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tradução completa e literal da Introdução do livro The Protection Dog (por Helmut Raiser).
INTRODUÇÃO
(Tradução completa e literal)
Nem todos têm o que é necessário para ser professor, e menos ainda têm o que é necessário para ser treinador. Ainda hoje temos um número relativamente pequeno de cães que trabalham de forma confiável em todas as disciplinas. Isso não se deve à capacidade dos cães de realizar as tarefas que lhes são atribuídas, mas muito mais à incapacidade dos condutores. A questão do cão de serviço — ou seja, a questão do uso bem-sucedido de cães a serviço do homem, não apenas como cães farejadores coletando evidências — é, como mencionado anteriormente, muito mais uma questão da qualidade do treinador do que da qualidade do cão.
Se me permitem acrescentar algo a essas grandes palavras, então eu diria que ainda menos pessoas têm o que é necessário para ser ajudante (figurante) do que têm para ser treinador. Portanto, não é de surpreender que no serviço de proteção tenhamos apenas “um número relativamente pequeno de cães que trabalham de forma confiável”, uma vez que o figurante é o principal responsável pelo desenvolvimento do cão no trabalho de proteção. Se considerarmos o fato de que, na maioria dos casos, qualquer voluntário disposto colocará o equipamento de proteção — geralmente o mais forte ou o menos receoso —, então a afirmação acima não é surpreendente. O que é surpreendente é que os cães mordem. Isso provavelmente ocorre porque “o desejo de manter as aparências não é uma emoção exclusivamente humana, mas uma emoção profundamente enraizada nas camadas instintivas da alma, nas quais todos os animais superiores estão intimamente relacionados conosco.”
— V. Stephanitz
Pode-se folhear as palavras escritas pelo pai da raça Pastor Alemão, no entanto, também se pode refletir sobre elas por um tempo. Suas palavras são quase desdenhosas e, na minha opinião, ainda são verdadeiras hoje:
“O segredo da educação e do treinamento reside no reconhecimento e uso adequado dos impulsos já presentes.”
(LORENZ)
Este livro foi escrito para pessoas envolvidas no treinamento de cães de proteção.
Um ajudante deve ser capaz de fazer mais do que apenas lutar — é muito mais importante, por exemplo, que ele seja capaz de ser derrotado. Acima de tudo, ele deve saber quais impulsos inatos ele pode transformar, de maneira útil, no cão, a fim de torná-lo um cão de proteção.
Gostaria de enfatizar neste ponto que o conhecimento teórico por si só não é suficiente para ser um bom ajudante. A experiência prática no adestramento de cães é o segundo pré-requisito absolutamente essencial.
Se tentarmos seguir as palavras de Stephanitz durante o treinamento de proteção, então teremos que reconhecer e utilizar adequadamente as disposições inatas (impulsos): impulso de caça, impulso de defesa, impulso de agressão (luta), comportamento de evitação e capacidade de aprendizado (treinabilidade). Portanto, gostaria de começar explicando esses termos.
Acredito, por outro lado, que a teoria ajuda a prevenir muitos erros na prática, ajuda a ensinar certos objetivos de treinamento de forma mais direta e também facilita o desenvolvimento de novas técnicas na teoria do que apenas através de tentativa e erro. Assim, gostaria de começar discutindo o treinamento de proteção do ponto de vista teórico, a fim de alcançar uma melhor compreensão da parte prática.
CAPÍTULO I
Unidades Inatas Necessárias para o Trabalho de Proteção
A. O Impulso de Caça
O impulso de caça é inato, já está presente no filhote e intensifica-se à medida que o cão amadurece. Este impulso inato está entre aqueles que podem ser modificados por meio de processos de aprendizado, e seu desenvolvimento pode ser promovido ou atrofiado. O impulso de caça está sujeito a estímulos específicos, bem como a ações e exaustões específicas.
Esse impulso pertence ao domínio funcional do comportamento de aquisição de alimentos. Ações como perseguição, táticas de espanto, apontar, capturar ou recuperar, rastrear, seguir rastros e o típico sacudir que os cães fazem enquanto brincam com um trapo — bem como atacar, morder e puxar — enquadram-se na categoria conhecida como comportamento de impulso de caça.
Para compreender o que desencadeia esse comportamento, é necessário observar as ações e movimentos da presa caçada. A presa sempre se afasta do cão, fugindo dele em pânico, e está sempre em movimento. As reações instintivas desencadeadas pelo comportamento da presa são: o cão persegue a presa, ataca, morde e a derruba. Se a mordida for fraca, a presa tentará se libertar e fugir. Se a mordida for firme e forte, os reflexos automáticos da presa entram em ação e ela finge estar morta — ela “desiste”. Assim que o cão afrouxa a mordida, a presa tenta novamente escapar. O cão, então, aperta ainda mais a presa e a sacode até a morte. A presa é então carregada. O impulso de caça é satisfeito porque o objetivo final foi alcançado.
Neste processo, já se pode observar os primeiros padrões comportamentais que podem ser utilizados no treinamento de proteção: expulsar o figurante do esconderijo, persegui-lo, atacá-lo e agarrá-lo, e por fim, sacudir vigorosamente o braço (manga) do figurante — todas ações que são valorizadas por qualquer treinador desses cães.
B. O Impulso de Defesa e o Comportamento de Evitação
O comportamento de defesa pode ser motivado por diversos estímulos, dependendo da sobreposição comportamental em que ele se encontra. Quando no modo de aquisição de alimento, ele pode assumir a forma de guarda ou defesa da presa capturada. O impulso é satisfeito quando o rival apresenta comportamento de evitação. Na função do comportamento sexual, ele se expressa pela guarda de filhotes, outros animais domésticos ou crias. Mais uma vez, o impulso é satisfeito quando o intruso mostra um comportamento de evitação.
Por fim, o impulso pode ser motivado em situações sociais. Nesse caso, serve para estabelecer uma classificação hierárquica com o objetivo de manter certos privilégios — por exemplo, território e espaço pessoal, defesa contra o desconhecido (estranhos) e autodefesa (mordida por medo). O impulso de defesa pertence ao domínio funcional do comportamento agressivo e pode surgir em conjunto com uma variedade de outros comportamentos. Olhares ameaçadores, defesa agressiva e golpes são exemplos típicos de comportamentos defensivos.
O estímulo desencadeador que coloca o cão em comportamento de defesa é geralmente uma ameaça de natureza física ou psicológica ou uma agressão aberta. O objetivo que o cão tenta alcançar através do comportamento de defesa é sempre o mesmo: evitar o comportamento do atacante.
O impulso de defesa não está sujeito à exaustão específica de estímulo ou de ação. Portanto, pode ser ativado à vontade e deve fazer parte do comportamento combativo do cão de proteção. No treinamento de cães de proteção, muitos comportamentos úteis baseiam-se em comportamentos defensivos: por exemplo, o contra-ataque do cão quando ele é ameaçado ou estressado física, mental ou psicologicamente.
Na prática, provocar o comportamento defensivo no cão pode ser feito da seguinte forma: o figurante se aproxima do cão e o ameaça, resultando em um comportamento ameaçador e agressivo por parte do cão (rosnar, latir, morder); o figurante foge; e o cão atinge o objetivo final de seu impulso.
Infelizmente, um cenário como esse raramente se parece com o que foi descrito; na maioria das vezes, é o cão que se afasta — a menos que algo prenda seu interesse e o force a um comportamento defensivo, como a presa, o território doméstico, ou uma situação de “sem saída” quando ele está amarrado (mordida por medo). Isso mostra a relação antagônica entre o impulso de defesa e o comportamento de evitação — ambos desencadeados pelo mesmo estímulo.
2. Comportamento de Evitação
Antes de explorar mais profundamente a relação antagônica entre essas duas disposições inatas — ambas tão cruciais para o treinamento de proteção, mas tão delicadas de manejar — quero primeiro caracterizar brevemente o comportamento de evitação.Os estímulos desencadeadores para ambos (defesa e evitação) são: ameaça de natureza física ou psicológica, ou agressão aberta. O objetivo que o cão tenta alcançar por meio do comportamento de evitação é a segurança física e pessoal — evitar inimigos, danos e ameaças.
Os comportamentos exibidos pelo cão incluem: fugir, afastar-se, encolher-se ou esconder-se. Ele pode interromper qualquer atividade em curso, e se confrontado por um membro de hierarquia superior da espécie, pode demonstrar submissão e comportamento de inferioridade.
O comportamento de evitação pode ser ativado a qualquer momento. Essa é uma das razões pelas quais ele é explorado no treinamento de obediência (treinamento compulsivo).
3. Ameaças e Outros Estímulos Desencadeadores do Comportamento de Defesa
A ameaça manifesta também atua como um estímulo desencadeador. Biologicamente, a ameaça funciona como um mecanismo de limitação contra o adversário e tem por objetivo provocar o comportamento de evitação antes que uma luta física real ocorra.
As duas formas mais proeminentes de comportamento ameaçador são:
1. Aumento da percepção do tamanho corporal, e
2. Exibição de armas.
Cães autoconfiantes com alto limiar sensorial para o estímulo desencadeador de comportamento de evitação (isto é, "coragem") reagem exibindo comportamento de defesa em vez de evitação.
A partir disso, concluímos que agressão aberta e ameaça devem ser usadas apenas em doses cuidadosamente medidas, a fim de provocar comportamento defensivo ao invés de evitação no cão.
Portanto, é importante saber quais ações do figurante são percebidas pelo cão como ameaça ou agressão aberta — e até que ponto o figurante pode aplicar tais ações para induzir o comportamento desejado.
A ameaça também pode se manifestar de outras formas. Por exemplo, um olhar penetrante é uma forma de ameaça. Segundo Konrad Lorenz, a maioria dos animais fisicamente capazes de fixar o olhar com ambos os olhos — como peixes, répteis, aves e mamíferos — fazem isso apenas por um curto período e somente em momentos de extremo estresse. Eles temem o objeto de sua fixação ou têm intenções não muito nobres — ou seja, estão ameaçando.
Outro método para provocar comportamento defensivo é suprimir intencionalmente o gesto de saudação, o que equivale a uma agressão aberta. Podemos observar isso socialmente quando um estranho entra em um grupo sem antes cumprimentar. Ele logo enfrentará comportamento de evitação ou defesa por parte dos membros do grupo. Um cão também deve passar por todo o ritual de saudação antes de ser aceito por uma matilha — daí sua irritação quando um estranho toca a campainha de casa.
Também existe a ameaça de retirada da presa, que pode desencadear comportamento defensivo.
Por fim, a agressão aberta só provoca comportamento de defesa em cães maduros e muito autoconfiantes. Em cães inseguros, ela pode resultar em uma defesa desesperada se não houver possibilidade de fuga — a chamada mordida por medo, ou reação crítica, conforme descrita na ciência comportamental.
4. Direcionando o Comportamento de Defesa e Evitação
Ambos os comportamentos dependem de vários fatores, em especial da idade do cão, já que muitos comportamentos instintivos não estão plenamente maduros até o cão atingir um, dois ou até três anos de idade (ex.: impulso de defesa, disposição para proteger a presa, instinto de guarda, instinto de proteção, etc.).
Influências ambientais e experiências de vida também têm papel importante. A ciência comportamental descobriu que o desejo de proteger o território diminui do centro para a periferia, enquanto a propensão à fuga aumenta na mesma proporção.
No centro do território, o impulso de defesa é tão forte que o cão se mantém firme mesmo sob ataque. Já cães nervosos, que em casa mostram comportamento muito agressivo frente a pequenas ameaças (um “bom cão de guarda”), demonstram comportamento ansioso e evasivo quando em território estranho.
Se nessa situação o cão realmente for ameaçado e não puder fugir, ele reagirá com uma “fuga para frente” — ou seja, com uma mordida de medo.
O fator decisivo sobre qual dos dois comportamentos (defesa ou evitação) prevalecerá é a confiança e o temperamento do cão ameaçado e do ameaçador.
5. Distância Crítica, Distância de Fuga e Distância Individual
Todo animal — especialmente grandes mamíferos — foge de um oponente superior assim que este ultrapassa uma certa distância. A essa distância, o professor Heini Hediger deu o nome de “distância de fuga”. Ela aumenta proporcionalmente ao medo do adversário.
A distância crítica, menor ainda, só é ultrapassada em três casos:
1. Quando o inimigo surpreende o animal,
2. Quando o animal está encurralado e não pode fugir,
3. Quando está defendendo filhotes.
Nesse caso, ocorre uma reação crítica — a forma mais violenta de luta, fortemente motivada pelo medo. É uma “fuga para frente” — um ataque de desespero.
A distância individual é a distância dentro da qual um animal permite que outro membro da espécie se aproxime. Isso varia conforme a familiaridade, o sexo, a situação social ou hormonal. Por exemplo, cadelas com filhotes podem não permitir nem mesmo a aproximação de seus donos durante a amamentação.
Cães dominantes e autoconfiantes frequentemente desestimulam abordagens desajeitadas de estranhos com rosnados — pois o impulso de defesa está estreitamente ligado ao comportamento agressivo.

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