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Condensação cromossômica Cromatina Composição química: -Filamentos de DNA; -Proteínas básicas (histonas - H1, H2A, H2B, H3 e H4) - ricas em aminoácidos; -Proteínas Não-Histonas: Proteínas de Remodelação da Cromatina: ATPases da família SWI/SNF. -Enzimas de Modificação: Incluem acetiltransferases, metiltransferases e fosfatases. -RNA Não Codificante: papéis na regulação da expressão gênica e na estrutura da cromatina. -Íons Metálicos: estabilizando a estrutura da cromatina. Classificação da cromatina: Eucromatina: Fibras menos condensadas. (DNA ativo, está associada à atividade gênica, onde o DNA está acessível para a transcrição. Heterocromatina: Regiões cromossômicas mais densamente condensadas (DNA inativo). Esta pode ser dividida em duas classificações: • Constitutiva: sequências repetitivas nos centrômeros (importante para a disjunção das cromátides) e telômeros (importante para a manutenção do DNA após o encurtamento do cromossomo na divisão celular). Mantém a estrutura do cromossomo, protege as extremidades do DNA e impede a degradação ou fusão de cromossomos. Permanece em um estado condensado • Facultativa: Condensada e descondensada em algumas células de um mesmo organismo (ex: cromatina sexual X). Ex: Corpo de Barr, que é a forma inativa de um dos cromossomos X nas fêmeas de mamíferos. A cromatina facultativa se torna altamente compactada, inibindo a expressão dos genes desse cromossomo. Formação da Cromatina • Histonas: São proteínas básicas que têm cargas positivas, o que permite interagir fortemente com o DNA, que é negativo. Existem cinco principais tipos de histonas: H1, H2A, H2B, H3 e H4. • Formação de Nucleossomos: O DNA se enrola em torno de um núcleo de histonas, formando uma estrutura chamada nucleossomo. Cada nucleossomo é formado por um octâmero de histonas, que consiste em 2 moléculas de H2A, 2 de H2B, 2 de H3 e 2 de H4. Cada nucleossomo contém cerca de 146 pares de bases de DNA enrolados em torno de um octâmero de histonas formando a estrutura básica da cromatina. ‘’Colar de Contas’’-> Essa configuração permite uma compactação inicial do DNA. • Os nucleossomos são interligados por DNA de ligação, que não estão enrolados nas histonas, e que está associado à histona H1, que se liga a esses segmentos de DNA de ligação, conectando os nucleossomos adjacentes e ajudando a estabilizar a estrutura – vários desses formam um núcleofilamento, essa estrutura tem um diâmetro de aproximadamente 10 a 30 nm. Essa estrutura ainda é relativamente acessível, mas não é a forma mais compacta da cromatina. • Formação do solenoide: O núcleofilamento pode se enrolar em uma estrutura mais compacta chamada solenoide. Essa estrutura é como uma espiral ou tubo, onde o núcleofilamento se dobra em uma configuração helicoidal. Onde cerca de 6 nucleossomos se agrupam em uma volta completa da hélice. Isso resulta em uma compactação significativa do DNA. As proteínas ácidas (condensinas e coesinas) fornecem estrutura para a manutenção do enrolamento (condensação) do DNA e da formação das alças e ativação ou repressão gênica. Tem um diâmetro de aproximadamente 30 a 40 nm. • Formação de Alças: Cromatina em Loops: Segmentos de núcleofilamentos podem se dobrar e formar estruturas chamadas alças ou loops. Essas alças são formadas por interações entre diferentes regiões da cromatina, permitindo que segmentos distantes do DNA se aproximem. • Estruturas de Rosetas: As alças podem se agrupar para formar estruturas chamadas rosetas. Cada roseta consiste em várias alças que se organizam em uma configuração radial. Essa estrutura é essencial para compactar ainda mais o material genético. As rosetas são estabilizadas por proteínas, cohesinas e condesinas, específicas que ajudam a manter a estrutura e facilitam a organização do DNA. • As rosetas se enrolam ainda mais, formando uma estrutura mais densa que resulta na formação de cromossomos Modificação do grau de compactação e regulação da expressão gênica - ACETILAÇÃO: forma de descompactar o DNA. ligação de um grupo acetil (carga negativa) nos aminoácidos (carga positiva), diminuindo a afinidade das histonas pelo DNA (carga negativa), formando eucromatina. As caudas de histonas, especialmente os resíduos de lisina, têm carga positiva, o que lhes permite interagir fortemente com o DNA, que é negativamente carregado devido aos grupos fosfato. Quando um grupo acetil é adicionado a essas lisinas, a carga positiva é neutralizada, o que reduz a interação entre as histonas e o DNA. Como a acetilação diminui a interação entre as histonas e o DNA, a cromatina torna-se menos compactada (eucromatina), o que facilita o acesso de fatores de transcrição e outras proteínas necessárias para a transcrição gênica. Assim, a acetilação está associada a um aumento na expressão gênica, pois permite que os genes naquela região se tornem mais acessíveis para serem lidos e transcritos. Histona Acetiltransferases (HATs): São as enzimas que adicionam grupos acetil às histonas, promovendo a abertura da cromatina e facilitando a transcrição. Histona Desacetilases (HDACs): São enzimas que removem grupos acetil das histonas, o que resulta em uma maior compactação da cromatina (heterocromatina) e, geralmente, na repressão da expressão gênica. METILAÇÃO: forma de compactação do DNA. adição de um grupo de metila (carga negativa) ao carbono 5 de uma citosina (CpG- onde uma citosina é seguida por uma guanina no DNA), tornando o DNA mais negativo, portanto, aumentando a afinidade e a sua compactação. O processo é catalisado por enzimas chamadas DNA metiltransferases (DNMTs), que adicionam grupos metil ao carbono 5 do anel da citosina, formando 5-metilcitosina. Efeitos da Metilação do DNA: - A metilação do DNA, especialmente em regiões promotoras de genes, está fortemente associada à inibição da expressão gênica. Quando uma região promotora de um gene está metilada, os fatores de transcrição e outras proteínas necessárias para ativar a transcrição não conseguem se ligar adequadamente ao DNA, bloqueando o processo de transcrição. -Recrutamento de proteínas que compactam a cromatina: A metilação do DNA também atrai proteínas chamadas MeCPs (proteínas de ligação que compactam à metilcitosina), que podem recrutar outras proteínas a cromatina, formando heterocromatina (cromatina compactada). Esse processo torna o DNA ainda menos acessível para a maquinaria de transcrição, reforçando a repressão gênica. Ex: Inativação do cromossomo X: Em fêmeas de mamíferos, um dos dois cromossomos X é inativado em cada célula, e esse processo é mediado pela metilação. Metilação das Histonas A metilação das histonas é outro processo epigenético que afeta a compactação da cromatina e, consequentemente, a expressão gênica. A metilação ocorre em certos aminoácidos nas caudas das histonas, especialmente a lisina (K) e a arginina (R), e pode ter diferentes efeitos na expressão gênica dependendo do local e da quantidade de grupos metil adicionados. - Ao contrário da metilação do DNA, que é geralmente repressiva, a metilação das histonas pode tanto ativar quanto reprimir a expressão gênica, dependendo do contexto. EX: a metilação da lisina 4 na histona H3 (H3K4me) está associada à ativação da expressão gênica. Já a metilação da lisina 9 ou 27 na histona H3 (H3K9me ou H3K27me) está associada à repressão gênica e à formação de heterocromatina. Enzimas envolvidas: DNA metiltransferases (DNMTs): Enzimas responsáveis por adicionar grupos metil ao DNA. DNMT1 (responsável pela manutenção da metilação durante a replicação do DNA) e DNMT3A e DNMT3B (envolvidas na metilação de novo, ou seja, em locais previamentenão metilados). Histona metiltransferases (HMTs): Enzimas que adicionam grupos metil às histonas. Elas são específicas para certos resíduos de lisina ou arginina nas caudas das histonas. Desmetilases de histonas (HDMs): Enzimas que removem os grupos metil das histonas, revertendo seus efeitos. Hipótese de Lyon- Inativação do cromossomo X - Mary Lyon propôs que, em cada célula de fêmeas de mamíferos, um dos dois cromossomos X é inativado de forma aleatória durante o desenvolvimento embrionário precoce. Esse cromossomo inativado permanece em estado silencioso na maior parte das células descendentes dessa célula ao longo da vida do organismo. - Nas células somáticas femininas, apenas um cromossomo X é geneticamente ativo, enquanto o outro não se expressa completamente e aparecem durante a interfase como corpúsculo de Barr. ➢A inativação do cromossomo X começa nos estágios iniciais do desenvolvimento do embrião, quando o embrião tem cerca de 16 a 64 células, aleatoriamente. No entanto, após a inativação de um dos cromossomos, todas as células descendentes terão esse mesmo X inativado. (surgimento do mosaicismo). ➢A célula conta, de alguma forma, quantos cromossomos X existem. Um cromossomo X é selecionado para se tornar ativo e desativar todos os outros. ➢A inativação é reversível nas células germinativas, possibilitando a escolha. O processo de inativação é realizado pela metilação diferencial e é iniciada pelo gene XIST, presente no centro de inativação. No cromossomo a ser desativado, o gene Xist está ativo, produzindo uma molécula de RNA com nucleotídeos que revestem o cromossomo X e inativa os seus genes, já que acaba alterando a estrutura da cromatina. ➢Os genes do X não são completamente inativados. Isso permite a manifestação de doenças como a de Turner. ➢O cromossomo X inativado aparece como uma estrutura densa, chamada corpúsculo de Barr, que pode ser observada no núcleo de células de fêmeas. Este corpúsculo representa o cromossomo X inativado em seu estado altamente compactado e não funcional em termos de transcrição. CONSEQUÊNCIAS CLÍNICAS E GENÉTICAS ➢Compensação de dose: mulheres XX têm o mesmo nível de proteína ligada ao X de homens XY. ➢Mosaicismo: presença de duas populações de células com inativações de X diferentes - heterozigose. ➢ Variabilidade de expressão em mulheres heterozigotas para genes localizados no X: como a inativação é precoce, as mulheres heterozigotas apresentam proporções variáveis de células nas quais um determinado alelo é ativo, exibindo fenótipos variáveis. Resumo: A hipótese de Lyon descreve o processo pelo qual um dos dois cromossomos X em fêmeas é inativado de forma aleatória para equilibrar a dose gênica com os machos, que possuem apenas um X. Esse processo ocorre cedo no desenvolvimento, envolve modificações epigenéticas como a metilação e o papel do gene XIST, e resulta na formação do corpúsculo de Barr. A inativação do cromossomo X garante que os genes no X sejam expressos de maneira equilibrada entre machos e fêmeas. Mosaicismo ->Consiste em 2 ou mais linhagens celulares de um mesmo zigoto, resultando em 2 cariótipos em um mesmo indivíduo. A inativação de um cromossomo X em uma célula resulta em todas as células descendentes com o mesmo X inativo. Isso gera uma hemizigose funcional que acarreta células não idênticas quando se trata da expressão dos genes no cromossomo X: elas são um mosaico -> No caso de fêmeas heterozigotas, 50% das suas células expressará um alelo e 50% expressará o outro. Assim, proteínas codificadas por ambos os alelos serão codificadas, mas não na mesma célula. Ex: gatinha vênus. ⇒ um único lócus ligado ao X determina a cor laranja. Elas podem ser pretas (X+X+), laranjas (X0X0) ou vênus (X+X0). Cada segmento de pelo laranja é um clone de células derivadas de uma célula original na qual o homologo preto e seu alelo X+ foi inativo, e vice-versa. Ex2: mosaicismo também pode ocorrer no caso da não disjunção em uma célula nas mitoses iniciais, gerando, a partir dela, descendentes iguais e defeituosos. Enquanto outras células normais, que não sofreram erros na mitose, vão gerar células, também, normais. Ex: síndrome de down. ->Indivíduos com mosaicismo de síndrome de Down podem ter uma mistura de células normais e células com trissomia 21. Isso pode resultar em uma variação na gravidade dos sintomas associados à síndrome de Down, já que a proporção de células com anomalias pode influenciar as características fenotípicas e a saúde geral do indivíduo. Síndrome de Turner Mosaicismo: Algumas fêmeas com características da síndrome de Turner podem ter mosaicismo, apresentando células com diferentes cariótipos (por exemplo, algumas com X0 e outras com XX). Isso pode resultar em uma gravidade variável dos sintomas. Síndrome de Klinefelter Mosaicismo: Indivíduos com mosaicismo de Klinefelter podem ter cariótipos que variam entre 47,XXY (Klinefelter clássico) e 46,XY. Isso pode resultar em características como ginecomastia e infertilidade, mas a gravidade dos sintomas pode variar dependendo da proporção de células com cada cariótipo Quimerismo -Ocorrência, em um mesmo indivíduo, de duas ou mais linhagens celulares geneticamente diferentes, derivadas de mais de um zigoto. - Fenômeno biológico em que um organismo contém células geneticamente distintas, originadas de mais de um zigoto. Quimera disperma: Resulta de dupla fertilização, em que dois espermatozoides diferentes fecundam dois óvulos, formando dois zigotos que se fundem., resultando em um único embrião. Se os zigotos forem de sexos diferentes é gerado um indivíduo hermafrodita, com cariótipo XX/XY. • Se a fusão entre os óvulos ocorrer após o quarto dia de gestação, produz gêmeos siameses. Quimerismo Natural: Quando dois ou mais zigotos se fundem durante as primeiras etapas do desenvolvimento. Ex: em gêmeos fraternos, se eles se fundem no útero, o resultado é um organismo quimérico que contém células de ambos os zigotos. Transfusão Materna: Em algumas situações, células da mãe podem atravessar a placenta e se integrar ao feto, resultando em um organismo com células maternas e fetais. Quimera sanguínea: Resulta de uma troca de células, via placenta, entre gêmeos dizigóticos, no útero. Se um gêmeo receber as células em sua corrente sanguínea, formará os 2 antígenos. Em alguns casos, pessoas podem ter células sanguíneas de diferentes origens, como resultado de transfusões ou da fusão de gêmeos. Isso pode levar a resultados inesperados em testes de paternidade ou características genéticas variadas. Ex: Teen Wolf: é a presença de células geneticamente distintas em um único organismo. A personagem Kira é uma quimera, que possui características de um humano e uma kitsune, da mitologia, tornando-a híbrida. E é um exemplo de quimeirismo porque possui heranças genéticas de duas fontes distintas Não disjunção: - Erro que ocorre durante a divisão celular (meiose ou mitose) em que os cromossomos homólogos ou cromátides irmãs não se separam corretamente. Isso resulta em células que têm um número anormal de cromossomos. Se ocorrer não disjunção, um gameta pode receber um cromossomo a mais (trissomia) ou a menos (monossomia). Consequências: Síndrome de Down (Trissomia 21), Síndrome de Turner (Monossomia X), Síndrome de Klinefelter (XXY). Alterações cromossômicas -> : -Alteram as estruturas (translocação ou inversão) dos cromossomos ou o número de genes (deleção e duplicação). Como ocorre: erro no crossing over ou quando há o rompimento das fitas duplas nas moléculas de DNA de um cromossomo e, no momento do ajuste, as extremidades erradas são conectadas, alterando a estrutura original do cromossomo. Existem 4 tipos: Duplicação, deleção, inversão e translocação. -Tem a parte deum cromossomo duplicada. - Importância para a evolução: uma cópia funcional e uma livre para sofrer mutações - Heterozigotos criam uma alça para o pareamento 1. Tandem: região duplicada imediatamente adjacente ao segmento original Ex: AB-CDEFG ⇒ AB-CDEFEFG 2. Deslocada: Segmento duplicado distante do original, podendo ser no mesmo cromossomo ou até em outro. (intra ou Intercromossômica) Ex: AB-CDEFG ⇒ AB-CDEFGEF 3. Reversa: quando a duplicação, em vez de se apresentar em sua sequência original, fica invertida. Ex: AB-CDEFG ⇒ AB-CDEFFEG -> - Perda de um segmento cromossômico. Cromossomo normal cria uma alça para parear com o defeituoso. - Efeitos: Se em homozigose, pode ser letal. Se envolver o centrômero, há perda do Cromossomo. Se em heterozigose, há um desequilíbrio da expressão gênica, pois afeta a dose. Nesse caso, gera pseudodominância de genes recessivos e inibe a expressão de genes haploinsuficientes. Ex: Cri-du-chat, deleção na região 14 do braço p do cromossomo 5. -Pode ser terminal ou intersticial: 1. Terminal: uma quebra sem união das pontas quebradas. 2. Intersticial: dupla quebra, uma região da parte interna é perdida e há a união das pontas rompidas. -> - Mudança de 180° de um segmento do cromossomo. - Efeitos: Perda de função dos genes que dependem da sua posição - efeito de posição. - Pareamento: Homozigotos: pareamento normal Heterozigotos: ambos homólogos formam alça para que as regiões consigam se parear. Pode ser de dois tipos, pericêntrica ou paracêntrica. 1. Pericêntrica: envolve o centrômero 2. Paracêntrica: não envolve o centrômero. - Transferência do segmento de um cromossomo para outro, geralmente não homólogo. - Efeito: União de cromossomos diferentes e genes translocados para novos locais podem ficar sob controle de diferentes sequências regulatórias ou de genes que afetam a sua expressão. Além disso, a ruptura pode ocorrer em um gene e afetar sua função. - No pareamento: há a formação de uma estrutura semelhante a uma cruz para parear as regiões homólogas. - Ocorre quando há quebra de dois cromossomos seguidas de trocas, podendo ser recíproca, não recíproca ou robertsoniana. 1. Recíproca: Um cromossomo doa uma parte quebrada e recebe outra 2. Não recíproca: parte de um cromossomo se prende a outro cromossomo sem troca análoga, ou seja, sem que o inverso ocorra. 3. Robertsoniana: os braços longos de um cromossomo acrocêntrico se unem em um centrômero comum e os braços curtos em outro. O cromossomo menor é perdido. Isocromossômo -Quebra horizontal do centrômero, formando cromossomos → com braços iguais. Um dos braços do cromossomo é perdido, e o outro braço é duplicado, levando à formação de dois braços idênticos. Doenças: Isocromossomos estão associados a várias doenças genéticas e síndromes, como a Síndrome de Turner, que é causada pela presença de um isocromossomo do braço curto do cromossomo X (isocromossomo Xq) Cromossomo em anel - União de suas extremidades cromossômicas sem telômeros que sofreram deleções terminais. Ex: Cromossomos em Células Tumorais: Alguns tipos de câncer podem apresentar cromossomos em anel como resultado de rearranjos genéticos. Numéricas: perda ou acréscimo de um ou mais cromossomos Euploidias: - Alterações no número de conjuntos de cromossomos que dão origem a múltiplos exatos do número haplóide (1N) da espécie. 1. Haploidia (n): Quando os cromossomos se apresentam em dose simples – anormais em células somáticas de organismos diploides. 2. Poliploidia (+2n): quando o cariótipo é representado por três, quatro ou mais genomas. Nos humanos, a poliploidia não é conhecida, sendo observada apenas em abortos espontâneos ou morte neonatal. COMO OCORRE: Erro na fase de maturação dos gametas, levando, por exemplo, à retenção de um corpúsculo polar ou a formação de um espermatozoide diploide. - Dispermia – penetração de dois espermatozoides em um ovócito. Aneuploidias: - Alteração no número de unidades de cromossomos 1. Nulissomia: Quando um ou mais PARES de cromossomos está totalmente ausente. É incompatível com a vida. 2N-2 2. Monossomia: Quando há presença de somente um cromossomo de um par. – 2N-1 3. Trissomia: Quando há um cromossomo a mais nos pares. Trissomia dupla ocorre quando há trissomia em dois cromossomos de pares diferentes. – 2N+1 4. Tetrassomia: Quando um cromossomo está presente quatro vezes. – 2N+2. COMO OCORRE: -Cromossomos perdidos por ausência de centrômero. -Translocação robertsoniana (cromossomo muito pequeno) -Não disjunção de cromátides -Na meiose 1: Um dos gametas terá dois cromossomos de um mesmo par -Na meiose 2: Os cromossomos do gameta que ficou com excesso terão a mesma origem Cromossomopatias - Síndrome de Down; - Aneuploidia autossômica do tipo trissomia do 21. - 47, XY + 21 - Fenótipo: Hipotonia no bebê (mole, fraco), atraso no neurodesenvolvimento com deficiência intelectual, baixa estatura, língua protrusa, palato estreito, prega cervical, orelhas baixas, nariz menor e olhos amendoados. -Genótipo: Presença de um cromossomo 21 adicional, resultando em um total de 47 cromossomos em vez de 46. -Síndrome de Edward: - Aneuploidia autossômica do tipo trissomia do 18 - 47, XX + 18 - Fenótipo: Restrição de crescimento, atraso no neurodesenvolvimento, múltiplos órgãos e sistemas afetados, alterações na posição da orelha e pés com postura de arqueamento. Poucos vivem por mais de 1 ano. Síndrome de Patau: - Aneuploidia autossômica do tipo trissomia do 13. - 47, XY + 13 - Fenótipo: restrição de crescimento, grave déficit intelectual, cabeça pequena, testa inclinada, olhos pequenos, fenda labiopalatina, dedos extras nas mãos e nos pés e vários outros problemas. Cerca de metade das crianças com trissomia do 13 morre no primeiro mês de vida, e 95% morrem até os 3 anos de idade. Como o filho do zé vaqueiro. Síndrome de Turner: - Aneuploidia Alossomica/sexual -45, X0 ou X - Fenótipo: boa parte dos fetos sofrem aborto, manifestações variáveis (podem aparecer desde sempre ou só posteriormente), restrição de crescimento com baixa estatura, alterações cardíacas e renais (rins em ferradura), tórax largo, mamilos espaçados, pescoço largo, baixa implantação capilar e amenorreia primária (ausência da primeira menstruação), linfedema de mãos e pés. Síndrome de Klinefelter: - Aneuploidia sexual/Alossomica - 47, XXY - Fenótipo: alta estatura desproporcional (braços e pernas), hipogonadismo (não é uma regra), infertilidade masculina, desenvolvimento do tecido mamário e distribuição de gordura como mulheres (no quadril). Super Macho/Duplo Y: - Aneuploidia sexual - 47, XYY - Fenótipo: comportamento agressivo, dificuldades verbais, crises convulsivas, artropatias, curvatura do quinto dedo, mais alto. Super Fêmea: - Aneuploidia alossomica do triplo X - 47, XXX - Fenótipo: normal, já que o terceiro também será inativo, pode ter altura acima da média. Muitas vezes o diagnóstico é feito por infertilidade, pois o terceiro cromossomo X dificulta a formação de gametas. Atraso no desenvolvimento e intelectual Síndrome Cri-du-chat: - Alteração estrutural do tipo deleção - 46, XY, del 5p - Fenótipo: choro parecido com o miado de gato (se prolonga por algumas semanas e depois desaparece), assimetria facial, microcefalia, retardo do desenvolvimento físico e intelectual, baixo peso ao nascer e hipotonia (tonicidade muscular fraca). Fatores que influenciam Físicos: -Radiações Ionizantes: a passagem desses raios libera elétrons, tornando as moléculas suscetíveis a reações químicas. Tais substâncias se combinam com o DNA, causando erros no pareamento das bases durante a duplicação e rompendo as ligações açúcar-fosfatode modo a causar quebras cromossômicas. - Radiações Ultravioleta: causam mutações pontuais (como nas células somáticas ou indução ao câncer de pele), mas poucos efeitos estruturais. - Artigo publicado na revista científica "Genetics" em 2022: Investigou o impacto da radiação ionizante em pacientes que receberam radioterapia para o tratamento de câncer. O estudo observou um aumento no risco de desenvolver cromossomopatias, como a síndrome de Down, em filhos desses pacientes. Químicos: - Análogos de bases: estrutura química tão semelhante à das bases nitrogenadas que podem ser incorporadas ao DNA, substituindo-as durante a replicação deste. Ex: A base 5- bromouracil, análoga da timina, aumenta a sensibilidade da molécula à radiação ultravioleta. - Cafeína: interfere no sistema de reparo do DNA, inibindo a síntese das purinas e produzindo, consequentemente, quebras e deleções na molécula do DNA. Idade: - Artigo publicado na revista "Genetics in Medicine" em 2022: Investigou o risco de translocações cromossômicas em filhos de homens com diferentes idades. O estudo observou que o risco de translocações aumentava com a idade paterna, especialmente após os 40 anos, ou seja, se há aumento de translocação, há aumento da probabilidade do surgimento de descendentes com síndrome de down. - Além disso, o fato do ovócito ficar estagnado até sua fecundação em um momento da meiose pode acumular mutações como a robertsoniana. Consanguinidade - Está relacionada com o tipo de síndrome de down familiar. - Uma maior probabilidade dos dois serem portadores da translocação robertsoniana e acarretar filhos com down. Sugirmento de síndrome de down: Primária: trissomia livre - não disjunção na formação do óvulo; Familiar: translocação - cromossomo 14 possui pedaço do 21. O indivíduo não apresentará a síndrome, mas será portador, podendo passar para os filhos; Mosaicismo: parte das células possuem a trissomia por uma mutação no desenvolvimento embrionário. Exame do cariótipo: 1. Coleta de Amostra: sangue periférico, células da medula óssea, tecido de biópsia, líquido amniótico (em exames pré-natais) ou células de um tumor 2. Cultura Celular: células são cultivadas em um meio de cultura apropriado para estimular a divisão celular. Esse processo geralmente leva de 1 a 2 semanas. 3. Preparação da Amostra: Quando as células atingem uma fase específica do ciclo celular (metáfase), são tratadas com uma substância que inibe a divisão celular, fazendo com que as células parem nessa fase. As células são então coletadas e tratadas com soluções que rompem as membranas celulares, liberando os cromossomos. 4. Coloração e Análise 5. Interpretação dos Resultados O 1º cromossomo é o maior, e os números vão diminuindo até o 22º, que é o menor dos cromossomos autossômicos. Aconselhamento genético: O aconselhamento genético é uma ferramenta essencial que fornece informações, avaliação de risco, suporte emocional e estratégias de manejo para indivíduos e famílias afetadas por condições genéticas. Ele desempenha um papel crucial na tomada de decisões informadas sobre saúde e planejamento familiar, promovendo a conscientização e o bem-estar nas comunidades. Além disso, auxilia na gestão de condições de saúde já diagnosticadas, orientando sobre cuidados preventivos e estratégias de monitoramento. O aconselhamento genético também contribui para a pesquisa e educação sobre questões genéticas, promovendo a conscientização na comunidade. Prospectivo: quando previne o aparecimento de uma doença genética na família. Geralmente, é fornecido a indivíduos que têm um risco teórico aumentado de gerar descendentes com doença genética. Retrospectivo: Quando já existe(m) afetado(s) nas famílias. Exemplos: mulher, filha de hemofílico, que deseja saber a probabilidade de vir a ter um filho também hemofílico; casal cujo primogênito nasceu com anencefalia quer saber se há risco de nascer outra criança com a mesma anomalia.