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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE ESTRUTURA DA MATÉRIA ‘A’ Efeito Fotoelétrico Curso: 142 - Licenciatura em Física Turma: N1 Turno: Noturno Data: 04/05/2001 Professor: Marcelo Andrade Macedo Equipe: ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ Introdução O efeito fotoelétrico foi descoberto em 1887 por Hertz, o qual, enquanto estava envolvido em suas famosas experiências com ondas eletromagnéticas, descobriu que o comprimento da centelha induzida no circuito secundário era reduzido quando os terminais de intervalo da centelha eram protegidos da luz ultravioleta proveniente da centelha no circuito primário. O efeito fotoelétrico consiste na emissão de elétrons da superfície da matéria através da incidência de luz sobre essa superfície. O arranjo experimental que é mostrado na figura 1, é composto basicamente de um invólucro de vidro no qual se faz vácuo, luz monocromática que incide sobre uma placa de metal A, ocorrendo a liberação de elétrons chamados fotoelétrons. Os elétrons podem ser detectados sob a forma de uma corrente se forem atraídos para o coletor metálico C através de uma diferença de potencial V estabelecida entre A e C. Devemos variar a tensão na fonte e medir a tensão fotoelétrica resultante para encontrar a tensão de corte, ou seja, a tensão na fonte onde não ocorre o efeito fotoelétrico. Einstein se utilizou da experiência de Hertz para contradizer três aspectos da teoria eletromagnética clássica, que dizia que: 1. A energia cinética dos fotoelétrons deveria crescer ao se aumentar a intensidade do feixe luminoso. 2. O efeito fotoelétrico deveria ocorrer para qualquer frequência da luz, desde que esta fosse intensa o bastante para dar a energia necessária à ejeção dos elétrons. 3. Deveria haver um intervalo de tempo mensurável entre o instante em que a luz começa a incidir sobre a superfície e o instante de ejeção do fotoelétron. Durante esse intervalo, o elétron deveria estar absorvendo energia do feixe, até que tivesse acumulado o bastante para escapar. Através das observações experimentais, Einstein propôs algumas hipóteses para explicar o efeito fotoelétrico, ele não concentrou sua atenção na forma ondulatória familiar com que a luz se propaga, mas sim na maneira corpuscular com que ela é emitida ou absorvida. As três objeções levantadas contra a interpretação ondulatória do efeito fotoelétrico foram: a) A energia do fóton está relacionada com sua frequência ν pela equação νhE = . Dobrar a intensidade da luz meramente dobra o número de fótons e portanto duplica a corrente fotoelétrica, isto não muda a energia de cada fóton. b) Alguns elétrons estão mais fortemente ligados do que outros; alguns perdem energia por colisões em sua trajetória. No caso da ligação mais fraca e nenhuma perda interna, o fotoelétron vai emergir com energia cinética máxima maxK . Portanto 0max whK −= ν , onde 0w é a energia mínima necessária para um elétron atravessar a superfície do metal. Se maxK é igual a zero, temos 00 wh =ν , que siginifica que um fóton de frequência 0ν tem exatamente a energia necessária para ejetar os fotoelétrons, e nenhum excesso que possa aparecer como energia cinética. Se a frequência for menor que 0ν , os fótons, não importando quantos eles sejam, não terão individualmente a energia necessária para ejetar fotoelétrons. c) A ausência de retardamento é eliminada pela hipótese do fóton, pois a energia necessária é fornecida em pacotes concentrados. Se houver luz incidindo sobre o catodo, haverá pelo menos um fóton que o atinge; este fóton será imediatamente absorvido por algum átomo, causando a imediata emissão de um fotoelétron. MATERIAL UTILIZADO Tubo para efeito fotoelétrico montada em placa de circuitos Lâmpada de mercúrio Amplificador Voltímetros Fonte de tensão Chave inversora Filtros diversos Banco óptico Suportes para o banco óptico Porta-filtros Baterias Cabos de conexão diversos PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL O tubo fotoelétrico que será utilizado tem um catodo praticamente plano de um metal alcalino e um anodo em forma de anel de platina. No arranjo dispomos no laboratório, ao invés de medirmos a corrente devido aos fotoelétrons, mediremos a diferença de potencial produzida por esta corrente quando atravessa um resistor. Faremos a experiência com seis filtros diferentes, sendo que com um deles vamos gerar duas tabelas com intensidades luminosas diferentes. Mediremos a tensão com a luz incidente e chamaremos de Tensão no claro. A tensão sem a luz incidente chamaremos de Tensão de escuro. A tensão fotoelétrica será a diferença entre elas. A incerteza do instrumento é de ±0,001V A incerteza da tensão fotoelétrica é calculada da seguinte forma: ( ) ( ) 00141,0001,0001,0 2222 ⇒+⇒+= VeVcVfte σσσ 2 1 , voltímetrodoincertezaaé voltímetrodoincertezaaé cafotoelétritensãodaincertezaaé onde Ve Vc Vfte σ σ σ Abaixo estão as tabelas dos diversos filtros. Legenda: cafotoelétritensãoV escuronotensãoV claronotensãoV fontenatensãoV Fte E C F = = = = Filtro de 580nm (amarelo) )001,0( VVF ± )001,0( VVC ± )001,0( VVE ± )001,0( VVFte ± 4,000 0,353 0,003 0,350 3,800 0,341 0,003 0,338 3,600 0,331 0,003 0,328 3,400 0,318 0,003 0,315 3,200 0,304 0,003 0,301 3,000 0,289 0,003 0,286 2,800 0,275 0,003 0,272 2,600 0,258 0,003 0,255 2,400 0,241 0,002 0,239 2,200 0,223 0,002 0,221 2,000 0,205 0,002 0,203 1,800 0,187 0,002 0,185 1,600 0,170 0,002 0,168 1,400 0,152 0,002 0,150 1,200 0,134 0,002 0,132 1,000 0,118 0,002 0,116 0,800 0,101 0,002 0,099 0,600 0,084 0,002 0,082 0,400 0,065 0,002 0,063 0,200 0,047 0,002 0,045 0,000 0,029 0,001 0,028 -0,200 0,012 0,001 0,011 -0,400 0,002 0,001 0,001 -0,600 0,000 0,000 0,000 -0,800 0,000 0,000 0,000 -1,000 0,000 0,000 0,000 Filtro de 436nm (azul) )001,0( VVF ± )001,0( VVC ± )001,0( VVE ± )001,0( VVFte ± 4,000 0,351 0,003 0,348 3,800 0,340 0,003 0,337 3,600 0,323 0,003 0,320 3,400 0,305 0,003 0,302 3,200 0,284 0,003 0,281 3,000 0,267 0,002 0,265 2,800 0,249 0,002 0,247 2,600 0,232 0,002 0,230 2,400 0,214 0,002 0,212 2,200 0,197 0,002 0,195 2,000 0,182 0,002 0,180 1,800 0,166 0,002 0,164 1,600 0,150 0,002 0,148 1,400 0,135 0,002 0,133 1,200 0,121 0,002 0,119 1,000 0,106 0,002 0,104 0,800 0,093 0,002 0,091 0,600 0,080 0,002 0,078 0,400 0,067 0,002 0,065 0,200 0,055 0,001 0,054 0,000 0,042 0,001 0,041 -0,200 0,031 0,001 0,030 -0,400 0,020 0,001 0,019 -0,600 0,010 0,001 0,009 -0,800 0,004 0,001 0,003 -1,000 0,002 0,001 0,001 -1,200 0,000 0,001 0,000 Filtro de 545nm (verde) )001,0( VVF ± )001,0( VVC ± )001,0( VVE ± )001,0( VVFte ± 4,000 0,330 0,003 0,327 3,800 0,318 0,003 0,315 3,600 0,309 0,003 0,306 3,400 0,298 0,002 0,296 3,200 0,282 0,002 0,280 3,000 0,268 0,002 0,264 2,800 0,255 0,002 0,253 2,600 0,237 0,002 0,235 2,400 0,220 0,002 0,218 2,200 0,204 0,002 0,202 2,000 0,189 0,001 0,188 1,800 0,173 0,001 0,172 1,600 0,156 0,001 0,155 1,400 0,139 0,001 0,138 1,200 0,125 0,001 0,124 1,000 0,109 0,001 0,108 0,800 0,096 0,001 0,095 0,600 0,079 0,001 0,078 0,400 0,063 0,001 0,062 0,200 0,048 0,001 0,047 0,000 0,032 0,001 0,031 -0,200 0,017 0,001 0,016 -0,400 0,005 0,001 0,004 -0,600 0,000 0,001 0,000 -0,800 0,000 0,000 0,000 Filtro de 595nm (laranja) Intensidade 1 Intensidade 2 )001,0( VVF ± )001,0( VVC ± )001,0( VVE ± )001,0( VVFte ± )001,0( VVC ± )001,0( VVE ± )001,0( VVFte ± 4,000 1,287 0,004 1,283 0,626 0,004 0,6223,800 1,235 0,004 1,231 0,607 0,003 0,603 3,600 1,158 0,004 1,154 0,579 0,003 0,576 3,400 1,082 0,004 1,078 0,547 0,003 0,544 3,200 1,007 0,003 1,003 0,516 0,003 0,513 3,000 0,930 0,003 0,927 0,479 0,003 0,476 2,800 0,856 0,003 0,853 0,444 0,003 0,441 2,600 0,781 0,003 0,778 0,403 0,003 0,400 2,400 0,708 0,002 0,706 0,366 0,003 0,363 2,200 0,638 0,002 0,636 0,323 0,003 0,320 2,000 0,570 0,002 0,568 0,279 0,003 0,276 1,800 0,502 0,002 0,500 0,237 0,003 0,234 1,600 0,438 0,002 0,436 0,196 0,002 0,194 1,400 0,376 0,002 0,374 0,157 0,002 0,155 1,200 0,315 0,002 0,313 0,122 0,002 0,120 1,000 0,258 0,002 0,256 0,091 0,002 0,089 0,800 0,205 0,002 0,203 0,065 0,002 0,063 0,600 0,153 0,002 0,151 0,043 0,002 0,041 0,400 0,105 0,001 0,104 0,026 0,002 0,024 0,200 0,061 0,001 0,060 0,013 0,002 0,011 0,000 0,026 0,001 0,025 0,005 0,002 0,003 -0,200 0,004 0,001 0,003 0,002 0,002 0,000 -0,400 0,000 0,001 0,000 0,001 0,001 0,000 -0,600 0,000 0,000 0,000 0,001 0,001 0,000 -0,800 0,000 0,000 0,000 0,001 0,001 0,000 Filtro de 840nm (infravermelho) )001,0( VVF ± )001,0( VVC ± )001,0( VVE ± )001,0( VVFte ± 4,000 0,452 0,004 0,448 3,800 0,438 0,003 0,435 3,600 0,425 0,003 0,422 3,400 0,406 0,003 0,403 3,200 0,389 0,003 0,386 3,000 0,372 0,003 0,369 2,800 0,351 0,003 0,348 2,600 0,329 0,003 0,326 2,400 0,307 0,003 0,304 2,200 0,282 0,003 0,279 2,000 0,251 0,002 0,249 1,800 0,221 0,002 0,219 1,600 0,189 0,002 0,187 1,400 0,155 0,002 0,153 1,200 0,119 0,002 0,117 1,000 0,082 0,002 0,080 0,800 0,040 0,002 0,038 0,600 0,020 0,002 0,018 0,550 0,015 0,002 0,013 0,500 0,011 0,002 0,009 0,450 0,008 0,002 0,006 0,400 0,005 0,002 0,003 0,350 0,002 0,002 0,002 0,300 0,002 0,002 0,000 0,250 0,002 0,002 0,000 0,200 0,002 0,002 0,000 0,150 0,002 0,002 0,000 Filtro de 505nm (turquesa) )001,0( VVF ± )001,0( VVC ± )001,0( VVE ± )001,0( VVFte ± 4,000 1,008 0,003 1,005 3,800 0,950 0,003 0,947 3,600 0,883 0,003 0,880 3,400 0,824 0,003 0,821 3,200 0,762 0,002 0,760 3,000 0,705 0,002 0,703 2,800 0,644 0,002 0,642 2,600 0,600 0,002 0,598 2,400 0,547 0,002 0,545 2,200 0,503 0,002 0,501 2,000 0,451 0,002 0,449 1,800 0,410 0,002 0,408 1,600 0,371 0,001 0,370 1,400 0,351 0,001 0,350 1,200 0,293 0,001 0,292 1,000 0,260 0,001 0,259 0,800 0,226 0,001 0,225 0,600 0,193 0,001 0,192 0,400 0,159 0,001 0,158 0,200 0,127 0,001 0,126 0,000 0,095 0,001 0,094 -0,200 0,066 0,001 0,065 -0,400 0,040 0,001 0,039 -0,600 0,020 0,001 0,019 -0,800 0,006 0,001 0,005 -1,000 0,002 0,001 0,001 Vamos determinar as várias tensões de freamento como função do comprimento de onda da luz utilizada nas tabelas. A frequência foi calculada com a fórmula: λ ν c = ondadeocomprimentoé luzdavelocidadeaéc frequênciaaé onde λ ν , Filtro )(Aλ )(Hzν )(VVo Laranja 6073 4,94 x 1014 0,2 Amarelo 5790 5,18 x 1014 0,4 Verde 5461 5,49 x 1014 0,6 Turquesa 4916 6,10 x 1014 1,0 Azul 4358 6,88 x 1014 1,2 3,5x1014 4,0x1014 4,5x1014 5,0x1014 5,5x1014 6,0x1014 6,5x1014 7,0x1014 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 Frequência (Hz) Tensão de corte x Frequência Te ns ão d e co rte (V ) Pela equação de Einstein vamos calcular a constante de Planck (h): e w e hV 00 −= ν , portanto a inclinação da curva é e h Pegaremos dois pontos na reta a partir do gráfico: (6,67 x 1014; 1,18) e (4,99 x 1014; 0,30) 15 141414 1024,51068,1 88,0 1099,41067,6 30,018,1 −×= × = ×−× − = e h 341915 104,8106,11024,5 −−− ×⇒×××=h Vamos encontrar agora as incertezas a partir do gráfico, pegaremos os pontos nas retas médias. Reta 1: (6,51 x 1014; 1,27) e (4,67 x 1014; 0,19) Reta 2: (6,76 x 1014; 1,10) e (4,81 x 1014; 0,13) Coeficiente angular da reta 1: 151414 1087,51067,41051,6 19,027,1 −×= ×−× − Coeficiente angular da reta 2: 151414 1097,41081,41076,6 13,010,1 −×= ×−× − Incerteza do coeficiente angular: 15 1515 1045,0 2 1097,41087,5 − −− ×= ×−× Multiplicando pela carga do elétron, temos: 341072,0 −× Portanto a constante de Planck que encontramos é: 3434 1072,01034,8 −− ×±× Vamos encontrar agora a função de trabalho do material usando a fórmula: 00 wh =ν eV J eVJw 31,2 1060,1 11069,31043,41034,8 19 191434 0 ⇒ × ××⇒×××= − −− Calculando a propagação da incerteza, temos: ( ) ( ) ( ) ( ) 3 214 2 234 234 2 0 2 2 2 1045,7 1043,4 001,0 1034,8 1072,00 0 − − − ×= × + × × = += ν σσ σ ν h h w Portanto o valor da função de trabalho é eV007,0310,2 ± consultando uma tabela de funções de trabalho de alguns metais, deduzimos que o metal deve ser o Potássio (K) ou o Sódio (Na). Conclusão Na experiência em questão foram obtidas várias tabelas com diversos filtros para mostrar que a tensão de corte depende da frequência da radiação emitida, de posse dessas informações calculamos a constante de Planck. O valor da constante de Planck calculado ( 3434 1072,0102,8 −− ×±× ) ficou próximo do valor esperado que era de 341067,6 −× , alguns desvios do resultado foi em função do aparato montado para a experiência, como os filtros, os instrumentos de medida e os erros humanos. Com a informação do último gráfico, o de frequência x tensão de corte, obtivemos a função de trabalho do material, e que correspondeu ao esperado. Bibliografia Material da aula Física, Alonso Finn UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE ESTRUTURA DA MATÉRIA ‘A’ Efeito Fotoelétrico Curso: Turma: Marcelo Andrade Macedo þÿ þÿ þÿ Intensidade 1 Intensidade 2 þÿ þÿ þÿ
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