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O Trabalho do Assistente Social no Terceiro Setor

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
serviço social
nadijanio de oliveira matos
o trabalho do assistente social nas organizações do terceiro setor
Olho D’água das Flores-Al
2015
nadijanio de oliveira matos
o trabalho do assistente social nas organizações do terceiro setor
Trabalho de Serviço Social apresentado a UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Serviço Social .
Prof. Rosane Malvezzi.
Olho D’água da Flores-Al
2015
Dedico este trabalho a todos aqueles que me confiaram e me acompanhara nesta jornada
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus por está sempre guiando os meus passos e me protegendo, pois sem a sua graça e a sua benção eu não estaria vivenciando este momento tão especial e nada disto teria sido possível de ser alcançado. 
Aos meus familiares que sempre estiveram me apoiando nesta jornada e que estiveram ao meu lado para que esta etapa da minha vida fosse vencida.
Aos meus amigos e companheiros de jornada, em especial as amigas Maria Aparecida Amorim, Gracieli Alencar Farias e Ana Paula Leite que junto comigo vivenciaram e apoiaram esta jornada tão especial.
Ao meu amigo Midas Amorim filho da companheira e amiga Aparecida Amorim que sempre esteve ao nosso lado nos dando força e apoio nos melhores e piores momentos.
Ao grande companheiro Edson Alencar, que sempre esteve do meu lado dando aponho e incentivando.
A todos os meus amigos em especial a Clênio da Silva Santana, Simão dos Santos, Claudevânio Avelino Gomes Claudejânio Avelino Gomes e Edielton Martins Silva que de forma direta e indireta contribuíram para este momento.
A todos os meus professores da Universidade Norte do Paraná por seus ensinamentos.
 “Sonhos determinam o que você quer. Ação determina o que você conquista”.
 Aldo Novak
NadiJanio de Oliveira Matos, O Trabalho do Assistente Social nas Organizações do Terceiro Setor, 2015, nº de folhas... Trabalho de Conclusão de Curso para Graduação em Serviço Social, a Universidade Norte do Paraná, Olho D’água das Flores Al, 2015.
RESUMO
O presente estudo tem como foco de investigação o trabalho do assistente social nas organizações do Terceiro Setor, buscando contribuir para a reflexão de algumas contradições e possibilidades do profissional de serviço social no ãmbito destas oganizações, compreender o que é o Terceio Setor na sociedade brasileira e as relações possíveis entre o serviço social e o mesmo. A proposta é buscarmos uma compreensão real e equilibrada do papel que as organizações do Terceiro Setor ocupam no contexto capitalista contemporãneo e, concomitantimente, as diferentes formas que o serviço social pode contribuir para o este setor. Assim, este texto tem também como intenção suscitar uma reflexão sobre o Terceiro Setor, além disso, sobre a contribuição que o assistente social pode trazer para um trabalho contextualizado e de qualidade social.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABEPSS – Associação Brasileira De Ensino e Pesquisa em Serviço Social
CFESS- Conselho Federal de Serviço Social
CRESS- Conselho Regional de Serviço Social
ENESSO- Executiva Nacional dos Estudantes de Serviço Social
SUAS - Sistema Único de Assistência Social
LOAS- Lei Orgânica de Assistência Social
ONGS – Organizações não- governamentais
NOB/ SUAS - Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social
ABONG - Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais
PNAS - Política Nacional de Assistência Social
CF/1988 - Constituição Federal de 1988
CNSS - Conselho Nacional de Serviço Social
 
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ------------------------------------------------------------------------------------09
OBJETIVO GERAL -------------------------------------------------------------------------------10
OBJETIVO ESPECÍFICO -----------------------------------------------------------------------10
JUSTIFICATIVA ----------------------------------------------------------------------------------11
METODOLOGIA -----------------------------------------------------------------------------------12
DESENVOLVIMENTO ---------------------------------------------------------------------------13
O SURGIMENTO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS SOCIAIS NO BRASIL-------13
A FUNÇÃO DO RECEIRO SETOR NA SOCIEDADE CAPITALISTA----------23
A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO TERCEIRO SETOR--------------36 
CONCLUSÃO---------------------------------------------------------------------------------------47
REFERENCIAS ------------------------------------------------------------------------------------50
�
INTRODUÇÃO
O estudo, a discussão e a reflexão sobre o Terceiro Setor é assunto atual e pertinente no contexto acadêmico, na medida em que se busca uma compreensão específica e atualizada sobre a atuação de diferentes profissionais nessas organizações em consideração a busca da qualidade social para os serviços prestados. O termo Terceiro Setor tem sido utilizado com frequência crescente e, por mais que, na conjuntura do serviço social tenha sido recebido com ressalvas, cuidados, indiferenças e até críticas contundentes, não há como negar a evidência social, econômica e política que este setor tem alcançado no cenário internacional e nacional. 
O interesse pelo assunto surgiu a partir da encitação em buscar conhecimento referente as organizações que compreendem o Terceiro Setor, uma vez que, as temáticas pertinentes ao trabalho do assistente social no Terceiro Setor tenham sido pouco discutidas no espaço acadêmico, torna-se um desafio tratar sobre o assunto, devido a ausência de subsídios para o debate teórico. Porém, torna-se necessário fazê-lo, pois, além do crescimento do Terceiro Setor nas últimas décadas; de este setor, em parceria com o Estado, trabalhar na gestão e execução de politicas públicas; de se estabelecer em mais um espaço sócio-ocupacional do assistente social, tem também sido considerado um lugar de formação teórico-prática para o estudante de serviço social.
Diversos autores que tem trabalhado sobre o que vem ser o Terceiro Setor, sua configuração e principais caracteristicas e desafios, tem como ponto de partida da explicação inicial que a sociedade contemporânea está organizada a partir de três grandes setores: o Estado como ( Primeiro Setor ), o Mercado como ( Segundo Setor ) e as Organizações da Sociedade Civil que agem sem a intenção da obtenção do lucro com atuações voltadas para o interesse público, é o que chamamos de ( Terceiro Setor ). Com isso, o Estado tem sua ação na esfera pública estatal, o Mercado na esfera pública privada e o Terceiro Setor na esfera pública não estatal.
Ao longo dos últimos vinte anos o Terceiro Setor tem se configurado incluso a um âmbito social, econômico e político marcado por incertezas, instabilidade complexidade e mudanças aceleradas, em meio a uma dimensão globalizada e de alto grau de desenvolvimento tecnológico e cientifíco. Em contrapartida, de muita pobreza e desigualdade social. 
Desta forma, a dimensão e o significado do Terceiro Setor precisam ser percebidos dentro da conjuntura social, política e econômica no qual tem determinado sua configuração dentro do contexto contemporâneo.
O presente estudo tem por objetivo geral conhecer o Terceiro Setor na sociedade brasileira e a atuação do assistente social.
 Por objetivos específicos, pretendemos:
 Aponta o surgimento das políticas sociais públicas no Brasil;
 Discorrer sobre o Terceiro Setor na sociedade capitalista enquanto executor de políticas sociais;Destacar a atuação do Assistente Social no Terceiro Setor.
O presente Trabalho de Conclusão de Curso será composto por
três capítulos.
 No primeiro capítulo buscamos contextualizar a origem das políticas sociais no Brasil, com o objetivo de aprofundar o conhecimento sobre as transformações ocorridas na sociedade capitalista e qual o papel do Estado, com análise para o surgimento e a expansão do Terceiro Setor.
No segundo capítulo discorremos sobre a função do Terceiro Setor na sociedade capitalista, para isso será necessário fazer uma análise das principais políticas sociais implantadas pelo Terceiro Setor na sociedade brasileira e qual o objetivo destas políticas.
No terceiro capítulo faremos uma análise da prática profissional do assistente social no Terceiro Setor, com isso é importante uma reflexão da trajetória socio-historica do serviço social, analisando a importância e a emergência da profissão na sociedade capitalista.
JUSTIFICATIVA
O Serviço Social tem suas particularidades no fato de atuar sobre todas as necessidades humanas de uma determinada classe social, ou seja, aquelas formadas pelos grupos subalternizados, empobrecidos ou excluidos dos bens, serviços e riquezas que a sociedade oferece. 
O assistente social está comprometido com a justiça social, equidade, e igualdade, com a autonomia e emancipação dos indivíduos, para que os direitos sociais sejam consolidados de maneira ética e política, técnica e operativa assim como visa o Projeto Ético Político Profissional. Assim, Terceiro Setor tem se configurado nas últimas décadas como mais um campo de atuação do assistente social, a isso se faz importante darmos destaque para a inserção dos profissionais do serviço social nas diversificadas instituições que o compõem, e ainda apresentarmos as relações de trabalho que envolve o assistente social nas mesmas. Isso se faz necessário pelo fato dessas instituições surgirem como forma de dar respostas as expressões da questão social, dessa forma sendo o assistente social o profissional que, se insere no contexto na divisão sociotécnica do trabalho, e que busca mediar a relação capital versus trabalho (onde se encontra o cerne da questão social), os serviços prestados por essas instituições irão demandar a atuação de assistentes sociais, se configurando esse espaço como um dos campos de atuação profissional. 
O assistente social está comprometido com a justiça social, equidade, e igualdade, com a autonomia e emancipação dos indivíduos, para que os direitos sociais sejam consolidados de maneira ética e política, técnica e operativa assim como visa o Projeto Ético Político Profissional.
A absorção do trabalho profissional do assistente social nos organismos do Terceiro Setor vem diversificando o seu campo de atuação, que, além de enfrentar problemas sociais, vem absorvendo novas temáticas relacionadas à exclusão social, dentre elas a violência contra a mulher, entre outras. Estabelecem-se novas modalidades de intervenção social, agregando novos agentes sociais, entre os quais o voluntariado, que em muitos casos tem dividido tarefas e responsabilidades com o profissional de Serviço Social, sendo inclusive, organizado e treinado por este.
 
METODOLOGIA
Para atingir os objetivos propostos neste trabalho, busca-se aquí discutir a partir de uma leitura critíca de diferentes autores numa pespectiva de totalidade o conceito do Terceiro Setor. Busca-se ainda debater quais as relações de trabalho que nela são estabelecidas e sob que condições de trabalho o assistente social vem se inserindo neste espaço socio-institucional no chamado Terceiro Setor. O serviço social é uma profissão inserida na divisão sócio-técnica do trabalho, caracterizando-se por sua dimensão essencialmente propositiva e interventiva, atendendo a demandas que mudam historicamente, determinando-lhe novas competências e é nestes espaços sociocupacionais vinculados ao Terceiro Setor que se encontram profissionais de serviço social comprometidos na defesa dos direitos sociais. Os principais autores que irão me ajudar a compor as bases para o desenvolvimento desse trabalho são: Marilda Vilela Iamamoto (2001), na discussão que propõe sobre o serviço social diante dos novos desafios e sobre a maneira de tal profissão se afirmar dentro da divisão sócio técnica como um trabalho especializado; Carlos Montaño (2002), com sua análise sobre o “Terceiro Setor” a partir de sua relação com a sociedade civil e o Estado, na sua funcionalidade enquanto possível substituto das responsabilidades sociais do Estado. Para ele, a expansão desse setor constitui uma das principais expressões do projeto neoliberal.
DESENVOLVIMENTO
O Surgimento das Políticas Pública Sociais no Brasil
Para contextualizar o surgimento das políticas sociais públicas, vale recorrer um pouco da sua trajetória. A partir do capitalismo, surge a política social, construída por meio das mobilizações das classes operárias advindas das revoluções industriais no século XIX. A política social foi, então, entendida como estratégia de intervenção do governo nas relações sociais originadas no mundo da produção, ou seja, foi relacionada a um processo de mediação, como estratégia estatal entre interesses conflituosos. 
 A origem da política social vem a partir das lutas dos trabalhadores e das reivindicações de direitos e de proteção social. Essas lutas que os trabalhadores impõem buscam o reconhecimento de direitos socias e trabalhistas, com o objetivo de reduzir a exploração a qual é submetida a classe trabalhadora e especialmente no inicio do século XX, quando começar a surgir no Brasil, mas especialmente a partir da década de 1930, o surgimento do capitalismo de uma forma tardia em relação a outros país da Europa. O fato é que, o seu surgimento está diretamente relacionado com o desenvolvimeto do capitalismo, que tem como marco o desevolvimento industrial iniciado ainda no século XVIII.
A mesma deve ser analisada de uma forma ampla, como um problema de desiguldade social, examinada sob a ótica da repartição ou destribuição dos benefícios e da riqueza implementada em nosso país a partir de seu desenvolvimento. O conjunto de políticas socias que temos atualmente em nosso país é fruto de um longo processo de construção iniciada no século XX, para diminuir os efeitos das diferenças socias. 
Consequentimente, o período inicial do século XX, foi marcado por grandes reivindicações na busca por mudanças. E muitas delas ocorreram no meio social e até mesmo no meio político. O direito político foi uma das conquistas dos trabalhadores. Mesmo não obtivendo a mudança desejada na ordem social, o mesmo expressivamente contribui para aumentar os direitos socias já existente e transformar o papel do Estado no contexto capitalista que se implantava em nosso país. Vale destacar também que no decorrer deste século muitas políticas socias foram sendo implantadas em grande parti do mundo, em alguns países mais cedo, em outros mais tarde, uns com número mais extensos e outros com menos intensidade.
No Brasil, as políticas socias são vistas em alguns momentos como forma de conquistas dos trabalhadores e, em outros como forma de manutenção da força do trabalho, até mesmo como doação das elites dominantes, e também como instrumento para a garantia do aumento das riquezas ou dos direitos do cidadão. 
No feitio das políticas sociais brasileiras, a assistência social teve sua afirmação historicamente de maneira marginal com relação aos direitos sociais. O direito a assistência social ao longo de sua trajetória é algo recente no Brasil, o Estado sempre se manteve ausente frente as questões sociais e com isso, ficava aberto um espaço em branco de assistência e de seguridade social entre os trabalhadores. Com isso, os trabalhadores se organizavam em associações buscando na mesma algum tipo de segurança social.
 A conquista aos direitos sociais no país tem seu início ao longo do século XX, quando começa a surgir no meio social grandes lutas e reivindicações da classe operária pormelhores condições de vida e trabalho. As mesmas estão ligadas diretamente ao sistema capitalista que se implantava no país ligado há isto a entrada do capital estrangeiro e o desenvolvimento urbano industrial, em meio a este processo de desenvolvimento o Estado começa a estabelecer suas funções e passa a empregar estruturas institucionais de controle.
O processo de globalização que está em curso provoca profundas mudanças em vários setores da sociedade em um movimento acelerado de reorganização e reordenação social, cultural e institucional subordinado em linhas gerais à economia. Um dos maiores desafios a ser enfrentado nesse processo está na identificação do papel a ser desenvolvido pelo Estado-nação, pois esse tem perdido gradativamente algumas de suas prerrogativas – tanto econômicas politicas e culturais quanto sociais. 
As políticas públicas passam a serem discutidas em espaços transnacionais, cujos acordos são impostos e aceitos a ponto de modificarem e influírem na execução e definição das politicas nacionais. As políticas sociais são classificadas e definidas conforme suas especificidades e seus objetivos imediatos, como curativas e preventivas, primárias, secundárias e terciárias, terapêuticas e promocionais. São apresentadas de acordo com o público-alvo: crianças, jovens e idosos e por critérios de normalidade/anormalidade, doentes, excepcionais, inválidos, psicóticos, desaptados sociais etc. Essas classificações acabavam por fragmentar, isolar e controlar as políticas sociais. Dentro dessa lógica, a política social acaba por estigmatizar a população, quando as separa por idade, normalidade/anormalidade, transformando e reforçando a concepção de desviantes e desintegrados. 
No entanto, apesar de sua origem de defesa dos direitos dos trabalhadores, origem esta calcada na luta dos trabalhadores, a política social passou a atender os interesses dos capitalistas, a transformar os direitos dos trabalhadores em capital privado lucrativo. Em última instância a política social da sociedade capitalista atende aos interesses dos capitalistas. Funcionais ao capitalismo, as políticas sociais se metamorfoseiam em ajuda, em benefícios sociais, em solidariedade entre as pessoas, em ações governamentais para acabar com as desigualdades sociais – desigualdades estas, que significam acessos diferenciados aos serviços e direitos sociais, por exemplo: direito à alimentação, à saúde, ao saneamento básico, à educação, etc. As políticas sociais surgiram como forma de amenização e até mesmo de enfrentamento, da situação de precariedade de direitos humanos, existentes em governos autoritários. 
As questões sociais são uma série de expressões de desigualdades sociais produzida pela relação de exploração estabelecida pelo capitalismo. Passou a ser mais visualizada a partir do século XIX, em especial a partir de Revolução Industrial, em que os trabalhadores revoltados reagiram contra ás péssimas condições de trabalho e de vida. As respostas dadas pelos aparelhos que representavam o Estado no enfrentamento das questão sociais no final do século XIX, foram principalmente repressoras e os investimentos por parte do governo eram poucos e tímidos, atendendo apenas a algumas reivindicações dos trabalhadores, sem abordar as grandes questões que provocavam a exclusão de grande parte da sociedade.
Iamamoto (1998, p. 27) desecreve a questão social como:
 O conjuntodas expressões das desigualdades da sociedade capiltalista madura, que tem uma raiz comum: a produção social é cada vez mais coletiva, o trabalho torna-se mais amplamente social, enquanto a apropriação de seus frutos mantém-se privada, monopolizada por uma parte da sociedade.
O conceito da questão social está diretamente relacionado com o contexto capitalista baseado, inicialmente, na apropriação, por uma minoria, dos besn produzido coletivamente, o que fatalmente gera um quadro permanete e acirrado de desigualdade social.
No tocante, a pobreza, a miséria, a exclusão social, se configuram como as principais expressões da questão social hoje instauradas na sociedade, cuja a política econômica neoliberal não se acompanhar de políticas sociais inclusivas e que venham efetivamente garantir o desenvolvimente e a promoção social. 
A exclusão social é um processo que impossibilita parte da população de partilhar dos bens, serviços e recuros oferecidos pela sociedade, mas que, em contrapartida, incluiem a todos no estímulo a desejarem o consumo de bens sofisticados e até supérfluos, ao mesmo tempo que lhe é negada a possibilidade de acesso á satisfação das necessidades básicas para uma existência mais digna.
 As políticas sociais como resposta do aparato estatal para o enfrentamento das diferentes expressões já instauradas ou em processo de instauração no contexto social são pensadas, formuladas, financiadas e fetivadas pelo Estado. São de responsabilidade do Estado e se efetivam através de diferentes políticas setoriais, como a saúde, a educação, a habitação, a assistencia social, meio ambiente, etc.
 Segunda afirma Netto (2011), a expressão da questão social surgiu a partir da Revolução Industrial do século XVIII, momento do surgimento do pauperismo da classe do proletariado no estágio concorrencial e industrial do capitalismo. No século XIX a questão social passa a ser o termo utilizado pela massa conservadora, onde há compreensão da relação capital e sociedade e com isso a naturalização desta categoria na sociedade, enxergando a necessidade de intervenção para que se mantenha a hegemonia da classe burguesa. 
 O surgimento das políticas sociais está relacionado com o processo de evolução e acumulação do capitalismo, a mobilização dos trabalhadores e a iniciativa do Estado em enfrentar as demandas da questão social. Behring e Boschetti (2006) destacam que “as principais funções das políticas sociais são a diminuição dos custos de reprodução da força de trabalho, a ampliação da produtividade e, ainda, manter os níveis elevados de consumo, mesmo em momentos de crise”. As primeiras iniciativas de políticas sociais podem ser identifcadas no período de superação do Estado Liberal para para o Estado Social. A mudança de um Estado para outro provocou mudanças profundas nas funções de responsabilidades do Estado, assumindo pespectivas mais sociais com investimentos em políticas sociais.
Ao Estado cabia proteger o direito á vida, á liberdade individual e os direitos de segurança e propriedade. Este Estado Liberal tinha caracteristicas de Estado policial e repressor e sua função primordial era não intervir na liberdade indivídual, de modo a assegurar que os indivíduos usufruísem livremente seu direito á propriedade e á liberdade (BEHRING; BOSCHETTI 2006 p. 63).
Com isso, a classe trabalhadora, descontente com o tratamento despendido a ela, mobiliza, participa e reclama por mudanças nas formas do Estado Liberal no século XIX e início do século XX. Vale ressaltar que a implantação das políticas socias, na pespectiva da responsabilidade e obrigatoriedade por parte do Estado, foi gradual nos diferentes países, tendo como fator determinante a organização e movimentos sob a pressão dos trabalhadores organizados.
No Brasil a construção do sistema de proteção social inicia-se no governo de Getúlio Vargas, período compreendido entre 1930 a 1945. Este período é marcado por profundas mudanças no cenário político, social e econômico, que passa de agroexportador para o modelo industrial. Assim, podemos destacar que o sugimento das primeiras intervenções do Estado no Brasil está intrisicamente relacionado com o processo de industrialização nos moldes capitalista. Até a década de 1930, não havia uma intervenção do Estado na área social, toda prática assistencial que existia até esse momento era desenvolvida pela Igreja Católica e organizações de caridade. 
 Historicamente, a construção das políticas sociais se configurou no Brasil como uma política paliativa, clientelista, filantropicae de cunho religioso. Mas ao longo dos tempos tivemos no país um processo de avanços que acarretou da percepção de favor, da pulverização e disperção para um estatuto de política pública pontual, e de ação focal, á estatura da universalização. 
As práticas assistenciais tinham um caráter disciplinador, e não havia uma compreensão da pobreza como expressão da questão social, ela era vista como uma disfunção individual e tratada como caso de polícia através do aparato repressor do Estado. Somente a partir da Revolução de 1930, quando Getúlio Vargas chega à presidência do país, é que o Estado começa a assumir novas funções, deixando de ser apenas coercitivo (MESTRINER, 2008).
A construção das mesmas se deu através das lutas implantadas no meio social pela classe dos trabalhadores que passa a exigir de seus patrões e do Estado alternativas para a melhoria da vida social e de condições de trabalho mais digno. O fim do século XIX, e inicio do século XX, é caracterizado pelas primeiras organizações dos trabalhadores rurais, quanto dos trabalhadores do seto industrial. Porém, qualquer tipo de manifestação implantada, contrária ás condições de trabalhos eram abordadas como caso de polícia. O direito adquirido á organização e á participação sindical foi reconhecido a partir das influências destes trabalhadores. Boschetti (2006) coloca que a organização dos trabalhadores foi influenciada pelos imigrantes europeus, que traziam suas experiências com os movimentos anarquistas e socialistas. 
Podemos destacar algumas conquistas da política social no campo dos direitos sociais. Constam, na história do Brasil, vários marcos que se referem às políticas sociais e aos direitos sociais: 1923 – Lei Eloy chaves – cria o Caixa de Aposentadoria e Pensões (CAP) destinada aos trabalhadores ferroviários como resposta às lutas sociais. Esta tem como objetivo central garantir direitos sociais: aposentadoria, atendimento médico para o trabalhador e sua família, auxilio-medicamento e pensão para os herdeiros em caso de morte do trabalhador. Segundo a lei, os recursos financeiros para a garantia dos direitos provêm de 3% do salário mensal do trabalhador, 1% da renda anual da empresa e de um imposto taxado sobre os usuários dos serviços ferroviários; em 1933 foi criado os Institutos de Aposentadorias e Pensões – IAPs; em 1942 foi criado a LBA – Legião Brasileira de Assistência – coordenada pela primeira-dama para atender às famílias de pracinhas envolvidos na guerra. Após 1946, o atendimento para ser destinado às pessoas pobres, além de apoiar a maternidade e a infância; em 1943 houve a promulgação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT); em 1960, a aprovação da Lei Orgânica da Previdência Social (Lops) – unificação dos benefícios colocando em ordem mais de 300 leis e decretos referentes à previdência social. Contemplava muitos benefícios e serviços inclusive o serviço social e a alimentação. A Lops também incorporou os autônomos à previdência social; 1963 – criando o Funrural – Fundo de Assistência do Trabalhador Rural, em resposta aos movimentos dos trabalhadores rurais, estendendo-se a eles os direitos trabalhistas. A lei foi aprovada, mas não foi implementada; em 1966, foi criado o INPS – Instituto Nacional de Previdência Social, sendo unificado de cima para baixo, em um único organismo, contextualizado na política centralizadora do governo federal, que nomeava inclusive governadores. 
A primeira Lei de marco da política social brasileira é a Lei Eloy Chaves (Decreto n. 4. 682, de 24 de janeiro de 1923), que inclui as bases de finaciamento das políticas socias destinadas ao trabalhador assalariado. Podemos dizer que esta lei foi a chave de entrada para a Previdência Social no Brasil. A partir da mesma várias outras categorias foram incluídas nesta mesma década
Neste período foram estabelecidos convênios junto às empresas para que os trabalhadores fossem atendidos no local de trabalho, apoiados na ideia de saúde e segurança do trabalho, contribuindo assim para o aumento da produtividade, em 1971, ampliação da previdência ao trabalhador rural, com o beneficio de meio salário mínimo (menor que para outras categorias); em 1988 foi criada a Constituição Federal do Brasil, conhecida como Constituição Cidadã.
A construção das políticas sociais se deram ao longo dos tempos de maneira muito lenta, e o que temos hoje implantado como política pública em nosso país é fruto das lutas que foram inseridas na sociedade pela classe operária que exigia do Estado e de seus patrões melhorias de vida e condições melhores de trabalho, a essas lutas começam no início do século XX, porém as respostas dada pelo Estado a essas lutas começam a partir da década de 1930, quando começa a Era Vargas e registra no país um processo de conquistas no campo das políticas sociais.
A Era Vargas é marcada por grandes conquistas da classe trabalhadora, porém a assistência social se dar com uma compreensão de benemerência, filantrópica, assistencialismo e clientelismo, o seu início é datado do começo do século XX, e a sua existência era somente como uma alternativa para conter os conflitos existentes entre a classe dominada e a classe dominante, com o intuito de harmonizar a relação entre as mesmas e não com a intenção de gerar o bem-estar social. Apesar de sua origem está na defesa dos trabalhadores as políticas sociais ao longo do século XX, estiveram mais a atender aos interesses do sistema capitalista, não sendo como uma resposta dada direta as questões sociais.
Vale destacar que todo aquele conjunto de direitos conquistado até então, não mais passa vigorar na sociedade. As políticas sociais na época da ditadura Militar buscavam dar a um regime autoritário, de uma maneira assistêncialista, industrial, tecnocrático e militar. A assistência social passa a assumir cada vez mais um papel manipulador, de caráter tradicional de que o Estado era bom, através da ampliação de muitos programas sociais como a complementação alimentar, alfabetização pelo mobral, casas populares, formação das mulheres, creches, entre outros. Neste contexto histórico da sociedade brasileira, os profissionais do serviço social ficavam limitados apenas á meros executores de políticas sociais nas comunidades como ponto de atuação .
A conquista pela sociedade das políticas sociais como direito do cidadão e dever do Estado só se concretiza com a Constituição de 1988, num período de democratização brasileira em que a política de assistência social alcançasse viabilidade ao estrutura-se enquanto política social no campo da seguridade social consagrado na Constituição Federal de 1988. A Constituição representa uma grande conquista no campo de efetivação das políticas sociais, cria um cenário dando as políticas sociais um alcance maior na elevação e cobertura dado aos direitos sociais, consagrando o tripé da seguridade social com previdência social, saúde e assistência social, criando uma estrutura completa destes três itens no campo jurídico.
Entretanto, o que se implantou de políticas sociais durante a era Vargas e seus sucessores não foram suficientes para garantir a qualidade de vida aos trabalhadores e dimunuir as sequelas da questão social, o que se implantou foi um método de controle sobre os trabalhadores e os movimentos sociais que surgiram na sociedade brasileira em busca de um país democrático. 
Segundo Peruzzo (1998) os movimentos sociais no Brasil se fazem presentes desde épocas mais remotas, buscando ora por liberdade, ora em prol da vida. O Brasil na década de 1980, com o fim da ditadura militar, sofreu um processo de redemocratização o que proporcionou o surgimento de fortes crises nos setores economicos, sociais e políticos do nosso país.
 Este foi um momento que impulsionou a população a mostrar sua voz e exigir com mais intencionalidade por seus direitos. Com as exigências expedidas no meio social por melhorias e junto a atuação insuficiente do Estado em especial na área social, o Terceiro Setor começa a se expandir em várias áreas, com o objetivo de atender a demandapor serviços sociais, requisitados por uma quantidade expressiva da população menos favorecida, em vários sentidos, de que o Estado e os agentes econômicos não têm interesses ou não são capazes de provê-la. O seu crescimento também vem em virtude, de práticas cada vez mais efetivas de políticas neoliberal do capitalismo global, produzem instabilidade econômica, política e social, principalmente nos países do terceiro mundo. O Terceiro Setor surgi então para ocupar um espaço público não estatal fundametando-se na realização de atividades sociais que mais necessitavam. 
A sua configuração com maior visibilidade na sociedade brasileira, data dos anos 90, após as acentuadas desigualdades e hierarquização de um regime ditatorial das  décadas anteriores. Começa então a surgir os movimentos sociais de oposição ao regime totalitário em busca da consolidação da democracia e do favorecimento dos excluídos. De acordo com Gohn (2003, p. 13) os movimentos sociais significam:
Ações sociais coletivas de caráter sócio-político e cultural que viabilizam distintas formas da população se organizar e expressar suas demandas. Na ação concreta, essas formas adotam diferentes estratégias que variam da simples denúncia, passando pela pressão direta (mobilizações, marchas, concentrações, passeatas, distúrbios a ordem constituída, atos de desobediência civil, negociações etc.), até, as pressões indiretas.
 Estes grupos ganham a denominação de ONGs (Organização Não Governamental). As ONGs ganham força na defesa dos direitos sociais, humanos, políticos, sempre com uma dimensão política adversária ao Estado. As políticas que eram de responsabilidade do Estado passam agora a serem solucionadas pela filantropia, caridade, solidariedade, parcerias e terceirização. Surgindo assim na década de 1990 “entidades autodenominadas como o Terceiro Setor” (GOHN, 2005).
A Função do Terceiro Setor na Sociedade Capitalista
Para discorrermos sobre a função do Terceiro Setor na sociedade capitalista precisamos nos atentar para o vem ser o Terceiro Setor. Para identificar a existência deste, faz-se necessário esclarecer que aqueles que utilizam este termo consideram o Estado como o Primeiro Setor e o Mercado como o Segundo, sendo o Terceiro Setor aquele que apresenta características de ambos. 
O termo “Terceiro Setor”, é de origem norte-americana e surge como conceito consolidado nos Estados Unidos em 1978, tendo como idealizador John D. Rockefeller III. Segundo Landim apud Montaño (2010) O “Terceiro Setor” é de procedência norte-americana, onde o associativismo e voluntariado fazem parte de uma cultura política que se baseia no individualismo liberal. 
Conforme Montaño o Terceiro Setor.
Surge como conceito cunhado, nos EUA, em 1978, por John D.Rockefeller III. Ao Brasil chega por intermédio de um funcionário da Fundação Roberto Marinho. O conceito de “Terceiro Setor” foi cunhado por intelectuais orgânicos do capital, e isso sinaliza clara ligação com os interesses de classes, nas transformações necessárias à alta burguesia (MONTAÑO, 2010, p. 53). 
O surgimento do Terceiro Setor teria origem, de um lado, na incapacidade dos outros dois setores. O Primeiro Setor – Estado – pelo seu gigantismo e falta de eficiência, teria esgotado a sua possibilidade de atender e lidar com as crescentes necessidades sociais das populações mais necessitadas; e o Segundo Setor – Mercado – que tem como objetivo fundamental o lucro, seria incapaz de incorporar uma agenda que dissesse respeito a questões sociais e ambientais. 
Acerca desta debilidade relacionada ao conceito de Terceiro Setor, da realidade fragmentada dos setores na sociedade, e ainda sobre o conceito ideológico proposto numa perspectiva hegemônica para o que seria o denominado Terceiro Setor, Montaño(2007) diz que a “perspectiva hegemônica, em clara inspiração pluralista, estruturalista ou neopositivista, isola os supostos ‘setores’ um dos outros e concentra-se em estudar (de forma desarticulada da totalidade social) o que entende que constitui o chamado “Terceiro Setor” (p.51), sendo denominados para essa suposta esfera da sociedade as fundações empresariais, Organizações não Governamentais (ONGs), Organizações Sem Fins Lucrativos(OSFL), Organizações da Sociedade Civil (OSC), entidades de direito privado, etc., entre outras instituições.
Acerca, ainda, do seu surgimento, vale destacar que o Terceiro Setor surge a partir de um contexto desenvolvido na sociedade: reestruturação produtiva no mundo do trabalho (mudança no modelo de produção); mundialização da economia quando o capital passa a ser rotativo devido à desterritorialização ou quebra das fronteiras geográficas; perda dos direitos trabalhistas, dentre tantos outros acontecimentos que abriram espaço para o neoliberalismo formular mais uma estratégia de reestruturação do sistema capitalista. O Terceiro Setor que surge então, como uma tática do governo e das entidades privadas, sendo uma forma de (re)filantropização no trato da questão social.
De acordo com a Rede Brasileira do Terceiro Setor (REBRATES):
O Terceiro Setor corresponde às instituições com preocupações e práticas sociais, sem fins lucrativos, que geram bens e serviços de caráter público, tais como: ONGs, instituições religiosas, clubes de serviços, entidades beneficentes, centros sociais, organizações de voluntariado etc. O que caracteriza cada setor em face dos recursos financeiros é o seguinte: Primeiro Setor: dinheiro público para fins públicos; Segundo Setor: dinheiro privado para fins privados; Terceiro Setor: dinheiro privado para fins públicos (nada impede, todavia, que o poder público destine verbas para o Terceiro Setor, pois é seu dever promover a solidariedade social).
Neste sentido, nos apropriamos de outros conceitos acerca da sociedade civil organizada.
Segundo Silva (2007), os fatos que deram lugar ao surgimento do Terceiro Setor tiveram início na Europa, a partir dos anos 1970. O acontecimento considerado central que contribuiu para sua configuração foi o agravamento da crise do Estado de Bem Estar Social. O Estado de Bem Estar Social caricterizou-se por assegurar o pleno emprego, por desenvolver políticas sociais universalistas e o Estado como mediador, “capaz de intervir como pratagonista economico e socializador” (CARVALHO, 1999. pg 20). 
O Terceiro Setor constitui-se na esfera de atuação pública não estatal, sua formação se deu a partir de iniciativas privadas, voluntárias, sem fins lucrativos, no sentido do bem comum. Nesta definição, associa-se, estatística e um conceitual, conjunto altamente diversificado de instituições, no qual se inserem organizações não governamentais, fundações e institutos empresariais, associações comunitárias, entidades assistenciais e filantrópicas, assim como também várias outras instituições sem fins lucrativos. O Estado é o grande agente governamental que atua na esfera estatal utilizando-se de recursos públicos com finalidade pública. O Mercado é o agente que atua na esfera privada utilizando-se de recursos privados para fins privados. O Terceiro Setor é o agente privado que atua com recursos privados para fins públicos.
Para Rubem Cesar Fernandes o define como um:
Composto de organizações sem fins lucrativos, criadas e mantidas pela ênfase na participação voluntária, num âmbito não governamental, dando continuidade às práticas tradicionais da caridade, da filantropia, do mecenato e expandindo o seu sentido para outros domínios, graças, sobretudo, á incorporação do conceito de cidadania e de suas múltiplas manifestações na sociedade civil. (Abong, 2000, p.50-51).
E enquanto que para Rodrigues (1990, p. 31) o Terceiro Setor seria composto de um conjunto de organizações da sociedade na busca de soluções próprias às suas necessidades e seus problemas, em uma lógica totalmente fora do Estado e do mercado, para Montaño (2002, p. 22), esse fenômeno seria fruto do modelo econômico adotado atualmente:
O que é chamado de Terceiro Setor refere-se na verdade a um fenômeno real inseridona economia e produto da reestruturação do capital, pautado nos (ou funcional aos) princípios neoliberais: um novo padrão (nova modalidade fundamento e responsabilidades) para a função social de respostas às sequelas da ‘questão social’, seguindo valores da solidariedade voluntária e local, da auto ajuda e da ajuda mútua. (MONTAÑO, 2002, p. 22). 
Este setor é caracterizado pelo seu desenvolvimento de ações de iniciativa privada, porém com a finalidade pública. Existe neste meio uma diversidade de terminologias que são utilizadas para referenciar tais instituições, como por exemplo, as ONGs, Organizações da Sociedade Civil, Organizações Filantrópicas, dentre outros. Estas organizações têm sua base fora do âmbito governamental e tem como principal objetivo suprir a parte não coberta pelo Estado viabilizando direitos garantidos pela Constituição Federal de 1988. 
As instituições da sociedade civil sem fins econômicos, instituídos com recursos privado e que atuam prestando serviço com finalidade pública constituem o Terceiro Setor. Abrigos de crianças e adolescentes ou idosos, comunidades terapêuticas para atendimento a dependentes químicos, centros de educação infantil, hospitais de caráter filantrópico, bem como escolas e universidades que surgiram por iniciativas da sociedade civil organizada e que se caracterizam como não distribuidoras de lucros, são consideras do Terceiro Setor.
No Brasil, alguns conceitos sobre o Terceiro Setor, tem sido trabalhado por diferentes autores que tem se destacado enquanto estudiosos do assunto.
[...] o Terceiro Setor é composto de instituições sem fins lucrativos, criadas e mantidas pela ênfase na participação voluntária, num âmbito não governamental, dando continuidade a práticas tradicionais de caridade, da filantropia e do mecenato e expandindo o seu sentido para outros domínios, graças, sobretudo, à incorporação do conceito de cidadania e de suas múltiplas manifestações na sociedade civil (FERNANDES, 1996 p.7).
Essas instituições não fazem parte do Estado, nem a ele estão vinculadas, mas se revertem de caráter público na medida em que se dedicam a causas e problemas sociais e em que, apesar de serem sociedades civis privadas, não tem como objetivo o lucro, e sim o atendimento as necessidades da sociedade (TENÓRIO. 2001 p ,7).
Portanto, quando falamos em Terceiro Setor estamos nos referindo a uma prática institucional que avança na perspectiva filantrópica e caritativa par uma ação profissional e técnica, na qual os usuários são sujeitos de direitos.
A ativa participação das entidades sem fins lucrativos na sociedade brasileira data do final do século XIX. Já o seu processo de formação e consolidação das organizações não governamentais (ONGs) que hoje se encontra presentes no cenário nacional surgiu nas décadas de 60 e 70, épocas estas marcadas pelas restrições político-partidárias impostas pelos governos militares, concentrando-se basicamente nas décadas de 80 e 90 do século XX, período em que mais cresceram e se tornaram visíveis. Apesar da evolução recente, as ONGs tiveram papel relevante enquanto catalisadoras dos movimentos e aspirações sociais e políticas da população brasileira. 
Originalmente e principalmente entre os anos 70 e 80, as ONGs desempenhavam papel secundário de articulação ao lado dos movimentos sociais. A partir dos anos 90, no entanto, esta relação entre ONGs e movimentos sociais foi descaracterizada, conforme verifica Montaño (2007, p. 271): 
No entanto, na última década do século que terminou – tem ocorrido uma monumental inflexão nesta relação – movimento social/ONG. Com efeito, as ONGs passaram paulatinamente, na década anterior, a ocupar o lugar dos movimentos sociais, deslocando-os de seu espaço de luta e da preferência na adesão popular.
As organizações que compõem o Terceiro Setor no meio social evidentemente não são novas. Temos como exemplo tradicional no Brasil, as Santas Casas de Misericórdia, cuja primeira unidade chegou por aqui junto com Dom João VI, tem também como exemplo, as Associações de Pais e Amigos de Excepcionais (APAES), que acrescentam uma expressiva presença no cenário nacional. Isto nos leva a perceber que as instituições da sociedade civil com finalidades filantrópicas estão presentes antes mesmo da proclamação da República. A maioria delas vinculadas às igrejas, principalmente a igreja católica que, com o apoio do Estado, prestava atendimento à população mais carente nas diferentes áreas. Esta situação mudou um pouco a partir do século XX, quando outras igrejas também começaram, em parceria com o Estado, prestar serviços de cunho social sem objetivar o ganho econômico.
Deste modo poderiamos apresentar algumas razões que levaram ao processo de formação do Terceiro Setor, dentre ao quais poderiamos destacar:
 A substituição gradativa e intencional das funções do Estado de Bem-Estar Social pelo chamado Estado Minímo, resultante também da implantação gradativa da política noliberal, o que levou ao sacuteamento das políticas sociais públicas. Embora o Estado de Bem-Estar Social não tenha sido amplamente e efetivamente implantado no Brasil, não podemos não considerar que ouveram ações sociais de iniciativa pública, com importante presença no atendimento á questão social no Brasil e que se reforçaram em 1988, com a criação da Constituição Federal e seguida de diferentes leis orgânicas relacionadas ao atendimento a diferentes áreas e segmentos, que as promulgaram como dever do Estado e direito do cidadão. 
Outra causa importante a ser apontada foi legislação social trazida pela Constituição Federal de 1988 e, suas decorrentes leis orgânicas que, além de garantir os direitos sociais e de cidadania, com êfase na participação popular, implicou a necessidade do ordenamento técnico e administrativo das intituições estatais e da rede privada. Além do que, houve o surgimento mais atuante e participativo de grupos sociais organizados, na busca de fazer valer os direitos e conquistas trazidas por essa legislação. 
Um outro fator importante para o surgimento do Terceiro Setor, foi o acirramento da questão social o que ocasionou em profundas desigualdades sociais, no aumento da pobreza, na fome, na violência, dentre outros, pois estes foram motivos de mobilização da sociedade civil organizada para o enfrentamento destas diferentes expressões, através de intituições, de programas, projetos e serviços direcionados a diferentes segmentos. 
Costa (2005, p. 5) sintetiza as principais características comuns das instituições do Terceiro Setor:
Atuam em uma diversidade e variedade de questões que afetam a
 sociedade na área da assistência social, da saúde, do meio ambiente, da cultura, da educação, do lazer, do esporte, etc.;
Nas áreas da assistência social, educação e saúde, geralmente, prestam atendimento a pessoas e famílias que estão à margem do processo produtivo ou fora do mercado de trabalho;
Trabalham na defesa e garantia dos direitos dessa população;
São de caráter privado, mas desenvolvem um trabalho de interesse público;
Não têm finalidade de lucro no sentido mercantil da palavra;
 Não são estatais, embora mantenham vínculos com o poder público,
Contam com o trabalho de um corpo de voluntariado.
Destarte, o Terceiro Setor, mesmo denominado por um termo controverso, refere-se a uma imensa variedade de instituições legalmente constituídas, de direito privado e que atuam na produção de bens e serviços voltados à coletividade.
O Terceiro Setor é constituido por iniciativas privadas e individuais que não visam o lucro e não governamentais atuando na sociedade ao lado de setores tradicionais. Montaño (2005) ainda o define como “a mistificação de uma sociedade civil”. Em resumo pode ser sintetizado como uma terceirização dos deveres, obrigações e responsabilidades do Estado. O mesmo é ainda um espaço onde o cidadão pode se tornar o próprio provedor de serviços e de políticas socias, é uma ideologia que tem como base amenizar o verdadeiro fenômeno das sequelas causadaspelas políticas neoliberais e tem como um dos principais objetivos: 
Desenvolver um papel ideológico claramente funcional aos interesses do capital no processo de reestruturação neoliberal, no caso, promovendo a reversão dos direitos de cidadania por serviços e políticas sociais e assistenciais universais, não contratualistas e de qualidade, desenvolvidas pelo Estado e financiadas num sistema de solidariedade universal. (MONTAÑO, 2005, pg. 19).
Após a década de 90, com os avanços em torno da concepção de direito, a partir da Constituição Federal de 1988, que instaurou a seguridade social como um conjunto incorporado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, houve um fortalecimento legal do Terceiro Setor. Isto não significa que o Estado se isentou de suas responsabilidades em atender as necessidades, mas passou a dividi-la legalmente com a sociedade. 
Vale destacar a Constituição de 1988, que num amplo processo de mobilização social, promoveu melhorias no que diz respeito ao aumento dos direitos de cidadania política e princípios da descentralização na promoção de políticas sociais. Adicionalmente, houve muitas pressões dos movimentos populares, através dos chamados “lobbies populares” no congresso, a fim de que emendas populares fossem aprovadas. É inegável que a Nova Constituição representou um avanço no que diz respeito a política social no Brasil. (TEIXEIRA, 2000; p.31).
A Constituição de 1988 instituiu no Brasil o Estado Democrático de Direito, cujo patamar mínimo é a dignidade da pessoa humana e ergue-se pela concretização de direitos fundamentais, ressaltando-se, de imediato, seu caráter de desenvolver políticas públicas em prol de igualdade e liberdade, ou seja, efetivar a assistência social. 
A Constituição de 1988 deu uma enorme guinada em direção à concepção da proteção social como direito. A partir desse ano, a assistência social ganhou o status constitucional de política de seguridade social, passando a ser um direito do cidadão, e não um “favor” do Estado ou de entidades filantrópicas. (GARCIA, 2012, p. 6). 
Deste modo um novo conceito de assistência social foi traçado primeiramente pela Constituição Federal de 1988 e, aprofundada pela Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS) de 1993 e, atualmente explicitado pelo Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Nesta nova pespectiva, ela se opõe a prática assistencialista caracterizando-se como política pública de direito do cidadão e dever do Estado. A assistência social, a saúde, a educação a previdência social, a habitação, assim como outros(a), são políticas públicas. Ao se definir assistência social como política pública e direito de cidadania, esta, volta-se para a promoção e desenvolvimento humano, e não para o alívio de situações pontuais, sem efetivamente provocar mudanças e transformar realidades. 
Portanto, não se pode negar que as intituições não governamentais instiuídas e com gerenciamento da sociedade civil, que atuam sem fins econômicos e que tem interesses público o chamado (Terceiro Setor), tem sido requisitadas a assumirem essa nova pespectiva, redefinindo e reodernando para esse fim a forma de gestão institucional com técnica e profissionalismo. Com este novo contexto e forma de atuar, o Terceiro Setor vem marcando de modo significativo a sua presença no meio social, se mostrando presente na mídia, nos estudos acadêmicos, no âmbito político, econômico e social, apesar de apresentar ainda fragilidades quanto a sua autosustentabilidade, na sua gestão institucional e na atuação em rede. 
O que deve ser considerado realmente ao pensarmos sobre o conceito de “Terceiro Setor”, é a mudança no padrão de respostas às necessidades sociais, a partir, da falta de responsabilidade do Estado que é do capitalismo e atua na colaboração com a manutenção da hegemonia da ordem do capital, que responsabiliza e culpabiliza o indivíduo pela situação que vive. Com isso, a sociedade acaba perdendo sua característica de sujeito de direitos sociais, já que esses direitos passam a ser assegurados de uma forma focalizada e distante da concepção de direito social, que deveria ser garantido pelo o Estado. Assim:
[...] efetivamente, para além das diferenças entre as diversas organizações, uma questão é real, e só pode ser determinada com certo nível de generalização: o conjunto de organizações e atividades que compreende o chamado “Terceiro Setor”, para além dos eventuais objetivos manifestos de algumas organizações ou da boa intenção que move o ator solidário e voluntário singular, termina por ser instrumentalizado pelo o Estado e pelo capital, no processo de reestruturação neoliberal, particularmente no que se refere à formulação e implementação de uma nova modalidade de trato à questão social”, revertendo qualquer ganho histórico dos trabalhadores nos seus direitos de cidadania (MONTAÑO, 2010. Pg. 19).
Os rebatimentos da crise internacional se fazem sentir no país a partir dos anos 1980. Segundo Behring (2007), este período foi de conquistas democráticas, devido às lutas sociais e à Constituição Federal de 1988. A crise da dívida externa; a inflação; os recortes de investimentos para programas sociais de saúde, saneamento, educação, habitação, assistência social, entre outros, trazem como consequências a precarização do acesso aos direitos sociais. 
Nesse contexto, aumentam os grupos organizados: movimentos sociais, associações, instituições e ONGs (GOHN, 2005), a fim de atender às necessidades acima citadas. Nesta época, acontece uma “quebra de paradigmas, quando se inicia uma passagem do foco de atenções dos movimentos sociais para ONGs e dessas para o Terceiro Setor” (FERNANDES, 2009, p.13).
Sendo assim, a partir dos anos 1990, pode-se notar a re-estruturação do papel do Estado não mais como produtor de muitas ações, mas principalmente como gestor e repassador de recursos. Surgem novos parceiros no atendimento das necessidades e demandas sociais (GOHN, 2002). Como parte dessa re-estruturação e reforma do Estado, em 1998 e 1999 é proposto um conjunto de ações, entre elas as leis de regulação para Organizações da sociedade civil, as quais passaram a ser divididas em três modalidades: Oraganizações Sociais, Organizações Finlantropicas e Organizações da Sociedade civil de Interesse Público (OSCIP/estadual ou federal). 
As titulações e qualificações além de representarem o destaque e exelência das organizações do Terceiro Setor na sociedade brasileira, também proporciona, segundo as características de cada um delas, isenções imunidades tributárias que auxiliam na manutenção das organizações. 
Deste modo, uma qualificação, titulação ou cetificação é um reconhecimento legal pelo serviço prestado pela organização e sinaliza para incentivos fiscais e sociais, dando maior credibilidade ao seu trabalho.
Oliveira e Romão (200) esclarece que a criação das OSCIP é o resultado de uma intensificação de debates decorridos dentro do ambito da sociedade civil.os autores destacam que os debates seguiam amparados sob a argumentação de que as legislações brasileiras não davam conta de subsidiar naquele momento as novas formas de agir junto a sociedade civil organizada.
O primeiro levantamento sobre o setor sem fins lucrativos realizado com dados oficiais no Brasil utilizou como referência o Cadastro Central de Empresas (Cempre) do IBGE para o ano de 2002, que cobre o universo das organizações inscritas no CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica). Um dos destaques foi que, entre 1996 e 2002, o número de fundações privadas e associações sem fins lucrativos cresceu 157%, passando de 105 mil para 276 mil. No mesmo período, o número de pessoas ocupadas no setor passou de 1 milhão para 1,5 milhão de trabalhadores, registrando um aumento de 50%.
"A pesquisa foi a primeira proposta de recorte e chegamos à conclusão que o Terceiro Setor era o que mais crescia na economia brasileira. O IBGE atende agora a uma demanda social antiga ao dimensionar as atividades do setor", argumenta.
O Terceiro Setorno Brasil apresentou crescimento ampliado a partir da década de 1990. Trata-se de um ambiente que consente processos específicas de segmento sociais subalternizados e que surge como “salvador da falência do Estado pela participação e responsabilização da sociedade”. (SANTOS, 2007, p. 127).
 Em 2010, existiam oficialmente no país, 290,7 mil Fundações Privadas e Associações sem Fins Lucrativos – Fasfil (organizações privadas, sem fins lucrativos, institucionalizadas, auto administradas e voluntárias). Essas instituições representavam 5,2% do total de 5,6 milhões de entidades públicas e privadas, lucrativas e não-lucrativas, do Cadastro Central de Empresas – CEMPRE do IBGE, naquele ano.
 Entre 2006 e 2010, observou-se um crescimento da ordem de 8,8% dessas instituições, passando de 267,3 mil para 290,7 mil, significativamente menor do que a observado no período de 2002 a 2005 (22,6%). As Fasfil concentram-se nas regiões Sudeste (44,2%), Nordeste (22,9%) e Sul (21,5%), estando menos presentes no Norte (4,9%) e Centro-Oeste (6,5%).
Nos últimos anos o número crescente de tais entidades filantrópicas fora significativo, já que seu parceiro, o Estado lhe deu todos os meios para que isso acontecesse, fornecendo assim a essas Organizações “crédito fácil, isenção fiscal, facilidades legais, destina recursos financeiros, materiais e humanos” (MONTAÑO, 2005, p. 225). Com isto, surge espaço também para questionamentos sobre a idoneidade destas entidades, uma vez que, “As organizações que possuem as duas qualidades (Declaração de Utilidade Pública e o certificado de Fins Filantrópicos) têm acesso a redução de doações de pessoas Jurídicas e impostos de renda” (VIRIATO, 2001, p. 8).
No Brasil, contudo, o processo de desenvolvimento e profissionalização do Terceiro Setor se encontra num estágio embrionário. Não raro se classifica o trabalho voluntário como um simples ato de caridade e de solidariedade, desconhecendo que em diversas áreas de atuação, para a realização do trabalho é necessário certo grau de qualificação e capacitação.
Podemos concluir, portanto, que o “Terceiro Setor” como sendo efeito da reestruturação produtiva do capital, sendo um fenômeno real e interligado com os interesses do neoliberalismo como meio utilizado pelo Estado para atender as expressões da questão social, que é vista na verdade como uma “nova modalidade de questão social” (MONTAÑO, 2010, p.187), tendo como justificativa princípios políticos-ideológicos pautados no neoliberalismo, que defende o Estado mínimo para o social e um Estado máximo para o capitalismo.
 Ainda de acordo com Montaño, (2005) as ONGs surgem para trabalhar em função do projeto neoliberal e legitimar a reestruturação produtiva do capital, servindo como um amortecedor social e apaziguador de conflitos. Trazendo como caráter principal o de terceirização e de substituição. Transferindo assim, os papéis de seus principais atores de cidadãos militantes para cidadãos voluntários, o que dá início a um processo de estruturação e ampliação para uma nova esfera da sociedade, o Terceiro Setor.
 Deste modo, para Montaño (2005) as Organizações Não Governamentais, podem ser consideradas como uma ferramenta de caráter ideológico e neoliberal, respaldadas juridicamente pela Lei nº 9.790, de 23 de março de 1999, fundamentando assim uma motivação para uma maior participação dos cidadãos perante as questões sociais.
Essas organizações distinguem-se das entidades privadas inseridas no mercado por não objetivarem o lucro e procurarem, na medida do possível, atender às necessidades coletivas. Como nem todas as entidades pertencentes ao Terceiro Setor possuem fins públicos, é preciso não confundir “coletivo” e “público”, segundo Franco (1997, p. 6).
O próprio Franco (1997, p. 6) declara que:
Grande parte do setor é composta por organizações com fins coletivos privados, como uma organização para observação de pássaros tropicais ou ainda grupos literários e artísticos. São esses grupos de cidadãos que se associam voluntariamente visando a um objetivo que só interessa a eles próprios, “que não tem a pretensão ou a obrigação de atender a um interesse comum da sociedade e, portanto, que não estão voltados para o bem comum ou para a chamada utilidade pública.
As organizações do Terceiro Setor que produzem bens ou serviços de caráter público ou de interesse geral da sociedade têm fins públicos. A finalidade pública reveste-se de importância porque, desempenha essa finalidade é o enquadramento obrigatório para que essas organizações alcancem status legal e sejam consideradas de serventia pública no Brasil. Ser reconhecida legalmente como uma organização sem fins lucrativos tem implicações importantes, pois independentemente do fato de ela propender a fins públicos, a instituição terá uma série de isenções fiscais federais, estaduais e municipais, significando um importante subsídio governamental. Esta ideia é de Coelho (2000, p. 60). 
A Atuação do Assistente Social no Terceiro Setor
Por conta das novas configurações capitalistas, as formas de enfrentamento das expressões da questão social e do surgimento do “Terceiro Setor”, exigências e demandas são postas ao serviço social. Nesta conjuntura, o assistente social vem sendo cada vez mais chamado a atuar nos espaços sócios ocupacionais ligados ao “Terceiro Setor”. Assim, se faz necessário compreendermos e refletirmos sobre o serviço social hoje e como se tem dado o processo de atuação profissional do assistente social diante da atual conjuntura. 
Neste sentido, é necessário que busquemos uma recuperação da trajetória sócio histórica da profissão, com o objetivo de entender o significado social do serviço social na sociedade capitalista, apreender como esta profissão surgiu, analisando as configurações impostas pelo capitalismo aos assistentes sociais.
Ao se fazer uma análise sobre os espaços sócio-ocupacionais tomados pelo assistente social, vem à tona a tentativa de inserir o aluno do curso de serviço social no profundo conhecimento de atuação deste profissional, destacando os seus desafios éticos, políticos, teóricos e metodológicos para a implantação e execução de projetos, planos, programas e ampliação dos direitos sociais. 
O Assistente Social no Brasil é majoritariamente um funcionário público, que atua predominantemente na formulação, planejamento e execução de políticas sociais com destaque as políticas de saúde, assistência social, educação, habitação, entre outras. (IAMAMOTO, 2009, p.35).
Nessa perspectiva, a compreensão do que seja política social ganha um novo significado diante das mudanças que ocorrem ininterruptamente na atualidade visto que, com os interesses do capital em voga, outras questões que passavam despercebidas emergem quando se entrelaçam a realidade objetiva – na qual acontece as relações de poder e econômicas – com as circunstâncias que estão imbuídas nos anseios dos sujeitos.
 Com o crescimento do processo de urbanização brasileiro iniciado a partir da segunda metade do século XX, devido ao desenvolvimento insdustrial, precursor do exôdo rural, pois este vai atrair um número grande de pessoas se deslocando do campo para as cidades, os problemas sociais começam a se agravar,com mais intensidade principalmente os de moradias. É também a partir daí, que começa a decadência da economia cafeeira. A crise mundial de 1929, possibilita o fim da supremacia da burguesia cafecultora. Chega-se ao fim da República Velha. Começa a Era Vargas. E é a partir daí que alguns direitos sociais vão ser intensificado no meio social. Surgi então no Brasil o Seviço Social, que inicialmente ocorre na conjuntura do acirramento do capitalismo e na questão social, da qual ocorreu por iniciativa particular de vários grupos da classe dominante e da igreja católica. 
A pioneira na implantação do serviço social no Brasil foi a norte-americana Mary Richmond,que introduz na profissão o método de atuação serviçoocial de Casos Individuais. Para ( Estevão 1999 p. 46). “São as ligas das Senhoras Católicas, em São Paulo, e a Associação das Senhoras Brasileiras, no Rio quer vão assumir a educação social dos trabalhadores urbanos brasileiros dentro de uma pespectiva de assistência preventiva e do apostolado social”.
A história do Serviço Social está relacionada ao sistema capitalista e seus dilemas frente a sociedade. O mesmo surgi como profissão na divisão social técnica do trabalho e no enfrentamento das mazelas da questão social.
No tocante, as primeiras iniciativas de ação social foram de base da organização humana, para a ação social e para o surgimento das primeiras escolas de serviço social, que se instalam na cidade de São Paulo no ano de 1936, divido á necessidade de uma formação técnica e especializada. Não se pode negar que o objetivo da emergência da profissão na década de 1930, está relacionada na articulação dos poderes da classe dominante (burguesia industrial, oligarquias cafeeira, Igreja Católica e Estado-Varguista). O objetivo era controlar as insatisfações populares e frear o avanço do comunismo. 
Consecutivamente, o sujeito que se dedica em perscrutar pelo viés da política social necessita desenvolver algumas habilidades para que possa agir com propriedade e consistência visto que o que está em jogo é precisamente os direitos sociais da coletividade. Assim, é importante que o indivíduo tenha afinco pelo tema que se busca entender, isto é, que as suas convicções pessoais estejam em consonância com o bem comum; ao mesmo tempo é preciso que ele tenha o sentimento de responsabilidade, visto que o cumprimento do dever assumido é algo primordial nas decisões públicas; outro requisito necessário é precisamente o senso de proporção, ou seja, que o sujeito tenha o distanciamento entre a realidade objetiva e sua análise sobre a mesma para poder a partir daí o próprio refletir a fim de obter maior contundência nas suas ações.
Ao analisar minuciosamente as nuances que configuram o trabalho do assistente social, percebem-se as divergências as quais ganham notoriedade no intuito de entender o contexto social de seus sujeitos e as suas expressões referentes a questão social em âmbitos dantes não delongados. Contudo, essa análise tem de ser feita sem alijar os valores éticos, os quais levantam um embate onde são posicionadas certas posturas frente ao assunto, em que permeiam variadas considerações e características externas que direcionam o dia a dia dos diferentes campos de atuação que têm sua prática objetivada em um determinado contexto histórico. 
 O Serviço Social sempre passou por transformações movidas por fatores conjunturais: pelo movimento da História, impulsionada pela luta entre as classes que resultava em transformações na profissão de ordem técnico-operativa, teórico-metodológica e político-ideológica. O Movimento de Reconceituação, que se inicia na segunda metade dos anos de 1960 e ganha força na passagem das décadas 1970 para 1980, é um marco das transformações vivenciadas pela profissão, cenário em que os assistentes sociais buscam romper com um modelo de prática conservadora, optando por uma autonomia no seu fazer profissional; autonomia que lhes deu a maturidade de se posicionar enquanto profissão que luta pelos direitos da classe trabalhadora. A direção que resulta nesse entendimento é a chamada intenção de ruptura.
A partir desse movimento, a categoria dos assistentes sociais teve um posicionamento muito claro e definido a respeito do significado social dessa profissão na sociedade, superando uma visão endógena predominante até então e 
voltando seus olhos para o mundo em que está inserido.
Situado na divisão sócio técnica do trabalho, o serviço social tem atendido a demandas que historicamente tem se modificado, determinando novas competências profissionais. De natureza interventiva, o serviço social tem atuado nas lacunas deixadas pela relação capital x trabalho. Por conseguinte, a profissionalização do serviço social está intrinsecamente relacionada à conjuntura vivenciada pelo processo social
Na contemporaneidade, a intervenção do assistente social tem ocorrido em um contexto marcado por uma crise, em nível mundial e sem precedentes, do capitalismo e de projetos alternativos ao mesmo. O conjunto das políticas sociais, estabelecidas pelo Estado, para o enfrentamento das expressões da questão social no Brasil, tem se constituído no espaço sócio-ocupacinal dos assistentes sociais. 
Um dos maiores desafios para o assistente social na contemporaneidade é o de desenvolver a sua capacidade de decifrar a realidade, construindo alternativas de trabalho criativas e eficientes, nos novos espaços e demandas que se configuram. Enfim, ser um profissional propositivo e interventivo. 
Como profissão reconhecida legalmente, historicamente situada, regulamentada pela Lei 8.662/1993, (BRASIL, 1993) e direcionada por seu Código de Ética, de 1993, o seu espaço de atuação perpassa as organizações públicas e privadas, empresariais e do Terceiro Setor, podendo ou não atuar com o público usuário da política de assistência Social, mais sempre atuando na defesa e garantia dos direitos sociais. 
A atuação em instituições do Terceiro Setor se configura para o serviço social como um dos impactos trazidos pelo processo de “contra reforma” do Estado brasileiro, a partir da transferência dos serviços sociais para a esfera do Terceiro Setor. As novas formas de responder as expressões da questão social irão apresentar novas demandas e novos espaços ocupacionais para o assistente social, no caso das competências e atribuições é importante salientar que elas chegam, por vezes, a extrapolar o que está previsto na lei de regulamentação da profissão(8.662/93) no tocante as competências e atribuições profissionais, principalmente a partir da difusão dos princípios da ajuda e solidariedade o que pode “levar à desprofissionalização do atendimento social” (ALENCAR, 2009, p.458).
 Ao falar do trabalho do assistente social nas Organizações do Terceiro Setor, temos como ponto de partida as possibilidades de mediação que o profissional, a partir de seus conhecimentos, compromisso ético-político, habilidades, competências e autonomia é capaz de construir junto aos individuos, grupos, Organizações governamentais, empresas, Terceiro Setor, contribuindo para o enfrentamento da questão social, que se expressa de diferentes modos na vivência e relações destes segmentos.
As relações entre assistentes sociais e instituições do Terceiro Setor não são, em si, uma novidade. Desde sua gênese, o serviço social sempre esteve em relações constantes com instituições de caridade, filantropia, movimentos sociais, etc. O que se constitui novidade, neste fato, é a transposição dos assistentes sociais de um espaço sócio ocupacional público para outro privado.
Costa (2005, p. 7), pontua algumas atribuições específicas do assistente social no terceiro setor:
Implantar, no âmbito institucional, a Política de Assistência Social, conforme as diretrizes da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS /93) e Sistema Único da Assistência Social (SUAS /04), de acordo com a área e o segmento atendido pela instituição; Subsidiar e auxiliar a administração da instituição na elaboração execução e avaliação do Plano Gestor Institucional, tendo como referência o processo do planejamento estratégico para organizações do terceiro setor; Desenvolver pesquisas junto aos usuários da instituição, definindo o perfil social desta população, obtendo dados para a implantação de projetos sociais, interdisciplinares Identificar, continuamente, necessidades individuais e coletivas, apresentadas pelos segmentos que integram a instituição, na perspectiva do atendimento social e da garantia de seus direitos, implantando e administrando benefícios sociais; Realizar seleção socioeconômica, quando for o caso, de usuários para as vagas disponíveis, a partir de critérios pré-estabelecidos, sem perder de vistao atendimento integral e de qualidade social; e nem o direito de acesso universal ao atendimento; Estender o atendimento social às famílias dos usuários da instituição, com projetos específicos e formulados a partir de diagnósticos preliminares; Intensificar a relação instituição / família, objetivando uma ação integrada de parceria na busca de soluções dos problemas que se apresentarem; Fornecer orientação social e fazer encaminhamentos da população usuária aos recursos da comunidade, integrando e utilizando-se da rede de serviços socio-assistenciais; Participar, coordenar e assessorar estudos e discussões de casos com a equipe técnica, relacionados à política de atendimento institucional e nos assuntos concernentes à política de Assistência Social; Realizar perícia, laudos e pareceres técnicos relacionados à matéria específica da Assistência Social, no âmbito da instituição, quando solicitado.
 O empoderamento dos sujeitos da ação institucional indispensável ao fortalecimento dos movimentos sociais, demanda um amplo e complexo conjunto de habilidades profissionais, todas naturais ao assistente social, conforme sustentado por Ronconi e Wieczinsky (2010, p. 6):
É neste viés que o Assistente Social deve inserir-se. O Terceiro Setor para o assistente social é um espaço profissional que deve ser ocupado com criatividade e competência técnica, teórica e política. Estes são os pressupostos que devem reger a ação profissional nestas instituições. Devem não apenas ser um executor de programas ou projetos, mas um planejador e propositor de políticas públicas que possam vir ao encontro dos interesses da maioria da população.
Ainda segundo Ronconi e Wieczinsky (2010, p. 7):
As entidades do Terceiro Setor através do assistente social devem assim, desenvolver ações que promovam a democracia, a liberdade e a participação da sociedade. Devem desenvolver um tipo de gestão que resgate as demandas universalistas, no sentido de cobrar do Estado o desenvolvimento de políticas públicas, fiscalizar essas políticas denunciar as irregularidades no desenvolvimento dessas políticas. Este sim é o pleno exercício da cidadania.
O assistente social pode contribuir com o seu trabalho nas Organizações do Terceiro Setor, a partir do seu posicionamento ético-político, conhecimentos, habilidades e competências, os quais resultam em instrumento de intervenção da realidade. Sua atuação nas Organizações pode ter ênfase no caráter político, sócio-educativo da profissão, realizando atividades de produção do conhecimento através de estudos e pesquisas, de elaboração e avaliação de políticas, programas e projetos; de prestação de assessorias a diferentes órgãos governamentais e não-governamentais; de fomento à participação e mobilização dos cidadãos no exercício do controle social; de viabilização do acesso à informação, entre outros.
 Refletir sobre as contradições e mediação do trabalho do assistente social no Terceiro Setor nos convida também a pensar antes de tudo, no próprio modo de organização do trabalho no atual contexto da sociedade capitalista, o qual condiciona as ações, relações e condições de trabalho de modo geral, dando ao trabalho um significado utilitarista, como meio de produção e acumulação de riquezas.
No tocante as atividades desenvolvidas pelas assistentes sociais nessas instituições, podemos destacar à questão do encaminhamento de usuários que demandam serviços não disponíveis pelas instituições do Estado. Dessa forma o profissional do serviço social trabalha fazendo encaminhamentos entre as várias instituições do Terceiro Setor, isso se dá através de parcerias desenvolvidas entre entidades filantrópicas, e entre estas e o Estado. Há também a captação de voluntários como sendo uma das atividades desenvolvidas nas instituições a depender da natureza das mesmas. É comum em instituições do Terceiro Setor o desenvolvimento de trabalhos através do voluntariado tendo em vista à difusão dos valores da “solidariedade” na sociedade. 
Diante dos conceitos, das características, dos desafios, da diversidade e do processo de configuração do Terceiro setor na sociedade brasileira, não há como negar a importância da atuação multiprofissional, na perspectiva da ação interdisciplinar, tendo em vista o caráter profissional técnico que os serviços prestados por este setor necessitam assumir. 
Os serviços prestados pelo profissional de serviço social no Terceiro Setor podem se dar através da sua contratação ou como assessor externo. Ao ser contratado, este profissional pode contribuir através da prestação de serviços diretos e até mesmo exercendo a gestão técnica quando se tratar de uma instituição atuante na prestação de serviços, programas, projetos e benefícios referentes à gestão das políticas sociais. 
Sejam quais forem as formas de entrada do assistente social, o Terceiro Setor por suas características, desafios e natureza, é o espaço onde este profissional pode e precisa exercer a sua prática profissional com competência e compromisso técnico e político.
 Sendo assim, alguns requisitos são fundamentais a todos os profissionais que desejam atuar em organizações do Terceiro Setor. Dentre estes, destacamos:
Ter um conhecimento básico sobre o que é o Terceiro Setor e as instituições que o compõem, bem como, mais especificamente, sobre a instituição onde irá desenvolver a sua ação: histórico, objetivos, missão, recursos, proposta de trabalho, dificuldades, possibilidades, limites, público alvo ... 
Ter a visão da totalidade institucional, conhecendo o ambiente interno e externo da organização e, principalmente, o papel que pretende cumprir naquele determinado momento histórico e pelo qual deseja ser reconhecida! 
Conhecer a legislação atual que fundamenta a política de atuação junto ao segmento atendido pela instituição. Isso significa buscar nas leis pertinentes à ação institucional, respaldo legal para a um trabalho voltado para a garantia dos direitos da população atendida. A Constituição Federal de 1988; a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), o Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA, a Lei Orgânica da Saúde, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB, etc., são exemplos do aparato legal que podem contribuir para garantir à ação do técnico, do Serviço Social ou de outras áreas, uma ação mais contextualizada, interdisciplinar e abrangente; 
Ter a concepção clara de que população atendida pela instituição é constituída por sujeitos de direitos e não meros objetos da ação profissional; 
Saber atuar em equipe, pois essa participação pressupõe o trabalho conjunto de pessoas que discutem e analisam situações e fatos concernentes ao âmbito de atuação, tomando decisões de encaminhamento e executando-as. Traz a ideia do trabalho coletivo, cujos membros partilham de uma visão claramente definida sobre os objetivos a serem alcançados, tendo em vista a totalidade institucional e a ação interdisciplinar; 
Produzir respostas profissionais concretas e práticas para a problemática trabalhada pela instituição, a partir de uma postura reflexiva, crítica e construtiva. Exercer a práxis profissional com compromisso e responsabilidade, primando pela capacidade de denunciar situações que necessitam ser superadas, mas também anunciando as formas de fazê-lo. 
 Mas, em se tratando da atuação específica do assistente social, acrescentamos que este profissional, necessita, além dos requisitos apontados, de possuir uma sólida formação profissional sobre,
•  Os determinantes da questão social brasileira e suas diferentes manifestações,
•  As políticas sociais setoriais para o enfretamento dessas manifestações,
•  A relação Estado, Mercado e Terceiro Setor, discernindo o papel e função de cada um no contexto da formulação e execução dessas políticas; não esquecendo que cabe ao ESTADO o dever de prover políticas sociais adequadas e eficientes para o enfrentamento da questão social. O Terceiro Setor é parceiro

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