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EFREN DE MOURA FERREIRA FILHO LUIZ CARLOS ALMEIDA DE ANDRADE FONTES AVALIAÇÃO CRÍTICA DOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS EMPREGADOS NO PROJETO E DIMENSIONAMENTO DE DRENOS DE PAVIMENTO RODOVIÁRIO NA AVENIDA DEPUTADO LUIS EDUARDO MAGALHÃES, EM SALVADOR/BAHIA ESTUDO DE CASO Salvador-BA 2010 UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA POLITÉCNICA DEPARTAMENTO DE TRANSPORTES CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PAVIMENTAÇÃO EFREN DE MOURA FERREIRA FILHO LUIZ CARLOS ALMEIDA DE ANDRADE FONTES AVALIAÇÃO CRÍTICA DOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS EMPREGADOS NO PROJETO E DIMENSIONAMENTO DE DRENOS DE PAVIMENTO RODOVIÁRIO NA AVENIDA DEPUTADO LUIS EDUARDO MAGALHÃES, EM SALVADOR/BAHIA ESTUDO DE CASO Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Pavimentação Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia, como requisito para obtenção do título de Especialista Orientador: Eng o Ms ANÍBAL COELHO DA COSTA Co-Orientador: Eng o Ms LUIS EDMUNDO PRADO DE CAMPOS Salvador - BA. 2010 F383 Ferreira Filho, Efren de Moura Avaliação crítica dos procedimentos metodológicos empregados no projeto e dimensionamento de drenos de pavimento rodoviário na Avenida Deputado Luis Eduardo Magalhães, em Salvador-Bahia: estudo de caso / Efren de Moura Ferreira Filho, Luiz Carlos de Andrade Fontes. Salvador, 2010 114 f. : il. color. Orientador: Prof. Dr. Aníbal Coelho da Costa Co-Orientador: Prof. Dr. Luis Eduardo Prado de Campos Monografia (especialização) – Universidade Federal da Bahia. Escola Politécnica, 2010. 1. Drenagem de rodovias. 2. Águas subterrâneas – Escoamento. I. Fontes, Luiz Carlos Almeida de Andrade.II. Costa, Aníbal Coelho da III. Campos, Luis Eduardo Prado de. IV. Universidade Federal da Bahia. V. Título. CDD.: 625.734 EFREN DE MOURA FERREIRA FILHO LUIZ CARLOS ALMEIDA DE ANDRADE FONTES AVALIAÇÃO CRÍTICA DOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS EMPREGADOS NO PROJETO E DIMENSIONAMENTO DE DRENOS DE PAVIMENTO RODOVIÁRIO NA AVENIDA DEPUTADO LUIS EDUARDO MAGALHÃES, EM SALVADOR/BAHIA ESTUDO DE CASO Monografia apresentada como requisito para obtenção do título de Especialista, Escola Politécnica, Universidade Federal da Bahia Aprovada em 23 de Março de 2010. Banca Examinadora . Eng o e Ms Aníbal Coelho da Costa, Orientador Departamento de Infra-Estrutura de Transportes do Estado da Bahia – DERBA Eng o Bruno Jardim da Silva, Examinador Universidade Federal da Bahia - UFBA Eng o e Especialista Marcos Augusto Jabôr, Examinador Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais - DERMG iii DEDICATÓRIA Dedicamos este trabalho primeiramente a Deus; Dedicamos esta monografia a nossa família, pela fé e confiança demonstrada; Aos nossos amigos, pelo apoio incondicional; Aos Professores, pelo simples fato de estarem dispostos a ensinar; Aos Orientadores, pela paciência demonstrada no decorrer do trabalho; Enfim, a todos que de alguma forma tornaram este caminho mais fácil de ser seguido. iv AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar agradecemos a DEUS, por acreditar que a nossa existência pressupõe uma outra infinitamente superior. Nossos sinceros agradecimentos a todos aqueles que de alguma forma doaram um pouco de si para que a conclusão deste trabalho se tornasse possível: As nossas esposas e filhos pelo carinho, companheirismo, por todos os momentos de felicidades, alegrias e principalmente, de dificuldades, pois nas dificuldades é que nos deram forças para crescermos e nos tornarmos melhores; Ao nosso Orientador, Mestre Aníbal Coelho da Costa, pelo apoio e disponibilidade nesta tarefa; Ao Co-Orientador, Mestre Luis Edmundo Prado de Campos, pela presteza, dedicação e generosidade no decorrer do andamento do nosso trabalho; Ao Engenheiro Marcos Augusto Jabôr, por ter despertado nosso interesse pela drenagem das rodovias e pelas excelentes sugestões oferecidas durante os vários momentos de diálogos técnicos, contribuindo sobremaneira para o enriquecimento do nosso trabalho; Ao Engenheiro Aylton Alvarez Garrido, guerreiro de muitas lutas, pelo apoio dado nas informações técnicas sobre drenagem subsuperficial e que nunca mediu esforços para nos ajudar; À Prefeitura Municipal de Salvador/SUCOP, mediante os Engenheiros Antonio Carlos Costa e Juan Gómez Cordero, pelo suporte inicial, permitindo acesso à documentação técnica – AVENIDA DEPUTADO LUIS EDUARDO MAGALHÃES/PROJETO EXECUTIVO – VOLUME 1: Relatório de Projeto, que pode ser localizado na Biblioteca da Superintendência de Urbanização da Capital – SURCAP, bem como para a realização de coleta de material na Avenida Deputado Luis Eduardo Magalhães, mediante permissão para abertura de poço de sondagem e realização de ensaios in situ; v Ao corpo técnico do Laboratório de Geotecnia da Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia, em especial aos Professores Luis Edmundo Prado de Campo e Paulo César Burgos, e aos prestativos e dedicados técnicos Armando José da Silva, Mariana Leite Cunha, José Renato da Silva e José Magno da Silva Sobrinho pelo constante apoio durante as coletas de materiais nas jazidas e na abertura do poço de sondagem, assim como na realização dos ensaios de laboratório, sempre com motivada alegria e disposição; Ao Professor Dr. Sandro Lemos Machado, Coordenador do Laboratório de Geotecnia Ambiental da Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia, que de maneira incondicional ofereceu total apoio para utilização do equipamento Guelph na realização dos ensaios de permeabilidade de campo/interpretação, disponibilizando o técnico Jeová Cirilo da Gama durante todo o procedimento, a quem igualmente registramos nossa gratidão; Aos colegas do DERBA, Engenheiros Ubirajara Manoel de C. Souza e Solange Bastos Costa, pelos ensinamentos e esforço colaborativo para que fosse possível a realização dos ensaios de laboratório, bem como ao grande Laboratorista Pedro Alcântara, pela prontidão em nos ajudar na realização dos ensaios. Ao Coordenador do Curso de Pavimentação/Departamento de Transportes da Escola Politécnica/UFBA, Prof. MC Élio Santana Fontes, pelas constantes cobranças e incentivo para a elaboração deste trabalho monográfico; Aos funcionários do Núcleo de Serviços Tecnológicos da Escola Politécnica/UFBA pelo sempre gentil atendimento aos alunos do Curso de Pavimentação, em especial à Secretaria Reijane SilvaGomes; Aos colegas do Departamento de Transportes da Escola Politécnica/UFBA e do Departamento de Ciências Exatas e da Terra – Campus I da Universidade do Estado da Bahia pelo apoio à qualificação do docente Luiz Carlos Almeida de Andrade Fontes, bem como à Escola Média de Agropecuária Regional da CEPLAC, pela liberação e apoio à qualificação do docente Efren de Moura Ferreira Filho; E, por fim, agradecemos, a todos que, de forma indireta, contribuíram para a realização do nosso trabalho monográfico, principalmente nos diversos momentos em que vi surgiram dificuldades na sua execução, destacando-se de modo especial à generosa e não amplamente reconhecida sociedade brasileira de rostos anônimos que continua a patrocinar a evolução intelectual e profissional dos autores, servidores públicos com imensa honra desta condição, mediante instituições de ensino públicas e gratuitas. vii “Se tens que lidar com água, consulte primeiro a experiência, depois a razão”. Leonardo da Vinci viii SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS............................................................................................................xii LISTA DE CROQUIS...........................................................................................................xv LISTA DE QUADROS.........................................................................................................xvi LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS.........................................................................xvii LISTA DE SÍMBOLOS .......................................................................................................xix RESUMO.............................................................................................................................xxiii ABSTRACT........................................................................................................................ xxiv CAPITULO 1 (A PESQUISA) 1 INTRODUCÃO......................................................................................................................1 1.1 IMPORTÂNCIA DA PESQUISA.....................................................................................2 1.1.1 Objetivos da Pesquisa.............................................................................................4 1.1.1.1 Objetivo Geral...............................................................................................4 1.1.1.2 Objetivos Específicos....................................................................................4 1.2 CARACTERÍSTICAS DO EMPREEDIMENTO RODOVIÁRIO URBANO.................5 1.2.1 Localização e Descrição..........................................................................................5 1.2.2 Estudos de Engenharia Realizados........................................................................7 1.2.2.1 Estudos Geotécnicos e Geológicos...............................................................8 1.2.2.2 Estudos Hidrológicos....................................................................................9 1.2.3 Projetos de Engenharia Elaborados....................................................................13 1.2.3.1 Projeto de Drenagem...................................................................................14 1.2.3.2 Projeto de Pavimentação.............................................................................16 1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO MONOGRÁFICO.......................................... ...........19 ix CAPITULO 2 (REVISÃO BIBLIOGRÁFICA) 2 REVISÃO DA LITERATURA........................................................................................20 2.1 ESTADO DA ARTE:visão panorâmica.......................................................................20 2.2 EFEITOS DELETÉRIOS DA PRESENÇA DA ÁGUA..............................................23 2.2.1 Origem da Água nos Pavimentos......................................................................26 2.2.1.1 Infiltração.................................................................................................26 2.2.1.2 Capilaridade.............................................................................................30 2.3 O MOVIMENTO DA ÁGUA EM MEIOS POROSOS...............................................30 2.3.1 Movimento da Água Livre nos Pavimentos e seus Efeitos......... ...................31 2.3.1.1 Análise dos Defeitos mais Preponderantes Devido a Movimentação da Água Livre...............................................................................................33 2.4 CONCEPÇÕES DE PROJETOS DE DRENAGEM SUBSUPERFICIAL..................37 2.4.1 Aspectos Conceituais Envolvidos na Teoria Hidrodinâmica nos Meios Porosos................................................................................................................39 2.4.1.1 Componentes do Sistema.........................................................................40 2.4.1.1.1 Camada Drenante.................................................................................40 2.4.1.1.2 Drenos Rasos Longitudinais.................................................................45 2.4.1.1.3 Saídas Laterais dos Drenos..................................................................48 2.5 CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO...................................................................49 2.5.1 Estimativa da Infiltração de Projeto: volume de água que infiltra na estrutu ra..........................................................................................................................49 2.5.1.1 Método de Cedergren...............................................................................49 2.5.1.2 Método da AASHTO/FHWA.................................................................. 50 2.5.2 Dimensionamento Hidráulico da Camada Drenante......................................51 2.5.3 Dimensionamento dos drenos longitudinais subsuperficiais coletores, incluindo a definição do espaçamento entre as saídas de água.................... 52 2.5.4 Vazão de projeto.................................................................................................52 2.6 RELAÇÕES ENTRE O SISTEMA DE DRENAGEM SUBSUPERFICIAL E A DRENAGEM DE PAVIMENTO DO PONTO DE VISTA DO DIMENSIONA MENTO........................................................................................................................ 55 2.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................55 x CAPITULO 3 (ASPECTOS METODOLÓGICOS) 3 PROCEDIMENTOS E METODOLOGIA EXPERIMENTAL...................................57 3.1 ESTUDO E CARACTERIZAÇÃO DOS MATERIAISUTILIZADOS NA CONS TRUÇÃO DO CORPO ESTRADAL E NOS DRENOS RASOS LONGITUDI NAIS............................................................................................................................ 65 3.1.1 Laboratório de Geotecnia/UFBA......................................................................65 3.1.2 Laboratório de Geotecnia Ambiental/UFBA...................................................68 3.1.3 Laboratório do Departamento de Infra-Estrutura do Estado da Bahia/ DERBA................................................................................................................69 3.2 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE PARCIAL DOS RESULTADOS............................69 CAPITULO 4 (MODELAGEM TEÓRICA) 4 MODELAGEM TEÓRICA PARA A ELABORAÇÃO DO PROJETO E DIMEN SIONAMENTO DOS DRENOS RASOS LONGITUDINAIS......................................74 4.1 TÓPICOS TEÓRICOS ESSENCIAIS..........................................................................75 4.2 BASE DRENANTE......................................................................................................76 4.2.1 Objetivo e características das bases drenantes................................................76 4.2.2 Dimensionamento hidráulico: considerações iniciais sobre o modelo teórico..77 4.2.3 Determinação da quantidade de água a drenar...............................................78 4.2.4 Determinação da espessura da camada de base drenante..............................79 4.2.5 Determinação do valor do gradiente hidráulico..............................................80 4.2.6 Dimensionamento dos drenos rasos longitudinais...........................................82 4.2.7 Dimensionamento das saídas de água para o deságüe (sangria) ...................86 4.2.8 Verificação do tempo máximo de permanência da água livre no interior da camada de base drenante............................................................................. 87 CAPITULO 5 (APLICAÇÃO NUMÉRICA DA MODELAGEM TEÓRICA) 5 DRENAGEM SUBSUPERFICIAL NA AVENIDA DEPUTADO LUIS EDUARDO MAGALHÃES...................................................................................................................89 5.1 DESCRIÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM SUBSUPERFICIAL NO ESTUDO MONOGRÁFICO.........................................................................................................89 5.2 APLICAÇÃO NUMÉRICA USANDO A MODELAGEM TEÓRICA DESEN VOLVIDA.....................................................................................................................92 5.2.1 Avaliação da infiltração de projeto (Ip)...........................................................92 xi 5.2.2 Dimensionamento da camada drenante...........................................................93 5.2.3 Determinação da espessura da camada de base drenante..............................94 5.2.3.1 Comentário..............................................................................................95 5.2.4 Dimensionamento dos drenos rasos longitudinais...........................................95 5.2.5 Dimensionamento das saídas de água para o deságüe (sangria)....................96 5.2.6 Verificação do tempo máximo de permanência da água livre no interior da camada de base drenante..............................................................................97 5.2.6.1 Comentário 1............................................................................................98 5.2.6.2 Comentário 2..........................................................................................101 5.2.6.3 Comentário 3..........................................................................................102 CAPITULO 6 (CONSIDERAÇÕES FINAIS E SUGESTÕES)...................................... 104 REFERÊNCIAS....................................................................................................................113 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA......................................................................................116 APÊNDICES ........................................................................................................................117 xii LISTA DE FIGURAS Figura 1.1 Traçado de vale da Avenida Deputado Luis Eduardo Magalhães . . . . . . . . Figura 1.2 Via urbana caracterizada por tráfego rápido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Figura 1.3 Via urbana com duas pistas de tráfego . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Figura 1.4 Limites extremos da Avenida: à esquerda - Viaduto da BR 324; à direita – Avenida Luís Viana Filho (“Avenida Paralela”) . . . . . . . . . Figura 1.5 Entrada d’água (“boca de lobo”) . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... Figura 1.6 Valeta de pé de corte-descida d’água da crista de corte . . . . . . . . . . . . . . . . Figura 1.7 Posicionamento do dreno longitudinal junto ao meio fio . . . . . . . . . . . . . . Figura 1.8 Detalhes do dreno do pavimento - dimensões e constituição . . . . . . . . . . . . Figura 1.9 Detalhes da saída do dreno de pavimento Figura 1.10 Revestimento em CAUQ apresentando ótimas características superficiais Figura 1.11 Condições do revestimento asfáltico no trecho do túnel Figura 1.12 Seção transversal típica de projeto do pavimento Figura 2.1 Superfície de pavimento asfáltico com trincamento excessivo (Azevedo, 2007) Figura 2.2 Superfície do CCP trincada (Azevedo, 2007) Figura 2.3 Ação da água livre em pavimentos asfálticos (Azevedo, 2007) Figura 2.4 Efeitos do bombeamento em pavimentos de CCP (Azevedo, 2007) Figura 2.5 Esquema do sistema de drenagem subsuperficial (Azevedo, 2007) Figura 2.6 Posicionamento recomendado para a camada drenante em pavimentos rurais (Pereira, 2003) Figura 2.7 Posicionamento recomendado para a camada drenante em pavimentos urbanos (Pereira, 2008) xiii Figura 3.1 Areal explorado comercialmente pela empresa OTOMAR MINERAÇÃO Figura 3.2 Coleta de amostras representativas na “Jazida de Arenoso – Aratu” Figura 3.3 Amostragem de material na “Jazida de Arenoso – Parafuso” Figura 3.4 Pedreira Civil – à esquerda: figura parcial da jazida; à direita: coleta de amostras representativas de agregados pétreos Figura 3.5 Coleta de material solo utilizado durante a terraplanagem para construção de terreno de fundação do pavimento (subleito) Figura 3.6 Marcação na superfície do pavimento da localização do poço de sondagem Figura 3.7 Execução da abertura do poço de sondagem Figura 3.8 Amostragem do revestimento em CAUQ Figura 3.9 Amostragem da camada de base (Brita graduada) Figura 3.10 Amostragem da camada de sub-base (areia) Figura 3.11 Amostragem da camada drenante (colchão de areia) Figura 3.12 Amostragem do subleito Figura 3.13 Medida da permeabilidade da camada de base (BG) Figura 3.14 Topo da camada de sub-base (areia – Foto à esquerda) e a medida de sua permeabilidade (Foto à direita) Figura 3.15 Topo da camada do subleito (Foto à esquerda) e a abertura da camada para medida de sua espessura e da permeabilidade Figura 3.16 Medida da permeabilidade da camada drenante ⁄subleito Figura 4.1 Posicionamento recomendado para a camada drenante em pavimentos tipicamente urbano (Pereira, 2008) Figura 4.2 Modeloteórico–geométrico para o escoamento da camada de base drenante Figura 4.3 Parcela de contribuição da vazão da camada de base drenante para o dreno longitudinal (QR) Figura 4.4 Detalhe geométrico-hidráulico da vazão unitária (QR) xiv Figura 5.1 Vista panorâmica da área de investigação Figura 5.2 Localização da abertura do poço de sondagem, posicionado lateralmente ao dreno longitudinal existente sob o passeio Figura 5.3 Detalhes do dreno raso longitudinal, conforme projetado Figura 5.4 Detalhe do dreno raso longitudinal após abertura do poço de sondagem Figura 5.5 Localização do dreno raso longitudinal no trecho investigado e do poço de sondagem executado na via (Estaca 439+0,00) Figura 5.6 Sugestão para o novo posicionamento altimétrico do dreno raso longitudinal xv LISTA DE CROQUIS Croquis 1 Localização do “Areal Otomar” Croquis 2 Localização da “Jazida de Arenoso – Aratu” Croquis 3 Localização da “Jazida de Arenoso – Parafuso” Croquis 4 Localização da Pedreira Civil xvi LISTA DE QUADROS Quadro 2.1 Banco de dados e segmentos rodoviários analisados (Wyatt e Macari, 2000) Quadro 2.2 Coeficientes de permeabilidade (Pinto, C.S.,2000) Quadro 3.1 Quadro informativo das amostras de materiais coletados nas jazidas Quadro 3.2 Quadro informativo das amostras coletadas no corpo do pavimento em estudo Quadro 3.3 ensaios de permeabilidade executados no laboratório com as amostras coletadas na Pedreira Civil Quadro 3.4 ensaio de permeabilidade executado no laboratório com a amostra coletada na camada de base do pavimento em estudo Quadro 3.5 ensaios de permeabilidade executados no campo (Permeâmetro tipo Guelph) na camada de base do pavimento em estudo Quadro 3.6 ensaio de permeabilidade executado no laboratório com amostra coletada na jazida, cujo material foi empregado na construção da camada de sub-base do pavimento em estudo Quadro 3.7 ensaio de permeabilidade executado no laboratório com amostra coletada no talude de corte, cujo material foi empregado na construção da camada de subleito do pavimento em estudo Quadro 3.8 ensaio de permeabilidade executado no laboratório com amostra coletada na camada de sub-base do pavimento em estudo Quadro 3.9 ensaio de permeabilidade executado no laboratório com amostra coletada na camada de subleito do pavimento em estudo Quadro 3.10 ensaios de permeabilidade executados no campo (permeâmetro tipo Guelph) na camada de sub-base e na camada drenante/subleito do pavimento em estudo xvii Quadro 3.11 ensaio de permeabilidade executado no laboratório com a amostra coletada nas jazidas de “Arenoso” Quadro 5.1 Valores comerciais para canalizações da marca Kanaflex Quadro 5.2 Resultados dos cálculos do dimensionamento com emprego de planilha eletrônica xviii LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AASHTO - American Association of State Highway and Transportation Officials BR - Rodovia Federal BG - Brita Graduada CAUQ - Concreto Asfáltico Usinado a Quente CBR - California Bearing Ratio CBUQ - Concreto Betuminoso Usinado a Quente CCP - Concreto de Cimento Portland CONDER - Companhia de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Salvador DERBA - Departamento de Infra-Estrutura de Transportes da Bahia DNER - Departamento Nacional de Estradas de Rodagem DNIT - Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes DRIP - Drainage Requirements for Pavements FHWA - Federal Highway Administration GEPES - Gerência de Pesquisas e Desenvolvimento HRB - Higway Research Board ISC - Índice de Suporte Califórnia IG - Índice de Grupo IP - Índice de Plasticidade IS - Índice de Suporte LL - Limite de Liquidez LP - Limite de Plasticidade ME - Método de Ensaio PRA - Public Road Administration RMS - Região Metropolitana de Salvador SICAR - Sistema Cartográfico da Região Metropolitana de Salvador SPT - Serviço de Pesquisa Tecnológica SURCAP - Superintendência de Urbanização da Capital xix SUCOP - Superintendência de Conservação e Obras Públicas TRB - Transportation Research Board UFBA - Universidade Federal da Bahia USA - United States of America USACE - United States Army Corps of Engineers xx LISTA DE SÍMBOLOS tC - Tempo de concentração, em horas; L - Comprimento do talvegue, em quilômetro; H - Diferença de nível entre o ponto mais afastado da bacia e o ponto do talvegue considerado, em metros; I - Intensidade da chuva crítica, em litros por segundo por hectare; TR - Tempo de recorrência, em ano; tc - Tempo de duração da chuva, considerado igual ao tempo de concentração da bacia contribuinte, em minuto; Q - Vazão, em litros por segundo; C - Coeficiente de deflúvio superficial; A - Área da bacia contribuinte, em hectare; CD - Coeficiente de distribuição da chuva, para área com valor superior a 20 hectares Q - Vazão (m³/s); k - Coeficiente de permeabilidade (m/s); i - Gradiente hidráulico (m/m); A - Área da seção transversal normal à direção do fluxo hidráulico (m 2 ); V - Velocidade de percolação da água (m/s); L - Distância percolada pela água (m); ∆H - Carga hidráulica (m); n - Porosidade; e - Índice de vazios; k - Permeabilidade, em cm/s; ρ - “Densidade” do material (massa específica aparente); ρS - Massa específica real dos grãos ≈ 2,68 g/cm³ (valor médio); D10 - Diâmetro efetivo 10% correspondente a passando na peneira (mm); P200- Porcentagem de finos (material que passa na peneira n o 200); Q - Vazão de infiltração numa faixa de largura de 1 m, em cm³/s; xxi D - Comprimento da trajetória percorrida pela água na camada drenante, em m Ip - Infiltração do projeto, em cm/s; L - Largura da plataforma, em m; α - Declividade longitudinal da pista, em m/m; Eef - Espessura efetiva da camada drenante, em cm; D15 - Tamanho dos grãos correspondente a 15 % de material passando na peneira; D85 - Tamanho dos grãos correspondentea 85 % de material passando na peneira; D50 - Tamanho dos grãos correspondente a 50 % de material passando na peneira; qi - Vazão de infiltração, m³/dia/m²; C - Coeficiente de infiltração; R - Precipitação de projeto, em mm/h; F - Fator de conversão, igual a 0,24 para mm/h; Ic - Razão de infiltração através das juntas/trincas, em m³/dia/m; Nc - Número de trincas longitudinais; Wc - Comprimento das juntas/trincas transversais, em m; W - Largura da base permeável, em m; Cs - Espaçamento das juntas/trincas transversais, em m; kp - Permeabilidade da estrutura de pavimento, em m/dia; qd - Vazão de projeto, em m³/dia/m; H - Espessura da base, em m; Ne - Porosidade efetiva; U - Porcentagem de drenagem; td - Tempo de drenagem, em h; k - Coeficiente de permeabilidade, em m/dia; ß - Declividade transversal da pista, em m/m; Vs - Velocidade de percolação através dos vazios, em m/dia; k - Coeficiente de permeabilidade, em m/dia; V - Velocidade de descarga, em m/dia; Ip - Intensidade pluviométrica de projeto (m/s); C - Taxa de infiltração para a camada de revestimento; A - Área da superfície do revestimento asfáltico com geometria retangular (m²); Qp - Vazão de infiltração (m³/dia); xxii Ip - Intensidade pluviométrica de projeto (m/h); D - Comprimento horizontal da faixa de penetração das águas pluviais (m); E - Espessura da camada de base drenante (m); α - Declividade longitudinal da via no trecho considerado (m/m); β - Declividade transversal da via no trecho considerado (m/m); L - Largura teórica da faixa de infiltração das águas de chuva na superfície do revestimento asfáltico (m); D - Comprimento horizontal da faixa de penetração das águas pluviais, que corresponde à projeção horizontal da reta de maior declive (m); X - Projeção horizontal da reta de maior declive sobre um plano vertical passando pelo eixo do dreno raso longitudinal (m); A - Ponto localizado no nível inferior da camada de base drenante; B - Ponto localizado no nível de fluxo da camada de base drenante sobre o dreno raso longitudinal; C - Ponto localizado no nível de fluxo da camada de base drenante sobre o dreno raso longitudinal; h - Diferença de nível entre os pontos considerados A, B e C; C - Coeficiente de rugosidade das paredes internas do tubo; D - Diâmetro interno do tubo (m); I - Declividade longitudinal do dreno (m/m); V - Velocidade de escoamento (m/s); RH - Raio hidráulico (m); γ - Coeficiente de rugosidade das paredes internas do tubo; A - Área correspondente à da seção molhada no sentido perpendicular ao fluxo (m 2 ); QR - Parcela da contribuição oriunda da camada de base drenante que irá fluir para o dreno raso longitudinal (m 3 /s/m), denominada de vazão unitária; L - Largura teórica da faixa de infiltração das águas de chuva na superfície do revestimento asfáltico; Vd - Velocidade média da água através da área total da seção transversal com largura unitária (velocidade de descarga); VS - Velocidade média da água escoando através dos poros contidos na seção transversal com largura unitária; xxiii T - Tempo máximo permissível de drenagem I - Intensidade da chuva crítica, em litros por segundo por hectare; TR - Tempo de recorrência, em ano; tc - Tempo de duração da chuva, considerando igual ao tempo de concentração da bacia contribuinte, em minuto; Q - Vazão (m 3 /dia) que penetra no pavimento através do revestimento; C - Taxa de infiltração para a camada de revestimento; IP - Intensidade pluviométrica de projeto (m/h); D - Comprimento horizontal da faixa de penetração das águas pluviais (m); e - Índice de vazios; T - Tempo gasto pelas partículas de água que percolam através do pavimento para atingir os drenos longitudinais coletores; TR - Tempo de recorrência, em ano; qi - Índice Infiltração do Projeto; IC - Índice Infiltração de Trincas; Nc- Número de trincas, em juntas longitudinais, que permitem a entrada d’água xxiv RESUMO Tem-se verificado na elaboração do Projeto Executivo de Engenharia Rodoviária que a drenagem do corpo do pavimento, na maioria das vezes, é considerada sem uma estreita observância técnica com a concepção da estrutura do pavimento, portanto, sendo relegada em segundo plano, dando ênfase somente na metodologia de dimensionamento de pavimento, não envolvendo em seu projeto estrutural outras variáveis que podem afetar a sua vida útil de serventia quando sob a ação interativa do tráfego e de condições ambientais. Observa-se elevado grau de deterioração superficial em grande parte da malha rodoviária brasileira, causada pela ação de tráfego intenso e pesado, fator este associado à quase inexistência de manutenção preventiva, favorecendo para a ocorrência de danos na estrutura do pavimento associados aos efeitos promovidos pela infiltração de águas livres decorrentes das chuvas que circulam pelas trincas da capa de rolamento. Diante do exposto, este trabalho monográfico, na modalidade de Estudo de Caso, estabelece uma análise crítica dos procedimentos metodológicos empregados no projeto e dimensionamento de drenos de pavimento rodoviário executado em determinado trecho da Avenida Deputado Luis Eduardo Magalhães, pertencente à malha viária do Município de Salvador – Bahia. Analisa a influência das condições de drenagem subsuperficial no desempenho de sua funcionalidade. Procurou-se estabelecer avaliação crítica dos procedimentos metodológicos comumente empregados na prática profissional da engenharia para a elaboração do projeto e dimensionamento de drenos de pavimentos rodoviários (diretrizes contidas no Manual de Drenagem Rodoviária/DNIT) com orientações firmadas nos fundamentos da teoria hidráulica do fluxo de água em meios porosos. Realizou, além da abordagem teórica, medidas experimentais de laboratório/campo, tais como granulometria, massa específica real dos grãos, permeabilidade, etc., cujos ensaios foram executados com amostras representativas dos materiais empregados na construção dos elementos drenantes e também nas diversas camadas do pavimento. Verificou-se que a função hidráulica essencial do sistema de drenagem subsuperficial para proteger o pavimento não terá eficácia, pois a água livre de infiltração ficará confinada no corpo do pavimento. Detectou-se que, apesar da implantação do sistema de drenagem subsuperficial (camada drenante, drenos rasos longitudinais e saídas d’água (sangrias)) na via urbana, objeto deste estudo de caso, poderá ocorrer acentuada evolução no aparecimento de sinais deletérios no pavimento após o estágioinicial de ocorrências de fissuras superficiais, favorecendo a infiltração das águas de chuva que circularão livremente na interface das camadas superficiais, resultando na combinação de efeitos da ação do tráfego, intenso e pesado, com a presença da água livre infiltrada e confinada, em decorrência da incapacidade de adequado funcionamento hidráulico do sistema de drenagem executado no corpo do pavimento. Palavras Chave: Drenagem, Drenagem Subsuperficial de Pavimento, Drenos Rasos Longitudinais. xxv ABSTRACT There has been observed that less attention has been given subdrainage the body of the pavement in the development of the Project Executive of the Road Engineering, most of the time, is considered without close technical compliance with the design of the structure of the pavement, thus being relegated in the backgroud, emphasining only the methodology pavement design, not involving in this structural design for other variables that may affect their life of usefulness when under the influence of interactive traffic and emvirements conditions. Observed a high degree of surface deterioration in much of the road network in Brazil, caused by the intensive traffic and heavy, a factor associated to almost complete lack of preventive maintenance, favoring the occurence os damage to the structure of the pavement associated with the effects promoted the infiltration of free water from the rains that circulate through the broken skin surface. From this fact, this monograph work, in the form of Case Study, provides a critical analysis of the methodological procedures employed in the design and dimensioning of subdrainage of pavement over portion of Avenue Congressman Luis Eduardo Magalhães, belonging to the road network in the city of Salvador-Bahia. Analyses the influence the subsurface drainage conditions on the performance of this functionality. Sought to establish critical evaluation of methodological procedures commonly employed in the professional practice of engineering project design and dimensioning of subsurface drains of pavements (guidelines contained in the Highway Drain Manual/DNIT), wedged in the fundamentals of hydraulic theory of water flow in media porous. Performed in addition to the theoretical approach, experimental measurements of laboratory/field, such as particle size, real density grain, permeability, etc., whose trials were onducted with representative samples of he materials used to construct the draining elements and with the various layers of pavement. It was found that the essential function of the hydraulic system the subsurface drainage to protec the floor will not be substantiated in the body of the pavement. It turned out that, despite the implementation of subsurface drainage system (drainage layer, shallow longitudinal drains and water outlets (bleeds)) towards urban, object of thes case study, there may be significant changes in the occurrence of surface cracks, encouragins the infiltration of rain water that will circulate freely in the interface to the suface courses, resulting from the combined effects of the action of traffic, intensive and heavy, with the presence of free water infiltred and contained due to the inability proper functioning of the hydraulic system of drainage carried the body of the pavement. Kaywords: drainage, subdrainage of pavement, subsurface longitudinal drains. CAPÍTULO 1 A PESQUISA 1 INTRODUÇÃO Apresentam-se, a partir de informações coletadas no Projeto Executivo de Engenharia sobre a via urbana Deputado Luis Eduardo Magalhães, pertencente à malha rodoviária do Município de Salvador - Bahia, da coleta de amostras representativas em jazidas dos diversos materiais empregados na construção desse empreendimento, assim como de amostragem executada in loco, mediante abertura de poço de sondagem e coleta dos materiais constituintes das diversas camadas estruturantes do pavimento rodoviário e dos resultados de ensaios realizados em laboratório e no campo, as considerações técnicas e filosóficas sobre a pesquisa desenvolvida, intitulada Avaliação Crítica dos Procedimentos Metodológicos Empregados no Projeto e Dimensionamento de Drenos de Pavimento Rodoviário na Avenida Deputado Luis Eduardo Magalhães, em Salvador/Bahia - ESTUDO DE CASO. Procurou-se estabelecer avaliação crítica dos procedimentos metodológicos comumente empregados na prática profissional da engenharia para a elaboração do projeto e dimensionamento de drenos de pavimentos rodoviários (diretrizes contidas no Manual de Drenagem de Rodovias/DNIT, 1990, 2006, e no documento intitulado Álbum de Projeto-Tipo de Dispositivos de Drenagem/DNIT, 2006) com orientações firmadas nos fundamentos da Teoria do Fluxo Hidrodinâmico em Meios Poroso – Lei de Darcy. Os resultados alcançados confirmam a imperiosa necessidade de fundamentar a elaboração do projeto e dimensionamento de drenos de pavimento, desde a sua concepção filosófica finalística e posterior dimensionamento estruturalmente vinculado coma Teoria do Fluxo de Água em Meios Porosos (Lei de Darcy), realização de medidas experimentais em laboratório e campo sobre as propriedades físicas, mecânicas e hidráulicas dos materiais constituintes das camadas estruturais do pavimento e dos drenos, especialmente medidas de permeabilidade e durabilidade de agregados, lastreadas na experiência do projetista de 2 drenagem rodoviária rural e urbana. Destaca-se também a importância extrema da conjugação de concepção do sistema de drenagem rodoviária e seu adequado dimensionamento com o projeto e dimensionamento da estrutura do pavimento e seus materiais constituintes, sob pena de inviabilizar a funcionalidade hidráulica do sistema de drenagem implantado para atendimento, principalmente, no intervalo de tempo entre o momento que cessou a precipitação pluviométrica e a total saída da água livre de infiltração que percola a estrutura do pavimento, considerada, no máxmo, igual a uma hora de duração. 1.1 IMPORTÂNCIA DA PESQUISA O desempenho insatisfatório do pavimento tem uma de suas causas relacionadas à infiltração de água na estrutura do pavimento. Entretanto, existem diferentes formas em que a água pode provocar danos ao pavimento. Conforme Cedergren (1974), a maioria dos defeitos provocados pelas águas subterrâneas e por percolação apresenta duas causas distintas: As partículas de solo migram para um ponto de saída, onde pode ocorrer o fenômeno de “piping”, ou erosão regressiva; Níveis de escoamento incontroláveis, causados pela saturação, por existência de fluxos internos, subpressão elevada ou forças de percolação excessivas. Assim, tem-se verificado o tempo que a água livre no interior da estrutura do pavimento é considerada uma das causas essenciais da deterioração precoce e desempenho insatisfatório ao longo do tempo, juntamente com o excesso de tráfego e falhas construtivas. Entretanto, a instalação de sistema de drenagem subsuperficial tem sido, até o momento, relegada a um segundo plano. Os defeitos causados pela infiltração de água superficial nos pavimentos são, geralmente, os resultados da exposição contínua à umidade, tendo como principais conseqüências a perda de resiliência do terreno de fundação do pavimento (acúmulo de deformações elásticas indesejáveis no subleito), com a saturação e a degradação da qualidade dos materiais constitutivos pela interação com a umidade, culminando com a desagregação em pavimentos asfálticos e o trincamentoem pavimentos de concreto de cimento portland. No Brasil, verificou-se que a versão do método de projeto de pavimentos flexíveis do DNER publicada em 1966 (Souza apud SENÇO, 1997), apresentava considerações acerca da pluviosidade característica dos locais onde os pavimentos seriam implantados, visando à correção no parâmetro de tráfego (Número equivalente de passagens do Eixo Padrão Rodoviário de 8,2 tf – número N). No entanto, com o passar do tempo e com a utilização de 3 critérios modernos de dimensionamento, estas considerações foram resumidas a simples comentários, passando a não ter qualquer influência na estrutura dimensionada. Neste ponto, cabe ressaltar que a abordagem do DNIT sobre o assunto “drenagem do pavimento” pode gerar dúvidas quanto à sua aplicação. Embora o Manual de Drenagem de Rodovias (2006) apresente um capítulo inteiramente dedicado ao dimensionamento de drenagem subsuperficial (“Drenagem do Pavimento”), o Manual de Pavimentação apresenta as considerações transcritas a seguir (item 4.4.3.2.2 – versão de 2006): “A descarga para os drenos profundos e subsuperficiais longitudinais não é geralmente calculada, pois pesquisas já realizadas no Estado do Paraná e observações nas mais diversas regiões do País, permitiram as seguintes constatações principais: a)A capacidade de vazão dos drenos profundos e subsuperficiais construídos atualmente é muito superior às descargas de contribuição que chegam a estes dispositivos, mesmo considerando-se precipitações com tempo de recorrência superior à vida útil dos pavimentos. b)Os métodos teóricos de cálculo de descargas de contribuição, espaçamento de drenos, tempo de resposta, etc., são de difícil aplicação prática, em virtude das anisotropias e heterogeneidades dos solos presentes nos segmentos rodoviários (mesmo naqueles considerados homogêneos). Dessa maneira, pode-se considerar como suficientes os projetos-tipo de drenagem do DNER ... “ (DNIT, 2006, p.165). Assim, verifica-se que boa parte dos projetos rodoviários elaborados atualmente considera a utilização de drenos de pavimento, os quais são adotados sem a realização de medidas experimentais em laboratório/campo para estabelecer as propriedades texturais e hidráulicas dos materiais empregados no dimensionamento dos drenos de pavimento, assim como sem a verificação sobre a eficácia do seu emprego. Conforme Jabôr, A drenagem de pavimento ou drenagem subsuperficial é ainda uma parte da engenharia rodoviária em que as decisões são tomadas, algumas vezes, sem critérios técnicos claros e bem definidos. Pouco se tem feito para inverter esta situação. A grande maioria dos projetistas de pavimentação continua a executar seus projetos baseados somente no que prescreve as metodologias de dimensionamento de pavimento, não envolvendo em seus projetos outras variáveis que poderiam afetar a sua vida útil estimada (JABÔR, 2005). Complementarmente, segundo o autor citado, “Hoje, mais do que nunca, em função da conservação precária das rodovias é fácil observar os efeitos danosos da água na estrutura do pavimento, com o aparecimento de trincas localizadas e buracos”. Para Cedergren (1974), nas últimas décadas a principal ênfase no projeto de pavimentos tem sido dada à densidade e à estabilidade, relegando-se a drenagem. O pensamento do autor consiste numa observação feita há 35 anos nos Estados Unidos, mas que continua sendo ainda uma verdade no Brasil. 4 Justifica-se a importância da pesquisa a ser empreendida, notadamente sob o enfoque epistemológico. 1.1.1 Objetivos da Pesquisa 1.1.1.1 Objetivo Geral Avaliar as orientações e procedimentos normativos e metodológicos contidos no Manual de Drenagem de Rodovias e no Álbum de Projeto-Tipo de Dispositivos de Drenagem do Órgão Rodoviário Federal/DNIT, que constituem diretrizes oficiais, associados às considerações de natureza prática adotadas por profissionais da área de projeto de drenagem, com procedimentos investigativos fundamentados em aspectos teóricos e experimentais, de modo a proporcionar análise crítica comparativa entre os procedimentos empregados na prática profissional e aqueloutros com base epistemológica, com a finalidade de oferecer uma temática questionadora a ser apresentada ao meio técnico diretamente envolvido com esta área de atuação na engenharia, bem como promover debates em ambiente acadêmico universitário. Provavelmente, em decorrência, poder-se-á oferecer críticas construtivas e sugestões aos órgãos rodoviários oficiais, nos segmentos de poder federal, estaduais e municipais, responsáveis legalmente pela oferta de diretrizes aos engenheiros projetistas de drenagem rodoviária, quer em meio rural, quer no ambiente urbano. 1.1.1.2 Objetivos Específicos Estabelecer análises investigativas sobre os procedimentos adotados na prática profissional em relação à elaboração de projeto de drenagem rodoviária, de modo especial à drenagem do corpo do pavimento e sua relação com a vida útil do mesmo, na perspectiva das diretrizes oferecidas pelo Manual de Drenagem de Rodovias/DNIT e pelo Álbum de Projeto-Tipo de Dispositivos de Drenagem/DNIT. Realizar análise crítica acerca das diretrizes oficiais contidas no Manual de Drenagem de Rodovias/DNIT e seu caderno de projeto-tipo para drenagem do corpo do pavimento. Analisar o projeto e dimensionamento da drenagem do corpo do pavimento da Avenida Deputado Luis Eduardo Magalhães e seus detalhes executivos. Verificar a capacidade hidráulica dos elementos drenantes do corpo do pavimento da Avenida Deputado Luis Eduardo Magalhães, com base na Teoria Hidrodinâmica em 5 Meios Porosos e com apoio de medidas experimentais de campo e laboratório de propriedades físicas e hidráulicas dos materiais empregados na construção das camadas do pavimento e utilizados nos elementos drenantes (granulometria, permeabilidade, dentre outras). Estabelecer análise comparativa entre os dois procedimentos empregados (perspectiva usual da prática profissional de projeto de drenagem versus perspectiva com base na fundamentação teórica com apoio em medidas experimentais), oferecendo críticas construtivas aos órgãos oficiais disciplinadores da metodologia de projeto na área de análise. Promover debate técnico com profissionais atuantes neste segmento da Engenharia Rodoviária e a socialização dos resultados obtidos mediante a elaboração de artigo técnico-científico. 1.2 CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDIMENTO RODOVIÁRIO URBANO 1.2.1 Localização e Descrição O espaço geográfico onde está implantada a Avenida Deputado Luís Eduardo Magalhães caracteriza-se topologicamente como uma região de vale, que se desenvolve a partir das proximidades do Largo do Retiro, passando pelo bairro do Cabula, até alcançar a Avenida Luiz Viana, esta conhecida popularmente por “Avenida Paralela”O desenvolvimento geométrico da via entre seus limites extremos está conforme ilustra a Figura 1.1: Figura 1.1: Traçado de vale da Avenida Deputado Luís Eduardo Magalhães Fonte: Projeto Executivo de Engenharia da Avenida em estudo “AVENIDA PARALELA” LARGO DO RETIRO 6 A Avenida Deputado Luís Eduardo Magalhães constitui-se numa via que articula o sistema viário entre duas orlas marítimas da cidade de Salvador, ou seja, a orla interna da Baía de Todos os Santos e a orla Atlântica, desenvolvendo-se no sentido Oeste – Leste, entre os dois principais eixos viários estruturados do espaço urbanoda cidade: a Rodovia Federal BR 324, situada no Largo do Retiro e que permite acesso à Salvador, e a Avenida Luiz Viana. As extremidades da Avenida Deputado Luís Eduardo Magalhães ao serem articulada à malha viária existente caracterizaram uma ligação de direção transversal entre as duas orlas marítimas citadas, oferecendo novas facilidades para o tráfego na região denominada “Miolo de Salvador”, localizada na área do bairro do Cabula. É uma via classificada como de “tráfego rápido” (80 km por hora), conforme ilustra a Figura 1.2: Figura 1.2: Via urbana caracterizada por tráfego rápido Fonte: Dados da pesquisa A Avenida Deputado Luís Eduardo Magalhães possui configuração de via em pista dupla de tráfego, independentes, conforme ilustra a Figura 1.3, tendo uma extensão de aproximadamente 3,4 km. Figura 1.3: Via urbana com duas pistas de tráfego Fonte: Projeto Executivo de Engenharia da Avenida em estudo 7 A Avenida Deputado Luís Eduardo Magalhães tem seu início na referência Estaca 340 + 0,00, materializada pelo marco topográfico implantado no viaduto existente na interseção com a BR 324. Esta interseção se localiza na área toponimicamente conhecida por Baixa de Santo Antonio, nas proximidades do Largo do Retiro, onde existe o viaduto da BR 324 (Avenida San Martin). A Figura 1.4 mostra os limites extremos do trecho viário descrito. Figura 1.4: Limites extremos da Avenida: à esquerda – Viaduto da BR 324; à direita - Avenida Luís Viana (“Avenida Paralela”). Fonte: Projeto Executivo de Engenharia da Avenida em estudo Em síntese, a via urbana Avenida Deputado Luís Eduardo Magalhães ficou caracterizada como sendo uma “avenida de vale”, apresentando uma série de intervenções com características especiais para determinados locais do tecido urbano compreendido entre o Largo do Retiro e a “Avenida Paralela”, promovendo uma importante alteração nos fluxos de tráfego dessa região da cidade, constituindo-se numa alternativa mais atrativa entre os bairros situados nas regiões do Subúrbio, Península Itapajipana e na Orla Atlântica da cidade e vice e versa. Antes da sua implantação existia apenas uma única oferta de percurso representada pela Avenida Bairro Reis e Avenida Antonio Carlos Magalhães. 1.2.2 Estudos de Engenharia Realizados A seguir serão sucintamente descritos os principais estudos e projetos de engenharia empreendidos para a definição do Projeto Executivo de Engenharia da Avenida Deputado Luís Eduardo Magalhães, na perspectiva de subsidiar esse Estudo de Caso. 8 1.2.2.1 Estudos Geológicos e Geotécnicos Os estudos geológicos e geotécnicos tiveram por finalidade principal a caracterização do subleito e a definição das ocorrências de materiais, com a finalidade de subsidiar a elaboração dos projetos de terraplenagem e de pavimentação. Estudo do subleito A amostragem do subleito foi realizada através de sondagens conduzidas a trado (com seis polegadas de diâmetro) e/ou a pá e picareta, investigando até 1,00 m abaixo do greide de terraplenagem definido pelo projeto geométrico da via. Estes furos foram executados nos trechos em corte, visando qualificar os solos que serão aproveitados na execução dos aterros. Os solos da área de implantação do empreendimento viário são do tipo residual argiloso de coloração vermelha, característica do sítio urbano soteropolitano. Todas as amostras coletadas foram submetidas aos seguintes ensaios tecnológicos: - Preparação de amostras de solos para ensaio de caracterização (DNER ME 041-94); - Análise granulométrica de solos por sedimentação (DNER ME 80-94); - Determinação do limite de liquidez (DNER ME 122-94); - Determinação do limite de plasticidade (DNER ME 082-94); - Ensaio de compactação de solos (DNER ME 162-94); - Índice de Suporte Califórnia - CBR (DNER ME 050-94). Os solos do terreno de fundação do pavimento viário (subleito) foram classificados sob o ponto de vista rodoviário, segundo a metodologia original da Public Road Administration (atualizada e designada como Sistema TRB-Transportation Resarch Board), sendo enquadrados no grupo A-7, que, após as análises dos resultados obtidos no ensaio CBR, os mesmos apresentaram valores de resistência à penetração variando entre 5 % e 7 % ao longo do trecho estradal. Ocorrências de materiais para pavimentação Como a implantação da Avenida Luís Eduardo Magalhães ocorreu numa zona urbana densamente habitada, surgiram enormes dificuldades de ser ter áreas disponíveis que pudessem ser exploradas como jazidas de solos. Decorrente deste fato optou-se pela indicação de ocorrências de solos, areias e pedras em exploração comercial mecanizada existentes na 9 área da Grande Salvador e já utilizadas na construção de vias urbanas pela Prefeitura Municipal de Salvador. Foi utilizada a ocorrência de areia explorada pela Empresa Otomar Mineração (“areal Otomar”), situada na Via Parafuso, nas imediações do Hospital Geral localizado na cidade de Camaçari. O material pétreo teve sua procedência da Pedreira Civil, em exploração comercial, situada no bairro Valéria, em Salvador. Sondagens em trechos de cortes e de aterros Foram realizados furos de sondagem à percussão nos trechos do corpo estradal onde serão executados aterros, em zonas alagadiças para a definição da espessura da camada de solo mole, e, nos cortes, com a finalidade de detectar material de terceira categoria. Todos os estudos foram realizados, segundo as metodologias correntes para reconhecimento do subsolo, prospecção de jazidas, caracterização de solos e pedras, cujos resultados tecnológicos estão apresentados no PROJETO EXECUTIVO – VOLUME 1: Relatório de Projeto, que pode ser localizado na Biblioteca da Superintendência de Urbanização da Capital – SURCAP. 1.2.2.2 Estudos Hidrológicos Por se tratar de intervenções com características de zona urbana foram aplicados os parâmetros e as metodologias adotadas pela Prefeitura Municipal de Salvador para a estimativa dos deflúvios superficiais, básicos no dimensionamento dos dispositivos de drenagem. Dos estudos realizados pelo Professor Magno Valente – Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia, baseados em registros da Estação Meteorológica de Salvador, localizada no bairro de Ondina, foram coletados os dados descritos a seguir: Pluviometria e clima - Pluviosidade A altura anual média da precipitação situa-se em torno de 1900 mm. A distribuição das precipitações é relativamente homogênea durante todo o ano, destacando-se, entretanto, 10 uma maior concentração das chuvas nos meses de abril, maio e junho, quando as alturas das precipitações atingem valores da ordem de grandeza de 300 mm por mês. A média mensal do número de dias de chuva varia de 13 dias, nos meses de janeiro, outubro e dezembro, até 25 dias, em julho. A média anual situa-se em torno de 230 dias. - Temperatura A média anual é de 25,2 ºC. A média mensal varia durante o ano entre o valor máximo de 26,7ºC, em fevereiro e março, e o valor mínimo de 23,4ºC, em julho e agosto. A temperatura máxima é, em média, 30ºC, no verão, e 26,0ºC no inverno, enquanto a mínima oscila entre 23,0ºC e 24,0ºC, no verão, e 21,0ºC, no inverno. - Evaporação Os valores médios mensais oscilam em torno de um total de 81 mm. A média dos totais anuais é de 971 mm, cerca de 50 % daprecipitação média anual. - Umidade relativa O valor da média durante o ano varia 80% a 83 %, com média anual de 81 % de umidade relativa. O valor máximo e mínimo das médias mensais foi, no intervalo observado, respectivamente, 91 % e 71 %. - Insolação Em média, tem-se 222 horas de sol por mês, ou 7,3 horas por dia. A média diária varia de 8,5 horas, em janeiro, a cerca de 6,0 horas no mês de maio, elevando novamente até 7,9 horas em outubro, decrescendo para 7,3 horas em novembro e atingindo a 7,8 horas no mês de dezembro. - Ventos As direções Sudeste, Leste e Nordeste, nesta ordem decrescente de predominância, são responsáveis pelas quase totalidades dos ventos na cidade de Salvador. Nas primeiras horas da manhã sopram regularmente em Salvador, ventos nas direções Oeste e Nordeste. 11 De outubro a março, pela manhã, o vento de direção Nordeste predomina, ao passo que à tarde e no começo da noite, as direções Leste e Sudoeste são as dominantes. No outono e inverno a direção Sudeste predomina integralmente. A velocidade anual média dos ventos é de 3,2 metros por segundo, sendo a valor mais baixo de 0,8 metros por segundo. As velocidades máximas estão abaixo de 50 quilômetros por hora, atingindo valores acima de 70 quilômetros por hora apenas durante os mais fortes temporais. - Classificação climática O clima é, segundo o Sistema de Classificação de Koppen, do tipo Af (quente e úmido, sem estação seca), caracterizando-se por chuvas relativamente abundantes, com comportamento similar ao de florestas tropicais. Segundo Serebrenick, o clima é do tipo tropical úmido, por apresentar precipitação anual superior a 1500 mm e situar-se entre as isotermas 24ºC e 25ºC, as isohigras de 80 % e 85 %, além de correlação entre a distribuição das chuvas com a umidade relativa. Períodos de recorrência Os períodos de recorrência foram definidos em função do tipo de cada obra, levando- se em consideração as conseqüências em caso de ruína. Tendo em vista as características básicas da área, foram adotados os seguintes valores para o período de recorrência: - Drenagem superficial : 5 anos - Rede de galerias pluviais : 10 anos - Bueiros funcionando como canal : 10 anos - Bueiros funcionando como orifício : 25 anos - Canal de macrodrenagem : 10 anos Áreas contribuintes Foram delimitadas e medidas tendo-se por base o levantamento topográfico e as plantas de restituição aerofotogramétrica do SICAR – RMS da CONDER. 12 Tempo de concentração Este tempo foi calculado aplicando-se a Fórmula de Kirpich, que tem a seguinte expressão: tC = 0,98x(L 3 H) 0,385 onde: tC : tempo de concentração, em horas L: comprimento do talvegue, em quilômetros H: diferença de nível entre o ponto mais afastado da bacia e o ponto do talvegue considerado, em metros. O tempo de concentração inicial utilizado na estimativa da vazão para o dimensionamento dos dispositivos de drenagem superficial foi adotado como igual a cinco minutos. Os valores utilizados para o dimensionamento das redes de galerias pluviais foram obtidos somando-se o tempo inicial ao de percurso, este resultado da razão entre a extensão e a velocidade do fluxo no trecho correspondente. Coeficientes de escoamento superficial Dada a inexistência de observações que permitissem a obtenção de valores mais precisos para este parâmetro, o projetista adotou valores empíricos para os coeficientes utilizando registros existentes na literatura especializada, os quais estão apresentados no PROJETO EXECUTIVO – VOLUMES 1: Relatório de Projeto, que pode ser localizado na Biblioteca da Superintendência de Urbanização da Capital – SURCAP. Intensidade da chuva crítica Para a determinação da intensidade da chuva crítica, o projetista adotou a equação deduzida para Salvador, cuja expressão matemática é a seguinte: I = 2960,16 x (TR)0, 163 (tC + 24) 0,743 onde: I: intensidade da chuva crítica, em litros por segundo por hectare 13 TR: Tempo de recorrência, em ano tC : tempo de duração da chuva, considerado igual ao tempo de concentração da bacia contribuinte, em minuto. Determinação das descargas das bacias Tendo em vista a magnitude das áreas envolvidas, o projetista utilizou o Método Racional para a avaliação das vazões de projeto, cuja fórmula matemática é dada pela seguinte expressão: Q = CIACD onde: Q : vazão, em litros por segundo C : coeficiente de deflúvio superficial I : intensidade da chuva crítica, em litros por segundo por hectare A : área da bacia contribuinte, em hectare CD : coeficiente de distribuição da chuva, para área com valor superior a 20 hectares, cujo valor pode ser obtido com uso da seguinte expressão: CD = 1 – 0,054xA 0,25 Os resultados obtidos no dimensionamento para os vários dispositivos de drenagem estão apresentados no PROJETO EXECUTIVO – VOLUME 1: Relatório de Projeto, que pode ser localizado na Biblioteca da Superintendência de Urbanização da Capital – SURCAP. 1.2.3 Projetos de Engenharia Elaborados Sob o mesmo enfoque anterior, ou seja, na perspectiva de subsidiar o Estudo de Caso - AVALIAÇÃO CRÍTICA DOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS EMPREGADOS NO PROJETO E DIMENSIONAMENTO DE DRENOS DE PAVIMENTO RODOVIÁRIO NA AVENIDA DEPUTADO LUÍS EDUARDO MAGALHÃES, EM SALVADOR – BAHIA, os projetos executivos descritos sumariamente são os seguintes: 14 1.2.3.1 Projeto de Drenagem Comumente são classificados como dispositivos de drenagem superficial as sarjetas de meios-fios, as caixas de recepção, as redes de galerias pluviais, as entradas e descidas d’água, as valetas de pé de corte e de proteção da crista do corte e do pé de aterro. Os bueiros são obras indicadas para permitir a travessia da via sobre os talvegues naturais. O projeto desenvolvido objetivou o posicionamento e a definição das características hidráulicas dos diversos dispositivos de drenagem necessários para a coleta, condução e lançamento final dos deflúvios superficiais decorrentes de precipitações pluviais sobre a área do empreendimento viário. A metodologia empregada pelo projetista no dimensionamento hidráulico dos diversos dispositivos seguiu aquela adotada pela Prefeitura Municipal de Salvador. Os parâmetros hidráulicos adotados pelo projetista, os procedimentos e as planilhas de cálculo de capacidade de escoamento das vias, de galerias, de canal e de capacidade hidráulica de obras de arte correntes, assim como os quantitativos obtidos, constituem um conjunto de informações técnicas que está apresentado no PROJETO EXECUTIVO – VOLUME 1: Relatório de Projeto, no Volume 2: Plantas de Execução – (TOMO) II e no Volume 5: QUANTITATIVOS, que pode ser localizados na Biblioteca da Superintendência de Urbanização da Capital – SURCAP. Destacar-se-á especificamente neste trabalho monográfico os detalhes relativos aos drenos longitudinais e transversais do corpo do pavimento, tema a ser apresentado no Capítulo 4, intitulado MODELAGEM TEÓRICA PARA A ELABORAÇÃO DO PROJETO E DIMENSIONAMENTO DOS DRENOS RASOS LONGITUDINAIS. A seguir, as Figuras 1.5 e 1.6 ilustram alguns dos dispositivos da drenagem superficial que foram implantados ao longo da Avenida Deputado Luís Eduardo Magalhães. Figura 1.5: Entrada d’água (“boca de lobo”) Fonte: Dados da pesquisa 15Figura 1.6: Valeta de pé de corte – descida d’água da crista de corte Fonte: Dados da pesquisa Por sua vez, os drenos longitudinais do corpo do pavimento apresentam os seguintes detalhes gerais, mostrados nas Figuras 1.7, 1.8 e 1.9: Figura 1.7: Posicionamento do dreno longitudinal junto ao meio-fio Fonte: Projeto Executivo de Engenharia da Avenida em estudo Figura 1.8: Detalhes do dreno do pavimento – dimensões e constituição Fonte: Projeto Executivo de Engenharia da Avenida em estudo 16 Figura 1.9: Detalhes da saída do dreno de pavimento Fonte: Projeto Executivo de Engenharia da Avenida em estudo 1.2.3.2 Projeto de Pavimentação O projeto do pavimento tem por finalidades definir os tipos e a distribuição dos materiais para a execução das diferentes camadas constituintes da estrutura, determinando suas espessuras e as respectivas distâncias de transporte. Neste sentido consideraram-se as seguintes informações técnicas: Características do subleito O estudo dos resultados dos ensaios realizados com o material coletado e representativo do subleito ao longo do trecho estradal apresentou um Índice de Suporte (IS) adotado igual a 7 %, com o material classificado como enquadrado no grupo A-7, segundo o Sistema TRB/PRA. Em locais em que o valor do IS não foi alcançado, retirou-se e procedeu-se a substituição dos últimos 60,0 cm do material da terraplenagem por solo selecionado, com IS (CBR) ≥ 7 %. Determinação do número N Em função do volume médio diário de veículos, das projeções de tráfego e de outros parâmetros coletados durante os estudos de tráfego realizados, determinou-se o valor do 17 número equivalente de operações do eixo rodoviário padrão de 8,2 tf (número N), o qual ficou definido numericamente pelo valor N = 3x10 7 , considerando-se um período de projeto de 15 anos. Dimensionamento do pavimento O pavimento projetado para a Avenida Deputado Luís Eduardo Magalhães é do tipo flexível, cujo dimensionamento de suas camadas estruturantes foi realizado com a utilização do Método Oficial do DNER, de autoria do Eng o Murillo Lopes de Souza. Para o valor de “N” igual a 3,0x10 7 solicitações, conjuntamente com o valor relativo ao IS adotado para o subleito, igual a 7 %, o pavimento dimensionado possui as seguintes espessuras das camadas e seus respectivos materiais constituintes: - Camada de revestimento em concreto betuminoso usinado a quente (CBUQ) = 7,5 cm - Camada de base em brita graduada = 20,0 cm - Camada de sub-base em solo granular = 20,0 cm Os parâmetros empregados na determinação do número N, das características do subleito e dos materiais constituintes das diversas camadas do pavimento encontram-se no PROJETO EXECUTIVO – VOLUME 1: Relatório de Projeto, que pode ser localizado na Biblioteca da Superintendência de Urbanização da Capital – SURCAP. As Figuras 1.10 e 1.11 ilustram a situação atual da superfície do pavimento, que apresenta bom estado de conservação. Figura 1.10: Revestimento em CAUQ apresentando ótimas características superficiais Fonte: Dados da pesquisa 18 Figura 1.11: Condições do revestimento asfáltico no trecho do túnel Fonte: Dados da pesquisa A seção transversal típica do pavimento da Avenida Deputado Luís Eduardo Magalhães apresenta as seguintes conformações e características geométricas de acordo Figura 1.12 Figura 1.12: Seção transversal típica de projeto do pavimento Fonte: Projeto Executivo de Engenharia da Avenida em estudo 19 1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO MONOGRÁFICO Este trabalho monográfico está estruturado em seis capítulos. O primeiro capítulo, com título A PESQUISA, foi composto pela importância da pesquisa, seus objetivos gerais e específicos, bem como pela descrição das características do empreendimento rodoviário urbano em termos de localização no espaço geográfica da cidade de Salvador, geometria, topologia, estudos e projetos de engenharia realizados. No Capítulo 2, intitulado REVISÃO BIBLIOGRÁFICA, é apresentada a Revisão da Literatura, numa visão panorâmica sobre o estado da arte, destacando os efeitos deletérios da presença água livre no interior da estrutura do pavimento/subleito, o movimento da água em meios porosos, assim como uma abordagem das metodologias empregadas na concepção de projeto da drenagem subsuperficial. No Capítulo 3, com título ASPECTOS METODOLÓGICOS, descrevem-se os procedimentos empregados no campo e no laboratório, a metodologia experimental utilizada no estudo e caracterização dos materiais utilizados no corpo estradal e nos drenos rasos longitudinais, bem como os resultados obtidos e sua análise. No Capítulo 4, com título MODELAGEM TEÓRICA apresenta-se o encadeamento epistemológico com fundamento na Teoria Hidráulica Aplicada para Meios Porosos – Lei de Darcy, associada à concepção racional do escoamento superficial e posterior infiltração de águas pluviais na estrutura do pavimento rodoviário – Método Racional, com consequente estruturação da modelagem teórica empregada para a elaboração do projeto e dimensionamento dos drenos rasos longitudinais. O conteúdo do Capítulo 5, intitulado APLICAÇÃO NUMÉRICA DA MODELAGEM TEÓRICA, foi constituído pelos resultados alcançados pela aplicação numérica mediante a quantificação do modelo desenvolvido no Capítulo 4, com emprego orientado para o trecho da Avenida Deputado Luis Eduardo Magalhães, objeto deste ESTUDO DE CASO. Os resultados alcançados permitiram o estudo comparativo entre os resultados obtidos com a metodologia convencional empregada na elaboração do Projeto de Drenagem Subsuperficial e a metodologia desenvolvida nesta pesquisa. Interpretações e comentários são apresentados. O Capítulo 6 foi reservado às CONSIDERAÇÕES FINAIS e SUGESTÕES, seguido pelas Referências, Bibliografia Consultada e Apêndices. 20 CAPÍTULO 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2 REVISÃO DA LITERATURA Este capítulo retrata, de forma panorâmica, o estado da arte sobre a drenagem subsuperficial do pavimento rodoviário, fazendo uma revisão temática da bibliografia existente em dissertações de mestrado, teses de doutorado, livros técnicos especializados, artigos técnicos, manuais contendo diretrizes sobre projeto, dimensionamento e execução de dispositivos de drenagem, etc. Apresentam-se também conceitos relacionados com a origem da água no interior da estrutura do pavimento, as formas de movimentação e o seu efeito deletério. Adicionam-se informações básicas acerca dos sistemas de drenagem para proteção do corpo do pavimento, de modo a oferecer uma visão clara da necessidade e importância do Estudo de Caso na Avenida Deputado Luis Eduardo Magalhães, via urbana pertencente ao sistema viário do Município de Salvador – Bahia. 2.1 ESTADO DA ARTE: VISÃO PANORÂMICA O objetivo principal da pavimentação é de projetar e construir uma estrutura robusta o suficiente para suportar as cargas de
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