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PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA NAYARA BARBOSA ROCHA MACÊDO FORMAÇÃO DE DIRETORES DO ESTADO DO AMAPÁ: ANÁLISE DA MATRIZ DO PROGRAMA ESCOLA DE GESTORES DO MEC Macapá 2016 NAYARA BARBOSA ROCHA MACÊDO FORMAÇÃO DE DIRETORES DO ESTADO DO AMAPÁ: ANÁLISE DA MATRIZ DO PROGRAMA ESCOLA DE GESTORES DO MEC Macapá 2016 Trabalho de Conclusão de Curso apresentado para defesa final, como requisito avaliativo do curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade do Estado do Amapá, orientado pelo Profa. Dra. Ângela do Céu Ubaiara Brito FORMAÇÃO DE DIRETORES DO ESTADO DO AMAPÁ: ANÁLISE DA MATRIZ DO PROGRAMA ESCOLA DE GESTORES DO MEC NAYARA BARBOSA ROCHA MACÊDO BANCA AVALIADORA ___________________________________________________________________ PROFA. DRA. ANGELA DO CÉU UBAIARA BRITO ORIENTADORA ___________________________________________________________________ PROFA.ESP.HERIKA NOGUEIRA AVALIADORA ___________________________________________________________________ PROFA. Ma. DARLENE DO SOCORRO DEL-TETTO MINERVINO AVALIADORA Data da avaliação: ___/___/___ Conceito:_________________. Macapá 2016 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus minha fonte de energia e superação, o centro de tudo e minha base de renovação diária durante dias bons e ruins. Sempre acreditando que através da minha fé o senhor meu pai daria dias melhores em minha vida. Agradeço aos meus pais Igraci Barbosa da Rocha e Manoel Conde Martins por todo incentivo e educação que durante meu crescimento nunca mediram esforços, motivando e amando, formando meu caráter, entendendo o momento exato de dizer: “sim” e “não”. Enquanto viver serei grata pelos gestos de amor, amo vocês incondicionalmente! A minha vó Materna Zénobia Barbosa da Rocha (in memoriam), que esperava e almejava tanto ver o meu momento de segurar o diploma e concluir uma das etapas mais importantes da minha vida, infelizmente não estará de corpo presente, mas em meu coração irei carregar e sentir sua presença para toda vida. Eternamente te amarei. Ao meu companheiro Bruno de Souza Dantas, por durante toda a caminhada acadêmica estar ao meu lado. Obrigada meu amor, por transformar minha vida, me contagiar com suas brincadeiras, com seu jeito de amar. Agradeço por desde o ano de 2011 andar lado a lado comigo superando os momentos ruins e compreendendo meu jeito de ser. Te amo. A minha irmã Emanuelly Conde Barbosa por ser meu anjo cheio de amor e carinho. Ao meu Irmão Madson pelo chamego de irmão, com seus cheiros e abraços infinitos. Peço desculpas pelos momentos que estou ausente na vida de vocês. A minha orientadora, Profa. Dra. Angela Do Céu Ubaiara Brito, que acreditou em mim, mostrando que eu seria capaz e que os acontecimentos que não nos favorecem nos fazem fortalecer. Obrigada por seus ensinamentos, por cada correção. Quero expressar minha gratidão e admiração pela profissional competente e magnífica que és. Essa monografia só foi possível através de sua orientação. Obrigada por não me jogar no vento e sem paraquedas (risos). Agradeço também aos meus colegas de curso, minhas amigas de grupo de trabalho. A minha tia Marinez Conde Martins por sempre me ajudar, me apoiar, dialogar e acreditar nos meus objetivos. Á todos os professores, funcionários e acadêmicos que de uma forma ou outra contribuíram para meu crescimento profissional e pessoal. Meus sinceros agradecimentos. Dedico à Deus, minha base de fé e confiança. A minha Vó Materna Zénobia Barbosa (In memoriam) por todo o seu amor e cuidado, por cada beijo adocicado, por cada abraço, saudades eternas! “A menos que modifiquemos a nossa maneira de pensar, não seremos capazes de resolver os problemas causados pela forma como nos acostumamos a ver o mundo”. (Albert Einstein) RESUMO MACÊDO, N.B.R. Formação de diretores do Estado do Amapá: análise da matriz do programa escola de gestores do MEC. O presente trabalho científico tem como foco de estudo o Programa Nacional Escola de Gestores da Educação Básica organizado pelo Ministério da Educação– MEC, cujo objetivo geral é a formação continuada de gestores escolares centrado na Modalidade de Ensino: Educação à Distância, ofertado no quantitativo de 400 (quatrocentas) horas em parceria com as Universidades Federais existentes no Brasil, ofertada desde do ano de 2007 na versão de curso de especialização em Gestão Escolar. Todavia, o mesmo tem a pretensão de analisar e descrever os conteúdos abordados no curso acima citado, bem como estes saberes estão disponíveis em sua plataforma. Também aborda uma discussão acerca da formação dos gestores e como esta vem contribuindo para a promoção de um ensino de qualidade na rede pública, além de apresentar de forma objetiva e clara uma abordagem teórica sobre a formação de gestores e a descrição dos princípios e objetivos do Programa. Para a análise da pesquisa se utilizou a descrição de cada unidade publicada pelo MEC que constitui as salas ambientes do curso. Entende-se que através da análise conseguiu-se delinear precisamente que o Programa visa transformar a educação dos gestores a partir de uma prática dentro da escola pública atrelada a gestão democrática, ao planejamento e aos direitos dos indivíduos. Os resultados discutem que o Programa utiliza a interação dos gestores para o fortalecimento dos conhecimentos abordados. A Matriz de Formação do Programa prioriza princípios de uma educação de qualidade, no intuído de capacitar os gestores a refletirem sobre o espaço onde atuam e consequentemente sensibiliza-los para a transformação enquanto profissionais de educação. Palavras-chave: Programa Nacional de Formação Escola de Gestores; Formação Continuada; Matriz de Formação; Ensino de Qualidade. ABSTRACT MACÊDO, N.B.R. Formation of the State of Amapá directors: analysis of MEC management school program matrix. This scientific work is to study focuses on the National Program of School Education Managers Basic organized by the Ministry of Education- MEC, whose overall objective is the continued training of school managers focused on teaching mode: Distance Education, offered in quantitative 400 (four) hours in partnership with the Federal Universities existing in Brazil, offered since the year 2007 in the current version of specialization in School Management. However, it has the humble claim to analyze and describe the contents covered in the course mentioned above, and this knowledge is available on your platform. It also addresses a discussion about the training of managers and how it has contributed to the promotion of quality education in public schools, in addition to presenting an objective and clearly a theoretical approach to the training of managers and the description of the principles and objectives of the Program. For the analysis of the survey was used the description of each unit published by MEC constituting the travel environment rooms. It is understood that through the analysis it was possible to delineate precisely what the program aims to transform the education of managers from a practice within the public school linked to democraticmanagement, planning and the rights of individuals. The results argue that the program uses the interaction of managers to strengthen knowledge addressed. The Program Training Matrix prioritizes principles of quality education, intuited to train managers to think about the space in which they operate and thus raises awareness of the transformation as education professionals. Keywords: National Program for Training School Managers; Continuing Education; Matrix Training; Quality of education. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Gráfico 1- Média de indicação dos diretores..............................................................22 Quadro 2 – Definição das salas ambientes e objetivos ............................................. 34 Quadro 3 – Descrição das Unidades da Sala Ambiente Introdução ao Curso e ao ambiente Virtual ........................................................................................................ 35 Quadro 4- Atividades da sala ambiente Introdução ao curso e ao ambiente virtual .. 35 Quadro 5 – Descrição das Unidades da Sala Ambiente Projeto vivencial ................ 38 Quadro 6- Atividades das unidades da sala ambiente projeto vivencial .................... 39 Quadro 7 – Descrição das Unidades da Sala Ambiente Fundamentos do Direito à Educação .................................................................................................................. 42 Quadro 8- Atividades da sala ambiente Fundamentos do Direito à Educação.......... 42 Quadro 9- As dimensões da reflexão ........................................................................ 43 Quadro 10– Descrição das Unidades da Sala Ambiente Políticas e Gestão na Educação .................................................................................................................. 46 Quadro 11- Atividades da sala ambiente Políticas e Gestão na Educação ............... 46 Quadro 12- Descrição das Unidades da Sala Ambiente Planejamento e Práticas da Gestão Escolar .......................................................................................................... 49 Quadro 13- Atividades da sala ambiente Políticas e Gestão na Educação ............... 50 Quadro 14– Descrição das Unidades da Sala Ambiente Tópicos Especiais Conselhos Escolares e Gestão Democrática ............................................................ 52 Quadro 15- Atividades da sala ambiente Tópicos Especiais Conselhos Escolares e Gestão Democrática .................................................................................................. 53 Quadro 16– Descrição das Unidades da Sala Ambiente Tópicos Especiais - A Qualidade da Educação Escolar ............................................................................... 56 Quadro 17- Atividades da sala ambiente Tópicos Especiais - A Qualidade da Educação Escolar ..................................................................................................... 56 Quadro 18– Descrição das Unidades da Sala Ambiente Tópicos especiais- políticas e programas de educação PNE, PDE E PAR ........................................................... 58 Quadro 19- Atividades da sala ambiente Tópicos Especiais - A Qualidade da Educação Escolar ..................................................................................................... 58 Quadro 20 – Descrição das Unidades da Sala Ambiente tópicos especiais-saúde na escola ........................................................................................................................ 61 Quadro 21- Atividades da sala ambiente tópicos especiais-saúde na escola ........... 61 Quadro 22– Descrição das Unidades da Sala Ambiente Oficinas Tecnológicas Construindo Sítios na Web ........................................................................................ 64 Quadro 23- Atividades da sala ambiente Oficinas Tecnológicas Construindo Sítios na Web ........................................................................................................................... 64 LISTA DE SIGLAS CF/88 Constituição Federal de 1988 DEZ Dezembro DOU Diário Oficial da União EAD Educação à Distância FTP File Transfer Protocol FUNDEB Fundo de Desenvolvimento e Manutenção da Educação Básica Valorização dos Profissionais FUNDEF Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental GOV Governo HTML Hyper Text Mark-Up Language (Linguagem de marcação de hipertextos) IDEB Índice De Desenvolvimento Da Educação Básica LDBEN Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional MEC Ministério da Educação MOODLE Modular Object Oriented Dynamic Learning Environment OCDE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico PAR Plano de Ações Articuladas PDE Plano de Desenvolvimento da Educação PNE Plano Nacional de Educação PPP Projeto Político Pedagógico SAEB Sistema Avaliação da Educação TCC Trabalho de Conclusão de Curso TIC Tecnologia da informação e comunicação UNESCO Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura URL Uniform Resource Locator WWW World Wide Web SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13 2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 16 2.1 Formação Continuada ...................................................................................... 16 2.2 Formação de Gestores Escolares .................................................................... 21 2.3 Programa Escola de Gestores do MEC ........................................................... 27 3 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS ............................................................... 32 3.1 Instrumentos da pesquisa ................................................................................ 32 3.2 Documentos analisados ................................................................................... 32 3.3 Análise dos dados ............................................................................................ 33 4 MATRIZ DE FORMAÇÃO DOS GESTORES ......................................................... 33 4.1 Sala ambiente Introdução ao curso e ao ambiente virtual................................34 4.2 Sala ambiente Projeto vivencial ....................................................................... 38 4.3 Sala ambiente Fundamentos do Direito à Educação ....................................... 42 4.4 Sala ambiente Políticas e Gestão na Educação .............................................. 45 4.5 Sala ambiente Planejamento e Práticas da Gestão Escolar ............................ 49 4.6 Sala ambiente Tópicos Especiais Conselhos Escolares e Gestão Democrática ............................................................................................................................... 51 4.7 Sala ambiente Tópicos Especiais - A Qualidade da Educação Escolar ........... 56 4.8 Sala ambiente Tópicos especiais- políticas e programas de educação PNE, PDE E PAR ............................................................................................................ 58 4.9 Sala ambiente tópicos especiais-saúde na escola ........................................... 60 4.10 Sala Ambiente Oficinas Tecnológicas Construindo Sítios na Web ................ 63 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 67 6 REFERÊNCIAS ......................................................................................................70 13 1 INTRODUÇÃO O presente trabalho analisa o Programa Nacional Escola de Gestores do MEC, o qual capacita gestores escolares na Modalidade de Educação à Distância. O curso prioriza a educação continuada do gestor, que discute o ambiente de trabalho e a qualidade no processo de ser diretor educacional. A formação continuada segundo Freire (2001) possibilita uma melhoria na qualidade da educação o que implica em uma formação permanente desses educadores. A formação deve ser aprofundada a partir de uma análise da prática do educador. A pesquisa abordará, especificamente, a formação dos gestores das escolas públicas, que atualmente traça um novo panorama diante do processo educacional, pois com as transformações que a sociedade sofre cada vez mais o gestor (educador) está sujeito ao modelo que a gestão educacional lhe cobra, o que segundo Luz (2010) o paradigma atual lhe pede uma mudança do modelo estático, ou seja, estagnado no tempo, para o modelo dinâmico, descentralizado, autônomo e democrático de gestão escolar, justamente o que o programa escola de gestores do MEC propõe em sua matriz. Assim, os principais questionamentos trilhados foram: Quais as concepções das disciplinas do programa escola de gestores do MEC na formação de gestores? E se a partir das salas ambientes/disciplinas os conteúdos traçados conseguem atender aos objetivos e perspectivas de formação? E se esses conteúdos encontram-se atrelados aos princípios da gestão democrática à que o programa se propõe? A partir desses questionamentos se teceu a questão norteadora da pesquisa: Os conteúdos norteadores da matriz do curso de especialização de Gestão Escolar contribuem para a formação do gestor escolar democrático? Desta forma, o trabalho investiga o princípio da Gestão Democrática contido no programa escola de gestores do MEC, e a formação continuada do gestor para melhoria da qualidade educacional. Paro (2004) corrobora contribuindo que a gestão democrática é como uma significação de poder e conferência de condições concretas para que se tenha os interesses da comunidade atendidos e os objetivos educacionais possam ser alcançados. A gestão democrática prima essencialmente pela participação. Mas para Freire (2004) ainda é pouco convocar a comunidade escolar para participar, pois 14 para o autor é necessário sustentar a participação dos indivíduos no processo de construção de uma gestão para todos. Entende-se que o gestor possui grandes responsabilidades no espaço escolar e sua formação é essencial para atender os princípios democráticos, envolvendo o coletivo, contando com a participação de todos os segmentos. Para tanto, o trabalho tem como objetivo geral analisar os conteúdos da Matriz de Formação dos Gestores Escolares. E especificamente, busca compreender os assuntos abordados em todas as unidades das salas ambientes, indicar as contribuições para o processo de formação do gestor escolar da escola pública. A temática possui relevância no âmbito acadêmico por ser considerada atual e polêmica, porém possui poucas produções como monografias, teses, artigos, que possam servir de suporte teórico para futuros profissionais na área da educação. No âmbito social se torna relevante a partir da abordagem teórica que o trabalho apresenta acerca da gestão democrática e como ela pode contribuir para o fortalecimento da educação na perspectiva da qualidade social, quando vislumbramos a possibilidade de qualificar todos os sujeitos inseridos no processo educacional, como agentes participativos das decisões que serão tomadas visando o bem de todos. Através da dimensão pessoal e profissional possibilitar uma visão mais ampla acerca da profissão do gestor e suas atribuições bem como o campo de atuação, pois dentro da academia temos como uma das atribuições do pedagogo “ser gestor”, com isso através do embates teóricos proporcionados pela academia despertou-se uma curiosidade de delinear como seria o papel do gestor no seu trabalho pedagógico, o que através da materialização desse trabalho consegue-se entender o verdadeiro papel do gestor e como ocorre sua formação para gerir o espaço onde atua, sempre visando seguir as determinações das legislações em vigor. Corroborando Paro (2004) afirma que deve-se tomar cuidado para que o processo democrático não seja entendido como aquele que é capaz de propiciar decisões coletivas numa perspectiva de centralismo democrático, que muitas vezes vivenciamos no cotidiano escolar, como uma falsa democracia, na qual um pequeno grupo se expressa pela maioria estabelecendo a posição dita na mais adequada, desconsiderando a vontade e necessidade dos demais. Para o autor a gestão democrática significa que todos podem contribuir, com igualdade de oportunidades. 15 O procedimento metodológico da pesquisa é de cunho qualitativo, baseado em Prestes (2012) que afirma a possibilidade de buscar soluções para o problema de pesquisa. Trabalhar com a pesquisa qualitativa significa realizar um movimento incansável de apreensão dos objetivos, de análise de material bibliográfico. Como procedimento utilizou-se a análise de conteúdo da matriz do curso de Especialização em Gestão Escolar que possibilitou sistematizar a pesquisa e colocar objetivos na descrição do conteúdo e indicadores de qualidade (BARDIN, 1977). Contundo este trabalho visa analisar o conteúdo da matriz de formação dos gestores, descrevendo todas as informações contidas nas salas ambientes. A estrutura do trabalho está organizada em quatro capítulos. O primeiro capítulo é o referencial teórico que discute a formação continuada que trata do processo histórico no Brasil, bem como suas delimitações para qualidade da educação. Também discute a formação dos gestores, abordando a formação e princípios que são inseridos na capacitação desse gestor. Ainda se discute o Programa Escola de gestores do MEC, delineando os seus principais objetivos e princípios norteadores. O terceiro capítulo aborda a metodologia qualitativa e descreve os procedimentos de análise do conteúdo. O quarto capítulo descreve os resultados da análise da matriz de formação dos gestores do programa, colocando seus principais objetivos e contribuições para o processo formativo desses educadores. E a conclusão indica que a formação dos gestores é essencial para se estabelecer uma gestão democrática com a participação de todos os sujeitos envolvidos no contexto escolar. 16 2 REFERENCIAL TEÓRICO O referido capítulo aborda a formação continuada como eixo de sustentação para a qualidade da gestão na escola. Também discute a formação de gestores e o Programa Nacional Escola de gestores do MEC, como política de formação para os diretores da escola pública. 2.1 Formação Continuada Para iniciar uma reflexão acerca da formação continuada se discute aqui a abordagem histórica educacional. Nos primórdios da educação brasileira em sua contribuição educacional houve uma forte influência dos padres jesuítas, isso remete ao início e descobrimento do Brasil, em que predominava-se a educação com teor religioso. Com a chegada dos padres Jesuítas em 1549, deu-se início ao percurso histórico da educação no Brasil partindo do princípio religioso que durante os séculos XVI e XVII tornaram-se os únicos educadores. Segundo Azevedo (1963), esse processo transitou quase na sua integridade, em um patrimônio de uma cultura homogênea, a mesma língua, religião e concepção de vida, bem como seus ideais de homem culto. Durante esse tempo permaneceram por cerca de duzentos e dez anos no Brasil, o que fomentou no ensino brasileiro ter diretamenteinfluências educacionais jesuítas. Quanto ao direcionamento da educação no 1º período da sociedade brasileira Ribeiro (1995) retrata que os padres Jesuítas tornaram-se um marco referencial na formação da sociedade brasileira e que se constituíram nos principais, senão os únicos, mentores intelectuais e espirituais da colônia. Nesse período ressalta-se que a educação teve marcas de concepções que dialogavam com o período histórico mundial, como exemplo, cita-se a educação feminina que era algo restrito para as boas maneiras, prendas domésticas, o ensino era medido e dosado. Segundo Ribeiro (1995), tudo gerava em torno de dogmas, tornando essa educação memorística, repetitiva, livresca e verbalista reproduzindo uma educação totalmente conservadora. Nesse período a elite tinha a incumbência de preparar indivíduos para o trabalho intelectual segundo o modelo religioso, pois a ideologia era fortalecer a igreja como instituição forte perante a sociedade da época. Azevedo (1963) afirma que os professores deste período exerciam sua profissão apenas aos trinta anos quando eram considerados aptos para exercer o 17 magistério. Deste modo, entende-se que os jesuítas dedicavam atenção especial a sua formação, tinham um controle rigoroso relacionado aos professores, separavam cuidadosamente os livros, especialmente em filosofia e teologia. Azevedo (1963) aborda que na primeira metade do século XVIII, o trabalho educacional e de catequese da Companhia de Jesus entra em decadência, devido à acusação de ser um empecilho à conservação da unidade cristã e da sociedade civil. Bruschini (1981) relata que na década de oitenta as mudanças na área educacional, poderam ser perceptíveis, pois com o término do regime militar a sociedade em si pode gozar de uma gestão democrática e libertária que antes lhe era negada, em contrapartida neste período a prática pedagógica da época se resumia em conteúdos, o que provocou certo abandono dos debates acerca da prática reflexiva do trabalho docente. Além disso, Bruschini (1981) ressalta que os mestres que se dedicavam ao ensino das primeiras letras eram reconhecidos e pagos por suas comunidades, de uma certa maneira autônoma e dentro de suas casas, utilizando de métodos e programas singulares, metodologias que faziam a diferença na sua formação (BRUSCHINI, 1981). Romanelli (1978) destaca em suas pesquisas a profissionalização no Brasil, que ocorreu em decorrência das profundas transformações econômicas e sociais, pertinentes à nova fase da produção capitalista monopolista, que seu processo de implantação no Brasil ocorreu ao término do século XIX, início do século XX. O que culminou em um processo de industrialização brasileira, que teve como princípio a substituição da mão de obra escrava pelo trabalho assalariado, além de proporcionar o aparecimento da classe operária, nesse sentindo frente a essas transformações houve as modificações no cenário educacional e na vida docente do professor. A atividade educacional nessa época é entendida como irregular, pois não existia um cumprimento legal. O professor não tinha uma formação única, na época “professores” era o profissional que poderia vim egresso de qualquer outra profissão obtinham mais de uma formação (COELHO, 1996, p.50). Já no final da década de 1980 e início de 1990, surgiu um movimento mundial de reformas educacionais, de acordo com Souza (2009) os autores que aderiram a esse movimento tinham uma seria crítica ao modelo de racionalidade técnica na formação inicial dos professores. 18 Essas reformas educacionais no Brasil tiveram a ideia de reformar a sociedade começando pela reforma do homem, através da reforma do sistema de ensino escolar, foi a manifestação mais evidente de entusiasmo e confiança nos poderes da educação e constitui uma bandeira de luta perante a sociedade. "Nessa época, as ideias de Dewey foram amplamente aceitas e operacionalizadas em todo o país por educadores que tiveram oportunidade de conhecê-las" (BARBOSA, 2002, p. 68). Desse modo a adesão a epistemologia da prática reflexiva ou corrente do professor reflexivo, como perspectiva teórico-metodológica para a formação de professores, ganha impulsos positivos dos educadores e apoio pelo pensamento de John Dewey, ocupando até mesmo espaços nas pesquisas científicas e influenciando as políticas para a formação de professores (DEWEY,1953). Entende-se que Dewey (1953) em sua reflexão afirma que a escola e a sala de aula obtêm uma zona de conflito que segundo ele não basta apenas a racionalidade técnica porque não consegue adentrar nas soluções de problemáticas, pensando nisso Dewey (1953) propõe a ação reflexiva dentro da formação inicial e continuada de educadores envolvendo muito mais experiências, reconhecendo a magnitude das experiências docentes e o processo de compreensão e reflexão da sua própria experiência. Para Zeichner (1993) a ação reflexiva do professor consiste em um caminho cuidadoso daquilo que se acredita ou se pratica à luz dos motivos que justificam e das consequências a que conduz. Para o autor a ação envolve sentimentos como intuição, emoção e paixão, não sendo algo pronto e acabado e ensinado. Dentro desta discussão ao qual Zeichner (1993) adentra, é importante ressaltar que os meios em que se envolvem as práticas educativas do professor ainda é algo mecanizado, precisando de modificações por parte dos educadores buscando uma renovação, o que a partir da vivencia de ambientes escolares pode- se perceber que ainda é algo difícil de modificar, sendo algo engessado por suas ações trazidas de uma espécie de tradicionalismo, isso remete a ações mecanizadas. Porém quando se analisa dentro da experiência de um professor reflexivo tal concepção não é levado em consideração, pois o educador deve estar preparado para ouvir e refletir sua própria prática. Também Schön (2000) afirma que os professores exercem cotidianamente com seus colegas a ação-reflexão na medida em que argumentarem sobre suas 19 ações, trazendo em si aspectos positivos e negativos, podendo colaborar para ressignificação da sua prática ou não. A reflexão surge associada ao modo como se lida com os problemas da prática, abrindo caminhos para hipóteses e soluções. Schön (2000) contribui ressaltando que a prática do professor para não se tornar isolada deve ser focar em uma harmonização da teoria e prática dentro dessa reflexão-ação. Em análise a essa reflexão-ação Pimenta (2002) acredita que a realização do trabalho de análise crítica da informação relacionada à constituição da sociedade e seus valores, é trabalho para o professor, ou seja, para um profissional preparado científico, técnica, tecnológica, pedagógica, cultural e humanamente. Pimenta (2002) faz uma reflexão em que esse profissional é aquele que reflete sobre o seu fazer, sempre buscando pesquisar o que refere ao seu contexto. Sabe-se que para o educador adequar-se a mudanças que a sociedade e o meio educacional lhe são exigidas algumas atitudes como a reflexão da sua prática e também que o docente priorize uma pratica aliada a pesquisa. Para Demo (1997) a pesquisa para esse professor é como uma condição fatal para a base de sua prática, sendo de fato primordial, ou seja, um professor que constrói o saber e liga a pesquisa como primordial dentro de seu ambiente. Desta maneira Demo (1997) explica que se a pesquisa se torna algo comum em sala de aula, pois para tentar evitar alguns pensamentos em que a pesquisa somente é para cientificidade, quando na verdade deve estar em uso cotidiano na sala de aula, mas que por sua vez, são carregados de elementos que se somam a formaçãocontinuada do professor que almeja aprimorar sua prática. Para Nóvoa (1992) é possível delimitar que a formação continuada de professores pode ser abordada por três eixos estratégicos, a pessoa que liga aos processos humanizatórios, sem desconsiderar seu ciclo de vida, no eixo profissional considera-se os saberes docentes do professor, já no eixo “instituição” é a escola em que é vista como lócus de formação continuada do educador. É o lugar onde se evidenciam os saberes e a experiência dos professores. É nesse envolvimento que os saberes poderão ser fortalecidos e praticados. Nóvoa (1992) explica que o processo educacional perpassa a simples compreensão que formação é acumulação de cursos e técnicas, conseguinte por meio uma reflexão-crítica sobre as práticas e de uma reconstrução permanente de uma identidade pessoal. Compreende-se que a formação continuada, portanto 20 almeja além da profissionalização, uma construção humana e social dos educadores. Garcia (1999) explana que a formação de professores é a área de conhecimentos, envolvendo uma investigação e propostas teóricas e práticas que, no âmbito da Didática e da Organização Escolar, contribui para o desenvolvimento dos processos de formação e implicam individualmente ou em equipe, em experiências de aprendizagem através das quais adquirem ou melhoram os seus conhecimentos, competências e disposições. Entende-se essa formação como uma evolução para uma intervenção profissional no desenvolvimento do ensino, no currículo e escola, com o objetivo de melhorar a qualidade da educação dos sujeitos envolvidos. Evidencia-se também que o educador deve profissionalmente está consciente da realidade vivenciada dentro e fora do âmbito escolar, para então conseguir buscar a renovação de seus saberes e adequação de sua prática. Essa prática vivenciada pelo professor vem acompanhada de dois termos que segundo Libâneo (2004) se resume em formação continuada seguida por uma formação inicial. Essa formação inicial refere-se ao ensino de conhecimentos teóricos e práticos destinados à formação profissional, completados por estágios na academia. Conseguinte a formação continuada é o prolongamento da formação inicial, visando o aperfeiçoamento profissional teórico e prático no próprio contexto de trabalho e o desenvolvimento de uma cultura geral mais ampla, para além do exercício profissional. Entende-se assim que seria uma extensão, continuação dos saberes aprendidos na academia e que podem ser adquiridos verdadeiramente nos estágios, remetendo ao fato que seria então uma continuação, um aperfeiçoamento dessa formação inicial. Vale ressaltar que durante essa formação a uma troca de informações que impõe a necessidade de analisá-la criticamente e transformá-la em conhecimento, pois sabe-se que é necessário o ciclo de informações dos professores sempre estarem ativos e atualizados para então conseguirem analisar e compreenderem contextualizar relacionando as informações com a sociedade em questão, sempre pesquisando e refletindo, e corroborando para transformação em conhecimento. Compreende-se que os professores possam sempre renovar seus conhecimentos em busca de conseguirem adequar-se à diversas exigências que são 21 cobradas pelo sistema educacional, pois com a sua realidade faz surgir algumas necessidades que cobram uma mudança de pensamento do profissional professor para concretizar ações pautadas no contexto social e político. Imbernón (2006) acerca dessas novas demandas cita que os professores devem estar preparados para entender as transformações que vão surgindo nos diferentes campos e para ser receptivos e abertos a concepções pluralistas, capazes de adequar suas atuações às necessidades dos alunos e em cada época e contexto. Entende-se que no meio educacional os professores são formadores de pessoas, de opinião e fomenta sua prática na mediação dos conhecimentos, contribuindo desta maneira com os cidadãos que participam do processo. Destaca-se ainda que a formação continuada de professores tem sido objeto de muitos estudos e exige análises históricas e teóricas sobre seu panorama, pois no que tange as constantes transformações sociais faz existir exigências aos professores, de modificação, transformação, para suas ações docentes no qual possam atender às novas demandas educacionais consequentemente os sujeitos envolvidos a sua prática docente. 2.2 Formação de Gestores Escolares A formação profissional qualificada de gestores escolares é defendida por Nogueira e Bernardes (2011), na qual afirmam que essa profissionalização iniciou-se nas últimas décadas, no Brasil, nos cursos de graduação em pedagogia, situada como habilitação específica precoce. Os autores afirmam que surgiu para atender um conjunto de exigências que agregam a essa formação pedagógica em geral à experiência docente no “chão da escola” (NOGUEIRA e BERNADES, 2011, p.2). Esta condição preestabelecida da formação superior com conteúdo pedagógico, aliada aos anos de trabalho de professor em sala de aula, asseguram um domínio dos elementos essenciais de saberes e conhecimento prático do desenvolvimento do currículo com a vivência da problemática do processo de ensino-aprendizagem. Tais elementos culminaram na necessidade de um curso de pós-graduação lato senso em Gestão Escolar. Este elemento formal definitivo da habilitação legal, que segundo Nogueira e Bernardes (2011) agregaria à prática docente com embasamento didático os componentes de conhecimento administrativo, 22 organizacional, legal, financeiro, de relações interpessoais e outros, definidos como necessários à formação dos diretores. A formação continuada envolve todos os indivíduos que profissionalmente buscam a modificação de sua própria práxis, para tanto a formação de gestores escolares envolve diretamente uma formação voltada para gestão pública que segue-se como um instrumento do estado. Segundo Luz (2006) o estado é responsável pela organização e realização de ações que buscam assegurar direitos e atender a necessidades de indivíduos e coletividades, através de obras e serviços de interesse social, além do exercício das funções políticas como em alguns casos os diretores de escolas públicas são indicados por quem está no poder governamental. A média de indicação por estado foi estabelecida através de uma pesquisa do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) em 2011 que tinha por objetivo explicar como ocorre a indicação política desses cargos e mostrar as porcentagens de todos os estados brasileiros. O gráfico 1 mostra as maiores porcentagens atingidas nos Estados do Amapá, Sergipe e Santa Catarina Gráfico 1- Média de indicação dos diretores Fonte: pesquisa SAEB (2011) A escolha de diretores através de indicação vincula o trabalho do diretor com quem o indicou, quase sempre um político ou técnico das Secretarias de Educação. O compromisso, portanto, é com quem o colocou naquele cargo e não com a comunidade escolar. Nesse caso “o papel do diretor, ao prescindir do respaldo da comunidade escolar caracteriza-se como instrumentalizador de práticas autoritárias, 45,70% 53,70% 62,80% Maior média de indicação dos diretores-Brasil AMAPÁ SERGIPE SANTA CATARINA 23 evidenciando forte ingerência do Estado na gestão escolar” (DOURADO, 2007, p. 83). Portanto, essa indicação que ocorre na realidade gera bastantes discussões no meio educacional, será que o indivíduo indicado a organizar, para gerir o espaço escolar está realmente preparado para lidar nesses ambientes? Um dos questionamentos mais significativos estaria no fato de que essa formaçãoesteja voltada para autonomia e desburocratização do sistema educacional, o que segundo Luz (2006) seria uma forma de inserir na formação desses gestores uma maneira de melhor prepará-los para tomada de decisões, uma forma de trabalhar a questão da coletividade. Segundo Libâneo (2004) o que ocorre é que muitos dirigentes escolares acabam sendo alvos de muitas críticas por praticar excessivamente posturas burocráticas, conservadoras, autoritárias, centralizadoras. Embora continuem existindo profissionais com esse perfil, hoje estão disseminadas práticas de gestão participativa, liderança participativa, atitudes flexíveis e compromisso com as necessárias mudanças na educação. Porém muitos gestores estão buscando cada vez mais inserir em sua formação ações transformadoras e democráticas, pois como citado a disseminação dessas práticas cada vez mais podem ser percebidas na sociedade. Segundo Luz (2006) na gestão é designada a ação de liderar, coordenar, administrar, organizar, dirigir, ter o controle do funcionamento, dos meios e dos fins de uma atividade ou empreendimento continua presente em diversas pautas de discussões, em diversos âmbitos, públicos e privados, dentre os quais o educacional. Dentro desta prática os gestores são vistos como os principais responsáveis pela escola, por isso devem deixar de lado a roupagem do tradicionalismo e burocratização que muitos gestores ainda se revestem, e demonstram esses aspectos. Para tanto a profissionalização da gestão educacional, é alvo de discussões como em reuniões da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), pois deixaram evidente que não seria mais possível continuar a improvisar o setor de reconhecida importância para o futuro dos países que seria a gestão das escolas. Nesse embate surge em seu documento citando que "a profissionalização da gestão, que antes só tinha assento nos bancos acadêmicos, 24 ganhou status de instrumento estratégico para o êxito da política educacional" (UNESCO, 2000, p. 4). Ainda sobre este documento a UNESCO (2000) destaca alguns pontos importantes como a inadequação de processos de formação de funcionários públicos às novas exigências de transformação na área educacional, apesar dos esforços de qualificação empreendidos e também a persistência de práticas de gestão ritualistas, moldadas a partir de paradigmas burocráticos de gestão, bem como a permanência de traços clientelistas nos mecanismos de acesso aos postos da administração pública, incorporação de tecnologias organizacionais e administrativas sem percepção, falta de consciência dos escalões superiores quanto à necessidade de formação, com atribuição dessa necessidade aos escalões inferiores. O debate inicial sobre essa formação estaria pautado o quão o papel do gestor é decisivo e influência de forma direta na escola, como explica Dourado (2007) que isso basta para atestar que, embora receba influências externas, o processo educativo é perpassado pelo contexto sociocultural, e pelas condições em que se efetiva a relação de ensino-aprendizagem, pelos aspectos organizacionais e, consequentemente, pela dinâmica com que se constrói o projeto político pedagógico e se materializam os processos de organização e gestão da educação básica. No caso do Brasil a situação é ainda mais complicada, pois até a última década do século XX o país não havia sequer alcançado a universalização do ensino fundamental, embora a legislação a contemplasse desde antes de 1988. Dourado (2007) conclui que a universalização do ensino vem acontecer nos anos de 1990 que intensamente ocorreu uma certa mobilização em maior escala da sociedade brasileira, ou seja, o poder público se mobilizou com um aparato técnico e financeiro, envolveu todas as esferas de administração como estado e municípios, tendo a finalidade de promover tal universalização. Para tanto a formação deve está pautado em alguns princípios como a autonomia que deve ser entendida como qualidade educativa e não profissional. Segundo Santos (2003) a autonomia é como uma qualidade deliberativa da relação educativa, que vai se construindo com a dialética e admite, transformá-las nos eixos reais do transcurso e da relação do ensino, o que se instaura em contextos de relação, com base na colaboração e no entendimento com outras pessoas. 25 Outro interessante aspecto de formação estaria na gestão participativa, pois dentro dos espaços escolares os gestores irão encontrar uma gama de problemas relacionados à tomada de decisões e quando se utiliza uma gestão na qual prime pela participação os indivíduos envolvidos conseguem melhor vivenciar o âmbito escolar. Segundo Gandin (2004) existem desdobramentos acerca do planejamento participativo, pois explica que nascem a partir da análise situacional que vê uma sociedade organizada de forma injusta, injustiça essa que o autor caracteriza pela falta de participação. Também explica que a participação não é simplesmente aquela presença, aquele compromisso de fazer alguma coisa, aquela colaboração, participação é aquela possibilidade de todos usufruírem dos bens, os naturais e os produzidos pela ação humana, que inclui distribuição do poder. Em relação a essa gestão participativa Enguita (2002) realiza uma ligação entre qualidade da educação e o ensino participativo, pois segundo o autor existe um movimento que ocorre em favor de um ensino mais ativo, mais participativo, mais centrado nos interesses dos alunos. Essa formação, no caso, atuaria como a garantia do desenvolvimento de uma gestão escolar com enfoques gerenciais. Além da gestão ser voltada para a participação, autonomia, a desburocratização, há um fator de valiosa importância que é defendida por Ferreira (2003) em que o compromisso surgiria como fator sendo uma obrigação de caráter social, no qual o autor cita que os compromissos precisam ser encarados como obrigações a partir do momento que forem com muita lucidez assumidos. O que seria uma contribuição dos indivíduos tanto como social e profissional da educação que acredita participa e espera construir um mundo bem melhor, um mundo mais justo, humano e igualitário. A formação do profissional deve está voltada para emancipação do ser, pois como Marx conceitua (1974, p.5) “toda a emancipação é a recondução do mundo humano, das relações ao próprio homem”. A emancipação humana que é o fundamento da qualidade social, ou seja, que forma uma base fortificada em solidariedade e participação democrática que vai fazer construir uma sociedade mais justa e igualitária, formando em princípios humanizatórios. Portanto acredita-se que a formação continuada de gestores deve seguir uma perspectiva sistematizada e permanente, que vise responder as demandas da prática cotidiana da escola. E que prime também por adequar-se as novas transformações da sociedade que consequentemente afetam o ambiente escolar. As 26 escolas tornarão um âmbito de práticas desses gestores e para alcançar a melhoria da escola, o gestor deve proporcionar a libertação dos seus pensamentos aos quais o prendem sendo assim a formação continuada se insere nesse processo como sendo de fundamental importância para qualificar as ações gestionários. Quanto a essas ações gestionários que visam melhorar o ambiente escolar fazendo a trilha pra novos rumos, significa dizer que os gestores revisem a sua postura e procurem reavaliar o desempenho da sua função abandonando o autoritarismo burocrático em prol da representação democrática. Segundo Gadotti (2000) a gestão democrática é, portanto, atitude e método. A atitude democrática é necessária, mas não é suficiente.Precisamos de métodos democráticos de efetivo exercício da democracia. Ela também é um aprendizado, demanda tempo, atenção e trabalho. Gadotti (2000) também avalia o gestor educacional para uma função de dirigir, em uma escola democrática agindo assim como um verdadeiro educador favorecendo o exercício da democracia pelos membros da comunidade escolar. Entende-se, portanto, que o papel de gerir o espaço escola perpassa a mera administração, envolve um olhar minucioso de que esta função é verdadeiramente ligada a vários aspectos que consistem em fazer a escola chegar ao êxito de suas atividades. Para isso muitos desafios podem ser encontrados pelo gestor escolar, um deles estaria em compreender a escola como organização complexa, mas que com compromisso e dedicação pode adequar suas ações, outro ponto e gerir adequadamente as interações entre os sujeitos da escola, de uma forma democrática, criando um clima de cooperação, fazer autocrítica e conduzir a comunidade escolar a fazer autocrítica, lidar com os conflitos por meio do diálogo. Para Gadotti (2000) a formação de gestores é considerada relevante para o desenvolvimento do processo e o alcance dos resultados educacionais almejados, contundo sabe-se que a formação gerencial não é suficiente para garantir o acesso, a compreensão e prática de todos os conhecimentos pelo cidadão, para gerir uma unidade escolar, seguindo os princípios democráticos. No entanto é preciso desenvolver um conjunto de ações tanto governamental, quanto institucional para possibilitar essa garantia. Significa dizer que além da formação, o apoio governamental é fundamental para que seja dada ênfase nas ações dos gestores e que isso ocorra simultaneamente, outro fator importante 27 estaria nas ações dentro da instituição, na qual cita-se a questão pedagógica e documental e todas as práticas e sujeitos envolvidos devem compreender o papel do gestor educacional. 2.3 Programa Escola de Gestores do MEC Programa Nacional Escola de Gestores da Educação Básica, objeto de estudo desse trabalho, iniciou seu planejamento e criação através do governo de Luís Inácio Lula da Silva, que propõe algumas modificações na formação continuada de dirigentes escolares. A Escola de Gestores da Educação Básica, conduzido pelo MEC, iniciado em 2005, na gestão do ministro Tarso Genro e reorganizado em 2006, já na gestão do ministro Fernando Haddad (BRASIL, 2009). A base deste programa tem como intuito inicial ofertar um curso com carga horária de 100h, sendo um curso piloto de extensão em gestão, organizado pelo INEP. Em 2006 o Programa passou a ser coordenado pela Secretaria de Educação Básica (SEB/ MEC), e deu início ao Curso de Pós Graduação (Lato Sensu) em Especialização em Gestão Escolar, com carga horária de 400 horas, realizado na modalidade de Educação a Distância (EAD). O curso é voltado para a formação continuada de dirigentes da educação básica com foco no diretor e vice-diretor. O projeto piloto do curso beneficiou 4.000 gestores, sob a responsabilidade de 10 Instituições Públicas de Ensino Superior (IPES) (BRASIL, 2009). De acordo com a fundamentação legal proposta nas Diretrizes Nacionais do Programa Escola de Gestores da Educação Básica Pública-2009, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº9.394/96) estabelece o propósito de formação continuada de professores e professoras. O artigo 63, inciso III, dispõe às instituições formadoras de educação manter programas de educação continuada para os profissionais da educação dos diversos níveis. No título VII sobre as disposições gerais o artigo 80 declara que o Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada. O artigo 87, inciso III, das Disposições Transitórias, prevê que os municípios, e supletivamente o Estado e a União, deverão realizar programas de capacitação para todos os professores em exercício, utilizando também, para isto, os recursos da educação a distância. 28 O decreto Decreto nº 5.622/2005 (DOU de 20.12.2005) que regulamenta o Art. 80 da LDB (DOU de 23.12.1996) refere-se em seu Art. 1º estabelece que caracteriza-se a educação a distância como modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos. As Diretrizes Nacionais do Programa Escola de Gestores da Educação Básico-MEC em especialização em Gestão Escolar enfrenta os desafios cotidianos em escolas públicas da educação Básica Pública/2009 explica que é necessária dinamização e efetivação de programas, projetos e ações direcionados à formação continuada de gestores escolares, se fazem presentes em função dos indicadores educacionais no País e, ainda, em função das novas formas de provimento ao cargo de gestor escolar em vigência nos estados e municípios. O censo escolar/2007 indicava que no Brasil, a realidade da gestão escolar ocorria de forma bastante diversa sobre à formação dos dirigentes. O censo indicava que os diretores escolares, em média 29,32%, possuíam apenas formação em nível médio, sobretudo nos estados das regiões norte, nordeste e centro-oeste. O percentual desses dirigentes com formação em nível superior 69,79%, enquanto apenas 22,96% continham curso de pós-graduação lato sensu/especialização. Então, a necessidade de implementar o curso por meio do Programa Escola de Gestores, para melhorar ainda mais a formação desses dirigentes (BRASIL, 2009). O Ministério da Educação (MEC) vem desenvolvendo programas, projetos e ações de apoio à gestão da educação básica com o propósito de fortalecer a escola pública brasileira. O Programa Nacional Escola de Gestores da Educação Básica Pública faz parte das ações do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) e busca qualificar os gestores das escolas da educação básica pública, a partir do oferecimento de cursos de formação a distância. A formação dos gestores é feita por uma rede de universidades públicas, parceiras do MEC, dentre estas a Fundação Universidade Federal de Rondônia 16 (UNIR), que assumiu esse compromisso em 2008 (BRASIL, 2009) O Programa visa formar, em nível de especialização (Lato Sensu), gestores educacionais efetivos das escolas públicas da Educação Básica, incluídos aqueles de Educação de Jovens e Adultos, de Educação Especial e de Educação Profissional, bem como contribuir com a qualificação do gestor escolar na 29 perspectiva da gestão democrática e da efetivação do direito à educação escolar com qualidade social. O MEC espera com esse investimento melhorar os índices educacionais das escolas e municípios atendidos (BRASIL, 2009). O Programa Escola de Gestores do MEC, indica meta do curso, princípios norteadores, objetivos, quais são os sujeitos envolvidos, a carga horária, as especificações e características para esses dirigentes poderem participarem. Como meta foi instituída apenas uma que era atingir, até 2011, cerca de 24.200 (vinte e quatro mil e duzentos) gestores da Educação Básica que atuam nas redes públicas (BRASIL, 2007). Como princípios norteadores do Programa Escola de Gestores do MEC, o referido projeto explica que tem como ponto de partida a gestão democrática das unidades escolares, para assim então constitui-se uma dimensão mais significativa dessa gestão com o intuito de colaborar ao direito à educação (Brasil 2007). Este é o princípio norteador das atividades formativas que se pretende desenvolver.A gestão democrática da escola e dos sistemas é um dos princípios constitucionais do ensino público, segundo o art. 206 da Constituição Federal de 1988. O pleno desenvolvimento da pessoa, marca da educação como dever de Estado e direito do cidadão, conforme o art. 205 da mesma Constituição, ficaria incompleto se tal princípio não se efetivar em práticas concretas no chão da escola (BRASIL, 2007). A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (lei nº 9.394\96), confirmando esse princípio no seu art. 3º e reconhecendo o princípio federativo, repassou aos sistemas de ensino a definição das normas da gestão democrática do ensino, de acordo com o art. 3º - inciso VIII. Neste projeto o Plano Nacional de Educação/PNE, aprovado pela Lei nº 10.172, de 09.01.2001, em que destaca-se e estabelece entre as suas diretrizes a gestão democrática como princípio da educação nacional, presença obrigatória em instituições escolares dentre suas diretrizes, a gestão democrática e participativa, especialmente no nível das escolas públicas, estabelecendo, em todos os estados, com a colaboração dos municípios e das universidades, programas de curta duração de formação de diretores de escolas, exigindo-se, em cinco anos, para o exercício da função, pelo menos essa formação mínima” (BRASIL, 2007, p.7). Com isso o curso de Especialização em Gestão Escolar, na perspectiva da gestão democrática da educação, vem fazer alusão ao direito à educação escolar básica com qualidade social. Assim, os componentes curriculares e a abordagem 30 teórico-metodológica deverão considerar os fatores externos e internos associados à produção e gestão da escola. Outro princípio norteador está na inserção da participação na postura formativa dos dirigentes, em função disso, há que se levar em consideração a necessidade da mudança que pode ocorrer com os cursos de especialização, pois busca uma reflexão de conceitos e práticas na vivencia democrática. Essa formação continuada proposta no Curso de Especialização Lato Sensu em Gestão Escolar visa contribuir para o desenvolvimento profissional do professor gestor e a melhoria na qualidade dos processos de organização e gestão da escola. Paro (2008) aborda que um dos princípios básicos defendidos no Programa é o de que a gestão escolar traga consigo o aspecto pedagógico e, sendo assim, o gestor/gestora ou diretor/diretora é antes de tudo um/uma educador/a e a gestão pedagógica um espaço legítimo de aprendizagem democrática. Por isso a gestão escolar precisa ser entendida no âmbito da sociedade política comprometida com a própria transformação social. Dessa forma, o caráter mediador da gestão escolar dar-se de forma a que todas as atividades-meio e a própria atividade-fim estejam impregnadas dos fins da educação, pois no caráter educativo da gestão democrática encontraremos possibilidades de mudanças. Já com as contribuições de Souza (2010) compreende-se que as diretrizes propostas pelo programa Escola de Gestores/MEC, possui como base uma gestão democrática como foco a ser alcançado, da compreensão de que a ampliação da democracia no ambiente escolar é o principal objetivo a ser perseguido. Essa democratização envolve também, evidentemente, a adoção de procedimentos organizacionais regionalmente distintos, em observância à diversidade nacional. Acerca dos objetivos do programa, pode-se concluir que busca a formação em nível de especialização para gestores educacionais das escolas públicas da educação básica, contribuindo dessa formar na perspectiva de uma gestão democrática e da efetivação do direito à educação escola básica com princípios de participação e qualidade social para os indivíduos envolvidos no processo. Incentivando os dirigentes a refletirem sobre a gestão democrática e desenvolver práticas colegiadas de gestão no ambiente escolar. O favorecimento a formação cidadã do estudante faz uso de ferramentas tecnológicas e também proporcionando aos gestores o exercício de práticas inovadoras nos processos de 31 planejamento analisando e resolvendo problemas e na avaliação, assim como elaborando e desenvolvendo projetos da gestão escolar (BRASIL, 2011). O público alvo do curso tem requisitos mínimos e o processo seletivo é inserido nesse projeto do Programa Escola de Gestores do MEC. A proposta que é envolver diretores e vices diretores deve se respeitar os requisitos de ter concluído curso de graduação plena, ser gestor efetivo, em exercício, de escola pública municipal e/ou estadual de educação básica, incluído aqueles de Educação de Jovens e Adultos, de Educação Especial e de Educação Profissional (BRASIL, 2009). Outros requisitos para participação é o educador ter disponibilidade para dedicar-se ao curso, bem como estar disposto a compartilhar o curso com o coletivo da escola e também proporcionar a construção, com a comunidade escolar e local, o Projeto Político Pedagógico no estabelecimento de ensino onde atua. Ainda sobre os requisitos para participação nos processos de formação a distância do programa considera que (BRASIL, 2009) [...] as diretrizes do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), diretores e vice-diretores de escolas públicas que atuam em:a) escolas municipais e estaduais com baixo Índice de Desenvolvimento da Educação (IDEB);b) escolas municipais e estaduais dos municípios com baixo IDEB; c) escolas municipais e estaduais de capitais com mais de 200.000 habitantes.Tendo por base esses requisitos mínimos, cada universidade realizará processo seletivo para o ingresso no curso de especialização. É recomendável que o processo seletivo inclua duas etapas: uma pré- inscrição feita pelos sistemas de ensino e, em seguida, uma seleção técnica feita pelas universidades responsáveis pelo curso” (BRASIL, 2009, p.9) O programa é pautado nas diretrizes do Plano de Desenvolvimento da Educação com intuito de proporcionar à esses gestores uma melhor formação voltada principalmente para uma gestão democrática e participativa, para tanto entende-se que o programa, permite inferir que o mesmo abre inúmeras possibilidades para a construção da gestão democrática da escola, a seguir será analisado conteúdo da matriz organizacional do curso, no programa escolares de gestores da educação básica-MEC. 32 3 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS A metodologia utilizada neste trabalho é de abordagem qualitativa. É baseado em Patton (1980) no qual afirma que uma das principais características é a compreensão ou interpretação segundo a subjetividade do pesquisador. Nas contribuições de Barros e Lehfeld (2003) entende-se que uma pesquisa com teor qualitativo deve explorar, minuciosamente os procedimentos de análise, buscando descobrir e explicar. Assim, a pesquisa compreendeu os fatos que estão inseridos no Programa Escola de Gestores do MEC, na análise da matriz (conteúdos). Com a abordagem qualitativa pode-se chegar a construir uma ótica de pesquisador, em consideração seus vieses, seus valores e suas origens pessoais, tais como gênero, história, cultura e status socioeconômico que podem moldar suas interpretações durante o estudo (CRESWELL 2010). Ainda sobre essa abordagem qualitativa usou-se as discussões de Marconi e Lakatos (2010) que possibilitou interpretar os aspectos profundos da matriz do curso nos detalhes sobre os conteúdos e atividades. Também, compreende-se que a partir da análise de documentos conseguira-se abordar os aspectos importante a serem interpretados nessa pesquisa. Com a conceituação de Oliveira (2007) entende-se por documentos os registros escritos que proporcionam informações em prol da compreensão dos fatos e relações, ou seja, possibilitamconhecer o período histórico e social das ações e reconstruir os fatos e seus antecedentes, pois se constituem em manifestações registradas de aspectos da vida social de determinado grupo. 3.1 Instrumentos da pesquisa A pesquisa não teve um lócus e nem sujeitos, pois foi baseada em documentos para serem analisados. Na perspectiva de uma análise do conteúdo que segundo Olabuenaga e Ispizúa (1989) serve como uma técnica para ler e interpretar o conteúdo de todos os tipos de documentos que a partir de sua análise chega-se aos inúmeros conceitos e significados que abrem caminhos para ressignificação de conceitos e compreensões de fenômenos da vida social sendo necessário uma certa visão de mundo. 3.2 Documentos analisados 33 A pesquisa analisou os documentos referentes ao Programa Escola de Gestores do MEC, as diretrizes, projeto que institui os principais objetivos e princípios norteadores, a matriz organizacional do curso de especialização de gestores. Teve acesso as planilhas das turmas com o quantitativo de diretores formados em 3 turmas de ofertas, porém não são objetos de análise nesse trabalho, serviram apenas para entender que o Programa formou diretores de vários Municípios do Estado do Amapá. Com todos esses documentos pode-se se delimitar a pesquisa qualitativa com análise dos dados. 3.3 Análise dos dados A análise de dados é fundamental para que se possibilitem o surgimento de respostas e interpretações o que segundo Gil (1999): A análise tem como objetivo organizar e sumariar os dados de tal forma que possibilitem o fornecimento de respostas ao problema proposto para investigação. Já a interpretação tem como objetivo a procura do sentido mais amplo das respostas, o que é feito mediante sua ligação a outros conhecimentos anteriormente obtidos (Gil, 1999, p. 168). Contundo neste trabalho busca-se uma interpretação dos conteúdos abordados pelo programa escola de gestores do MEC, abordar uma descrição de todas as disciplinas, atividades propostas pelo curso e aspectos formativos desse curso. Na análise usa-se os autores que discutem sobre a gestão democrática e seu processo no ambiente escolar. 4 MATRIZ DE FORMAÇÃO DOS GESTORES O capítulo refere-se a análise do que compreende a matriz organizacional do curso de formação de gestores, que pode ser encontrada no site (http://escoladegestores.mec.gov.br/). Para tanto busca-se entender o teor dos conteúdos trabalhados nas 10 disciplinas do curso. O índice geral consta uma breve apresentação do curso de especialização em gestão escolar, em que cita o objetivo, no qual é contribuir para o aperfeiçoamento do trabalho pedagógico e administrativo dos gestores que atuam nas escolas públicas em uma perspectiva democrática. As metas, princípios norteadores do curso é melhorar a qualidade da rede pública de ensino. Para que essa política pública seja efetivada conta-se com apoio das universidades federais, com a participação de um grande contingente de gestores e gestoras. 34 O curso é ofertado na modalidade de Educação a distância e nas instruções para os usuários do programa explica-se como funciona a ferramenta digital. As disciplinas são nomeadas na linguagem da Educação a distâncias, como ambiente de aprendizagem, tais como segue abaixo (Quadro 2): Quadro 2 – Definição das salas ambientes e objetivos SALAS AMBIENTES (DISCIPLINAS) CARGA HORÁRIA PRINCIPAL OBJETIVO 1. Introdução ao curso e ao ambiente virtual (40 HORAS/a) Facilitara ambientação dos cursistas nos recursos tecnológicos do ambiente MOODLE 2. Projeto Vivencial (120 HORAS/a) Se articular com as outras salas ambientes que compõem o curso para propiciar uma reflexão teórica para formulação do TCC. 3. Fundamentos do Direito à Educação (60 HORAS/a) Materializar um dos três eixos em que se baseia o Curso de Especialização em Gestão Escolar: o direito à educação e a função social da escola básica. Causar reflexão sobre esse direito à educação. 4. Políticas e Gestão na Educação (60 HORAS/a) A reflexão teórica e prática sobre as políticas e gestão na educação norteadas por valores democráticos. 5. Planejamento e Práticas da Gestão Escolar (60 HORAS/a) Discutir sobre Planejamento e à avaliação em educação, tanto no campo dos sistemas de ensino quanto no âmbito das unidades escolares. 6. Tópicos Especiais - Conselhos Escolares e Gestão Democrática (30 HORAS/a) Incentivar o debate sobre o princípio constitucional da gestão democrática da educação. Debater questões atinentes ao funcionamento dos conselhos escolares: seus objetivos, seus limites e suas possibilidades. 7. Tópicos Especiais - A Qualidade da Educação Escolar (30 HORAS/a) Reflexão teórico-prática sobre a “Qualidade da educação escolar. 8. Tópicos Especiais - Políticas e Programas de Educação: PNE, PDE e PAR. (30 HORAS/a) Analisar as políticas e programas de educação como o PNE, PDE E PAR, e fazer uma contextualização histórico e social desses programas. 9. Tópicos Especiais - Saúde na Escola (30 HORAS/a) Debater sobre a importância de se trabalhar temática sobre a saúde dentro do âmbito escolar. 10. Oficinas Tecnológicas - Construindo Sítios na Web (30 HORAS/a) Promover uma reflexão sobre o uso dos recursos tecnológicos no ambiente escolar e auxiliar na construção e publicação do sítio de sua escola na Web. Fonte: (www.escoladegestores.mec.gov.br) Cada disciplina consta de uma estrutura, que compõe uma breve apresentação, mapa da sala, unidades com os conteúdos a serem trabalhados, atividades, referências utilizadas e créditos. A seguir segue a análise das salas ambientes. 4.1 Sala Ambiente Introdução ao Curso e ao ambiente Virtual 35 Na apresentação da disciplina (Sala Ambiente) têm-se como principal objetivo a interação do indivíduo com a ferramenta tecnológica e colegas do curso no desenvolvimento das atividades presenciais e a distância, visando a facilitar a utilização do ambiente MOODLE1, que serão utilizados. O quadro 3 mostra a descrição das unidades da Sala Ambiente Introdução ao Curso e ao ambiente Virtual. Quadro 3 – Descrição das Unidades da Sala Ambiente Introdução ao Curso e ao ambiente Virtual Unidade I Unidade II Está unidade tem como princípio discutir Conceitos de ambiente virtual, mostrar informações referente ao acesso aos dados cadastrais, a importância da sua participação em fórum, assim como explicar como funcionar a plataforma MOODLE, fazendo sempre os cursistas interagirem com as informações contidas no site e nas atividades. Explicações referente ao curso, mostrar que será flexibilizado buscando atender 400 horas, discute também os objetivos do curso, e seus Princípios norteadores, bem como sua concepção de formação e organização curricular, descreve a modalidade EAD. Fonte: (www.escoladegestores.mec.gov.br) Quadro 4- Atividades da sala ambiente Introdução ao curso e ao ambiente virtual Atividades Ações 1 Cursista deve criar o seu Login e senha 2 Acessar a lista de participante e enviar uma mensagem a algum dos participantes 3 Estabelecer comunicação nos fóruns 4 Leitura da Unidade II e postagem em fórum 5 Cursista elaborar uma síntese de alguns dos vídeos listados no programa 6 Fazer anotações no diário de bordo sobre suas impressões e vivência no ambiente virtual 7 Selecionar e organizar várias imagens da escola do gestor e postar 8 Insira um termo (e o respectivo conceito) de acordo com a temática do curso no Glossário 9 Interação no chat 10 Visitar novamente os diversos espaços do ambiente. Utilizandoos recursos disponíveis Fonte: (www.escoladegestores.mec.gov.br) Análise 1 O Moodle é uma plataforma de aprendizagem a distância baseada em software livre. É um acrônimo Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment (ambiente modular de aprendizagem dinâmica orientada a objetos).Fonte: www.moodle.com.br 36 Analisa-se que a sala ambiente Introdução ao Curso e ao Ambiente Virtual que tem por objetivo introduzir ao ambiente MOODLE e facilitar o uso da plataforma, com isso percebe-se que está disciplina volta-se para uma interação do indivíduo e da construção do conhecimento para tanto Vygotsky (apud MARTINS, 1999) explica que é na interação entre pessoas que em primeiro lugar se constrói o conhecimento, o que se consegue ver nitidamente na disciplina em questão. Esta unidade conceitua e ajuda o gestor a acessar o ambiente virtual, possibilitando acesso ao ambiente, alterar seus dados cadastrais, ou como enviar mensagem para participantes, participar de fórum, é importante ressaltar que nesta unidade contém 10 atividades obrigatórias. Dentro desta unidade encontrasse uma gama de informações para ajudar os cursistas a entenderem melhor o que seria a plataforma MOODLE que em inglês significa (Modular Object Oriented Dynamic Learning Environment), a partir desse programa que desenvolve-se o ambiente virtual do programa escola de gestores do MEC. Esta sala ambiente corrobora para a familiarização do cursista no ambiente virtual. Haguenauer (2006) explica que essa familiarização propicia aos indivíduos melhor interação, em ambientes como fórum, chat, criando o que seria uma visão geral da plataforma. Também se tem acesso aos participantes que possibilita a visualização dos perfis, assim como o envio de mensagens individuais ou para grupos, bem como alterar dados cadastrais e senhas para acesso completo na plataforma, isso tudo é feito e descrito passo a passo para o participante do programa. As unidades contidas na sala ambiente aqui discutida, de maneira geral atende ao objetivo de propiciar a facilitação e interação no ambiente, pois a modalidade EAD Segundo Vidal e Silva (2010) propicia: “Flexibilidade de espaço e tempo é redimensionada com os contatos on-line, tornamos a comunicação mais rápida e, com isso, poderá ter o acompanhamento contínuo do seu próprio processo de aprendizagem e sentir-se mais motivado a continuar os estudos” (VITAL e SILVA, 2010, p.02). Nota-se que a concepção de seus conteúdos então voltados para a tecnologia de informação ao uso preponderante que a plataforma lhe exige ainda assim é designada a contemplar a educação e buscar uma base nos princípios da gestão 37 democrática, vendo a escola na perspectiva da inclusão social e da emancipação humana. O objetivo também é descrito nessa unidade que é contribuir para a formação continuada de gestores da escola pública, oferecendo elementos teórico-práticos para favorecer a educação escolar básica com qualidade social. Cita que por ser em modalidade EAD possui uma flexibilização na organização como princípios norteadores vem trazer a base legal do curso, e a gestão democrática no que concerne as dimensões de suas contribuições para tanto cita a Constituição Federal de 1988 - Art. 206 - inciso VI Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei no 9.394/96 - Art. 3o - inciso VIII e art. 14 - incisos I e II; Plano Nacional de Educação/PNE - Lei no 10.172, de 09.01.2001 (Aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providências)(...) uma gestão democrática e participativa, especialmente no nível das escolas (...)Estabelecer, em todos os estados, com a colaboração dos municípios e das universidades, programas de curta duração de formação de diretores de escolas, exigindo-se, em cinco anos, para o exercício da função, pelo menos essa formação mínima. Entende-se que essa sala ambiente propicia ao gestor uma concepção de formação em que a discussão abrange o reconhecimento da ação reflexão do gestor, a organização do currículo em blocos temático, em que se utilize uma metodologia de resolução de problemas, ou seja, entende-se a partir disto que o gestor no decorrer do curso terá aparato teórico o que consequentemente em sua pratica do dia a dia, constará de aplicar as possíveis resoluções de problemas. Nesse sentindo, utiliza-se o princípio de integração e interdisciplinaridade que para Vidal e Silva (2010) irá favorecer na construção dos conhecimentos do cursista e provocar uma busca por mudanças e significâncias. É importante ressaltar que a sala ambiente ao analisar, se destacam três principais eixos, sendo o direito à educação e a função social da escola básica, políticas de educação e a gestão democrática da escola, bem como o uso certo do projeto Político-Pedagógico e práticas democráticas na gestão escolar É importante citar que as atividades pertencentes a essa sala ambiente induz o indivíduo a praticar e criar familiaridade com a plataforma. Tendo como principal objetivo estabelecer comunicação. Pode-se perceber que foi organizada para a participação do cursista no sentido de estabelecer comunicação nos fóruns para interagir e mandarem mensagens de sua trajetória profissional. Inicialmente e 38 posteriormente lendo assuntos das unidades e não apenas destacando mais postando para em coletivo refletir sobre o curso em questão, pois o principal fator é a participação no ambiente. Segundo Martins (1999) a interação irá contribuir em vários aspectos para uma vivência mais construtiva no decorrer do curso. Ainda considera-se a diversidade regional e institucional e que o desenvolvimento das atividades estarão voltados a princípio na sala ambiente introdução ao curso e ao ambiente escolar que em seguida dará a acesso a sala ambiente projeto vivencial, essa sala ambiente precisa por base como alicerce todas as outras disciplinas. 4.2 Sala ambiente projeto vivencial Esta sala ambiente tem como objetivo se articular com as outras salas que compõem o curso para propiciar uma reflexão teórica e prática durante os conteúdos abordados, pois eles serão usados durante a construção do TCC que no caso é um projeto de intervenção. Dividido em três unidades sendo elas unidade I - Projeto-intervenção e Trabalho de Conclusão do Curso (TCC), unidade II - O trabalho do gestor na escola: dimensões, relações, conflitos, formas de atuação, unidade III - O Projeto Político- Pedagógico da escola: dimensões conceituais e metodológicas. O quadro 5 mostra a descrição das unidades da Sala Ambiente projeto vivencial Quadro 5 – Descrição das Unidades da Sala Ambiente Projeto vivencial Unidade I Unidade II Unidade III Tem como objetivo a inserção do projeto de intervenção dentro das escolas dos gestores participantes do curso para melhoria da qualidade educacional, explica-se as informações sobre o projeto político pedagógico, ligados a gestão democrática e participativa. É abordado nesta unidade como ocorre e se realiza o trabalho do gestor na escola, mostrando suas dimensões, relações, conflitos e formas de atuação. O Projeto Político-Pedagógico da escola: dimensões conceituais e a metodológica. da dimensão conceitual, a presença de conceitos e concepções que possam orientar a construção do PPP. Construir um posicionamento critico acerca do PPP em estreita relação com a gestão democrática. Fonte: (www.escoladegestores.mec.gov.br) 39 Quadro 6- Atividades das unidades da sala ambiente projeto vivencial Atividades Ações 1 Discutir
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