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Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins 
comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do Alfa Concursos Públicos Online. 
 
 
 
 
1º Bloco 
I. Direitos e Garantias Fundamentais: Direitos Individuais: 
 Direito à Propriedade. 
2º Bloco I. Direito à Segurança. 
3º Bloco I. Continuação de Direito à Segurança. 
4º Bloco I. Continuação de Direito à Segurança. 
5º Bloco I. Exercícios Relativos ao Encontro. 
 
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins 
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I. DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS: DIREITOS INDIVIDUAIS 
DIREITO À PROPRIEDADE 
Conceito 
Quando se fala em direito à propriedade, alguns atributos que lhe são inerentes aparecem imediatamente. 
Propriedade é a faculdade que uma pessoa tem de usar, gozar ou fruir de um bem. O texto constitucional garante 
este direito de forma expressa: 
XXII - é garantido o direito de propriedade. 
Apesar deste direito aparentar possuir um caráter absoluto, quando investigamos mais a fundo este tema, 
percebemos que ele possui vários limitadores no próprio texto constitucional. E é isso que passamos a analisar 
agora. 
LIMITAÇÕES 
Dentre as limitações existentes na Constituição vejamos algumas: 
 Função Social – a Constituição exige em seu artigo 5º que a propriedade atenda a sua função social: 
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; 
Isso significa que a propriedade não é tão individual quando pensamos. A necessidade de observância da função 
social demonstra que a propriedade é muito mais que uma titularidade privada. Este direito possui reflexos em toda a 
sociedade. É só imaginar uma propriedade imóvel, um terreno urbano, que, apesar de possuir um proprietário, fica 
abandonado. Cresce o mato, as pessoas começam a jogar lixo naquele lugar, alguns criminosos começam a utilizar 
aquele ambiente para prática de atividades ilícitas. Veja quantas coisas podem acontecer numa propriedade e que 
importarão em consequências gravosas para o meio social mais próximo. É por isso que a propriedade tem que 
atender a sua função social. 
 Requisição Administrativa – veja o inciso XXV do artigo 5º: 
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, 
assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano; 
Esta é a chamada Requisição Administrativa. Este instituto permite que a propriedade seja limitada pela 
necessidade de se solucionar situação de perigo público. Não se trata de uma forma de desapropriação, pois o dono 
da propriedade requisitada não a perde, apenas a empresta para uso público sendo garantido posteriormente, 
havendo dano, direito a indenização. Este instituto limita o caráter absoluto da propriedade. 
 Desapropriação – é a perda da propriedade. Este é o limitador por excelência do direito, restringindo o caráter 
perpétuo da propriedade. Existem três desapropriações que gostaria de compartilhar com vocês: 
 Desapropriação por Interesse Público – esta modalidade é utilizada pelo Estado quando o interesse social ou 
a utilidade pública prevalecem sobre o direito individual. Neste tipo de desapropriação, destaca-se que o 
proprietário nada fez para merecê-la, contudo, o interesse público exige que determinada área seja 
desapropriada. É o caso de construção de uma rodovia que exige a desapropriação de várias propriedades para 
o asfaltamento da via. Veja o que diz o texto da Constituição: 
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse 
social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição; 
Deve ser destacado que esta modalidade de desapropriação gera direito à indenização que deve ser paga em 
dinheiro, previamente e com valor justo. 
 Desapropriação Sanção – nesta modalidade, o proprietário, por algum motivo não observou a função social da 
propriedade. Por este motivo é chamada de Desapropriação-sanção haja vista ser uma verdadeira punição. 
Segundo a CF, esta desapropriação gera direito à indenização, que deverá ser paga em títulos da dívida pública 
ou agrária. Vejamos os artigos 182, § 4º, III e 184 da Constituição: 
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Art. 182, § 4º - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, 
exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que 
promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: 
I. parcelamento ou edificação compulsórios; 
II. imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo; 
III. desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo 
Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados 
o valor real da indenização e os juros legais. 
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não 
esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de 
preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja 
utilização será definida em lei. 
 Desapropriação Confiscatória – por último temos esta modalidade prevista no artigo 243 da Constituição: 
Art. 243. As glebas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas serão 
imediatamente expropriadas e especificamente destinadas ao assentamento de colonos, para o cultivo de produtos 
alimentícios e medicamentosos, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções 
previstas em lei. 
É a desapropriação que ocorre com a propriedade utilizada para plantio de plantas psicotrópicas. Neste caso, não 
haverá indenização, mas o proprietário poderá ser processado pela prática de ilícito penal. 
TÓPICO ESQUEMATIZADO 
 
 Bem de Família 
A Constituição consagra uma forma de proteção às pequenas propriedades rurais chamada de Bem de Família: 
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de 
penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de 
financiar o seu desenvolvimento; 
O mais importante para sua prova é se atentar para os requisitos estabelecidos no inciso, quais sejam: 
 Pequena propriedade rural – não se trata de qualquer propriedade. 
 Definida em lei – não em outra espécie normativa. 
 Trabalhada pela família – não por qualquer pessoa. 
 Débitos decorrentes da atividade produtiva – não qualquer débito. 
 Propriedade Imaterial 
Além das propriedades sobre bens materiais, a Constituição também consagra normas de proteção sobre a 
propriedade de bens imateriais. São duas as propriedades consagradas: autoral e industrial. 
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A propriedade autoral encontra-se protegida nos incisos
XXVII e XXVIII do artigo 5º: 
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível 
aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; 
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: 
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive 
nas atividades desportivas; 
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos 
criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas; 
Já a propriedade industrial encontra-se protegida no inciso XXIX: 
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como 
proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, 
tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País; 
Uma relação muito interessante entre a propriedade autoral e a industrial está no tempo de proteção previsto na 
Constituição. Observe que na propriedade autoral, o direito do autor é vitalício tendo em vista a previsão de 
possibilidade de transmissão desses direitos aos herdeiros. Contudo, quando nas mãos dos sucessores a proteção 
será pelo tempo que a lei fixar, ou seja, temporário. 
Já na propriedade industrial, a proteção do próprio autor já possui caráter temporário. 
TÓPICO ESQUEMATIZADO 
 
 Direito à Herança 
De nada adiantaria tanta proteção à propriedade se este bem jurídico não pudesse ser transmitido por meio da 
sucessão de bens aos herdeiros após a morte. O direito à herança, consagrado expressamente na Constituição, 
traduz-se no coroamento do direito de propriedade. É a grande força motriz deste direito. Só faz sentido ter direito à 
propriedade se este direito pode ser transferido aos herdeiros. 
XXX - é garantido o direito de herança; 
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge 
ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus"; 
Destaque especial deve ser dado ao inciso XXXI que prevê a possibilidade de aplicação de lei estrangeira no país 
em casos de sucessão de bens de pessoa estrangeira desde que estes bens estejam situados no Brasil. A 
Constituição Federal permite que seja aplicada a legislação mais favorável aos herdeiros, quer seja a lei brasileira, 
quer seja a lei estrangeira. 
I. DIREITO À SEGURANÇA 
Conceito 
Ao se referir à segurança como direito individual, o artigo 5º, quis dizer “segurança jurídica” as quais são normas 
de pacificação social e que produzem uma maior segurança nas relações sociais. Este é o ponto alto dos direitos 
individuais. Sem dúvida, aqui está a maior quantidade de questões cobradas em prova. Comecemos o estudo pelo 
dispositivo principal da segurança jurídica. 
 Princípio da Segurança nas Relações Jurídicas 
Este princípio tem como objetivo garantir a estabilidade das relações jurídicas. Veja o que diz a Constituição: 
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; 
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Os três institutos aqui protegidos encontram seu conceito formalizado na Lei de Introdução do Código Civil: 
Art. 6º, § 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. 
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles 
cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. 
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso. 
Em linhas gerais podemos assim conceituá-los: 
1. Direito Adquirido – direito já incorporado ao patrimônio do titular; 
2. Ato Jurídico Perfeito – ato jurídico que já atingiu seu fim, já produziu seus efeitos. Ato jurídico acabado, 
aperfeiçoado, consumado; 
3. Coisa Julgada - sentença judicial transitada em julgado. Aquela sentença da qual não cabe mais recurso. 
Uma coisa não se pode esquecer. A proibição de retroatividade da lei nos casos aqui estudados não se aplica às 
leis mais benéficas, ou seja, uma lei mais benéfica poderá produzir efeitos em relação ao direito adquirido, ao ato 
jurídico perfeito e a coisa julgada. 
 Devido Processo Legal 
O devido processo legal possui como objetivo principal limitar o poder do Estado. Este princípio condiciona a 
restrição da liberdade ou dos bens de um indivíduo à existência de um procedimento estatal que respeite todos os 
direitos e garantias processuais previstos na lei. É o que diz o inciso LIV do artigo 5º: 
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; 
A exigência constitucional de existência de processo aplica-se tanto aos processos judiciais quanto aos 
procedimentos administrativos. 
Deste princípio surge a garantia constitucional à proporcionalidade e razoabilidade. Da mesma forma, é durante o 
devido processo legal que poderão ser exercidos os direitos ao contraditório e a ampla defesa que serão analisados 
a seguir. 
 Ampla Defesa e Contraditório 
Estas garantias constitucionais, conforme já salientado, decorrem do Devido Processo Legal. São utilizadas como 
ferramenta de defesa diante das acusações impostas pelo Estado ou por um particular nos processos judiciais e 
administrativos: 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório 
e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; 
Mas o que significam o contraditório e a ampla defesa? 
Contraditório é o direito de contradizer, contrariar, contraditar. Se alguém diz que você é ou fez alguma coisa, o 
contraditório te permite dizer que não é e que não fez o que lhe foi imputado. É simplesmente o direito de contrariar. 
Já a ampla defesa é a possibilidade de utilização de todos os meios admitidos em direito para se defender de uma 
acusação. 
Em regra, o contraditório e a ampla defesa são garantidos em todos os processos judiciais ou administrativos, 
contudo, a legislação brasileira previu alguns procedimentos administrativos incompatíveis com o exercício deste 
direito: 
1. Inquérito policial; 
2. Inquérito civil; 
3. Sindicância investigativa; 
Em suma, nos procedimentos investigatórios que não possuem o condão de punir o investigado não serão 
garantidos o contraditório e a ampla defesa. 
Atentem para as Súmulas Vinculantes do Supremo Tribunal Federal que versam sobre este tema: 
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SV nº 3 - Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa 
quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, 
excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão. 
SV nº 5 - A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição. 
SV nº 14 - É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já 
documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam 
respeito ao exercício do direito de defesa.
SV nº 21 - É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para 
admissibilidade de recurso administrativo. 
 Proporcionalidade e Razoabilidade 
Eis uma garantia fundamental que não está expressa no texto constitucional apesar de ser um dos institutos mais 
utilizados pelo Supremo em suas decisões atuais. Trata-se de um princípio implícito, cuja fonte é o Princípio do 
Devido Processo Legal. Estes dois institutos jurídicos são utilizados como parâmetro de ponderação quando 
adotadas medidas pelo Estado, principalmente no que tange a restrição de bens e direitos dos indivíduos. Duas 
palavras esclarecem o sentido destas garantias: necessidade e adequação. 
Para saber se um ato administrativo observou os critérios de proporcionalidade e razoabilidade, deve-se 
questionar se o ato foi necessário e se foi adequado a situação. 
Para exemplificar, imaginemos que um determinado fiscal sanitário, ao inspecionar um supermercado, se depara 
com um potinho de Danoninho com a data de validade vencida há um dia. Imediatamente, ele prende o dono do 
mercado, dá dois tiros para cima, realiza revista manual em todos os clientes e funcionários do mercado e aplica uma 
multa de dois bilhões de reais. Eu pergunto: será que a medida adotada pelo fiscal foi necessária? Foi adequada? 
Certamente que não. Logo a medida não observou os princípios da razoabilidade e proporcionalidade. 
 Inadmissibilidade das Provas Ilícitas 
Uma das garantias mais importantes do direito brasileiro é a inadmissibilidade das provas ilícitas. Encontra-se 
previsto expressamente no inciso LVI do artigo 5º: 
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; 
Em razão desta garantia, é proibida a produção de provas ilícitas num processo sob pena de nulidade processual. 
Em regra, a prova ilícita produz nulidade de tudo o que à ela estiver relacionado. Este efeito decorre da chamada 
Teoria dos Frutos da Árvore Envenenada. Segundo a teoria, se a árvore está envenenada, os frutos também o 
serão. Se uma prova foi produzida de forma ilícita, as demais provas dela decorrentes também serão ilícitas (ilicitude 
por derivação). Contudo, deve-se ressaltar que esta teoria é aplicada de forma restrita no direito brasileiro, ou seja, 
encontrada uma prova ilícita num processo, não significa que todo o processo será anulado, mas apenas os atos e 
demais provas que decorreram direta ou indiretamente daquela produzida de forma ilícita. Caso existam provas 
autônomas produzidas em conformidade com a lei, o processo deve prosseguir ainda que tenha sido encontradas e 
retiradas as provas ilícitas. Logo, é possível afirmar que a existência de uma prova ilícita no processo não anula de 
pronto todo o processo. 
Deve-se destacar ainda, a única possibilidade já admitida de prova ilícita nos tribunais brasileiros: a produzida em 
legítima defesa. 
I. CONTINUAÇÃO DE DIREITO À SEGURANÇA 
 Inviolabilidade Domiciliar 
Esta garantia protege o indivíduo em seu recinto mais íntimo: a casa. A Constituição diz: 
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em 
caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; 
Como regra, só se pode entrar na casa de uma pessoa com o seu consentimento. Excepcionalmente, a 
Constituição Federal admite a entrada sem consentimento do morador nos casos de: 
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1. Flagrante delito 
2. Desastre 
3. Prestar socorro 
4. Determinação judicial – só durante o dia 
Importante é não esquecer que, no caso de determinação judicial, a entrada se dará apenas durante o dia. Nos 
demais casos a entrada será permitida a qualquer hora. 
Alguns conceitos importantes: O que é casa? O que pode ser entendido como caso para efeito de inviolabilidade? 
A jurisprudência tem interpretado o conceito de casa de forma ampla, em consonância com o disposto nos artigos 
245 e 246 do Código de Processo Penal: 
Art. 245. As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o morador consentir que se realizem à noite, e, 
antes de penetrarem na casa, os executores mostrarão e lerão o mandado ao morador, ou a quem o represente, 
intimando-o, em seguida, a abrir a porta. 
Art. 246. Aplicar-se-á também o disposto no artigo anterior, quando se tiver de proceder a busca em compartimento 
habitado ou em aposento ocupado de habitação coletiva ou em compartimento não aberto ao público, onde alguém 
exercer profissão ou atividade. 
O STF já considerou como casa, para efeitos de inviolabilidade, oficina mecânica, quarto de hotel ou escritório 
profissional. 
Outra questão relevante é saber o que é dia? Dois são os posicionamentos adotados na doutrina: 
1. Das 6 às 18 
2. Da aurora ao crepúsculo 
Segundo a jurisprudência, isto deve ser resolvido no caso concreto, tendo em vista variação de fusos horários 
existente em nosso país bem como a ocorrência do “Horário de Verão”. Na prática é possível entrar na casa 
independente do horário, desde que seja durante o dia. 
TÓPICO ESQUEMATIZADO 
 
 Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição 
Este princípio, também conhecido como Principio do Livre Acesso ao Poder Judiciário ou Direito de Ação garante, 
nos casos de necessidade, o acesso direto ao poder judiciário. Também, decorre deste princípio a idéia de que não é 
necessário o esgotamento das vias administrativas para ingressar com uma demanda no Poder Judiciário. Assim 
prevê a Constituição Federal: 
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; 
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Perceba que a proteção possui sentido duplo: lesão ou ameaça à lesão. Significa dizer que a garantia pode ser 
utilizada tanto de forma preventiva como de forma repressiva. Tanto para prevenir a ofensa a direito como para 
reprimir a ofensa já cometida. 
Quanto ao acesso ao Judiciário independente do esgotamento das vias administrativas, temos algumas 
peculiaridades previstas na legislação brasileira: 
 Habeas data – O artigo 8º da lei 9.507/97 exige, para impetração do habeas data, a comprovação da recusa ao 
acesso a informação. Parte da doutrina não considera isso como exigência de prévio esgotamento da via 
administrativa, mas condição da ação. Veja a súmula nº 2 do STJ: 
“Não cabe habeas data se não houve recusa de informações por parte da autoridade administrativa” 
 Justiça Desportiva – A Constituição Federal prevê no artigo 217: 
Art. 217, § 1º - O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após 
esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei. 
Ou seja, o acesso ao Poder Judiciário está condicionado ao esgotamento das vias administrativas. 
 Laudo arbitral – A lei 9.307/96 prevê que as partes, quando em discussão patrimonial, poderão optar pela 
arbitragem como forma de resolução de conflito. Não se trata de uma instância administrativa de curso forçado, 
mas de uma opção facultada às partes. 
 Reclamação Constitucional – O artigo 7º, § 1º da lei 11.417/2006, que regula a edição de Súmulas Vinculantes, 
prevê que só será possível a Reclamação Constitucional nos casos de omissão ou ato da administração pública 
que contrarie ou negue vigência à Súmula Vinculante, após o esgotamento das vias administrativas. 
 Gratuidade
das Certidões de Nascimento e de Óbito 
A Constituição traz expressamente que: 
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: 
a) o registro civil de nascimento; 
b) a certidão de óbito; 
Observe que, o texto Constitucional condiciona o benefício da gratuidade do registro de nascimento e da certidão 
de óbito apenas para os reconhecidamente pobres. Entretanto, a lei 6.015/73 prevê que: 
Art. 30 - Não serão cobrados emolumentos pelo registro civil de nascimento e pelo assento de óbito, bem como pela 
primeira certidão respectiva. 
§ 1º Os reconhecidamente pobres estão isentos de pagamento de emolumentos pelas demais certidões extraídas 
pelo cartório de registro civil. 
Perceba que esta lei amplia o benefício garantido na Constituição para todas as pessoas no que tange ao registro 
e a aquisição da primeira certidão de nascimento e de óbito. Quanto às demais vias, só serão garantidas aos 
reconhecidamente pobres. Cuidado com esta questão em prova, pois deve ser levado em conta se a pergunta tem 
como referência a Constituição ou não. 
 Celeridade Processual 
Traz o texto constitucional: 
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios 
que garantam a celeridade de sua tramitação; 
Esta é a garantia da celeridade processual. Decorre do princípio da Eficiência que obriga o Estado a prestar 
assistência em tempo razoável. Celeridade quer dizer rapidez, mas uma rapidez com qualidade. Este princípio, 
aplicável nos processos judiciais e administrativos, visa dar maior efetividade a prestação estatal. Deve-se garantir o 
direito antes que o seu beneficiário deixe de precisá-lo. 
Após a inclusão deste dispositivo entre os direitos fundamentais, várias medidas para acelerar a prestação 
jurisdicional foram adotadas, dentre as quais destacamos: 
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1. Juizados especiais 
2. Súmula vinculante 
3. Realização de inventários e partilhas por vias administrativas 
4. Informatização do processo 
Estas são algumas das medidas que foram adotadas para trazer mais celeridade ao processo. 
 Erro Judiciário 
Dispositivo de grande utilidade social que funciona como limitador da arbitrariedade estatal. O estado, no que 
tange a liberdade do indivíduo, não pode cometer erros sob pena de ter que indenizar o injustiçado. Isso é o que 
prevê o inciso LXXV do art. 5º: 
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na 
sentença; 
 Publicidade dos Atos Processuais 
Em regra, os atos processuais são públicos. Esta publicidade visa garantir maior transparência aos atos 
administrativos bem como permite a fiscalização popular. Além disso, atos públicos possibilitam um exercício efetivo 
do contraditório e da ampla defesa. Entretanto, esta publicidade comporta algumas exceções: 
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social 
o exigirem; 
Nos casos em que a intimidade ou o interesse social exigirem, a publicidade poderá ser restringida apenas aos 
interessados. Imaginemos uma audiência em que estejam envolvidas crianças, neste caso, como forma de 
preservação da intimidade, o juiz poderá restringir a participação na audiência apenas aos membros da família e 
demais interessados. 
I. CONTINUAÇÃO DE DIREITO À SEGURANÇA 
 Sigilo das Comunicações 
Uma das normas mais importantes da Constituição Federal que versa sobre segurança jurídica é esta: 
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações 
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de 
investigação criminal ou instrução processual penal; 
Este dispositivo prevê quatro formas de comunicação que possuem proteção constitucional: 
1. Sigilo da correspondência 
2. Comunicação telegráfica 
3. Comunicação de dados 
4. Comunicações telefônicas 
Destas quatro formas de comunicação, apenas uma obteve autorização de violação do sigilo pelo texto 
constitucional: as comunicações telefônicas. Cuidado com este tema em prova. Segundo o texto expresso, só as 
comunicações telefônicas poderão ter o seu sigilo violado. E mais, só o juiz poderá fazê-lo com fins definidos também 
pela Constituição, os quais são para investigação criminal e instrução processual penal. 
Entretanto, considerando a inexistência de direito fundamental absoluto, a jurisprudência tem considerado a 
possibilidade de quebra dos demais sigilos desde que seja determinada por ordem judicial. 
No que tange ao sigilo dos dados bancários, fiscais, informáticos e telefônicos, a jurisprudência tem permitido sua 
quebra por determinação judicial, determinação de Comissão Parlamentar de Inquérito, requisição do Ministério 
Público, solicitação da autoridade fazendária. 
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 Tribunal do Júri 
O Tribunal do Júri é uma instituição pertencente ao poder judiciário que possui competência específica para julgar 
determinados tipos de crime. O Júri é formado pelo Conselho de Sentença que é presidido por um Juiz Togado e por 
sete jurados que efetivamente farão o julgamento do acusado. A ideia do Tribunal do Júri é que o acusado seja 
julgado pelos seus pares. 
A Constituição Federal apresenta alguns princípios que regem este tribunal: 
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: 
a) a plenitude de defesa; 
b) o sigilo das votações; 
c) a soberania dos veredictos; 
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; 
Segundo este texto, o Tribunal do Júri é regido pelos seguintes princípios: 
 Plenitude de defesa - este princípio permite que no júri sejam utilizadas todas as provas permitidas em direito. 
Aqui, o momento probatório é bastante explorado haja vista a necessidade de se convencer os jurados que são 
pessoas comuns da sociedade, que às vezes não conhecem nada de direito; 
 Sigilo das votações – o voto é sigiloso. Durante o julgamento não é permitido que um jurado converse com o 
outro sobre o julgamento sob pena de nulidade; 
 Soberania dos veredictos - o que for decidido pelos jurados será considerado soberano. Nem o Juiz presidente 
poderá modificar o julgamento. Aqui quem decide são os jurados; 
 Competência para julgar os crimes dolosos contra a vida – muito cuidado com isso aqui em prova. O júri não 
julga qualquer tipo de crime, mas apenas os dolosos contra a vida. Crimes dolosos, em singelas palavras, são 
aqueles praticados com intenção, com vontade. É diferente dos crimes culposos, os quais são praticados sem 
intenção. 
TÓPICO ESQUEMATIZADO 
 
 Principio da Anterioridade 
O inciso XXXIX apresenta o chamado Princípio da Anterioridade Penal: 
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; 
Este princípio decorre na necessidade de se prever antes da aplicação da pena, a conduta que é considerada 
como crime e a pena que deverá ser cominada. Mais uma regra de segurança jurídica. 
 Princípio da Irretroatividade 
Este princípio também possui sua importância ao prever que a lei penal não poderá se voltar para trás, salvo se 
for para beneficiar o réu. 
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o
réu; 
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins 
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 Crimes imprescritíveis, inafiançáveis e insuscetíveis de graça e anistia 
Os dispositivos abaixo estão entre os mais cobrados em prova. O ideal é que sejam memorizados na ordem 
proposta no quadro abaixo: 
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; 
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os 
mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; 
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem 
constitucional e o Estado Democrático; 
TÓPICO ESQUEMATIZADO 
 
Atenção: 
1. Os crimes inafiançáveis englobam todos os crimes previstos nos incisos XLII, XLIII e XLIV. 
2. Os crimes que são insuscetíveis de graça e anistia não são imprescritíveis, e vice e versa. Desta forma nunca 
pode existir na sua prova uma questão que trabalhe com as duas classificações ao mesmo tempo. 
3. Nunca na sua prova pode haver uma questão em que apresente as três classificações ao mesmo tempo. 
I. EXERCÍCIOS RELATIVOS AO ENCONTRO 
1. Uma fazenda destinada à plantação de maconha pode ser objeto de desapropriação confiscatória, devendo a 
indenização ao proprietário, nesse caso, ser paga em títulos da dívida agrária. 
2. No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá fazer uso de propriedade particular, 
assegurada ao proprietário indenização, independentemente da ocorrência de dano. 
3. O direito à duração razoável do processo, tanto no âmbito judicial quanto no âmbito administrativo, é um direito 
fundamental previsto expressamente na CF. 
4. O sigilo das comunicações telefônicas é inviolável, podendo ser rompido somente por autorização judicial ou por 
decisão da autoridade policial responsável pelo inquérito, quando existirem fundados elementos reveladores da 
prática de crime. 
5. A garantia constitucional da inviolabilidade de domicílio abrange qualquer compartimento habitado, mas não os 
compartimentos onde alguém exerce atividade profissional. 
6. A competência do júri é para julgamento dos crimes contra a vida, sejam eles dolosos ou culposos. 
7. O sigilo bancário de um indivíduo pode ser quebrado por decisão fundamentada de comissão parlamentar de 
inquérito. 
8. Considerando que os direitos sejam bens e vantagens prescritos no texto constitucional e as garantias sejam os 
instrumentos que asseguram o exercício de tais direitos, a garantia do contraditório e da ampla defesa ocorre nos 
processos judiciais de natureza criminal de forma exclusiva. 
9. Admite-se a quebra do sigilo das comunicações telefônicas, por decisão judicial, nas hipóteses e na forma que a 
lei estabelecer, para fins de investigação criminal ou administrativa. 
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10. Por força constitucional, são inafiançáveis os crimes de racismo e de tortura. 
11. É direito fundamental a soberania dos veredictos do júri. 
12. A inviolabilidade do domicílio do indivíduo não alcança a ocorrência de flagrante delito ou desastre. 
13. A inviolabilidade do domicílio não alcança o fisco, quando na busca de identificação da ocorrência de fato 
gerador dos tributos por ele fiscalizados. 
GABARITO 
1 - ERRADO 
2 - ERRADO 
3 - CORRETO 
4 - ERRADO 
5 - ERRADO 
6 - ERRADO 
7 - CORRETO 
8 - ERRADO 
9 - ERRADO 
10 - CORRETO 
11 - CORRETO 
12 - CORRETO 
13 - ERRADO

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