Buscar

DAS PESSOAS JURÍDICAS

Prévia do material em texto

DAS PESSOAS JURÍDICAS
CONCEITO, NATUREZA JURÍDICA, TEORIAS SOBRE EXISTÊNCIA, REQUISITOS 
PARA CONSTITUIÇÃO DA PJ, CLASSIFICAÇÃO DA PJ, DESCONSIDERAÇÃO DA 
PERSONALIDADE DA PJ, RESPONSABILIDADE CIVIL DA PJ E EXTINÇÃO.
CONCEITO
 SÃO ENTIDADES A QUE A LEI EMPRESTA PERSONALIDADE, CAPACITANDO-AS A SEREM 
SUJEITOS DE DIREITO E OBRIGAÇÕES;
 Atuam na vida jurídica com personalidade diversa da dos indivíduos que as compõem – CC art. 50.
 Surgem as PJ, como conjunto de pessoas, ora como destinação patrimonial, aptidão para adquirir 
direitos e contrair obrigações.
 A necessidade da sociedade em constituir PJ surge desde a criação de associação de bairro para 
defender o interesse de seus moradores ou de uma associação esportiva para os adeptos de 
determinada prática esportiva até a criação do próprio Estado.
 A premência de conjugar esforços é tão inerente ao homem como a própria necessidade de viver 
em sociedade. É por meio da PJ que o homem supera limitações e transcende a brevidade de sua 
vida. Há sempre, na vontade do homem, ao constituir uma PJ, um sentido de perenidade que, 
como ser mortal, não pode atingir.
 Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela 
confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe 
couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam 
estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.
 É necessário além vontade (vinculação psíquica) das pessoas para a 
formação da PJ, também um unidade orgânica (vinculação jurídica).
 Surge a personificação do ente abstrato, cuja vontade é diversa da 
vontade seus membros – societas dista a singulis = há a personificação 
do ente coletivo.
 A lei impõe requisitos para formação da PJ, para que esta seja 
considerada regular e possa agir com todas as suas prerrogativas na vida 
jurídica. 
 Regulamentam-se, também, os poderes e direitos dos diretores e de 
seus membros integrantes. A forma de constituição e de dissolução da PJ 
e o destino de seus bens igualmente devem ser disciplinados.
 A PJ apresenta muitas das peculiaridades da pessoa natural: 
NASCIMENTO, REGISTRO, PERSONALIDADE, CAPACIDADE, DOMICÍLIO, 
PREVISÃO DE SEU FINAL, SUA MORTE E ATÉ MESMO UM DIREITO 
SUCESSÓRIO.
A DENOMINAÇÃO
 Modernamente o peso da economia conta-se pela potencialidade 
das PJ, que transcendem o próprio Estado e se tornam 
supranacionais naquelas empresa que se denominam 
multinacionais.
 DENOMINAÇÃO: nossa legislação adota PESSOA JURÍDICA, igual a 
Espanha e Itália.
 Na França usa-se a expressão “pessoas morais”. No direito 
Português “pessoa coletiva”. 
 Doutrinariamente: “pessoas de existência ideal”, contrapondo-se 
às pessoas de existência visível com que denominava as pessoas 
naturais, direito argentino.
 Temos ainda, as pessoas místicas, civis, fictícias, intelectuais, 
universalidades de pessoas e de bens etc.
NATUREZA JURÍDICA
 Da ficção – Savigny – só o homem é titular de direitos, quando se 
atribuem direitos a pessoas de outra natureza, isso se trata de 
simples criação da mente humana, construindo-se uma ficção 
jurídica. As PJ sendo criação , e sua capacidade também uma 
criação do legislador, é limitada na medida de seus interesses. É 
obra do direito positivo, restringindo-se seu âmbito de ação 
apenas às relações patrimoniais.
 Se o Estado é ficção quem o investiu de tal capacidade.??o Estado 
tem existência natural???
 Essa teoria prevaleceu na Alemanha e na França. Hans Kelsen 
embora não seja um ficcionista, comunga da ideia.
TEORIAS DA REALIDADE
 Doutrina da realidade: Pj como realidade social – realidade objetiva ou orgânica, 
sustenta que a vontade, pública ou privada, é capaz de criar e dar vida a um 
organismo, que passa a ter existência própria, distinta da de seus membros, 
tornando-se um sujeito de direito, com existência real e verdadeira. Clóvis 
Bevilacqua filia-se a essa teoria. Vicente Rao refere-se a doutrina da realidade 
técnica. É teoria eclética entre a teoria da ficção e a teoria da realidade orgânica, 
pois reconhece traços de validade em ambas.
 A) Teoria da realidade objetiva – sustenta que a PJ é uma realidade sociológica, ser 
com vida própria, que nasce por imposição das forças sociais. Crítica: grupos não tem 
vida própria, personalidade, que é característica do ser humano.
 B) Teoria da realidade jurídica (ou institucionalista de Hauriou) assemelha-se à da 
realidade objetiva. Considera as PJ como organizações sociais destinadas a um 
serviço ou ofício, e por isso personificadas. Mesma crítica.
 C) Teoria da realidade técnica - (Ihering), entendem que a personificação dos grupos 
sociais é expediente de ordem técnica, a forma encontrada pelo direito para 
reconhecer a existência de grupos de indivíduos, que se unem na busca de 
determinados fins. 
 Doutrina negativista: parte da negação do conceito de direito 
subjetivo de personalidade as PJ./M. Planiol, PJ na verdade é 
um patrimônio coletivo ou uma propriedade coletiva. Sustenta 
que se trata de forma muito especial de propriedade, que tem 
em si mesma sua razão de ser e que se fundamenta no 
necessário agrupamento de indivíduos a quem a propriedade 
pertence. A propriedade é comum, embora a administração 
dos bens seja apenas reservada a alguns membros.
 Doutrina da instituição – Maurice Hauriou – existe uma 
realidade social uma série de realidades institucionais que se 
apresentam á observação como constituindo uma estrutura 
hierárquica. Uma instituição dá idéia de obra, de empresas 
que se desenvolve, realiza e projeta, dando formas definidas 
aos fatos sociais. A vida interior da PJ revela-se por meio das 
decisões dos órgãos diretores. Ao exercer a atividade exterior, 
como a aquisição de bens, empréstimos, etc, a pessoa age 
como PJ.
REQUISITOS PARA CONSTITUIÇÃO DA PJ
 3 REQUISITOS: A) vontade humano criadora (intenção de criar uma entidade distinta da 
de seus membros); B) Observância das condições legais (instrumento particular ou 
público, registro e autorização ou aprovação do Governo) e C) liceidade dos seus 
objetivos – objetivo ilícito ou nocivo constituem causa de extinção da PJ, CC art. 69.
 VONTADE HUMANA – materializa-se no ato de constituição (estatuto – associações: sem 
fins lucrativos – contrato social: sociedades simples ou empresárias, antigamente 
chamadas de civis e comerciais; e, escritura pública ou testamento: fundações – CC art. 
62;
 o animus de constituir um corpo social diferente dos membros integrantes é 
fundamental. Existe uma pluralidade inicial de membros que, por sua vontade, se 
transforma numa unidade, na PJ que passará a existir como ente autônomo. O momento 
em que passa a existir o vínculo de unidade caracteriza o momento da constituição da 
PJ.
 Existe diferença fundamental entre a constituição das PJ de direito público e de direito 
privado. As PJ de direito público tem no Estado sua posição mais elevada.
 As PJ de direito público de caráter fundamental, como o próprio Estado, iniciam-se em 
razão de suporte histórico, de criação constitucional, surgindo como que 
espontaneamente da necessidade social de soberania de um Estado em face de outro. O 
conceito criativo dá-se por um processo diferente, da gênese da PJ de direito privado.
 O 2º requisito: observância das determinações legais. É a 
lei que diz a quais requisitos a vontade preexistente deve 
obedecer, se tal manifestação pode ser efetivada por 
documento particular ou se será exigido o documento 
público. É a lei que estipula que determinadas PJ, para 
certas finalidades,só podem existir mediante prévia 
autorização do Estado. É a lei que regulamenta a inscrição 
no Registro Público, como condição de existência legal da 
PJ. É pois, por força da lei que aquela vontade se 
materializa definitivamente num corpo coletivo.
 O 3º requisito: a atividade do novo ente deve dirigir-se a 
um fim lícito. Não se adapta à ordem jurídica a criação de 
uma pessoa que não tenha finalidade lícita. Não pode a 
ordem jurídica admitir que uma figura criada com sua 
autorização atente contra ela mesma.
ATO CONSTITUTIVO E SEU REGISTRO
 Materialização da vontade humana criadora;
 Deve ser levado a registro, para dar inicio da existência legal da PJ – CC art. 
45
 Antes do registro não passa de sociedade de fato ou sociedade não 
personificada;
 O registro do contrato social de uma sociedade empresária faz-se na junta 
comercial. Os estatutos e os atos constitutivos das demais pessoas jurídicas 
de direito privado são registrados no Cartório de Registro Civil das PJ CC art. 
1150 e LRP art. 114 e s.; Sociedades de advogados só podem ser registrados 
na OAB – EAOAB, art. 15 e 16, §3º. Algumas PJ precisam de autorização ou 
aprovação do Poder Executivo – CC art. 45, como as seguradoras, as 
instituições financeiras, as administradoras de consórcio etc. E o 
cancelamento do registro da PJ nos casos de dissolução ou cassação de 
autorização para funcionamento, não se promove, mediante averbação, no 
instante em que é dissolvida, mas depois de encerrada sua liquidação-art. 51
A capacidade e representação da PJ
 A capacidade decorre da personalidade atribuída à pessoa. 
 Os poderes da PJ estão delimitados nos atos constitutivos em seu ordenamento interno –
contrato social, estatutos, bem como delimitados pela lei, (estatutos não podem contrariar 
normas cogentes, quando a atuação de determinadas PJ é autorizada ou fiscalizada pelo 
estado). 
 Uma vez registrada a PJ, o direito permite atuar no mundo jurídico, a capacidade que se 
estende por todos os campos do Direito e em todas as atividades compatíveis com a PJ.
 A PJ tem sua esfera de atuação ampla, não se limitando sua atividade à esfera patrimonial. 
Ao surgir, a PJ recebe denominação, domicilio e nacionalidade todos os atributos da 
personalidade.
 A PJ goza de direitos patrimoniais – pode ser proprietário, usufrutuário, etc, de direitos 
obrigacionais – contratar e direitos sucessórios, já que pode adquirir causa mortis.
 Representação: as PJ são representada ativa e passivamente nos atos judiciais(art. 12,VII 
CPC) e extrajudiciais, por quem os respectivos estatutos designarem, ou, não o 
designando, pelos seus diretores. O art. 48: se a PJ tiver administração coletiva, as 
decisões se tomarão por maioria de votos, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo 
diverso.
 A base jurídica: será sempre o ato constitutivo, seus estatutos ou contrato social.
 Os entes públicos: isto é: União, estados e território, serão representados por seus 
procuradores, e o Município pelo prefeito ou procurador. 
CLASSIFICAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA
 Divide-se:
a) Quanto a nacionalidade: em nacional e estrangeira
b) Quanto à estrutura interna, em corporação (universitas
personarum: conjunto ou reunião de pessoas) e fundação
(universitas bonorum: reunião de bens). O que as distingue é que as 
corporações visam à realização de fins internos, estabelecidos pelos 
sócios. Os seus objetivos são voltados para o bem dos seus membros. 
As fundações, tem objetivos externos, estabelecidos pelo instituidor. 
Nas corporações também existe patrimônio, mas é elemento 
secundário, apenas um meio para realização de um fim. Nas 
fundações o patrimônio é elemento essencial.
AS CORPORAÇÕES, dividem-se em associações e sociedades (que podem 
ser simples e empresárias);
As associações não tem fins lucrativos: mas religioso, morais, culturais, 
desportivos ou recreativos – tal qual as fundações.
ASSOCIAÇÕES
 As associações não tem fins lucrativos;
 Finalidade: religioso, morais, culturais, desportivos ou 
recreativos, etc
 Associações especiais - filiados, exigem autorização ou 
pelo menos mais de um registro: Sindicatos (depósito do ato 
constitutivo registrado no cartório de PJ, junto Ministério 
do Trabalho – princípio da unicidade sindical; Partido 
politico: registro também junto ao TSE, cumprir requisitos 
para criação de partidos eleitorais;
 Cooperativas – cooperados - Lei especial – 5764/71; 
 A exclusão de associado, só é admissível havendo justa 
causa, assim reconhecida em procedimento que assegure o 
direito de defesa e de recurso, nos termos do estatuto –
art. 57;
DAS FUNDAÇÕES
 Constituem-se por destinação de bens – são um acervo de bens que recebe personalidade 
jurídica para realizar determinados fins;
 Compõem-se de 2 elementos: o patrimônio e o fim (estabelecido pelo instituidor e não 
lucrativo).
 Somente poderão constituir-se para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência 
(art. 62, parágrafo único). 
 Passa por 4 fases: A) Ato de dotação ou de instituição – reserva de bens livres, com 
indicação dos fins a que se destinam – CC art. 62 – Faz-se por escritura pública ou por 
testamento; B) Elaboração dos estatutos: direta ou própria, pelo instituidor ou 
fiduciária, por pessoa de sua confiança. Se não elabora, nem designa quem faça, o MP 
pode tomar a iniciativa. O MP deve fiscalizar o cumprimento do encargo – CPC art. 1202 
e CC art. 65 e parágrafo único. C) Aprovação do estatuto – encaminhados ao MP para 
aprovação, verifica licitude, se bens são suficientes – 15 dias para aprovar ou indicar 
modificações – juiz pode suprir, modificar ou aprovar, art. 1201 CPC – bens são 
inalienáveis. D) Registro – no cartório de registro das PJ.
 Extinguem-se em 2 casos: a) tornou-se ilícito, impossível ou inútil sua finalidade e b) 
venceu prazo de sua existência. Patrimônio terá destino previsto por instituidor ou 
aplica-se art. 69 – incorporam-se a outra fundação ao patrimônio público. 
SOCIEDADES SIMPLES e EMPRESÁRIAS
 As sociedades simples:
 tem fim econômico e visam lucro (distribuídos entre sócios) –
profissionais de uma mesma área: médicos, advogados, engenheiro, 
dentistas.
 As sociedade empresárias:
 Visam lucro
 Distinguem-se das sociedades simples por tem objeto o exercício de 
atividade própria de empresário sujeito a registro, previsto no art. 
967 do CC, aplicam-se no que couber as disposições concernentes às 
associações – art. 44, §2º;
 Várias espécies: sociedades comandita simples, limitadas, sociedade 
anônimas, comandita por ações...
QUANTO À FUNÇÃO: PJ DE DIREITO 
PRIVADO E DE DIREITO PÚBLICO
 AS DE DIREITO PRIVADO: corporações (associações, sociedade simples e 
empresárias, organizações religiosas, partidos políticos, sindicatos); Fundações 
particulares; Empresas públicas e as de economia mista, são PJ de direito público, 
porém se sujeitam ao regime próprio – CF art. 173, § 1º
 AS PJ DE DIREITO PÚBLICO: dividem-se em:
a) Direito público externo – CC art. 42: as diversas nações, inclusive a Santa Sé, todas as 
pessoas que forem regidas pelo direito internacional público, inclusive organismos 
internacionais, como a ONU, OEA, Unesco, FAO, OIT....
b) Direito Público interno – I- da administração direta (União, Estados, Distrito Federal, 
Território, Municípios e II- da administração indireta (Autarquias, associações públicas, 
fundações públicas e demais entidades de caráter público criadas por lei). São órgãos 
descentralizados, criados por lei, com personalidade própria para o exercício de 
atividade de interesse público.
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE DA PJ
 O ordenamento jurídico confere as PJ personalidade jurídica distinta da 
de seus membros;
 Quando essaregra é utilizada para prejudicar 3ºs – quando a PJ serve de 
“capa” ou “véu” para proteger negócios escusos;
 Surge a teoria da desconsideração da personalidade da PJ – no direito 
anglo-saxão – disregard of the legal entity.
 Permite que o juiz, em caso de fraude e de má-fé, desconsidere o 
princípio de que as PJ têm existência distinta da dos seus membros e os 
efeitos dessa autonomia para atingir e vincular os bens particulares dos 
sócios à satisfação das dívidas da sociedade.
 O CTN no art. 135 e o CDC no art. 28 e seus parágrafos já autorizava a hipótese, 
em caso de abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito 
ou violação dos estatutos ou contrato social, falência, insolvência, encerramento 
da PJ provocado por má administração e sempre que a PJ se constituir num 
obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores.
 O CC art. 50 reprime o uso indevido da personalidade jurídica, 
sempre que houver desvio de seus objetivos socioeconômicos 
para a prática de atos ilícitos, ou abusivos: “Em caso de abuso 
da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de 
finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz 
decidir, a requerimento da parte, ou do MP quando lhe 
couber intervir no processo, que os efeitos de certas e 
determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos 
bens particulares dos administradores ou sócios da PJ”.
 Não se restringe somente aos desvios dos fins estabelecidos no 
contrato social ou nos atos constitutivos, podendo o abuso 
também constituir na confusão entre o patrimônio social e o 
dos sócios ou administradores.
 Os seus efeitos são meramente patrimoniais e sempre relativos 
a obrigações determinadas, pois a PJ não se extingue.
Desconsideração inversa
 A desconsideração inversa ocorre quando é 
afastado o princípio da autonomia patrimonial da 
PJ para responsabilizar a sociedade por obrigação 
do sócio. Ex. 1 cônjuge adquire bem de maior 
valor, registra em nome da PJ sob seu controle, 
para livrá-lo da partilha a ser realizada na ação 
de divórcio.
RESPONSABILIDADE CIVIL DAS PJ
 As PJ em geral, desde que se tornem inadimplentes, respondem 
por perdas e danos – CC art. 389 – responsabilidade contratual;
 As PJ de direito privado respondem extracontratual mente 
pelos atos de seus prepostos, tenham ou não fins lucrativos – CC 
art. 186 e 932, III.
 A responsabilidade civil das PJ de direito público 
passou por diversas fases: a) irresponsabilidade do 
Estado; b) a fase civilista – art. 15 do CC de 1916 que 
responsabilizava a PJ de direito público pelo atos de 
seus representantes, que nessa qualidade causassem 
danos a 3ºs – a vítima tinha que provar culpa ou dolo 
do funcionário – assegurava ação regressiva do Estado 
contra o funcionário; 
 c) fase publicista, a partir da CF de 1946, a 
responsabilidade passou a ser objetiva, na 
modalidade risco administrativo (não do risco 
integral, em que o Estado responde em qualquer 
circunstância). Assim a vítima não tem mais que 
prova culpa ou dolo do funcionário. Mas admite-se a 
inversão do ônus da prova. 
O estado pode se exonerar da obrigação de 
indenizar se provar culpa exclusiva da vítima, força 
maior e fato exclusivo de terceiro. Se houver culpa 
concorrente da vitima a indenização será pela 
metade.
 Art. 37,§6º da CF – ampliou para agentes –
concessionárias, permissionárias...
 O CC art. 43: As PJ de direito público interno são civilmente 
responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem 
danos a 3ºs, ressalvado direito regressivo contra os causadores do 
dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.
 O STF admite a possibilidade de se mover ação contra o servidor, mas 
com base na responsabilidade subjetiva, ou contra ambos, PJ e 
servidor, devendo provar a culpa do servidor;
 Cabe ação contra o Estado mesmo que não se identifique o 
funcionário causador do dano, especialmente nos casos de omissão da 
Administração. Esses casos são chamados de “culpa anônima da 
administração” – ex. enchentes em SP.
DOMICÍLIO DA PJ
 O art. 75 do CC declara que o domicílio da União é o Distrito 
Federal; dos Estados e Territórios, as respectivas capitais; e do 
Município, o lugar onde funcione a administração municipal. O 
das demais PJ, incluindo-se as de direito privado, é o lugar 
onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, 
ou onde elegerem domicílio especial, no seu estatuto ou atos 
constitutivos.
 Tendo a PJ diversos estabelecimentos em lugares diferentes, 
cada um deles será considerado domicílio para os atos nele 
praticados (§1º);
 Se a administração ou diretoria , tiver sede no estrangeiro, 
haver-se-á por domicílio da PJ, no tocante às obrigações 
contraídas por qualquer de suas agências, o lugar do 
estabelecimento no Brasil a que ela corresponder (§2º).
Sociedades não personificadas
 Denominação sob a qual acolheu a sociedade em comum 
(antiga sociedade de fato), considera-se sociedade não 
personificada aquela cujo ato constitutivo ainda não foi 
registrado no órgão competente, ou seja, aquela que não 
possui personalidade jurídica. 
 A sociedade em comum é uma sociedade de fato, que ainda 
não tem seus atos constitutivos registrados comprovados, 
independente de ter ou não contrato escrito. Os sócios, nas 
relações entre si ou com terceiros, somente podem provar a 
existência da sociedade em comum por escrito, mas os 
terceiros podem prová-la de qualquer forma (artigos 986 e 
990). Os artigos 986 a 990 do CC, regula a relação entre os 
sócios da sociedade em comum e entre estes e terceiros, 
estabelecendo que a responsabilidade dos sócios é solidária e 
ilimitada.
 O direito sanciona aquelas sociedades que funcionam de forma 
irregular, sem o devido registro na Junta Comercial, pelo art. 990 
do Código Civil, os sócios de sociedades sem registro responderão 
sempre ilimitadamente pelas obrigações sociais, sendo ineficaz 
eventual cláusula limitativa dessa responsabilidade no contrato 
social; 
 Nesse caso cabe aos sócios representantes da sociedade 
responsabilidade direta e aos demais, responsabilidade 
subsidiaria porem, todos assumem responsabilidade sem limite 
pelas obrigações contraídas em nome da sociedade. 
 A falta de registro da sociedade na Junta Comercial repercute de 
forma negativas no que diz respeito às obrigações tributárias 
acessórias, nas obrigações perante a Seguridade Social e também, 
nas relações com o Poder Público. 
 É necessário que haja personificação das sociedades, obtendo-a 
mediante registro de seus atos constitutivos no órgão 
competente.
EXTINÇÃO DA PJ
 Termina a existência da PJ pelas seguintes causas – CC art. 54, VI, 2ª parte e 
1033 e s.:
a) Convencional – por deliberação dos seus membros, conforme 
quórum previsto nos estatutos ou na lei;
b) Legal – em razão de motivo determinante na lei – art. 1034;
c) Administrativa – quando a PJ depende de aprovação ou 
autorização do Poder Público e praticam atos nocivos ou 
contrários aos seus fins, pode haver provocação de qualquer do 
povo ou do MP;
d) Natural – resulta da morte de seus membros, se não ficou 
estabelecido que prosseguirá com os herdeiros;
e) Judicial – quando se configura algum dos casos de dissolução 
previstos em lei ou no estatuto e a sociedade continua a existir, 
obrigando um dos sócios a ingressar em juízo.

Continue navegando