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Emergências Psiquiátricas Emergências psiquiátricas são alterações nos pensamentos, sentimentos ou comportamentos que requerem intervenção imediata devido ao risco significativo para o paciente ou para terceiros (Kaplan, Sadock, 1995). Classificação Emergências Delirium Tremens (complicação da síndrome de abstinência alcoólica em indivíduos com dependência.) Comportamento Violento Toxicidade por Drogas Tentativa de Suicídio Urgências Embora o comportamento do paciente possa ser similar às emergências, as urgências psiquiátricas envolvem riscos menores e requerem intervenções no curto prazo. Comportamento Bizarro Agitação Aguda Embriaguez Avaliação para Internações Atitudes Suicidas Transtornos Psíquicos Comuns no Pronto-Socorro Ideação ou tentativa de suicídio Agitação e agressividade Abuso de substâncias psicoativas Transtornos Mentais Decorrentes de Doenças Clínicas Início agudo Primeiro episódio Idade acima de 60 anos Doença clínica atual Abuso de substâncias Alucinações não auditivas Sinais e sintomas neurológicos Objetivos do Atendimento no Pronto-Socorro 1. Rápido diagnóstico 2. Estabilização do quadro: Através do tratamento de sinais e sintomas. 3. Exclusão de causas orgânicas: Realizar anamnese e exame físico. Exames complementares: hemograma completo, eletrólitos, ureia e creatinina, glicemia, enzimas hepáticas, fatores de coagulação, ECG, EEG. 4. Encaminhamento: Para tratamento apropriado conforme a necessidade. Avaliação do Paciente Entrevista (Quando você não souber o que dizer, o melhor enfoque é ouvir.) O Entrevistador Deve: Ter atitude calma, firme e segura. Estabelecer limites claros. Transmitir ao paciente a ideia de que está no controle e agirá decisivamente em caso de descontrole do paciente. Comportamento do Paciente e Fatores de Risco O comportamento é o indicativo mais importante de violência iminente. Fatores de risco incluem: Distúrbios psicóticos (paranoia ou alucinações de comando). Intoxicação ou abstinência de drogas. Excitação catatônica (estado extremo de agitação e atividade motora descontrolada, que pode ocorrer em transtornos psiquiátricos, como a esquizofrenia ou outros episódios psicóticos.) Distúrbios de personalidade com fúria e controle fraco dos impulsos. Comunicação Terapêutica O Que Fazer Tentar formar vínculo com o paciente. Olhar e ouvir atentamente. Respeitar pausas silenciosas e não completar frases. Controlar a comunicação não verbal. Verificar o conteúdo de fantasias expressadas. Ajudar o paciente a voltar à realidade. Reconhecer e atuar em tentativas de manipulação. O Que Não Fazer Mentir, prometer ou seduzir. Chamar o paciente por nomes jocosos. Ser agressivo ou ríspido. Ameaçar ou desafiar o paciente. Julgar ou dar opiniões pessoais. Manejo Primeiras Medidas A primeira e mais importante medida é PROTEGER-SE. O manejo verbal é sempre a primeira escolha. A avaliação do risco que o paciente oferece deve ser constante. Contenção O objetivo e controlar quadros de agitação psicomotora que coloque e risco a ua integridade ou de qualquer pessoa a seu redor. Tipos: Verbal (Psicológica): Usar recursos de comunicação terapêutica. Química: Princípios de preparo e administração de drogas. Espacial e Física: Ação em grupo para controle. Mecânica: Uso de faixas apropriadas, com atenção ao tempo. Indicações Explícitas de Contenção Prevenir lesões ao paciente ou a outros. Quando solicitado voluntariamente pelo paciente, com justificativa clínica. Intervenção Verbal A intervenção verbal deve ser a estratégia utilizada imediatamente. Considerações: Informar-se sobre o paciente antes de falar. Conversar em um espaço que ofereça privacidade, mantendo a porta aberta ou semi-aberta. Evitar olhares fixos e níveis de hierarquia, como por exemplo um estar em um nível acima do outro. Escutar sem confrontar, mantendo uma abordagem simples e tranquila. Negociar soluções baseadas nas propostas do paciente e da instituição. Reforçar o caráter transitório da crise e a autoestima do paciente. Tomada de Decisão (hora do agir) Todas as tentativas de manejo prévio devem ter sido esgotadas. Uma pessoa deve dirigir o procedimento. Ao perceber risco de agressão, a equipe deve se posicionar próxima ao paciente (composta por cinco pessoas (sendo uma pessoa por membro e outra para a cabeça) deverá colocar-se ao lado do paciente). Apenas uma pessoa se comunica com o paciente, enquanto os demais observam. Todos os outros membros deverão estar atentos as atitudes do paciente. Sem colaboração do paciente, o interlocutor decide pela contenção e avisa o paciente. Contenção Física O paciente deverá permanecer contido por um tempo mínimo, continuamente avaliado pela equipe de enfermagem e registrado em prontuário a cada hora, e a cada 2h pelo médico responsável. O procedimento deverá ser devidamente registrado em prontuário A equipe deve segurar o paciente firmemente, cada membro em um membro do paciente. Se necessário, colocar o paciente em decúbito dorsal horizontal até estabilização. Após obter controle, transferir o paciente para o leito em decúbito dorsal. Não se deve fazer na contenção Imobilizar pescoço Enforcar Chave de braço Contenção sob a axila Segurança Geral Antes de retirar a equipe, certifique-se de que: As faixas de contenção estejam bem fixas. Nenhum membro do paciente esteja garroteado. Objetos perigosos tenham sido removidos. O paciente esteja coberto adequadamente. O interlocutor deverá então reforçar o motivo da contenção deixando claro sua necessidade. Um membro da equipe de enfermagem deverá permanecer constantemente com o paciente. A indicação da contenção e o procedimento deverá estar documentado no prontuário Segurança do Paciente Não insistir no diálogo uma vez iniciada a contenção. Não demonstrar agressividade. Não forçar articulações ou usar joelhos contra o paciente. Proteger o paciente de objetos e mobiliários. Segurança da Equipe Uso de luvas e retirada de adornos. Cuidado com objetos que possam ser usados como armas. Proteger-se de agressões acidentais ou intencionais. Lembretes Finais A contenção mecânica deve ser o último recurso. A intervenção verbal é a estratégia a ser utilizada primeiramente.