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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE
Professor Maurício da Cunha Savino Filó
AÇÃO
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE
TEORIA GERAL DO PROCESSO
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ORIGENS HISTÓRICAS 
Inércia do Estado: proibição da autotutela pelo Estado, que passou a ter/deter o monopólio da jurisdição.
Professor Maurício da Cunha Savino Filó
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AÇÃO
Origens Históricas
 
Para sair da inércia, é necessário uma provocação ao Estado, representado pelo juiz.
A parte que detém uma pretensão resistida vale-se do direito de ação, a fim de provocar o Estado.
O direito de ação é autônomo do direito subjetivo material lesionado, não se confunde com ele.
 
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1. TEORIAS
1.1. TEORIA IMANENTISTA: confundia ação com direito substancial.
Teoria segundo a qual "não há ação sem direito; não há direito sem ação; a ação segue a natureza do direito”. (CINTRA, DINAMARCO e GRINOVER).
 1.2. TEORIA DE WINDSCHEID E MUTHER: Direito de quem tem seu direito lesado de cobrar do Estado a prestação jurisdicional, já que ele detém o monopólio da jurisdição, e o direito do Estado em eliminar a lesão e preservar a Ordem Jurídica.
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2. TEORIAS MODERNAS
2.1. A ação como direito autônomo e concreto: Chiovenda, Wach, Bülow - A ação é um direito autônomo, que não necessita de um direito material lesionado, ameaçado, pois o objetivo pode ser uma declaração judicial de existência ou inexistência de relação jurídica. Como vai dirigido ao Estado e ao Réu, a ação somente se configuraria como um direito se houvesse o pronunciamento favorável do Estado.
2.2. A ação como direito autônomo e abstrato: Carnelutti, Couture, Degenkolb, Alfredo Rocco - O direito de ação existe mesmo quando a sentença justa nega o pedido ao autor, ou quando a sentença injusta acolhe pretensão sem que exista direito subjetivo material.
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Liebman: ação é direito (poder) subjetivo instrumental, sendo que a função jurisdicional somente é exercida quando o juiz pronuncia uma sentença de mérito, favorável ou não. Isso ocorre por que a ação tem condições para existir (possibilidade jurídica do objeto, interesse de agir e legitimidade ad causam).
 
A ação pode ser, pois, classificada como um direito subjetivo.
 
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1. INTERESSE PARA AGIR: O interesse aqui, não se confunde com o interesse de direito subjetivo material ou mesmo interesses econômicos, políticos, ou interesses pessoais ou familiares. O interesse aqui está condicionado a que a prestação jurisdicional seja útil e adequada. 
 
 Necessidade (de que a tutela jurisdicional seja necessária ou que a lei exija declaração judicial, cível e as ações penais.) + Adequação (relação entre a situação jurídica e o provimento jurisdicional.) = INTERESSE PARA AGIR.
 
 
2. POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO
Há casos em que o pedido não pode ser apreciado pelo Poder Judiciário, em razão de total impossibilidade jurídica. 
Exemplo clássico é o das dívidas de jogo, obrigações naturais.
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3. Legitimidade para agir: É a legitimidade ativa e passiva ad causam.
Art. 6º/CPC. Ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei. Ex: Ação popular, ação penal privada (direito de punir é do Estado), art. 81, CPC, e da ação civil pública.
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POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO – JURISPRUDÊNCIA
APELAÇÃO. CAUTELAR. EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS. CONTRATOS. POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO. A possibilidade jurídica do pedido deve ser entendida como a "admissibilidade da pretensão perante o ordenamento jurídico, ou seja, previsão ou ausência de vedação, no direito vigente, do que se postula na causa" (RT. 652/183). Ora, na espécie, o pedido é juridicamente possível, visto que ao autor é permitido pleitear, junto à ré, instituição financeira na qual o consumidor possui conta, informação relativa ao contrato assinado entre as partes. Ademais, a exibição de documentos é uma cautelar imprópria, de caráter satisfativo, que, portanto, independe totalmente da propositura de qualquer outra ação. Nos termos do CPC, art. 844, inciso II é cabível a exibição judicial de documento próprio ou comum, em poder de co-interessado, sócio, condômino, credor ou devedor.
(TJ-MG - AC: 10439120118401001 MG , Relator: Alberto Henrique, Data de Julgamento: 30/01/2014, Câmaras Cíveis / 13ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 07/02/2014, grifado).
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CARÊNCIA DE AÇÃO: faltando uma das condições, o autor é declarado carente de ação.
Alega-se na defesa antes de se tocar no mérito, a carência de ação por uma das hipóteses tratadas aqui.
 
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CARÊNCIA DE AÇÃO – JURISPRUDÊNCIA
RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE. REQUISITOS DO ARTIGO 927 DO CPC. AUSÊNCIA DE PROVA. HIPÓTESE DE IMPROCEDÊNCIA. CARÊNCIA DE AÇÃO. AFASTAMENTO. 1. Não tendo os autores da ação de reintegração se desincumbido do ônus de provar a posse alegada, o pedido deve ser julgado improcedente e o processo extinto com resolução de mérito. 2. Recurso especial conhecido e provido. (STJ - REsp: 930336 MG 2007/0046647-2, Relator: Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, Data de Julgamento: 06/02/2014, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 20/02/2014, grifado).
CARÊNCIA DA AÇÃO. HIPÓTESES. Somente pode ser declarada a carência de ação quando lhe faltar qualquer de suas condições, como possibilidade jurídica do pedido; interesse de agir e a legitimidade das partes para a ação (art. 267, VI do CPC), o que não ocorreu in casu. Recurso ordinário a que se rejeita a preliminar, nesse aspecto. (TRT-2 - RO: 00019870420125020444 SP 00019870420125020444 A28, Relator: NELSON NAZAR, Data de Julgamento: 02/09/2014, 3ª TURMA, Data de Publicação: 09/09/2014, grifado).
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Natureza jurídica (estudo do Direito Fundamental de Ação)
Direito a ação é o direito ao provimento jurisdicional: é um direito autônomo (independe do direito subjetivo material) e instrumental (visa solucionar uma pretensão de direito material) que tem natureza abstrata.
 
 
 
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AÇÃO PENAL
Na ação penal, o Estado também foi proibido de autoexecutar as penas previstas na legislação penal. Assim, quando um infrator comete um crime, nasce a pretensão punitiva, sendo que o Estado-administração, por meio do Ministério Público, deverá se dirigir ao Estado-Juiz. A ação penal é da mesma natureza da ação civil, mas com conteúdo diferente, ou seja, é um direito público subjetivo a um provimento do órgão jurisdicional sobre a pretensão punitiva.
“Decisão judicial de rejeição de denúncia, impronúncia de réu, de absolvição sumária ou de trancamento de ação penal por falta de justa causa, não viola a cláusula constitucional de monopólio do poder de iniciativa do MP em matéria de persecução penal e tampouco transgride o postulado do juiz natural nos procedimentos penais inerentes ao tribunal do júri.” (RE 593.443, rel. p/ o ac. min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 6-6-2013, Plenário, DJE de 22-5-2014, com repercussão geral.)
 
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“O que caracteriza a sociedade moderna, permitindo o aparecimento do Estado moderno,
é, por um lado, a divisão do trabalho; por outro, a monopolização da tributação e da violência física. Em nenhuma sociedade na qual a desordem tenha sido superada, admite-se que todos cumpram as mesmas funções. O combate à criminalidade é missão típica e privativa da administração (não do Judiciário), através da polícia, como se lê nos incisos do art. 144 da Constituição, e do Ministério Público, a quem compete, privativamente, promover a ação penal pública (art. 129, I).” (HC 95.009, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 6-11-2008, Plenário, DJE de 19-12-2008.)
AÇÃO PENAL
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ELEMENTOS DA AÇÃO
PARTES
 
AUTOR: Inicia com o impulso oficial, com a provocação do Estado-juiz. 
RÉU: É a pessoa a quem a pretensão é dirigida.
PROCESSO TRABALHISTA: as partes são chamadas de Reclamante/Reclamado. 
PROCESSO PENAL: geralmente, cabe ao Ministério Público a propositura da ação. Utilizam-se os termos autor da ação penal e acusado.
PROCESSO DE EXECUÇÃO: exequente e executado.
Poderão ser utilizadas ainda as expressões: demandante e demandado de forma genérica.
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O QUE É NECESSÁRIO PARA POSTULAR EM JUÍZO NO CPC DE 2015
NÃO SE FALA MAIS EM POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO
Art. 16.  A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional, conforme as disposições deste Código.
Art. 17.  Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade.
Art. 18.  Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico.
Parágrafo único.  Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente litisconsorcial.
Art. 485.  O juiz não resolverá o mérito quando:
I - indeferir a petição inicial;
II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;
III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias;
IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo;
V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada;
VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;
VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua competência;
VIII - homologar a desistência da ação;
IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e
X - nos demais casos prescritos neste Código.
SUJEITOS DO PROCESSO
JUIZ
O juiz não é parte do processo, pois é um sujeito imparcial. 
O juiz tem o poder não somente para julgar, pois também deve conduzir o processo, e dar seu devido andamento.
 
 
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PODERES INERENTES À JURISDIÇÃO: O juiz dispõe, no exercício de suas funções, do poder jurisdicional e do poder de polícia, este último lhe é conferido para que possa exercer com autoridade e eficiência o primeiro. (CINTRA, DINAMARCO e GRINOVER). 
Art. 203. CPC 2015 Os pronunciamentos do juiz (atos do jurz) consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.
CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO. SIMPLES ALEGAÇÕES DE PARCIALIDADE POR PRISÃO DE PREPOSTO EM AUDIÊNCIA POR CRIME DE DESACATO. EXERCÍCIO DO PODER DE POLÍCIA DO JUIZ. MANUTENÇÃO DA ORDEM E DO DECORO NA AUDIÊNCIA. DIGNIDADE DA JUSTIÇA. AUSÊNCIA DOS REQUISITOS ARTIGO 135 , INCISOS I E V , DO CPC. [...].
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SUJEITOS DO PROCESSO 
ADVOGADO
O advogado é essencial à administração da Justiça. Ele recebe o seu cliente e passa a conhecer a história e os anseios do mesmo. O advogado acaba absorvendo a essência do conflito, mas, por não ser parte, mantém-se em condições de contribuir para a resolução do conflito, o que seria mais difícil se a parte atuasse diretamente. Os conhecimentos técnicos também permitem que o advogado possa conduzir e orientar a parte a atingir os seus objetivos.
 
 
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SUJEITOS DO PROCESSO 
MINISTÉRIO PÚBLICO
O Promotor de Justiça e o Procurador de Justiça representam este órgão. Podem atuar de diversas formas em um processo, muito além da acusação penal. A atuação na área ambiental e na defesa do patrimônio público é um traço marcante do MP, assim como quando dá o seu parecer em mandados de segurança.
 
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SUJEITOS DO PROCESSO  
INTERVENÇAO DE TERCEIRO
Em determinadas situações, uma terceira pessoa poderá ingressar ou deverá ingressar ao processo já em andamento. Um exemplo é o aumento do polo passivo na ação trabalhista, com a indicação do dono da empresa ou de outra empresa para compor a lide. No caso das obrigações, a intervenção de terceiros se faz presente.
 
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AGRAVO DE INSTRUMENTO - DECISÃO QUE INDEFERE CHAMAMENTO DA UNIÃO E DO MUNICÍPIO AO PROCESSO EM AÇÃO PARA FORNECIMENTO DE MEDICAMENTO E REJEITA O PEDIDO DE REMESSA DOS AUTOS À JUSTIÇA FEDERAL - CONSONÂNCIA COM A JURISPRUDÊNCIA DESTE TRIBUNAL -INTERVENÇÃO DE TERCEIRO QUE NÃO PODE IMPORTAR EM DESLOCAMENTO DA COMPETÊNCIA - OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA DOS ENTES PÚBLICOS DAS TRÊS ESFERAS DA FEDERAÇÃO - LITISCONSÓRCIO PASSIVO FACULTATIVO - RECURSO DESPROVIDO. Ocorrendo obrigação solidária das três esferas governamentais da Federação, quanto à garantia de proteção à saúde dos cidadãos, a obrigação de fornecer medicamentos necessários e adequados poderá ser exigida de um ou de todos os entes, como no caso dos autos, do Estado de Santa Catarina. O chamamento de terceiro ao processo, em face da solidariedade da obrigação (CPC , art. 77 , III), pressupõe a continuidade da tramitação do feito perante o mesmo órgão jurisdicional competente, não se podendo incluir pessoa que, pelo privilégio de foro, faça deslocar a jurisdição. Assim, proposta a ação contra o Estado de Santa Catarina, perante a Justiça Estadual, não cabe o chamamento da União ao processo, ante a impossibilidade de deslocamento da jurisdição.
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DA INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
CAPÍTULO I
DA ASSISTÊNCIA
Seção I
Disposições Comuns
Art. 119.  Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro juridicamente interessado em que a sentença seja favorável a uma delas poderá intervir no processo para assisti-la.
Parágrafo único.  A assistência será admitida em qualquer procedimento e em todos os graus de jurisdição, recebendo o assistente o processo no estado em que se encontre.
Art. 120.  Não havendo impugnação no prazo de 15 (quinze) dias, o pedido do assistente será deferido, salvo se for caso de rejeição liminar.
Parágrafo único.  Se qualquer parte alegar que falta ao requerente interesse jurídico para intervir, o juiz decidirá o incidente, sem suspensão do processo.
 
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LITISCONSÓRCIO
DO LITISCONSÓRCIO
Art. 113.  Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou passivamente, quando:
I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide;
II - entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir;
III - ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito.
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LITISCONSÓRCIO ATIVO – JURISPRUDÊNCIA
PROCESSUAL CIVIL. LITISCONSÓRCIO ATIVO NECESSÁRIO.
AUSÊNCIA DE CITAÇÃO. EXTINÇÃO DO PROCESSO. IMPOSSIBILIDADE. NECESSÁRIA PRÉVIA INTIMAÇÃO DO AUTOR PARA REGULARIZAR A PETIÇÃO INICIAL. ART. 47, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPC.
I- Verificando que o Autor deixou de relacionar algum dos litisconsortes necessários no polo ativo da demanda, deve o juiz determinar sua prévia intimação para regularização e emenda da petição inicial, sob pena de, aí sim, determinar a extinção do processo sem julgamento do mérito.
II- E plenamente aplicável às hipóteses de litisconsórcio ativo necessário o disposto no art. 47, parágrafo único, do Código de Processo Civil, porquanto o estatuto processual civil utiliza o termo "citação" para designar não apenas o chamamento do réu, mas o chamamento a juízo de qualquer interessado na causa, incluindo, por conseguinte, os litisconsortes ativos, cuja presença seja necessária para integração do processo.
III- Precedentes do STJ.
IV- Apelação provida. 
(TRF-3 - AC: 86027 SP 97.03.086027-3, Relator: DESEMBARGADORA FEDERAL REGINA COSTA, Data de Julgamento: 30/09/2010, SEXTA TURMA, grifado).
 
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LITISCONSÓRCIO PASSIVO – JURISPRUÊNCIA
PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO REIVINDICATÓRIA. ACEITAÇÃO DA DENUNCIAÇÃO À LIDE FEITA PELOS RÉUS. LITISCONSÓRCIO PASSIVO. CONTESTAÇÃO DA DENUNCIANTE CONTRA A AÇÃO PRINCIPAL. POSSIBILIDADE DE ALEGAÇÃO DE USUCAPIÃO. ART. 75 , I , DO CPC .JURISPRUDÊNCIA. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC NÃO CARACTERIZADA. 
[...] Diante do que dispõe o art. 75 , I , do CPC , o denunciado à lide que apenas contesta a ação principal, aceitando, por consequência, a denunciação, transforma-se em litisconsorte passivo. Passa, portanto, a responder pela ação juntamente e em igualdade de condições com o réu originário, denunciante, podendo deduzir todas as alegações pertinentes à demanda, incluindo-se, como no presente caso, a arguição de usucapião como meio de defesa. 4. Recurso especial provido em parte para determinar que o Tribunal de origem conheça da questão relativa à usucapião, decidindo-a como entender de direito à luz das alegações apresentadas pela denunciada à lide.
(STJ - REsp: 586107 MG 2003/0126930-1, Relator: Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, Data de Julgamento: 01/04/2014, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJe 02/06/2014, grifado).
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Pedido
O pedido é pretensão resistida do autor. Pode ser um bem, uma declaração, uma pessoa (no caso da guarda de uma criança) etc.
O juiz analisará estritamente o que foi pedido, não podendo ir além da pretensão do autor. Causa de Pedir: O pedido deve ter uma causa, um porquê. Quando os fatos são narrados em um processo, deve haver uma causa que justifique o pedido. Na seara cível são os fatos constitutivos, na seara penal são os fatos criminosos.
O pedido pode ser cognitivo (declaratória, constitutiva ou condenatória), executivo (processo de execução) ou cautelar.
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Do Pedido
Art. 322.  O pedido deve ser certo.
§ 1o Compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária e as verbas de sucumbência, inclusive os honorários advocatícios.
§ 2o A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e observará o princípio da boa-fé.
Art. 323.  Na ação que tiver por objeto cumprimento de obrigação em prestações sucessivas, essas serão consideradas incluídas no pedido, independentemente de declaração expressa do autor, e serão incluídas na condenação, enquanto durar a obrigação, se o devedor, no curso do processo, deixar de pagá-las ou de consigná-las.
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TEORIA GERAL DO PROCESSO
Art. 324.  O pedido deve ser determinado.
§ 1o É lícito, porém, formular pedido genérico:
I - nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens demandados;
II - quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato;
III - quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu.
§ 2o O disposto neste artigo aplica-se à reconvenção.
Art. 325.  O pedido será alternativo quando, pela natureza da obrigação, o devedor puder cumprir a prestação de mais de um modo.
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TEORIA GERAL DO PROCESSO
APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PRIVADO NÃO ESPECIFICADO. AÇÃO DE COBRANÇA. SENTENÇA NULA. PRINCÍPIO DA VINCULAÇÃO DO JUIZ AO PEDIDO. A sentença que, na fundamentação, analisa um dos pedidos contido na petição inicial, mas, no dispositivo do julgado, condena por outro pedido é nula, devendo, por isso, ser desconstituída. SENTENÇA DESCONSTITUÍDA DE OFÍCIO. APELAÇÃO PREJUDICADA. (Apelação Cível Nº 70053743035, Décima Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Marco Antonio Angelo, Julgado em 22/05/2014).
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DO MINISTÉRIO PÚBLICO - CPC
Art. 176.  O Ministério Público atuará na defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses e direitos sociais e individuais indisponíveis.
Art. 177.  O Ministério Público exercerá o direito de ação em conformidade com suas atribuições constitucionais.
Art. 178.  O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 (trinta) dias, intervir como fiscal da ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na Constituição Federal e nos processos que envolvam:
I - interesse público ou social;
II - interesse de incapaz;
III - litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana.
[...]
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DA DEFENSORIA PÚBLICA
Art. 185.  A Defensoria Pública exercerá a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados, em todos os graus, de forma integral e gratuita.
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TEORIA GERAL DO PROCESSO
Ninguém pode propor uma ação contra uma pessoa que não faça parte da relação jurídica pleiteada, seja por erro ou por má-fé. 
Exemplo: ação contra uma pessoa errada, em razão de homônimo penal: caso MP e Wanderson e Wanderson (Uanderson) ou cível e trabalhista.
DANOS MORAIS. CITAÇÃO INDEVIDA EM PROCESSO DE EXECUÇÃO. CONFUSÃO COM HOMÔNIMO. DEVER DE INDENIZAR. INVERSÃO DOS ÔNUS SUCUMBENCIAIS. O abalo moral restou configurado. Isso porque, graças a um equívoco cometido pela ré, permaneceu o autor por um período de pelo menos cinco meses na angústia de figurar em um processo de execução do qual não possuía conhecimento. Assim, apesar de estar ciente da inexistência de qualquer débito junto à ré, acreditando tratar-se de uma confusão, ficou o demandante submetido a uma decisão, cujo teor era incerto, estando seus bens sob o risco de penhora. No que tange à fixação do quantum indenizatório devem ser observados os princípios da razoabilidade e proporcionalidade [...]. (TRF-4 - APELAÇÃO CIVEL AC 48507 RS 2004.71.00.048507-8 (TRF-4). Data de publicação: 26/04/2006).
 
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PROCESSO OU FASE DE CONHECIMENTO
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UNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense
1. PROCESSO DE CONHECIMENTO
O processo de conhecimento provoca o juízo: através de sua instauração o órgão jurisdicional é chamado a julgar, declarando qual das partes tem razão. 
 (CINTRA, GRINOVER, DINAMARCO).
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CLASSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS 
1. Processo de Conhecimento: O processo de conhecimento ou declaratório objetiva a sentença de mérito, na qual o Estado-Juiz declarará a procedência ou não de um pedido, se uma das partes tem ou não tem razão em seus requerimento.
Subdivide-se em:
1.1. Sentença meramente declaratória, na qual uma relação jurídica pode ou não ser reconhecida.
Ex: habeas corpus, usucapião, falsidade de documentos.
1.2. Condenatória: impõe uma sanção ao réu, p.e., pretensão punitiva e condenatória do réu e imposição, no campo cível, de uma obrigação de dar, fazer ou não fazer.
1.3. Constitutiva: visa criar uma nova situação jurídica. P.e., anulação de casamento, rescisão contratual, anulação de atos jurídicos.
 
2. Trânsito em Julgado: impossibilidade de reforma da sentença por meio de recursos.
3. Coisa Julgada:
3.1. Formal: torna a sentença inatacável por novos recursos.
3.2. Material: torna imutável os efeitos produzidos pela sentença que ocorreram no mundo do ser. É necessária a coisa julgada formal, para haver a coisa julgada material.
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1. PROCESSO DE CONHECIMENTO
Os processos de conhecimento se subclassificam em três categorias:
1.1. PROCESSO MERAMENTE DECLARATÓRIO
1.2. PROCESSO CONDENATÓRIO
1.3. PROCESSOCONSTITUTIVO
Limita-seformalmente à meradeclaração.
Além dedeclarar,aplicaa sanção executiva.
Além dedeclarar,modificaa relaçãojurídica substancial.
Asentença declaratóriapositivaproferida para acolher a demanda doautorconcede a este a tutela jurisdicional postulada; a qualrejeitatal demanda concede tutela aoréu.
Oprocesso condenatório tende a uma sentença de condenação do réu. Acolhendo a pretensão do autor, a decisãoafirma a existência do direito e sua violação, aplicando a sanção correspondente.
O processo constitutivo é aquele que visa umprovimento jurisdicional queconstitua,modifiqueouextingauma relação ou situação jurídica.
1.1. PROCESSO MERAMENTE DECLARATÓRIO
ACÓRDÃO N º 2.0066 /2011 APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DE FAMÍLIA. INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE C/C ALIMENTOS. ALEGAÇÃO DE OMISSÃO NA SENTENÇA PROLATADA. NÃO FIXAÇÃO DA DATA DE INÍCIO DO PAGAMENTO DE ALIMENTOS ARBITRADOS. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 277 DO STJ. ALIMENTOS DEVIDOS DA CITAÇÃO. PRECEDENTES DO STJ. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO À UNANIMIDADE. 1. A controvérsia trazida a esta Corte, por força do princípio devolutivo, que é da essência do recurso de Apelação, cinge-se a identificar o termo inicial da obrigação alimentar imposta ao apelado, após a procedência da demanda de reconhecimento de paternidade; 2. Sobre a matéria em comento, não existem pensamentos divergentes na doutrina e jurisprudência pátrias. Isso porque o § 2º do artigo 13 da Lei nº 5.478/68, que trata sobre as ações alimentares, dispõe, claramente, que a obrigação alimentar retroage à data da citação do réu. Tal medida se justifica pelo fato de a sentença a ser prolatada, notadamente nos casos de ação investigatória de paternidade, possuir uma natureza meramente declaratória, haja vista que apenas reconhece um estado biológico já existente entre as partes; 3. Ao se adotar entendimento contrário, estar-se-ia admitindo que o réu pudesse utilizar o tempo de tramitação do processo em seu favor, com a protelação dos encargos que lhe são impostos por imperativos legais, o que certamente vai na contramão dos princípios da celeridade processual e até mesmo da efetividade; 4. Precedentes do STJ; 5. Recurso conhecido e provido. unanimidade. (TJ-AL - APL: 00159484120068020001 AL 0015948-41.2006.8.02.0001, Relator: Des. Alcides Gusmão da Silva, 2ª Câmara Cível, Data de Publicação: 27/01/2011, grifado).
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1.1. PROCESSO MERAMENTE DECLARATÓRIO
CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. JULGAMENTO EXTRA PETITA. INOCORRÊNCIA. AÇÃO REIVINDICATÓRIA. TÍTULO DE PROPRIEDADE. SENTENÇA DE USUCAPIÃO. NATUREZA JURÍDICA (DECLARATÓRIA). FORMA DE AQUISIÇÃO ORIGINÁRIA. FINALIDADE DO REGISTRO NO CARTÓRIO DE IMÓVEIS. PUBLICIDADE E DIREITODE DISPOR DO USUCAPIENTE. RECURSO DESPROVIDO. [...] 2. A usucapião é modo originário de aquisição da propriedade; ou seja, não há transferência de domínio ou vinculação entre o proprietário anterior e o usucapiente. 3. A sentença proferida no processo de usucapião (art. 941 do CPC) possui natureza meramente declaratória (e não constitutiva), pois apenas reconhece, com oponibilidade erga omnes, um direito já existente com a posse ad usucapionem [...]. (STJ - REsp: 118360 SP 1997/0007988-0, Relator: Ministro VASCO DELLA GIUSTINA, Data de Julgamento: 16/12/2010, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 02/02/2011, grifado). 
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1.2. PROCESSO CONDENATÓRIO
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. ACIDENTE DE TRÂNSITO. MORTE. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. JULGAMENTO EXTRA PETITA. INEXISTÊNCIA. PRESCRIÇÃO. TERMO INICIAL. TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA PENAL CONDENATÓRIA. 1. Cuida-se, na origem, de Ação de Indenização movida por Otávio da Silva Saldanha contra o Município de Maracanaú em decorrência de atropelamento e morte de seu filho por ambulância conduzida por funcionário do referido município. 2. A sentença julgou procedente o pedido, condenando o Município a pagar ao autor "o valor de dois (02) salários mínimos, que seriam devidos mensalmente até quando a vítima completaria 68 anos de idade, totalizando o quantum de 648 salários mínimos, ou seja, R$ 194.400,00 (cento e noventa e quatro mil, e quatrocentos reais)" [...] (STJ - AgRg no REsp: 1197746 CE 2010/0109151-0, Relator: Ministro HERMAN BENJAMIN, Data de Julgamento: 20/03/2014, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 27/03/2014, grifado).
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1.2. PROCESSO CONDENATÓRIO
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. SENTENÇA CIVIL CONDENATÓRIA. PROPOSITURA DE AÇÃO DE EXECUÇÃO. PROVIDÊNCIA DESNECESSÁRIA, ANTE A SISTEMÁTICA LEGAL EM VIGOR. MANIFESTA FALTA DE INTERESSE PROCESSUAL, A DETERMINAR O RECONHECIMENTO DA CARÊNCIA DE AÇÃO. EXTINÇÃO MANTIDA. RECURSO IMPROVIDO. Com a sistemática introduzida pela Lei nº 11.232/2005, o cumprimento da sentença condenatória civil se dá mediante simples instauração da fase processual executória, dentro do mesmo processo. Daí se tem a absoluta falta de interesse processual para a propositura de ação autônoma com essa finalidade. (TJ-SP - APL: 10065980220148260506 SP 1006598-02.2014.8.26.0506, Relator: Antonio Rigolin, Data de Julgamento: 14/10/2014, 31ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 14/10/2014).
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1.3. PROCESSO CONSTITUTIVO
CONTRATO BANCÁRIO. AÇÃO CONSTITUTIVA DE NEGÓCIO JURÍDICO C.C. CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO E PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA. A autora recebeu proposta para pagamento dos débitos bancários perante o réu, via e-mail. Aceitou os termos do acordo, efetuando depósito como ajustado com relação à entrada e parcelamento da dívida. Portanto, está formado o negócio jurídico, vinculando-se o réu à proposta por ele apresentada. Sentença mantida por seus próprios fundamentos. Apelação não provida. (TJ-SP - APL: 00056501520118260011 SP 0005650-15.2011.8.26.0011, Relator: Sandra Galhardo Esteves, Data de Julgamento: 18/09/2014, 12ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 18/09/2014, grifado).
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1.3. PROCESSO CONSTITUTIVO
PROCESSO PENAL. REVISÃO CRIMINAL. REDISCUSSÃO DA PROVA. 1. A revisão criminal não constitui recurso de apelação, e, sim, uma ação penal constitutiva, destinada a rever decisão (sentença ou acórdão) condenatória, quando ocorrer erro judiciário. 2. Inexistência de violação frontal às provas dos autos. (TRF-1 - RVCR: 46793 TO 0046793-85.2007.4.01.0000, Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL TOURINHO NETO, Data de Julgamento: 28/11/2012, SEGUNDA SEÇÃO, Data de Publicação: e-DJF1 p.148 de 15/01/2013, grifado).
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Limite objetivo da coisa julgada:
Somente a parte dispositiva da sentença faz trânsito em julgado. Os motivos e as questões lógicas não fazem trânsito em julgado.
 
Limite subjetivo da coisa julgada:
A coisa julgada afeta somente as partes. Por quê?
- quem não sofreu o contraditório não pode se sujeitar à coisa julgada.
 
Processo de Execução:
Necessidade de que o título executivo extrajudicial seja cumprido. Reforma do CPC.
 
As reformas processuais estruturaram
o direito processual civil em um todo procedimental na busca da melhor tutela jurisdicional dos direitos, de modo a buscar uma melhor efetividade da tutela jurisdicional dos direitos, vejamos:
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2. EXECUÇÃO
Executar é dar efetividade e execução é efetivação.
A execução forçada, a ser realizada por obra dos juízes e com vista a produzir a satisfação de um direito, tem lugar quando esse resultado prático não é realizado espontaneamente [...]. (CINTRA, GRINOVER, DINAMARCO).
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LIVRO II
DO PROCESSO DE EXECUÇÃO
TÍTULO I
DA EXECUÇÃO EM GERAL
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 771.  Este Livro regula o procedimento da execução fundada em título extrajudicial, e suas disposições aplicam-se, também, no que couber, aos procedimentos especiais de execução, aos atos executivos realizados no procedimento de cumprimento de sentença, bem como aos efeitos de atos ou fatos processuais a que a lei atribuir força executiva.
2. EXECUÇÃO
DIREITO CIVIL E PROCESSO CIVIL. FAMÍLIA. EXECUÇÃO DE ALIMENTOS. PENHORA DE SALDO EM CADERNETA DE POUPANÇA. ART. 649, X, DO CPC. SUBSISTÊNCIA DO EXECUTADO-ALIMENTANTE. 1. Para pagamento de prestação alimentícia, podem ser penhorados valores depositados em caderneta de poupança, mesmo que o saldo nela existente seja inferior a 40 salários mínimos. 2. A mitigação da regra estatuída no art. 659, X, do CPC cede aos princípios constitucionais que asseguram a subsistência da pessoa humana na concepção de "vida digna". 3. Recurso especial desprovido. (STJ - REsp: 1218118 SP 2010/0182904-7, Relator: Ministro João Otávio de Noronha, Data de Julgamento: 12/08/2014, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 25/08/2014, grifado).
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Antes das reformas de 1994, 2002 e 2005
Apósas reformas
Se pretendesse tutela executiva (ou cautelar) efetivar o processo de conhecimento, teria que propor nova ação, qual seja, ação de execução por título judicial (para efetivar a decisão dada pelo juiz), independentemente de ser obrigação de fazer, não fazer, dar coisa ou pagar.
Como tinha que ser proposta nova ação, igualmente teriaque:
a.Formalizarpetição com respeito ao CPC, 282;
b.Recolhimentode custas judiciais;
c. Novacitação do devedor.
Com o chamado sincretismo processual, toda e qualquer tutela jurisdicional é obtida por meio da interposição de uma única ação.
O processo instaurado propicia a obtenção de qualquer tutela jurisdicional. O que muda é o momento em que a tutela é prestada. Primeiramente se decide acrise de certezaou desituação jurídica(processo de conhecimento), após, se a parte não cooperar e persistir o inadimplemento, é prestada a tutela executiva.
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Em síntese, com o advento da Lei 11.232/05, somadas às Leis 8952/94 e 10.444/02, para a efetivação do comando decisório, seja por meio de sentença ou decisão interlocutória, basta que se instaure uma nova fase processual: a fase ou módulo processual executivo.
No contexto das reformas processuais, instaurou-se o chamado sincretismo processual. Em uma perspectiva filosófica, o sincretismo significa "tendência à unificação de idéias ou de doutrinas diversificadas e, por vezes, até mesmo inconciliáveis", ou, em outra vertente, talvez mais esclarecedora, significa a "fusão de elementos culturais diferentes, ou até antagônicos, em um só elemento, continuando perceptíveis alguns sinais originários". [09]
Traduzindo para o âmbito processual, a feição originária do Código Buzzaid (o CPC de 1973 original) caracterizou-se por prever o processo em Livros, estanques, autônomos entre si, de modo que para a busca de um provimento jurisdicional cognitivo, executivo, cautelar ou especial, a parte deveria respeitar esta autonomia, isto é, para a busca destes provimentos em específico, dever-se-ia instaurar uma nova relação jurídico-processual, quer dizer, para cada processo uma ação diferente.
O sincretismo buscou descompartimentar esta realidade processual, unificando ideias (a dos provimentos jurisdicionais estanques de cognição, execução e cautelar [10]) em uma única relação processual. [11] A ruptura da divisão entre os "processos" teve como marco ideológico a busca da efetividade do processo.
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Execução penal: o titulo executivo advém da sentença penal condenatória.
 
Processo Cautelar no CPC anterior
 O processo cautelar surgiu pela necessidade de se ter um processo que cuidasse de forma adequada da preservação de bens, pessoas e provas, que pereceriam, caso se esperasse pelo andamento processual normal.
 
Diversas possibilidades de provimentos cautelares podem seu utilizados para a preservação desses elementos necessários ao bom andamento de um processo de conhecimento.
 
O processo de conhecimento é o processo principal, sendo o cautelar acessório deste.
 
¨O acessório segue o principal.¨
 
Provas. Produção antecipada de provas.
Pessoas: busca e apreensão de menor.
Bens: sequestro.
 
Cautelares nominadas e inominadas.
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Atividade jurisdicional urgente
 
Liminar é a concessão da medida no começo do procedimento, isto é, antes da sentença.
 
O CPC regulava:
a) processo de conhecimento (Livro I); CERTEZA
b) processo de execução (Livro II); SATISFAÇÃO
c) processo cautelar (Livro III); CONSERVAÇÃO
(Alisson Comin).
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CPC 2015
LIVRO V
DA TUTELA PROVISÓRIA
TÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 294.  A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência.
Parágrafo único.  A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida em caráter antecedente ou incidental.
Art. 295. A tutela provisória requerida em caráter incidental independe do pagamento de custas.
Art. 296.  A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode, a qualquer tempo, ser revogada ou modificada.
Parágrafo único.  Salvo decisão judicial em contrário, a tutela provisória conservará a eficácia durante o período de suspensão do processo.
Art. 297.  O juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas para efetivação da tutela provisória.
Parágrafo único.  A efetivação da tutela provisória observará as normas referentes ao cumprimento provisório da sentença, no que couber.
Art. 298.  Na decisão que conceder, negar, modificar ou revogar a tutela provisória, o juiz motivará seu convencimento de modo claro e preciso.
Art. 299.  A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando antecedente, ao juízo competente para conhecer do pedido principal.
Parágrafo único.  Ressalvada disposição especial, na ação de competência originária de tribunal e nos recursos a tutela provisória será requerida ao órgão jurisdicional competente para apreciar o mérito.
TÍTULO II
DA TUTELA DE URGÊNCIA
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 300.  A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
§ 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.
§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.
§ 3o A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.
Art. 301.  A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro
de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para asseguração do direito.
CAPÍTULO II
DO PROCEDIMENTO DA TUTELA ANTECIPADA REQUERIDA EM CARÁTER ANTECEDENTE
Art. 303.  Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo.
CAPÍTULO III
DO PROCEDIMENTO DA TUTELA CAUTELAR REQUERIDA EM CARÁTER ANTECEDENTE
Art. 305.  A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em caráter antecedente indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que se objetiva assegurar e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
Parágrafo único.  Caso entenda que o pedido a que se refere o caput tem natureza antecipada, o juiz observará o disposto no art. 303.
TÍTULO III
DA TUTELA DA EVIDÊNCIA
Art. 311.  A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:
I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte;
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa;
IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.
CAPÍTULO XII
DAS PROVAS
Seção I
Disposições Gerais
Art. 369.  As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz.
Art. 370.  Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao julgamento do mérito.
Parágrafo único.  O juiz indeferirá, em decisão fundamentada, as diligências inúteis ou meramente protelatórias.
Art. 371.  O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento.
Art. 372.  O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório.
Art. 373.  O ônus da prova incumbe:
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
§ 1o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
Art. 374.  Não dependem de prova os fatos:
I - notórios;
II - afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária;
III - admitidos no processo como incontroversos;
IV - em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade.
Seção II
Da Produção Antecipada da Prova
Art. 381.  A produção antecipada da prova será admitida nos casos em que:
I - haja fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou muito difícil a verificação de certos fatos na pendência da ação;
II - a prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a autocomposição ou outro meio adequado de solução de conflito;
III - o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o ajuizamento de ação.
Seção III
Da Ata Notarial
Art. 384.  A existência e o modo de existir de algum fato podem ser atestados ou documentados, a requerimento do interessado, mediante ata lavrada por tabelião.
Parágrafo único.  Dados representados por imagem ou som gravados em arquivos eletrônicos poderão constar da ata notarial.
Seção IV
Do Depoimento Pessoal
Art. 385.  Cabe à parte requerer o depoimento pessoal da outra parte, a fim de que esta seja interrogada na audiência de instrução e julgamento, sem prejuízo do poder do juiz de ordená-lo de ofício.
Seção V
Da Confissão
Art. 389.  Há confissão, judicial ou extrajudicial, quando a parte admite a verdade de fato contrário ao seu interesse e favorável ao do adversário.
Art. 390.  A confissão judicial pode ser espontânea ou provocada.
§ 1o A confissão espontânea pode ser feita pela própria parte ou por representante com poder especial.
§ 2o A confissão provocada constará do termo de depoimento pessoal.
Seção VI
Da Exibição de Documento ou Coisa
Art. 396.  O juiz pode ordenar que a parte exiba documento ou coisa que se encontre em seu poder.
Seção VII
Da Prova Documental
Subseção I
Da Força Probante dos Documentos
Art. 405.  O documento público faz prova não só da sua formação, mas também dos fatos que o escrivão, o chefe de secretaria, o tabelião ou o servidor declarar que ocorreram em sua presença.
Art. 406.  Quando a lei exigir instrumento público como da substância do ato, nenhuma outra prova, por mais especial que seja, pode suprir-lhe a falta.
Art. 407.  O documento feito por oficial público incompetente ou sem a observância das formalidades legais, sendo subscrito pelas partes, tem a mesma eficácia probatória do documento particular.
Subseção III
Da Produção da Prova Documental
Art. 434.  Incumbe à parte instruir a petição inicial ou a contestação com os documentos destinados a provar suas alegações.
Seção VIII
Dos Documentos Eletrônicos
Art. 439.  A utilização de documentos eletrônicos no processo convencional dependerá de sua conversão à forma impressa e da verificação de sua autenticidade, na forma da lei.
Art. 440.  O juiz apreciará o valor probante do documento eletrônico não convertido, assegurado às partes o acesso ao seu teor.
Art. 441.  Serão admitidos documentos eletrônicos produzidos e conservados com a observância da legislação específica.
Seção IX
Da Prova Testemunhal
Subseção I
Da Admissibilidade e do Valor da Prova Testemunhal
Art. 442.  A prova testemunhal é sempre admissível, não dispondo a lei de modo diverso.
Art. 443.  O juiz indeferirá a inquirição de testemunhas sobre fatos:
I - já provados por documento ou confissão da parte;
II - que só por documento ou por exame pericial puderem ser provados.
Seção X
Da Prova Pericial
Art. 464.  A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação.
§ 1o O juiz indeferirá a perícia quando:
I - a prova do fato não depender de conhecimento especial de técnico;
II - for desnecessária em vista de outras provas produzidas;
III - a verificação for impraticável.
Seção XI
Da Inspeção Judicial
Art. 481.  O juiz, de ofício ou a requerimento da parte, pode, em qualquer fase do processo, inspecionar pessoas ou coisas, a fim de se esclarecer sobre fato que interesse à decisão da causa.
Art. 482.  Ao realizar a inspeção, o juiz poderá ser assistido por um ou mais peritos.

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