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Aula 4 - Sonda Nasogástrica e Nasoenteral Sistema digestório: é um tubo oco que se estende da cavidade bucal ao anus, sendo chamado de canal alimentar ou trato gastrointestinal. Boca Faringe Esôfago Estomago Intestino O processo que envolve a nutrição compreender: Mastigação Deglutição Peristalse Salivação Quimificação (estomago) Quilificação: transformação dos alimentos em quilo que ocorre durante o processo digestivo. Sonda duodeno: alimentos pré digeridos para possibilitar a absorção. Já em caso de passagem no estômago o alimento pode ser compacto. Sonda nasogástrica Conceito: Passagem da sonda na cavidade oral ou nasal até o estomago. O mais comum é via nasal, sendo optada pela oral em caso de impossibilidade anatomica ou patológica da via nasal. Além de passagem de alimentos a sonda nasogástrica pode ser usada para lavagem e aspiração/drenagem de conteúdo gástrico (como em caso de envenenamento, por exemplo). As sondas existem em vários calibres: 6-8: crianças 12-18-20: adultos De forma geral a sonda tem 3 funções: Alimentação Drenagem Lavagem gástrica (com soro fisiológico gelado possibiliza vasoconstrição em caso de sangramento). Objetivo da sonda nasogástrica: Administração de alimentos Administração de medicamentos: importante macerar o comprimido antes de passar pela sonda. Drenagem de secreções Alivio da distensão abdominal Lavagem gástrica Indicação da sonda nasogástrica: Pré e pós operatório Doenças inflamatórias intestinais (colite ulcerativa e doença de Crohn) Dificuldades na absorção e digestão Desnutrição, estenose de esôfago Pacientes inconscientes Período de transição da dieta via parenteral para a digestiva Sonda orogástrica: Passagem de sonda via inserção na cavidade oral com objetivo de descompressão do estomago ou de alimentação. Utilizada em pacientes com desvio de septo nasal ou em algumas lesões. Complicações da passagem de sonda: Inserções inadvertidas no trato respiratório, se não for feita a manobra de flexão da cabeça do paciente a sonda pode acabar passando pela laringe. A manobra permite o fechamento da laringe. (Quando houver inserção inadvertida no trato respiratório o paciente irá apresentar sinais de desconforto respiratório, cianose, queda abrupta do estado geral). As sondas de Levine são rígidas, desconfortáveis, podem provocar irritação e inflamação da mucosa da nasofaringe e esôfago. Lesões nasais. Material usado: Toalha de rosto: para dispor no tórax do paciente. Copo de agua: teste da água no copinho. Luvas de procedimento: realizar o procedimento. Pacote de gases: dispor xilocaína e fazer Antissepcia local. Estetoscópio: auscultar infusão no estomago, para se certificar que a sonda está posiciona corretamente. Xilocaína gel: permite além da fruição a anestesia local. Seringa de 20 ml: para testes de aspiração de conteúdo gástrico e da ausculta. Micropore: marcar e fixar a sonda (3 tiras) Sonda nasogástrica Coletor de drenagem: cuba rim. Copo com água mineral: teste da água no copinho. Procedimento: 1. Primeira coisa é higienizar as mãos e reunir o material em uma bandeja. 2. Explicar o procedimento ao paciente (“Boa tarde. Vamos passar uma sonda para alimentação na Sra. Ok?) 3. Posiciona o paciente em ângulo de 45° deixando a cabeça lateralizada e cuba rim próxima. 4. Toalha de rosto é colocada no toráx do paciente 5. Cortar o esparadrapo antes para marcar e fixar a sonda. 6. Colocar a xilocaína em uma gaze e umedecer a sonda 7. Abrir a seringa e deixar dento da embalagem 8. Abrir a embalagem da sonda e deixa-la protegida 9. Calcar as luvas de procedimento 10. Mede o tamanho da sonda nasogástrica a ser inserida descontando os primeiros furos e marque com esparadrapo (distância entre o lóbulo inferior da orelha a ponta do nariz, da ponta do nariz ao processo xifoide ou região epigástrica). 11. Umedece a sonda com a xilocaína. 12. Orientar o paciente para respirar normalmente 13. Posiciona uma cuba rim ao lado oposto do paciente e informa o paciente que se ele sentir ânsia pode vomitar. 14. Inserir sonda através da narina em direção a parte posterior da garganta, em seguida flexiona a cabeça na direção do tórax 15. Orientar o paciente a engolir a medida que introduz a sonda. 16. Observar se o paciente está com dificuldade para respirar ou com cianose, pois indicará que a sonda está fora do local desejado. 17. Verificar o posicionamento da sonda com os testes descrito abaixo: Aspirar a sonda para verificar se reflui secreção gástrica Infundir cerca de 10ml de ar conecte a seringa na sonda e infunda rapidamente o ar e ausculte com estetoscópio sobre região epigástrica (ruídos semelhantes e vento forte se tiver no estomago). Posicione a ponta da sonda dentro do copo com agua para verificar se há saída de ar, caso tenha, estará nas vias aéreas e não no estomago. 18. Fixe a sonda sobre o nariz com micropore evitando pressão sobre as narinas; 19. Organize o paciente e ambiente; 20. Registre no prontuário Procedimento de fixação: importante fixar a sonda sobre o nariz com o Micropore evitando pressão sobre as narinas. Pode-se fixar na face também. Organize o paciente e ambiente e registra em prontuário a passagem. Sonda nasogástrica para alimentação: tipos de administração da dieta: Gavagem: introdução do alimento forçada por meio de introdução de liquido no estomago através de um tubo colocado pelo nariz ou boca. (“Seringa”) Frasco conectado a uma espécie de equipo de soro. Após passagem do alimento importante passar soro fisiológico para evitar entupimento. Bomba de infusão: é o melhor método para administração de alimentação nasoenteral. Pois há uma prescrição mais acurada da alimentação e o gotejamento será de forma lenta de acordo com a orientação médica/nutricional. = Tipos de administração da dieta: Intermitente Intermitente em bolo: Administração da dieta utilizando-se uma seringa para a infusão. Volume 300 a 400 ml por horário. Tempo de infusão 30 a 50 min. Pode provocar desconforto abdominal e aumentar riscos de diarreia e vômitos Intermitente gravitacional: Administração utilizando-se a força da gravidade. Método mais utilizado na prática clínica Contínua: Ocupa um período de 12 a 24 horas gravitacional ou por bomba de infusão. Complicações relacionadas a sonda: Mau posicionamento Erro no trajeto na sua introdução Obstrução de sonda Saída acidental ou proposital Complicações relacionadas a dieta: Diarreia Distensão abdominal: muito comum em caso de administração de alimentos gelados ou mesmo em intolerancia à algum componente da dieta. Náuseas, cólicas, regurgitação e aspiração pulmonar. Lavagem gástrica ou drenagem gástrica É a limpeza do estomago realizada através de sonda nasogástrica. Indicações: Remover substancias toxicas ou irritantes Prepara o paciente para cirurgias ou exames Hemorragias diversas Procedimento: 1. Após passar a sonda nasogástrica calibrosa 2. Conferir se posição correta da sonda 3. Retirar o primeiro liquido drenável sem diluir (reservar amostra para análise) 4. Infundir S.F 0.9% (5 a 6 ml kg) 5. Retirar o volume infundido 6. Repetir até retorno límpido Sonda nasoenteral Esta sonda tem uso exclusivo de alimentação. Não é possível fazer drenagem e lavagem. Constituída de poliuretano maleável. Comprimento variável (50 a 150 cm), diâmetro médio interno 1,6mm e externo de 4mm. Possui marcas numéricas ao longo de sua extensão além de fio guia metálico e flexível que permite a inserção e manipulação. Possui uma coluna radiopaca (composição do material que permitevisualização do caminho da sonda durante exame de raio x). Pode ser posicionada no estomago ou duodeno. Somente alimentação. Importante: após passar a sonda, esperar um período de pelo menos 2 horas para realizar raio x, devido aos movimentos peristálticos pode haver movimentação. Por isso é ideal aguardar e não retirar o fio guia até que se faça o exame radiológico. Atenção: não desprezar o fio guia do paciente, porque ele é de uso exclusivo do paciente e em necessidade de reposicionar a sonda o fio guia será necessário. PROVA: medir sonda! Despreza o espaço dos “furos”, mede do lóbulo da orelha até a ponta do nariz e depois medir da ponta do nariz ao processo xifoide. Em caso de passagem para duodeno medir até cicatriz umbilical. Objetivo: Melhor aporto nutricional em pacientes debilitados por meio de dietas especiais Indicada aos pacientes com trato gastrointestinal funcionando que não podem ingerir por via oral. Indicações da sonda nasoenteral: Quando a alimentação pela boca é insuficiente ou impossível de ser realizada, suas necessidades nutricionais podem ser satisfeitas através da nasoenteral. Aumento das necessidades metabolicas (queimaduras, câncer) Coma Cirurgia de cabeça e pescoço Má absorção gástrica Anorexia grave Aspiração recorrente Variedades de dietas: Existe uma variedade muito grande de dietas prontas destinadas a alimentação nasoenteral/nasogástrica. Benefícios: Melhor custo beneficio Em comparação com a nutrição parenteral, a nutrição enteral tem menor risco de infeccoes, mantem o trato funcionante, e cada vez mais utilizada pela variedade de formulas e sondas. Atenção: Não necessita de coletor de drenagem, já que a sonda é indicada para alimentação. Procedimento: 1. O mesmo que a SNG, com exceção. 2. Testar o fio guia quanto a presença de resistência em sua saída. 3. Caso esteja com resistência, injetar água dentro da sonda sem retirar o fio guia, afim de facilitar a retirada dele após a colocação da sonda. 4. Medir a sonda do lóbulo da orelha até a ponta do nariz descer processo xifoide até a cicatriz umbilical (10 cm). 5. Marcar essa medida com fita adesiva. 6. Retirar o fio guia, enrolando em círculo, tendo o cuidado para não dobrar o mesmo para não amassar, coloque dentro do próprio involucro da sonda identificando com o nome completo do paciente, leito, (o guia pode ser retirado antes ou depois do raio X, não interfere no resultado do procedimento). 7. A dieta será administrada após a confirmação da localização da sonda com o RX 8. A dieta a ser administrada vai depender de onde a sonda está localizada. Tempo de permanência das sondas: Nasogástrica Até 10 dias Nasoenteral Até 60 dias Remoção: Material: gazes, toalha, luvas de procedimento e cuba rim. Testes: 1. Aspirar o conteúdo gástrico 2. Injetar ar e auscultar a região epigástrica 3. Realizar RX de abdome Cuidados com a sonda: Cuidado com retrações, pode deslocar do posicionamento correto (por exemplo, durante o sono, banho, mudança de decúbito ou pelo próprio paciente) Após cada administração de dieta, injetar 20ml de água filtrada. Posicionar o paciente em ângulo de 45 quando da administração de dietas. Ostomias Existem dois tipos: Jejunostomia: Comunicação que consiste em abrir orifício no jejuno, através da parede abdominal, quando o paciente apresenta dificuldade no estomago. Gastrostomia: É a comunicação direta do estomago com o exterior, criada artificialmente pela cirurgia. 1. Gastrostomia: É uma abertura no estômago realizada pelo médico no Centro Cirurgico, onde é passado um tubo de silicone para regularizar a alimentação e a hidratação do paciente que não está se alimentando normalmente. Pode ser temporária ou não. Sonda utilizada em gastrostomia: 2. Jejunostomia: É uma abertura no intestino, realizada pelo médico no C.C., quando o paciente apresenta alguma dificuldade no estomago impossibilitando a alimentação oral e pela gastrostomia. Indicações: Via de acesso de enteral em situações de impedimento da utilização das porções altas do tubo digestivo (estenose de esôfago e estomago) Tumores gástricos, Cuidados com as ostomias: Higienização; Fixação; Observar dieta prescrita; Injetar 10ml de água filtrada após cada administração da dieta; Observar desconforto do paciente (distensão abdominal); náuseas. Manter sonda fechada após administração.