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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _____ VARA CIVEL DA COMARCA DE FORTALEZA, CE. (FREDERICO), brasileiro, casado, profissão, portador da carteira de identidade nº..., expedida pelo IFP, inscrita no CPF/MF sob nº..., residente na rua (endereço completo), por seu advogado, com endereço profissional na (endereço completo, Fortaleza, CE), para fins do artigo 39, I do Código de Processo Civil, vem a este juízo, propor. AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO Pelo rito ordinário, em face de (GEOVANA), nacionalidade, estado civil, profissão, portador da carteira de identidade nº..., expedida pelo IFP, inscrita no CPF/MF sob nº..., residente na rua (endereço completo, Salvador, BA), pelas razões de fato e de direito que passa a expor. DOS FATOS O autor, recebeu uma ligação de sequestradores pedindo uma quantia em dinheiro no valor de R$ 300.000.00 (trezentos mil reais), para o resgate de sua filha que havia sido sequestrada por eles. No dia 13 de janeiro de 2014, recebeu em sua residência, uma parte do corpo da sequestrada (orelha) e também um bilhete constando a informação de que se não houvesse o pagamento do resgate receberia sua filha sem vida. Desesperado, o autor que só possuía, R$ 220.000.00 (duzentos e vinte mil reais), vendeu para sua prima (ré), seu único bem, uma casa que valia R$ 280.000.00 (duzentos e oitenta mil reais), pelo valor de R$ 80.000.00 (oitenta mil reais), valor visivelmente desproporcional ao correto do imóvel. Ciente da situação desesperadora do primo, a ré em contrato firmou compra do imóvel pelo valor indicado e desproporcional. Ocorre que após 7(sete) dias da celebração do contrato, policiais encontram a filha do autor ainda com vida. Fato que o levou a desistência e anulabilidade do negócio jurídico celebrado pelo autor e ré. DOS FUNDAMENTOS O direito da parte autora encontra amparo fundamentalmente no artigo 157 do Novo Código Civil/2002. Esclarecedor exemplo fornecido por Caio Mario da Silva Pereira: “A necessidade, de que a lei fala, não é a miséria, a insuficiência habitual de meios para promover à subsistência própria ou dos seus. Não é a alternativa entre a fome e o negócio. Deve ser a necessidade contratual. Ainda que o lesado disponha de fortuna, a necessidade se configura na impossibilidade de evitar o contrato. Um indivíduo pode ser milionário. Mas, se num momento dado ele precisa de dinheiro de contado, urgente e insubstituível, e para isto dispõe de um imóvel a baixo preço, a necessidade que o leva a aliená-lo compõe a figura da lesão. (...) A necessidade contratual não decorre da capacidade econômica ou financeira do lesado, mas da circunstância de não poder ele deixar de efetuar o negócio” Logo, fica sustentado que o contrato celebrado pelas partes, deve ser desfeito, pelo fato do defeito caracterizado como lesão, porque por premente necessidade, o autor vendeu por valor inexato sua propriedade para a ré. Além disso, esta sabia do fato ocorrido com a filha do autor. DO PEDIDO Diante do exposto, requer, conforme abaixo: Prioridade no trâmite do processo A citação do Réu; Seja julgado procedente o pedido para anulação do negócio jurídico celebrado. Seja julgado procedente o pedido para condenar o réu aos ônus da sucumbência. DAS PROVAS Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos 332 e seguintes do CPC, em especial documental superveniente, testemunhal, pericial e depoimento pessoal do réu. DO VALOR DA CAUSA Dá–se à causa o valor de R$ 40.000.00 (quarenta mil reais). Pede deferimento. CAMPOS DOS GOYTACAZES, RJ. THAÍS PAES PINTO. OAB
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