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EXAME DO SISTEMA NEUROMOTOR Os objetivos do exame neurológico são: 1) Identificar uma anormalidade do sistema nervoso. 2) Diferenciar uma lesão central de uma periférica. 3) Estabelecer uma consistência interna, de cooperabilidade ou não do paciente, e verificar se o achado não é uma variante da normalidade. Instrumentos para Avaliação Consciência É o estado de percepção e implica na orientação quanto à pessoa, ao local e ao tempo. Exame da Consciência Sonolência – paciente é despertado por estímulos. Coma – paciente não desperta mesmo com estímulos intensos caracterizando uma total ausência de resposta com o examinador e o ambiente. Letargia – O paciente parece sonolento e pode cair no sono se não estimulado Exame da Consciência Estupor (semicoma) – Resposta somente a estímulos fortes, em geral nociceptivos e retorna à inconsciência após sessar estímulo. Morte Encefálica – É a completa e irreversível parada de todas as funções do cérebro. Escala de Coma de Glasgow É uma escala neurológica que avalia de forma confiável e objetiva o nível de consciência de uma pessoa. Abertura ocular: 4 - Olhos se abrem espontaneamente. 3 - Olhos se abrem ao comando verbal. 2 - Olhos se abrem por estímulo doloroso. 1 - Olhos não se abrem. Escala de Coma de Glasgow Melhor resposta verbal 5 - Orientado. 4 - Confuso. 3 - Palavras inapropriadas. (Fala aleatória, mas sem troca conversacional) 2 - Sons ininteligíveis. 1 - Ausente. Escala de Coma de Glasgow Melhor resposta motora 6 - Obedece ordens verbais. (O paciente faz coisas simples quando lhe é ordenado.) 5 - Localiza estímulo doloroso. 4 - Retirada inespecífica à dor. 3 - Padrão flexor à dor. (decorticação) 2 - Padrão extensor à dor. (descerebração) 1 - Sem resposta motora. Escala de Coma de Glasgow Interpretação 15 – cognição preservada 13 – lesão cerebral leve 09 a 12 – lesão cerebral moderada 03 a 08 – lesão cerebral severa Exame das Funções Corticais Afasia – Distúrbio adquirido de comunicação, ausência da fala normal. Afasia sensitiva- Afasia de Wernicke, déficit de compreensão da fala. Afasia motora – Afasia de Broca, déficit de expressão da fala. Afasia mista – Afasia de Broca e de Wernicke Definição Apraxia – distúrbio do movimento voluntário, incapacidade de executar movimentos que tenham objetivo. Apraxia ideomotora – não é possível executar o movimento mediante comando, porém, pode ocorrer de forma automática. Apraxia ideatória – não é possível realizar movimento voluntário, nem automaticamente, nem perante comando. Definição Apraxia construtiva – déficit na análise espacial e na conceituação da tarefa. Aula Prática – Avaliação de apraxia Definição e avaliação . Agnosia – é a incapacidade de reconhecer ou entender as informações que chegam, mesmo tendo a capacidade sensorial intacta. Agnosia visual – incapacidade de reconhecer objetos conhecidos, mesmo tendo a função normal dos olhos e trato óptico. Agnosia auditiva – incapacidade de reconhecer sons que não sejam os da fala, ou de fazer distinção entre eles. Definição e Avaliação Agnosia tátil – incapacidade de reconhecer as formas ao manuseá-las, mesmo com as sensações táteis proprioceptivas e térmicas intactas. Negligência – incapacidade de registrar e integrar estímulos e percepções provenientes de um lado do corpo ( negligência corporal) e do ambiente (negligência espacial). Mini-exame do Estado Mental Trata-se de um exame para avaliar a orientação, concentração e memória do paciente, isto é, sua cognição. Existem tabelas do exame minimental, que devem ser aplicadas, até que o examinador as memorize. A escala soma um total de 30 pontos. Acima de 24 pontos o paciente é considerado normal. Abaixo de 24 pontos o paciente é considerado como portador de demência. Performance do estado Minimental Orientação (data e localização) – dia, mês, ano, estação e data numérica (total de 5 pontos); País, estado, cidade, hospital e andar (total de 5 pontos). Registro de memória – diga 3 palavras, e peça ao paciente para repeti-las em diferentes tempos ( total de 3 pontos). Atenção e cálculo – partindo de 100, peça ao paciente para subtrair 7, por cinco vezes (total de 5 pontos). Performance do Exame Minimental Memória recente – peça ao paciente para repetir as palavras do item 2 ( total de 3 pontos). Linguagem – mostre ao paciente objetos, e peça para que ele diga o nome (total de 2 pontos), repita um nome (1 ponto), obedeça três comandos (3pontos), leia e execute uma ordem (1 ponto), escreva uma sentença (1 ponto) e copie a intersecção de dois pentágonos (1 ponto). Exame dos Pares Cranianos I - Olfatório II - Óptico III - Óculo-motor IV - Troclear V - Trigêmio VI - Abducente VII - Facial VIII - Vestíbulo-coclear IX - Glossofaríngeo X - Vago XI - Acessório XII - Hipoglosso Exame dos Pares Cranianos Nervo olfatório – I par Seu exame é freqüentemente omitido por ser pouco importante, a não ser nos traumas e inalação tóxica. Usamos um pedaço de sabonete. Exame dos Pares Cranianos Nervo óptico – II par Deve-se examinar: Acuidade visual Campo visual Fundo de olho * Papiledema e atrofia óptica, que pode ser o estágio final da hipertensão intracraniana. * Oclusão da artéria central da retina, com a retina pálida e a fóvea central proeminente. Oclusão da veia central da retina, com edema maciço e hemorragias e exsudatos. Exame dos Pares Cranianos A análise do II e III par é feita com uma lanterna, iluminando a pupila. Pesquisamos o reflexo fotomotor e o reflexo consensual. Anisocoria é uma assimetria do tamanho das pupilas, que pode ser por lesão simpática, parasimpática ou fisiológica. Ptose é uma queda da pálpebra, que também pode ser por lesão simpática (músculo de Muller) ou parasimpática (elevador das pálpebras). Exame dos Pares Cranianos Nervos óculomotor, troclear e abducente – III, IV e VI pares. São nervos responsáveis pelos movimentos oculares. A paralisia conjugada do olhar é indicativa de lesão central nuclear ou cortical. As paralisias desconjugadas são devidas a lesões nos núcleos dos nervos cranianos, ou nos nervos ou na junção neuromuscular.. Exame dos Pares Cranianos O nistágmo, que são batimentos oculares, pode ser causado por muitas drogas, incluindo o etanol, barbitúricos e fenitoína. O bobbing ocular são movimentos rítmicos do olhar para baixo, sem o componente rápido do nistágmo, e característico de lesão pontina. Nistágmo vertical pode indicar lesão na junção bulbocervical. A eletronistagmografia caracteriza o tipo e origem do nistágmo. Exame dos Pares Cranianos Nervo trigêmeo – V par. Pesquise o masseter Pesquise a sensibilidade da face Pesquise o reflexo corneopalpebral Exame dos Pares Cranianos Nervo facial – VII par. Pesquise assimetria e franqueza muscular. Paralisia de toda uma hemiface é por lesão periférica. Paralisia do 1/3 inferior é por lesão central. Exame dos Pares Cranianos Nervo acústico – VIII par. O teste de Weber é um teste para lateralização. Se houver um distúrbio de condução, a vibração será alta do mesmo lado. O teste de Rinne compara a condução óssea com a condução aérea. Exame dos Pares Cranianos Nervos glossofaríngeo e vago – IX e X pares. São os nervos responsáveis pela sensibilidade e motricidade da laringe e faringe. Peça ao paciente para engolir e perceba se há dificuldade. Note a qualidade e som de sua voz. Examine o palato mole, úvula e faringe. Pesquise o reflexo do vomito. Lesão destes nervos causará disfagia e disfonia. Exame dos Pares CranianosNervo acessório – XI par. É o nervo responsável pela inervação dos músculos trapézio e esternocleidomastoídeo. Exame dos Pares Cranianos Nervo hipoglosso – XII par. É o nervo que controla a musculatura intrínseca da língua. Pesquise por desvios, atrofias e fasciculações. Exame de Motricidade Síndrome do Neurônio Motor Superior. Paresia ou paralisia Espasticidade Hiperreflexia Sinal de Babinski Reflexos primitivos Síndrome do Neurônio Motor Inferior. Paresia ou paralisia Hipotonia Hiporreflexia Atrofia Fasciculações * Comece pelo deltóide que é inervado pela raiz C5, via nervo axilar. A seguir faça o teste do pronador, com o paciente de olhos fechados. * Teste o bíceps que é inervado pelas raízes C5 e C6, via nervo musculocutâneo. O tríceps é inervado pelas raízes C6 e C7, via nervo radial. * As raízes C6 e C7, que formam o nervo radial, também inervam os extensores do punho. Alias, o nervo radial é o grande extensor do membro superior. A seguir, teste os flexores dos dedos que são inervados pela raiz C8, via nervo mediano. * Também teste os músculos intrínsecos da mão, que são inervados pela raiz T1, via nervo ulnar. Complete o exame do membro superior, pesquisando a força de oposição do dedão, que é inervado pelas raízes C8 e T1, via nervo mediano. * Nos membros inferiores comece testando a flexão do quadril, comandada pelo músculo ileopsoas. Ele é inervado pelas raízes L2 e L3, via nervo femoral. Também teste os adutores da coxa, inervados pelas raízes L2, L3 e L4. * A abdução das pernas é efetuada pelos glúteos, que são inervados pelas raízes L4, L5 e S1. A extensão do quadril também é feita pelo glúteo maior, que é inervado pelas raízes L4 e L5, via nervo glúteo. * A extensão do joelho é feita pelo músculo quadríceps, que é inervado pelas raízes L3 e L4, via nervo femoral. A flexão do joelho é feita pelo músculo semitendinoso, inervado pelas raízes L5 e S1, via nervo ciático. * A dorsiflexão do tornozelo é feita pelos músculos anteriores, inervados pelas raízes L4 e L5, via nervo peroneal. A flexão plantar é feita pelo gastrocnemio e sóleo, inervados pelas raízes S1 e S2 via nervo tibial. O extensor longo do hálux é inervado pela Raiz L5. Exame de Sensibilidade Superficial Pesquise a dor com uma agulha. Paciente com olhos fechados. Proximal para distal. Compare simetria. Pesquise o tato com um pincel ou chumaço de algodão, seguindo As mesmas premissas para a dor. Exame da Sensibilidade Profunda A sensibilidade postural é pesquisada nas extremidades. Como em toda pesquisa da sensibilidade, ensine o paciente e mantenha os olhos fechados. Estereognosia é a competência de reconhecermos objetos com os olhos fechados. Astereognosia aparece nas lesões parietais. Exame de Sensibilidade Profunda Vibratória Exame de Sensibilidade Profunda TATO DISCRIMINATIVO Grafestesia é a competência de identificarmos letras ou números em nosso corpo. O teste da extinção é quando tocamos em 2 pontos do corpo do paciente, e ele só identifica um. Aparece em lesões do lobo parietal. Exame de Reflexos Reflexo Monossináptico: A rápida distensão de um tendão determina resposta reflexa de contração do músculo - esta distensão é mais facilmente obtida pela percussão brusca do tendão. Reflexo Polissináptico: ocorre devido a um estímulo nocivo na pele. A resposta muscular é a contração dos músculos flexores e a inibição dos músculos extensores. Quando o estímulo doloroso é enérgico, alem desta retirada do membro afetado em flexão, observa-se também extensão do membro oposto. * Para a pesquisa dos reflexos é importante que o paciente esteja relaxado e tranqüilo. Os reflexos bicipital e estiloradial são mediados por C5 e C6. O reflexo tricipital é mediado principalmente por C7. * O reflexo patelar é mediado principalmente por L4. O reflexo de Aquiles é mediado pela raiz S1. Tônus muscular Definição: estado de contração mínima de um músculo em repouso, e contração alta o suficiente para permitir a realização de movimento e manter a postura. Classificação do tônus: Normotonia Hipertonia Hipotonia Tônus muscular Escala de Ashworth modificada Obrigada!
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