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9 Embalagens 473 Capítulo 9 - Embalagens 1. Adequação de Uso e Incompatibilidades A função primária da embalagem é proteger o produto das condições ambientais com o propósito de aumentar sua conserva- ção. Em farmácia, o farmacêutico precisa conhecer a função, design e uso de cada tipo de embalagem. 1.1. Considerações e requisitos para adequação e utilização racional de embalagens para fins farmacêuticos ■ Ser limpa ■ não interagir fisicamente e ou quimicamente com a preparação; ■ preservar a concentração, qualidade e pureza da preparação. Nota: Ceralmente a embalasem para fins farmacêutkos deve ser foto-resistente (protesendo o conteúdo da luz) e hermeticamente fechadas (protesendo o conteúdo de contaminações externas de líquidos, sólidos e vapores, evitando a perda, eflorescência, deliqüescéncia ou evaporação). 2. Materiais de Embalagem: 2.1. Vidro: 0 vidro possui qualidades protetoras superiores, estando disponível em vários tamanhos e formatos. É quimicamente inerte, impermeável, forte e rígido. É aprovado pelo FDA e não deteriora com o tempo. 0 vidro é comumente utilizado como material de em- balagem de produtos farmacêuticos, todavia está sendo rapidamen- te substituido por plásticos. 2 .1 .1 . Tipos de Vidro: A. Tipo I: Neutro e altamente resistente. Vidro de silicato de boro. É quimicamente inerte e é usado para ácido, álcalis e todos os tipos de solventes. É amplamente usado para produtos parenterais e de- mais produtos estéreis. B. Tipo II: vidro sódico-cálcico com tratamento de desalcalinização para remoção dos álcalis de sua superfície. É um vidro quimicamen- te resistente, sendo amplamente utilizado em produtos parenterais e outros produtos estéreis. 474 Capitulo 9 - Embalagens C. Tipo III: vidro sódico-cálcico de alcalinidade limitada. É um vidro não tratado de boa resistência química. Ocasionalmente utilizado em produtos parenterais. D. NPi vidro sódico-cálcico para uso em produtos de utilização oral ou tópica (uso geral), não é utilizado para envasar produtos de uso parenteral. 2.2. Metal São geralmente forte, opaca, impermeável a líquidos, umi- dade, vapores, gases, odores e bactérias, bem como são resistentes a altas e baixas temperaturas. A desvantagem das embalagens de metal deve-se ao fato de requererem algum tipo de revestimento para minimizar a reatividade com os fármacos. Determinadas formulações contendo fármacos reconheci- damente óxido. A bisnaga de metal revestida no seu interior com material plastificante é a embalagem de escolha para formulações contendo princípios ativos reconhecidamente vulneraveis à oxidação (exemplo: creme ou gel com hidroquinona, creme ou gel com ácido retinóico, creme com cetoconazol). 2.3. Plásticos Os plásticos têm se transformado no material de embala- gem farmacêutica mais popular. É um material forte, leve, razoa- velmente inerte, quimicamente resistente e pode ser feito de vários polímeros para aplicações específicas. Os plásticos comuns mais utilizados são o polietileno (baixa densidade, alta densidade), poli- estireno, polipropileno, cloreto de polivinila (PVC) e polietileno te- reftalato (PET). Os plásticos são uma mistura de compostos homólo- gos com uma variação de pesos moleculares. Os plásticos contêm também outras substâncias tais como resíduos do processo de poli- merização, plasticizantes, estabilizantes, antioxidantes, pigmentos e lubrificantes. 475 Capítulo 9 - Embalagens 2.3.1. Materiais Plásticos e suas caracteristicas: Caracte- risticas Transpa- rência Absorção de água Permeabi- lidade ao vapor d'água Permeabi- lidade ao oxigénio Permeabi- lidade ao C02 Resistência a ácidos Resistência ao Álcool Resistência a álcalis Resistência ao óleo mineral Resistência a solventes Resistência ao calor Resistência ao frio Resistência a alta umidade Resistência ao impacto Neutrali- dade (ser inerte) Polietile- no de alta den- sidade Enevoado Transpa- rente Baixa Baixa Alta Alta muito boa Boa Boa Pobre Boa Pobre Excelente Excelente Excelente Destacada Polietile- no de baixa densida- de enevoado translúcido Baixa muito baixa moderada- alta moderada- alta muito boa boa boa moderada boa moderada excelente excelente boa excelente Pol ipropi- leno Transparen- te Baixa muito baixa moderada- alta moderada- atta muito boa muito boa muito boa Moderada Boa Boa pobre- moderada Excelente moderada- boa boa- excelente Poliesti- reno Transpa- rente Moderada- alta Alta Alta Alta Boa Pobre Boa Moderada Pobre Moderada Pobre Excelente Pobre-boa Muito pobre PVC transpa- rente Baixa Baixa Baixa Baixa Muito boa Muito boa Boa Boa mode- rada mode- rada- pobre Muito pobre exce- lente Mode- rada- exce- lente pobre PET Trans- parente Baixa Baixa Baixa Baixa Muito boa Muito boa Boa Boa Boa Mode- rada Muito Boa Exce lente Mode- rada- exce- lente Muito boa 476 Capítulo 9 - Embalagens 2 .3 .2 . Problemas com embalagens de Plástico Geralmente os problemas mais comuns com embalagens plásticas são a permeabilidade, a lixiviação, a sorção, a reatividade com os componentes do produto envasado e a alteração das propri- edades do plástico. A. Permeabilidade: trata-se da transmissão de gases, vapores ou líquidos através da embalagem plástica. Pode favorecer a hidrólise e oxidação do produto envasado. B. Lixiviação: é quando um ingrediente da embalagem migra para o produto envasado. Isto é relativamente comum em embalagens de PVC que contenham plasticizantes ta l como o diet i lhexi l f talato (DEHP). 0 DHEP pode migrar da embalagem para a solução do pro- duto. C. Sorção: resulta na perda de uma droga (principio ativo) de uma forma farmacêutica por adsorção (fixação da substância na superfí- cie do plástico) ou por absorção pelo plástico da embalagem. Nota: Uma das maiores desvantagens do plástico é o fato de permitir a oxidação de fármacos sensiveis. 477 Capítulo 9 - Embalagens 3. Formas Farmacêuticas e Embalagens sugeridas Forma Farmacêutica Comprimidos/Cápsulas Líquidos Pós (a granel) Pó dividido Preparações oftálmicas liquidas (colírios) Pomada ou gel oftálmico Preparações óticas (preparações Líquidas para uso otológico) Soluções nasais Pomadas/cremes Supositórios Embalagem sugerida Frascos pequenos de bo- ca larga, de vidro ou plástico de rosca ou pres- são. Recipientes ovais. Para líquidos viscosos o frasco a ser utilizado deve ser de boca larga. Líquidos orais flavorizados podem perder o flavorizante através da volatização e permeação através da embalagem plástica, deve-se optar neste caso pelo vidro. frascos de boca larga, geralmente de plástico. papéis, saches individu- ais, saquinhos de plásti- co. frasco gotejador de plás- tico, seringas (eventual- mente) tubos de metais, seringas (eventualmente) frasco gotejador (vidro/plástico) frasco gotejador (vidro/plástico), frasco spray (plástico) pote, tubo, seringa. cartelas plásticas (mol- de), sachês de plástico ou alumínio. 478
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