Prévia do material em texto
ENEM 51 2024 - MÓDULO 6 - RODRIGO MARTELLI As greves operárias que eclodiram em São Paulo, em junho de 1917, se tornariam o símbolo não só da miséria social vivida pela classe no período, mas também de rebeldia e revolta de mulheres e homens. Naquele momento, as mulheres ocupavam quase 34% da mão de obra, e no setor têxtil o número de empregadas superava o de homens. Na Fábrica de Fósforos Pauliceia, os homens chegavam a receber diárias de 4 mil réis, mas havia lá cem mulheres empregadas que não recebiam mais que 1 800 réis por dia. A manhã de 17 de outubro de 1917 nasceu com uma paralisação numa das fábricas de Matarazzo, a Mariângela. A notícia veiculada informava que as operárias do ramo têxtil reivindicavam aumento de 20% dos salários em atitude pacífica. FRACCARO, G. C. C. Mulheres, sindicato e organização política nas greves de 1917 em São Paulo. Revista Brasileira de História, n. 76, 2017 (adaptado). A situação dessas trabalhadoras coloca em evidência a a) discrepância de escala nos horários noturnos. b) desigualdade de gênero nas relações laborais. c) dissimetria de critérios nos processos seletivos. d) diferença de condições nas negociações sindicais. e) disparidade de remuneração nos diferentes cargos. Hoje o Rio de Janeiro é famoso pela bela alcunha de “Cidade Maravilhosa”, mas seu passado esconde apelidos muito menos lisonjeiros. “Porto Sujo” e “Cidade da Morte” eram os nomes que os estrangeiros usavam para se referir à capital fluminense antes da Reforma Pereira Passos. Muitos navios passaram a evitar a Baía de Guanabara por medo. Em um episódio dramático, em 1895,333 marinheiros do navio italiano Lombardia, que tinha 340 tripulantes, contraíram febre amarela, e 234 morreram. BIAS, M. Passado a limpo. Disponível em: www.revistadehistoria.com.br. Acesso em: 14 abr. 2015 (adaptado). Os termos pelos quais a cidade era conhecida no passado, antes da reforma mencionada no texto, são explicados pela associação entre os seguintes fatores: a) Endividamento e dependência financeira. b) Insalubridade e ocupação desordenada. c) Criminalidade e decadência moral. d) Pobreza e corrupção política. e) Imigração e êxodo rural. Com direitos civis, mas sem direitos políticos, além das mulheres, milhões de camponeses iletrados, em sua maioria não brancos, num contexto altamente racista e racializado, milhares de imigrantes estrangeiros recém-chegados e de ex-escravos recém-libertos não deixaram, apesar disso, de agir politicamente e de influir decisivamente no devir da república em formação. MATTOS, H. A vida política. In: SCHWARCZ, L. M. (Org.). A abertura para o mundo: 1889-1930. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. Um meio pelo qual esses grupos exerceram a cidadania, nas primeiras décadas do regime político mencionado, foi o(a) a) prática do sufrágio livre e universal. b) programa de democratização do ensino. c) aliança de oligarquias partidárias estaduais. d) irrupção de levantes populares espontâneos. e) discurso de inspiração social-darwinista e eugenista. CAPOEIRA PATRIMÔNIO DA HUMANIDADE(2014) • Decreto nº 847 de 11 de outubro de 1890. Introdução da capoeira no Código Penal da República, no Capí tulo XIII "Dos Vadios e Capoeiras" em seus artigos 402, 403 e 404. Continuidade ao processo de prisão e deportação dos capoeiristas criminosos para o Presí dio de Fernando de Noronha e para a Colônia Correcional de Dois Rios na Ilha Grande. • Em 1934, Getúlio Vargas legalizou a capoeira. Assim, a capoeira saia da pauta policial. • 1940 - Decreto 2848. Instituiu o novo Código Penal Brasileiro. No mesmo não é citada a capoeira. A partir desta data o uso da palavra "capoeira" foi liberado. • 2008 – A capoeira foi registrada como patrimônio imaterial pelo IPHAN. (ENEM) - O artigo 402 do Código penal Brasileiro de 1890 dizia: Fazer nas ruas e praças públicas exercícios de agilidade e destreza corporal, conhecidos pela denominação de capoeiragem: andar em correrias, com armas ou instrumentos capazes de produzir uma lesão corporal, provocando tumulto ou desordens. Pena: Prisão de dois a seis meses. SOARES, C. E. L. A Negregada instituição: os capoeiras no Rio de Janeiro: 1850-1890. Rio de Janeiro: Secretaria Municipal de Cultura, 1994 (adaptado). O artigo do primeiro Código Penal Republicano naturaliza medidas socialmente excludentes. Nesse contexto, tal regulamento expressava a) a manutenção de parte da legislação do Império com vistas ao controle da criminalidade urbana. b) a defesa do retorno do cativeiro e escravidão pelos primeiros governos do período republicano. c) o caráter disciplinador de uma sociedade industrializada, desejosa de um equilíbrio entre progresso e civilização. d) a criminalização de práticas culturais e a persistência de valores que vinculavam certos grupos ao passado de escravidão. e) o poder do regime escravista, que mantinha os negros como categoria social inferior, discriminada e segregada. CENA DE CARNAVAL – JEAN BATISTE DEBRET (1826) SOCIEDADES CARNACALESCAS X ENTRUDO Manifestações culturais como o carnaval também têm sua própria história, sendo constantemente reinventadas ao longo do tempo. A atuação das Grandes Sociedades, descrita no texto, mostra que o carnaval representava um momento em que as a) distinções sociais eram deixadas de lado em nome da celebração. b) aspirações cosmopolitas da elite impediam a realização da festa fora dos clubes. c) liberdades individuais eram extintas pelas regras das autoridades públicas. d) tradições populares se transformavam em matéria de disputas sociais. e) perseguições policiais tinham caráter xenófobo por repudiarem tradições estrangeiras. CRIAÇÃO DO DEPARTAMENTO DE IMPRENSA E PROPAGANDA EM 1939 SAMBA MALANDRO (REGIONAL) X SAMBA EXALTAÇÃO (NACIONAL) SAMBA MALANDRO Lenço no Pescoço de Wilson Batista e interpretado por Sílvio Caldas(1933) : Meu chapéu do lado Tamanco arrastando Lenço no pescoço Navalha no bolso Eu passo gingando Provoco e desafio Eu tenho orgulho Em ser tão vadio Sei que eles falam deste meu proceder Eu vejo quem trabalha andar no miserê Eu sou vadio porque tive inclinação (…) O BONDE DE SÃO JANUÁRIO CENSURADO O Bonde de São Januário” de Wilson Batista e interpretado por Ataulfo Alves (1939/40) A letra original dizia: “O bonde de São Januário leva mais um sócio otário sou eu que não vou trabalhar”. Veja como a letra ficou: O Bonde de São Januário Quem trabalha é quem tem razão Eu digo e não tenho medo de errar O Bonde de São Januário leva mais um operário Sou eu que vou trabalhar SAMBA EXALTAÇÃO Um dos maiores representantes desse gênero foi o compositor Ary Barroso, que fez, em 1939, “Aquarela do Brasil”, considerado o primeiro samba-exaltação do Brasil. Brasil, meu Brasil Brasileiro, Meu mulato inzoneiro (intrigante), Vou cantar-te nos meus versos: O Brasil, samba que dá Bamboleio, que faz gingar; O Brasil do meu amor, Terra de Nosso Senhor. Brasil!... Brasil!... Prá mim!... Prá mim!... FIM DO ESTADO NOVO E O PEDREIRO WALDEMAR Pedreiro Valdemar Você conhece o pedreiro Valdemar? Não conhece Mas eu vou lhe apresentar De madrugada toma o trem da circular Faz tanta casa e não tem casa pra morar Leva a marmita embrulhada no jornal Se tem almoço, nem sempre tem jantar O Valdemar, que é mestre no ofício Constrói um edifício e depois não pode entrar O samba Pedreiro Waldemar, composto por Wilson Batista e Roberto Martins, em 1946, A) ia na contramão do discurso oficial da época e exaltava o trabalho, visto pelos compositores como o único meio de ascensão social para as pessoas de classe baixa. . B) devido às imposições do Estado Novo, realiza uma exaltação ao trabalho e ressalta o valor do trabalhador brasileiro. C) faz parte da propaganda ufanista desenvolvida ao longo da ditadura militar, que exaltavaas realizações do povo brasileiro. D) livre da censura do Estado Novo, aponta para a luta de classes, denunciando o intenso grau de exploração a que estavam submetidos os trabalhadores brasileiros E) denunciava as formas de trabalho escravo que persistiam no Brasil logo após a aprovação da Lei Áurea. O FUTEBOL E A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE NACIONAL