimento..............................................................................................................................5 
4. Plantas lenhosas eretas.......................................................................................................6 
Plantas lenhosas e/ou herbáceas reptantes (cipós)........................................................Lianas 
5. Plantas com gemas situadas ao nível do solo, protegidas pela folhagem morta durante o período 
desfavorável.........................................................................................Hemicriptófitos 
Plantas com órgãos de crescimento localizados no subsolo........................................Geófitos 
6. Plantas com altura entre 30 e 50 m.............................................................Macrofanerófitos 
Plantas com altura entre 20 e 30 m..................................................................Mesofanerófitos 
Plantas com altura entre 5 e 20 m....................................................................Microfanerófitos 
Plantas com altura entre 0,25 e 5 m.................................................................Nanofanerófitos 
7. Plantas lenhosas e/ou herbáceas com gemas protegidas por catafilos na parte aérea e com órgãos 
regenerativos subterrâneos........................................................................Xeromórfitos 
17 
 
Quadro 4 - Tipo de vegetação de acordo com as formas de vida 
Classe de Formas de vida 
Formação Fanerófito Caméfito Hemi- 
criptófito 
Teró- 
fito 
Geófito Liana Epífito 
 Macro Meso Micro Nano 
Floresta X X X X 
Savana X X X X X X X X 
Savana Estépica X X X X X X X X 
Estepe X X X X X X X 
Campinarana X X X X X 
 
 
→ Separação em subclasse de formação (fase climática): caracterizada por dois parâmetros de clima 
- temperatura e precipitação -, ambos diferenciados pelas correlações das médias mensais e 
comprovados pela adaptação dos órgãos de crescimento das plantas. 
� Ombrófilo: até 4 meses secos; 
� Estacional: 4 a 6 meses secos, ou, 3 meses com temperaturas < 15oC; 
Quadro 5 - Tipo de vegetação de acordo com as subclasses de formação 
Tipo de vegetação 
Classe de formação Subclasse de formação Clima 
Floresta Ombrófila 0 a 4 meses secos 
 Estacional 4 a 6 meses secos 
Campinarana Ombrófila 0 a 2 meses secos 
Savana Estacional Até 6 meses secos 
Savana Estépica Estacional + 6 meses secos ou 3 meses com T < 15oC 
Estepe Estacional 3 meses T<15oC ou 1 mês seco; 
 
 
→ Separação em grupo de formação: caracterizado pelo tipo de transpiração estomática foliar e pela 
fertilidade do solo. 
� Fisiologia (transpiração): 
� Higrófitas: plantas adaptadas às condições de alta umidade; 
� Xerófitas: plantas adaptadas às condições de déficit hídrico; 
� Mesófitas: plantas adaptadas às condições intermediárias de umidade; 
� Solo: 
� Eutrófico: alta fertilidade; 
� Distrófico: baixa fertilidade; 
� Álico: alto teor de alumínio trocável; 
18 
 
→ Separação em sub-grupo de formação: indica o comportamento das plantas segundo seus 
hábitos. Ë a fisionomia estrutural da formação. 
� Indica o comportamento das plantas segundo seus hábitos. É a fisionomia estrutural da 
formação. 
� Densa – copa das árvores se toca; 
� Aberta – copa das árvores não se toca 
� Mista – angiospermas e gimnospermas 
� Semidecidual – menos que 50% das árvores perdem folhas 
� Decidual – mais que 50% das árvores perdem folhas 
� Florestada – presença de microfanerófitos e nanofanerófitos em dossel fechado; 
� Arborizada – apresenta nanofanerófitos em dossel aberto; 
� Parque - apresenta nanofanerófitos espaçados; 
� Gramíneo-lenhosa – vegetação campestre podendo ter a presença de nanofanerófitos 
espaçados. 
→ Separação em formação (propriamente dita) 
� Indica a fase ambiental da formação, onde são observados o ambiente e o relevo. 
� Relação entre a temperatura e a latitude: relação inversa. Ao nível do mar a temperatura varia 
2oC a cada 10o de latitude; 
� Relação entre a temperatura e a altitude: relação inversa. A temperatura varia 1oC a cada 
100 m de altitude. 
� Fórmula de Holdridge (1978): t = 3*latitude (
o
)*(t-24
o
C)
2
/100 
� Formação aluvial: não varia topograficamente, ocorre em terraços aluviais dos flúvios; 
Quadro 6 - Classificação das formações (propriamente ditas)de acordo com a latitude e a altitude 
Latitude Formações 
 Terras Baixas Sub-Montana Montana Altomontana 
 Altitude (m) 
4º N – 16º S 5 – 100 100 - 600 600 - 2.000 > 2.000 
16º S – 24º S 5 - 50 50 - 500 500 - 1.500 > 1.500 
24º S – 32º S 5 - 30 30 - 400 400 - 1.000 > 1.000 
 
19 
 
Quadro 9 - Classificação ao nível de formações (propriamente ditas) das principais formações brasileiras 
Tipo de vegetação – Formação Formação 
Classe Subclasse Grupo Sub-Grupo Propriamente dita 
 Fisiologia Solo 
Floresta Ombrófila Higrófita 
 
Distrófico 
Eutrófico 
Densa Aluvial 
Terras Baixas 
Sub-Montana 
Montana 
Altomontana 
 Aberta Terras Baixas 
Sub-Montana 
Montana 
 Mista Aluvial 
Sub-Montana 
Montana 
Altomontana 
 Estacional Higrófita 
Xerófita 
Álico 
Distrófico 
Semidecidual Aluvial 
Terras Baixas 
Sub-Montana 
Montana 
 Eutrófico Decidual Aluvial 
Terras Baixas 
Sub-Montana 
Montana 
Campinarana Ombrófila Higrófita Álico 
Distrófico 
Florestada 
Arborizada 
Gramíneo-lenhosa 
Relevo Tabular 
Depressão Fechada 
Savana Estacional Higrófita 
Xerófita 
Álico 
Distrófico 
Florestada 
Arborizada 
Parque 
Gramíneo-lenhosa 
Planaltos Tabulares 
Planícies Tabulares 
Savana Estépica 
 
Estacional Xerófita 
Higrófita 
 
Eutrófico Florestada 
Arborizada 
Parque 
Gramíneo-lenhosa 
Depressão Interplanáltica 
Depressão 
Sedimentares Recentes 
Estepe Estacional Higrófita 
Xerófita 
Eutrófico Arborizada 
Parque 
Gramíneo-lenhosa 
Planaltos 
Pediplanos 
Pediplano: região aplainada em clima árido ou semi-árido e que se caracteriza por apresentar capeamentos 
pedimentares, litossolos e/ou extensos. 
 
20 
 
→ Separação em sub-formação propriamente dita 
� Faz parte da formação, mas diferencia-se por apresentar fácies específicas que alteram a 
fisionomia da formação. 
Quadro 10 - Principais sub-formações da vegetação brasileira 
Tipo de vegetação Formação 
Classe Sub- 
classe 
Grupo 
 
Sub- 
Grupo 
Propriamente dita Sub- 
formação 
Floresta Ombrófila Higrófita 
 
Distrófico 
Eutrófico 
Densa Aluvial 
Terras Baixas 
Sub-Montana 
Montana 
Altomontana 
Dossel Uniforme 
Dossel Emergente 
 Aberta Terras Baixas 
Sub-Montana 
Montana 
Com palmeiras 
Com cipó 
Com bambu 
Com sororoca 
 Mista Aluvial 
Sub-Montana 
Montana 
Altomontana 
Dossel Uniforme 
Dossel Emergente 
 Estacional Higrófita 
Xerófita 
Álico 
Distrófico 
Semidecidual Aluvial 
Terras Baixas 
Sub-Montana 
Montana 
Dossel Uniforme 
Dossel Emergente 
 Eutrófico Decidual Aluvial 
Terras Baixas 
Sub-Montana 
Montana 
Dossel Uniforme 
Dossel Emergente 
Campinarana Ombrófila Higrófita Álico 
Distrófico 
Florestada 
Arborizada 
Gramíneo-
lenhosa 
Relevo Tabular 
Depressão Fechada 
Com Palmeiras 
Sem Palmeiras 
Savana Estacional Higrófita 
Xerófita 
Álico 
Distrófico 
Florestada 
Arborizada 
Parque 
Gramíneo-
lenhosa 
Planaltos Tabulares 
Planícies Tabulares 
Com Floresta de 
galeria 
Sem Floresta de 
galeria 
Savana 
Estépica 
 
Estacional Xerófita 
Higrófita 
 
Eutrófico Florestada 
Arborizada 
Parque 
Gramíneo-
lenhosa 
Dep. Interplanáltica 
Depressão 
Sedimentares 
Recentes 
Com Floresta de 
galeria 
Sem Floresta de 
galeria 
Estepe Estacional Higrófita 
Xerófita 
Eutrófico Arborizada 
Parque 
Gramíneo-
Lenhosa 
Planaltos 
Pediplanos 
Com Floresta de 
Galeria 
Sem Floresta de 
Galeria 
 
 
21 
 
2.3. Sistemas edáficos de primeira ocupação - formações pioneiras 
• Vegetação em constante sucessão de terófitos, criptófitos, hemicriptófitos, caméfitos e nanofanerófitos, 
presente em terrenos instáveis (dunas, restingas e mangues) e ao redor de depressões aluviais 
(pântanos e lagoas); 
• Vegetação que nem sempre indica estar no caminho da sucessão para o clímax circundante; 
→ Vegetação de influência marinha - restingas: Ramirea e Saliocornia; 
→ Vegetação de influência fluviomarinha - manguezal e campos salinos: Rhizophora e Avicenia; 
→ Vegetação de influência fluvial - planícies aluviais e áreas alagáveis (várzea): Euterpe, Mauritia, 
Typha, Cuperus, Juncus, Panicum, Paspalum. 
2.4. Sistema de transição - tensão ecológica 
• Vegetação existente entre duas ou mais regiões ecológicas ou tipo s de vegetação. 
→ Ecótonos: consiste numa mistura florística entre tipos de vegetação que pode ser de difícil 
percepção em foto-interpretação, como nos contatos entre Floresta Ombrófila/Floresta Estacional, 
ou perceptível em como nos contatos entre Floresta Ombrófila /Savana 
→ Encraves: são áreas disjuntas que se contatam formando mosaicos de áreas edáficas. São 
facilmente delimitados cartograficamente mesmo quando o contato se dá entre dois tipos de 
vegetação com estruturas fisionômicas semelhantes. 
Floresta Ombrófila Densa Floresta Estacional Semidecidual 
Ecótono 
FOD x FESd 
 
22 
 
 
Floresta Ombrófila Densa Savana 
Encraves da S em 
FOD 
 
2.5. Sistema dos refúgios vegetacionais - relíquias 
→ Vegetações que diferem tanto quanto a florística quanto aos aspectos fisionômico-ecologicos da 
região ecológica ou tipo de vegetação no qual se insere, como, por exemplo, nos cumes litólicos das 
serras (vegetações de altitude) e nas áreas tufosas; 
2.6. Sistema da vegetação secundária (Tratos antrópicos) 
• Áreas em que houve intervenção humana; 
• Vegetação secundária reflete os parâmetros ecológicos do ambiente; 
• Classificação de acordo com o estágio da sucessão natural; 
23 
 
CAPÍTULO III: ANÁLISE ESTRUTURAL DE FLORESTAS 
1. INTRODUÇÃO 
• Vegetação é um recurso natural amplamente utilizado pelo Homem da qual se obtém madeira, fibras, 
óleos, resinas, gomas, substâncias químicas medicinais, sementes, frutos, flores, néctar, etc.; 
• A vegetação é o resultado da interação dos fatores ambientais dos meios físicos (clima, solo, geologia, 
etc.), biótico (flora e fauna) e antrópico (intervenções - alterações ambientais positivas e negativas); 
• Manejo de florestas tropicais naturais é um grande desafio: 
→ Alta biodiversidade; e 
→ Relações ecológicas pouco conhecidas; 
• Necessidade de conhecer as características das vegetações para manejá-las adequadamente; 
→ Fisionomia: formas de vida predominantes; 
→ Composição florística; 
→ Estrutura (horizontal, vertical e interna); 
 
Floresta Regulação Classificação 
Eqüiânea Idade de corte Idade e tamanho 
Ineqüiânea Ciclo de corte Volume, estrutura e 
composição florística 
 
• Os estudos da vegetação visam (MATTEUCCI e COLMA, 1982): 
→ Determinar os padrões espaciais, horizontais ou verticais, dos indivíduos ou das espécies; 
→ Estudar os processos populacionais que influenciam nos padrões espaciais ou temporais; 
→ Determinar as tendências ou classes de variação das relações de similaridade das comunidades ou 
de grupos de espécies; 
→ Estabelecer correlações ou de associações entre os padrões espaciais das comunidades ou de 
grupos de espécies e padrões de mais variáveis ambientais, e formular hipóteses acerca das 
relações causais entre os fatores ambientais e as respostas da vegetação; 
→ Avaliar o potencial econômico da vegetação. 
2. MÉTODOS DE ANÁLISE DE VEGETAÇÃO 
• Aspectos a serem considerados na escolha do método de análise de vegetação: 
→ Natureza da vegetação (floresta, savana, estepe, vegetação aquática etc).; 
→ Objetivo do estudo (preservação, produção madeireira, uso múltiplo, etc.); 
→ Informações (botânica, geologia, solos, clima, mapas, acesso, etc.) e recursos pré-existentes 
(recursos materiais, humanos e financeiros); 
→ Padrão espacial de populações específicas; e 
→ Homogeneidade. 
24 
 
• Método deve fornecer informações qualitativas e, ou, quantitativasda estrutura da floresta; 
• Características quantitativas: 
→ Densidade 
→ Dominância 
→ Freqüência 
• Características qualitativas: 
→ Uniformidade 
→ Estratificação 
→ Vitalidade 
→ Periodicidade 
→ Forma 
• Etapas do estudo da vegetação: 
→ Definição do objetivo; 
→ Definição dos conceitos, categorias de análise, métodos e técnicas; 
→ Amostragem e obtenção dos dados; 
→ Descrição das unidades de vegetação; 
→ Análise e discussão; 
• Etapas do levantamento da vegetação: 
→ Reconhecimento: exame preliminar da área, obtendo-se dados de solo, topografia, mapas, 
condições de trabalho, etc. 
→ Levantamento primário: reconhecimento e descrição das principais espécies e associações de 
plantas, indicando sua distribuição; 
→ Levantamento intensivo: pode ser conduzido em toda a comunidade ou tratar de uma comunidade 
particular. Em geral, são áreas menores que as usadas no levantamento primário, que são 
estudadas detalhadamente; 
2.1. Tipos de amostragem 
• A seleção da amostra passa pelos seguintes passos: 
→ Seleção da área de estudo; 
→ Determinação do método para situar as unidades de amostra; 
→ Seleção do tamanho da amostra, ou seja, do número de unidades amostrais; e 
→ Determinação do tamanho e forma da unidade de amostra. 
• Seleção e delimitação da área de estudo depende do objetivo do estudo; 
• Método para localizar a amostra e a unidade de amostra (MATTEUCCI E COLMA, 1982): 
→ Depende do padrão de distribuição das populações; 
→ Estratificação: consiste na subdivisão da área de estudo em unidades, estratos ou compartimentos 
homogêneos, de acordo com algum critério da vegetação (espécies dominantes, fisionomia, estrato 
vertical, etc.), geográfico, topográfico, etc. As amostras são lançadas segundo qualquer um dos 
25 
 
padrões espaciais. Esta técnica reduz a variabilidade (erro padrão) dos dados em áreas de alta 
heterogeneidade. 
→ Padrões espaciais das amostras: 
� Aleatório: a amostra ou unidade de amostra é lançada ao acaso. Cada unidade da população 
tem igual probabilidade de fazer parte da amostra. Não é indicado para detectar variações na 
área de estudo. É indicado para áreas pequenas e homogêneas; 
� Sistemático: a amostra ou unidade de amostra é lançada em um padrão regular em toda a área 
de estudo. Indicada para captar variações espaciais da comunidade; 
� Aleatório restringido: reúne algum dos benefícios dos padrões aleatório e sistemático. Consiste 
em dividir a área de estudo em blocos de igual tamanho e de forma igual ou distinta e lançar, em 
cada bloco, um número igual de unidade de amostra ao acaso. 
• Tamanho da amostra: 
→ Quanto maior o número de unidade de amostra: 
� Maior precisão na estimativa da variável considerada; 
� Maior o custo da estimativa; 
→ Critérios para se determinar o tamanho da amostra: 
� Porcentagem da área total de estudo; 
� Ajuste da série de Poison; 
� Grau de flutuação da média de subconjuntos de unidades de amostra. Calcula-se a média para 
subconjuntos de números crescentes de unidades amostrais, acumulando para cada 
subconjunto, os dados dos subconjuntos prévios. É colocada num gráfico a média da variável 
considerada dos subconjuntos em função do número de unidades amostrais de cada um. 
→ Fatores que afetam o tamanho da amostra: 
� Forma de vida; 
� Padrão espacial da população; 
→ Tamanho da unidade de amostra 
→ Condições: 
� Ser facilmente demarcada; 
� Ter regras claras sobre inclusão e exclusão do material vegetal a ser medido; 
� Uniformidade da forma e tamanho da unidade de amostra; 
→ Fatores que afetam o tamanho e a forma das unidades de amostras: 
� Padrão espacial dos indivíduos, quando aleatório, usa-se qualquer tamanho de unidade de 
amostra; 
� Tamanho dos indivíduos amostrados: quando pequenos usa-se unidades amostrais pequenas e 
quando grandes ou espaçados, unidades de amostras grandes; 
� Homogeneidade da comunidade; 
→ Cálculo da área da mínima da comunidade: método da curva espécie x área; 
� Toma-se uma parcela de área pequena, p. ex. 0,25 m2 e conta-se o número de espécies que 
ocorre nesta área; dobra-se a área e repete-se a contagem; repete-se o procedimento até que o 
número total de espécies se estabilize; colocam-se estes dados num gráfico área da unidade de 
amostra x # de espécies; trace uma reta unindo a origem ao ponto com maior área e # de 
26 
 
espécie; trace uma tangente à curva obtida, paralela à reta origem-ponto máximo; projete o ponto 
da tangente sobre o eixo X para conhecer a área mínima da comunidade. 
� Quanto mais homogênea a comunidade menor o tamanho da área mínima; 
Quadro 2 - Área de amostra por estrato e tipo de vegetação 
Tipo de formação Área de amostra (m²) 
 Estrato amostrado 
 DAP > 10 cm 5 > DAP > 10 cm DAP < 5 cm 
Floresta 500 a 10.000 100 a 500 1 a 25 
Savana 200 a 5.000 50 a 200 1 a 25 
27 
 
Quadro 3 – Características da amostragem de acordo as homogeneidade, da vegetação 
Condições Unidade de amostra # Parcelas Amostragem 
Homogêneas < < Aleatória 
Heterogêneas > > Estratificada 
Sistemática 
Aleatória restringida 
 
• Em Florestas Tropicais Ombrófilas a área mínima recomendada é de 1 ha; 
• Forma da parcela 
→ Retângulo 
→ Quadrado 
→ Círculo 
→ Linha (Transecto) 
→ Ponto 
� Indivíduo mais próximo; 
� Vizinho mais próximo; 
� Método do Quadrante; 
� Método de Bitterlick; 
3. ESTRUTURA HORIZONTAL 
• Fornece informações a respeito da dinâmica espacial das populações da comunidade; 
3.1. Densidade ou Abundância 
• Mede a participação numérica das espécies na associação vegetal; 
• É a relação entre o número de indivíduos de dada população e a área da comunidade; 
• Densidade Absoluta (Dai): 
Dai = ni / S 
• Densidade Total (Dt): 
 Dt = N / S 
• Densidade Relativa (Dri): 
 Dri = (Dai / � Dai) x 100 
 Dri = ni / N x 100 
ou 
Dri = (Dai / Dt) x 100 
Onde: 
ni = No. de árvores da espécie "i"; 
28 
 
N = No. total de espécies; 
S = área (ha); 
3.2. Dominância 
• Dá a influência de cada população na associação; 
• Dominância Absoluta (DOai): 
DOai = gi = ∑ASi / S 
• Dominância Relativa (DOri): 
 DOri = ( gi / G ) x 100 
Onde: 
 ASi = área seccional da espécie “i”; 
 gi = área basal da espécie "i"; 
 G = ∑ gi = área basal total; 
3.3. Freqüência 
• Padrão espacial da população na comunidade; 
• Freqüência Absoluta (Fai): 
Fai = ( pi / P ) x 100 
• Freqüência Relativa (Fri): 
 Fri = ( Fai / ∑ Fai ) x 100 
Onde: 
 pi = No. de parcelas em que a espécie "i" ocorreu; 
 P = No. total de parcelas; 
3.4. Índice de Valor de Importância (IVI) 
• Estima a importância ecológica de uma dada espécie na comunidade vegetal; 
• Integra os parâmetros Dri , DOri e Fri; 
 IVIi = Dri + DOri + Fri 
 IVIi(%) = (Dri + DOri + Fri ) / 3 
3.5. Índice do Valor de Cobertura (IVCi) 
• Fornece um valor que congrega os parâmetros (Dri e DOri) que determinam a ocupação de uma espécie 
numa associação; 
IVCi = Dri + DOri 
IVCi(%) = (Dri + DOri) / 2 
29 
 
4. ESTRUTURA VERTICAL 
• Parâmetros da estrutura horizontal são insuficientes para caracterizar a importância ecológica das 
espécies; 
• Estrutura vertical expressa a dinâmica temporal da comunidade; 
• Estrutura vertical pode ser representada por: 
→ Perfis: "stand" natural ou padronizados; e 
→ Parâmetros numéricos 
→ Distribuição da área basal nos estratos da comunidade; 
→ Parâmetros da estrutura vertical consistem: 
→ Posição sociológica, que fornece a composição florística dos diferentes estratos verticais do 
povoamento; 
→ Regeneração natural relativa, estimada pela freqüência, densidade, classe de tamanho relativa da 
regeneração natural; 
4.1. Posição sociológica 
• Fornece a composição florística dos diferentes estratos verticais do povoamento; 
• A posição sociológica é determinadapelos seguintes passos: 
→ Estratificação vertical do povoamento; 
→ Determinação do valor fitossociológico de cada estrato; e 
→ Estimativa dos valores absoluto e relativo da posição sociológica da espécie i na comunidade. 
a. Estratificação vertical do povoamento 
• Estratificação varia com as características: 
→ Da comunidade (homogeneidade de espécies e idade); e 
→ Do ambiente (rigor climático acentua a estratificação). 
• Varia com os critérios adotados: 
→ LAMPRECHT (1964): 4 estratos - superior, médio, inferior e sub-bosque; 
→ LONGHI (1980): 3 estratos - superior, médio e inferior; 
→ Freqüência relativa das alturas encontradas tendo cada estrato 33% das árvores; 
b. Determinação do valor fitossociológico 
• Valor fitossociológico das espécies em cada estrato é a percentagem do total de plantas da espécie 
no referido estrato, em relação ao total geral; 
VFij = nij / N x 100 
VFj = nj / N x 100 
onde: 
VFij = valor fitossociológico da espécie i; 
30 
 
VFj = valor fitossociológico do estrato j; 
nij = No. de indivíduos da espécie i no estrato j; 
nj = No. de indivíduos no estrato j; e 
N = No. total de indivíduos de todas as espécies em todos os estratos. 
c. Estimativa da posição sociológica 
• Posição sociológica absoluta (PSAi) da espécie i é obtida pelo somatório dos produtos do valor 
fitossociológico de cada estrato (VFj) pelo número de plantas da espécie i no referido estrato j (nij); 
PSAi = ∑ VFj x nij = VF1 x ni1 + VF2 x ni2 + VF3 x ni3 
Ou 
PSAi = ∑ VFij 
Onde: 
j = 1 (estrato inferior); 
j = 2 (estrato médio); e 
j = 3 (estrato superior). 
• Posição sociológica relativa (PSRi) é a razão entre a posição sociológica absoluta da espécie i (PSAi) 
e o somatório da posição sociológica de todas as demais espécies; 
PSRi = PSAi / ∑ PSAi x 100 
4.2. Estrutura da regeneração natural 
• A regeneração natural (RN) representa os descendentes das árvores de uma floresta; 
• A RN proporciona a substituição natural dos indivíduos; 
• A RN das espécies varia em função do estágio de sucessão da floresta: 
→ Floresta clímax: < proporção de espécies pioneiras; 
→ Início de sucessão: > proporção de espécies pioneiras; 
→ Clareiras: > proporção de espécies oportunistas; 
• Em florestas naturais, a RN agrega o maior número de indivíduos da comunidade (função "j" invertido); 
• A regeneração natural relativa é dada pelas estimativas de densidade relativa, freqüência relativa, 
classes de tamanho relativo; 
a. Freqüência 
• Freqüência absoluta da regeneração natural da espécie i (FARNi) é a razão entre o número de 
parcelas de regeneração em que ocorre a espécie i (ui) e o número total de parcelas destinadas à 
regeneração natural (ut); 
FARNi = ui / ut x 100 
• Freqüência relativa da regeneração natural da espécie i é a percentagem da freqüência absoluta da 
31 
 
espécie i em relação à freqüência absoluta total da comunidade; 
FRRNi = FARNi / ∑ FARNi X 100 
b. Densidade 
• Densidade absoluta da regeneração natural da espécie i (DARNi) é a razão entre o número de 
indivíduos de cada espécie em regeneração natural e a área da amostra (S); 
DARNi = ni / S 
• Densidade relativa da regeneração natural da espécie i (DRRNi) é a percentagem da densidade 
absoluta da espécie i em relação à densidade absoluta total da amostragem; 
DRRNi = DARNi / ∑ DARNi x 100 
c. Classes de tamanho 
• É a participação de cada espécie nas classes de tamanho da regeneração natural; 
• As classes de tamanho da regeneração natural são estabelecidas de acordo com as características da 
vegetação: 
• FINOL (1971): 3 classes de tamanho (CTij) de regeneração natural: 
 
Classe de tamanho Altura total (m) DAP (cm) 
CTi1 0,10 - 1,00 - 
CTi2 1,00 - 3,00 - 
CTi3 > 3,00 < 9,90 
 
 
• FAO (1971): classes de tamanho para florestas tropicais naturais: 
 
Classe de tamanho Altura total (m) DAP (cm) 
R < 0,30 - 
U1 0,30 - 1,50 - 
U2 1,50 - 3,00 - 
E > 3,00 < 5,00 
1.A - 5,00 - 10,00 
1.B - 10,00 - 15,00 
2 - 15,00 - 20,00 
3 - 20,00 - 25,00 
... ... ... 
 
 
• O peso de cada classe de tamanho (kj) é a razão entre o número de indivíduos de cada classe (Nj) e o 
número total de indivíduos da RN (N); 
kj = Nj / N 
• A classe absoluta de tamanho da espécie i (CATRNi) é o total do produto do número de indivíduos da 
32 
 
espécie i nas diferentes classes de tamanho da RN (njj) pelo peso da respectiva classe (kj); 
CATRNi = ∑ nij x kj 
• A classe relativa de tamanho da espécie i (CRTRNi) é a percentagem da classe absoluta de tamanho 
da espécie i em relação ao total de classe de tamanho da comunidade; 
CRTRNi = CATRNi / ∑ CATRNi x 100 
d. Regeneração natural relativa 
• A regeneração natural relativa da espécie i (RNRi) é a média aritmética dos parâmetros FRRNi, 
DRRNi e CRTRNi; 
RNRi = ( FRRNi + DRRNi + CRTRNi ) / 3 
4.3. Índice de valor importância ampliado (IVIAi) 
• O IVIA da espécie i integra os parâmetros da estrutura horizontal e da estrutura vertical; 
IVIAi = IVIi + PSRi + RNRi 
5. ESTRUTURA INTERNA 
• A estrutura interna é dada por características qualitativas das árvores, como a qualidade de fuste, mas 
que podem ser convertidas em parâmetros quantitativos; 
5.1. Qualidade de fuste 
• Reflete as características econômicas da floresta; 
• A classificação do fuste é com base na sua forma e na sua sanidade, mediante avaliação visual; 
 
Classe de fuste Forma Sanidade Aproveitamento 
CQ1 boa sadia + 2 toras de 4,0 m 
CQ2 aceitável sadia + 1 tora de 4,0 m 
CQ3 irregular (ou) não sadia sem uso madeireiro 
Fonte: HIGUCHI et al. (1985) 
 
 
Classe de fuste Aproveitamento Diâmetro do topo (cm) 
CQ1 comercial toras > 4,0 m > 30,0 
CQ2 comercial toras < 4,0 m > 30,0 
CQ3 comercial no futuro toras > 4,0 m < 30,0 
CQ4 comercial no futuro toras < 4,0 m < 30,0 
CQ5 não comercial sem uso madeireiro - 
Fonte: FLORES (1993) 
 
• A qualidade de fuste absoluta da espécie i (QAFi) é a razão entre o total do produto do número de 
33 
 
indivíduos da espécie i na classe de fuste j (nij) e o número total de indivíduos nas respectivas classes 
de fuste (Nj), pelo número total de indivíduos da amostragem (N); 
QAFi = ∑ (nij x Nj) / N 
• A qualidade de fuste relativa da espécie i (QRFi) é a percentagem do total da qualidade absoluta de 
fuste; 
QRFi = QAFi / ∑ QAFi x 100 
 
5.2. Índice de valor de importância economicamente ampliado (IVIEAi) 
• Qualifica comercialmente o IVIEAi pela adição da qualidade de fuste; 
IVIEAi = IVIAi + QRFi 
6. COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA 
• Florestas tropicais naturais possuem alta diversidade florística - florestas Ineqüiânea; 
• Condução do manejo pela adoção de tratamentos silviculturais: 
→ Promover e estimular a regeneração natural; 
→ Estimular o crescimento; e 
→ Incrementar e melhorar a qualidade e o valor do grupo de espécies de árvores desejáveis. 
• Cuidados para não alterar demasiadamente a composição florística original e não depauperar o 
potencial produtivo da floresta; 
• Análise florística: 
→ Listagem das espécies existentes na comunidade; 
→ Variabilidade de espécies (homogeneidade ou heterogeneidade); e 
→ Padrão de distribuição espacial e associação de espécies. 
6.1. Diversidade de espécies 
• Diversidade alfa – riqueza de espécies – número de espécies 
• Diversidade beta – considera o número total de indivíduos da comunidade 
a. Coeficiente de Mistura de Jentsch (QM) 
• Informa sobre a composição florística da floresta; 
• Indica o número médio de árvores de cada espécie encontrado no povoamento; 
• Relaciona o número de espécies e o número total de plantas da comunidade; 
QM = No. spp / No. total de indivíduos da comunidade 
b. Índice de Diversidade de Shannon & Weaver (Hi) 
• Relaciona o número de indivíduos de cada espécie com o número total de indivíduos da comunidade;34 
 
• É influenciado pela amostragem, mas fornece indicação confiável da diversidade de espécies; 
• Pode ser utilizado para comparar tipos de formações e estágios de desenvolvimento; 
 n 
Hi = ∑ pi.(ln pi) 
 i=1 
Onde: 
pi = ni / N 
ni = No. de indivíduos amostrados da espécie "i"; 
N = No. total de indivíduos amostrados; 
• A diversidade de espécies cresce com o valor de "H"; 
c. Grau de Homogeneidade (H) 
• Expressa a homogeneidade de uma associação florestal através da freqüência; 
H = (∑x - ∑y) . n / N 
Onde: 
∑x = No. de espécies com freqüência absoluta entre 80 e 100 %; 
∑y = No. de espécies com freqüência absoluta entre 0 e 20 %; 
N = No. total de espécies; 
n = No. de classe de freqüência; 
 
Classe Freqüência (%) 
1 0 - 19,9 
2 20 - 39,9 
3 40 - 59,9 
4 60 - 79,9 
5 80 - 100,0 
 
 
• Quando H tende a 1, a vegetação tende a homogeneidade. 
6.2. Agregação de espécies 
• Indica o padrão de distribuição espacial dos indivíduos das espécies; 
• Uma espécie tender à agregação quando apresenta: 
→ Baixa eficiência na disseminação de sementes ou propagação vegetativa; 
→ Alta regeneração em clareiras; 
a. Índice de McGuines (IGA) 
IGAi = Di / di 
Onde: 
Di = # densidade absoluta da espécie "i" 
di = - ln ( 1 - FrAi / 100 ) 
 
35 
 
IGA Padrão de Dispersão da Espécie 
< 1 Uniforme 
= 1 Aleatória 
1 < IGA < 2 Tendência ao Agrupamento 
> 2 Agrupada 
 
b. Índice de Sociabilidade (IS) 
ISi = ( DensAi / Fai ) x 100 
Onde: 
DensAi = Densidade média da espécie "i"; 
36 
 
c. Índice de Morisita (I) 
 n 
 Ii = [∑ nij . (nij - 1 )] . P / ni . (ni - 1 ) 
 i=1 
 
Onde: 
 ni = No. total de indivíduos da espécie; 
 nij = No. de indivíduos da espécie “i” na parcela “j”; 
 P = No. total de parcelas; 
d. Índice de Dispersão (ID) 
• Expressa a dispersão de uma dada espécie; 
IDi = ( Fri ) Ari 
e. Índice de McIntosh (Mc) 
• Expressa a distribuição do número de indivíduos entre as espécies; 
Mc = (N - ∑ ni²) / (N - ni) 
Onde: 
N = No. total de indivíduos; 
ni = No. de indivíduos da espécie "i"; 
37 
 
CAPÍTULO IV: SUCESSÃO 
1. INTRODUÇÃO 
• Sucessão é o conjunto de mudanças que ocorrem na composição e estrutura de uma comunidade 
vegetal de certa área, e no seu ambiente, com o tempo; 
• As mudanças num ecossistema são relativamente lentas, exceto quando ocorre um distúrbio causado 
por agentes que aceleram ou retardam os processos, tais como: 
→ Biológicos (herbívoros ou patógenos); 
→ Físico-químicos (seca, enchente, fogo, vento, vulcão, terremoto, chuva ácida, etc.); 
→ Antrópico (desmatamento, plantio, tratos silviculturais, etc.) 
• Tipos de sucessão vegetal: 
→ Primária: tem início em área estéril sob condições desfavoráveis; 
Ex.: Dunas, depósitos aluviais, derrame de lavas, etc. 
→ Secundária: tem início em áreas previamente ocupadas por outras comunidades já estabelecidas, 
sob condições relativamente favoráveis; 
ex: Terras de culturas abandonadas, florestas derrubadas, etc. 
• A velocidade de mudança difere com: 
→ Tipo de sucessão: 
� Sucessão primária - lenta; e 
� Sucessão secundária - rápida; 
→ Características ambientais: 
� Qualidade do sítio ou capacidade suporte 
� Estoque de propágulos; 
→ Distúrbios (naturais ou antrópicos); 
2. ESTÁGIOS DE SUCESSÃO 
• Estágios de sucessão são denominados estágios sere (serais) 
• Envolvem mudanças na composição e estrutura da comunidade biótica, nas condições ambientais 
(luminosidade, umidade, solo etc.) e nas relações entre os componentes do ecossistema; 
2.1. Sucessão Vegetal: 
→ 1a, 2a e 3a Fases da Sucessão Vegetal - Fase Inicial da Sucessão Vegetal (Capoeirinha) 
→ 4a Fase da Sucessão Vegetal - Fase Intermediária da Sucessão Vegetal (Capoeira) 
→ 5a Fase da Sucessão Vegetal - Fase Avançada da Sucessão Vegetal (Capoeirão) 
2.2. Mudanças na composição e na estrutura 
• Ecossistema florestal composto por diferentes tipos de organismos: animais, vegetais e 
microorganismos; 
38 
 
• Sucessão em regiões tropicais: 
→ Rápida cobertura do solo por uma mistura de plantas herbáceas e trepadeiras; 
→ Colonização com espécies de alta capacidade de dispersão; 
→ Árvores pioneiras formam dossel fechado com poucas espécies; 
→ Surgimento das espécies tolerantes 
→ Aumento da biodiversidade. 
→ Aumento no número de estratos verticais e redução da sua diferenciação; 
→ O padrão de distribuição das espécies passa a ser mais influenciado pela abundância de sementes, 
pela interação com animais e por micro-sítios; 
2.3. Interação entre componentes ambientais 
• Influenciam no estabelecimento e no crescimento das espécies; 
• São modificados com os diferentes estágios de sucessão; 
→ Ambiente físico 
� Temperatura (ar e solo); 
� Umidade 
� Circulação de ar 
� Luminosidade 
� Solo 
→ Ambiente biótico 
� Relação planta-planta 
� Composição 
� Estrutura 
� Competição 
� Alelopatia 
→ Relação planta-animal 
� Herbívoros/frutívoros 
� Polinizadores/dispersores 
� Vetores 
� Cicladores de nutrientes 
→ Relação planta-microrganismo 
� Micorriza 
� Patógenos 
� Decompositores 
2.4. Estabilidade 
• É a capacidade de o ecossistema resistir ou se recuperar de distúrbios; 
39 
 
→ Resistência: capacidade do ecossistema se manter frente a um distúrbio; 
→ Elasticidade: capacidade do ecossistema se recuperar de um distúrbio; 
Vegetação original
Distúrbio
Potencial florístico
Germinação de algumas
espécies
Chegada de novas
espécies
Competição entre
plântulas
Seleção de conjunto de
espécies
Mudança gradual no
ambiente
microevolução
Disseminação e estabelecimento de
outras espécies
Novas mudanças
ambientais
Formação de
clareiras
Fatores gatilho
(temperatura, comp. químicos, luz,
fogo, umidade)
Desenvolvimento
da comunidade
Novo início de
sucessão
Vegetação
primária estável
Chegada contínua
de espécies
Regeneração sem
influência dos
fatores gatilho
Predadores
 
40 
 
Quadro 1 - Características dos componentes arbóreos dos estágios serais numa floresta tropical úmida na 
América Latina 
Característica Comunidade 
 Pioneira Secundária inicial Secundária tardia Clímax 
Idade (ano) 1 – 3 5 – 15 20 - 50 > 100 
Altura (m) 5 – 8 12 – 20 20 - 30 > 30 
Epífitas Ausente Pouca abundante e pouca 
spp. 
muitas espécies e formas 
de vida 
Lianas abundante e pouco 
diverso 
abundante e pouco 
diverso 
abundante pouca 
spp. lenhosa 
abundante muita spp. 
lenhosa 
Arbustos abundante diverso pouco abundante e 
pouco diverso. 
pouco abundante pouco abundante e muito 
diverso 
# espécies arbóreas 1 – 5 1 - 10 30 - 50 > 100 
Composição florística Cecropia, Ochroma, 
Trema 
Cecropia, Ochroma, 
Trema, Heliocarpus 
Meliaceae, 
Bombacaceae, 
Tiliaceae 
muito diversa 
Folhas sempre verdes sempre verdes muitas decíduas sempre verdes 
Tamanho das sementes ou 
frutos 
Pequeno pequeno pequeno a médio grande 
Durabilidade da semente longa, latente no 
solo 
longa, latente no solo curta a média curta 
Disseminação de sementes pássaros, morcegos 
e vento 
pássaros, morcegos 
e vento 
vento gravidade, mamíferos e 
pássaros 
Crescimento muito rápido muito rápido rápido e algum lento lento ou muito lento 
Expectativa de vida muito curta 
< 10 anos 
curta 
10 a 25 anos 
longa 
40 a 100 anos 
muito longa 
> 100 anos 
Tolerância ao 
sombreamento 
muito intolerante muito intolerante tolerante qdo. jovem 
e intolerante quando 
adulta 
tolerante exceto qdo 
adulta 
Madeira muito leve 
peq. diâmetro 
muito leve 
DAP < 60 cm 
Leve 
dureza média 
dura e pesada 
No. de estratos 1 (denso) 2 (bem diferenciado) 3 (difícil 
diferenciação) 
4 - 5 (difícil diferenciação)Estrato superior homogêneo e 
denso 
ramificado e denso Heterogêneo heterogêneo 
Estrato mais baixo denso denso 
spp. herbáceas 
Escasso 
spp. tolerantes 
escasso 
spp. tolerantes 
Regeneração muito escassa praticamente 
ausente 
Ausente ou 
abundante, alta 
mortalidade 
abundante 
 
41 
 
 
CAPÍTULO V: REGENERAÇÃO FLORESTAL 
1. INTRODUÇÃO 
• Regeneração florestal é a reposição total ou parcial de uma floresta por meio de sementes (reprodução 
sexuada) ou por estruturas vegetativas (reprodução assexuada ou propagação vegetativa); 
• É constituída pelo conjunto de descendentes das árvores de uma floresta que se encontram até a fase 
juvenil; 
• Permite a perpetuação das espécies e da floresta; 
 
 
 
 
 
 
� 
 
Planta adulta 
 
� 
 
� 
Senescência 
 
Planta jovem 
 
Floração 
 
 
 
� 
 
 
� 
 
 
Plântulas 
 
Frutificação 
 
 
 
 
 
 
 
� 
 
Sementes 
 
 
 
 Germinação 
Figura 1 - Ciclo de vida das árvores 
• O estabelecimento ou a renovação de uma floresta pode ser por diferentes métodos de regeneração; 
• Avaliada na estrutura vertical da floresta; 
2. MÉTODOS DE REGENERAÇÃO 
• Conjunto de tratamentos silviculturais adotado para criar ou manter as condições favoráveis para iniciar 
e estabelecer a regeneração florestal; 
• Os métodos de regeneração são influenciados pelo tipo de intervenção humana, pelas características 
ambientais (temperatura, água, luz e solo) e pela auto-ecologia das espécies (competição e exigências 
ecofisiológicas, dormência, predação, periodicidade na produção de sementes, etc.); 
• Os métodos de regeneração podem ser classificados quanto à: 
→ Intervenção humana: 
� Regeneração natural 
42 
 
� Regeneração artificial 
� Regeneração mista 
→ Forma de propagação das árvores: 
� Alto fuste - por sementes (reprodução) 
� Talhadia - por meio de brotação de estruturas vegetativas 
→ Tipo de corte da floresta: 
� Corte raso 
� Corte progressivo regular 
� Corte progressivo irregular 
2.1. Regeneração natural 
• É a forma de estabelecimento ou substituição de árvores por meio de semeadura e, ou, propagação 
vegetativa, no qual a natureza é que estabelece o equilíbrio dinâmico; 
• A regeneração natural é um processo que envolve: 
→ Produção de sementes e, ou, o desenvolvimento de estruturas vegetativas; 
→ Disseminação de propágulos; 
→ Germinação de sementes ou brotação de estruturas vegetativas; 
→ Desenvolvimento de plântulas; 
→ Estabelecimento das mudas; 
• Fatores que afetam a regeneração natural: 
→ Ambientais 
� Temperatura 
� Luz 
� Água 
� Solo 
→ Processos 
� Competição 
� Germinação 
 
43 
 
 
 
Água 
 
→ 
 
Germinação 
 
← 
 
 
Luz 
 
 
� 
 
� 
� 
 
 
 
 
 
↑ ↓ 
� 
 
� 
 
Regeneração 
 
 
� 
 
 
 
� 
 
� 
� 
 
 
 
 
Temperatura 
 
 
 
 
 
Competição 
 
 
← 
 
 
Solo 
 
 
Figura 2 – Interação dos fatores do meio que influenciam a regeneração natural 
2.1.1. Tratamentos silviculturais de regeneração natural 
• São operações silviculturais que favorecem o estabelecimento da regeneração natural; 
• São realizadas de acordo com: 
→ Método silvicultural; 
→ Composição e estrutura da floresta; 
→ Características ambientais 
→ Auto-ecologia da espécie 
� Reprodução: Hermafrodita/monóica/dióica 
� Floração: Sazonalidade: anual/plurianual 
� Grupo ecológico: Pioneiras/secundárias/clímax 
� Polinização e dispersão de frutos e sementes: Anemocórica/hidrocórica/zôocórica; 
• Toda intervenção na floresta eleva custo de implantação e de manutenção do povoamento florestal, 
além de causar impactos na floresta, devendo os tratamentos silviculturais ser aplicados somente 
quando necessários; 
a. Derrubada de semeadura (derrubada de melhoramento da regeneração) 
• Aberturas no dossel da floresta virgem ou explorada, em intervalos sucessivos, e posteriores cortes no 
sub-bosque; 
• Objetivo: livrar as árvores produtoras de sementes para aumentar a produção de sementes e facilitar a 
disseminação e germinação de sementes e favorecer endurecimento de mudas; 
• Fatores que afetam: 
→ A produção de sementes das espécies de interesse; 
→ A distribuição espacial das árvores matrizes; 
→ As características da semente (peso e forma); 
44 
 
b. Abertura de copagem 
• Consiste no corte de plantas herbáceas, trepadeiras e arvoretas sem valor comercial, no final da estação 
chuvosa, e de árvores de valor e no anelamento e/ou envenenamento de árvores sem valor comercial 
nos diferentes estratos; no início da estação seca; 
• Objetivo: tirar as mudas que crescem sob dossel fechado do estado de supressão, pela abertura na 
copagem da floresta, buscando-se uma distribuição homogênea da luminosidade por toda a área; 
• Executados de acordo com as exigências ecológicas das espécies de interesse; 
• Efetuado nos sistemas silviculturais de alto fuste e corte progressivo; 
• Anelamento 
→ Incisão na casca em torno do fuste feita com facão, machadinha ou machado, que atinge interrompe 
o fluxo do floema; 
 
30
30
 
 
 entalhe anelamento 
 
Figura 3 - Tipos de incisões 
Pontos positivos Pontos negativos 
• Baixo custo; • Favorece a queda de galhos; 
• Não contamina o ambiente • Espécies resistentes ao anelamento - rebrota 
 
• Envenenamento 
→ É a injeção ou aplicação de arboricidas em incisões, folha, casca e raízes de árvores resistentes ao 
anelamento, aplicados com injetor, pulverizador ou pincel; 
→ Arboricidas são produtos químicos usados para eliminar árvores sem maiores danos à vegetação 
remanescente; 
→ A eficiência dos arboricidas depende: 
� Da espécie florestal - madeira, casca, seiva, forma e tamanho; 
� Forma de aplicação - pincelamento da casca, anelamento e pincelamento e injeção no sistema 
vascular da planta; 
Pontos positivos Pontos negativos 
• Reduzem a queda de galhos • Tóxico e perigoso ao homem; 
 • Não atinge todas as espécies; 
 • Contaminação do ecossistema; 
45 
 
 • Requer cuidado na armazenagem, no manuseio e 
na sua aplicação 
 
� Classificação: 
� Quanto à composição: 
o Base de arsênico 
o Base butilésteres 
� Quanto à seletividade: 
o Não seletivo - amate, arsenito de sódio; 
o Seletivo - ação hormonal: 2,4 - D, 2,4,5 - T e óleos derivados; 
c. Tratamento de solo 
• Consiste na conservação ou melhoria das condições do solo por processos físicos (gradagem, aração, 
escarificação, etc.), por processos químicos (correção do pH e fertilização), físico-químicos (fogo) ou por 
processos biológicos (cobertura vegetal, simbiontes - Rhizobium e micorrizas, minhocas, organismos de 
compositores, etc); 
• Objetivo: melhorar as condições do solo para o estabelecimento da regeneração; 
d. Refinamento 
• É a remoção das impurezas formadas por misturas de parasitas, herbáceas, trepadeiras, arbustos e 
árvores sem valor comercial e aquelas comerciais defeituosas ou caducas, que estejam ou não 
interferindo negativamente nas espécies desejáveis; 
• O refinamento pode ser feito pelas práticas de limpeza, remoção da concorrência e queimada; 
→ Limpeza 
� Corte de trepadeiras e plantas herbáceas competidoras, com auxílio de facão, foice, machado, 
etc. 
� Trepadeiras e lianas podem provocar: 
� Redução do ICA; 
� Defeitos na forma pelo estrangulamento do fuste; 
� Redução na sobrevivência e na produtividade de madeira; 
� Danos à copa pela quebra de galhos e de parte do fuste; 
� As árvores podem ser classificadas quanto à infestação com trepadeiras em: 
o Árvores livres de trepadeiras: 
o Árvores com fuste com trepadeiras e copa livre; 
o Copascom trepadeiras com brotos terminais intactos; 
o Copas totalmente recurvadas pelo domínio de cipós e com brotos terminais 
totalmente perdidos; 
� Controle feito por roçada e herbicida; 
� Época de controle: + 3 anos antes da colheita florestal e + 2 anos após este tratamento e 
46 
 
sempre quando necessário; 
� Recomendações: 
� Controlar somente o necessário; 
� Controlar todas as trepadeiras com diâmetro maior que 2,5 cm; 
� Cortar trepadeiras com dois cortes: um rente ao solo e o outro o mais alto possível do solo; 
� Certificar se a planta é trepadeira ou regeneração natural; 
→ Remoção da concorrência 
� Redução da população de espécies sem interesse econômico atual e de algumas de interesse 
as que estejam atrapalhando o crescimento de árvores de interesse com características mais 
desejáveis; 
� Objetivo: formar desde cedo uma copa que forneça maior incremento e suprima a concorrência 
e dominância de espécies sem uso atual; 
� Época de aplicação da prática: quando a avaliação do povoamento acusar que pelo menos 40% 
das amostras estão estocadas com espécies desejáveis; 
� Cuidados: controlar a intensidade de remoção da concorrência, pois quando em determinadas 
circunstâncias, pode ter efeitos negativos sobre a conservação do solo, favorecer a 
regeneração de herbáceas e trepadeiras e comprometer a regeneração de espécies desejáveis 
tolerantes; 
→ Queimada 
� Prática usada eventualmente para rebaixamento da camada de matéria orgânica sobre o solo 
("litter", serapilheira), combater pragas, doenças ou incêndio, reduzir o material combustível, 
limpeza do sub-bosque após o refinamento e colheita e para estimular a regeneração natural de 
algumas espécies; 
� Cuidados: 
� Empilhar o material a ser queimado; 
� Queimar pela manhã ou à noite; 
� Não queimar quando estiver ventando; 
� Tomar medidas para evitar a propagação do fogo; 
� Tomar medidas de segurança legais e de rotina. 
e. Derrubada de melhoramento 
• Cortes feitos no povoamento com objetivo de agregar o crescimento num menor número de indivíduos 
com características superiores, pela retirada de indivíduos de espécies sem interesse econômico atual e 
aqueles indesejáveis quanto à forma, sanidade ou crescimento; 
• Operação pode causar danos à regeneração natural e é de custo elevado, portanto, deve ser feita 
somente para elevar o incremento pela redução da competição e quando existe a possibilidade da 
utilização do material a ser retirado; 
• Pode ser feita pela derrubada propriamente dita das árvores ou pelo anelamento e, ou, envenenamento 
das árvores inferiores; 
f. Derrubada comercial 
• Derrubada de árvores de valor para atender às necessidades do mercado e do empreendimento, assim 
47 
 
como à dinâmica do ecossistema; 
• O planejamento da derrubada comercial deve estar condicionado ao: 
→ Método silvicultural 
→ Volume a ser retirado 
→ Qualidade do fuste 
• É precedida de inventário, marcação e mapeamento das árvores, anelamento e, ou, abate; 
• Alguns sistemas silviculturais estabelecem o anelamento dos indivíduos a ser abatidos com 
antecedência de 18 a 24 meses do abate. Esta prática visa reduzir os danos à vegetação remanescente; 
• A derrubada envolve a desgalha e a toragem das árvores abatidas de acordo com o objetivo do uso da 
madeira; 
• A derrubada é um dos tratamentos silviculturais que mais causa impactos na floresta, portanto, requer 
cuidado especial; 
• Os danos estão relacionados à direção de queda das árvores, à intensidade de colheita e à densidade 
do povoamento; 
• Cuidados: 
→ Direcionamento da queda das árvores de modo a reduzir danos às árvores já estabelecidas e à 
regeneração natural; 
→ Época de derrubada: época chuvosa causa menores danos à regeneração, mas causa grande 
impacto ao solo; época seca pode aumentar os riscos de incêndio pela grande quantidade de 
biomassa residual; 
Quadro 2 - Tipos de danos às árvores numa floresta tropical úmida de Sabah 
Efeito N°. de árvores/ha (%) 
Sem dano, ótima forma 204 34,8 
Sem dano, péssima forma 74 12,6 
Dano à casca 33 5,6 
Dano à copa 71 12,2 
Dano na casca e na copa 32 5,3 
Quebrada ou arruinada 175 29,8 
Total 588 100,0 
Fonte: Nicholson, 1958. 
g. Extração 
• Tratamento que consiste nas operações de classificação e arraste das árvores do povoamento florestal; 
• O seu planejamento está condicionado ao método silvicultural adotado e as características do produto a 
ser extraído, da vegetação, do clima, da topografia, do solo e dos recursos disponíveis; 
• Derrubada e a extração causam grandes danos à floresta: destrói 40% dos indivíduos remanescentes e 
50% da regeneração, reduzem o estoque de nutrientes do solo; 
• O planejamento adequado pode reduzir os danos; 
48 
 
2.2. Regeneração artificial 
• É o estabelecimento de povoamentos florestais por meio do plantio direto de sementes, de estruturas 
vegetativas ou por meio de mudas, pelo homem; 
• Semeadura direta ou plantio direto de estruturas vegetativas: 
→ Reduz custos de regeneração florestal por não exigir a produção de mudas; 
→ Requer plantio mais adensado para posterior raleio das plantas; 
→ Requer abundância de sementes ou de material de propagação vegetativa; 
→ Indicado para espécies com facilidade de germinação da semente ou enraizamento de estacas, ou 
que apresentam problemas no estabelecimento do sistema radicular quando provenientes de 
mudas; 
→ Pode ser feita em linha, covas, faixas ou a lanço; 
• Plantio de mudas: 
→ Quando existe carência de sementes ou material vegetativo, ou quando estas possuem alto custo; 
→ Dificuldade de germinação ou de enraizamento de estacas; 
• A regeneração artificial é indicada para: 
→ Espécies com produção de sementes irregular; 
→ Espécies com produção de sementes regular, mas a regeneração natural tem dificuldade de 
adaptação e estabelecimento; 
→ Espécies com sementes que perdem a vitalidade em curto tempo; 
→ Espécies com dificuldade de estabelecimento da regeneração natural devido à ocorrência de pragas 
ou doenças; 
→ Substituir povoamentos com baixo valor econômico devido à ausência de regeneração natural de 
espécies de interesse; 
→ Estabelecer espécies exóticas ou enriquecer ou adensar um povoamento florestal; 
→ Estabelecer povoamentos com densidade e arranjo espacial predefinidos das árvores; 
Pontos positivos Pontos negativos 
• Flexibilidade na escolha do local, da 
composição, da densidade, do arranjo espacial 
e do arranjo temporal 
• Custo elevado 
• Maior controle local • Possibilidade de introdução de espécies 
inadaptadas ou de difícil controle 
• Usar mecanização • Possibilidade de introduzir doenças ou pragas 
na área de plantio, provenientes de sementes 
ou mudas; 
• Planejar a execução dos tratamentos 
silviculturais 
 
• Reduzir o tempo de estabelecimento florestal, 
principalmente de reflorestamentos 
 
49 
 
• Estabelecer espécies de outras regiões 
2.2.1. Operações de regeneração artificial 
• Colheita ou aquisição de sementes ou estacas; 
• Produção de mudas em viveiros; 
• Implantação florestal (sementes, estacas ou mudas); 
→ Preparo do solo 
→ Plantio 
• Tratamentos silviculturais 
→ Limpeza 
→ Desrama 
→ Desbaste 
→ Colheita e extração 
2.3. Regeneração mista 
• É a reposição total ou parcial de uma floresta por meio de sementes ou por estruturas vegetativas, na 
qual além da regeneração natural é feita a regeneração artificial; 
• É indicada para povoamentos com distribuição espacial agrupada dos indivíduos, com necessidade de 
adensamento e, ou, enriquecimento; 
• Podem ser empregados os tratamentos silviculturais para a regeneração natural quanto os para a 
regeneração artificial; 
2.4. Corte raso 
• É o método em que todas as árvores são cortadas simultaneamente; 
• Origina povoamentos eqüiâneos e, porvezes, homogêneos; 
• Os resíduos do corte podem ser leirados e, ou, queimados; 
• Método indicado para regeneração de espécies intolerantes (pioneiras ou secundárias iniciais) e para 
povoamentos cuja composição é indesejável; 
• Pode ser aplicado tanto associado à regeneração natural por alto fuste ou talhadia (bracatinga, paricá, 
aroeira, eucalipto, teca) ou à regeneração artificial (reflorestamento); 
 
Pontos positivos Pontos negativos 
• Método de aplicação simples; • Expõe o solo; 
• Baixo custo; • Requer um estoque adequado de sementes no 
solo ou na vegetação vizinha para assegurar a 
regeneração da espécie desejada; 
• Facilidade de corte e extração da madeira; 
50 
 
2.5. Corte progressivo regular 
• Povoamento florestal é cortado parceladamente por sucessivas derrubadas, ou por eliminação de 
árvores agrupadas ou espaçadas, sem que haja exposição do solo; 
• Árvores formam camadas (planos ou estratos) regulares que protegem a regeneração e o solo contra os 
rigores climáticos; 
• Dá origem a povoamentos florestais eqüianeos; 
• Indicado para espécie tolerante, na fase juvenil, e intolerante, na fase adulta; 
2.6. Corte progressivo irregular 
• Povoamento florestal é cortado parceladamente, a medida que as árvores vão atingindo o diâmetro de 
corte desejado; 
• Mantém a estrutura da floresta (distribuição diamétrica segue o da floresta natural, ou seja, um "j" 
invertido); 
• Dá origem a povoamentos ineqüiâneos. 
• Indicado para espécies tolerantes na fase juvenil e clímax; 
51 
 
CAPÍTULO VI. SISTEMAS SILVICULTURAIS 
1. INTRODUÇÃO 
• Domesticação: primeiro passo para o manejo de florestas até então não manejadas. É o conjunto de 
medidas voltadas para a elevação da produtividade econômica dos povoamentos até que seja atingido o 
manejo sustentado (LAMPRECHT, 1990). 
• A domesticação envolve transformações nos povoamentos que poderão ser profundas, chegando até a 
sua substituição completa. 
• As medidas de domesticação têm como objetivo a instalação de povoamentos iniciais aptos para a 
aplicação dos princípios de um manejo sustentado e ordenado (LAMPRECHT, 1990). 
• Os fatores que influenciam na domesticação são: 
→ Condições e qualidade do sítio; 
→ Composição da vegetação; 
→ Legislação e política florestal; 
→ Custos de manutenção e aspectos administrativos da empresa; 
→ Acesso; 
→ Disponibilidade de mão-de-obra e de outros recursos; 
→ Mercado de produtos florestais. 
 
Floresta não domesticada Floresta domesticada 
• Maior heterogeneidade florística e de qualidade 
do produto 
• Maior homogeneidade florística e de qualidade 
do produto 
• Menor proporção de árvores comerciais • Maior proporção de árvores comerciais 
• Menor produtividade de madeira • Maior produtividade de madeira 
 
• Sistemas silviculturais são os processos em que uma floresta é tratada, removida ou substituída por 
outra, produzindo madeira. Envolve os métodos de regeneração, distribuição, melhoria, utilização e 
formas de produção da floresta (TROUP, 1928); 
• Objetivo: atingir sucesso na regeneração de espécies desejadas, pelo uso de tratamentos adequados 
que criam condições propícias para a regeneração; 
• O desenvolvimento de sistemas silviculturais requer conhecimento dos princípios silviculturais, que se 
relacionam com o controle do estabelecimento, do crescimento, da composição e da qualidade da 
vegetação florestal; 
• As práticas silviculturais variam com: 
→ O objetivo da floresta; 
→ Características ambientais: 
→ Meio biótico: flora (composição e estrutura) e fauna (composição e estrutura); 
→ Meio físico: clima, solo, relevo, água, geologia; 
52 
 
→ Meio antrópico: aspectos sociais, econômicos e culturais; 
• A extração de matéria-prima florestal deve ser feita segundo métodos silviculturais; 
• Os métodos silviculturais estão direcionados aos objetivos de (FLOR, 1985): 
→ Estímulo, mediante cortes de aproveitamento e tratamentos silviculturais, das espécies econômicas 
nas florestas naturais mistas; 
→ Enriquecimento das florestas naturais, com plantio em talhões, grupos, linhas ou outro qualquer; 
→ Substituição de florestas originais, improdutivas ou já exploradas, por outra com regeneração 
artificial; 
 
Avaliação do povoamento atual 
(composição, estrutura) 
 
↓ 
 
Viabilidade econômica do 
povoamento 
 
↓ 
Suficiente Insuficiente 
 
 
 
Medidas silviculturais 
 
↓ 
↓ Domesticação 
 
↓ 
 
↓ 
 
Estímulo 
Garantir a produção natural 
sustentada 
 
Transformação: 
simplificação da 
composição e/ou 
estrutura da floresta 
natural 
 
Substituição: 
substituição do 
povoamento natural 
por maciços mais 
homogêneos 
Seleção 
 
Melhoramento 
Enriquecimento 
 
Reflorestamento 
Florestamento 
Agrossilvicultura 
Adaptado de LAMPRECHT (1990) 
 
53 
 
2. CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS SILVICULTURAIS 
• Quanto ao ciclo de corte: 
→ Monocíclicos: quando o ciclo de corte coincide com a rotação florestal. Todo o estoque de madeira 
comercial é removido numa só operação. 
→ Policíclicos: quando o ciclo de corte principal é menor do que a rotação florestal. A regeneração 
avançada é retirada para produzir árvores comercializáveis em ciclos de cortes posteriores. 
• Quanto à regeneração: 
→ Natural 
→ Artificial 
→ Mista 
• Quanto ao tipo de corte: 
→ Raso 
→ Progressivo regular 
→ Progressivo irregular 
• Quanto à estrutura e composição da futura floresta: 
→ Transformação: conversão gradual e lenta da composição e/ou estrutura da floresta, criando 
florestas manejadas em condições próximas às naturais, ou seja, sem provocar perdas substanciais 
em suas funções e capacidade de conservação. 
� Melhoramento 
� Enriquecimento 
→ Substituição - florestamento ou reflorestamento 
→ Produção sustentada de florestas naturais (estimulo) 
3. SISTEMAS SILVICULTURAIS 
3.1. Sistemas Monocíclicos 
• Quando o ciclo de corte coincide com a rotação florestal. Todo o estoque de madeira comercial é 
removido numa só operação. 
3.1.1. Corte Raso 
• Floresta é removida totalmente de uma só vez; 
• Substituição da vegetação por floresta; 
• Objetivos: 
→ Aumentar a proporção de espécies valiosas nas florestas mistas e melhorar as condições de áreas 
degradadas; 
→ Mudar completamente a composição florística ou a introdução de material melhorado; 
54 
 
a. Regeneração natural 
• Floresta originada por sementes ou estruturas vegetativas presentes no solo ou em áreas vizinhas, 
disseminadas naturalmente pelo vento, água ou animais, sendo removida totalmente de uma só vez. 
• Condições de adoção: 
→ Espécies desejáveis heliófilas com germinação rápida e homogênea das sementes e/ou estruturas 
vegetativas; 
→ Condições favoráveis de clima e solo; 
→ Existência de estoque de sementes no solo ou em áreas adjacentes; 
→ Regeneração natural existente e suficiente; 
→ Baixo risco de incêndio; 
• Espécies potenciais: 
→ Araucaria angustifolia (pinheiro-brasileiro), Mimosa scabrella (bracatinga), Schizolobium spp. (paricá, 
guapuruvu), Astronium fraxinifolium (aroeira), Sclerollobium panuculatum (tachi-branco), Qualea 
homossepala (mandioqueira-áspera), Qualea acuminata (mandioqueira-escamosa), Qualea albiflora 
(mandioqueira-lisa), Vochysia maxima (quaruba); 
Tectona grandis (teca), Shorea robusta (sal), Eperua falcata (mangue), Pinus spp. 
 
Vantagens Desvantagens 
• Método simples • Não se tem controle do microclima 
• As espécies são adequadas ao sítio • Distribuição irregular das espécies e/ou 
árvores 
• Baixo custo • Pode expor solos à erosão 
• Rápido recobrimento do solo • Pode facilitar a invasão de plantas 
indesejáveis 
• Mudas não sofrem estresse com plantio • Danos à regeneração 
 • Grande acúmulo de material orgânico

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