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GERENCIAL III 
DA ASSISTÊNCIA 
TÉCNICA E GERENCIAL
©2021. FATECNA - Faculdade CNA a Distância
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A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, 
constitui violação dos direitos autorais (Lei Nº 9.610).
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Presidente do Conselho Deliberativo
João Martins da Silva Júnior
Entidades integrantes do Conselho Deliberativo
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil - CNA
Confederação dos Trabalhadores na Agricultura - CONTAG
Ministério do Trabalho e Emprego - MTE
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA
Ministério da Educação - MEC
Organização das Cooperativas Brasileiras - OCB
Agroindústrias / indicação da Confederação Nacional da Indústria - CNI
Diretor Geral
Daniel Klüppel Carrara
Coordenação de Assistência Técnica e Gerencial
Matheus Ferreira Pinto da Silva
Gerencial III da Assistência 
Técnica e Gerencial
Módulo 4
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 4
Sumário
Introdução do módulo ............................................................................................................... 6
Praticando... ............................................................................................................................. 8
Desafios da jornada ................................................................................................................ 8
Tema 1: Introdução ao estudo de indicadores ..................................................................10
Introdução ..............................................................................................................................10
Tópico 1: Gestão de desempenho ......................................................................................12
Tópico 2: Introdução aos indicadores técnicos e econômicos ......................................16
Tópico 3: Indicadores e informações técnicas e econômicas ........................................22
Tópico 4: Aplicação dos indicadores técnicos na atividade de fruticultura ................31
Tópico 5: Aplicação dos indicadores econômicos na produção de uva .......................46
Encerramento do tema ........................................................................................................56
Atividade de passagem ........................................................................................................57
Tema 2: Indicadores das principais cadeias produtivas .................................................59
Introdução ..............................................................................................................................59
Tópico 1: Indicadores na atividade da cafeicultura ........................................................61
Tópico 2: Indicadores na fruticultura (produção de mamão) ........................................79
Tópico 3: Indicadores na produção de soja ......................................................................97
Tópico 4: Indicadores na horticultura (produção de cebola) .......................................104
Tópico 5: Indicadores na floricultura ...............................................................................119
Encerramento do tema ......................................................................................................136
Atividade de passagem ......................................................................................................137
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 5
Tema 3: Principais formas de interpretação de indicadores técnicos 
e econômicos........................................................................................................................... 138
Introdução ............................................................................................................................138
Tópico 1: Análise da composição dos custos ..................................................................140
Tópico 2: Interpretação de indicadores técnicos e econômicos .................................152
Tópico 3: Análise comparativa ..........................................................................................163
Tópico 4: Evolução dos indicadores .................................................................................174
Tópico 5: Aplicação das principais formas de interpretação dos indicadores ..........181
Encerramento do tema ......................................................................................................189
Atividade de passagem ......................................................................................................190
Encerramento do módulo .................................................................................................... 191
Final de etapa ......................................................................................................................... 193
Gabarito das questões ......................................................................................................... 195
Referências .............................................................................................................................. 197
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 6
Introdução do módulo
Bem-vindo! Você está iniciando o módulo Gerencial III da Assistência 
Técnica e Gerencial. Observe no infográfico a sua posição no curso e atente-
se ao seu progresso!
Você está aqui!
Início da 
jornada Final da 
jornada
Módulo 1
Metodologia da 
Assistência Técnica 
e Gerencial
Aprimorar conhecimentos 
metodológicos para o 
desempenho necessário 
de ações de assistência 
técnica, destacando as 
competências requeridas 
ao exercício da atividade.
Módulo 2
Gerencial I da 
Assistência 
Técnica e 
Gerencial
Reconhecer os 
conceitos gerenciais 
da Metodologia de 
Assistência Técnica 
e Gerencial.
Módulo 4
Gerencial III 
da Assistência 
Técnica e 
Gerencial
Calcular e 
interpretar 
indicadores técnicos 
e econômicos nas 
principais cadeias 
produtivas da 
pecuária ou da 
agricultura.Módulo 3
Gerencial II 
da Assistência 
Técnica e 
Gerencial
Contextualizar os 
conceitos gerenciais 
da Metodologia de 
Assistência Técnica 
e Gerencial.
Módulo 5
Planejamento 
da Propriedade 
Rural
Definir em 
que consiste o 
planejamento 
estratégico da 
propriedade rural 
assistida pela 
Metodologia de 
ATeG, facilitando 
sua compreensão e 
aplicabilidade.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 7
Na prática, este módulo tem o objetivo de apresentar a você os indicadores, 
ferramentas essenciais para guiar as melhores decisões e monitorar 
constantemente o desempenho das empresas. Por isso, dominar suas 
definições, cálculos e resultados se torna fundamental para que você seja um 
gestor cada vez melhor.
O módulo foi dividido em três temas:
Tema 1
Introdução 
ao estudo de 
indicadores
Tema 2
Indicadores 
das principais 
cadeias da 
linha de 
produção 
vegetal
Tema 3
Principais formas 
de interpretação 
dos indicadores 
técnicos e 
econômicos
Nossa expectativa é que, ao final do módulo, você entenda como utilizar os 
indicadores técnicos e econômicos na gestão das principais cadeias produtivas 
da linha de produção vegetal, podendo definir, calcular, interpretar e usá-los 
para basear a tomada de decisões e o monitoramento do negócio.
Tudo isso para que você possa se tornar um gestor capaz de:
• entender cálculos, definições e interpretações de indicadores técnicos e 
econômicos, assim como sua aplicação nas principais cadeias da linha de 
produção vegetal,
• conhecer melhor o desempenho, suas dimensões e subdimensões, aprendendo 
a coletar informações técnicasa todas as benfeitorias, 
máquinas, equipamentos e utensílios da propriedade, ou seja, é o valor 
do capital que a propriedade possui.
Indicadores econômicos
Agora, observe a aplicação dos indicadores econômicos, custo, gasto e margem 
nesta cadeia produtiva!
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 70
Custos
Custo operacional efetivo / saca (R$/saca)
Custo operacional efetivo no ano dividido pela produção anual de sacas de 
café, ou seja, desembolso necessário para produzir uma saca de café.
Custo operacional total / saca (R$/saca)
Custo operacional total no ano dividido pela produção anual de sacas, isto é, 
o custo operacional total referente à produção de uma saca de café.
Custo total / saca (R$/saca)
Custo total no ano dividido pela produção anual de sacas, que equivale a todos 
os gastos envolvidos para a produção de uma saca de café.
COE
Produção
COT
Produção
CT
Produção
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 71
Custo operacional efetivo médio / preço da saca (%)
É a porcentagem do preço da saca de café comprometida para pagar o custo 
operacional efetivo.
 
 
O preço médio ponderado (PMP) de saca é dado pela fórmula:
Custo operacional total médio / preço da saca (%)
É a porcentagem do preço da saca de café comprometida para pagar o custo 
operacional total.
Custo total / preço da saca (%)
É a porcentagem do preço da saca de café comprometida para pagar o 
custo total.
COE / Produção
Preço médio ponderado da saca
x 100
Renda do café vendido 
sacas vendidas
COT / Produção
Preço médio ponderado da saca
x 100
CT / Produção
Preço médio ponderado da saca
x 100
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 72
Gastos
Gasto com 
mão de obra 
contratada / 
renda bruta da 
atividade (%)
Corresponde à porcentagem do gasto com a mão de obra 
contratada ao longo do ano em relação à renda bruta da 
atividade.
Gasto com mão de obra
Renda bruta da atividade
x 100
Este indicador é utilizado para mensurar o quanto da 
renda da atividade está comprometido para pagar a mão 
de obra. Ele é muito importante, pois a mão de obra é um 
componente essencial do custo, especialmente em casos em 
que a escala de produção é baixa.
Gasto com 
produtos 
fitossanitários 
na atividade / 
renda bruta da 
atividade (%)
Corresponde à porcentagem de gasto com produtos 
fitossanitários ao longo do ano em relação à renda bruta. 
Consideramos tanto as despesas relacionadas ao controle de 
pragas e doenças como aquelas associadas ao controle de 
ervas daninhas quando realizado com químicos.
Gasto com produtos fitossanitários
Renda bruta da atividade
x 100
Margem
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 73
Margem bruta
É a diferença entre a renda bruta da atividade e o COE.
RB COEMB
Este indicador pode ser analisado sob vários aspectos. Conheça os possíveis 
desdobramentos!
Margem bruta unitária (R$/saca)
Margem bruta da atividade dividida pela produção anual de sacas de café.
 
Margem bruta por área para produção de café (R$/ha)
Margem bruta da atividade dividida pela área total utilizada na produção de 
café, não incluindo:
• reservas,
• áreas de preservação permanente,
• demais áreas da propriedade (caso apenas essa atividade seja desenvolvida 
no local).
Este indicador, assim como a taxa de retorno do capital, é utilizado para 
comparar uma atividade com outras.
MB
Produção de sacas
MB
Área em hectares
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 74
Margem bruta por saca de café vendida (R$/saca)
É o valor da margem bruta da atividade dividido pelo número médio de sacas 
vendidas para o mercado ao longo do ano. Ela tem a função de mostrar qual 
é o ganho direto com a venda de uma saca de café.
Vale destacar que, se a propriedade trabalhar com o processamento do produto, 
a venda do café em quilogramas pronto para o consumo e a venda de café 
em sacas para o mercado, a renda bruta e o COE devem ser separados, 
porque são duas atividades.
Margem líquida
É a diferença entre a renda bruta e o COT.
RB COTML
Também se calcula por saca e por hectare. Acompanhe!
Margem líquida unitária (R$/saca)
É a margem líquida da atividade dividida pela produção anual de sacas de café.
MB
Sacas de café vendidas
É definida uma MB por 
tipo de produto 
(MB = RB - COE) e 
aplicada a fórmula em 
cada uma delas.
Assim, são encontradas 
a margem bruta por 
saca e a margem bruta 
por quilograma de café 
para consumo.
O gestor pode, 
então, definir qual 
produto deixa maior 
contribuição para o 
sistema.
ML
Produção de sacas
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 75
Margem líquida por área para produção de café (R$/ha)
É a margem líquida da atividade dividida pela área total utilizada para a 
produção de café.
Margem líquida quilograma ou saca vendida (café processado 
ou não processado – R$/kg ou por saca)
É a margem líquida da atividade dividida pelos quilogramas ou sacas de café 
vendidas ao longo do ano.
Quando a propriedade vende café como produtos diferentes (com 
processamento ou sem processamento), o gestor deve separar a renda e os 
custos de cada um dos produtos para calcular a margem líquida do café em 
cada um deles.
Para qualquer tipo de produto, a fórmula para o cálculo será:
 
ML
Área em hectares
ML do tipo de produto
Quantidade de café vendido 
em um tipo de produto
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 76
Outros indicadores
Observe, agora, outros indicadores importantes para essa atividade!
COE da atividade (R$)
Preço médio unitário (R$ por saca)
Ponto de cobertura operacional efetivo (em R$)
O ponto de cobertura operacional efetivo é calculado 
por meio do COE da atividade dividido pelo preço médio 
unitário por saca.
Ponto de cobertura operacional total (em R$)
O ponto de cobertura operacional total é calculado por meio do COT da atividade 
dividido pelo preço médio unitário por saca.
Ponto de cobertura total (em R$)
O ponto de cobertura total é calculado por meio do CT da atividade dividido 
pelo preço médio unitário por saca.
COT da atividade (R$)
Preço médio unitário (R$ por saca)
CT da atividade (R$)
Preço médio unitário (R$ por saca)
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 77
Estoque de capital sem terra 
O estoque de capital sem terra é calculado em função da soma dos seguintes 
componentes:
Estoque de capital com terra
O estoque de capital com terra é calculado somando o valor da terra.
Taxa de retorno do capital sem terra (% ao ano)
Este indicador é calculado em função da ML dividida pelo estoque de capital 
sem terra e multiplicado por 100 (%).
Taxa de retorno do capital com terra (% ao ano)
Este indicador é calculado em função da ML dividida pelo estoque de capital 
com terra e multiplicado por 100 (%).
ML da atividade
Estoque de capital sem terra
x 100
ML da atividade
Estoque de capital com terra
x 100
Benfeitorias Máquinas Forrageiras Refloresta-
mento
Terra
Benfeitorias Máquinas Forrageiras Refloresta-
mento
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 78
Relação benefício-custo
A relação benefício-custo é calculada em função da renda bruta total 
dividida pelo custo total. O resultado dessa relação aponta quanto está 
retornando quando se investiu R$ 1,00. Nesse sentido, o resultado deve 
ser sempre acima de R$ 1,00 para ser positivo.
RB total (R$ por ano)
CT (R$ por ano)
O Senar em Campo mostra uma história de sucesso da 
produção de café. Acesse o link: https://www.cnabrasil.
org.br/videos/senar-em-campo-hist%C3%B3rias-de-
sucesso-caf%C3%A9-es
Resumindo o tópico
Neste primeiro tópico, você:
Entendeu como aplicar 
os indicadores na 
produção de café.
Reconheceu as 
peculiaridades dessa 
cadeia produtiva, 
entendendo quais 
cálculos realizar para 
esse processo.
Aprendeu qual é a forma 
correta de interpretar 
as informações e os 
dados gerados por esses 
indicadores.Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 79
Tópico 2: Indicadores na fruticultura 
(produção de mamão)
Você conhece as peculiaridades da produção de mamão 
para a aplicação correta dos indicadores?
Neste tópico, você verá mais a fundo os indicadores da produção 
de mamão, entendendo suas particularidades.
Essa cadeia é bastante complexa, com particularidades que devem ser 
consideradas no momento do plano de gestão e gerenciamento.
Gerenciar corretamente uma propriedade dessas cadeias ajudará a 
alavancar ainda mais este setor.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 80
Fruticultura (produção de mamão): indicadores técnicos
Acompanhe como aplicar os indicadores técnicos e interpretar as informações 
das fases de reprodução das plantas matrizes e produção de mudas.
Idade de 
frutificação 
das plantas
Taxa de 
fecundação
Idade da 
planta na 
primeira 
colheita 
Idade de 
floração 
das plantas 
matrizes
Idade de floração das plantas matrizes
É a idade em que a planta atinge sua primeira produção de frutos e sementes, 
ou seja, sua idade reprodutiva. Esse indicador expressa o resultado do manejo 
empregado no desenvolvimento das plantas matrizeiras.
A referência considera vários aspectos na seleção de uma planta matrizeira, 
como altura, ramificação e tamanho de frutos.
Referência: de 120 a 180 dias de idade, dependendo da região.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 81
Idade de frutificação das plantas
É a idade em que a planta de mamão teve seus primeiros frutos. É importante 
conhecer esse período para o produtor monitorar a produção e observar perdas 
de frutos por ataque de pragas ou alguma deficiência nutricional que possa 
causar abortamento de frutos.
Referência: de 40 a 60 dias após o início da floração.
Idade da planta na primeira colheita 
É a idade em que a planta de mamão produz seus primeiros frutos e que estão 
aptos a serem colhidos. 
• Idade de reprodução: de 20 a 180 dias.
• Período de frutificação da planta matriz de mamão: de 40 a 60 dias.
• Frutos aptos para colheita e comercialização: 120 dias após a floração. 
O período de produção do mamão varia de região para região e pode ter, em 
geral, um ciclo de vida de 3 a 4 anos ou mais, com a necessidade de nova 
implantação da área após esse tempo. 
Assim, a idade na primeira produção é:
Referência: 120 dias após o início da floração.
Taxa de fecundação
É a porcentagem de número de flores de mamão abertas em uma planta no 
universo de número de frutos destacados na mesma planta.
Esse indicador mostra a eficiência da polinização, já que é uma característica 
da cultura existirem plantas de ambos os sexos (masculinas e femininas). 
De 120 a 180 
De 240 a 300 
dias, ou de 8 a 
10 meses
120 dias 
(média)
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 82
Ela é calculada seguindo a seguinte fórmula:
Intervalo entre a colheita e o início da nova frutificação
É o intervalo entre o término da colheita (a colheita é realizada quando as frutas 
ainda estão com aspecto e coloração verdes) e a nova frutificação que gerou 
uma nova colheita. O monitoramento desse período é muito importante para 
a cultura, pois ele influencia o intervalo entre uma produção e outra, que pode 
ser mais tardia ou mais precoce, e, ao longo do tempo, também influencia o 
número total de colheitas.
Não existe uma referência concreta para esse indicador já que a 
cultura do mamoeiro produz o ano todo, exceto em algumas regiões 
que apresentam épocas do ano com temperaturas baixas. O intervalo 
entre a colheita e a nova frutificação é de aproximadamente 2 meses.
Taxa de reposição das plantas matrizes
É a porcentagem de substituição de plantas matrizes por causa de problemas 
sanitários, reprodutivos, baixa qualidade dos frutos ou baixa produção de frutos. 
Esse cálculo apresenta a seguinte fórmula:
Plantas 
matrizes 
novas
Total de 
plantas 
matrizes
100
Taxa de 
reposição de 
plantas
Não existe uma referência específica para a reposição de plantas, pois isso 
depende da quantidade de área de produção e, principalmente, da quantidade 
de semente a ser produzida.
Número de 
frutos
Número de 
flores abertas 100Taxa de 
fecundação
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 83
Na prática
Considere os dados sobre uma propriedade 
produtora de sementes de mamão:
• território = 2 hectares;
• quantidade de plantas = 3.000 com média de 
1.500 plantas por hectare;
• ciclo do mamão = 3 anos
O produtor tem que atender à demanda de sementes de mamão o ano todo. 
Sabendo disso, ele escalonou a produção em três etapas:
3.000 
plantas 3 etapas 1.000 
plantas
Número de 
plantas 
por etapa
1.000 
plantas
3.000 
plantas 100
Taxa de 
reposição 
após 3 anos
33,3%
Taxa de 
reposição 
após 1,5 ano
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 84
Vida útil das plantas matrizes de mamão
A vida útil das plantas matrizes é o tempo médio que elas permanecem em 
produção no pomar.
Referência: 3 anos.
Indicadores da produção de mamão
São dois os principais indicadores da produção de mamão. Observe!
 
Relação fruto-semente
É a quantidade de semente por fruto de mamão. É um importante indicador 
de eficiência na produção de mudas.
A referência para esse indicador é de 200 a 500 sementes por fruto.
Ciclos produtivos por ano 
Expressa a média de ciclo de produção por ano (considera-se em média um 
ciclo de 10 meses ou 300 dias). Esse indicador é calculado ao dividir 365 dias 
do ano pela duração de um ciclo. 
Veja a fórmula:
365 dias
Duração de um 
ciclo produtivo
Ciclos produtivos
por ano =
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 85
Pare para pensar
Talvez você pense que a diferença de 1,5 para 2 ciclos produtivos por ano 
seja pequena. Observe o resultado dessa variação para uma propriedade com 
3.000 plantas de mamão:
• 1,5 ciclo x 50 frutos por planta = 75 frutos/planta/ano, aproximadamente;
• 2 ciclos x 50 frutos por planta = 100 frutos/planta/ano;
• 25 frutos/planta x 3.000 plantas = 75.000 frutos/ano;
• 75.000 frutos x 500 g de peso por fruto = 37.500 kg de frutos não 
comercializados naquele ano.
37.500 kg 
frutos não comercializados
R$ 2,00 
quilo da fruta
R$ 75.000,00 a menos de 
faturamento para o produtor no ano.
x
Indicadores da fase de produção de sementes e 
mudas de mamão
Veja a seguir os principais indicadores da fase de sementes e mudas!
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 86
Altura das mudas 
30 dias após a
semeadura
Total de mudas
produzidas por
planta/ano
Sementes 
por
planta/ano
Porcentagem de
sementes não
germinadas
Porcentagem de
germinação de
sementes
índice de
desenvolvimento
diário da muda
Sementes por planta/ano
Este indicador permite avaliar o potencial genético das plantas matrizes para 
produzir sementes, assim como o manejo no pomar e a fase de reprodução 
das plantas. Ele é um indicador muito amplo, que deve ser constantemente 
monitorado pelos gestores.
O cálculo é pela fórmula:
Referência: de 15.000 a 25.000 sementes/planta/ano.
Porcentagem de germinação de sementes
Este indicador pode apontar se ocorreram problemas de manejo na reprodução 
ou mesmo questões sanitárias que envolvam as plantas matrizes.
Segue a fórmula:
 
 
 
Número de frutos por ano 
× 
Número de sementes por fruto
Sementes germinadas
Sementes semeadas
x 100
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 87
Porcentagem de sementes não germinadas
Este indicador também pode demonstrar problemas sanitários, de manejo na 
reprodução ou de extração da semente.
A fórmula dele é:
Referência: 20%.
Total de mudas produzidas por planta/ano
Este indicador expressa o manejo do pomar e o potencial genético das plantas 
matrizes de produzirem sementes e, em consequência, mudas. 
A fórmula para ele é:
 
Referência: de 15.000 a 20.000 mudas por ano por planta.
Essa análise pode serrestrita a cada ano ou a cada ciclo produtivo. Assim, 
basta contar quantas mudas foram produzidas pela planta matriz avaliada.
Índice de desenvolvimento diário da muda
O crescimento diário das mudas expressa o manejo a que estas estão sendo 
submetidas, com influência no vigor e na força que a planta apresenta para se 
desenvolver, e também pode evidenciar problemas sanitários ou nutricionais.
Sua fórmula:
Referência: de 1,5 cm a 2 cm de crescimento diário.
Sementes não germinadas
Sementes semeadas
x 100
Total de mudas produzidas
Nº de plantas matrizes
Altura média das mudas
Idade em dias
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 88
Esse indicador é muito utilizado na avaliação das mudas provenientes de cada 
planta matriz. Depois, é feita a média de todas as plantas matrizes para saber 
o resultado médio do pomar.
Altura das mudas 30 dias após a semeadura (altura de 
transplante a campo)
A altura das mudas 30 dias após a semeadura é um importante indicador, 
pois, se estiverem abaixo da altura indicada, as plantas poderão ter seu 
desenvolvimento comprometido nas outras fases.
Referência: 20 cm.
Indicadores da fase de transplante das 
mudas a campo
Os indicadores são:
Mortalidade
Nutrição de 
plantas
Referência para 
espaçamento de 
plantio
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 89
Mortalidade
O indicador de mortalidade expressa a situação sanitária do 
lote de mudas e o efeito do manejo ao qual essas plantas são 
submetidas.
A fórmula para este indicador é:
Referência: 1,0%.
Nutrição de plantas 
A nutrição de plantas mostra o quanto de nutriente uma planta 
necessita para converter em ganho de altura ou em matéria seca 
ou, ainda, em produtividade. Isto é, qual é a resposta de uma 
planta em relação a uma determinada quantidade de nutrientes 
disponível para ela. O gasto com adubação é o principal custo 
a partir dessa fase, logo, a conversão dos nutrientes em altura, 
matéria seca e principalmente produtividade é muito importante 
para a saúde financeira da propriedade. 
Sua fórmula:
 
 
 
O indicador mostra, além do efeito da nutrição na produção 
vegetal, o efeito de todo o sistema, pois plantas com problemas 
sanitários, submetidas a estresse térmico, com injúrias, entre 
outros problemas, não expressarão o seu potencial genético de 
produção.
Referência: é possível citar como referência uma pesquisa da 
Embrapa Trigo. Entenda melhor pelo Saiba Mais!
Plantas mortas
x 100
Total de plantas 
transplantadas
Nutrição 
de plantas =
kg de nutrientes 
fornecidos no período
Quantidade de quilogramas 
de grãos produzidos
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 90
Referência para espaçamento de plantio 
A referência para o espaçamento de plantio é extremamente 
importante, uma vez que esse indicador reflete-se diretamente na 
produção de mamão por área e, consequentemente, nos custos 
de produção, já que, com mais ou menos plantas, irá demandar 
mais ou menos insumos.
Referência: 3,0 m x 2,0 m, 3,0 m x 3,0 m ou 4,0 m x 2,5 m.
Referência em relação ao número de plantas por hectare: 
1.666 plantas, 1.111 plantas e 1.000 plantas por hectare, 
respectivamente.
Cálculo para determinar a densidade de plantio para o espaçamento:
 
Densidade = 10.000 m² / 3,0 × 2,0 
Densidade = 10.000 m² / 6 m²
Densidade = 1.666 plantas por hectare
Saiba Mais
Não há uma referência específica para a indicação “nutrição de 
plantas”, principalmente a campo, onde existem vários fatores que 
interferem nos resultados, diferentemente dos testes realizados 
em laboratório, ou seja, a campo o produtor pode trabalhar com 
esse indicador para gerar uma estimativa de produção em relação 
à quantidade de adubo disponibilizado para a cultura. No entanto, 
podemos citar como referência uma pesquisa da Embrapa Trigo, 
mencionada por SF Agro, em relação à adubação com doses de 
nitrogênio e ao resultado em produção.
“A Embrapa Trigo avaliou a máxima eficiência econômica de 
cultivares semeadas em 32 experimentos, conduzidos durante 
dez anos (1990 a 2000) no Rio Grande do Sul. O melhor 
resultado foi alcançado com 83 kg por hectare de N, o que 
produziu 3.410 kg por hectare no rendimento de grãos.”
Disponível em: . Acesso em: 4 jun. 2018.
3,0 m x 2,0 m 
em uma área de 1 hectare
10.000 m²
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 91
Indicadores da produção de mamão
Mortalidade de plantas adultas no pomar
A mortalidade nesta fase pode sinalizar diversos problemas 
nutricionais e sanitários, entre outros.
Referência: para a fase é de 0,5% de mortalidade de plantas.
Nutrição de plantas
Com as mesmas importâncias definidas nas fases anteriores, não 
há uma referência específica para este indicador, e sim pode-se 
realizar uma estimativa de produção.
Para cada quilograma de fruta produzida, o produtor gastou 
100 g de adubo, ou seja, é apenas uma estimativa de gasto 
sobre a produção, mas, a partir dela, o produtor pode melhorar 
esse resultado, por exemplo, realizando uma análise de solo e 
adequando a adubação — quanto mais quilogramas de frutas 
produzidas, menor é o gasto com a adubação, ou seja, o custo 
será diluído na quantidade de produção. 
Nutriente fornecido 
no períodoNutrição 
de plantas =
Quilogramas de frutos 
produzidos no período
2,5 kg 
de adubo por planta Nutrição 
de plantas =
25 kg de frutas por planta
Nutrição 
de plantas 100 g de fertilizante=
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 92
Indicadores técnicos da produção de 
plantas adultas
Este indicador refere-se ao efeito do espaçamento de plantio sobre a produção 
em quilogramas de mamão, bem como número de frutos por planta, produção 
em toneladas, número de frutos por hectare e peso médio de frutos de mamão. 
Seguem os indicadores de referência para cada item. Observe!
Espaçamento de plantio e número de plantas por hectare
Como exemplo, pense em pomares onde todas as fases sejam realizadas 
manualmente. O produtor utiliza o espaçamento de 3,0 m x 3,0 m, ou 
seja, o espaçamento entre fileiras e na fileira, respectivamente. 
Veja o cálculo para o número de plantas por hectare:
• Número de plantas = 3,0 x 3,0 = 9 m²
• Um hectare = 10.000 m²
Número de plantas = 10.000 m² / 9 m² 
Número de plantas = 1.111 plantas 
Produção por planta
A produção por planta pode ser expressa em quilogramas por planta 
ou número de frutos por planta. Por exemplo, um produtor possui em 
sua propriedade:
• Plantas = 1.111
• Colheita da safra = 60.000 frutos
Veja o cálculo:
Número de frutos por planta = 60.000 frutos / 1.111 plantas 
Número de frutos por planta = 54 frutos por planta 
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 93
Para o cálculo de quilogramas por planta:
• Plantas = 1.111
• Produção = 30.000 kg 
Cálculo:
Kg de frutas = 30.000 kg / 1.111 plantas 
Kg de frutas = 27 kg de frutas por planta
Produção por hectare
A produção por hectare pode ser expressa em toneladas de mamão 
por hectare ou número de frutos por hectare. Veja o cálculo utilizando 
valores anteriores:
Número de frutos por hectare = 1.111 plantas x 54 frutos por planta 
Número de frutos por hectare = 60.000 frutas por hectare
Para calcular a produção em toneladas, é necessário outro indicador, 
que é o peso médio dos frutos. Supondo que o produtor tenha produzido 
frutos com peso médio de 500 gramas, o cálculo fica da seguinte forma:
Toneladas por hectare = 60.000 frutas x 500 gramas por fruta 
Toneladas por hectare = 30 toneladas de mamão por hectare
Peso médio dos frutos
Este indicador refere-se à qualidade dos frutos produzidos. Nesse sentido, 
o valor de mercado é maior, e o produtor torna-se mais competitivo. 
Observe o cálculo:
Peso médio dos frutos = 30 toneladas x 1.000 kg 
Peso médio dos frutos = 30.000 kg x 1.000 g
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnicae Gerencial pg. 94
Peso médio dos frutos = 30.000.000 g de frutas
Peso médio dos frutos = 30.000.000 g / 60.000 frutas
Peso médio dos frutos = 500 gramas por fruto
Todos esses indicadores são considerados ideais para o espaçamento utilizado 
e pelo nível tecnológico empregado na produção, ou seja, para a produção 
manual da fruta, eles servem como referência.
Indicadores econômicos e de produtividade na 
produção de mamão 
Entenda melhor cada um desses indicadores!
Indicadores de produtividade
Indicador Fórmula Unidade Função
Produção média de 
frutos/matriz/ano
Produção total de frutos 
Nº médio de plantas 
matrizes
Kg/planta/ano Avaliar a produtividade 
da planta matriz
Sementes 
produzidas/matriz/
ano
Total de quilogramas de 
sementes produzidas 
Nº médio de plantas 
matriz
Quilogramas
Avaliar a produtividade 
da planta matriz com 
enfoque na melhoria 
da produção
Indicadores econômicos 
Indicador Fórmula Unidade Observações
Renda bruta unitária
Renda bruta 
Produção total de 
mamão 
R$/Kg
Riqueza gerada por 
funcionário no mês
Renda bruta 
Nº de funcionários
R$/func/ano
COE/Kg de mamão 
COE 
Produção total de 
mamão 
R$/Kg Avaliar o custo por kg
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 95
COT/Kg de mamão 
COT 
Produção total de 
mamão 
R$/Kg Avaliar o custo por kg
CT/Kg de mamão 
CT 
Produção total de 
mamão 
R$/Kg Avaliar o custo por kg
Representatividade 
do COE na RB (%)
COE unitário
Renda bruta 
unitária
 x 100 %
Avaliar a % da renda 
comprometida com o 
COE 
Representatividade 
do COT na RB (%)
COT unitário
Renda bruta 
unitária
 x 100 %
Avaliar a % da renda 
comprometida com o 
COT
Representatividade 
do CT na RB (%)
CT unitário
Renda bruta 
unitária
 x 100 %
Avaliar a % da renda 
comprometida com o 
CT
Gasto com 
fertilizantes/RB da 
atividade
Gasto com adubos 
na atividade
RB da atividade
 x 100 %
Avaliar a % da renda 
comprometida com o 
uso de fertilizantes
Gasto com MDO/RB 
da atividade
Gasto com MDO 
na atividade
RB da atividade
 x 100 %
Avaliar a % da renda 
comprometida com 
MDO
Gasto com 
fertilizante/
Produção anual de 
mamão 
Gasto com fertilizantes 
Produção anual de 
mamão 
R$/Kg
Definir quanto em 
R$ de fertilizante 
é necessário para 
produzir 1 kg de 
mamão 
Margem bruta 
unitária
Margem bruta 
Produção anual de 
mamão 
R$/KG
Avaliar a margem 
de contribuição de 
cada kg de mamão 
produzido 
Margem bruta por 
planta produtiva
Margem bruta 
Nº médio de plantas 
produtivas
R$/planta
Avaliar a margem de 
contribuição de cada 
planta
Margem líquida 
unitária
Margem líquida 
Produção anual de 
mamão 
R$/KG
Margem líquida por 
área de produção da 
cultura (ha) 
Margem líquida 
Área de produção da 
cultura (ha) 
R$/ha 
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 96
Lucro Renda bruta – CT R$
Lucro unitária
Lucro 
Produção anual de 
mamão 
R$/KG
Lucro por área de 
produção da cultura 
(ha) 
Lucro 
Área de produção da 
cultura (ha) 
R$/ha 
Estoque de capital 
por Kg de mamão 
Estoque de capital 
Produção anual de 
mamão 
R$/Kg
Avaliar a eficiência na 
utilização do capital 
(estrutura, máquinas 
etc.)
Estoque de capital 
por área em 
hectares 
Estoque de capital 
Área em hectares 
R$/ha 
Avaliar a eficiência na 
utilização do capital 
(estrutura, máquinas 
etc.) 
Resumindo o tópico
Neste segundo tópico, você:
Compreendeu a forma 
correta de aplicar 
os indicadores na 
produção de mamão.
Entendeu as 
particularidades dessa 
cultura, identificando 
os cálculos adequados 
para ela.
Conheceu a forma correta 
de interpretar os dados 
e informações extraídos 
dos indicadores dessa 
produção.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 97
Tópico 3: Indicadores na 
produção de soja
Será que a aplicação de indicadores vistos até agora 
funciona da mesma forma na produção de soja?
A partir de agora, você verá como aplicar os indicadores na produção 
de soja, entendendo suas particularidades e como interpretá-los.
Estimativa de produtividade (EP)
A estimativa de produtividade é o principal indicador a ser utilizado para analisar 
o desempenho de lavouras anuais — neste caso, de uma lavoura de soja. Ele 
é um indicador composto e influenciado por quatro outros: 
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 98
Peso de 
mil grãos 
(g)
Sementes 
por vagem
Número de 
plantas por 
área
Vagens por 
planta
Entenda, agora, cada um dos componentes desse índice!
Número de plantas por área
É o parâmetro de maior influência sobre o EP e possui grande importância para 
a produção de grãos, visto que a população de plantas por hectare representa 
o item de maior influência na produtividade.
Para realizar o cálculo de número de plantas por área, é necessário 
contar o número de plantas por 10 metros em linha, ou verificar 
o número de plantas em quatro linhas de 2,5 metros. Para obter a 
estimativa de plantas por metro, o número total dessas plantas deve 
ser dividido por 10.
Considere o seguinte exemplo: em uma lavoura com espaçamento de 45 cm 
entre linhas, foram contadas plantas em 10 metros lineares, totalizando 120 
plantas. Dessa forma, teremos:
Plantas por
metro 12 plantas por metro=
Plantas por
metro =
120 plantas
10 metros lineares
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 99
Logo, o cálculo por hectare fica da seguinte forma:
Número de 
plantas por ha x 10=
Número de plantas
por metro
Espaçamento 
(metros)
Número de 
plantas por ha x 10=
12 plantas
0,45 m
Número de 
plantas por ha 266,6 mil plantas/ha=
Vagens por planta
É o produto da divisão do número total de vagens pelo número de plantas 
avaliadas. O número de plantas por hectare ou por área é grandemente 
influenciado pelo manejo da lavoura, já que o ganho de vagens por planta é 
importante na produção final da lavoura. 
Observe o cálculo:
Vagens por planta = Número total de vagens / Número de plantas avaliadas
Considere os dados como exemplo:
• Plantas de soja = 10 
• Vagens = 300
Cálculo:
Vagens 
por planta 30 vagens por planta=
Vagens 
por planta =
300 vagens
10 plantas
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 100
Sementes por vagem
De uma forma geral, uma boa estimativa de grãos por vagem é de 2,5 sementes. 
Essa estimativa é feita com a contagem do número de grãos por vagem. O 
resultado desse valor deve ser dividido pelo número de vagens contadas. 
Observe o cálculo!
Sementes 
por vagem =
Número total 
de grãos
Número total de 
vagens contadas
Considere os dados como exemplo:
• Vagens: 50 
• Total de grãos: 228 
Cálculo:
Sementes 
por vagem =
128 grãos
50 vagens
Sementes 
por vagem = 2,6 grãos
por vagem
Peso de mil grãos
A variação no peso dos grãos pode ser influenciada pela cultivar que está sendo 
utilizada, bem como pelas condições de manejo da lavoura. Esses valores 
variam entre 140 e 220 g por 1.000 grãos, porém, para fins de estimativa, 
utilizaremos o valor de 170 g por 1.000 grãos.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 101
Considere os dados para a estimativa de produção:
• Número de plantas por hectare = 267 mil plantas
• Vagens por planta = 30 vagens
• Grãos por vagem = 2,6 grãos
• Peso de mil grãos = 170 gramas
• Peso em gramas de uma saca de soja = 60.000 g
O cálculo fica da seguinte forma:
EP =
Planta por ha x Vagens por planta x Sementes por vagem x Peso de mil grãos
60.000
EP =
267 x 30 x 2,6 x 170
60.000
EP = 59,0 sacas por ha
Seguindo essa metodologia, é possível ter a estimativa da produtividade da 
lavoura, porém sua precisão será mais próxima da realidade se forem amostrados 
mais pontos dentro da área.
Pare para pensar
Na sua opinião, após estudar este tópico, quais são as 
principais diferenças entre os indicadores das cadeias 
produtivas apresentadas? Com qual item se deve ter mais 
atenção em cada um deles?
Módulo 4
Gerencial III da AssistênciaTécnica e Gerencial pg. 102
Indicadores econômicos
A produção de soja requer o acompanhamento de alguns indicadores econômicos. 
Observe!
Indicador Fórmula Unidade Observações
Renda bruta unitária
Renda bruta
Produção total de soja
R$/saca
Riqueza gerada por 
funcionário no ano
Renda bruta
Nº de funcionários
R$/
funcionários/
ano
COE unitário
COE
Produção total de soja
R$/saca Avaliar o custo por 
saca de soja
COT unitário
COT
Produção total de soja
R$/saca Avaliar o custo por 
saca de soja
CT unitário
CT
Produção total de soja
R$/saca Avaliar o custo por 
saca de soja
Representatividade do 
COE na RB (%)
COE unitário × 100
Renda bruta unitária
%
Avaliar a % da renda 
comprometida com o 
COE
Representatividade do 
COT na RB (%)
COT unitário × 100
Renda bruta unitária
%
Avaliar a % da renda 
comprometida com o 
COT
Representatividade do 
CT na RB (%)
CT unitário × 100
Renda bruta unitária
%
Avaliar a % da renda 
comprometida com o 
CT
Gasto com 
fertilizante/RB da 
atividade
(Gasto com fertilizante na 
atividade/RB da atividade) 
× 100
%
Avaliar a % da renda 
comprometida com 
fertilizante
Gasto com MDO/RB 
da atividade
(Gasto com MDO na atividade/
RB da atividade) × 100 %
Avaliar a % da renda 
comprometida com 
MDO
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 103
Gasto com adubo/
Produção de soja
Gasto com adubo
Produção de soja
R$/saca
Definir quanto em 
R$ de fertilizante 
é necessário para 
produzir uma saca de 
soja
Margem bruta unitária
Margem bruta
Produção de soja
R$/saca
Avaliar a margem de 
contribuição de cada 
saca de soja produzida
Margem bruta por 
saca vendida
Margem bruta
Nº sacas vendidas
R$/saca
Avaliar a margem de 
contribuição de cada 
saca de soja
Margem líquida 
unitária
Margem líquida
Produção de soja
R$/saca
Margem líquida por 
saca vendida
Margem líquida
Nº sacas vendidas
R$/saca
Lucro unitário
Lucro
Produção de soja
R$/saca
Lucro por saca 
vendida
Lucro
Nº de sacas produzidas
R$/saca
Estoque de capital por 
saca de soja vendida
Estoque de capital
Produção de soja
R$/saca
Avaliar a eficiência na 
utilização do capital 
(estrutura, máquinas 
etc.)
Resumindo o tópico
Neste terceiro tópico, você:
Conheceu mais a fundo 
os indicadores da 
produção de soja.
Entendeu como aplicar 
os indicadores no 
processo produtivo, 
considerando suas 
particularidades.
Compreendeu como 
interpretar os dados e 
as informações dessa 
produção.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 104
Tópico 4: Indicadores na 
horticultura (produção de cebola)
Em quais outras culturas você acredita ser possível aplicar 
os indicadores técnicos e econômicos?
No decorrer deste tópico, você conhecerá mais a fundo a produção 
de cebola, entendendo suas particularidades e seus indicadores, 
como interpretá-los e criar um bom plano de gestão e gerenciamento 
para esta cadeia produtiva.
Na produção de cebola, o uso da irrigação é indispensável, exceto na Região 
Sul, onde os índices pluviométricos atendem à necessidade da cultura. Nesse 
sentido, a produção da hortaliça é maior, gerando maior renda para o produtor 
quando aliada a uma boa gestão da atividade. Aqui, também se aplicam os 
indicadores técnicos e econômicos. 
Sabendo como interpretá-los, você terá embasamento para a tomada 
de decisões, pensando assertivamente em prol do crescimento da 
propriedade rural.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 105
Área total (ha)
Em propriedades produtoras de cebola, mede-se a área total destinada 
à atividade, incluindo as áreas dos depósitos de água para irrigação, das 
construções, das estradas, da reserva legal etc.
A mensuração das áreas deve ser a mais precisa possível, pois influencia 
diretamente o indicador de taxa de retorno do capital com terra e também do 
capital empatado na atividade.
Área de produção (ha)
A mensuração das áreas de produção deve ser a mais precisa possível, pois 
influencia diretamente o indicador da produtividade por área — geralmente, 
utiliza-se a unidade de medida em hectares. No caso da produção de cebola, 
são três as formas de implantar uma lavoura. Conheça cada uma delas:
Semeadura direta
Sabe-se que 1 ha equivale a 10.000 m², por isso a medida mais 
comum é em hectares, por se tratar de uma medida universal. Ela 
será utilizada para o cálculo dos indicadores técnicos e econômicos. 
A semeadura em áreas maiores é realizada por sementes, e 
geralmente é o método de cultivo utilizado por grandes produtores. 
São usados de 3 kg a 5 kg de sementes por hectare, o que resulta 
em uma população de 800 a 1.200 mil plantas por hectare na 
semeadura.
Transplante de mudas 
Na implantação de uma lavoura por mudas, é necessário produzir 
a muda por meio da semeadura de sementes em bandejas de 
isopor com número e tamanho de células variados. 
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 106
Esse método exige conhecimento técnico por parte do produtor, 
uma vez que um erro na produção de mudas compromete a 
produção final.
Cultivo de pequenos bulbos 
Usa-se a cebola na fase jovem. Nesses casos, a área a ser utilizada 
é variada e pode ser em hectares ou em metros quadrados. 
A produção de bulbinhos para serem transplantados definitivamente 
é realizada:
• em canteiros, 
• em linhas espaçadas de 10 cm, 
• na profundidade de 1 cm a 1,5 cm.
São necessário: 
• de 2 g a 4 g de sementes por m² de canteiro, 
• de 1 kg a 2 kg de sementes para a obtenção de 1.500 a 1.800 
bulbinhos.
Isso é suficiente para o plantio de um hectare. A área a ser 
semeada para a produção de bulbinhos para um hectare é de 
800 m². Para obter a unidade de medida metros quadrados, é 
simples: basta multiplicar um lado pelo outro = m².
Em todos os casos, a área identificada como útil para a atividade desconsidera 
APPs, reservas legais, estradas, construções etc.
Entenda os indicadores para essa atividade!
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 107
Produção (kg)
É a produção de cebola no período analisado. Esse volume é utilizado para a 
determinação da renda bruta e da produtividade por área em quilos por hectare.
Ao fazer o levantamento, nenhum valor deve ser esquecido, pois isso 
causaria erro no cálculo de outros indicadores fundamentais para a 
tomada de decisão dentro da empresa rural.
Entram também:
Produção por área 
(kg/ha)
Renda bruta do ciclo 
(R$/safra)
Preço médio de venda 
(R$/safra) 
Produção de cebola no 
período analisado pela área 
de produção.
Renda obtida com a venda da 
produção e dos subprodutos 
do beneficiamento da 
produção, se houver.
Preço médio recebido a cada 
quilo vendido ao longo do 
período analisado. Como já 
visto, o valor é calculado 
pela divisão da renda bruta 
total apurada e a quantidade 
produzida.
Aqui, também são aplicáveis outros indicadores ativos, que já foram estudados 
neste módulo e que também se aplicam a esta atividade. Não se esqueça de 
considerá-los em seu processo de gestão e gerenciamento!
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 108
Gastos
Gasto com mão de obra contratada para a atividade 
(R$/safra)
Total dos gastos com pagamento da mão de obra contratada para a produção 
de cebola ao longo do período analisado.
Gasto com água para irrigação (R$/safra)
Na cultura da cebola com irrigação, o gasto com água é um fator importante 
a ser considerado em termos de gestão e deve ser contabilizado ao longo do 
período. A quantidade de água a ser utilizada na cultura pode variar de acordo 
com as condições climáticas e o ciclo da cultura. 
A necessidade de água para a cultura gira em torno de 350 mm a 650 mm, 
isto é, de 350 a 650 litros de água por metro quadrado por hectare durante 
seu ciclo de produção (que é em torno de quatro meses).
Custos
Conheça os indicadores de custos envolvidos na produção de cebola com 
irrigação!
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 109
Custooperacional efetivo 
da atividade (R$/safra)
Custo operacional total da 
atividade (R$/safra)
Custo total da atividade 
(R$/safra)
Total dos gastos diretos 
ao longo do ano para a 
produção de cebola. Envolve 
os gastos com mão de obra, 
insumos em geral, impostos 
e taxas, manutenção de 
máquinas e benfeitorias etc.
Custo operacional efetivo 
da produção de cebola 
somado às despesas com 
a mão de obra familiar e 
às depreciações dos bens 
utilizados na atividade ao 
longo da safra.
Custo operacional total da 
atividade somado ao custo 
de oportunidade investido na 
atividade ao longo da safra. 
Utiliza a taxa de juros de 6% 
ao ano.
Também é importante considerar:
Ponto de cobertura total (PCT) (kg/safra)
Custo total da atividade no ano dividido pelo preço médio de venda do quilograma 
da cebola ao longo do período.
Ponto de cobertura operacional efetivo (PCOE) (kg/safra)
Custo operacional efetivo da atividade no ano dividido pelo preço médio de 
venda do quilograma da cebola ao longo do período.
Ponto de cobertura operacional total (PCOT) (kg/safra)
Custo operacional total da atividade na safra dividido pelo preço médio de 
venda da cebola ao longo do período.
E para finalizar os indicadores de custos:
PCT =
CT da atividade na safra
Preço médio de venda no período
PCOE =
COE da atividade na safra
Renda bruta no período
PCOT =
COT da atividade na safra
Preço médio de venda no período
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 110
Custo operacional efetivo/produção de cebola no período (R$/kg)
Custo operacional efetivo da atividade na safra dividido pela produção de 
cebola no período em quilogramas. Esse indicador mostra qual é o COE de 
cada quilograma de cebola produzido (R$/kg).
Custo operacional total/produção de cebola no período (R$/kg)
Custo operacional total da atividade na safra dividido pela produção de cebola 
no período em quilogramas. Esse indicador mostra qual é o COT de cada 
quilograma de cebola produzido (R$/kg).
 
 
Custo total/produção de cebola no período (R$/kg)
Custo total da atividade na safra dividido pela produção de cebola no período 
em quilogramas. Esse indicador mostra qual é o CT de cada quilograma de 
cebola produzido (R$/kg).
 
 
Custo operacional efetivo/preço do quilo da cebola (%)
Custo operacional efetivo da atividade na safra dividido pelo preço médio de 
venda da cebola.
COE da atividade na safra
Produção total em kg
COT da atividade na safra
Produção total em kg
CT da atividade na safra
Produção total em kg
COE unitário
x 100
Preço médio de venda de cebola
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 111
Custo operacional total/preço do quilo da cebola (%)
Custo operacional total da atividade na safra dividido pelo preço médio de 
venda da cebola.
Custo total/preço do quilo da cebola (%)
Custo total da atividade na safra dividido pelo preço médio de venda do 
quilograma da cebola.
Estoques de capital
Na produção de cebola, existem diferentes tipos de estoque. Observe!
COT unitário
x 100
Preço médio de venda de cebola
CT unitário
x 100
Preço médio de venda de cebola
Estoque de capital em 
benfeitorias, máquinas e 
equipamentos (R$/safra)
É o capital médio 
referente a todas as 
benfeitorias, máquinas e 
equipamentos cadastrado 
para a atividade, somado 
ao valor total da terra 
usada na cultura.
Estoque de capital em 
benfeitorias, máquinas, 
equipamentos e terra 
(R$/safra)
Estoque de capital em 
máquinas e 
equipamentos (R$)
É o capital médio 
referente a todas as 
benfeitorias, máquinas e 
equipamentos cadastrado 
para a propriedade, 
somado ao valor total 
da terra.
É o capital médio 
referente a todas as 
máquinas e 
equipamentos cadastrado 
para a propriedade.
Estoque de capital em 
benfeitorias (R$)
Estoque de capital em 
terra (R$)
É o capital médio 
referente a todas as 
benfeitorias cadastrado 
para a propriedade.
É o capital total referente 
a toda a área da 
propriedade.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 112
Margem
Margem bruta
Margem bruta (R$/safra)
Renda bruta da atividade descontando o custo operacional efetivo da atividade. 
A partir da apuração da margem bruta passamos a ter noção da capacidade 
da atividade de arcar com os custos fixos. Estes sendo pagos, passaremos 
para o cenário de lucro positivo.
Margem bruta unitária da atividade (R$/kg)
Margem bruta da atividade dividida pela produção de cebola no período 
analisado. Permite analisar o valor da margem bruta por unidade produzida.
Margem bruta por área produtiva (R$/ha)
Margem bruta da atividade dividida pela área total utilizada para a atividade. 
Importante indicador para analisar a eficiência no uso da área disponível para 
a produção, permitindo fazer comparações com outras atividades.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 113
Interpretações da margem bruta
MB > 0
MB = 0
MB 0 | Margem bruta positiva
Quando a margem bruta for maior que zero, significa que, pelo menos no curto 
prazo, a atividade está sendo viável. Neste caso, a análise deve avançar para 
a margem líquida e para o lucro.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 114
Margem líquida
Margem líquida da 
atividade (R$/safra)
Margem líquida unitária 
(R$/kg ou R$/L)
Margem líquida por área 
(R$/ha)
Renda bruta da atividade, 
descontando o custo operacional 
total da atividade.
Margem líquida da atividade 
dividida pela produção de 
cebolas no período analisado.
Margem líquida da atividade 
dividida pela área total 
utilizada para a produção de 
cebolas.
Interpretações da margem líquida
ML > 0
ML = 0
ML 0 | Margem líquida positiva
Quando a margem líquida for maior que zero, isso significa que a atividade 
está sendo economicamente viável tanto no curto prazo como no médio prazo.
Nesse caso, a análise deve avançar para o lucro da atividade.
Lucro
Lucro total da atividade (R$/safra)
Rendabruta da atividade descontando o custo total da atividade.
Lucro unitário da atividade (R$/kg)
Lucro total da atividade dividido pela produção total de cebola.
Lucro por área (R$/ha) 
Lucro da atividade dividido pela área total utilizada para a produção de cebola.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 116
Interpretações do lucro
Lucro negativo
Quando o lucro for negativo com margem líquida positiva, 
significa que a renda bruta da atividade não está sendo suficiente 
para cobrir o custo operacional efetivo, a mão de obra familiar, a 
depreciação e o custo de oportunidade do capital de acordo com 
a taxa de 6% estabelecida pela metodologia de ATeG.
Isso caracteriza que a atividade está sendo rentável, porém não 
atrativa economicamente. Portanto, será mais vantajoso para o 
produtor investir todo o capital imobilizado na propriedade em 
outro negócio que apresente maior rentabilidade.
Lucro igual a zero
O lucro igual a zero é a situação que chamamos de lucro normal 
e é buscado pela maioria das empresas, pois neste ponto todos 
os custos estão sendo pagos e o produtor obtém a atratividade 
mínima determinada (custo de oportunidade do capital).
Quando a empresa atinge esse patamar, está no seu ponto de 
cobertura total.
Lucro positivo 
Quando o lucro é maior que zero, temos o que se chama de 
lucro supernormal. Isso significa que a empresa está cobrindo 
todos os custos de produção, tanto os variáveis quanto os fixos. 
Assim, a atividade pode ser considerada atrativa economicamente 
e viável no curto, no médio e no longo prazo.
Essa situação mostra que o empresário deve investir mais na 
atividade, pois ela está remunerando seus investimentos.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 117
Capital empatado por unidade produzida – CEU 
(R$/kg)
É a soma do capital médio empatado na atividade dividido pela produção total 
no período analisado. Demonstra a eficiência de uso dos bens para a produção 
de cebola.
Quanto menor o valor de 
capital empatado por 
quilograma, melhor 
estão sendo utilizados os 
bens para produzir.
Por outro lado, valores 
elevados podem indicar que 
a produção alcançada está 
sendo insuficiente para 
justificar os investimentos 
em infraestrutura produtiva.
A fórmula de cálculo é a seguinte:
Estoque de capital médio
empatado na atividade
Produção total
Como a produção de cebola é um ramo de negócio muito versátil e com algumas 
especificidades, não é possível traçarmos valores padronizados para servirem 
de meta. Entretanto, veja o exemplo de uma propriedade que produz essa 
hortaliça.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 118
Fazenda São João
Fazenda São João
O Brasil é um país privilegiado no cenário da 
aquicultura, graças ao seu tamanho e à riqueza 
de suas bacias hidrográficas. Praticante da 
aquicultura, no ano anterior a propriedade 
produziu muito bem, trazendo grande satisfação 
ao seu proprietário, que agora passou a contar 
com a Assistência Técnica e Gerencial.
Atente-se aos dados:
• Proprietário: Sr. Antônio.
• Atividade principal: produção de cebola, com cultivares do tipo baia periforme.
• Técnica de Campo: Natália.
Até aqui, foi possível perceber que o resgate de dados tem por 
finalidade identificar os resultados alcançados no exercício anterior 
da atividade, nos moldes de análise da metodologia de Assistência 
Técnica e Gerencial, acelerar a análise comparativa com o exercício 
atual e auxiliar a gestão do negócio de forma mais rápida e eficiente.
Resumindo o tópico
Neste quarto tópico, você:
Conheceu a atividade 
de produção de cebola, 
suas características e 
particularidades.
Entendeu como aplicar 
os indicadores técnicos 
e econômicos nessa 
atividade, da forma mais 
aderente a ela.
Compreendeu a 
interpretação dos 
indicadores, considerando 
as diferenças dessa 
atividade para com as 
demais apresentadas.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 119
Tópico 5: Indicadores na floricultura
Você já imagina como aplicar os indicadores na 
floricultura?
Neste tópico, você conhecerá mais a fundo a floricultura, suas 
particularidades e seus indicadores, sabendo como interpretá-los 
obtendo informações para o futuro planejamento e gerenciamento 
da atividade.
A floricultura tem como objetivo a produção de rosas, orquídeas, cravos, 
margaridas e outros produtos dependendo da espécie de flor utilizada. Um 
maior intercâmbio de técnicas e experiências contribuiu decisivamente para o 
estabelecimento da produção de flores como setor importante da agropecuária 
brasileira.
Hoje, existe um número significativo de produtores atuando nesta 
cadeia, o que reforça a importância de um bom gerenciamento das 
empresas rurais que atuam neste setor.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 120
Número de plantas por hectare
A mensuração do número de plantas é obtida por meio da média anual durante 
o ano produtivo das quantidades de plantas que estão em produção somadas 
àquelas que vão começar a produzir (plantas em desenvolvimento vegetal).
É importante separar esse indicador por espécie de flor produzida na propriedade 
para facilitar a compreensão e a tomada de decisão em relação à produtividade.
Colheita da produção (botões florais, hastes ou plantas inteiras)
Na floricultura, são produzidos cravos, orquídeas, rosas, margaridas, crisântemos, 
bocas-de-leão, copos-de-leite, bromélias, entre muitos outros. Portanto, é 
possível ter vários produtos que podem se tornar atividades produtivas na 
floricultura ao mesmo tempo. 
No cálculo da renda bruta da atividade, devemos somar todos os produtos e 
subprodutos comercializados, considerando sua produção anual.
Preço médio de venda do produto (R$/un.)
É o preço médio recebido a cada haste, botão floral ou unidade vendida ao longo 
do período analisado. Como já foi mostrado neste módulo, o valor é calculado 
por meio de uma média ponderada pela quantidade vendida do produto ao 
longo do período produtivo.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 121
Renda bruta da floricultura
É a renda obtida com a comercialização de orquídeas, rosas, margaridas, cravos, 
crisântemos, bocas-de-leão, copos-de-leite, bromélias etc. no ano produtivo.
Caso o foco do empresário rural seja somente produzir rosas, ele pode obter sua 
renda bruta ao calcular a quantidade de rosas vendidas em hastes multiplicada 
pelo preço médio ponderado no período avaliado.
Representatividade por produto
É a porcentagem da renda do produto comercializado em relação à renda total 
da atividade de produção de flores.
Caso um empresário rural tenha foco na produção de rosas e esse produto 
represente 80% do faturamento da atividade de produção de rosas, a 
representatividade da rosa será de 80%. Essa porcentagem será utilizada 
para rateio dos custos.
O mesmo raciocínio vale para todos os produtos da floricultura.
Custos
Para este estudo, os custos estão divididos em:
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 122
Custo 
Operacional 
Total
Custo Total
Custo 
Operacional 
Efetivo
COE
COT
CT
Custo operacional efetivo da atividade (R$/ano)
Total dos gastos diretos ao longo do ano para produção dos produtos da 
floricultura como um todo ou por espécie. Envolve os gastos com mão de obra, 
impostos e taxas, manutenção de máquinas e benfeitorias etc.
Caso um empresário rural tenha foco na produção de orquídeas e esse produto 
represente 60% do faturamento da atividade de produção de flores, o custo 
operacional efetivo da produção de orquídea será 60% do custo operacional 
efetivo da atividade de produção de flores. 
Custo operacional efetivo por planta (R$/planta)
É o custo operacional efetivo da atividade de produção de flores dividido pelo 
número de plantas dessa espécie de flores.
COE da espécie
Nº de plantas dessa espécie
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 123
Custo operacional efetivo porproduto (R$/un.)
É o custo operacional efetivo da atividade da produção de flores (por espécie) 
multiplicado pela porcentagem de representatividade do produto no faturamento 
e dividido pela quantidade do produto que foi produzido no ano produtivo.
 
Na prática
Uma fazenda produtora de orquídeas precisa calcular seu 
custo operacional efetivo
Observe os dados:
• representatividade de orquídea no faturamento: 80%;
• custo operacional efetivo da atividade de produção 
de orquídea: R$ 8.000/ano;
• produção de orquídeas: 10.000 un./ano.
80 %
x
R$ 8.000,00
R$ 6.400,00
R$ 6.400,00
10.000 unid
= R$ 0,64
Ou seja, o custo operacional efetivo por unidade de 
orquídea produzido foi de R$ 0,64 naquele ano.
COE da atividade da produção de flores
x
% representatividade do produto
Quantidade de produto
produzido no ano produtivo
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 124
Custo 
Operacional 
Total
Custo Total
Custo 
Operacional 
Efetivo
COE
COT
CT
Custo operacional total da atividade (R$/ano)
Total dos gastos diretos para obtenção dos produtos das plantas somado às 
despesas com a mão de obra familiar e às depreciações dos bens utilizados na 
atividade ao longo do ano. O cálculo pode ser realizado com o total de espécies 
que existem dentro da propriedade ou por cada espécie de flores.
Caso um empresário rural tenha na produção margaridas e esse produto 
represente 65% do faturamento da atividade de produção de flores, o 
custo operacional total para a produção de margaridas será 65% do custo 
operacional total da atividade de floricultura.
Custo operacional total por planta (R$/planta)
É o custo operacional total da atividade da produção de flores, porém com o 
custo operacional total de cada espécie dividido pelo número de plantas dessa 
espécie.
COT
Nº de plantas da espécie
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 125
Custo operacional total por produto (R$/un.)
É o custo operacional total da atividade produção de flores (por espécie) 
multiplicado pela porcentagem da representatividade do produto e dividido 
pela quantidade do produto que foi produzido no ano produtivo.
Na prática
Ainda sobre a fazenda produtora de orquídeas, veja como 
realizar o cálculo do custo operacional total por produto.
Dados:
• representatividade da orquídea no faturamento: 80%;
• custo operacional total da atividade de produção de 
flores: R$ 15.000/ano;
• produção de orquídea: 10.000 un./ano.
80 %
x
R$ 15.000,00
R$ 12.000,00
R$ 12.000,00
10.000 unid
= R$ 1,20
Assim, o custo operacional total por unidade de orquídea 
produzida é de R$ 1,20 naquele ano.
COT
x
% representatividade
do produto
quantidade de produto
que foi produzido 
no ano produtivo
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 126
Custo 
Operacional 
Total
Custo Total
Custo 
Operacional 
Efetivo
COE
COT
CT
Custo total da atividade (R$/ano)
Custo operacional total da atividade somado aos custos de oportunidade do 
capital empatado na atividade ao longo do ano. O cálculo pode ser realizado 
com o total de espécies de flores que existem na propriedade ou por cada 
espécie de flor.
Custo total por planta (R$/planta)
É o custo total de uma determinada espécie de flor dividido pelo número de 
plantas dessa espécie.
Custo total por produto (R$/un.)
É o custo total da atividade de produção de flores (por espécie) multiplicado 
pela porcentagem da representatividade do produto e dividido pela quantidade 
que foi produzida no ano produtivo.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 127
Na prática
Caso uma propriedade rural seja focada na produção de 
crisântemos, considere o exemplo!
Dados:
• representatividade: 80%;
• custo total da atividade de produção de flores: 
R$ 16.000/ano;
• produção de crisântemos: 8.000 un./ano.
80 %
x
R$ 16.000,00
R$ 12.800,00
R$ 12.800,00
8.000 unid
= R$ 1,60
Assim, o custo total por unidade de crisântemos produzida 
foi de R$ 1,60 naquele ano.
Margem
Conheça os indicadores de margens bruta e líquida na floricultura!
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 128
Margem bruta
Margem bruta da atividade 
de produção de flores 
(R$/ano)
Margem bruta por planta 
(R$/planta)
Margem bruta por produto 
(R$/un.)
Renda bruta da atividade 
descontando o custo 
operacional efetivo da 
atividade, utilizando o total de 
espécies de flores implantadas 
na propriedade ou por espécie 
individualmente.
Margem bruta da atividade 
dividida pelo número de 
plantas da mesma espécie.
Margem bruta da atividade 
de produção de flores (por 
espécie) multiplicada pela 
especificação e dividida pela 
produção do produto no 
período analisado.
Na prática
Ainda considerando a propriedade produtora de crisântemos, 
vamos calcular sua margem bruta por produto:
• representatividade: 80%;
• margem bruta da atividade: R$ 7.000/ano.
• produção de crisântemos: 6.000 un./ano.
80 %
x
R$ 7.000,00
R$ 5.600,00
R$ 5.600,00
6.000 unid
= R$ 0,93
Assim, a margem bruta por unidade de crisântemos 
produzida foi de R$ 0,93 naquele ano.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 129
Interpretações da margem bruta
MB > 0
MB = 0
MB 0 | Margem bruta positiva
Quando a margem bruta for maior que zero, isso significa que, pelo menos 
no curto prazo, a atividade está sendo viável.
Nesse caso, a análise deve avançar para o cálculo da margem líquida 
e do lucro.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 130
Margem líquida
Margem líquida da 
atividade da produção de 
flores (R$/ano)
Margem líquida por planta 
(R$/planta)
Margem líquida por 
produto (R$/un.)
Renda bruta da atividade, 
descontando o custo 
operacional total da atividade.
Margem líquida da atividade 
(por espécie) dividida pelo 
número de plantas dessa 
espécie.
Margem líquida da atividade 
de produção de flores 
(por espécie) multiplicada 
pela porcentagem da 
representatividade específica 
do produto e dividida pelo 
volume produzido no período 
analisado.
Na prática
Agora, considerando uma propriedade produtora de rosas, 
veja como calcular a margem líquida desse produto.
Dados:
• representatividade: 80%;
• margem líquida: R$ 6.000/ano;
• produção de rosas: 3.000 hastes/ano
80 %
x
R$ 6.000,00
R$ 4.800,00
R$ 4.800,00
3.000 hastes
 = R$ 1,60
Assim, a margem líquida por haste de rosa produzida 
foi de R$ 1,60 naquele ano.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 131
Interpretações da margem líquida
ML > 0
ML = 0
MLigual a zero
Se a margem líquida for igual a zero, isso significa que, pelo menos no médio 
prazo, o produtor pode continuar com a atividade, pois ele consegue manter 
o seu sistema de produção.
Cabe ressaltar que ela não é viável no longo prazo, pois normalmente existe a 
necessidade de aplicar novas tecnologias e modelos produtivos, o que requer 
novos investimentos, tornando o sistema produtivo atual obsoleto e não mais 
competitivo no mercado.
ML > 0 | Margem líquida positiva
Quando a margem líquida for maior que zero, isso significa que a atividade 
está sendo economicamente viável no curto prazo e no médio prazo.
Nesse caso, a análise deve avançar para o cálculo do lucro da atividade.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 132
Lucro
Veja os indicadores de lucro para a atividade de produção de flores:
Lucro total da atividade 
de produção de flores 
(R$/ano)
Renda bruta da atividade 
descontando seu custo total. 
Também se pode realizar o 
cálculo por espécie.
Lucro unitário da 
atividade (R$/planta)
Lucro total de uma 
espécie de flor dividido 
pelo número de plantas 
dessa mesma espécie.
Interpretações do lucro
Lucro negativo
Quando o lucro for menor que zero, significa que a remuneração 
da atividade não está sendo suficiente para cobrir o custo de 
oportunidade do capital de acordo com a taxa de 6% estabelecida 
pela metodologia de ATeG.
Isso caracteriza que a atividade não está sendo atrativa 
economicamente, portanto, caso todo o capital imobilizado na 
propriedade seja investido em outro negócio que apresente 
maior rentabilidade, será mais vantajoso para o empresário. No 
longo prazo, manter-se na situação de lucro negativo inviabiliza 
a atividade.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 133
Lucro igual a zero
O lucro igual a zero é a situação que chamamos de lucro normal 
e é buscado pela maioria das empresas, pois nesse ponto todos 
os custos estão sendo pagos e o produtor obtém a atratividade 
mínima determinada (custo de oportunidade do capital).
Quando a empresa atinge esse patamar, está no seu PCT.
Lucro positivo
Quando o lucro é maior que zero, temos o chamado lucro 
supernormal. Isso significa que a empresa está cobrindo todos 
os custos de produção, tanto os variáveis quanto os fixos.
Dessa forma, a atividade pode ser considerada atrativa 
economicamente e viável no curto, no médio e no longo prazo. 
Essa situação mostra que o empresário deve investir mais na 
atividade, pois ela está remunerando seus investimentos.
Capital empatado por planta (R$/planta)
Demonstra a eficiência de uso dos bens para a produção na floricultura.
...melhor será a utilização dos 
bens para a produção.
Quanto menor for o valor 
por planta...
Como já mostrado neste módulo, também pode ser calculado o capital empatado 
por produto produzido na floricultura.
Exemplo: capital empatado por unidade de orquídea produzida.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 134
Ponto de cobertura total
Corresponde à quantidade de plantas que a empresa deve possuir para cobrir 
os custos totais de produção.
O indicador é obtido dividindo o custo total de cada espécie que compõe 
a atividade da floricultura pelo resultado obtido com a divisão da renda 
bruta da espécie pela quantidade de plantas dessa mesma espécie.
Na prática
Ainda sobre a propriedade com produção de crisântemos em que foi calculado 
o PCT.
Dados:
• renda bruta da produção de crisântemos: R$ 30.000,00/ano;
• número de plantas: 600;
• custo total da produção de crisântemos: R$ 20.000,00/ano;
• renda bruta por planta = R$ 30.000,00 ÷ 600 = R$ 50,00/planta.
R$ 20.000,00
R$ 50,00
= 400 plantasPCT =
Caso as estruturas de custos e a produtividade média das plantas não se 
alterem, serão necessárias 400 plantas para o empresário rural cobrir todos 
os custos da atividade de produção de flores.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 135
Observe os dados e o cálculo:
• preço do pacote de crisântemos: R$ 13,00/pacote;
• quantidade de pacotes produzidos: 100/ano;
• custo total do crisântemo: R$ 1.000,00/ano;
• ponto de cobertura total = R$ 1.000,00 ÷ R$ 13,00 = R$ 76,00/pacote.
Isso significa que para cobrir seus custos totais o produtor deverá produzir 76 
pacotes, desde que a estrutura de custos identificada (variáveis + fixos) não 
seja alterada.
Também podemos calcular o ponto de cobertura total por produto produzido na 
floricultura. Veja o exemplo do cálculo do ponto de cobertura total de pacotes 
de crisântemos.
R$ 1.000,00
R$ 13,00/pacote
= 76 pacotesPCT =
Resumindo o tópico
Neste quinto tópico, você:
Conheceu melhor 
a floricultura, suas 
características e 
peculiaridades.
Compreendeu a 
forma de aplicar os 
indicadores nessa 
cadeia produtiva que 
está em plena expansão 
no Brasil.
Entendeu como 
interpretar dados 
e informações 
extraídos dela.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 136
Encerramento do tema
Você chegou ao final do segundo tema e, durante os estudos, pôde conhecer 
os diversos indicadores técnicos e econômicos das principais cadeias produtivas 
da linha de produção vegetal em nosso país. Agora, finalizada esta etapa, você 
é capaz de:
Avaliar qualquer 
tipo de atividade 
rural, já que não há 
grande variação na 
forma como esses 
indicadores são obtidos 
e na finalidade para a 
qual são utilizados.
Reconhecer que 
a anotação e a 
mensuração dos 
indicadores de 
forma correta são 
fundamentais para a 
análise de viabilidade 
técnica e econômica 
dos negócios rurais.
Aplicar esses 
conhecimentos para 
a identificação de 
entraves tecnológicos 
ou de gestão.
Esta etapa está no fim, mas foi bem relevante e aprofundada sobre indicadores 
e informações essenciais para a gestão da propriedade rural!
Agora, para finalizar, acesse o Ambiente de Estudos 
para assistir ao vídeo de Encerramento do Tema e 
continue acompanhando Marcelo e o seu trabalho na 
Fazenda Santa Felicidade.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 137
Atividade de passagem
Chegou a hora de colocar em prática o que aprendeu!
Você deve responder uma questão relacionada ao conteúdo 
estudado até aqui para passar para o próximo tema, ok?
Atenção! Se você estiver com alguma dúvida quanto ao 
assunto, retorne ao conteúdo do módulo ou, se preferir, entre 
em contato com o tutor no seu Ambiente de Estudos.
Questão
Sobre indicadores econômicos e técnicos das cadeias, podemos afirmar:
a. Os indicadores das cadeias de soja e fruticultura (produção de mamão) surgiram 
a partir dos indicadores adotados na cadeia de produção de café.
b. Cada cadeia agrícola possui os seus indicadores, conhecer e compreender 
as particularidades de cada cadeia contribui para o planejamento de ações 
assertivas.
c. Os indicadores econômicos são semelhantes entre as cadeias. Os indicadores 
técnicos, por sua vez, são específicos para cada cadeia.
• Somente A é verdadeira.
• Somente B é verdadeira.
• Somente C é verdadeira.
• A e B são verdadeiras.
• B e C são verdadeiras.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 138
Tema 3: Principais formas 
de interpretação de 
indicadores técnicos e 
econômicos
Introdução
Você está iniciando o terceiro tema do módulo. O objetivo é que você entenda, 
na prática, que os indicadores apontam a situação da empresa no momento da 
análise, pois são o reflexo dos custos e receitas da propriedade. Interpretando 
os indicadores, você terá embasamento para a tomada de decisões.
Ao final deste tema, você será capaz de:
• reconhecer que os indicadores ajudam nas decisões internas da empresa rural,
• manter a consonância com a realidade de uma propriedade rural,
• garantir o aproveitamento máximo das condições favoráveis.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 139
Estrutura do tema
Para facilitar o entendimento do conteúdo, este tema está dividido em tópicos. 
Conheça o objetivo de cada umdeles.
Tema 3
Tópico 1
Tópico 2Tópico 5
Tópico 4 Tópico 3
Análise e composição dos custos
Entender como analisar os custos e os fatores que o compõem, tomando como 
base o princípio ou Lei de Pareto.
Interpretação dos 
indicadores técnicos e 
econômicos
Aprofundar os 
conhecimentos sobre os 
indicadores que serão 
utilizados na gestão do 
negócio.
Aplicação das 
principais formas de 
interpretação dos 
indicadores
Aplicar os conceitos vistos 
ao longo do módulo no 
exemplo da Fazenda 
Santa Felicidade.
Evolução dos indicadores
Aprender a aferir se o trabalho desenvolvido 
dentro da propriedade está gerando 
resultados positivos, se as metas estão 
sendo alcançadas e, até mesmo, verificar 
a necessidade de alterações no que foi 
planejado devido a mudanças no cenário 
interno ou externo da propriedade.
Análise comparativa
Compreender melhor 
os métodos de análise 
para comparar os valores 
encontrados nos cálculos 
realizados ao longo do curso.
Agora que você conhece o objetivo de cada um, siga em frente e ótimos estudos!
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 140
Tópico 1: Análise da composição 
dos custos
Você reconhece a composição dos custos quando está 
analisando os dados da propriedade?
No decorrer deste tópico, você verá como os indicadores podem 
mostrar pontos críticos presentes nas propriedades e que, muitas 
vezes, são negligenciados.
A análise segmentada das estruturas dos custos é uma alternativa rápida e 
altamente viável de ser implementada na maioria das empresas rurais.
Esse é um ponto de partida para a redução dos custos totais de produção, 
que culminará numa perspectiva de maior lucro ao final do período apurado.
Vale destacar que não estamos afirmando que uma redução de custos é 
garantia de maior lucro. Isso porque o lucro vai variar não somente em 
função de fatores internos (custos), mas também de fatores externos, 
como nos preços dos produtos pagos ao produtor.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 141
Custo total
Observe um esquema básico, que demonstra a inter-relação existente entre 
as estruturas do custo total (CT), para facilitar o entendimento e a tomada de 
decisões. Isso ajuda a identificar a origem de cada custo e em qual deles o 
administrador deve agir.
 
Analisando de maneira detalhada e entendendo intimamente a estrutura 
dos custos, o administrador poderá tomar decisões mais assertivas para 
o negócio, do ponto de vista gerencial.
 
 
Observe a ligação indireta que há entre o custo fixo e o estoque de capital 
médio (inventário da infraestrutura da empresa rural), cuja entrada nos 
custos de produção se dá através das depreciações e remunerações 
sobre o capital empatado na atividade.
Assim, quanto maior o estoque, maiores serão os custos em depreciações 
e o custo de oportunidade, e vice-versa.
Custo 
Total
Custo 
Operacional
Total
Juro Sobre 
Capital 
Próprio
Estoque de 
Capital 
Médio
Depreciação
Pró-labore do 
Administrador
Custo 
Operacional 
efetivo
Custo Fixo
Custo 
Total
Juro Sobre 
Capital 
Próprio
Estoque 
de Capital 
Médio
Depreciação
Pró-labore do 
Administrador
Custo 
Operacional 
efetivo
Custo Fixo
Custo 
Operacional
Total
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 142
 
Esse tipo de análise de composição dos custos indica os principais pontos 
que, ao serem trabalhados, podem causar maior impacto nos resultados 
financeiros da empresa rural.
Por exemplo, ao analisar detalhadamente os grupos de despesa que 
compõem o custo operacional efetivo (COE) e identificar quais estão 
onerando mais o COE, é possível identificar os gargalos da atividade 
na empresa rural.
O ideal é analisar com base em parâmetros de propriedades que alcançam 
bons resultados (benchmarking), até porque ao simplesmente eleger os itens 
de maior peso na composição do COE como os vilões, é possível cometer 
equívocos. Naturalmente alguns grupos serão de maior vulto, como concentrado, 
volumoso e mão de obra na produção leiteira, por exemplo.
Estes grupos de maior peso merecem sim maior atenção por parte dos 
gestores e técnicos, já que são mais representativos no montante total 
do COE, portanto se estiverem em desequilíbrio, o impacto negativo 
será maior.
Para facilitar a análise, sugerimos a utilização de uma teoria chamada Princípio 
ou Lei de Pareto.
Entenda melhor a Lei de Pareto lendo o quadro a seguir!
Custo 
Total
Juro Sobre 
Capital 
Próprio
Estoque de 
Capital 
Médio
Depreciação
Pró-labore do 
Administrador
Custo 
Operacional 
efetivo
Custo Fixo
Custo 
Operacional
Total
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 143
Lei de Pareto
O papo de hoje é sobre a Lei de Pareto. Você a conhece?
Essa lei também é chamada de Princípio 80-20, pois 
ela afirma que, para muitos fenômenos, 80% das 
consequências é resultado de 20% das causas.
Mas o que isso tem a ver com os custos?
Bom, de acordo com esse pensamento, as causas 
seriam os grupos de elementos de despesa que 
compõem o custo de produção.
Já as consequências seriam os resultados econômicos.
No momento de definir as metas e decidir em que 
direção devem ser investidos os maiores esforços, é 
coerente utilizar a Lei de Pareto.
Na prática, seria identificar os grupos de maior impacto.
Ou seja, entre todos os grupos, quais são os 20% 
responsáveis por 80% dos resultados.
Dessa forma, ao resolver os problemas responsáveis 
por essa porcentagem, teoricamente pelo menos 80% 
dos problemas com os custos estariam resolvidos.
Assim fica mais prático, não é?
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 144
Composição do COE na atividade de citricultura
Observe um exemplo de composição do COE na atividade de citricultura em 
uma propriedade.
19,73%
28,97%
0,10%
0,66%
8,89%
11,01%
13,80%
16,84%
Transporte
Mão de obra contratada
Produção
Compras
Administração e gestão
Comercialização
Manutenção dos pomares
Adubação de cobertura 
dos pomares
Você pode observar que três grupos de despesas (adubos, transporte e mão 
de obra contratada) representam mais de 60% do desembolso do produtor no 
período analisado.
Se no planejamento de melhorias o foco estiver em mais eficiência na utilização 
desses insumos e fatores de produção, com certeza será possível alcançar 
melhores resultados econômicos.
É importante ressaltar que o trabalho de gestão do custo de produção 
não é simples e depende de análise técnica especializada. Em alguns 
momentos, ao invés de reduzir custos, talvez seja necessário aumentá-
los, para que se possa alcançar os resultados almejados através da 
economia de escala.
Esse é um processo que deve ser tratado permanentemente pelo Técnico de 
Campo que vai usar a metodologia de ATeG para alcançar o equilíbrio dos custos.
Além disso, ao identificar o grupo de elementos de despesas que será alvo da 
intervenção na empresa, o Técnico de Campo precisa avaliar quais são os 
elementos mais impactantes, ou seja, qual ou quais deles estão contribuindo 
mais para o somatório das despesas.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 145
Pare para pensar
É bastante comum que a ideia inicial de quem quer “cortar 
custos” seja eliminar os gastos considerados supérfluos, 
uma vez que, à primeira vista, eles não são indispensáveis 
ao processo produtivo.
Sob esse ponto de vista, um gasto “supérfluo” pode ser 
a própria contratação da Assistência Técnica e Gerencial. 
Afinal, o produtor tende a pensar que “antes de contratar 
a assistência, eu já produzia”.
Entretanto, a lógica do equilíbrio de custos é analisar as 
despesas mais impactantes para o custo total. Sem essas 
orientações gerenciais, a tomada de decisões pode ser 
equivocada.
Pense nisso!
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 146
Composição dos custos fixos e variáveis
Ao identificar o gasto com a mão de obra contratada como o mais relevante 
item de despesa, devemos colocar em prática ações quee econômicas,
• conhecer os indicadores técnicos e econômicos aplicados a cada uma das 
principais cadeias, entendendo como são calculados e qual é a origem das 
referências,
• interpretar os indicadores, usando decomposição dos custos, análise comparativa 
e análise evolutiva.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 8
Praticando...
Agora que você conhece os temas que serão trabalhados no módulo, o que 
acha de ver esses conceitos de forma mais prática?
Assista ao vídeo Introdução no Ambiente de Estudos 
e entenda como poderá praticar e refletir durante 
todo o módulo, acompanhando a história do Técnico 
Marcelo e da Fazenda Santa Felicidade.
Desafios da jornada
Vale lembrar que o conteúdo é todo interligado, por isso, você precisa conhecer 
o primeiro tema, lendo todos os tópicos, e realizar a Atividade de Passagem, 
para depois iniciar o tema seguinte.
Veja os ícones abaixo e relembre os tipos de desafios que você encontrará 
ao longo do módulo!
Pense e Decida
Situações práticas e objetivas em que você deve analisar o cenário 
e tomar uma decisão. Não possui valor para a certificação.
Atividade de Passagem
Tem o objetivo de verificar se você teve um bom aproveitamento 
em relação ao conteúdo do tema correspondente para prosseguir 
para o tema seguinte.
Estudo de Caso
Obrigatório e de valor avaliativo, o Estudo de Caso consiste em 
uma questão reflexiva, relacionada aos temas estudados.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 9
Simulado
Depois de passar por todos os temas do módulo e tiver completado 
a última atividade, você deverá responder o Simulado.
Avaliação
A Avaliação é obrigatória e tem como objetivo verificar o seu 
desempenho em cada módulo.
Fórum
O Fórum proporciona o debate e a troca de conhecimento entre 
você e o tutor. Existe um Fórum por módulo, que fica aberto 
durante todo o seu período de estudos nesta fase.
Ah, não se esqueça:
• Realize, no Ambiente de Estudos, a pesquisa de satisfação.
• A nota do módulo é composta por uma média simples.
• Para passar: Avaliação + Estudo de Caso ÷ 2 = 6 ou mais.
Tenha uma ótima jornada de conhecimento e crescimento. Bons estudos!
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 10
Tema 1: Introdução ao 
estudo de indicadores
Introdução
Você está iniciando o primeiro tema do módulo. O objetivo é que você conheça 
o desempenho em suas duas dimensões – esforço e resultado – e a 
mensuração deles, feita pelos indicadores técnicos e econômicos. Além disso, 
é preciso compreender esses conceitos aplicados na linha de produção 
vegetal, já que a composição e a interpretação dos indicadores é a base para 
a gestão.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 11
Ao final deste tema, você será capaz de:
• utilizar os conceitos de desempenho e seus indicadores,
• diferenciar informações técnicas e econômicas de indicadores técnicos e 
econômicos,
• realizar corretamente os cálculos dos indicadores,
• aplicar esses conceitos na linha de produção vegetal.
Estrutura do tema
Em um bom gerenciamento, é importante medir o desempenho nas propriedades 
e evitar que as decisões sejam tomadas empírica e automaticamente com o 
risco de que os resultados encontrados sejam aleatórios. Para garantir que 
esse conteúdo seja melhor assimilado por você, o tema foi dividido em tópicos. 
Conheça o objetivo de cada um.
Tema 1
Tópico 1
Tópico 2Tópico 5
Tópico 4 Tópico 3
Gestão de desempenho
Conhecer o conceito de desempenho em suas 
duas dimensões: esforço e resultado.
Introdução aos 
indicadores técnicos e 
econômicos
Aprofundar seus 
conhecimentos sobre cálculo 
e sobre as definições que os 
indicadores devem utilizar 
na gestão do negócio.
Tópico 5: Aplicação 
dos indicadores 
econômicos na 
produção de uva
Aplicar os indicadores 
econômicos na 
produção de uva.
Aplicação dos 
indicadores técnicos na 
atividade de fruticultura
Aplicar os indicadores 
técnicos para avaliar a 
atividade de fruticultura.
Indicadores e informações 
técnicas e econômicas
Obter as principais 
informações técnicas e 
econômicas que fundamentam 
a produção de indicadores 
técnicos e econômicos.
Tópicos bem interessantes, não? Agora que você já sabe qual é o tema de 
cada um, siga em frente!
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 12
Tópico 1: Gestão de desempenho
Muito se fala sobre desempenho, mas o que esse conceito 
significa na gestão de uma propriedade rural?
No decorrer deste tópico, você vai conhecer o que são indicadores, 
quais são os tipos de desempenho e como analisar os resultados 
obtidos, para ter em mente todos os aspectos que envolvem essa 
etapa da gestão.
A palavra desempenho possui algumas variações em sua interpretação, mas 
na área dos negócios, existe um consenso para o seu entendimento.
O desempenho pode ser definido pela quantidade de esforços aplicada 
num sistema de produção, que tenha sido capaz de alcançar os resultados 
predefinidos pela organização. Ou seja,
Esforços ResultadosDesempenho
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 13
Para sua aplicação prática, o desempenho precisa ser medido. Essa mensuração 
é realizada pelos indicadores, que são distribuídos de forma setorizada pelo 
sistema de produção para dimensionar os esforços e os resultados.
Indicadores são instrumentos de gestão essenciais nas atividades de 
monitoramento e avaliação das propriedades, pois permitem:
Acompanhar o 
alcance das metas
Correção de problemas Melhorias de qualidade
Identificar avanços
Verificação de 
necessidades de 
mudança
Isso significa que os indicadores são as ferramentas de mensuração do 
desempenho.
“Não se gerencia o que não se mede, não se mede o que não se define, não 
se define o que não se entende, não há sucesso no que não se gerencia” 
(DEMING, 1989).
Sistema de produção e cadeia de valor
O sistema de produção é o conjunto de processos e ações realizadas 
sobre uma base de recursos (máquinas, equipamentos, benfeitorias, pessoas, 
terra, animas e vegetais) para se produzir algo.
No meio agropecuário os sistemas são amplos e complexos, sujeitos 
a forças da natureza, como clima, vegetação, solo, biologia etc. Isso 
faz com que parte do sistema de produção não esteja sempre sob o 
controle de decisão do gestor.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 14
Já a cadeia de valor é definida como o somatório de toda ação ou processo 
necessário para gerar ou entregar produtos ou serviços a um beneficiário. É 
uma representação organizacional que permite melhor visualização do valor ou 
do benefício agregado no processo, sendo utilizada amplamente na definição 
dos resultados e impactos de organizações.
Mensurar o desempenho com base nos elementos da cadeia de valor permite que 
as organizações analisem suas principais variáveis associadas ao cumprimento 
dos seus objetivos:
Quantos e quais insumos são 
requeridos.
Quais ações serão 
executadas.
Quantos e quais produtos/
serviços serão entregues.
Quais impactos finais serão 
alcançados.
Modelo dos “6 Es” do desempenho
O modelo dos “6 Es” é uma sistematização da análise do desempenho. 
O estudo desse modelo permite entender o desempenho sob a ótica de 
6 subdimensões que derivam do esforço e do resultado.
O detalhamento desse estudo é a base para a análise dos indicadores 
técnicos e econômicos que serão apresentados no decorrer do módulo. Os 
indicadores são as ferramentas utilizadas para medir o desempenho em suas 
subdimensões.
Os “6 Es” são distribuídos da seguinte forma: 3 na dimensão do esforço e 
3 na dimensão do resultado. Entenda!
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 15
Dimensão do Esforço
Dentro de um sistema de produção, são definidos procedimentos, 
tarefas e metas a serem alcançadas, que são as bases para a 
mensuração do esforço. Ele se divide em três pilares, que serão 
vistos adiante.
Dimensão do Resultado
As três dimensões dos resultados estãovisem à melhoria 
do resultado desse elemento de despesa.
São exemplos de investimento em mais produção (ganhos de escala) e que 
visam a melhor eficiência da mão de obra na atividade:
tecnologias,
entre outras 
ações.
sistema de 
bonificação,
treinamento e 
capacitação da 
mão de obra,
bom 
relacionamento 
entre patrão e 
colaborador,
Não se pode esquecer que também deve ser analisada a composição dos custos 
totais, pois é principalmente neles em que se verifica o impacto dos custos 
fixos (depreciações, custo de oportunidade do capital e mão de obra familiar).
Veja um exemplo de composição dos custos fixos e variáveis em uma 
atividade rural.
Custos variáveis: 80%
Custos fixos: 20%
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 147
Essa é uma análise importante, pois os custos fixos tendem a ser “invisíveis” 
ao produtor.
Se a atividade 
não estiver 
pagando esses 
custos fixos...
a propriedade 
entrará 
numa fase de 
descapitalização,
não poderá 
substituir seus 
bens ou investir 
mais na atividade,
o que inviabiliza 
o negócio em 
médio e longo 
prazo.
Os custos fixos tendem a se manter constantes em curto e médio prazos, não 
sofrendo alterações significativas de valor global de acordo com o volume 
produzido – se as mesmas estruturas forem mantidas.
A retirada de bens do inventário por meio da venda, doação ou exclusão, 
em caso de benfeitorias, pode contribuir para a redução dos custos 
fixos, já que cessa a incidência de depreciação sobre o valor do bem, o 
que acarretará a redução do capital empatado para a atividade.
Entretanto, é possível diluir os custos fixos individualmente nas unidades 
produzidas, através do ganho de escala, mantendo-se as mesmas estruturas.
Dentro de uma visão 
sistêmica genérica, pode-
se dizer que não existe 
parâmetro de limite 
financeiro para o COE, pois 
ele vai variar de acordo com 
o volume que se deseja 
produzir.
Porém, isso não anula a 
necessidade de analisar 
frequentemente sua 
composição e participação 
esperada dentro de cada 
sistema, de acordo com 
parâmetros técnicos médios 
do mercado.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 148
Custo operacional total
O COT deve ser o mais próximo possível do COE, o que indica baixo impacto 
das depreciações e da mão de obra familiar na estrutura de custos da 
empresa rural.
Consequentemente, o CT também deverá ficar o mais próximo possível do COT, 
o que indicará baixo impacto do custo de oportunidade do capital empatado 
na atividade.
O gráfico a seguir apresenta dois cenários distintos.
0% 20% 40% 60% 80% 100%
COE COT CT
A barra inferior representa o elevado distanciamento entre COE, COT e CT, 
demonstrando ineficiência na gestão dos custos fixos.
0% 20% 40% 60% 80% 100%
COE COT CT
Na barra superior, há proximidade entre os indicadores de custos, demonstrando 
uma boa gestão dos custos fixos.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 149
Agora, veja se o conceito foi bem entendido. Pense um pouco sobre e responda!
Considere que duas propriedades rurais:
• produzem os mesmos produtos,
• obtêm as mesmas receitas e os mesmos custos variáveis e
• contam com a mesma estrutura de mão de obra familiar.
Porém, nas análises comparativas a partir do cálculo do COT, elas apresentam 
diferenças significativas, conforme mostra a tabela.
Descrição
Propriedades
A B
Renda Bruta (RB) R$ 600.000,00 R$ 600.000,00
Custo Operacional Efetivo (COE) R$ 350.000,00 R$ 350.000,00
Custo Operacional Total (COT) R$ 450.000,00 R$ 500.000,00
Custo Total (CT) R$ 490.000,00 R$ 560.000,00
Lucro R$ 110.000,00 R$ 40.000,00
Levando em conta a mesma estrutura de custos da mão de obra familiar, é 
possível atribuir essa discrepância de lucro entre as duas propriedades a:
 
Componentes essenciais do custo total 
(CT)
Demais componentes de custo fixo 
(COT)
Justifique aqui a sua escolha!
Pense e decida
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 150
Feedback
É essencial se atentar a todos os dados apresentados a você durante a 
análise financeira. O contexto já dizia que os custos da mão de obra familiar 
têm a mesma estrutura. Logo, fica mais claro atribuir a discrepância entre 
os lucros das duas propriedades considerando os outros dois componentes 
do custo fixo: a depreciação e o custo de oportunidade.
• Diante de um resultado como esse, cabe ao Técnico de Campo analisar:
• se há “excesso” ou subutilização de infraestrutura na propriedade, o 
que leva ao aumento do COT e, por consequência, do CT, fazendo com 
que o seu lucro fique menor.
• se é possível um aumento de produção para diluir os custos de 
depreciação e custo de oportunidade, tendo isso como objetivo futuro.
• se é possível ajustar a produção, realizar um planejamento e as 
adequações técnicas e econômicas que possam aumentar a produção 
sem comprometer a saúde financeira do produtor.
Realidade do campo
É interessante ressaltar que na maioria dos casos, 
ao se deparar com propriedades em situação como 
as apresentadas no exemplo, você pode ouvir que 
ambos os produtores obtêm o mesmo lucro em suas 
respectivas atividades.
Mas na realidade, eles estão calculando o que, na 
metodologia de ATeG, é caraterizado como margem 
bruta, ou seja, MB = RB - COE. Ou seja, os custos 
fixos, por não exigirem desembolso financeiro, estão 
sendo negligenciados ou são desconhecidos.
O Técnico de Campo deve também analisar se esse “excesso de estrutura” 
não fazia parte do planejamento estratégico da empresa, a qual estaria ciente 
desse impacto, pois tem um projeto de expansão e de aumento de produção.
Portanto, fique sempre atento!
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 151
Resumindo o tópico
Neste primeiro tópico, você:
Se aprofundou na 
composição dos custos, 
conhecendo cada elemento 
que faz parte desses 
indicadores.
Entendeu como 
encontrar esses 
elementos em algumas 
cadeias produtivas 
apresentadas.
Compreendeu a forma 
correta de analisar 
esses indicadores, 
considerando os 
aspectos relacionados 
a eles.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 152
Tópico 2: Interpretação de 
indicadores técnicos e econômicos
Você saberia interpretar os indicadores de forma 
detalhada na propriedade que atende?
Neste tópico, você vai aprender a interpretar detalhadamente 
o que os indicadores apontam, para criar estratégias gerenciais 
inteligentes com suas indicações, entre os aspectos da propriedade.
Depois de estimar os custos de produção e seus gargalos, o próximo passo é 
analisar os resultados técnicos e econômicos, para identificar a viabilidade 
econômica e a perpetuidade da atividade em questão.
Vale destacar que a literatura reúne uma grande variedade de 
indicadores técnicos e econômicos, mas o importante não é o cálculo 
do maior número possível de indicadores, mas sim de um conjunto que 
permita conhecer a situação da propriedade rural, segundo o grau de 
profundidade pretendido pela análise aplicada.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 153
A quantidade de indicadores que deve ser utilizada depende exclusivamente 
da profundidade da análise que se pretende fazer.
A interpretação de indicadores pode ser segmentada em duas vertentes: 
técnicos e econômicos. Acompanhe!
Índices técnicos
Técnico
Econômico
Os índices técnicos são indicativos do desempenho da planta dentro do 
sistema produtivo e:
• podem ser analisados individual ou coletivamente,
• possibilitam um diagnóstico sobre a eficiência do sistema,
• fornecem dados para a tomada de decisões gerenciais.
Eles são obtidos por meio da escrituração da propriedade, abastecida pela 
coleta e registro de dados específicos para cada cadeia produtiva.
Esses dados são muito importantes e 
precisam ser monitorados no decorrer 
do processo produtivo, devendo 
permanecer sem alterações por todo o 
período, para evitar possíveis 
distorções.
A partir deles, o técnico e o produtor 
poderãoobservar se os resultados 
alcançados a cada etapa estão dentro 
do esperado para a atividade escolhida 
e na época e na região em que está 
inserida.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 154
Entenda melhor a importância das anotações para o produtor assistido!
A importância das anotações para o 
produtor assistido
Vamos falar sobre anotações?
Parece bobagem, mas essa é uma prática essencial 
para a gestão de diversas coisas, principalmente, de 
uma empresa.
Por isso, é muito importante que você, técnico de 
campo, faça com que o grupo de produtores que você 
atende se sensibilize sobre isso.
Um gerenciamento baseado na realidade de uma 
propriedade é fundamental para garantir resultados 
efetivos.
Então, reforçar que eles façam anotações no momento 
da ocorrência, permite essa fidelidade.
Existe uma tática usada em propriedades atendidas 
pela ATeG, que tem feito sucesso.
A ideia é estimular o envolvimento da família, como 
cônjuge, filhos e outros familiares, no processo de 
gestão.
Como você sabe, muitos produtores dizem que a culpa 
pelos problemas de gestão é a falta de tempo ou 
cansaço.
Outros, mais conscientes, assumem a falta de 
habilidades para lidar com planilhas ou fazer anotações.
Assim, envolver uma terceira pessoa pode ser um 
motivador para que a metodologia seja aplicada.
Isso se torna ainda mais relevante quando consideramos 
que existe um índice bem alto de analfabetismo adulto 
nas comunidades rurais, o que pode inviabilizar as 
anotações de campo.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 155
Por isso, vale sensibilizar e também observar a realidade 
dessas pessoas. para poder ajudá-las nessa questão 
tão importante para a propriedade.
Uma boa dica para o Técnico de Campo é demonstrar sua organização pessoal, 
apresentando a planilha de controle de custos e mostrando que entende dos 
pontos necessários para a execução da assistência técnica.
Assim, ele ficará mais confortável quando cobrar do produtor a anotação dos 
dados, não caindo no dito popular “Faça o que eu digo, mas não faça o que 
eu faço”.
Na prática
Em uma propriedade de produção de erva-mate, o Técnico 
de Campo encontra uma produtividade de 300 @/ha/ano. 
Como a referência de produtividade é igual a 500 @/ha/
ano, fica nítido que a propriedade se encontra abaixo do 
esperado.
A situação vai comprometer os resultados econômicos da 
propriedade, uma vez que esse indicador está fortemente 
atrelado ao sucesso, ou não, da atividade.
Apenas essa constatação, por si só, não vai alterar o resultado econômico 
– deve haver uma tomada de decisão no campo prático. É aí que entra o 
conhecimento técnico!
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 156
A causa para o fraco desempenho desse indicador deverá ser investigada:
• Nutrição das plantas?
• Doenças que estão influenciando a produção?
• Baixa eficiência dos produtos fitossanitários usados no controle de doenças 
ou pragas?
• Baixa densidade de plantas por hectare?
• Alta taxa de mortalidade de plantas: qual é a causa?
• Baixa quantidade de massa verde por planta (manejo incorreto na colheita 
anterior)?
O Técnico de Campo deve realizar uma investigação completa no sistema de 
produção para identificar corretamente qual (ou quais) dos pontos analisados 
deve ser aprofundado, em vista do resultado encontrado.
Indicadores econômicos
Técnico
Econômico
A interpretação de indicadores econômicos visa analisar apenas os resultados 
financeiros apurados no período analisado. Portanto, para o entendimento 
correto dos resultados obtidos, é imprescindível o conhecimento conjunto 
dos indicadores técnicos e econômicos, que estão intimamente ligados.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 157
É por meio dessa visão de conjunto, em que a análise técnica é utilizada 
para melhorias econômicas, que a ATeG se diferencia das demais 
metodologias em nível de exigência e comprometimento do Técnico de 
Campo. Outro fator diferencial é a limitação do número de propriedades 
em que profissional vai atuar.
Assim, a metodologia de ATeG se baseia na melhoria dos resultados econômicos 
das propriedades assistidas. Se não for para “ganhar dinheiro”, o produtor não 
precisa de assistência técnica.
Nesse sentido, é fundamental que o Técnico de Campo conheça e use o quadro 
a seguir, que resume os indicadores econômicos já estudados!
Situação Análise da RB Resultado Tendência
1 RB CT Lucro positivo 
(supernormal)
Possibilidade de 
investimentos
O alinhamento da produção com o mercado consumidor é fundamental na 
etapa de planejamento, antes do início da atividade, com a interpretação dos 
indicadores para o planejamento da atividade em curso e futura. Assim, o 
produtor poderá mitigar os efeitos do meio externo, ajustando-se à relação 
entre preço e demanda, podendo assim atuar em um mercado com preços 
justos e custos competitivos.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 158
[informação extra]
Uma vez fixado o conceito de que é necessário ficar atento 
aos valores dos indicadores técnicos como forma de obter 
um melhor retorno econômico da atividade, podemos 
lançar mão de uma ótima ferramenta para avaliarmos o 
desempenho da atividade monitorada.
A ferramenta consiste em criar um quadro de referências 
bibliográficas para aquela cultura, de preferência na região 
em que se está trabalhando.
É muito importante buscar esses dados de produção locais para termos 
comparativos mais realistas, não frustrando expectativas ao superestimar os 
indicadores, nem correndo o risco de subestimá-los naquela região, gerando a 
sensação de que a produção está dentro do ótimo referenciado, mas sem que 
tenham sido consideradas as características edafoclimáticas e econômicas locais.
Fazenda Boa Esperança e Fazenda Campo Santo
Vamos conhecer um exemplo para a viticultura, uma das cadeias mais estudadas 
da fruticultura e que possui muitas referências técnico-econômicas, possibilitando 
o benchmarking.
Veja no quadro a seguir, índices hipoteticamente alcançados em duas fazendas 
(fictícias) atendidas pela ATeG: Fazenda Boa Esperança e Fazenda Campo Santo:
1 Indicadores 
técnico-econômicos Referência Fazenda 
Boa Esperança
Fazenda 
Campo Santo
2
Total de plantas em produção 
(PP) sobre o total de plantas 
adultas (PA)
83% 70% 95%
3
Total de plantas em produção 
(PP) sobre o total de plantas do 
pomar (PPo)
40% 39% 20%
4 Gasto com fertilizantes sobre 
COE da uva 30% 34% 15%
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 159
Observando a tabela, é possível que gestores realizem diversas análises 
que vão subsidiar a tomada de decisões na empresa rural.
Essas medidas de referência devem ser sempre levadas em consideração 
como um parâmetro a ser atingido, porém não significa que, ao alcançar 
essas metas, será possível dizer que a atividade é totalmente viável, 
pois teremos que considerar as características locais do negócio.
Ao analisar o total de plantas em produção (PP) sobre o total de plantas 
adultas (PA), é possível ver a referência de 83% (meta).
Na fazenda Boa Esperança, o alcançado foi de apenas 70%.
Na fazenda Campo Santo, o alcançado foi superior ao esperado, 95%.
Em ambos os casos os gestores devem realizar um levantamento de 
dados para complementar a análise desse cenário.
Fazenda Boa Esperança: fica nítido que há um grande número de plantas 
que não estão produzindo ou com pouca produção e que deveriam estar 
em boa produção. O dever do técnico, agora, é investigar o motivo para 
essa situação:
• Reprodução (taxa de fecundação de frutos)?
• Aumento do número de plantas?
• Erros técnicos no momento de uma pulverização?• Problemas sanitários e/ou nutricionais?
• A medição utilizada foi a mensal ou a média anual?
1
2
2
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 160
Fazenda Campo Santo: os questionamentos também devem ser realizados, 
pois se esse indicador se mantiver, poderá haver período de escassez 
do produto. Isso porque cada safra é diferente, ou seja, na próxima 
safra, o número de plantas produtivas pode ser menor por causa de 
um problema relacionado à produção, o que causará uma queda brusca 
desse indicador.
• Houve morte de plantas?
Enfim, tudo deve ser analisado, já que um grande número de fatores 
está envolvido.
Ao analisar o total de plantas em produção (PP) sobre o total de plantas 
do pomar (PPo), é possível ver:
Fazenda Boa Esperança: o índice alcançado de 39% foi bem próximo 
ao desejado (40%). Isso indica que o pomar está estabilizado e essa 
diferença de um ponto percentual pode ter sido causada por um aumento 
de plantas produtivas do pomar.
Fazenda Boa Esperança: é possível notar que a fazenda possui grande 
quantidade de plantas em fase não produtiva (áreas sendo implantadas 
e áreas com plantas em desenvolvimento vegetativo), o que faz com o 
que o índice alcançado fique abaixo do ideal.
Quando analisamos esse indicador com o anterior, podemos supor que o 
produtor está projetando um aumento de produtividade, mas, no momento, 
encontra-se com boa parte do pomar em fase de desenvolvimento. Pode 
ter havido remoção de uma área com plantas muito velhas (com padrão 
genético/produtivo não desejado para suas metas) e a consequente 
abertura de novas áreas de cultivo da videira, em consonância com seu 
planejamento estratégico para o negócio.
2
3
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 161
Ao analisar o “Gasto com fertilizantes sobre COE da uva”, já se percebe 
que a referência é o limite de 30% do COE.
• Fazenda Boa Esperança: 34%
• Fazenda Campo Santo: 15%
Esse indicador exerce forte impacto nos custos totais de produção, porém 
sua análise é cercada de complexidades, por ser justamente um custo 
“obrigatório” ao se decidir produzir.
Não existe uma determinação para seus limites mínimos ou máximos.
É importante termos um parâmetro para os seus componentes mais 
importantes (gastos com concentrado e mão de obra contratada). Uma 
vez definido em porcentagem, e não em valores, esse indicador sofrerá 
alterações sempre que o COE total foi modificado.
Fazenda Boa Esperança: devemos observar a rotina da propriedade para 
identificar o motivo desse distanciamento da meta.
• Distribuição inadequada do fertilizante?
• As plantas estão ou não divididas em áreas por faixa de produção 
(tempo de produção), premiando as áreas mais produtivas?
• Há métodos alternativos para baratear a nutrição das plantas, 
mantendo o mesmo nível de uso de fertilizantes ou até o diminuindo?
• O mercado está remunerando de forma compensatória o valor do 
quilo da uva, a tal ponto que justifique elevar a produção por meio 
do maior fornecimento de fertilizante?
Assim, notamos que devem ser avaliados diversos fatores antes da 
tomada de decisão de reduzir, manter ou até mesmo de aumentar o 
alcançado neste indicador.
4
4
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 162
Fazenda Campo Santo: foi identificado que a empresa opera abaixo do 
limite estabelecido, não necessariamente indicando uma boa gestão 
desse recurso.
O melhor custo não é o menor ou o maior, mas quando existe equilíbrio 
em relação à renda bruta gerada.
No entanto, é preciso analisar o cenário em que essa empresa se encontra, 
pois é possível identificar se é necessário:
• reduzir ainda mais o indicador, por meio dos mesmos questionamentos 
realizados para a fazenda Boa Esperança,
• aumentar esse gasto, para que a empresa alcance um maior patamar 
produtivo, diluindo custos fixos, aumentando sua participação no 
mercado e alcançando competitividade suficiente para discutir preços 
com fornecedores e clientes.
Resumindo o tópico
Neste segundo tópico, você:
Entendeu como 
interpretar os indicadores 
técnicos e econômicos 
considerando as diversas 
cadeias produtivas 
apresentadas.
Compreendeu a forma 
de análise usada na 
prática, acompanhando 
os estudos de caso.
4
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 163
Tópico 3: Análise comparativa
Você sabe no que consiste uma análise comparativa em 
uma gestão de propriedade rural?
A partir de agora, você vai ver como interpretar comparativamente 
os indicadores, entendendo melhor suas particularidades quando 
analisados paralelamente, entre os índices da propriedade rural e 
também em relação a outras propriedades.
A análise comparativa pode ser feita de várias formas:
entre 
estados etc.
entre 
regiões
entre 
grupos de 
produtores
entre 
fazendas
dentro da 
fazenda
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 164
O produtor, juntamente com o Técnico de Campo, deve mensurar e classificar 
índices técnicos e econômicos de sua propriedade segundo cada sistema, 
identificando unidades produtoras de referência ou benchmarking.
A utilização de índices dentro da empresa rural é importante para a avaliação 
da capacidade produtiva do negócio e para a adequação da tecnologia utilizada, 
com vistas às metas estabelecidas no planejamento.
Caso sejam realizadas comparações com outras empresas rurais, elas 
sempre devem ser feitas com empresas bem-sucedidas. O objetivo das 
comparações com essas empresas é poder identificar os pontos a serem 
trabalhados, conhecendo o caminho que já levou a bons resultados.
Fazenda São Matias
Fazenda São Matias
Propriedade com produção de 
arroz irrigado. – Está recebendo 
atendimento de ATeG.
O Técnico de Campo realizou o diagnóstico e identificou seus indicadores 
técnicos e econômicos mais relevantes.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 165
Porém, para fugir da visão limitada que essa análise possibilita, ele resolveu 
fazer a comparação com a média obtida nas 10 propriedades superiores 
da região em que a propriedade rural está inserida.
Observe a tabela!
Indicadores técnicos e 
econômicos Unidade Fazenda 
São Matias
Fazendas 
superiores Variação
Produção por área de arroz* Sacas/ha 130 150 ‒13,34%
COE por área de arroz R$/ha 2.149,20 2.073,55 ‒3,64%
CT por saca R$/saca 50,93 43,88 ‒36,57%
CT por área de arroz R$/ha 7.232,44 6.782,35 ‒6,63%
O Técnico de Campo pôde notar que, mesmo com uma produção aparentemente boa por área 
de arroz, a propriedade possui desempenho inferior à média de produção (13,34%), quando 
comparada às 10 propriedades superiores de sua região.
Caso ele se aprofunde mais na análise, fazendo a comparação com uma 
propriedade superior nesse indicador em específico, poderia descobrir uma 
discrepância maior que a encontrada. Isso porque o termo “média” significa 
assumir que metade dos valores está abaixo e outra metade está acima 
do valor encontrado.
Para solucionar esse “problema”:
Será necessária uma 
análise de mercado 
e de indicadores 
técnicos.
Ela deve justificar 
a busca do valor 
superior 
(150 sacas/ha).
O técnico ainda 
pode definir esse 
valor como meta no 
planejamento.
Na análise financeira, observou-se que a propriedade está com sua estrutura de 
custos, desde o COE até o CT, mais elevada que a média das 10 propriedades 
superiores em sua região. Assim, também o técnico também deverá buscar 
soluções para essa situação, que são basicamente gerenciais (ambiente interno).
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 166
Fazenda Campo Largo
Fazenda Campo Largo
Propriedade com foco na produção 
de feijão com variedade de média 
tecnologia. – Está recebendo 
atendimento de ATeG.
O Técnico de Campo realizou o diagnóstico e identificou seus indicadores 
técnicos e econômicos, conforme mostra o quadro a seguir.
Para fugir da visão limitada que essa análise possibilita, ele também resolveu 
fazer a comparação coma média obtida nas 25 propriedades superiores 
da região em que a propriedade rural está inserida.
Indicadores técnicos e 
econômicos Unidade Fazenda 
Campo Largo Superiores Variação
Produção por hectare de feijão Sacas/ha 35 45 22,23%
COE por hectare de feijão R$/ha 3.650,00 4.200,00 ‒41,82%
CT por saca R$/saca 152,85 107,77 ‒41,82%
CT por hectare de feijão R$/ha 5.350,00 7.650,00 30,07%
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 167
Notou-se que, mesmo com uma produção aparentemente boa por área de 
feijão, a propriedade possui desempenho inferior nesse indicador (22,23%), 
quando comparada com a média de produção das 25 propriedades superiores.
Para solucionar esse “problema”, deve haver uma análise de mercado e de 
indicadores técnicos que justifique a busca pelo valor superior (45 sacas/ha), 
podendo defini-lo como meta no planejamento.
Por exemplo: 
sementes certificadas, 
com alto potencial de 
germinação e vigor.
Para elevar a 
produtividade, a 
fazenda precisará 
investir em 
tecnologias.
Devem ser 
considerados 
os reflexos 
ambientais e 
econômicos dessa 
decisão.
Isso vai alterar os custos variáveis com gasto de combustível (semeadura 
de qualidade), os custos fixos com depreciação e os juros anuais. Além disso, 
haverá um maior custo com mão de obra.
A análise comparativa dos indicadores financeiros mostra que essa fazenda possui 
um COE inferior (13,1%) à média das propriedades superiores. Entretanto, deve-
se ter em mente que a produção por hectare também é menor, o que justifica 
o menor gasto com sementes, por exemplo, que é o principal componente do 
COE na produção de feijão.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 168
Pare para pensar
De outro modo, mesmo com o COE mais oneroso, as 
propriedades superiores apresentam uma média de CT 
por saca inferior (41,82%) à fazenda analisada.
Isso se dá, principalmente, pela diluição dos custos fixos 
em um maior volume produzido em uma mesma área, 
mesmo que o CT por hectare seja maior (30,07%).
Assim, será obtida uma renda bruta maior na comercialização 
devido ao volume, considerando-se a prática dos mesmos 
preços para ambos.
Benchmarking
Esse conceito já foi apresentado no módulo 1, então é hora de aprofundar um 
pouco mais o nosso conhecimento sobre ele!
Conceito
Benchmarking é um processo de comparação de produtos, serviços e 
práticas empresariais com os valores de referência de empresas bem-
sucedidas, visando ao aperfeiçoamento de métodos e melhoria de desempenho 
de negócios. Esses valores são obtidos por meio de pesquisas para comparar 
as ações de cada empresa.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 169
Objetivo
Além de servir para melhorar as funções e os processos de determinada empresa, 
o benchmarking também é um importante aliado para vencer a concorrência, 
uma vez que os valores de referência podem determinar estratégias e possibilitar 
à empresa ter ideias novas em cima do que já é realizado, ou criar algum 
diferencial.
Referência
Os valores de referência devem ser utilizados para comparação entre propriedades 
com a mesma realidade de produção ou de uma mesma região, além de serem 
analisados sob o mesmo crivo metodológico. Dessa forma, os valores ficam 
reais e alcançáveis para cada situação.
Na literatura ainda não foram definidos os melhores índices produtivos para 
as empresas rurais que possam ser aplicados de forma padronizada em todo 
o território nacional. Tal fato deve-se à diversidade edafoclimática brasileira, 
que causa grandes diferenças nos sistemas de produção, com diferentes níveis 
de sucesso em explorações mais ou menos complexas.
Benchmarking e a propriedade rural
Neste quesito, a ATeG possui um ótimo diferencial, uma vez que o 
Técnico de Campo atua em propriedades rurais inseridas em uma 
mesma região, geralmente com uma amostragem de dados elevada 
(até 30 propriedades por técnico).
A busca pelo benchmarking nas propriedades trabalhadas é um processo 
constante, mesmo dentro de um grupo atendido por um único Técnico de 
Campo. Isso porque a produção agropecuária é dinâmica e as estruturas 
de custos e tecnologias são sempre alteradas. O processo deve levar em 
consideração indicador por indicador.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 170
Se dentro do grupo, uma única 
propriedade detiver os melhores 
indicadores técnicos e econômicos, 
ótimo! Mas, isso é um fato pouco 
comum.
Sob essa ótica, uma propriedade listada 
como a melhor colocada em 
determinado indicador, na próxima 
análise pode não ser mais.
Assim, o produtor deverá adequar seu 
sistema produtivo em busca de 
melhorias.
O benchmarking estimula e facilita as mudanças organizacionais e a melhoria 
de desempenho através da aprendizagem com os outros. O processo de 
avaliação e comparação pode ser efetuado para a propriedade como um 
todo ou para verificar apenas um determinado processo, atividade ou unidade 
de negócio.
A força do benchmarking concentra-se em:
• possibilitar a tomada de decisões baseadas em fatos, e não em intuições,
• apresentar um potencial enorme de benefícios para as empresas rurais quando 
usado como um processo contínuo,
• identificar de áreas de potencial mudança e como um processo de medição para 
monitorar as melhorias atingidas.
A metodologia de ATeG adota dois indicadores diferentes quando o assunto é 
“área” em hectares:
Segundo
É a chamada área total da 
propriedade.
Primeiro
É contabilizada somente a 
quantidade de hectares destinada à 
atividade, ou seja, a área produtiva, 
que pode ser denominada de área 
para pecuária, área de pomar etc.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 171
No processo de análise de benchmarking, é crucial analisar separadamente 
esses dois indicadores, visto que o Brasil é um país de dimensões continentais 
e que apresenta diversos biomas e uma das mais completas (e complexas) 
legislações ambientais do mundo.
Consequentemente, esses fatos podem gerar divergências nas análises, 
caso comparemos propriedades que estão localizadas em diferentes 
biomas.
A delimitação da área para a reserva legal vai variar não somente em função 
do bioma, mas também em relação à sua localização geográfica.
Entenda!
Na prática
Ao analisar duas fazendas distintas com cálculos simples, uma localizada no 
estado do Acre e outra no estado de Goiás, foram obtidos os seguintes dados:
Item Fazenda Acreana Fazenda Goiana
Bioma Amazônico Cerrado
Área de reserva legal* 80% 20%
Área total da propriedade 100 hectares 100 hectares
Área para produção (máximo) 20 hectares 80 hectares
*Sem considerar a área de preservação permanente (APP) e demais tratativas do Novo Código Florestal 
Brasileiro (Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012).
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 172
Caso esses detalhes não sejam observados pelo gestor, poderão ocorrer graves 
erros ao se buscar comparações técnicas e econômicas de propriedades rurais 
em outras regiões.
Por outro lado, eliminar esse efeito por meio do estudo das áreas realmente 
utilizadas para as atividades poderá se constituir em uma rica ferramenta 
de gestão.
Ela deve estar sempre evoluindo, conforme evoluem as tecnologias, os processos 
produtivos e gerenciais.
Com a metodologia de ATeG, o efeito da utilização do benchmarking pode ser 
potencializado, principalmente porque é possível tomar como referência 
não apenas os indicadores das propriedades e sim todos os processos de 
produção e manejos utilizados.
Na prática
Um técnico que atende 25 propriedades leiteiras 
analisou os indicadores e identificou as 25% melhores. 
Além disso, percebeu que algumas práticas de 
manejo e procedimentos eram comuns entre elas, 
o que as diferenciava dos demais produtores. 
Para melhorar os resultados dos produtores com resultados 
inferiores, bastou replicar as práticas que ele identificou como 
responsáveis pelos resultados dos produtores em melhorsituação.
Tudo isso, respeitando obviamente as particularidades 
de cada propriedade e produtor.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 173
Resumindo o tópico
Neste terceiro tópico, você:
Conheceu como 
funciona a análise 
comparativa 
no contexto da 
propriedade rural.
Se aprofundou 
no conceito de 
benchmarking, 
entendendo como usá-lo 
na realidade do campo.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 174
Tópico 4: Evolução dos indicadores
Como funciona a evolução dos indicadores considerados 
nas propriedades rurais?
No decorrer deste tópico, você vai entender como analisar a evolução 
dos indicadores, com exemplos práticos para ajudá-lo a interpretar 
e fixar os conceitos.
Por meio da análise de evolução dos indicadores, é possível medir e aferir se:
• o trabalho desenvolvido dentro da propriedade está gerando resultados positivos,
• as metas estão sendo alcançadas,
• há necessidade de alterações no que foi planejado devido a mudanças no cenário 
interno ou externo da propriedade.
É preciso ter cuidado nas análises de evolução para verificar se fatores externos, 
como anomalias no mercado ou na propriedade, não influenciaram os resultados 
de maneira significativa. Essas influências podem ser tanto positivas quanto 
negativas, mascarando os resultados e levando a uma avaliação equivocada 
do trabalho desenvolvido.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 175
A análise
Esta análise representa o último grau de sofisticação na interpretação dos 
indicadores, pois para que se chegue a ela, é necessário:
Manter o rigor na identificação
de custos e resultados
Manter a mesma metodologia
Preservar sistematicamente
os dados obtidos em ciclos anteriores
Além disso, nesta etapa há um processo de melhoria interna, uma espécie de 
autoconcorrência, em que se busca obter resultados superiores aos anteriores, 
ainda que não se tenha atingido o benchmarking ou mesmo se ele já tiver 
sido superado.
Na realidade do campo
Para muitos gestores, é mais difícil encontrar as 
limitações ou gargalos internos que estão inclusos na 
atividade da empresa, do que simplesmente buscá-
los em referências externas e traçar suas metas. É o 
que se chama de círculo vicioso da rotina de trabalho 
– por isso é tão importante a consultoria, a qual traz 
uma visão sistêmica e externa do negócio.
Veja na tabela algumas análises da evolução de indicadores de uma mesma 
fazenda ao longo de vários ciclos (anos):
Indicador Ano 0* Ano 1 Ano 2 Variação no último ano
Área para produção (hectares) 80 80 50 -37,5%
*“Ano 0” diz respeito ao diagnóstico realizado na propriedade e se refere ao ciclo anterior à 
implantação da metodologia de ATeG.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 176
Ao analisar esse indicador, foi observado que a área destinada à produção:
• No primeiro ano de ATeG (ano 1), se manteve igual ao exercício anterior (80 
hectares).
• No segundo ano (ano 2) houve uma redução dessa mesma área na ordem de 
37,5% em relação ao ciclo anterior.
Com base nesses dados, é possível pensar em diversas possibilidades para 
descobrir o que houve com essa área, além de atualizar o cálculo de todos os 
indicadores técnicos e econômicos.
Análise da evolução
Um produtor, ao apurar o valor da sua margem bruta por hectare, resolveu 
comparar esse índice com os índices alcançados por outros produtores no entorno.
Percebendo que a sua atividade estava rendendo menos, resolveu reduzir 
sua área plantada para não correr o risco de ter prejuízos e buscou assistência 
técnica para realizar uma análise detalhada de sua produção a fim de descobrir 
qual ponto deveria ser melhorado para aumentar sua renda e voltar a produzir 
no total de sua área.
Agora, essa área reduzida (exemplo: 30 hectares) deve sair do inventário de 
recursos da atividade, afinal a metodologia de ATeG usa o conceito de centro 
de custos de cada atividade, e essa área não pertence mais a ela.
Acompanhe um exemplo prático!
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 177
Na prática
Em uma fazenda com foco na produção de laranjas, será necessário analisar 
a evolução do indicador da mortalidade de plantas de citros durante seu 
desenvolvimento.
Objetivo:
• compreender por que é tão importante não apenas registrar os indicadores 
e adotar medidas para corrigi-los, mas também compartilhar esses dados 
com seus produtores (feedback),
• estimular os produtores para que continuem constantemente buscando 
melhores resultados ou para que se mantenham no mesmo patamar
Observe a tabela a seguir!
Indicador Ano 0 Ano 1 Ano 2 Variação no 
último ano
Mortalidade de 
plantas durante seu 
desenvolvimento
30% 5% 2% -60%
Este é um indicador muito importante em todos os pomares, pois é um reflexo 
claro do manejo que a propriedade adota. É mais importante ainda quando 
se trabalha com pomares de alta produção, pois essas plantas que estão 
morrendo, antes mesmo de se iniciar uma produção, seriam a garantia de 
uma longevidade produtiva do pomar.
O indicador reflete-se 
diretamente na renda 
obtida na atividade, 
pois...
haverá menos plantas 
e produção de frutas 
para ofertar ao 
mercado e...
uma quantidade menor 
para diluir os custos fixos 
da atividade por unidade 
produzida (CFM – custo 
fixo médio).
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 178
Continuando o raciocínio, mesmo não havendo um parâmetro claro que informe 
ao Técnico de Campo qual é a porcentagem ideal para manter, ele sabe que é 
a mais próxima possível de zero.
Quando constatou a taxa de 30% de mortalidade no ano zero, o Técnico de 
Campo utilizou toda a sua experiência para identificar corretamente quais eram 
os fatores que estavam fazendo com que a propriedade tivesse esse péssimo 
índice e reverteu a situação.
Fazendo mais uma vez um resgate do tema anterior, além do conhecimento 
e da experiência do técnico, ele pode se valer de indicadores e padrões de 
manejo de outras propriedades que obtêm resultados melhores, ou seja, fazer 
benchmarking.
Benchmarking na prática
Na prática
Considere o seguinte cenário!
O Técnico de Campo identificou que as plantas em produção 
de uma propriedade não estavam sendo devidamente 
cuidadas antes e durante o ciclo produtivo, acarretando 
uma baixa eficiência na produção e na sanidade da planta.
Além disso, quando as plantas passavam por uma poda de 
limpeza ou poda verde (geralmente, após a colheita), não 
eram realizadas aplicações de produtos fitossanitários para prevenir a entrada 
de doenças nos ferimentos das podas, pois se acreditava que os ferimentos 
ocasionados iriam cicatrizar somente com a ação do sol. 
Outro problema identificado pelo técnico foi a constatação de várias pragas e 
fungos em plantas daninhas localizadas no meio e nas laterais do pomar, ou 
seja, plantas hospedeiras de pragas e doenças.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 179
Sugestão
O técnico prontamente sugeriu ao produtor que providenciasse o uso de calda 
bordalesa (produto à base de sulfato de cobre) para aplicar sobre os ferimentos 
da planta ocasionados pela poda.
Também instaurou um cronograma sanitário e de monitoramento de pragas 
e doenças que contemplava todas as plantas do pomar, de acordo com as 
necessidades da região, assim como uma rotina de limpeza (eliminação de 
plantas daninhas) de toda a área do pomar, especialmente nas bordas da área 
de produção.
Resultado
Assim, foi possível diminuir a mortalidade drasticamente de 30% para 5%. 
Ou seja, uma variação de 500%.
Conclusão
Quando apresentou ao produtor os dados obtidos com a implementação das 
melhorias, ele ficou muito empolgado e resolveu acompanhar mais de perto 
esse processo.
Assim, ele pôde observar que no pomar havia plantas com baixa habilidade* 
genética para produção. Por isso, ficou atento em adquirir mudas de produtores 
idôneos, orientando ainda a eliminação dessas plantas do pomar.*A baixa habilidade genética para produção é um fenômeno que se observa em plantas 
com baixa produção, baixa taxa de fecundidade de flores (que dão origem ao fruto) 
ou, até mesmo, frutos de tamanho pequeno e retardo no crescimento da planta, que 
acaba não respondendo às aplicações de fertilizantes.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 180
Vale destacar que o técnico deve estar sempre atento para realizar essa análise 
de evolução em conjunto com a análise comparativa, em especial com as 
propriedades superiores (benchmarking).
Da mesma forma que a propriedade evolui individualmente, também 
estão em constante evolução as referências (indicadores) superiores, 
forçando a revisão e o estabelecimento de novas metas. Afinal, a gestão 
é um processo contínuo, e não estático.
O ideal é que se estabeleça um sistema de registros de procedimentos e 
controles de gastos e receitas para que seja possível monitorar e medir os 
efeitos de cada ação realizada. Ou seja, se a partir de determinada data algo 
diferente começou a ser feito, quais foram os resultados obtidos a partir desse 
momento? Assim, a evolução dos indicadores nos mostra se estamos ou não 
no caminho correto.
Resumindo o tópico
Neste quarto tópico, você:
Conheceu o conceito de 
evolução dos indicadores 
e como ele influencia 
a análise dos dados da 
propriedade rural.
Compreendeu a 
importância de 
registrar e controlar os 
indicadores para melhor 
gestão da propriedade.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 181
Tópico 5: Aplicação das principais 
formas de interpretação dos 
indicadores
O que acha de aplicar os conceitos na prática?
Neste tópico, você verá como aplicar tudo o que foi visto na Fazenda 
Santa Felicidade, entendendo melhor como analisar todos os 
indicadores na prática.
Para concluir os estudos sobre indicadores, o que acha de aplicar os conceitos 
vistos no estudo de caso da Fazenda Santa Felicidade?
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 182
Margem bruta
Acompanhe os dados para este indicador!
Fazenda Santa Felicidade
A Fazenda Santa Felicidade possui margem bruta positiva, 
conforme mostram os dados:
• MB = RB - COE
• RB = R$ 281.565,38
• COE = R$ 58.981,20 [LSCR2]
• MB = R$ 281.565,38 - R$ 58.981,20
• MB = R$ 222.584,18
Interpretação: MB positiva significa que este negócio é 
sustentável no curto prazo.
Comparação
As propriedades da agricultura 
não devem comprometer mais 
que 70% de sua renda para 
pagar o COE, pois isso as 
torna muito suscetíveis a 
variações de mercado.
As mais eficientes na 
atividade leiteira 
comprometem entre 50% e 
70% da renda bruta com o 
COE.
Ou seja, possuem margem 
bruta de 30% a 50% da 
renda bruta.
É preciso critério para seguir esses parâmetros, até porque vão variar 
significativamente conforme o sistema de produção analisado. Um sistema de 
produção intensivo tende a ter uma margem bruta menor, porém normalmente 
ela é compensada pelo volume produzido.
Fazenda Santa Felicidade
Sendo assim, a fazenda apresenta os seguintes números:
MB ÷ RB × 100
R$ 222.584,18 ÷ R$ 281.565,38 × 100 = 79,05%
Ou seja, a margem bruta corresponde a 79,05% da renda, 
ficando acima da faixa desejável.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 183
Estratificação dos custos
Mesmo estando com uma margem bruta saudável, será que o negócio explora 
bem os custos?
Para descobrir isso, é necessário decompor os custos em seus vários componentes 
e analisar a participação percentual de cada estrato no custo total.
Observe a tabela com a distribuição dos custos da Fazenda Santa Felicidade.
Despesas de custeio Valor anual (R$) %
Mão de obra temporária (diarista) 3.300,00 5,59%
Técnico agrícola (assessoria) 2.400,00 4,06%
Sementes 11.700,00 19,83%
Fertilizantes químicos 6.000,00 10,17%
Adubos orgânicos 1.170,00 1,98%
Substrato 7.800,00 13,22%
Fungicida 720,00 1,22%
Inseticida 960,00 1,62%
Energia 1.600,00 2,71%
Combustível 2.280,00 3,8%
Aquisição de resíduos orgânicos para compostagem 2.000,00 3,39%
Embalagens 1.800,00 3,05%
INSS + impostos + contribuição sindical 4.350,00 7,37%
Impostos sobre as vendas 2.401,20 4,07%
Reparos de benfeitorias 5.000,00 8,47%
Reparos de máquinas e equipamentos 3.500,00 5,93%
Outros gastos de custeio 2.000,00 3,39%
Total R$ 58.981,20 100,00%
Nessa distribuição de custos, o empresário procura as oportunidades de melhoria, 
ou seja, verifica em qual item é possível reduzir os custos sem perder eficiência.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 184
Evolução
A Fazenda Santa Felicidade, no ano anterior, apresentava uma margem bruta 
de R$ 195.998,53, que correspondia a 42% da renda. Ou seja, no ano atual 
melhorou o valor absoluto e também a participação da MB na renda.
Ao avaliar a evolução do indicador, o produtor e o Técnico de Campo elencaram 
as seguintes justificativas:
Melhora no fluxo de produção com menor dependência de mão 
de obra externa
Isso foi medido no indicador de eficiência da mão de obra, que era de 150 
unidades de alface/dia homem, e agora é de 329 unidades de alface/dia homem 
(considerando três homens em uma produção anual de 360.365 unidades, ou 
uma produção diária de 927 unidades de alface).
Ajustes no manejo de produção
Permitiram um melhor manejo da produção de mudas. Isso antecipa o plantio 
e resulta em menos perdas de mudas ou plantas por morte ou um aumento 
no poder de germinação. Tudo isso gerou receitas que anteriormente eram 
geradas de forma tardia ou que não eram geradas. 
Essas mudanças foram conferidas com os seguintes indicadores técnicos:
• Taxa de mortalidade de plantas: melhor quando mais próxima de zero.
• Taxa de germinação de sementes: sempre melhor quando mais próxima 
de 100%.
Melhor planejamento da produção de alface com o uso de 
adubos orgânicos
Resultou em melhor qualidade do produto, consequentemente, menor demanda 
por fertilizantes químicos — um dos principais itens da planilha de custo. 
Isso foi constatado com os seguintes indicadores:
• Gasto com fertilizante/renda bruta da alface.
• Produção de composto em sacas por ano. Por exemplo: saiu de 200 para 
500 sacas por ano.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 185
Essa análise nos permite afirmar que a Fazenda Santa Felicidade, operando 
na atividade de produção de alface, é viável no curto prazo e possui uma boa 
estrutura de COE.
Mas a escala de produção justifica a estrutura? Para responder essa questão, 
é preciso evoluir a análise para a margem líquida.
Fazenda Santa Felicidade
Veja os dados da Fazenda Santa Felicidade:
• RB = R$ 281.565,38
• COT = R$ 91.863,85
ML = R$ 281.565,38 - R$ 91.863,85
ML = R$ 189.701,53
Interpretação
A Fazenda Santa Felicidade apresenta margem líquida positiva. Isso significa 
que a escala de produção trabalhada nessa unidade produtiva, que já possui 
margem bruta positiva, é capaz de justificar depreciações e o serviço da 
mão de obra familiar.
Pode-se concluir que esse negócio se sustenta no longo prazo, mantendo sua 
estrutura de recursos ativa e renovando-os sempre que necessário.
Você Sabia
Se uma empresa rural possui margem bruta positiva 
e suficiente para pagar as depreciações e a mão de 
obra familiar, poderá se tornar mais eficiente e atrativa 
aumentando sua escala de produção, pois os valores da 
depreciação não se alteram à medida que a produção 
aumenta, desde que não seja necessária uma revisão 
na estrutura.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 186
Observe no exemplo a seguir!
Na prática
Imagine as seguintes situações de renda e custos da Fazenda Santa Felicidade.
• Cenário 1: ela produz 100 unidades de alface por dia.
• Cenário 2: ela produz 400 unidades de alface usando a mesma estrutura
Cenário 2 – Produzindo 400 unidades
• COE = custo operacional efetivo
• d = depreciação
• MOF = mão de obra familiar
Cenário 1 – Produzindo 100 unidades
COE + d + MOF ÷ rendabruta
• COE = custo operacional efetivo
• d = depreciação
• MOF = mão de obra familiar
Entenda!
No cenário 1, se a Fazenda Santa Felicidade produzisse uma média de 100 
unidades por dia, não seria capaz de cobrir o COE, d e MOF. Já no cenário 2, 
com produção de 400 unidades por dia, a propriedade foi viável.
Como a renda bruta aumentou em maior proporção que o COE e o custo de 
depreciações e da mão de obra familiar não variou, isso resultou em um ganho 
de escala.
COE d MOF Renda bruta
COE d MOF Renda bruta
COE d MOF Renda bruta
COE d MOF Renda bruta
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 187
Por fim, vem a questão: esse negócio é atrativo economicamente? Para responder, 
é preciso evoluir a avaliação para o indicador de lucro.
Fazenda Santa Felicidade
Veja os dados da Fazenda Santa Felicidade:
• RB = R$ 281.565,38
• CT = R$ 97.988,89
• L = R$ 281.565,38 - R$ 97.988,89 = R$ 183.576,49
Interpretação
A Fazenda Santa Felicidade apresenta lucro maior que zero, ou seja, 
lucro supernormal. Dessa forma, podemos dizer que o negócio é atrativo 
economicamente. Para verificar o quanto o negócio é atrativo, devemos evoluir 
a avaliação para a taxa de retorno do capital (TRC), com terra (TRCCT) e sem 
terra (TRCST).
Acompanhe!
TRC sem terra (TRCST)
Dados e cálculo:
• Estoque de capital sem terra (ECST) = R$ 287.750,00
• ML = R$ 189.701,53
x 100TRC sem terra =
Margem líquida
ECST 
R$ 189.701,53
R$ 287.750,00 
TRCST = x 100 TRCST = 65,92%
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 188
TRC com terra (TRCCT)
Dados e cálculos:
• Estoque de capital com terra = R$ 292.750,00
• ML = R$ 189.701,53
Em termos médios, ambas as taxas de retorno são boas e mostram a viabilidade 
econômica de longo prazo, pois estão acima dos 6% considerados como 
referência mínima. Porém, cada produtor pode definir qual é a sua própria 
taxa mínima de atratividade, de acordo com o custo de oportunidade que ele 
tem para o seu capital.
Em linhas gerais, as taxas de retorno do capital sem terra de 71,6% e 
com terra de 70,4% representam bons resultados econômicos.
Viu só como com muito estudo e dedicação os cálculos e interpretações ficam 
mais fáceis? Lembre-se de que eles são fundamentais para seu bom desempenho 
como Técnico de Campo.
Resumindo o tópico
Neste quinto tópico, você:
Compreendeu como 
aplicar os indicadores na 
prática, usando o estudo 
de caso da Fazenda 
Santa Felicidade.
Entendeu como 
interpretar os dados 
extraídos de todos os 
indicadores aplicados 
no caso.
Aprendeu a usar a 
evolução e a comparação 
dos indicadores 
para melhor gerir a 
propriedade rural.
Margem líquida
ECCT 
TRC com terra =
R$ 189.701,53 
R$ 292.750,00 
TRCCT = × 100 TRCCT = 64,79%
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 189
Encerramento do tema
Você chegou ao final do terceiro tema e, com esses estudos, pôde conhecer uma 
série de indicadores técnicos e econômicos que se tornam importantíssimas 
ferramentas na gestão de qualquer empresa. Agora, finalizada esta etapa, 
você é capaz de:
Demonstrar aos 
produtores que os 
indicadores refletem, 
em números objetivos, 
os custos e as receitas 
da propriedade, 
mas não são eles os 
responsáveis pela 
situação (positiva ou 
negativa) da empresa.
Ter cuidado 
com números 
“catastróficos” no 
resultado da atividade, 
entendendo que nem 
tudo que resta depois 
do pagamento das 
despesas diretas é 
lucro.
Identificar o principal 
entrave na empresa 
analisada e, caso 
ela não esteja sendo 
eficiente, determinar 
se há um fraco 
desempenho técnico, 
o que vai refletir 
negativamente no 
aspecto econômico.
Você está no final desta terceira etapa, que estava repleta de informações 
importantes para um gerenciamento financeiro eficiente.
Agora, para finalizar, acesse o Ambiente de Estudos 
para assistir ao vídeo de Encerramento do Tema e 
continuar acompanhando Marcelo e o seu trabalho na 
Fazenda Santa Felicidade.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 190
Atividade de passagem
Chegou a hora de colocar em prática o que aprendeu!
Você deve responder uma questão relacionada ao conteúdo 
estudado até aqui para passar para o próximo tema, ok?
Atenção! Se você estiver com alguma dúvida quanto ao 
assunto, retorne ao conteúdo do módulo ou, se preferir, entre 
em contato com o tutor no Ambiente de Estudos.
Questão
Os indicadores são ferramentas importantes para a análise técnica e econômica 
dos negócios, porém, para que essas ferramentas auxiliem o gestor na tomada 
de decisão, ele precisa saber interpretá-las. Para isso, fazemos distribuição dos 
custos, benchmarking e sua evolução. Com base no estudo de interpretação 
dos indicadores, assinale a alternativa correta.
a. Entender o percentual dos itens de custo serve para o gestor limitar os gastos 
de cada item, não autorizando a equipe a gastar mais do que o previsto. Isso 
auxilia o controle dos custos. No meio rural, ganha-se muito adotando a lei 
dos custos mínimos.
b. Benchmarking consiste em comparar seus resultados, processos e práticas com 
os das empresas de referência, que servirão para o produtor se nortear por 
aquelas que obtêm os melhores resultados em sistemas semelhantes ao seu.
c. O acompanhamento da evolução dos indicadores tem como função constantemente 
aumentar as metas das equipes e, dessa forma, melhorar os resultados da 
empresa. No mundo dos negócios não se pode retroagir.
d. Uma função importante do benchmarking é copiar as ações das empresas que 
obtêm maiores ganhos sem fazer qualquer adaptação. Afinal, se deu certo na 
fazenda superior, vai dar certo na minha.
e. A análise dos indicadores de custo não serve para o produtor tomar a decisão 
de gastar mais de um determinado insumo. Analisar os custos pela lógica é 
para gastar menos. Se gastamos pouco é bom. Temos de avaliar nossas ações 
que permitem manter isso.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 191
Encerramento do módulo
Durante este módulo você se aprofundou no processo de gestão de um negócio, 
compreendendo o que são os indicadores e como podemos utilizá-los para 
a tomada de decisão nas principais cadeias produtivas da linha de produção 
vegetal. Relembre!
• Os indicadores são 
ferramentas para medir 
o desempenho nas 
dimensões do esforço 
e do resultado. O 
objetivo do gestor é, 
com o menor esforço 
possível, buscar 
o maior resultado 
possível.
• A primeira coisa a fazer 
é coletar informações e 
produzir os indicadores. 
Depois vamos interpretá-
los, saber se operam 
em níveis ótimos e fazer 
o acompanhamento de 
forma perene. 
• Em qualquer cadeia 
produtiva escolhida para 
trabalhar, a técnica e a 
tecnologia são meios para 
que o empresário rural 
ganhe mais dinheiro.
• Antes de implementar 
uma mudança de 
processo ou de 
aplicar qualquer 
tecnologia estrutural na 
propriedade, é preciso 
fazer uma análise 
mais profunda dos 
investimentos, usando 
todas as ferramentas 
gerenciais, e criar um 
planejamento.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 192
E, para finalizar esta etapa, acesse o seu Ambiente 
de Estudos e assista ao vídeo de Encerramento do 
Módulo 04!
Siga em frente e acesse no Ambiente de Estudos o Estudo de Caso, o Simulado 
e a sua Avaliação.
Sucesso e até o próximo módulo!
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 193
Final de etapa
Parabéns pelo seu percurso até aqui!
Este é mais um momento para você aplicar os seus conhecimentos! Então, para 
finalizar o módulo, você deverá realizar as três atividades abaixo, que estão 
disponíveis no seu Ambiente de Estudos. Veja o que deve ser feito!
Estudo de Caso
Será apresentada para você, uma situação-problema relacionada 
aos temas estudados no módulo. Analise a situação e responda 
em forma de texto. Essa atividade será corrigida pelo tutor, que 
dará uma nota e um feedback.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 194
SimuladoSão 17 questões objetivas sobre os três temas deste módulo. 
Você pode realizar o Simulado três vezes, permitindo que você 
se prepare bem para a Avaliação.
A realização dessa atividade é obrigatória, porém não vale nota. 
Ela é uma ótima oportunidade para verificar o seu conhecimento, 
estudar e ter uma prévia de como será a Avaliação. Aproveite!
Avaliação 
Depois de realizar o Simulado, você terá acesso à Avaliação. 
Ela também é composta por 17 questões objetivas de múltipla 
escolha e é composta por todo o conteúdo estudado no módulo. 
Essa atividade é obrigatória e vale nota.
O seu desempenho nela será contabilizado na sua média. A 
correção é automática, ou seja, é o LMS que fará a correção da 
atividade.
Onde acessar?
Para realizar essas atividades, acesse o seu Ambiente de Estudos, no menu 
“Minhas Avaliações”.
Início | Ambientação | Conteúdo | Biblioteca | Minhas Avaliações | Turma | Comunicação | 
Importante! A Avaliação estará disponível somente depois que você 
passar pelo Simulado. Comece apenas quando tiver a segurança e 
a confiança necessárias nos seus estudos, pois você terá somente 
uma tentativa de acerto.
Para obter informações mais detalhadas sobre o acesso ou se tiver 
qualquer dúvida, por favor, entre em contato pelo Tira-Dúvidas ou pelo 
e-mail faleconoscoead@faculdadecna.com.br ou ainda pelo telefone 
0800 006 4849 de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h, 
no horário de Brasília.
Até o próximo módulo!
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 195
Gabarito das questões
Tema 1
Alternativa correta: D
Todas as afirmações são verdadeiras, veja o feedback sequencial delas:
A. Entre outras funções, a mensuração do esforço permite que o gestor verifique 
se são realizados os procedimentos e as técnicas previstas, ao passo que medir 
o resultado permite ao gestor verificar se o esforço empregado está produzindo 
os resultados técnicos e econômicos esperados.
B. As informações técnicas são os dados do sistema que permitem ao gestor 
produzir indicadores e tomar decisões. Sem informação não existe gestão.
C. Os indicadores econômicos são a conversão de informações e números 
capazes de mensurar o desempenho econômico nas atividades.
D. Esta alternativa é verdadeira e muito importante: diversos gestores, 
especialmente os de formação na área, incidem em uma falha clássica que é 
querer o maior desempenho do animal sem considerar os aspectos econômicos.
E. A produtividade medida em quilogramas de uva/hectare/ano expressa todas 
as operações técnicas aplicadas na propriedade, podendo promover avanços 
ou retrocessos. Se em uma propriedade for melhorado o sistema de formação 
do pomar, reduzindo a idade da planta na primeira produção em seis meses, 
vai aumentar a produção de uva, pois a mesma quantidade de plantas passou 
a produzir mais.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 196
Tema 2
Alternativa correta: E
A afirmativa A é incorreta, porque os indicadores utilizados nas cadeias não 
foram adaptações de outros. A afirmativa B está correta, pois realmente 
conhecer as especificidades de cada cadeia ajuda a propor um plano de ação 
mais assertivo. Da mesma forma, a afirmativa C também é correta, pois os 
indicadores técnicos variam conforme as características de cada atividade e 
cadeia.
Tema 3
Alternativa correta: B
É muito importante comparar os produtores que estejam em sistemas de 
produção semelhantes e que possuem bons resultados. Dessa forma, você 
pode definir o que fazer para melhorar o seu sistema, sem ter de trocá-lo.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 197
Referências
BAHIA, J. Veja a importância de um bom gerenciamento para a empresa. 
Revista Gestão em Negócios. [s.d.]. Disponível em: http://revistagestaoenegocios.
uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-
empresa/3016/#. Acesso em: 11 jan. 2017.
BERNARDO, L. T.; QUEIROZ, A. M. Revista de Economia, v. 7, n. 2, p. 48-
65, Anápolis, jul./dez. 2011. ISSN: 1809 970-X. 2011. Disponível em: http://
www.nee.ueg.br/seer/index.php/economia. Acesso em: 13 out. 2016.
DALCIN, D.; OLIVEIRA, S. V.; TROIAN, A. Gestão rural e a tomada de 
decisão: estudo de caso no setor olerícola. In: 48. Congresso da SOBER – 
Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural. Tecnologias, 
desenvolvimento e integração social. Campo Grande, 2010.
UECKER, G. L.; BRAUN, M.; UECKER, A. D. A gestão dos pequenos 
empreendimentos rurais num ambiente competitivo global e de grandes 
estratégias. In: XLIII Congresso da SOBER – Sociedade Brasileira de Economia, 
Administração e Sociologia Rural. Anais […], Ribeirão Preto, 2005.mais ligadas aos indicadores 
econômicos, pois são a expressão dos esforços. As dimensões dos 
resultados podem sofrer alterações devido às dimensões dos esforços.
O entendimento sobre as subdimensões do desempenho pelo modelo dos “6 Es” 
permite identificar que o desempenho pode e deve ser medido nas empresas 
em todas suas dimensões.
Conheça cada uma das subdimensões do modelo dos 
“6 Es” assistindo ao vídeo que está disponível no seu 
Ambiente de Estudos!
A mensuração do desempenho é a base para que o gestor de um empreendimento 
tome decisões técnicas ou econômicas. Existe uma máxima que diz: o que 
não se mede não se gerencia.
Na prática das atividades agropecuárias, são gerados dados por meio de 
medições dentro do sistema de produção e, para que esses dados se 
tornem úteis para tomadas de decisões nas empresas, são transformados em 
indicadores técnicos e econômicos.
Resumindo o tópico
Neste primeiro tópico, você:
Conheceu os conceitos 
de desempenho e 
indicadores, entendendo 
a importância deles 
para a gestão.
Compreendeu que o 
estudo do desempenho 
nas empresas serve 
para ajudar nas 
tomadas de decisões 
assertivas.
Conheceu o modelo de gestão 
“6 Es”, entendendo que 
qualquer decisão depende da 
mensuração do desempenho 
na dimensão do esforço e na 
dimensão do resultado.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 16
Tópico 2: Introdução aos 
indicadores técnicos e econômicos
Quando o assunto é indicadores técnicos e econômicos, a 
mensuração é parte essencial de um modelo de gestão do 
desempenho. Mas será só isso?
Neste tópico, você verá como mensurar os indicadores, conhecendo 
as diferenças entre quantidade e qualidade, assim como as 
características técnicas e econômicas inerentes a eles.
A mensuração não deve se restringir apenas à ação que, em sentido estrito, 
apura valores ou medidas dos esforços e resultados, por meio de indicadores. Um 
sistema de mensuração é muito mais do que apenas a geração de indicadores.
Antes de realizar uma mensuração, devem ser considerados os seguintes 
fatores:
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 17
Dimensões distintas de esforços e resultados
Gerar indicadores em dimensões distintas de esforços e resultados, com diferentes pesos 
entre eles (uma vez que representam medidas de importâncias distintas). Isso porque, do 
ponto de vista de negócios, esforços sem resultados não conduzem a empresa ao sucesso.
Uma nota para cada indicador
Gerar uma nota para cada indicador, ou seja, o resultado de cada indicador 
tem sentido apenas quando associado a um parâmetro a ser alcançado. A 
distância entre o realizado e o esperado direciona as decisões gerenciais.
Mensuração agregada e ponderada
Encontrar uma mensuração agregada e ponderada, que permita gerar 
uma nota global, a qual, de certa forma, carregará nela um componente 
avaliativo (do real apurado em relação a um ideal).
Para o trabalho com indicadores de desempenho, deve-se esquecer o mito 
da “medição absoluta”. Não é necessário monitorar e controlar tudo, nem 
todos ao mesmo tempo, nem na mesma hora.
A postura correta é a alta seletividade, ou seja, medir apenas o que é 
importante e significativo. A quantidade ideal sofrerá mudanças pelo nível de 
amadurecimento da propriedade, principalmente no que tange ao tratamento 
das questões que envolvem avaliação de performance e desempenho.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 18
Sempre de acordo com o amadurecimento 
gerencial dos envolvidos.
Seguir aumentando gradativamente.
É possível começar com poucos indicadores, 
medindo apenas os processos básicos.
Os indicadores apontam a situação da empresa no momento da análise, 
porém não são os culpados pela situação do empreendimento, mas apenas o 
reflexo dos custos e receitas da propriedade. Interpretando os indicadores, 
constituímos um embasamento para a tomada de decisão.
Qualidade e quantidade de indicadores
A qualidade dos indicadores depende da qualidade dos dados coletados 
na empresa rural. Para garantir a qualidade dessas informações é importante 
que o gestor verifique se as informações condizem com a realidade do sistema 
de produção.
Isso pode ser feito com:
• revisão dos registros, 
• controle de estoque, 
• entrevistas com a equipe e 
• checagem in loco.
Enfim, é fundamental a proximidade 
do gestor com os setores, para 
que ele garanta que o realizado 
está próximo do planejado e que o 
registrado foi o realizado.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 19
Com relação à quantidade de indicadores, é importante que se produzam os 
indicadores para serem utilizados na tomada de decisão. Do contrário, 
pode desmotivar a equipe, pois causa a percepção de pura burocracia.
Na prática
Uma propriedade possui diversos itens 
elétricos em seu inventário de recursos.
Possivelmente, essa 
propriedade tem falhas 
nos registros dos custos 
de vários itens, o que pode 
comprometer os indicadores 
gerados a partir deles!
Porém, não tem 
registros de despesas 
com energia elétrica.
A medição tem que ser orientada para a melhoria do desempenho e vice-versa, 
pois ela extrai informações de gestão, garantindo a qualidade do procedimento. 
Ela deve começar a partir do momento em que o gestor e/ou consultor 
inicia um processo produtivo.
A realidade do campo
No meio rural, é comum encontrar pessoas que 
possuem certa aversão a registros e anotações. 
Porém, é essencial que você conscientize o 
empresário rural sobre a importância de registrar 
informações técnicas, mantendo o controle da sua 
propriedade e da produção.
A gestão do desempenho precisa ser dinâmica e gerar indicadores úteis para 
a tomada de decisões e a melhoria dos resultados do negócio.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 20
Tomar uma decisão 
não é sinônimo 
de promover 
alterações.
Manter um processo, 
procedimento ou 
método, também 
é uma tomada de 
decisão.
A medição dos indicadores deve ser realizada a partir do momento que eles 
passam a ser discutidos. Dessa forma, o produtor rural entende a importância 
da medição.
É importante destacar que, mesmo que uma meta seja atingida, o indicador 
deve continuar sendo medido. Manter bons indicadores pode ser mais 
difícil do que alcançá-los, especialmente no meio rural, devido a fatores não 
controláveis.
Na prática
Uma propriedade chegou à produção média de 300 unidades 
de repolho por dia. Logo após a mudança de um colaborador 
responsável pela área, essa média caiu para 200 unidades 
por dia. Desesperado, o proprietário:
É possível observar que a simples mudança de um colaborador desencadeou uma série 
de problemas. Na rotina das fazendas isso é muito comum e, portanto, é importante 
definir bem os padrões de procedimento, com o objetivo de manter a excelência.
Checou os 
procedimentos e 
identificou o problema.
O novo colaborador não 
estava executando a 
irrigação e a adubação 
conforme o recomendado.
Por causa disso, as 
plantas apresentavam 
retardamento no seu 
desenvolvimento, o que 
comprometia a escala 
de produção da cultura, 
entre outros problemas.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 21
Diante de situações como essas, é possível elencar algumas utilidades dos 
indicadores:
• Mensurar os resultados e gerir o desempenho.
• Embasar a análise crítica dos resultados obtidos e do processo de tomada de 
decisão.
• Contribuir para a melhoria contínua dos processos organizacionais.
• Facilitar o planejamento e o controle do desempenho.
• Viabilizar a análise comparativa do desempenho da organização.
Para alcançar um melhor entendimento, os indicadores foram divididos em:
Indicadores
Técnicos
de 
Produtividade
de 
Produção
Econômicos
Resumindo o tópico
Neste segundo tópico, você:
Compreendeu que 
os indicadores 
são utilizados na 
mensuração dos 
esforços e dos 
resultados e, assim, 
fundamentam as 
tomadas de decisão 
nas empresas rurais.
Entendeuque a 
análise dos indicadores 
permite estratificar 
custos, comparar uma 
empresa em períodos 
diferentes e com outras 
empresas similares, 
e estabelecer metas, 
além de ter outras 
funções.
Viu que os indicadores 
bons dependem 
da qualidade das 
informações coletadas, 
e que é importante ter 
uma rotina de análise 
da consistência dos 
dados registrados na 
empresa.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 22
Tópico 3: Indicadores e informações 
técnicas e econômicas
Você consegue identificar os indicadores e as informações 
técnicas e econômicas de uma propriedade rural?
A partir de agora, você vai conhecer os tipos de informações e de 
indicadores técnicos e econômicos, além da sua importância e a 
forma como devem ser interpretados durante o processo de gestão.
Acompanhe cada uma das informações e dos indicadores!
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 23
Informações 
técnicas
Indicadores
técnicos
Informações 
econômicas
Indicadores
econômicos
 
Informações técnicas
Os dados de dimensionamento do sistema de produção e seus componentes, 
como processos, procedimentos, ações e recursos, assim como os dados de 
produção de cada componente do sistema, são conhecidos como informações 
técnicas.
Essas informações são essenciais para fundamentar a elaboração dos 
indicadores e podem estar presentes em diversos momentos.
Conheça a seguir cada um deles!
Entrada e saída de 
funcionários
Ano da primeira 
colheita ou primeira 
comercialização
Quantidade de insumos 
aplicados
Estoque de insumos 
(entrada e saída)
Tarefas realizadas e 
pendências
Número de plantas e 
de produção por planta
Quantidade de hectares plantados 
ou m², dependendo da cultura 
(como a alface, por exemplo)
Perda de plantas
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 24
Informações 
técnicas
Indicadores
técnicos
Informações 
econômicas
Indicadores
econômicos
Indicadores técnicos
Os indicadores técnicos são obtidos relacionando as informações técnicas 
entre si, para analisar o desempenho do sistema de produção. Com eles, é 
possível avaliar o negócio ou uma atividade agropecuária específica, 
considerando os “6 Es” do desempenho.
Para sua boa utilização, deve-se dividir o sistema de produção e 
atribuir a cada setor os indicadores que melhor representam um bom 
desempenho.
A setorização permite uma análise mais específica sobre cada área de uma 
atividade agropecuária. É importante ressaltar que não é preciso medir tudo. 
O processo de gestão de indicadores deve amadurecer junto com a empresa. 
Dessa forma, são usados os indicadores mais representativos de um setor e, 
aos poucos, a análise será aprofundada.
A setorização não é padrão para todas as 
propriedades que trabalham na mesma atividade.
Cada propriedade tem suas peculiaridades 
no sistema de produção, como porte, estrutura, 
mão de obra, mecanização etc.
Consequentemente, o número de setores é 
definido de acordo com a complexidade do 
sistema.
Observe, na tabela a seguir, um exemplo de setorização e de definição de 
indicadores por fase em uma propriedade de produção de tomate:
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 25
Fase Indicadores
1. Produção de mudas
• Germinação (indicador de % de sementes germinadas)
• Vigor (indicador da capacidade da planta de emergir, 
medido em %)
• Quantidade de mudas por hectare
2. Desenvolvimento 
vegetativo
• Número de hastes por planta que será conduzida para 
produção (geralmente, duas hastes por planta)
• Altura de inserção da primeira inflorescência
• Espaçamento de plantio de 1,0 a 1,2 m entre linhas e de 
0,5 a 0,7 m entre plantas
3. Nutrição de plantas
• kg de fertilizante / kg de tomate
• % de custo da adubação por planta
• kg de fertilizante por hectare ou por planta
4. Produção de frutos
• kg ou caixas / hectare
• Caixas por ano
• kg / planta
• Quantidade de frutos ou inflorescência por planta
5. Reprodução (produção de 
sementes)
• Longevidade das sementes (tempo de durabilidade)
• Quantidade de sementes produzidas por planta
• Produção de sementes em kg / hectare
• Quantidade de sementes por grama ou por fruto
Porém, não basta apenas calcular os indicadores. Eles devem ser fornecidos e 
discutidos com o responsável de cada setor, pois isso vai fazer com que ele seja 
capaz de medir o resultado do seu trabalho, o que representa um importante 
motivador da equipe.
Informações 
técnicas
Indicadores
técnicos
Informações 
econômicas
Indicadores
econômicos
Informações econômicas
As informações econômicas são, basicamente, os dados de despesas e 
receitas. Essas informações podem ser discriminadas por itens ou grupos, 
especialmente no caso das receitas.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 26
Conheça a seguir quais são os grupos de despesas!
Energia e combustíveis
Fertilizantes
Serviços preliminares 
para cultivo
Manutenção de benfeitorias 
e ferramentas
Impostos e taxas Aluguel e mão de obra
Produtos fitossanitáriosProdução de mudas 
(sementes, substrato etc.)
Manutenção de máquinas 
e equipamentos
Essas informações devem passar por uma análise de consistência, pois é 
preciso tomar cuidado para não esquecer nenhum registro e também para não 
atribuir às atividades despesas que não são delas.
Entenda!
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 27
Na prática
• Propriedade: trabalha com atividade de produção de banana.
• Atividades: banana (fruta) e mudas da planta.
• Problema: muitas vezes, as despesas e receitas se misturam.
Considerando que o produtor compra fertilizante e produtos fitossanitários para as 
duas atividades, devendo separar os custos para uma e outra.
Para melhorar essa gestão, seria melhor que a muda da bananeira, quando pronta 
para o plantio, fosse vendida para a atividade de produção de muda.
Assim, ele vai compor uma nova atividade, com despesas separadas.
O estoque de capital médio investido na atividade também faz parte das 
informações econômicas. Ele pode ser:
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 28
capital 
em terra
Estoque
capital médio em 
máquinas e 
equipamentos
capital em 
animais
capital médio 
em benfeitorias
Informações 
técnicas
Indicadores
técnicos
Informações 
econômicas
Indicadores
econômicos
Indicadores econômicos
Indicadores econômicos são relações feitas com os itens de despesas, 
receitas, recursos de produção e informações técnicas que permitam 
ao gestor tomar decisões.
Veja alguns exemplos de indicadores econômicos:
Custo / 
unidade 
de alface
Gasto com 
fertilizante / 
renda bruta
COT / 
renda 
bruta
Margem 
bruta / 
mão de 
obra 
Margem 
líquida / 
unidade 
de alface
Margem 
líquida / 
estufa de 
produção
Lucro / 
mão de 
obra 
Fluxo de 
caixa
Custo / 
muda de 
alface
Gasto com 
substrato / 
muda
Margem 
bruta / 
unidade 
de 
alface
Margem 
bruta / 
estufa de 
cultivo
Margem 
líquida / 
mão de 
obra
Lucro / 
unidade de 
alface
Lucro / 
estufa de 
produção
Taxa de 
remuneração 
do capital com 
terra
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 29
Os indicadores econômicos, assim como os técnicos, ajudam na avaliação do 
desempenho dos setores e também do negócio como um todo.
A implementação de uma técnica ou tecnologia não quer dizer que o negócio 
ficou mais lucrativo. A análise da evolução dos indicadores econômicos 
permite ao gestor verificar se suas decisões estão tornando o negócio mais 
rentável.
Antes de seguir em frente, o que acha de reforçar alguns conceitos?
 Pense e decida
Uma propriedade produtora de amendoim, por meio da implementação 
de tecnologias de nutrição e genética de plantas, consegue colher sua 
lavoura 15 dias antes do ciclo normal da cultura.
Essa otimização na produção significa dizer que a propriedade agora é 
mais lucrativa?
Com certeza, pois esse tipo 
de esforço já garante retornos 
financeiros imediatos.
Não necessariamente,já que nem 
sempre esses esforços sozinhos 
resultam em ganhos.
Justifique aqui a sua escolha!
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 30
Feedback
Nem sempre esses esforços sozinhos resultam em ganhos. Somente depois 
da análise dos indicadores econômicos desse negócio será possível afirmar 
se a otimização está sendo convertida em lucratividade.
E é essa a principal função dos indicadores econômicos: medir o resultado 
dos esforços aplicados na produção sob o ponto de vista financeiro.
Para deixar esses conceitos mais claros, acesse o seu 
Ambiente de Estudos e assista ao vídeo Na voz do 
Especialista, no qual o Prof. Erno explica a importância 
dos indicadores!
Resumindo o tópico
Neste terceiro tópico, você:
Entendeu a importância 
dos indicadores, como 
as informações técnicas 
e econômicas.
Conheceu em 
detalhes o conceito 
e a relação entre 
indicadores e 
informações técnicas.
Viu em detalhes o 
conceito e a relação entre 
indicadores e informações 
econômicas.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 31
Tópico 4: Aplicação dos indicadores 
técnicos na atividade de fruticultura
Afinal, como deve ser a aplicação desses indicadores 
técnicos em uma atividade produtiva?
No decorrer deste tópico, você conhecerá mais a fundo a aplicação 
dos indicadores técnicos e suas informações técnicas em uma 
atividade de fruticultura.
Produção por planta em produção
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 32
Um dos indicadores técnicos bastante usados pelo produtor rural é a produção 
por planta que está produzindo.
Ele permite avaliar a evolução genética das plantas quanto à produção 
média de uma determinada fruta considerando o ambiente específico 
da propriedade e seus fatores de produção.
Se o produtor tem um pomar especializado com baixa produção média, isso pode 
representar um problema nutricional, reprodutivo (polinização, abortamento 
de frutos etc.), sanitário, ou outro qualquer. O cálculo desse indicador é bem 
simples.
Observação! A produção considera frutas vendidas + frutas consumidas.
A avaliação final desse indicador deve ser feita considerando a média dos 
resultados de 12 meses.
Isso se deve à sazonalidade da produção em algumas propriedades, por causa 
do cultivo geralmente de mais de uma espécie de frutas ou de variedades 
diferentes dentro de uma mesma espécie, ou seja, a produção é variável de 
acordo com o sistema de produção.
Entenda!
Produção por 
planta em 
produção
=
Produção total anual
Total de plantas produtivas
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 33
Na prática
Assim, é recomendado que na avaliação seja utilizada a média desse indicador em 
12 meses. Observe!
Uma propriedade usa 
sistemas de produção 
de citros com mais 
de uma variedade 
implantada no pomar.
Assim, o produtor organiza a 
produção de modo que consiga 
atender ao mercado com uma 
variabilidade de citros e por um 
período maior de tempo. Desse 
modo, o produtor também 
consegue agregar mais valor 
ao seu produto.
Isso faz com que a 
média de produção 
de citros durante os 
meses do ano fique 
homogênea.
Mês Colheita JAN. FEV. MAR. ABR. MAI. JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV. DEZ. Média
Laranja 
valência 
toneladas
Outubro a 
janeiro 12 13 15 20 5 t
Limão taiti 
toneladas
Dezembro 
a maio 6 4 5 6 7 5 2.75 t
Tangerinas: 
ponkan, 
dancy e 
Montenegrina 
toneladas
Março a 
setembro 8 9 10 12 10 9 11 5.75 t
Ao longo do ano, o número de plantas em produção é variável. Para este 
cálculo, deve ser registrada a quantidade de plantas em produção por mês 
– normalmente, esse registro é feito sempre na mesma época, por exemplo, 
nos meses de colheita de cada espécie de citros. Depois, é calculada a média 
entre os 12 meses.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 34
Produção por total de plantas
Este indicador tem como objetivo avaliar a situação do pomar de laranja valência 
como um todo, mas principalmente em relação à produção, ou seja, se o produtor 
possui, além de plantas produzindo, uma área de pomar em formação. 
Ele pode ser calculado anualmente para saber a produção por planta do total 
de plantas e, a partir desse indicador, avaliar o crescimento da produção por 
ano, seguindo o mesmo raciocínio utilizado no cálculo da produção por planta 
em produção.
Vale destacar que uma variação muito negativa, ou mesmo a 
estabilização da produção em anos diferentes, pode significar uma 
disfunção no pomar que pode ser na parte reprodutiva das plantas ou 
um problema fitossanitário que esteja levando à morte de plantas.
A referência para esse indicador depende da genética e do manejo adotado 
para o pomar.
Para definir a quantidade de plantas, deve ser usada a mesma estratégia no 
cálculo de plantas em produção.
Somamos o registro de unidades produtivas e o registro anual da 
quantidade de plantas ainda não produtivas para definir o total de unidades 
anualmente. Depois, calculamos a média dos 12 meses.
Observe!
Produção por total de 
plantas =
Produção
+Nº de plantas 
produtivas
Nº de plantas 
ainda não 
produtivas
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 35
Porcentagem de plantas em produção (% PP)
A porcentagem de plantas em produção sobre o total de 
plantas é outro indicador que mostra o manejo produtivo 
do pomar.
Digamos que a tangerina seja o principal produto para a 
geração de renda na atividade de fruticultura, então, quanto 
mais alto for esse indicador, mais eficiente será o negócio.
O cálculo desse indicador é feito anualmente.
Referência: usualmente, para esse indicador é calculada ao dividir o 
período de produção (PP) esperado pelo intervalo entre produções (IP) 
esperado.
Cálculo anual
% plantas em produção = plantas em produção ÷ total de plantas × 100
Cálculo por período
% plantas produtivas no total de plantas = PP ÷ IP × 100
Entenda melhor acompanhando o exemplo a seguir!
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 36
Na prática
Em pomares de tangerina, limão e laranja com nível 
de especialização produtiva médio, encontramos os 
seguintes dados:
• período de produção esperado = 12 meses (utilizando 
mais que uma espécie e variedade de citros, 
construindo uma escala de produção);
• intervalo entre produções esperado = 12 meses 
(uma safra por ano).
Nesse caso, a referência será:
Logo, a porcentagem de plantas em produção desejada é 100%. É importante 
salientar que produtores que optam por cultivar citros com várias espécies 
e variedades distribuídas em determinadas épocas do ano conseguem 
produções o ano todo, ou seja, os 100% das plantas.
% plantas em 
produção no total 
de plantas
= x 100
PP
IP
% plantas em 
produção no total 
de plantas
= x 100
12
12
= 100%
Em pomares, em que se utiliza somente uma espécie de citros de alta produção, 
mas que apresentam uma produção concentrada em uma determinada época 
do ano, essa referência pode ser reavaliada, pois se aceita um menor período 
de produção em um mesmo, mas não terá, logicamente, produção o ano inteiro.
Referência: o valor de referência para pomares, em que se utiliza somente 
uma espécie de citros de alta produção, deve ser calculado de acordo com 
a realidade de cada propriedade.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 37
Se o período de produção é curto, por exemplo, quatro meses, e o intervalo de 
produção se mantém (12 meses), a porcentagem de plantas em produção 
esperada pode diminuir.
Na prática
Numa propriedade de produção de laranja, 
encontramos os seguintes dados:
• período de produção = 4 meses;
• intervalo entre produção = 12 meses.
Nesse contexto, a referência para a porcentagem de plantas produtivas no 
total de plantas é a seguinte:
% plantas 
produtivas no total 
de plantas
= x 100
4
12
% plantas 
produtivas no total 
de plantas
= 33,3%
Para a apuração da situação produtiva do pomar, é necessário registrar e 
calcular a média dosúltimos anos (12 anos) das porcentagens de plantas 
em produção sobre o total de plantas do pomar. Esse é um processo a ser 
repetido ano a ano, pois o resultado poderá variar se ocorrer uma concentração 
de produção ou a introdução de uma nova variedade que produza em uma 
época diferente das demais variedades dentro do ano.
Veja um exemplo na tabela a seguir:
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 Média
% Plantas 
produtivas 
sobre o total 
de plantas
71 69 79 81 86 90 94 87 65 73 75 97 80,58
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 38
Observação: espécie é o conjunto de indivíduos (plantas) muito 
semelhantes, capazes de cruzar entre si e gerar descendentes. Variedade 
é o cruzamento natural entre plantas da mesma espécie.
Plantas em produção / total de plantas
Este indicador expressa a pressão para manter um fluxo de caixa positivo em 
relação às plantas em produção, ou seja, quanto maior a porcentagem de 
plantas em produção no pomar, menor será a pressão sobre o fluxo de caixa.
Isso acontece porque, quanto maior for o número de plantas produtivas dentro 
do pomar, maior será a produtividade e maior será a renda, o que torna o fluxo 
de caixa mais estável.
A seguir, conheça alguns fatores que podem influenciar o cálculo do total 
de plantas.
Presença de 
plantas 
masculinas em 
pomares de kiwi
Taxa de 
mortalidade 
de plantas
Taxa de 
reposição 
de plantas
Idade da planta
para a primeira 
produção
Presença de plantas masculinas em pomares de kiwi
É importante destacar a importância e a influência da utilização de plantas 
masculinas no pomar. Para haver uma boa produção de kiwi, é fundamental o uso 
dessas plantas para que ocorra a fecundação das flores e, consequentemente, 
a formação do fruto. 
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 39
Nesse sentido, o pomar já está com plantas não produtivas, e isso determina 
uma porcentagem menor de plantas produtivas em relação ao total, ou seja, 
em casos de necessidade de introdução de plantas masculinas no pomar, este 
não terá 100% das plantas produzindo, além de as plantas masculinas terem 
praticamente os mesmos custos que uma planta produtiva. 
Na produção de kiwi, a recomendação é utilizar uma planta masculina para 
oito plantas femininas distribuídas de forma homogênea no pomar, ou seja, 
no total, são necessárias 500 plantas por hectare.
O cálculo
Na prática
Esse indicador não quer dizer que a produção de kiwi não seja viável, 
apenas mostra que convém manter a separação dos centros de custos 
para um cálculo correto.
PM
Número de plantas 
por hectare 
Número de plantas femininas 
por planta masculina 
=
62,5 plantas masculinas
por hectare PM
500
8
= PM =
PM
Número de plantas 
por hectare 
Número de plantas femininas 
por planta masculina 
=
62,5 plantas masculinas
por hectare PM
500
8
= PM =
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 40
Presença de 
plantas 
masculinas em 
pomares de kiwi 
Taxa de 
mortalidade 
de plantas
Taxa de 
reposição 
de plantas 
Idade da planta 
para a primeira 
produção 
Taxa de reposição de plantas
A taxa de reposição das plantas mede a porcentagem de plantas substituídas 
no pomar no período de um ano. Ela é calculada pela seguinte fórmula:
Taxa de reposição de 
plantas = x 100
Plantas substituídas
Total de plantas
Essa taxa é utilizada especialmente para medir a eficiência no manejo sanitário 
do pomar. Problemas reprodutivos como fecundação, por exemplo, fitossanitários 
e podas drásticas são os fatores que mais afetam esse indicador.
Presença de 
plantas 
masculinas em 
pomares de kiwi 
Taxa de 
mortalidade 
de plantas
Taxa de 
reposição 
de plantas 
Idade da planta 
para a primeira 
produção 
Idade da planta para a primeira produção
Como medida que expressa a eficiência de produção das plantas, este indicador 
está associado ao peso e à quantidade de frutos por planta na primeira produção. 
No cultivo de ameixa, por exemplo, a primeira colheita pode ser realizada 
com 2 anos, mas não é o recomendado. Isso gastaria boa parte de suas 
reservas, o que prejudicaria tanto seu crescimento como sua recuperação e, 
consequentemente, atingiria uma menor produção nas próximas safras.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 41
A referência para esse 
indicador é de 3 anos para o 
início da produção
A expectativa de produção é 
de 14 kg a 15 kg por planta 
no terceiro ano
A quantidade é variável, 
dependendo do manejo 
do pomar, do clima e de 
outros fatores.
Presença de 
plantas 
masculinas em 
pomares de kiwi 
Taxa de 
mortalidade 
de plantas
Taxa de 
reposição 
de plantas 
Idade da planta . 
para a primeira 
produção 
Taxa de mortalidade de plantas
Este é um importante indicador para avaliar os cuidados iniciais, ou seja, na 
formação do pomar, principalmente a irrigação. Ele também expressa a qualidade 
do trabalho realizado na fase de plantio do pomar, abrangendo o sistema de 
preparo de solo, a adubação, a limpeza da área e a forma de plantio de fato. 
Veja a fórmula:
Plantas mortas Plantas 
plantadas 
100%TMP
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 42
Indicadores de produtividade da terra: plantas 
produtivas / área total
Este indicador pode ser calculado anualmente ou considerando mais que um 
ano para gerar um indicador mais expressivo. A oscilação do valor dele depende 
de se a propriedade teve aumento ou diminuição de plantas produtivas* de 
um ano para outro. 
A variação das plantas produtivas é gerada por início de produção de um pomar novo, morte 
de plantas etc.
O cálculo é feito pela simples divisão da média de plantas produtivas 
pela área utilizada para toda a produção, incluindo aquelas de reserva e 
benfeitorias, estradas e pátios.
Esta é a fórmula!
Média de 
plantas 
produtivas 
Área totalPP / área 
total
A média de plantas produtivas é calculada ao somar o número de plantas em 
produção de cada ano (cálculo de 8 anos) e dividindo o total por 8. Observe!
Anos 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Plantas 
produtivas 
por ano
350 430 425 410 550 530 650 700 800
O cálculo é o seguinte:
Média de plantas 
em produção =
Soma do número de plantas em cada ano 
=
8 anos
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 43
Total de plantas 
em produção = 350 + 430 + 425 + 410 + 550 + 530 + 650 + 700 + 800 
= 4.845 plantas 
Média de plantas 
em produção 
Média de plantas 
em produção 605,62 plantas
=
=
4.845
8
Neste exemplo, caso a propriedade tenha 10 hectares, o cálculo da quantidade 
de plantas em produção sobre a área total será este:
PP / área total =
Média de plantas em produção 
área total
PP / área total =
605,62
10
PP / área total 60,56 plantas/hectare=
Esse indicador é afetado pelo manejo reprodutivo das plantas e pela persistência 
destas no que diz respeito a maximizar a porcentagem de plantas produtivas 
no pomar. Expressa, também, a eficiência da utilização da terra para a 
atividade. O indicador é calculado pela fórmula:
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 44
Média de 
plantas em 
produção em 
8 meses
Área total da 
propriedade
PP por área 
total 
Vale destacar que existe a necessidade de rateio das áreas improdutivas em 
propriedades que possuam mais de uma atividade. Confira os itens a seguir:
Plantas produtivas por mão de obra 
A divisão da quantidade de plantas produtivas pela quantidade 
de pessoas envolvidas na atividade identifica:
A partir disso, o produtor pode tomar decisões, como aumentar a 
área de produção ou contratar mão de obra para suprir a demanda.
Quilos de frutas por mão de obra
A produção pela mão de obra expressa a capacidade produtiva que 
cada pessoa possui dentro da atividade. Neste sentido, o produtor 
pode avaliar se a produção foi alta ou baixa em relação à mão 
de obra, e assim saber se a mão de obra está ou não onerosa.
a capacidadede 
trabalho que cada 
indivíduo que 
compõe a mão de 
obra precisa alcançar 
para atender à 
demanda de serviços 
da atividade em um 
determinado período 
de tempo 
e em cada fase da 
cultura (poda de 
produção, poda 
verde, adubação, 
colheita etc.). 
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 45
Quilo de frutas/hectare/ano
Este é um importante indicador dos sistemas de produção de frutíferas e 
está atrelado a diversos fatores, tais como:
• Persistência de produção das plantas.
• Média de produção das plantas.
• Afeta a média de produção das plantas.
• Porcentagem de plantas em produção.
• Precocidade das plantas para a primeira colheita 
(permite ao produtor produzir mais na mesma área).
• Afeta a média de produção por safra.
• Afeta a reprodução das plantas, causando os efeitos já citados.
• Afeta a média de produção das plantas por motivos diversos 
(aborto de flores e frutos, morte de plantas etc.).
Para definir a área da propriedade usada nos indicadores de utilização da terra 
em todas as cadeias produtivas do agronegócio, é preciso considerar toda a 
área da propriedade, como APP, reserva legal, área de construção, estradas 
e outras não produtivas.
Numa propriedade que tenha mais de uma atividade, essas áreas não 
produtivas devem ser rateadas com base na área útil ocupada em cada 
atividade.
Resumindo o tópico
Neste quarto tópico, você:
Conheceu mais a fundo a 
aplicação dos indicadores 
e informações técnicas 
considerando a produção 
da atividade de 
fruticultura.
Entendeu como realizar 
os cálculos, relembrando 
fórmulas importantes de 
indicadores técnicos.
Compreendeu a 
importância das 
informações técnicas 
para decisões gerenciais 
relevantes na cadeia 
produtiva.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 46
Tópico 5: Aplicação dos indicadores 
econômicos na produção de uva
Você consegue aplicar os principais indicadores e 
informações econômicas no gerenciamento de uma 
produção de uva?
Neste tópico, você vai entender mais a fundo os indicadores 
econômicos e sua aplicação na área de produção de uva.
Você sabe que indicadores econômicos servem para medir as diferentes rotas 
que podem ser tomadas pela atividade econômica em nível empresarial ou 
de rentabilidade, ajudando a tomar decisões importantes pensando no futuro.
A seguir, conheça de forma mais aprofundada alguns indicadores econômicos 
e a aplicação deles na produção de uva.
Para facilitar o entendimento, eles estão divididos aqui em 3 grupos:
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 47
Custos
Gastos
Margem
Bruta
Acompanhe!
Custos
Custo operacional efetivo em equivalentes a quilos de uva 
(kg/ano) – PCOE
O custo operacional efetivo da atividade é o valor encontrado durante o 
ano. Para encontrar o COE equivalente em quilogramas de uva, devemos dividir 
esse valor pelo valor médio de venda de uva ao longo do período.
PCOE =
COE
Preço
Esse resultado permite que seja feita uma análise histórica dos custos, verificando 
o quanto da produção está comprometido para pagar o COE.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 48
Custo operacional total da atividade em equivalentes a quilos 
de uva (kg/ano) – PCOT
O custo operacional total da atividade no ano é dividido pelo valor médio de 
venda da uva ao longo do período.
Esse resultado permite uma análise histórica dos custos, verificando o quanto 
da produção está comprometido para pagar o COT.
Custo total da atividade em equivalentes a quilos de uva 
(kg/ano) – PCT
O custo total da atividade no ano é calculado dividindo o valor total encontrado 
pelo valor médio de venda da uva ao longo do período.
 
Esse resultado permite uma análise histórica dos custos, verificando o quanto 
da produção está comprometido para pagar o CT. Ele é também chamado de 
ponto de cobertura total.
Custo operacional efetivo unitário (R$/kg)
O custo operacional efetivo unitário da uva no ano é obtido pela divisão do 
custo pela produção anual da fruta.
PCOT =
COT
Preço
PCT =
CT
Preço do 
quilograma 
da uva
COE
Produção anual
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 49
Esse resultado permite ao gestor analisar o custo e o preço de comercialização, 
para que ele possa tomar decisões mais adequadas ao negócio. Adotar estratégias 
para manter os resultados também é uma tomada de decisão.
Custo operacional total unitário (R$/kg)
É o custo dividido pela produção anual de uva. A análise deste indicador segue 
o mesmo raciocínio adotado no cálculo do COE/kg.
Custo operacional efetivo / preço da uva (%)
É a porcentagem que corresponde ao custo operacional efetivo do quilograma 
da uva em relação ao seu preço médio ao longo do ano.
Parâmetro: o COE deve representar entre 65% e 70% do preço recebido 
pelo quilograma da uva.
Custo operacional total / preço da uva (%)
É a porcentagem que corresponde ao custo operacional total do quilograma 
da uva em relação ao seu preço médio ao longo do ano.
COT
Produção anual
COE
Preço médio do quilograma da uva
COT
Preço médio do quilograma da uva
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 50
Custo total da uva / preço da uva (%)
É a porcentagem que corresponde ao custo total do quilograma da uva em 
relação ao seu preço médio ao longo do ano.
Parâmetro: o CT deve ficar o mais próximo possível do valor do COT, 
demonstrando o baixo efeito dos custos fixos na produção.
Gastos
Gasto com mão de obra contratada para a atividade 
da viticultura / renda bruta da uva (%)
Trata-se da porcentagem que corresponde ao gasto com a mão de obra 
contratada ao longo do ano em relação à renda bruta da uva.
Como se sabe, o custo da mão de obra contratada é um dos principais 
componentes do custo da produção de uva. Para diluir esse custo, é necessário 
aumentar a produtividade d/h (dia/homem).
Parâmetro: valor menor que 15%.
O produtor também tem o gasto com fertilizantes. O indicador 
representa a porcentagem correspondente a esse gasto ao longo do 
ano em relação à renda bruta da uva. Aqui, são consideradas todas as 
despesas relacionadas à manutenção da cultura.
CT
Preço médio do quilograma da uva
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 51
Gasto com produtos fitossanitários na atividade 
da viticultura / renda bruta da uva (%)
Este indicador representa a porcentagem correspondente ao gasto com produtos 
fitossanitários ao longo do ano em relação à renda bruta da uva.
O gasto com produtos fitossanitários é o maior componente do custo de produção 
da uva na maioria dos sistemas de produção no Brasil. Ao contrário da mão 
de obra, o menor gasto possível de produtos fitossanitários não corresponde à 
maior rentabilidade, pois, com menos produtos fitossanitários, a produtividade 
das plantas se torna muito baixa, diminuindo a receita da atividade.
Portanto, é preciso ter equilíbrio 
na utilização desse insumo.
Quando existe um gasto 
excessivo em sistemas de alta 
produtividade, o 
comprometimento da 
rentabilidade vem justamente 
pela elevação dos custos 
variáveis.
É importante avaliar o que a soma dos gastos com produtos fitossanitários e 
mão de obra representa em relação à receita, pois, em sistemas de cultivo 
protegido, os produtos fitossanitários chegam a representar em torno de 10% 
dela. Quando isso ocorre, pode haver um aumento do gasto com a mão de 
obra, que então não deve ultrapassar 30%.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 52
Parâmetro: o somatório desses dois indicadores deve girar entre 30% 
e 40% (no máximo) para não inviabilizar a atividade.
Esse parâmetro deve ser utilizado com cautela, pois não representa uma verdade 
absoluta que se aplique a todas as propriedades e sistemas de produção.
Margem bruta
Margem bruta anual da atividade de viticultura (R$ por ano)
É a renda bruta da uva descontando o custo operacional efetivo da atividade.
Veja a fórmula:
RB COEMB
Este indicador permiteao gestor analisar a capacidade que o negócio tem 
para se manter no curto prazo. A margem não deve ser confundida com 
fluxo de caixa.
Vale lembrar que o fluxo de caixa consiste nas entradas e saídas 
de dinheiro do negócio como as entradas e saídas de empréstimos 
bancários, por exemplo.
Margem bruta unitária da atividade de viticultura (R$/kg)
A margem bruta unitária é um indicador dado pela margem bruta da atividade 
dividida pela produção anual de uva.
MB unitária
MB produção anual
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 53
Este indicador permite ao gestor saber quanto sobra por quilograma depois 
de pagar o COE. Conhecendo esse valor, ele pode definir a produção necessária 
para atingir determinada meta financeira.
Observe um exemplo!
Na prática
Considere um produtor que deseja comprar 
um pulverizador cujas prestações são de R$ 
2.000,00 por ano. Ele quer saber quanto de uva 
deve produzir a mais por mês, para pagar as 
prestações.
Os dados que temos são estes:
• Margem bruta unitária = R$ 0,40
• Meta financeira = R$ 2.000,00
Então, o volume de produção adicional necessário para atingir a meta 
financeira neste exemplo é de 5.000 kg/ano.
= 5.000 kg/ano
Meta financeira
MB unitária
R$ 2.000
R$ 0,40
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 54
Margem bruta por área para a viticultura (R$/ha)
É a margem bruta da atividade dividida pela área total utilizada para a viticultura. 
Esse indicador, assim como a taxa de retorno do capital, é utilizado na comparação 
com outras atividades.
Margem bruta
Área total
Antes de analisar 
possíveis 
alternativas, é 
interessante verificar 
se estão sendo 
eficientes na 
atividade atualmente 
trabalhada
Permite avaliar a 
capacidade de cada 
atividade gerar retorno 
para remuneração dos 
custos fixos e para compor 
o lucro do empresário por 
unidade de área.
Uma vez analisadas 
as oportunidades na 
atividade exercida, 
este indicador serve 
como base para 
comparação com 
outras atividades.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 55
Margem bruta por planta produtiva (R$/planta)
É a margem bruta da atividade dividida pelo número de plantas produtivas ao 
longo do ano.
Margem bruta
Plantas produtivas
Ela é interpretada de três formas: margem bruta negativa, igual a zero ou 
maior que zero.
Agora, assista ao vídeo Na voz do Especialista 
disponível no seu Ambiente de Estudos e veja a 
explicação do Prof. Erno sobre a importância dos 
indicadores e das informações econômicas!
Resumindo o tópico
Neste quinto tópico, você:
Conheceu mais a 
fundo os indicadores 
e as informações 
econômicas aplicados 
em uma produção da 
atividade de viticultura.
Entendeu como 
realizar os cálculos, 
relembrando fórmulas 
importantes relativas 
aos indicadores 
econômicos.
Compreendeu que os 
indicadores econômicos 
servem para medir 
as diferentes rotas 
que podem ser 
tomadas pela atividade 
econômica em nível 
empresarial ou de 
rentabilidade. 
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 56
Encerramento do tema
Você chegou ao final deste primeiro tema. No decorrer deste estudo, pode 
compreender os conceitos de desempenho nas dimensões do esforço e 
dos resultados, entendendo que muito esforço com pouco resultado representa 
perda de energia e, consequentemente, de dinheiro. Agora, finalizada esta 
etapa, você é capaz de:
Medir o esforço e o 
resultado por meio 
dos indicadores 
– métricas que 
direcionam a tomada 
de decisão nos 
negócios.
Registrar e coletar 
dados que vão gerar 
indicadores técnicos 
e econômicos, 
transformando 
os dados em 
informações.
Aplicar os cálculos 
dos indicadores 
técnicos e 
econômicos 
da viticultura, 
melhorando 
os valores de 
referência para a 
tomada de decisão.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 57
Esta primeira etapa foi intensa e repleta de informações numéricas, conteúdo 
prático essencial para o gerenciamento de excelência e rentabilidade na 
propriedade atendida!
Agora, para finalizar, assista ao vídeo de Encerramento 
do Tema no Ambiente de Estudos e siga acompanhando 
Marcelo e o seu trabalho na Fazenda Santa Felicidade.
Atividade de passagem
Chegou a hora de colocar em prática o que aprendeu!
Você deve responder uma questão relacionada ao conteúdo 
estudado até aqui para passar para o próximo tema, ok?
Atenção! Se você estiver com alguma dúvida quanto ao 
assunto, retorne ao conteúdo do módulo ou, se preferir, entre 
em contato com o tutor no seu Ambiente de Estudos.
Questão
Até aqui, você pôde entender a importância da gestão do desempenho, 
medindo nas organizações o esforço e os resultados obtidos. Para confirmar 
isso, é importante realizar o registro das informações técnicas. A partir delas, 
é possível gerar indicadores, que são ferramentas importantes para a medição 
do desempenho nas empresas.
Também pôde compreender como aplicar esses conceitos, abordando os 
indicadores técnicos e econômicos.
Com base em seus estudos, indique quais das afirmações a seguir estão corretas:
a. Para as organizações, a mensuração do esforço e dos resultados é importante, 
pois permite avaliar o andamento das ações propostas, o que possibilita ao 
gestor avaliar se os esforços empregados produzem os resultados esperados.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 58
b. Informações técnicas são registros que circundam a produção em qualquer 
atividade. Ex.: produção, data de início da colheita, data de término da colheita, 
número de pessoas contratadas etc.
c. Indicadores econômicos referem-se ao processamento das informações 
econômicas, transformando-as em números que são utilizados pelo gestor 
para tomar decisões.
d. Os indicadores técnicos e econômicos devem ser analisados em conjunto, 
pois uma melhoria nos indicadores técnicos que comprometa os indicadores 
econômicos não faz sentido do ponto de vista empresarial.
e. A produtividade na viticultura é medida em quilogramas de uva/hectare/ano. 
Esse é um indicador influenciado por todas as ações técnicas na propriedade 
produtora de uva, tanto da parte botânica como da agronômica.
1. A, B, C e D.
2. B, C e E.
3. A, B, D e E.
4. A, B, C, D e E.
5. C, B e D.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 59
Tema 2: Indicadores 
das principais cadeias 
produtivas
Introdução
Você está iniciando o segundo tema do módulo. O objetivo é que você conheça 
os indicadores das principais cadeias produtivas da agricultura sendo 
aplicados na cafeicultura, na fruticultura (produção de mamão), na produção 
de soja, na horticultura (produção de cebola) e na floricultura.
Ao final deste tema, você será capaz de:
• entender o desempenho nas cadeias produtivas da agricultura,
• diferenciar os conceitos que envolvem os indicadores técnicos e econômicos,
• aplicar esses conceitos nas cadeias produtivas, realizando os cálculos corretos,
• adaptar os conceitos aos diferentes tipos de propriedades, traçando planos de 
gestão e gerenciamento assertivos.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 60
Estrutura do tema
Entender a aplicação dos conceitos relativos aos indicadores é essencial para 
garantir um gerenciamento empresarial rentável para a propriedade rural. 
Então, para facilitar o entendimento desse conteúdo, este tema está dividido 
em tópicos. Conheça o objetivo de cada um deles.
Tema 2
Tópico 1
Tópico 2Tópico 5
Tópico 4 Tópico 3
Indicadores na atividade da cafeicultura
Aplicar o conteúdo de indicadores na atividade da 
cafeicultura.
Indicadores na 
fruticultura
Aplicar o conteúdo de 
indicadores na produção 
de mamão.
Indicadores na 
floricultura
Aplicar o conteúdo de 
indicadores na produção 
de flores.
Indicadores na horticultura
Aplicar o conteúdo de indicadores 
na produção de cebola.
Indicadores na 
produção de soja
Aplicar o conteúdo de 
indicadores na produção 
de soja.
Agora que você já conhece o objetivode cada um, siga em frente e ótimos 
estudos!
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 61
Tópico 1: Indicadores na atividade 
da cafeicultura 
Você acredita que a aplicação dos indicadores é a mesma 
para diferentes cadeias produtivas?
No decorrer deste tópico você verá a aplicação dos indicadores 
técnicos e econômicos da cafeicultura, reconhecendo suas 
particularidades e entendendo como interpretá-los.
Quando se analisa a produção de café, muitas características são distintas em 
relação a outras espécies que produzem frutos, porém com indicadores comuns 
em alguns casos. Essa é uma das cadeias produtivas por atividade que figura 
entre as mais presentes em nosso país.
Vale destacar que nos últimos anos o Brasil alcançou excelentes índices 
de produção e exportação de café. Isso se deve a inúmeros fatores, entre 
eles a qualidade do sistema produtivo nacional e a confiança crescente 
no conceito de alimento saudável, especialmente pela produção de 
café de qualidade.
Acompanhe a aplicação dos principais indicadores!
Módulo 4
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Indicadores técnicos
Observe a aplicação dos indicadores técnicos nesta cadeia produtiva!
Área para produção da cafeicultura (ha)
É a área total destinada à atividade e inclui a área de produção de café, 
construções, estradas, reservas etc.
A mensuração das áreas deve ser a mais precisa possível, pois ela influencia 
diretamente:
o indicador da 
produtividade da 
área para 
produção de café
a quantidade 
de plantas
e o capital 
empatado na 
atividade.
Além da área total, deve ser considerada em algumas situações aquela área 
destinada à atividade somada aos locais de reserva da propriedade, incluindo 
áreas de preservação permanente (APPs).
Módulo 4
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Total de plantas produtivas e ainda 
não produtivas (plantas/ano)
O total de plantas produtivas é dado pela média anual do número de plantas 
em produção da propriedade. Esse valor é proveniente da evolução da 
produção de café conforme cálculo feito anualmente pelo técnico e de acordo 
com as informações levantadas pelo produtor. 
Neste item, são levados em consideração:
o número de 
plantas que 
estão 
produzindo no 
início do 
período
o número de 
plantas no 
final do 
período
as 
plantações 
de novas 
áreas
as mortes de 
plantas
A apuração do total de plantas na atividade requer um levantamento preciso 
e imprescindível, uma vez que esse valor determina:
• a taxa de mortalidade de plantas, 
• a taxa de aumento na quantidade de plantas, 
• o percentual de plantas produtivas em relação ao total de plantas, 
• outros indicadores.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 64
Pode-se dizer que ele indica a média anual do número de plantas na 
atividade.
Para o cálculo dessa informação, devem ser incluídas todas as plantas, 
independentemente da fase de desenvolvimento em que se encontram.
Número de plantas por hectare (plantas/ha)
O número de plantas por hectare é calculado levando em consideração as 
fileiras de plantas e o espaçamento entre elas. Nesse sentido, para alcançar 
o resultado do número de plantas por hectare, devemos utilizar também no 
cálculo o valor correspondente a 1 hectare, que possui 10.000 m².
Esse indicador demonstra o nível de intensidade de exploração da atividade, 
e, para calcular a taxa de lotação de uma área, basta aplicar a seguinte fórmula:
10.000 m² 
(1 ha)
Distância entre 
fileiras 
Distância entre 
plantas
Número de 
plantas por 
hectare 
Caso não se conheçam os espaçamentos entre fileiras e plantas, podem-se usar 
os valores que dependem do sistema de cultivo. Conheça alguns espaçamentos 
recomendados de acordo com os sistemas de produção mais utilizados na 
atualidade.
Módulo 4
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Sistema de plantio com espaçamento único (semiadensado) 
para zonas montanhosas (sem mecanização)
Entre plantas de 0,5 m
Entre fileiras de 4,0 m
5.000 plantas por hectare
Sistema de plantio adensado (sem mecanização)
Entre plantas de 0,5 m
Entre fileiras de 1,75 m
11.430 plantas por hectare
Sistema semiadensado (sem mecanização)
Entre plantas de 0,5 m
Entre fileiras de 3,2 m
6.250 plantas por hectare
Sistema extremamente adensado (realização de podas 
das plantas com frequência)
Entre plantas de 0,5 m
Entre fileiras de 1,0 m
20.000 plantas por hectare
Sistema de plantio com espaçamento único (semiadensado) 
para zonas montanhosas (sem mecanização)
Entre plantas de 0,5 m
Entre fileiras de 4,0 m
5.000 plantas por hectare
Sistema de plantio com espaçamento único (semiadensado) 
para zonas montanhosas (sem mecanização)
Entre plantas de 0,5 m 
Entre fileiras de 2,0 m 
10.000 plantas por hectare
Fonte: Embrapa
Módulo 4
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Produção anual de sacas (sacas/ano)
Este indicador se refere à produção de sacas em um período de 12 meses. 
Ele pode ser calculado bianualmente no caso do café; em outras culturas, 
como milho, soja, trigo etc., geralmente é calculado anualmente.
Uma área da produção é calculada da seguinte forma:
Peso médio por planta (kg/planta)
Esse indicador leva em consideração o peso de frutos no momento da sua 
venda para o mercado. O manejo nutricional e a genética das plantas são 
os principais fatores que influenciam este indicador, além do clima, que tem 
sua importância destacada por estar diretamente relacionado à renda obtida 
pelo produtor.
Total de kg 
produzido 
60 (kg por 
saca)
Produção de 
sacas 
Total de kg 
produzido 
Quantidade 
de plantaskg por planta 
Módulo 4
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Taxa de mortalidade de plantas (%)
Para o cálculo deste indicador, utiliza-se o número de plantas que morreram 
durante o ano em relação ao número total de plantas da área. O indicador é 
influenciado por índices produtivos e de mortalidade obviamente, bem como 
pelo desempenho de desenvolvimento das plantas. 
Esse indicador é extremamente importante, uma vez que o produtor pode 
observar e encontrar problemas em relação ao solo, a pragas e doenças ou ao 
manejo da cultura, como podas drásticas que levam à morte de plantas.
Observe!
Esse valor é calculado com base no total de plantas, e não nas que morreram. 
Além disso, esse indicador também pode ser usado na avaliação da eficiência 
produtiva.
Número de 
plantas mortas 
Número total 
de plantas 100
Taxa de 
mortalidade de 
plantas % 
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 68
Produção/área para atividade (sacas/ha/ano)
É o resultado da divisão da produção anual de sacas pela área total utilizada 
para produção de café, não são incluídas as áreas de reserva, de preservação 
permanente e todas as demais áreas da propriedade.
Para a maioria das regiões, a produtividade por área é o melhor 
indicador técnico para predizer se a propriedade é ou não eficiente 
economicamente, já que envolve um conjunto de fatores necessários à 
melhoria desse indicador.
Observar a área a ser plantada aliado ao espaçamento de plantio é fator 
preponderante para alcançar boas produtividades, e, para isso, é preciso realizar 
replantio para reposição das plantas mortas com a finalidade de se manter o 
stand de plantas planejado no plantio.
Módulo 4
Gerencial III da Assistência Técnica e Gerencial pg. 69
Gastos com fertilizantes na atividade (R$/ano)
Um dos indicadores mais importantes na produção de café é o gasto com 
fertilizantes, que remete ao total dos gastos com a nutrição de plantas, 
ao longo do ano.
Gasto com mão de obra contratada na atividade (R$/ano)
Total dos gastos com pagamento da mão de obra contratada para manejo 
das plantações de café ao longo do ano, incluídas as despesas com encargos 
trabalhistas.
Estoque de capital em lavouras, benfeitorias, máquinas, 
equipamentos e utensílios (R$/ano)
Está relacionado ao capital médio referente

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