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Treinamento de Provas Anteriores 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Treinamento de Provas Anteriores 
 
Olá, alunos! 
 
Sejam bem-vindos ao e-book das aulas do repescagem! 
O presente e-book é destinado exclusivamente ao estudo das 
aulas que acontecerão no repescagem, e segue a ordem 
cronológica das aulas respectivas à matéria. 
Qualquer dúvida a respeito da distribuição do conteúdo, 
estaremos à disposição para auxiliá-los através da ferramenta 
“Pergunte ao professor”! 
 
Bons estudos! 
Abraços, Equipe Ceisc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Treinamento de Provas Anteriores 
 
2ª FASE OAB | PENAL | 40º EXAME 
 
Padrão Resposta do Treinamento de 
Provas Anteriores 
 
SUMÁRIO 
38º Exame ........................................................................................................................................................... 4
37º Exame ......................................................................................................................................................... 18
36º Exame ......................................................................................................................................................... 33
35º Exame ......................................................................................................................................................... 46
34º Exame ......................................................................................................................................................... 61
33º Exame ......................................................................................................................................................... 75
32º Exame ......................................................................................................................................................... 90
31º Exame ....................................................................................................................................................... 106
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso preparatório para 
a 2ª Fase do 40º Exame da OAB e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas. 
Além disso, recomenda-se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação pertinente. 
Bons estudos! Equipe Ceisc. 
Atualizado em fevereiro de 2024. 
 
 
Treinamento de Provas Anteriores 
38º Exame 
Enunciado 
 
Marieta, funcionária pública do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), foi condenada por 
infração ao Art. 313-A do Código Penal, a uma pena de dois anos de reclusão e 10 dias-multa, 
em regime aberto e substituída por duas penas restritivas de direitos, porque, em 10/10/2017, 
inseriu nos sistemas informatizados do INSS informações fraudulentas, consistentes em vínculos 
empregatícios falsos, o que ensejou a concessão de benefício previdenciário indevido em favor 
de Joana, com prejuízo ao erário no valor de R$75.000,00 (setenta e cinco mil reais). 
Marieta também foi condenada em idêntica pena, em outro processo, por infração ao Art. 313-A 
do Código Penal, porque em15/09/2017, valendo-se do mesmo modus operandi, concedeu 
benefício previdenciário indevido em favor de Luíza, gerando prejuízo ao erário no montante de 
R$ 81.000,00 (oitenta e um mil reais). Ainda, Marieta foi condenada em um terceiro processo, 
por infração ao Art. 313-A do Código Penal, consoante mesmo modus operandi e com aplicação 
da mesma pena de dois anos de reclusão e 10 dias-multa, por inserir dados falsos no sistema 
informatizado e assim conceder benefício previdenciário fraudulento em favor de Anastácia, com 
prejuízo ao erário de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais), fato ocorrido em 03/11/2017. 
As referidas condenações transitaram em julgado nos dias 10/11/2022, 21/11/2022 e 02/12/2022, 
respectivamente, e todas elas substituíram as penas privativas de liberdade por duas restritivas 
de direitos. Marieta não possui outros processos em sua folha de antecedentes criminais. 
As cartas de execução de sentença foram tombadas ao Juízo de execução penal da Vara Federal 
Criminal de Alfa (vinculada ao Tribunal Regional Federal da 10ª Região) em datas próximas. O 
Juízo, à luz das três cartas de execução definitivas, proferiu decisão somando as penas, na forma 
do Art. 69, do Código Penal, fixando a pena total de 6 (seis) anos de reclusão, em regime fechado, 
considerando que houve reincidência de Marieta quando da realização do segundo e terceiro 
fato, após já ter realizado o primeiro ato delituoso. Quanto à pena de multa, promoveu a 
readequação, consoante proporcionalidade à nova pena privativa de liberdade fixada, 
estabelecendo-a em 90 dias-multa. Determinou a conversão das penas restritivas de direito em 
privativas de liberdade e a expedição de mandado de prisão para o início de cumprimento das 
penas. A intimação da decisão ocorreu no dia 25/08/2023, sexta-feira. O mandado de prisão foi 
expedido na mesma data, pendente de cumprimento. 
Na qualidade de advogado de Marieta já constituído nos autos, redija a peça processual 
cabível, diferente de embargos de declaração e habeas corpus, para garantir os direitos 
de sua assistida, devendo ser deduzida toda a matéria de direito processual e material 
Treinamento de Provas Anteriores 
cabível. A peça deverá ser datada do último dia do prazo, levando-se em conta que 
segunda a sexta-feira são dias úteis em todo o país. (Valor: 5,00). 
 
Obs.: o examinando deve abordar todas os fundamentos de Direito que possam ser utilizados 
para dar respaldo à pretensão. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Treinamento de Provas Anteriores 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA VARA DE EXECUÇÃO 
PENAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE ALFA 
 
Processo nº 
 
 
MARIETA, já qualificada nos autos, por seu procurador infra-assinado, 
com procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência 
interpor RECURSO DE AGRAVO EM EXECUÇÃO, com base no artigo 197, da Lei 
7.210/84 (Lei de Execução Penal). 
Nesse sentido, requer seja recebido o recurso e procedido o juízo de 
retratação, nos termos do artigo 589, do Código de Processo Penal. Se mantida a decisão, 
requer seja encaminhado o presente recurso, já com as razões inclusas, ao Tribunal 
Regional Federal da 10ª Região. 
O presente recurso é tempestivo, visto que interposto dentro do prazo de 
5 (cinco) dias, nos termos da Súmula nº 700, do Supremo Tribunal Federal e/ou artigo 
586, do Código de Processo Penal. 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local..., 1 de setembro de 2023. 
Advogado... 
OAB... 
 
 
 
 
 
Treinamento de Provas Anteriores 
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 10ª REGIÃO 
 
Agravante: Marieta 
Agravado: Ministério Público 
 
Processo nº 
 
RAZÕES DE RECURSO DE AGRAVO EM EXECUÇÃO 
 
Egrégio Tribunal Regional da 10ª Região 
Colenda Câmara Criminal 
I) DOS FATOS: 
A agravante foi condenada, definitivamente, pela prática dos crimes de 
inserção de dados falsos em sistema de informações, sendo-lhe aplicada, para cada um 
dos crimes, a pena de 2 anos de reclusão e 10 dias-multa. 
 Após receber as cartas de execução da sentença, o Juízo da execução 
proferiu decisão somando as penas, na forma do Art. 69, do Código Penal, fixando a pena 
total de 6 (seis) anos de reclusão, em regime fechado, considerando a existência de 
reincidência. 
Promoveu ainda a readequação da pena de multa, consoante 
proporcionalidade à nova pena privativa de liberdade fixada, estabelecendo-a em 90 dias-
multa. 
A defesa foi intimada no dia 25/08/2023, sexta-feira. 
 
II) DO DIREITO 
A) DA CONTINUIDADE DELITIVA 
A ré foi denunciada pela prática de 3 (três) crimes previstos no art. 313-A dofísica com Fábio (colega que trabalha na 
matriz da empresa em São Paulo/SP e estava visitando a filial carioca por um dia apenas) no 
ambiente de trabalho, para lançar-lhe olhares lascivos, o que teria “perturbado a esfera de 
liberdade ou privacidade” de Fábio. Este ofereceu representação contra Roberto. O Ministério 
Público se recusou a formular proposta de transação penal a Roberto, com fundamento em 
uma anotação existente na sua Folha de Antecedentes Criminais (FAC), relativa à condenação 
definitiva à pena corporal – extinta há mais de 5 (cinco) anos – pela prática de crime. Sobre a 
hipótese apresentada, responda aos itens a seguir. 
 
A) Quais teses de mérito podem ser invocadas pelo defensor técnico de Roberto? 
Justifique. (Valor: 0,60) 
 
B) Qual medida pode ser adotada pelo defensor técnico de Roberto para viabilizar a 
proposta de transação penal? Justifique. (Valor: 0,65) 
 
Obs.: O(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal 
não confere pontuação. 
 
 
 
 
 
 
 
Padrão Resposta de Treinamento de Provas Anteriores 
A) A tese de mérito que pode ser alegada é a de atipicidade da conduta, pois o crime de 
perseguição é crime habitual, exigindo a reiteração do comportamento para a 
caracterização da tipicidade objetiva. No caso, inexistiu reiteração, tratando-se de 
episódio isolado, ocorrido num único dia, sendo o fato atípico. 
 
B) A medida a ser adotada pelo defensor técnico do acusado para viabilizar a proposta 
de transação penal é requerer ao Juízo a remessa dos autos ao órgão superior do 
Ministério Público para reexame do cabimento dessa proposta. Isso porque a extinção 
da pena há mais de cinco anos deixa de produzir efeitos jurídicos, de acordo com o 
artigo 64, inciso I, do Código Penal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Padrão Resposta de Treinamento de Provas Anteriores 
Questão 3 - Enunciado 
Em 09 de agosto de 2021, durante uma reunião de condomínio, iniciou-se uma discussão. O 
morador Paulo, lutador de vale tudo, chamou Fábio, o síndico, de ladrão. Ato contínuo, Paulo 
partiu para cima de Fábio, no intuito de quebrar seu nariz com um soco. Em seguida, Fábio, 
praticante de jiu jitsu, golpeou Paulo, que caiu no chão desmaiado. Paulo foi levado para o 
hospital, mas foi liberado horas depois. O laudo hospitalar atestou apenas escoriações leves. Em 
10 de maio de 2022, em outra reunião de condomínio, Paulo e Fábio encontraram-se novamente. 
Fábio já tinha esquecido os fatos ocorridos na ocasião anterior, porque não era pessoa de 
guardar rancor. No entanto, Paulo lembrou de tudo que passou, sentiu-se envergonhado perante 
os demais condôminos e resolveu seguir em frente para processar Fábio criminalmente. No dia 
seguinte, Paulo noticiou o ocorrido na reunião anterior à autoridade policial e apresentou o laudo 
hospitalar para comprovar a lesão sofrida. Após os trâmites regulares das investigações, o 
promotor de justiça com atribuição para o caso ofereceu denúncia em face Fábio como incurso 
nas sanções do crime de lesão corporal leve, previsto no art. 129, caput do CP. A denúncia foi 
recebida e determinada a citação do réu. Considerando as informações acima, na condição de 
advogado(a) de Fábio, responda aos itens a seguir. 
 
A) Qual tese a defesa pode alegar como preliminar? Justifique. (Valor: 0,60) 
 
B) Qual tese de direito material pode ser utilizada para a defesa de Fábio? Justifique. 
(Valor: 0,65) 
 
Obs.: O examinando deve fundamentar corretamente sua resposta. A simples menção ou 
transcrição do dispositivo legal não pontua. 
 
 
 
 
 
 
Padrão Resposta de Treinamento de Provas Anteriores 
A) A tese que a defesa pode alegar como preliminar é a extinção de punibilidade pela 
decadência, na forma do artigo 107, inciso IV, do Código Penal. Isso porque Paulo 
somente apresentou a representação após 6 meses do conhecimento da autoria do 
fato, tendo transcorrido o prazo decadencial previsto no artigo 38 do Código de 
Processo Penal. 
 
B) A tese de direito material que pode ser utilizada é que Fábio agiu em legítima defesa, 
causa de exclusão da ilicitude, prevista no artigo 23, II, do Código Penal, e artigo 25 
do Código Penal. Isso porque, usando moderadamente dos meios necessários, 
repeliu injusta e iminente agressão de Paulo, que foi em sua direção para lhe dar um 
soco com o intuito de quebrar seu nariz. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Padrão Resposta de Treinamento de Provas Anteriores 
Questão 4 - Enunciado 
Arnaldo e Fábio, 22 anos, são irmãos gêmeos idênticos, mas Arnaldo sempre fez mais sucesso 
com as meninas por ser mais extrovertido. Arnaldo inicia um relacionamento com Mônica, de 14 
anos. Ambos costumam manter relação sexual consentida. Elena, amiga de Mônica, sempre foi 
apaixonada por Arnaldo e, movida por ciúmes, resolve noticiar às autoridades sobre as relações 
mantidas entre Arnaldo e Mônica, no intuito de incriminá-lo por estupro de vulnerável. Noticiado 
o fato em sede policial e concluídas as investigações, o Ministério Público ofereceu denúncia, 
imputando a Arnaldo o crime de estupro de vulnerável, previsto no Art. 217-A do CP. Após 
recebimento da denúncia, citação e apresentação de defesa, foi designada audiência de 
instrução e julgamento. De posse do mandado, o oficial de justiça foi até a residência dos irmãos 
e realizou a intimação na pessoa de Fábio, que se fez passar por Arnaldo. No dia da audiência, 
Arnaldo não compareceu, embora seu advogado estivesse presente. Finalizada a instrução e 
após alegações finais, o juiz condenou Arnaldo no crime de estupro de vulnerável, na forma do 
Art. 217-A do CP, a pena de 8 anos de reclusão, visto que Arnaldo não tinha qualquer anotação 
criminal, sendo favoráveis as condições do crime. Considerando apenas as informações 
narradas no enunciado, responda aos itens a seguir. 
 
A) O que pode ser alegado em favor de Arnaldo em matéria processual? Justifique. (Valor: 
0,60) 
 
B) Qual argumento de direito material poderia ser apresentado? Justifique. (Valor: 0,65) 
 
 Obs.: O examinando deve fundamentar corretamente sua resposta. A simples menção ou 
transcrição do dispositivo legal não pontua. 
 
 
 
 
 
 
Padrão Resposta de Treinamento de Provas Anteriores 
A) O que pode ser alegado em favor de Arnaldo em matéria processual seria a de nulidade 
da intimação e dos demais atos, na forma do artigo 564, inciso IV, do Código de 
Processo Penal. No caso, a intimação deveria ter sido feita na pessoa do réu, Arnaldo, 
e não pessoa do seu irmão. Desta forma, houve a violação do Princípio da Ampla 
Defesa ou do Contraditório ou do Princípio do Devido Processo Legal, na forma do 
artigo 5º, inciso LV e LIV, da Constituição Federal. 
 
B) O argumento de direito material a ser apresentado é de atipicidade da conduta. Isso 
porque o delito de estupro de vulnerável tem como vítima pessoa menor de 14 anos, 
conforme dispõe o artigo 217-A, caput, do Código Penal. Todavia, Mônica possuía 14 
anos e, portanto, capacidade para consentir a relação sexual. Dessa forma, o fato é 
atípico, devendo Arnaldo ser absolvido, conforme artigo 386, inciso III, do Código de 
Processo Penal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Padrão Resposta de Treinamento de Provas Anteriores 
 
34º Exame 
Enunciado 
 
Rodrigo foi denunciado pelo crime de homicídio simples consumado, com a causa de aumento 
prevista na primeira parte do Art. 121, § 4º, do CP, perante o Tribunal do Júri da Comarca de 
São Paulo. De acordo com o que consta na denúncia, no dia 26 de dezembro de 2019, em uma 
boate localizada na cidade de São Paulo, Rodrigo teria desferido um soco na barriga de João, 
além de ter lhe dado um empurrão, que fez com que a vítima caísse em cima da garrafa de vidro 
que segurava. O corte gerado foi a causa eficiente da morte de João, conforme consta do laudo 
acostado ao procedimento. Rodrigoteria sido encaminhado por seus amigos ao hospital após os 
fatos, pois se mostrava descontrolado, não tendo prestado socorro à vítima, por isso, sendo 
imputada a causa de aumento da primeira parte do Art. 121, § 4º, do CP. Diante da inicial 
acusatória, Rodrigo procurou seu (sua) advogado(a), narrando que, no dia dos fatos, câmeras 
de segurança registraram o momento em que uma pessoa desconhecida, de maneira furtiva, 
teria colocado substâncias entorpecentes em sua bebida, o que teria causado uma embriaguez 
completa. Rodrigo teria ficado descontrolado e, em razão disso, sem motivação, teria desferido 
um soco na barriga de João, empurrando-o em seguida apenas para que, dele, se afastasse, 
nem mesmo percebendo que a vítima estaria com uma garrafa de cerveja nas mãos. Destacou 
sequer saber por que quis lesionar João, mas assegurou que o resultado morte não foi pretendido 
e nem aceito pelo mesmo, que precisou, inclusive, ser submetido a tratamento psicológico em 
razão dos fatos. Apresentou laudo do hospital, elaborado logo após o ocorrido, constatando que 
estaria completamente embriagado em razão da ingestão daquela substância entorpecente que 
teria sido colocada em sua bebida, bem como que, naquele momento, era inteiramente incapaz 
de entender o caráter ilícito dos fatos. Após recebimento da denúncia, citação e apresentação 
de defesa, foi designada audiência de instrução e julgamento, na primeira fase do procedimento 
do Tribunal do Júri, para oitiva das testemunhas de acusação e defesa, além do interrogatório 
do réu. Os policiais responsáveis pelas investigações e pela oitiva dos envolvidos, arrolados 
como testemunhas pelo Ministério Público, informaram ao magistrado que se atrasariam para o 
ato judicial, pois estavam em importante diligência. Não querendo fracionar a colheita da prova, 
o magistrado determinou a oitiva das testemunhas de defesa antes das de acusação, apesar do 
registro do inconformismo da defesa. Ao final, o réu foi interrogado. As provas colhidas indicaram 
que a versão apresentada por Rodrigo ao seu advogado era totalmente verdadeira. 
Padrão Resposta de Treinamento de Provas Anteriores 
Considerando que foi constatado o desferimento do soco e do empurrão por parte de Rodrigo 
em João, após manifestação das partes, o juiz pronunciou o acusado nos termos da denúncia. 
Intimado, o Ministério Público se manteve inerte. Rodrigo e sua defesa técnica foram intimados 
da decisão em 05 de abril de 2021, segunda-feira. 
Considerando apenas as informações expostas, apresente, na condição de advogado(a) 
de Rodrigo, a peça jurídica cabível, diferente de habeas corpus e embargos de declaração, 
expondo todas as teses jurídicas de direito material e processual aplicáveis. A peça deverá 
ser datada do último dia do prazo para interposição, devendo ser considerado que 
segunda a sexta-feira são dias úteis em todo o país. (Valor: 5,00) 
 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar 
respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere 
pontuação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Padrão Resposta de Treinamento de Provas Anteriores 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DO 
TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE SÃO PAULO/SP 
 
Processo nº 
 
 
 
RODRIGO, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-
assinado, com procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa 
Excelência, interpor o presente RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, com base no artigo 
581, inciso IV, do Código de Processo Penal. 
Nesse sentido, requer seja recebido o recurso e procedido o juízo de 
retratação, nos termos do artigo 589 do Código de Processo Penal. Se mantida a decisão, 
requer seja encaminhado o presente recurso, já com as razões inclusas, ao Tribunal de 
Justiça do Estado de São Paulo, para o devido processamento. 
O presente recurso é tempestivo, já que interposto dentro do prazo de 
5 dias, previsto no artigo 586 do Código de Processo Penal. 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento 
 
Local..., 12 de abril de 2021. 
 
Advogado... 
OAB... 
 
 
 
 
 
Padrão Resposta de Treinamento de Provas Anteriores 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 
 
Recorrente: RODRIGO 
Recorrido: MINISTÉRIO PÚBLICO 
 
Processo nº 
RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 
 
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo 
Colenda Câmara Criminal 
 
I) DOS FATOS 
O Ministério Público denunciou o recorrente pelo crime de homicídio simples 
consumado, com a causa de aumento prevista na primeira parte do artigo 121, §4º, do 
Código Penal. 
Encerrada a instrução, o Magistrado proferiu decisão pronunciando o réu nos 
termos da denúncia. 
A defesa foi intimada da decisão no dia 05 de abril de 2021, segunda-feira. 
 
II) DO DIREITO 
A) DA NULIDADE DA INSTRUÇÃO 
Deve ser declarada a nulidade da audiência de instrução. 
Isso porque o magistrado determinou a oitiva das testemunhas de defesa 
antes das de acusação, em virtude do atraso dos policiais arrolados pelo Ministério Público. 
Todavia, conforme dispõe artigo 411 do Código de Processo Penal, na audiência de 
instrução e julgamento deverão ser ouvidas as testemunhas de acusação e defesa, nesta 
ordem Federal. 
Logo, deve ser reconhecida a nulidade da audiência de instrução e, por 
consequência, da decisão de pronúncia. 
Padrão Resposta de Treinamento de Provas Anteriores 
B) DA EMBRIAGUEZ COMPLETA E ACIDENTAL 
O réu agiu em embriaguez completa e acidental, em decorrência de caso 
fortuito, causa de exclusão da culpabilidade, prevista no artigo 28, § 1º, do Código Penal, 
sendo, portanto, inimputável. 
Isso porque, conforme laudo hospitalar elaborado logo após o ocorrido, 
Rodrigo estava completamente embriagado, em razão de substância entorpecente que havia 
sido inserida em sua bebida sem que ele percebesse, de modo que não entendia o caráter 
ilícito dos fatos. 
Logo, requer a absolvição sumária, nos termos do artigo 415, inciso IV, do 
Código de Processo Penal. 
 
C) DA DESCLASSIFICAÇÃO 
No caso de não ser reconhecida a absolvição sumária, deve ocorrer a 
desclassificação para o crime de lesão corporal seguida de morte, prevista no artigo 129, § 
3º, do Código Penal. 
Isso porque, o réu não pretendia esse resultado e nem o aceitava. O réu agiu 
para praticar lesão corporal, mas, sem que fosse sua intenção, ocorreu a morte da vítima. 
Dessa forma, caso não seja reconhecida a absolvição sumária, requer a 
desclassificação para o crime de lesão corporal seguida de morte, previsto no artigo 129, § 
3º, do Código Penal, com a remessa do processo ao Juízo Competente, já que não se trata 
de crime doloso contra a vida, nos termos do artigo 419 do Código de Processo Penal. 
 
DO AFASTAMENTO DA CAUSA DE AUMENTO 
Deve ser afastada a causa de aumento de pena imputada ao réu, já que não 
se aplica no caso o artigo 121, § 4º, do Código Penal. 
Isso porque essa causa de aumento somente é aplicável ao crime de 
homicídio culposo, conforme se extrai da primeira parte do artigo 121, § 4º, do Código Penal. 
No caso, o delito imputado ao recorrente foi de homicídio doloso, sendo inaplicável a causa 
de aumento de pena. 
Padrão Resposta de Treinamento de Provas Anteriores 
Logo, requer seja afastada a causa de aumento de pena 
 
III) DO PEDIDO 
Ante o exposto, requer seja CONHECIDO e PROVIDO o presente recurso, 
com a reforma da decisão de 1º grau, para o fim de que: 
a) Seja reconhecida a nulidade dos atos praticados desde a audiência de 
instrução e julgamento; 
b) Seja o réu absolvido sumariamente, com fundamento no artigo 415, inciso 
IV, do Código de Processo Penal; 
c) Seja desclassificado o delito de homicídio simples consumado para o crime 
de lesão corporal seguida de morte, com a consequente remessa para o juízo comum, na 
forma do artigo 419 do Código de Processo Penal;d) Seja afastada a causa de aumento de pena, previsto no artigo 121, §4º, do 
Código Penal. 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local..., 12 de abril de 2021 
 
Advogado... 
OAB... 
 
 
 
 
 
 
 
 
Padrão Resposta de Treinamento de Provas Anteriores 
Questão 1 - Enunciado 
Geraldo, 30 anos, constrangeu Eugênia, desconhecida que passava pela rua, mediante grave 
ameaça, a transferir R$ 2.000,00 (dois mil reais) para sua conta. Diante da grave ameaça, 
Eugênia compareceu ao estabelecimento bancário com Geraldo e fez a transferência devida, 
sendo liberada em seguida. Eugênia, nervosa, compareceu à sede policial e narrou o ocorrido, 
sendo instaurado inquérito para identificação do autor do fato. Ocorre que Geraldo, no dia 
seguinte, antes de qualquer denúncia, arrependeu-se de sua conduta e transferiu de volta para 
a conta de Eugênia todo o valor antes obtido de maneira indevida. Confirmada a autoria, o 
Ministério Público ofereceu denúncia em face de Geraldo pela prática do crime de extorsão 
simples consumada (Art. 158, caput, do Código Penal), sendo decretada sua prisão preventiva, 
em razão da gravidade do fato e da reincidência. Durante audiência de instrução e julgamento, 
foi ouvida a vítima, que confirmou os fatos narrados na denúncia. O réu permaneceu em sala de 
audiência, e o reconhecimento foi realizado ao final da oitiva da vítima, ainda no local, sob o 
argumento de que, como havia muitos presos no Fórum, não haveria policiais suficientes para 
transporte de presos até a sala de reconhecimento. Assim, Eugênia apenas apontou para o 
denunciado e disse que ele seria o autor. As demais testemunhas esclareceram que não 
presenciaram o ocorrido. 
Com base no reconhecimento realizado, foi o réu condenado nos termos da denúncia, sendo 
aplicada pena base de 04 anos; pena intermediária de 04 anos e 03 meses em razão da 
reincidência, não sendo reconhecidas atenuantes ou outras agravantes; na terceira fase, não 
foram reconhecidas causas de aumento ou de diminuição de pena. O regime inicial aplicado foi 
o fechado. 
Intimado da sentença, esclareça, na condição de advogado de Geraldo em atuação em recurso 
de apelação, os itens a seguir. 
A) Qual argumento de direito processual poderá ser apresentado para questionar a 
produção probatória em audiência? Justifique. (Valor: 0,65) 
 
B) Qual argumento de direito material poderá ser apresentado, caso mantida a 
condenação, em busca da redução da pena aplicada? Justifique. (Valor: 0,60) 
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A) O argumento de direito processual a ser apresentado em favor de Geraldo é o da 
ilegalidade da prova, uma vez que o reconhecimento não foi válido, já que não 
observou as formalidades do artigo 226 do Código de Processo Penal, sobretudo 
porque não realizado na presença de outras pessoas com características semelhantes 
àquelas da pessoa a ser reconhecida, mesmo havendo outros presos no local. 
 
B) O argumento de direito material seria a incidência da atenuante de reparação do dano, 
prevista no artigo 65, III, alínea “b”, do Código Penal, visto que Geraldo procurou 
minorar as consequências de seu ato e reparou o dano, devolvendo o valor obtido 
indevidamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Questão 2 - Enunciado 
 
Flávio figurava como indiciado em procedimento em que se investigava a prática do crime de 
concussão. Após não mais ter disponíveis outros meios de investigação, o Ministério Público 
formulou requerimento de interceptação das conversas telefônicas de Flávio, sendo o pedido 
deferido pela autoridade judicial pelo prazo de 10 dias. No período interceptado, todas as 
conversas de Flávio foram transcritas. Em uma das conversas interceptadas, Flávio mantinha 
contato com seu advogado João e confessava a autoria do crime de concussão, solicitando 
orientação jurídica, sendo possível perceber que João não teria qualquer conhecimento anterior 
sobre aquela prática delitiva. A partir do teor das transcrições das conversas de Flávio, o 
Ministério Público ofereceu denúncia em desfavor do mesmo, imputando-lhe a prática do crime 
previsto no Art. 316 do Código Penal. Ao tomar conhecimento da denúncia, Flávio contata seu 
advogado, que tem acesso ao procedimento, inclusive ao teor das transcrições obtidas a partir 
da interceptação das conversas telefônicas. Durante a instrução, após requerimento do 
Ministério Público, o juiz determina, sem anuência do acusado e de sua defesa técnica, que seja 
realizada perícia de voz em Flávio para confirmar que ele seria um dos interlocutores da 
conversa, intimando-o para apresentar gravação a servir de paradigma para o exame. 
Considerando apenas as informações expostas, responda, na condição de advogado(a) de 
Flávio, aos itens a seguir. 
 
A) Qual o argumento a ser apresentado para questionar a prova obtida a partir da 
interceptação das comunicações telefônicas? Justifique. (Valor: 0,60) 
 
B) Existe argumento a ser apresentado para questionar a decisão do magistrado que 
determinou a realização da perícia de voz, com apresentação de gravação que servisse de 
paradigma à perícia? Justifique. (Valor: 0,65) 
 
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal 
não confere pontuação. 
 
 
 
 
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A) O argumento a ser apresentado para questionar a prova obtida a partir da interceptação 
das comunicações telefônicas é o de que se trata de prova ilícita, nos termos do artigo 
157 do Código de Processo Penal e art. 5º, LVI, da Constituição Federal, uma vez que 
não poderia ter havido transcrição das conversas entre Flávio e João, sua defesa 
técnica, sobretudo porque o advogado não estava praticando crime com seu cliente, 
mas tão só prestando assistência jurídica, de modo que o sigilo na relação advogado-
cliente deverá ser resguardado, nos termos do artigo 7º, incisos II e III, da Lei 8.906/94. 
 
B) Sim, o argumento a ser apresentado para questionar a decisão do magistrado que 
determinou a realização da perícia de voz, com apresentação de gravação que servisse 
de paradigma à perícia é o de que não poderia o magistrado ter determinado a 
realização de perícia de voz em Flávio sem a sua concordância, tendo em vista que 
ninguém é obrigado a produzir prova contra si, havendo violação ao princípio do nemo 
tenetur se detegere, conforme prevê o artigo 5º, LXIII, da Constituição Federal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Questão 3 - Enunciado 
 
Carla, funcionária de determinado estabelecimento comercial, inseriu, em documento particular, 
informação falsa acerca da data de determinado serviço que teria sido prestado pela empresa, 
em busca de prejudicar direito de terceiro, sendo realmente a inserção da informação de sua 
responsabilidade. Descobertos os fatos pelo superior hieráquico de Carla, foi apresentada notitia 
criminis em desfavor da funcionária, que veio a ser denunciada como incursa nas sanções penais 
do Art. 298 do Código Penal (falsificação de documento particular). No momento da citação, o 
Oficial de Justiça compareceu ao endereço fornecido pelo Ministério Público, sendo que 
constatou, na primeira vez que foi ao local, que Carla lá residia, mas que estava se ocultando 
para não ser citada. Diante disso, certificou tal fato e foi determinada a citação por edital pelo 
magistrado. Carla é informada do teor do edital por uma amiga que trabalhava no Tribunal de 
Justiça e procura você, como advogado(a), para prestar assistência jurídica. Responda, na 
condição de advogado(a) de Carla, considerando apenas as informações expostas, aos 
seguintes questionamentos. 
A) A citação de Carla foi realizada de forma válida? Justifique. (Valor: 0,60) 
 
B) Qual o argumento de direito materiala ser apresentado para questionar a capitulação 
delitiva? Justifique. (Valor: 0,65) 
 
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal 
não confere pontuação. 2 – E 
 
 
 
 
 
 
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A) Não, a citação de Carla não foi válida, pois a citação por edital é cabível quando o 
denunciado está em local incerto e não sabido, nos termos do artigo 361 do Código de 
Processo Penal, o que não é o caso, tendo em vista que o oficial de justiça confirmou 
que Carla residia no endereço informado pelo Ministério Público, apenas alegando que 
ela estava se ocultando para não ser citada. 
 
B) O argumento a ser apresentado é no sentido de que houve crime de falsidade ideológica, 
previsto no artigo 299 do Código Penal, tendo em vista que o documento não é falso em 
relação à forma, mas sim em relação ao conteúdo, já que Carla inseriu, em documento 
particular, informação falsa acerca da data de determinado serviço que que teria sido 
prestado pela empresa, em busca de prejudicar direito de terceiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
nunciado 
 
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Questão 4 - Enunciado 
 
Renato e Abel foram denunciados pelo crime de “falsificação, corrupção, adulteração ou 
alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais”, por terem exposto à venda, 
na farmácia em que eram sócios, diversos frascos de medicamentos fitoterápicos para 
tratamento urinário que estavam corrompidos. Lote de fabricação UR031FT-PLANT (Art. 273, § 
1º, do CP). A Vigilância Sanitária, ao fiscalizar aquela farmácia, apreendeu os referidos 
medicamentos e encontrou um aviso enviado pelo fabricante informando que os medicamentos 
relativos àquele lote não se achavam em condições para consumo por estarem corrompidos, 
devendo ser recolhidos e devolvidos. Na instrução criminal, foram ouvidos os agentes da 
Vigilância Sanitária que fizeram as apreensões, os quais declararam ter recebido diversas 
reclamações de consumidores que compraram o medicamento relativo ao lote de fabricação 
UR031FT-PLANT, pois se sentiram mal. Ouvidos os farmacêuticos do fabricante, disseram que, 
feita a análise, constataram que o medicamento daquele lote estava corrompido e 
recomendaram aos comerciantes que os adquiriram que efetuassem a devolução. Foi ouvida 
uma testemunha de defesa, ou seja, o gerente da farmácia que recebeu o aviso do fabricante. 
Ele esclareceu que não abriu a correspondência e nem deu ciência do recebimento ao 
farmacêutico da loja. Interrogados, os réus negaram a autoria. Alegaram que desconheciam 
qualquer irregularidade no medicamento do lote de fabricação UR031FT-PLANT. Declararam 
que não receberam qualquer reclamação de clientes, considerando que 15 (quinze) unidades 
daquele lote foram comercializadas, além disso, pesquisaram e não encontraram reclamação no 
Procon relativa a esse fato. A corrupção do referido medicamento ficou demonstrada nos autos 
pelos documentos laboratoriais do fabricante. Renato e Abel foram condenados nas penas 
mínimas (10 anos de reclusão, em regime fechado, 10 dias-multa ao valor mínimo legal). O 
Ministério Público não recorreu. A defesa dos réus apelou. 
A) Em razões recursais defensivas, que eventual matéria processual poderia ser 
sustentada como preliminar? (Valor: 0,65) 
 
B) Com vistas à absolvição de Renato e Abel, qual(is) tema(s) de direito material 
poderia(m) ser alegado(s)? (Valor: 0,60) 
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A) A matéria processual que pode ser sustentada como preliminar é de seria 
indispensável a realização de exame pericial nos medicamentos, já que se trata de 
crime que deixa vestígios, conforme prevê o artigo 158 do Código de Processo Penal, 
que não foi realizado exame pericial nos medicamentos apreendidos, não sendo 
suficiente a corrupção do referido medicamento ser demonstrada apenas pelos 
documentos laboratoriais do fabricante. 
 
B) A tese de direito material a ser alegada é a de que não há prova da materialidade do 
delito, diante da falta de prova pericial, devendo os réus serem absolvidos, com base 
no art. 386, inciso II, do Código de Processo Penal. 
Ainda, também seria possível alegar que é cabível a absolvição por estar provado que 
Renato e Abel não concorreram para eventual infração penal, com base no art. 386, 
inciso IV, do Código de Processo Penal. Além disso, trata-se de erro de tipo essencial, 
previsto no artigo 20, “caput”, do Código Penal, já que os sócios não sabiam que os 
medicamentos estavam corrompidos, já que desconheciam o aviso do fabricante, 
razão pela qual devem ser absolvidos, com base no artigo 386, III, do Código de 
Processo Penal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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33º Exame 
Enunciado 
 
Breno, 19 anos, no dia 03 de novembro de 2017, quando estava em uma festa em que era 
proibida a entrada de menores de 18 anos, conheceu Carlos. Após ingerirem grande quantidade 
de bebida alcoólica, Breno conta para Carlos que estava portando uma arma de fogo e que tinha 
a intenção de subtrair o dinheiro da loja de conveniência de um posto de gasolina. Carlos 
concorda, de imediato, com o plano delitivo, desde que ficasse com metade dos bens subtraídos. 
A dupla, então, comparece ao local, anuncia o assalto para o único funcionário presente e, no 
exato momento em que abriram o caixa onde era guardado o dinheiro, são abordados por 
policiais militares, que encaminham a dupla para a Delegacia. Em sede policial, foi constatado 
que Carlos era adolescente de 16 anos e que tinha se valido de documento falso para ingressar 
na festa em que conheceu Breno. A arma de fogo foi apreendida e devidamente periciada, sendo 
identificado que estava municiada e que era capaz de efetuar disparos. Houve, ainda, a juntada 
da Folha de Antecedentes Criminais de Breno, onde constava a existência de 03 inquéritos 
policiais em que figurava como indiciado em investigações relacionadas a crimes patrimoniais, 
além de 05 ações penais em curso, duas delas com condenações de primeira instância, pela 
suposta prática de crimes de roubo majorado, em nenhuma havendo trânsito em julgado. 
Antes do oferecimento da denúncia, o Ministério Público solicitou que fossem realizadas 
diligências destinadas à obtenção da filmagem do estabelecimento onde os fatos teriam ocorrido, 
razão pela qual houve relaxamento da prisão de Breno. Após conclusão das diligências, sendo 
acostado ao procedimento a filmagem que confirmava a autoria delitiva de Breno, em 05 de junho 
de 2019, Breno foi denunciado pelo Ministério Público, perante a 1ª Vara Criminal da Comarca 
de Florianópolis/SC, órgão competente, como incurso nas sanções penais do Artigo 157, § 2º, 
inciso II e § 2º-A, inciso I, do Código Penal e do Art. 244-B da Lei no 8.069/90, na forma do Art. 
70 do Código Penal. 
Após regular processamento, durante audiência de instrução e julgamento, o magistrado optou 
por perguntar diretamente para as testemunhas de acusação e defesa, não oportunizando 
manifestação das partes, tendo a defesa demonstrado seu inconformismo com a conduta. A 
vítima confirmou os fatos narrados na denúncia, destacando que ficou muito assustada porque 
Breno e Carlos eram muito altos e fortes, parecendo jovens de aproximadamente 25 anos de 
idade, além de destacar que havia cerca de R$ 5.000,00 no caixa do estabelecimento que seriam 
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subtraídos se não houvesse a intervenção policial. O réu, em seu interrogatório, permaneceu em 
silêncio. 
Após apresentação de manifestação derradeira pelas partes, foi proferida sentença condenatória 
nos termos da denúncia, conforme requerido pelo Ministério Público. Na primeira fase, fixou o 
magistrado a pena base dos crimes de roubo e corrupção de menores acima do mínimo legal,em razão da personalidade do réu, que seria voltada para prática de crimes, conforme indicaria 
sua folha de antecedentes criminais, restando a pena do roubo em 4 anos e 06 meses de 
reclusão e 12 dias multa e da corrupção em 01 ano e 02 meses de reclusão. Na segunda fase, 
não foram reconhecidas agravantes e nem atenuantes. Na terceira fase, a pena base do crime 
de corrupção de menores foi confirmada como definitiva, enquanto a pena de roubo foi 
aumentada em 2/3, em razão do emprego de arma de fogo, diante das previsões da Lei nº 
13.654/18, restando a pena definitiva do roubo em 07 anos e 06 meses de reclusão e 20 dias 
multa, já que não foram reconhecidas causas de diminuição de pena. O regime inicial fixado foi 
o fechado, em razão da pena final de 8 anos e 8 meses de reclusão e 20 dias multa (Art. 70, 
parágrafo único, CP). 
O Ministério Público, intimado da sentença, manteve-se inerte. 
Você, como advogado(a) de Breno, é intimado(a) no dia 03 de dezembro de 2019, terça-feira, 
sendo o dia seguinte útil em todo o país, bem como todos os dias da semana seguinte, exceto 
sábado e domingo. 
 
Considerando apenas as informações narradas, na condição de advogado de Breno, redija 
a peça jurídica cabível, diferente de habeas corpus e embargos de declaração, 
apresentando todas as teses jurídicas pertinentes. A peça deverá ser datada no último dia 
do prazo para interposição. (Valor: 5,00) 
 
Obs.: o(a) examinando(a) deve abordar todas os fundamentos de Direito que possam ser 
utilizados para dar respaldo à pretensão. A mera citação do dispositivo legal não confere 
pontuação. 
 
 
 
 
 
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE FLORIANÓPOLIS/SC 
 
Processo nº 
 
 
BRENO, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado, com 
procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência interpor 
RECURSO DE APELAÇÃO, com base no artigo 593, inciso I, do Código de Processo 
Penal. 
Assim, requer seja recebido e processado o recurso, já com as razões 
inclusas, remetendo-se os autos ao Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina. 
O presente recurso de apelação é tempestivo, uma vez que interposto no 
prazo de 5 dias, previsto no artigo 593, “caput”, do Código Penal. 
 
Nestes termos 
Pede deferimento 
 
Local..., 09 de dezembro de 2019. 
 
Advogado... 
OAB... 
 
 
 
 
 
 
 
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EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA 
Apelante: Breno 
Apelado: Ministério Público 
 
Processo nº 
 
RAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO 
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina 
Colenda Câmara Criminal 
 
I) DOS FATOS 
O réu foi denunciado pela prática dos crimes de roubo majorado e corrupção 
de menores, na forma do artigo 157, §2º, inciso II e §2-A, inciso I, do Código Penal e artigo 
244-B da Lei 8.069/93, em concurso de crimes, na forma do artigo 70 do Código Penal. 
Após encerramento da instrução e manifestação das partes, o Juiz proferiu 
sentença, condenando Breno à pena privativa de liberdade de 08 anos e 08 meses de 
reclusão, em regime inicial fechado. 
A defesa foi intimada da sentença no dia 03 de dezembro de 2019. 
 
II) DO DIREITO 
A) DA NULIDADE DA INSTRUÇÃO 
Deve ser declarada a nulidade do processo, a partir da audiência instrução, 
com fundamento no artigo 564, IV, do Código de Processo Penal. 
Isso porque o Magistrado violou o disposto no artigo 212 do Código de 
Processo Penal, uma vez que houve inversão na ordem da realização das perguntas para 
as testemunhas, bem como que as partes não puderam complementar a inquirição das 
testemunhas, violando os princípios da ampla defesa e do devido processo legal, previstos, 
respectivamente, no artigo 5º, LV e LIV da Constituição Federal. 
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Assim, deve ser declarada a nulidade da audiência de instrução e julgamento, 
com a consequente nulidade dos atos posteriores. 
 
B) DO ERRO DE TIPO 
Em relação ao crime de corrupção de menores, o réu agiu em erro de tipo, 
previsto no artigo 20, “caput”, do Código Penal. 
Isso porque o réu não tinha conhecimento de que Carlos era menor de idade, 
já que o conheceu em uma festa em que era proibida a entrada de menores de 18 anos, 
poucos momentos antes do crime, e ainda consta a informação de que Carlos aparentava 
ser mais velho. 
Diante disso, devem ser excluídos o dolo e a culpa, sendo a conduta atípica 
em relação ao crime previsto no artigo 244-B da Lei 8.069/90. 
Logo, deve o réu ser absolvido do crime de corrupção de menores (0,20), nos 
termos do artigo 386, inciso III, do Código de Processo Penal. 
 
C) DA PENA BASE NO MÍNIMO LEGAL 
A pena-base deve ser fixada no mínimo legal. 
Isso porque inquéritos policiais e ações em curso não podem ser valoradas 
negativamente na pena-base, nem mesmo para avaliar personalidade, nos termos da 
Súmula 444 do Superior Tribunal de Justiça, bem como em face do princípio da presunção 
de inocência, previsto no artigo 5º, inciso LVII, da Constituição Federal. 
Logo, a pena-base deverá ser fixada no mínimo legal. 
 
D) DA MENORIDADE RELATIVA 
O réu contava com 19 anos de idade na época do fato, razão pela qual deve 
ser reconhecida a atenuante da menoridade relativa, prevista no artigo 65, inciso I, do Código 
Penal. 
 
E) DA IRRETROATIVIDADE DE LEI MAIS SEVERA 
 
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Deve ser reduzido o quantum do aumento da pena pelo emprego de arma de 
fogo. 
Isso porque o fato foi praticado no dia 03 de novembro de 2017, antes, 
portanto, da entrada em vigor da Lei 13.654/2018, que passou a prever 2/3 de aumento de 
pena em relação ao crime de roubo praticado com emprego de arma de fogo. 
Logo, diante da irretroatividade da lei mais severa, nos termos artigo 5º, XL, 
da Constituição Federal, deve ser reduzido o quantum da causa de aumento pelo emprego 
de arma de fogo, já que o aumento máximo previsto na lei vigente à época do fato era de até 
metade, inferior, portanto, ao fixado pelo magistrado, consistente em 2/3. 
 
F) DA TENTATIVA 
O réu foi condenado pelo crime de roubo majorado consumado. Todavia, 
trata-se de roubo tentado, pois não houve inversão da posse do dinheiro, não se 
consumando o delito por circunstâncias alheias à vontade dos agentes. 
Assim, deve ser aplicada a redução de pena da tentativa, na forma do artigo 
14, inciso II do Código Penal, e da Súmula 582 do Superior Tribunal de Justiça. 
 
G) DO REGIME DE CUMPRIMENTO DE PENA 
Considerando a absolvição pelo crime de corrupção de menores, a fixação da 
pena-base no mínimo legal, o reconhecimento da atenuante, bem como a diminuição da 
pena pela tentativa, a pena definitiva não será superior a quatro anos. Ainda que resulte 
superior a quatro ano, não ultrapassará oito anos. 
Desta forma, é cabível o regime de cumprimento de pena mais brando, isto 
é, o regime inicial semiaberto ou aberto, na forma do artigo 33, §2º, alínea ‘b’ ou artigo 33, 
§2º alínea ‘c’, ambos do Código Penal. 
 
III) DO PEDIDO 
Ante o exposto, requer o CONHECIMENTO e o PROVIMENTO do presente 
recurso, com a consequente reforma da decisão proferida em primeiro grau, a fim de que: 
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a) Seja o réu absolvido em relação ao crime de corrupção de menores, nos 
termos do artigo 386, III, do Código de Processo Penal; 
b) Seja fixada a pena-base no mínimo legal; 
c) Seja reconhecida a atenuante da menoridade relativa, prevista no artigo 65, 
I, do Código Penal; 
d) Seja reconhecida a causa de diminuição da pena em face da tentativa de 
roubo; 
e) Seja reduzida a fração da pena em relação à majorante do emprego de 
arma; 
f) Seja fixado o regime inicial aberto ou semiaberto. 
 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local...,09 de dezembro de 2019 
 
Advogado... 
OAB... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Questão 1 - Enunciado 
 
Em uma pequena cidade do interior do Amazonas, uma virose se espalha entre os adolescentes 
locais, gerando diversos casos de jovens com febre, vômitos e infecções. Considerando a 
dificuldade de acesso à cidade, que dependia de viagem de barco, e a inexistência de 
profissionais de medicina no local, os pais dos adolescentes procuram Jorge, 22 anos, estudante 
de odontologia, para auxílio. Verificando o estado de desidratação dos adolescentes e a urgência 
da situação, Jorge, que sempre gostara de ler livros sobre medicina, realiza o atendimento e 
indica os remédios e os tratamentos que deveriam ser realizados. Os adolescentes ficaram 
curados após o atendimento “médico” de Jorge e, em razão disso, passaram a ser constantes 
os atendimentos por ele realizados em casos urgentes, com perigo atual à vida e à saúde das 
pessoas da cidade, mas que não tinham qualquer vínculo com a virose anterior. 
Descobertos os fatos e verificado que foram realizados 10 atendimentos diferentes ao longo de 
um ano, o Ministério Público denunciou Jorge como incurso nas sanções penais do Art. 282 do 
Código Penal, por 10 vezes, em continuidade delitiva. A proposta de suspensão condicional do 
processo não foi aceita pelo réu. 
Após regular instrução, a pretensão punitiva do Estado foi julgada procedente, sendo Jorge 
condenado à pena de 10 meses de detenção (pena base no mínimo legal, aumentada de 2/3 em 
razão da continuidade delitiva), substituída a privativa de liberdade por uma restritiva de direitos. 
Intimado da decisão, responda na condição de advogado de Jorge, aos itens a seguir. 
 
A) Existe argumento de direito material a ser apresentado em busca da absolvição de 
Jorge? Justifique. (Valor: 0,65) 
 
B) Em caso de manutenção da condenação, qual argumento poderá ser apresentado para 
questionar a capitulação realizada e a pena aplicada? Justifique. (Valor: 0,60) 
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal 
não confere pontuação 
 
Padrão Resposta de Treinamento de Provas Anteriores 
A) O argumento a ser apresentado em busca da absolvição de Jorge é de que ele agiu 
em estado de necessidade, causa de exclusão da ilicitude, prevista no artigo 24 e/ou 
artigo 23, inciso I, do Código Penal, tendo em vista que ele atuou somente em 
situações de risco e urgência para a vida das pessoas, já que na cidade não havia 
médicos. 
 
B) O argumento para questionar a capitulação e a pena aplicada é o de que foi praticado 
crime único de exercício ilegal da medicina, previsto no artigo 282 do Código Penal, e 
não em concurso de delitos. Isso porque o referido delito se trata de crime habitual, 
necessitando, para a configuração, a reiteração da prática do ato. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Questão 2 - Enunciado 
 
Bernardo, em 31 de dezembro de 2018, com a intenção de causar dano à loja de Bruno, seu 
inimigo, arremessou uma pedra na direção de uma janela com mosaico, que tinha valor 
significativo de mercado. Ocorre que, no momento da execução do crime, Bernardo errou o 
arremesso e a pedra acabou por atingir Joana, funcionária que passava em frente à loja e que 
não tinha sido percebida, causando-lhe lesões corporais que a impossibilitaram de trabalhar por 
50 dias. A janela restou intacta. No momento do crime, não foi identificada a autoria, mas, após 
investigação, em 04 de março de 2019, foi descoberto que Bernardo seria o autor do arremesso. 
O Ministério Público iniciou procedimento em face de Bernardo imputando-lhe o crime de lesão 
corporal de natureza culposa, figurando como vítima Joana, que apresentou representação 
quando da descoberta do autor. 
Bruno, revoltado com o ocorrido, contratou um advogado, conferindo-lhe procuração com 
poderes gerais, constando o nome do ofendido e do ofensor. O procurador apresenta queixa-
crime, em 02 de julho de 2019, imputando a prática do crime de tentativa de dano a Bernardo. 
Ao tomar conhecimento da queixa-crime, Bernardo o procura, como advogado. 
Considerando apenas as informações narradas, na condição de advogado(a) de Bernardo, 
responda aos questionamentos a seguir. 
 
A) Qual argumento de direito processual poderá ser apresentado em busca da rejeição da 
queixa-crime apresentada? Justifique. (Valor: 0,60) 
 
B) Qual argumento de direito material a ser apresentado para questionar o delito imputado 
na queixa-crime? Justifique. (Valor: 0,65) 
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal 
não confere pontuação. 
 
 
 
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A) O argumento de direito processual que poderá ser apresentado em busca da rejeição 
da queixa-crime é o de que deveria ter sido oferecida por procurador com poderes 
especiais, nos termos do artigo 44 do Código de Processo Penal, e não com poderes 
gerais. 
 
B) O argumento de direito material a ser apresentado para questionar o delito imputado 
na queixa-crime é o de que houve resultado diverso do pretendido, previsto no artigo 
74 do Código Penal. Isso porque Bernardo pretendia causar dano à loja de Bruno, 
mas, por acidente e erro no uso dos meios de execução, acabou provocando lesão 
corporal em Joana. Logo, não incide, no caso, o crime de dano tentado, restando 
apenas a responsabilização pelo delito de lesão corporal culposa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Questão 3 - Enunciado 
 
Beatriz e seu esposo José, no dia 02/01/2021, enquanto celebravam o aniversário de casamento 
em um restaurante, iniciaram uma discussão, por José entender que a esposa não lhe 
dispensava a devida atenção. Durante a discussão, José desferiu um soco no rosto de Beatriz, 
causando-lhe lesão corporal de natureza leve. Testemunhas presenciais do fato chamaram a 
Polícia, sendo José preso em flagrante, mas posteriormente liberado pelo magistrado, em sede 
de audiência de custódia. 
O Ministério Público ofereceu denúncia imputando a José a prática do crime do Art. 129, § 9º, do 
Código Penal, havendo habilitação imediata de Beatriz, por meio de seu advogado, como 
assistente de acusação, já que ela não aceitou ter sido agredida pelo então marido. 
O magistrado em atuação no Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher não 
recebeu a denúncia, afirmando a inexistência de fato culpável, escorado em laudo apresentado 
pela defesa indicando que, no momento dos fatos, em razão da paixão, José era inteiramente 
incapaz de determinar-se de acordo com seu entendimento. Destacou o magistrado a 
possibilidade de rejeição da denúncia por não ser necessária a aplicação de medida de 
segurança, já que, atualmente, não haveria incapacidade de José. 
Insatisfeita com o teor da decisão, Beatriz procura você, como advogado(a), para a adoção das 
medidas cabíveis e assistência técnica. Na condição de advogado(a) de Beatriz, esclareça os 
questionamentos a seguir. 
 
A) Para combater a decisão do magistrado, qual o recurso cabível? Justifique. (Valor: 0,60) 
 
B) Existe argumento de direito material para questionar o conteúdo da decisão judicial? 
Justifique. (Valor: 0,65) 
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal 
não confere pontuação. 
 
 
 
 
 
 
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A) O recurso cabível contra a rejeição da denúncia é o Recurso em Sentido Estrito, nos 
termos do artigo 581, inciso I do Código de Processo Penal. 
 
B) Sim. O argumento de direito material para questionar o conteúdo da decisão judicial 
seria que a paixão não exclui a imputabilidade penal do agente, nos termos do artigo 
28, I, doCódigo Penal, razão pela qual não deveria ser afastada a culpabilidade do 
agente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Questão 4 - Enunciado 
 
Talita conduzia seu veículo automotor quando sofreu uma colisão na traseira de seu automóvel 
causada por Lauro, que conduzia seu automóvel a 120km/h, apesar de a velocidade máxima 
permitida, na via pública em que estavam, ser de 50km/h. 
A perícia realizada no local indicou que o acidente foi causado pela violação do dever de cuidado 
de Lauro, que, em razão da alta velocidade imprimida, não conseguiu frear a tempo de evitar a 
colisão. Talita realizou exame de corpo de delito que constatou a existência de lesão corporal de 
natureza leve. Lauro, por sua vez, fugiu do local do acidente sem prestar auxílio. 
O Ministério Público, ao tomar conhecimento dos fatos e não havendo composição dos danos 
civis, ofereceu proposta de transação penal em favor de Lauro, destacando que o crime de lesão 
corporal culposa, previsto no Art. 303, § 1º, da Lei nº 9.503/97, admitia o benefício e que a Folha 
de Antecedentes Criminais do autor do fato apenas indicava a existência de uma outra anotação 
referente à infração em que Lauro foi beneficiado também por transação penal, mas o benefício 
foi oferecido e extinto há mais de 06 anos. 
Talita ficou insatisfeita com a proposta do Ministério Público e procurou você, como advogado(a), 
para esclarecimentos. 
Considerando as informações expostas, responda, na condição de advogado(a) de Talita, aos 
itens a seguir. 
 
A) Existe previsão de recurso para questionar a decisão homologatória de transação 
penal? Justifique. (Valor: 0,60) 
 
B) Existe argumento para questionar o oferecimento de transação penal ao autor do fato? 
Justifique. (Valor: 0,65) 
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal 
não confere pontuação. 
 
 
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A) Sim, o recurso cabível da decisão que homologou a transação penal, é o Recurso de 
Apelação, nos termos do artigo 76, §5º da Lei 9.099/95 e artigo 82 da Lei 9.099/95. 
 
B) Sim, o argumento para questionar o oferecimento de transação penal ao autor do fato 
seria o de que não era possível aplicar a transação penal, uma vez que Lauro 
transitava com seu veículo a 120 km/h, portanto em velocidade acima da permitida 
em 50 km/h, conforme dispõe o artigo 291, §1º, inciso III, do CTB (0,10). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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32º Exame 
Enunciado 
 
Na madrugada do dia 1º de janeiro de 2020, Luiz, nascido em 24 de abril de 1948, estava em 
sua residência, em Porto Alegre, na companhia de seus três filhos e do irmão Igor, nascido em 
29 de novembro de 1965, que também morava há dois anos no mesmo imóvel. Em determinado 
momento, um dos filhos de Luiz acionou fogos de artifício, no quintal do imóvel, para comemorar 
a chegada do novo ano. Ocorre que as faíscas atingiram o telhado da casa, que começou a 
pegar fogo. Todos correram para sair pela única e pequena porta da casa, mas Luiz, em razão 
de sua idade e pela dificuldade de locomoção, acabou ficando por último na fila para saída da 
residência. Percebendo que o fogo estava dele se aproximando e que iria atingi-lo em segundos, 
Luiz desferiu um forte soco na cabeça do irmão, que estava em sua frente, conseguindo deixar 
o imóvel. Igor ficou caído por alguns momentos, mas conseguiu sair da casa da família, 
sangrando em razão do golpe recebido. 
Policiais chegaram ao local do ocorrido, sendo instaurado procedimento para investigar a autoria 
do crime de incêndio e outro procedimento para apurar o crime de lesão corporal. Luiz, 
verificando as consequências de seus atos, imediatamente levou o irmão para unidade de saúde 
e pagou pelo tratamento médico necessário. Igor compareceu em sede policial após ser intimado, 
narrando o ocorrido, apesar de destacar não ter interesse em ver o autor do fato responsabilizado 
criminalmente. 
Concluídas as investigações em relação ao crime de lesão, os autos foram encaminhados ao 
Ministério Público, que, com base no laudo prévio de lesão corporal de Igor atestando a 
existência de lesão de natureza leve na cabeça, ofereceu denúncia, perante a 5ª Vara Criminal 
de Porto Alegre/RS, órgão competente, em face de Luiz como incurso nas sanções penais do 
Art. 129, § 9º, do Código Penal. Deixou o órgão acusador de oferecer proposta de suspensão 
condicional do processo com fundamento no Art. 41 da Lei nº 11.340/06, que veda a aplicação 
dos institutos da Lei nº 9.099/95, tendo em vista que aquela lei (Lei nº 11.340/06) estabeleceu 
nova pena para o delito imputado. 
Após citação e apresentação de resposta à acusação, na qual Luiz demonstrou interesse na 
aplicação do Art. 89 da Lei nº 9.099/95, os fatos foram integralmente confirmados durante a 
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instrução probatória. Igor confirmou a agressão, a ajuda posterior do irmão e o desinteresse em 
responsabilizá-lo. O réu permaneceu em silêncio durante seu interrogatório. Em seguida, foi 
acostado ao procedimento o laudo definitivo de lesão corporal da vítima atestando a existência 
de lesões de natureza leve, assim como a Folha de Antecedentes Criminais de Luiz, que 
registrava uma única condenação, com trânsito em julgado em 10 de dezembro de 2019, pela 
prática de contravenção penal. 
O Ministério Público apresentou a manifestação cabível requerendo a condenação do réu nos 
termos da denúncia, destacando, ainda, a incidência do Art. 61, inciso I, do CP. Em seguida, a 
defesa técnica de Luiz foi intimada, em 19 de janeiro de 2021, terça-feira, para apresentação da 
medida cabível. 
Considerando apenas as informações expostas, apresente, na condição de advogado(a) 
de Luiz, a peça jurídica cabível, diferente do habeas corpus e embargos de declaração, 
expondo todas as teses cabíveis de direito material e processual. A peça deverá ser datada 
no último dia do prazo para apresentação, devendo segunda a sexta-feira serem 
considerados dias úteis em todo o país. (Valor: 5,00) 
 
Obs.: o examinando deve abordar todas os fundamentos de Direito que possam ser utilizados 
para dar respaldo à pretensão. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 5ª VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE PORTO ALEGRE/RS 
 
Processo nº 
 
 
LUIZ, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado, com 
procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, 
apresentar MEMORIAIS, com base no artigo 403 § 3º e artigo 404, parágrafo único, ambos 
do Código de Processo Penal, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: 
 
I) DA TEMPESTIVIDADE 
Os presentes memoriais são tempestivos, já que apresentados dentro do 
prazo de 5 dias, previsto no artigo 403, §3°, do Código de Processo Penal. 
 
II) DOS FATOS 
O réu foi denunciado pela prática do crime de lesão corporal previsto no 
artigo 129, § 9º, do Código Penal. 
Durante a audiência de instrução, foi ouvida a vítima. O réu permaneceu 
em silêncio durante o interrogatório. 
O Ministério Público requereu a condenação do réu nos termos da 
denúncia, destacando a incidência do artigo 61, inciso I, do Código Penal. 
A defesa foi intimada no dia 19 de janeiro de 2021. 
 
III) DO DIREITO 
A) DA FALTA DE REPRESENTAÇÃO 
Como já se passaram mais de 6 meses a partir da ciência da autoria do fato, 
nos termos do artigo 38 do Código de Processo Penal e art. 103 do Código Penal, ocorreu 
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a extinção da punibilidade, pela decadência do direito de representação, nos termos do 
artigo 107, IV, doCódigo Penal. 
Isso porque o crime de lesão corporal leve é de ação penal pública 
condicionada à representação, conforme prevê o artigo 88 da Lei 9099/95. E, no caso, a 
vítima demonstrou não ter interesse em ver o autor do fato responsabilizado 
criminalmente, não havendo, pois, condição de procedibilidade da ação penal. 
Além disso, a falta de representação enseja a nulidade do processo, nos 
termos do artigo 564, inciso III, alínea “a”, ou inciso IV, do Código de Processo Penal. 
 
B) DA PROPOSTA DE SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO 
O Ministério Público não poderia deixar de oferecer proposta de suspensão 
condicional do processo, com fundamento no artigo 41 da Lei nº 11.340/06. 
Isso porque o crime não foi praticado no contexto da violência doméstica e 
familiar contra a mulher, não sendo aplicável a previsão do artigo 41 da Lei nº 11.340/06 
pelo fato da vítima ser homem. 
Logo, ocorreu nulidade do processo pelo não oferecimento da proposta de 
suspensão condicional do processo. 
 
C) DO ESTADO DE NECESSIDADE 
O réu agiu em estado de necessidade, causa de excludente de ilicitude, 
previsto nos artigos 23, I e 24 do Código Penal. 
Isso porque a casa estava pegando fogo e, em razão de sua idade e pela 
dificuldade de locomoção, o réu acabou ficando por último na fila para a saída da 
residência, sendo o único meio para se salvar da situação de perigo praticar a lesão 
corporal contra o irmão. 
Assim, deve o réu ser absolvido, com base no artigo 386, inciso VI, do 
Código de Processo Penal. 
 
D) DA PENA BASE NO MÍNIMO LEGAL 
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A pena-base deve ser fixada no mínimo legal, já que todas as circunstâncias 
judiciais previstas no artigo 59 do Código Penal são favoráveis. 
 
E) DA AGRAVANTE DA REINCIDÊNCIA 
Deve ser afastada a agravante da reincidência. 
Isso porque o réu foi condenado, com sentença transitada em julgado, pela 
prática de contravenção penal, não se enquadrando no contexto do artigo 63 do Código 
Penal, que prevê a reincidência quando o agente comete novo crime após o trânsito em 
julgado da sentença condenatória pela prática de crime anterior. 
Logo, deve ser afastada a agravante da reincidência, prevista no artigo 61, 
inciso I, do Código Penal. 
 
F) DA ATENUANTE DA IDADE 
O réu era maior de 70 anos na data da sentença, razão pela qual deve ser 
reconhecida a atenuante prevista no artigo 65, inciso I, do Código Penal. 
 
G) DA ATENUANTE DO ARTIGO 65, INCISO III, ALÍNEA “B”, DO CÓDIGO 
PENAL 
Deve ser reconhecida a atenuante prevista no artigo 65, III, “b”, do Código 
Penal. 
Isso porque, o réu imediatamente levou o irmão para unidade de saúde e 
pagou pelo tratamento médico necessário. Logo, o réu procurou, logo após o crime, evitar 
ou minorar as consequências de seus atos, levando a vítima para o hospital e pagando pelo 
seu tratamento. 
Assim, requer seja reconhecida a atenuante do artigo 65, inciso III, “b”, do 
Código Penal. 
 
H) DO REGIME ABERTO 
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Na hipótese de eventual condenação, deve ser fixado o regime aberto, nos 
termos do artigo 33, § 2º, “c”, do Código Penal. 
 Isso porque a pena não será superior a quatro anos. Além disso, trata-se de 
crime apenado com detenção, não sendo possível a fixação de regime fechado, nos termos 
do artigo 33, “caput”, do Código Penal. 
Logo, o Magistrado deverá fixar o regime aberto para o início do cumprimento 
da pena, nos termos do artigo 33, § 2º, “c”, do Código Penal. 
 
I) DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA 
Deve ser concedida a suspensão condicional da pena, já que preenchidos os 
requisitos do artigo 77 do Código Penal. Isso porque o réu é primário, e eventual pena aplicada 
não será superior a 2 anos, não sendo cabível a pena restritiva de direitos. 
Logo, requer seja concedida a suspensão condicional da pena. 
 
IV) DO PEDIDO 
Ante o exposto, requer: 
a) A extinção da punibilidade, pela decadência, nos termos do artigo 107, inciso 
IV, do Código Penal; 
b) Nulidade do processo pela falta de representação, nos termos do artigo 564, 
III, “a”, e inciso IV, do Código de Processo Penal; 
c) Nulidade do processo pela falta de oferecimento de proposta de suspensão 
condicional do processo; 
d) Absolvição, na forma do artigo 386, inciso VI, do Código de Processo Penal; 
e) Aplicação da pena-base no mínimo legal; 
f) Reconhecimento das atenuantes do artigo 65, incisos I, e III, alínea “b”, do 
Código Penal; 
g) Fixação do regime aberto nos termos do artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código 
Penal; 
h) Concessão de suspensão condicional da pena. 
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Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local..., 25 de janeiro de 2021. 
 
Advogado... 
OAB... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Questão 1 - Enunciado 
 
Gabriel, estudante de farmácia, 22 anos, descobre que seu tio Jorge possuía grave doença no 
fígado, que lhe causava dores físicas. Durante seus estudos sobre medicina alternativa em livro 
oficial fornecido pela faculdade pública em que estudava, vem a ler que a droga conhecida como 
heroína poderia, em doenças semelhantes à de seu tio, funcionar como analgésico e aliviar a 
dor do paciente. 
Tendo acesso ao material que sabia ser heroína e sua classificação como droga, Gabriel, em 27 
de maio de 2019, transporta e entrega o material para o tio, acreditando que, apesar de existir a 
figura típica do tráfico de drogas, sua conduta seria lícita diante dos fins medicinais. Avisou que 
o material deveria ser usado naquele dia, de forma imediata. No dia 29 de maio de 2019, após 
denúncia, policiais militares, com autorização para ingresso na residência de Jorge, apreendem 
o material ilícito e descobrem que Jorge o recebera de Gabriel, mas não o utilizou. Em seguida, 
comparecem à faculdade de Gabriel e realizam sua prisão em flagrante. 
Jorge e Gabriel foram indiciados, após juntada do laudo confirmando a natureza do material, pelo 
crime de tráfico de drogas (Art. 33 da Lei nº 11.343/06), mas, em razão da doença, Jorge vem a 
falecer naquela mesma data. Ao tomar conhecimento dos fatos, de imediato a família de Gabriel 
procura você, como advogado, para esclarecimentos. 
Considerando apenas as informações expostas, responda, na condição de advogado(a) de 
Gabriel, aos itens a seguir. 
 
A) Qual o argumento de direito processual a ser apresentado para questionar a prisão em 
flagrante de Gabriel? Justifique. (Valor: 0,60) 
 
B) Existe argumento de direito material a ser apresentado em busca da absolvição de 
Gabriel pelo crime pelo qual foi indiciado? Justifique. (Valor: 0,65) 
 
Obs.: o examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não 
confere pontuação. 
 
 
 
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A) O argumento de direito processual a ser apresentado para questionar a prisão em 
flagrante de Gabriel seria o de que a prisão foi ilegal, já que não estavam presentes 
qualquer das hipóteses previstas no artigo 302 do Código de Processo Penal, uma 
vez que a prisão ocorreu dois dias depois do fato, ou seja, não foi preso cometendo 
crime ou quando acabou de praticar, nem após perseguição iniciada logo após o 
delito ou encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis. 
 
B) O argumento de direito material a ser apresentado em busca da absolvição de Gabriel 
pelo crime pelo qual foi indiciado seria o erro de proibição inevitável, causa de 
exclusão da culpabilidade, prevista no artigo 21 do Código Penal. Isso porque Gabriel 
transportou e entregou a droga para o tio, acreditando ser tal conduta lícita para fins 
medicinais, errando, portanto, sobre a ilicitude do fato. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Questão2 - Enunciado 
 
Luiz, no dia 05 de fevereiro de 2019, ingressou na residência de Henrique e, mediante grave 
ameaça contra a vítima, buscou subtrair a televisão do imóvel. Após o emprego da grave ameaça 
à pessoa e a retirada dos parafusos da televisão, mas ainda quando estava dentro da casa com 
o bem, Luiz é surpreendido pela Polícia Militar, que informada dos fatos por vizinhos, realizou 
sua prisão em flagrante. 
Em sede policial, foi descoberto que Luiz contou com a participação de José, que, sabendo do 
plano criminoso do amigo, foi o responsável por dizer o horário em que a vítima estaria sozinha 
em sua residência, bem como a porta que teria uma falha na fechadura, facilitando o ingresso 
de Luiz no imóvel. Luiz e José foram denunciados pela prática do crime de roubo majorado pelo 
concurso de agentes. 
Observado o procedimento previsto em lei e confirmados os fatos, foi proferida sentença 
condenatória, sendo aplicada a pena mínima possível de 5 anos e 4 meses de reclusão, além 
de 13 dias-multa, para José. Já Luiz teve sua pena base fixada acima do mínimo legal, em 4 
anos e 6 meses de reclusão e 12 dias-multa, reconhecendo o magistrado a existência de má 
conduta social, pelo fato de Luiz possuir 5 condenações sem trânsito em julgado pela suposta 
prática de crimes de roubo, apesar de admitir, na decisão, que as anotações constantes da Folha 
de Antecedentes Criminais não poderiam justificar o reconhecimento de maus antecedentes. 
Não foram reconhecidas agravantes, sendo, na terceira fase, a pena aumentada, no mínimo 
possível, em razão da majorante do concurso de agentes. Assim, a pena final de Luiz restou 
acomodada em 06 anos de reclusão e 15 dias-multa. Intimado da decisão, o advogado de José 
apresentou recurso buscando reconhecimento da modalidade tentada do delito, bem como da 
causa de diminuição da participação de menor importância. 
Luiz, então, consulta você, como advogado(a), para avaliar o interesse em apresentar recurso 
de apelação. 
Na condição de advogado(a) de Luiz, esclareça os questionamentos formulados pelo seu cliente. 
 
A) Não sendo apresentado recurso de apelação por Luiz, poderá ele ser beneficiado pelo 
reconhecimento da causa de diminuição de pena da tentativa no julgamento do recurso 
apresentado por José? E da causa de diminuição de pena da participação de menor 
importância? Justifique. (Valor: 0,65) 
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B) Existe argumento de direito material a ser apresentado em busca da redução da pena 
base aplicada a Luiz? Justifique. (Valor: 0,60) 
 
Obs.: o examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não 
confere pontuação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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A) Luiz poderá ser beneficiado por eventual causa de diminuição de pena em razão da 
tentativa, mesmo não apresentando recurso, tendo em vista que se trata de 
circunstância objetiva ou de caráter não exclusivamente pessoal. A participação de 
menor importância é circunstância pessoal, não se estendendo ao corréu, nos termos 
do artigo 580 do Código de Processo Penal. 
 
B) O argumento de direito material a ser apresentado em busca da redução da pena-
base aplicada a Luiz seria o de que ações penais em curso não podem ser valoradas 
para agravar a pena-base, sob pena de violação ao princípio da presunção de 
inocência, conforme Súmula 444 do Superior Tribunal de Justiça OU artigo 5º, inciso 
LVII, da Constituição Federal/88. 
 
 
 
 
 
 
 
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Questão 3 - Enunciado 
 
O apenado Fabrício cumpria pena pela prática do delito de extorsão simples, tendo requerido, 
por meio de advogado, a extinção da punibilidade por satisfazer os requisitos, objetivos e 
subjetivos, previstos no Decreto Presidencial de Indulto, publicado no ano de 2018 (requisito 
objetivo temporal e requisito subjetivo de não possuir falta grave nos últimos 12 meses anteriores 
ao decreto). 
Enquanto aguardava o deferimento do benefício requerido, no dia 02 de março de 2019, ocorreu 
uma rebelião na galeria em que se encontrava. O diretor do presídio, em procedimento disciplinar 
próprio, no qual foi garantida a ampla defesa e o contraditório, não conseguindo identificar 
aqueles que efetivamente participaram da rebelião, reconheceu que todos os apenados daquela 
galeria praticaram falta grave. 
Ao tomar conhecimento dessa punição disciplinar, o juiz da execução indeferiu o pedido de 
indulto por ausência do requisito subjetivo. Ultrapassado o prazo recursal por desídia da defesa, 
novo advogado contratado pela família impetrou habeas corpus junto ao Tribunal de Justiça, na 
busca da extinção da punibilidade. A ordem foi denegada pelo Tribunal. 
Considerando a situação fática apresentada, na condição de novo advogado contratado, ao ser 
intimado da decisão que denegou a ordem, responda aos itens a seguir. 
 
A) Qual o recurso a ser apresentado pela defesa para combater a decisão do Tribunal de 
Justiça que denegou a ordem no habeas corpus impetrado em favor do apenado Fabrício? 
Justifique. (Valor: 0,60) 
 
B) Na busca da concessão do indulto e, consequentemente, da extinção da punibilidade, 
quais argumentos jurídicos poderão ser apresentados? Justifique. (Valor: 0,65) 
 
 
Obs.: o examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não 
confere pontuação. 
 
 
 
 
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A) Considerando a decisão do Tribunal de denegar a ordem de habeas corpus, o 
recurso cabível é o recurso ordinário constitucional (0,50), nos termos do artigo 105, 
inciso II, alínea a, da Constituição Federal/88 OU artigo 30 da Lei nº 8.038/90 (0,10). 
 
B) Na busca da concessão do indulto e, consequentemente, da extinção da 
punibilidade, os argumentos jurídicos que poderão ser apresentados seriam o de que 
não é possível aplicação de sanções coletivas, nos termos do artigo 45, § 3º, da LEP. 
No caso, o diretor do presídio, em procedimento disciplinar próprio, no qual foi garantida 
a ampla defesa e o contraditório, não conseguindo identificar aqueles que efetivamente 
participaram da rebelião, reconheceu que todos os apenados daquela galeria praticaram 
falta grave. 
Além disso, houve violação do princípio da legalidade, pois não seria possível a vedação 
do indulto, já que não foi praticada falta grave 12 meses anteriores ao Decreto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Questão 4 - Enunciado 
 
Maria, no dia 07 de julho de 2020, compareceu à Delegacia e narrou que foi vítima, dois dias 
antes, de um crime de lesão corporal praticada por seu marido, Francisco, e motivada pela 
insatisfação com a qualidade da refeição que teria sido feita pela vítima. Maria foi encaminhada 
para perícia, que constatou, por meio de laudo, a existência de lesão corporal de natureza leve. 
Ouvido, Francisco confessou a prática delitiva, dizendo que este seria um evento isolado em sua 
vida. Diante disso, Francisco foi indiciado pelo crime do Art. 129, § 9º, do CP, na forma da Lei nº 
11.340/06. 
Considerando a pena prevista para o delito e a inexistência de envolvimento pretérito com 
aparato judicial ou policial pelo autor do fato, o Ministério Público apresentou proposta de acordo 
de não persecução penal a Francisco. Ao tomar conhecimento dos fatos, Maria procura você, 
como advogado, para esclarecimentos. 
Considerando apenas as informações expostas, responda na qualidade de advogado de Maria, 
aos itens a seguir. 
 
A) Existem argumentos para questionar a proposta de acordo de não persecução penal 
formulada pelo Ministério Público? Justifique. (Valor: 0,65) 
 
B) Em caso de denúncia, diante da natureza da ação pública incondicionada, existe 
alguma forma de participação direta davítima no processo, inclusive com posição ativa 
na produção das provas e interposição de recursos? Justifique. (Valor: 0,60) 
 
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal 
não confere pontuação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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A) O argumento para questionar a proposta de acordo de não persecução penal 
formulada pelo Ministério Público seria o de que não cabe proposta de Acordo de Não 
Persecução Penal em relação a crime praticado no contexto da violência doméstica e 
familiar contra a mulher, nos termos do artigo 28-A, “caput”, do Código de Processo 
Penal OU do artigo 28-A, § 2º, inciso IV, do Código de Processo Penal. 
 
B) Sim. Maria poderá se habilitar como assistente de acusação ou assistente do 
Ministério Público, na forma do artigo 268 do Código de Processo Penal OU do artigo 
271 do Código de Processo Penal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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31º Exame 
Enunciado 
Rômulo, nascido em 04 de abril de 1991, em Maricá, ficou inconformado por encontrar, em 02 
de janeiro de 2010, mensagens de sua esposa Paola, nascida em 06 de junho de 1992, para 
Bruno, desejando a este, um próspero ano. Em razão disso, desferiu golpes de faca nas mãos 
de Paola, pretendendo, em seguida, utilizar a arma branca para golpear a vítima e causar sua 
morte. Ocorre que Rômulo ficou sensível ao sofrimento de sua esposa após as facadas na mão, 
decidindo deixar o local dos fatos para se acalmar, apesar de ter consciência de que os atos 
praticados seriam insuficientes para causar a inicialmente pretendida morte de Paola. 
Paola informou os fatos à sua mãe, que a levou ao hospital e, em seguida à Delegacia, onde ela 
narrou o ocorrido à autoridade policial. O Delegado instaurou inquérito policial, realizando, por 
vários anos, diligências para a confirmação da versão da vítima, ouvindo testemunhas, 
realizando laudo de exame de local, acostando o exame de corpo de delito de Paola, que 
constatou a existência de lesão corporal de natureza grave, dentre outras. Por fim, ouviu o 
indiciado, que confirmou sua pretensão inicial e todos os fatos descritos pela vítima. 
Concluído o procedimento, após relatório final, os autos foram encaminhados ao Ministério 
Público, que ofereceu denúncia em face de Rômulo, no dia 22 de janeiro de 2020, perante o 
Tribunal do Júri da comarca de Maricá/Rio de Janeiro, imputando-lhe a prática do crime previsto 
no Art. 121, § 2º, inciso VI (feminicídio), com redação dada pela Lei 13.104/15, c/c. Art. 14, inciso 
II, todos do Código Penal. A inicial acusatória foi recebida em 24 de janeiro de 2020, sendo o 
denunciado citado pessoalmente, e juntada Folha de Antecedentes Criminais, em que constava 
apenas uma outra anotação por ação penal em curso pela suposta prática de crime de furto 
qualificado. Após regular prosseguimento do feito até aquele momento, foi designada audiência 
na primeira fase do procedimento do Tribunal do Júri, ocasião em que foram ouvidas a vítima e 
as testemunhas de acusação e defesa. Todos prestaram declarações que confirmaram 
efetivamente o ocorrido. Rômulo não compareceu porque não foi intimado, mas seu advogado 
estava presente e consignou inconformismo com a realização do ato sem a presença do réu. O 
magistrado, contudo, destacou que designaria nova data para interrogatório e que a defesa 
técnica estaria presente, não havendo, então, prejuízo. 
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De fato, foi marcada nova data para a realização do interrogatório, ocasião em que Rômulo 
compareceu e permaneceu em silêncio. 
Após, as partes apresentaram manifestação, reiterando, a defesa, o inconformismo com a 
realização da primeira audiência. Os autos foram para conclusão, e foi proferida decisão 
pronunciando o réu nos termos da denúncia. Pessoalmente intimado, o Ministério Público se 
manteve inerte. A defesa técnica e Rômulo foram intimados em 10 de março de 2020, uma terça-
feira. 
Considerando apenas as informações expostas, na condição de advogado(a) de Rômulo, 
apresente a peça jurídica cabível, diferente de habeas corpus e embargos de declaração, 
apresentando todas as teses jurídicas de direito material e direito processual cabíveis. A 
peça deverá ser datada no último dia do prazo para interposição, considerando que de 
segunda a sexta-feira são dias úteis em todo o país. (Valor: 5,00) 
 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar 
respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere 
pontuação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DO 
TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE MARICÁ/RJ 
 
Processo nº 
 
 
RÔMULO, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado, 
com procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, 
interpor o presente RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, com base no artigo 581, inciso 
IV, do Código de Processo Penal. 
Nesse sentido, requer seja recebido o recurso e procedido o juízo de 
retratação, nos termos do artigo 589 do Código de Processo Penal. Se mantida a decisão, 
requer seja encaminhado o presente recurso, já com as razões inclusas, ao Tribunal de 
Justiça do Estado do Rio de Janeiro, para o devido processamento. 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local..., 16 de março de 2020. 
 
Advogado... 
OAB... 
 
 
 
 
 
 
 
 
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EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
 
Recorrente: RÔMULO 
Recorrido: MINISTÉRIO PÚBLICO 
 
Processo nº... 
 
RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 
 
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro 
Colenda Câmara Criminal 
 
I) DOS FATOS 
O Ministério Público denunciou o réu pelo crime de tentativa de homicídio 
qualificado, previsto no artigo 121, § 2º, inciso VI, com redação dada pela Lei nº 13.104/15, 
c/c artigo 14, inciso II, todos do Código Penal. 
Designada a audiência de instrução, foram ouvidas a vítima e as testemunhas 
de acusação e defesa. O réu não compareceu, pois não foi intimado para a audiência. 
Designada nova audiência de instrução, realizado o interrogatório, o réu 
permaneceu em silêncio. Encerrada a instrução, o Magistrado proferiu decisão pronunciando 
o réu nos termos da denúncia. 
A defesa foi intimada da decisão no dia 10 de março de 2020, terça-feira. 
 
II) DO DIREITO 
A) DA PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA EM ABSTRATO 
O réu foi denunciado pela prática do crime previsto no artigo 121, § 2º, inciso 
VI, com redação dada pela Lei nº 13.104/15, c/c artigo 14, inciso II, todos do Código Penal. 
A pena máxima do delito de tentativa de homicídio qualificado é de 20 anos de reclusão. 
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Logo, o prazo prescricional será de 20 anos, nos termos do artigo 109, inciso I, do Código 
Penal. 
Todavia, como o réu era menor de 21 anos de idade à época do fato, o prazo 
prescricional deverá ser contado pela metade, conforme artigo 115 do Código Penal. Assim, 
o prazo prescricional será de 10 anos. 
Entre a data do fato, 02 de janeiro de 2010, até a data do recebimento da 
denúncia, 24 de janeiro de 2020, ultrapassou o prazo prescricional aplicável de 10 anos. 
Logo, incidiu a causa de extinção da punibilidade, em razão da prescrição da 
pretensão punitiva estatal pela pena em abstrato do crime de homicídio, nos termos do artigo 
107, inciso IV, do Código Penal OU artigo 109, inciso I, c/c artigo 115, ambos do Código 
Penal. 
 
B) DA NULIDADE DA PRONÚNCIA 
Designada a audiência de instrução, o réu não foi intimado para comparecer 
à audiência, sendo, na ocasião, ouvidas a vítima e asCódigo Penal, tendo o juiz da execução penal aplicado o concurso material de crimes. 
Todavia, trata-se de crime continuado, previsto no artigo 71, “caput”, do Código Penal. 
 
 
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Isso porque os crimes são da mesma espécie e foram cometidos nas mesmas 
condições de tempo, lugar e modo de execução, já que praticados nos dias 15/09/2017, 
10/10/2017 e 03/11/2017, contra o INSS, sendo todas as condutas subsequentes devem ser 
havidas como continuação da primeira. 
Logo, deveria ser aplicada a unificação das penas na forma do art. 111, da Lei 
7.210/84 (Lei de Execução Penal), com a exasperação da pena de 1/6 a 2/3, de forma 
proporcional ao número de crimes, nos termos do artigo 71, “caput”, do Código Penal. 
 
B) DA PENA RESTRITIVA DE DIREITOS 
É inadmissível a reconversão das penas restritivas de direito em privativa de 
liberdade, pois as penas restritivas de direitos podem ser executadas de forma simultânea 
ou sucessiva, nos termos do artigo 69, § 2º, do Código Penal. 
Além disso, não se verifica nenhuma das hipóteses de conversão da pena 
restritiva de direitos em privativa de liberdade, previstas no art. 44, §§ 4º e 5º, do Código 
Penal, e 181, § 1º, da LEP. 
 
C) DA REINCIDÊNCIA 
Não incidiu, no caso, a agravante da reincidência. 
Isso porque, para a configuração da reincidência é imprescindível que exista 
sentença condenatória transitada em julgado por crime anterior ao praticado pelo agente, 
conforme art. 63, do Código Penal. 
No caso, a agravante não registrava nenhuma sentença condenatória 
transitada em julgado antes da prática do segundo e terceiro fato, cometidos em 10/10/2017 
e 03/11/2017, sendo que o trânsito em julgado da sentença condenatória pelo primeiro fato 
ocorreu em 10/11/2022, após, portanto, a prática dos delitos. 
Logo, deve ser afastada a agravante da reincidência. 
 
D) DO REGIME DE CUMPRIMENTO DE PENA 
Considerando o afastamento da reincidência, já que a agravante não registra 
sentença condenatória transitada em julgado por crime anterior, o regime deverá ser o 
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aberto, nos termos do artigo 33, § 2º, alínea “c”, ou regime semiaberto, na forma do art. 
33, § 2º, alínea “b”, do Código Penal. 
 
E) DA PENA DE MULTA 
A pena de multa deve observar o disposto no art. 72 do Código Penal, uma 
vez que no concurso de crimes, as penas de multa são aplicadas distinta e integralmente, 
devendo, portanto, ser somadas as penas de multa impostas, o que resultaria em 30 dias-
multa. 
 
III) DOS PEDIDOS 
Ante o exposto, requer o CONHECIDO e PROVIDO do presente recurso 
com o recolhimento do mandado de prisão ou expedição de contramandado de prisão. 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local..., 1 de setembro de 2023. 
 
Advogado... 
OAB... 
 
 
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Questão 1 - Enunciado 
Alberto, primário e com bons antecedentes, foi condenado pela prática de peculato a uma pena 
de 2 (dois) anos de reclusão. Na fixação da pena, o Juiz considerou boas as circunstâncias 
judiciais do Art. 59 do CP, fixando a pena-base no mínimo legal e, à míngua de agravantes ou 
causas de aumento ou diminuição, tornou esta pena definitiva. Ao fixar o regime inicial, de forma 
contraditória, o magistrado asseverou que “as circunstâncias judiciais são negativas, pois o delito 
de peculato é de extrema gravidade, diante da lesão ao patrimônio público”, razão pela qual fixou 
o regime inicial semiaberto. Em seguida, substituiu as penas por restritivas de direitos, porque 
“presentes os pressupostos legais, sendo favoráveis as circunstâncias judiciais, na forma do Art. 
59 e do Art. 44, ambos do CP”. Na qualidade de advogado(a) de Alberto, responda às perguntas 
a seguir 
 
A) Qual peça processual deverá ser oposta pela defesa de Alberto para sanar a 
contradição na sentença e em que prazo? Justifique. (Valor: 0,65) 
 
B) Qual o fundamento de direito material a ser defendido em favor de Alberto? Justifique. 
(Valor: 0,60) 
 
Obs.: O(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal 
não confere pontuação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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A) A peça que deve ser oposta para sanar a contradição na sentença é Embargos de 
Declaração, no prazo de 2 (dois) dias, na forma do artigo 382, do Código de Processo 
Penal. 
 
B) O fundamento de direito material que deve ser apresentado é o de que a opinião do 
julgador sobre a gravidade em abstrato não autoriza a fixação de regime inicial mais 
severo que o permitido pela pena aplicada, com base nas Súmulas 718 e/ou 719 do 
Supremo Tribunal Federal e/ou 440 do Superior Tribunal de Justiça OU art. 33, § 2º, 
alínea “c”, do Código Penal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Questão 2 - Enunciado 
Bárbara e Rodrigo são namorados e ambos são maiores e plenamente capazes. Em uma 
discussão, Rodrigo proferiu diversas ameaças e desferiu tapas no rosto de Bárbara, deixando-
o bastante vermelho (equimoses). 
Bárbara, então, se dirigiu à Delegacia de Polícia e relatou o ocorrido, mostrando as mensagens 
de texto com o conteúdo das ameaças, afirmando expressamente o desejo de ver Rodrigo 
processado. 
Ao finalizar o boletim de ocorrência, a autoridade policial forneceu encaminhamento de Bárbara 
ao Instituto Médico Legal para a realização do exame de corpo de delito. Contudo, Bárbara não 
realizou o referido exame, nem necessitou de qualquer atendimento médico posterior, já que 
as lesões corporais não eram graves. Rodrigo foi denunciado pela prática de lesão corporal 
(Art. 129, § 13, do CP) e ameaça (Art. 147 do CP), e o recebimento da peça acusatória ainda 
não foi analisado pelo juízo. Bárbara, então, informou ao advogado de Rodrigo seu desejo de 
se retratar da representação. 
Considerando apenas as informações do enunciado, na condição de advogado de Rodrigo 
responda aos questionamentos a seguir. 
 
A) Se cabível, qual a forma e o alcance da retratação da representação? Justifique. (Valor: 
0,65) 
B) Qual a tese de defesa, quanto à materialidade delitiva, deve ser articulada em relação 
ao delito de lesão corporal? Justifique. (Valor: 0,60) 
 
Obs.: O(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal 
não confere pontuação. 
 
 
 
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A) É cabível a retratação apenas para o delito de ameaça, por ser crime de ação penal 
pública condicionada à representação, conforme o art. 147, parágrafo único do 
Código Penal. E a forma e o alcance da retratação da representação deve ser em 
audiência especialmente designada para tal finalidade, até o recebimento da 
denúncia, nos termos do art. 16 da Lei 11.340/06. Não cabe retratação da 
representação em relação ao crime de lesão corporal, porque, quando praticado no 
contexto de violência doméstica e familiar contra a mulher, é de ação penal pública 
incondicionada, nos termos da Súmula 542 do Superior Tribunal de Justiça. 
 
B) A tese que deve ser articulada pela defesa é no sentido de que não há prova da 
materialidade, já que Bárbara não realizou o referido exame, nem necessitou de 
qualquer atendimento médico posterior O crime de lesão corporal deixa vestígios, 
razão pela qual se torna indispensável a realização do exame de corpo de delito ou 
boletim médico, na forma do art. 158, do Código de Processo Penal e/ou art. 12, §3º, 
da Lei 11.340/06. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Questão 3 - Enunciado 
Rodrigo estava desfilando em um bloco de carnaval fantasiado de “Presidente do Banco 
Nacional” da fictícia cidade de “Ratzana”, trajando fantasia e adornos carnavalescos. 
Ao ser abordado por um Policial Militar, foi realizada a busca pessoal, tendo sido localizado com 
Rodrigo notas impressas em papel “A4” onde se lia “dólartestemunhas de acusação e defesa, 
sem a presença do réu. 
Todavia, a ausência de intimação do réu para a audiência configura clara 
violação ao princípio da ampla defesa, previsto no artigo 5º, inciso LV, da CF/88. 
Logo, deve ser reconhecida a nulidade da pronúncia OU nulidade da instrução 
a partir da primeira audiência realizada, tendo em vista que o réu não foi intimado para a 
audiência em que foram ouvidas as testemunhas. 
 
C) DA DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA 
O réu foi denunciado pelo crime de tentativa de homicídio qualificado, pois a 
intenção inicial era causar a morte de sua esposa Paola. Todavia, após desferir golpes na 
mão da esposa, sensibilizado com o sofrimento dela, o réu desistiu, voluntariamente, de 
prosseguir com o delito e deixou o local dos fatos. 
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Desta forma, ocorreu a desistência voluntária, já que o réu optou por não 
prosseguir na empreitada criminosa, bem como porque a consumação não ocorreu por 
vontade própria do réu, nos termos do artigo 15 do Código Penal. 
Ainda, os atos praticados foram insuficientes para a consumação do delito 
inicialmente pretendido, devendo o réu responder apenas pelos atos já praticados, qual seja, 
lesão corporal grave. 
Logo, deve haver a desclassificação do delito para afastar o reconhecimento 
do crime doloso contra a vida, nos termos do artigo 419 do Código de Processo Penal. 
 
D) DO AFASTAMENTO DA QUALIFICADORA 
O réu foi denunciado pelo crime de tentativa de homicídio qualificado pelo 
feminicídio, nos termos do artigo 121, § 2º, inciso VI c/c artigo 14, inciso II, ambos do Código 
Penal. 
Todavia, o fato foi praticado em 02 de janeiro de 2010, enquanto a 
qualificadora foi introduzida no ordenamento jurídico pela Lei nº 13.104/2015, após, portanto, 
à data do fato. 
Como se trata de lei posterior mais severa, em não sendo acolhido o pedido 
de desclassificação do delito, pugna-se pelo afastamento da qualificadora do feminicídio, 
prevista no artigo 121, § 2º, inciso VI, do Código Penal, em razão do princípio da 
irretroatividade da lei penal desfavorável, nos termos do artigo 5º, inciso XL, da Constituição 
Federal/88. 
 
III) DO PEDIDO 
Ante o exposto, requer seja CONHECIDO e PROVIDO o presente recurso, 
com a reforma da decisão de 1º grau, para o fim de que: 
a) Seja reconhecida a prescrição da pretensão punitiva em abstrato, com a 
declaração da extinção da punibilidade, nos termos do artigo 107, IV, do Código Penal; 
b) Seja anulada a decisão de pronúncia; 
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c) Seja desclassificado o delito, com base no artigo. 419 do Código de 
Processo Penal; 
d) Seja afastada a qualificadora do artigo 121, § 2º, inciso VI, do Código Penal. 
 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
Local..., 16 de março de 2020. 
 
Advogado... 
OAB... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Questão 1 - Enunciado 
 
Após receber informações de que teria ocorrido subtração de valores públicos por funcionários 
públicos no exercício da função, inclusive com vídeo das câmeras de segurança da repartição 
registrando o ocorrido, o Ministério Público ofereceu, sem prévio inquérito policial, uma única 
denúncia em face de Luciano e Gilberto, em razão da conexão, pela suposta prática do crime de 
peculato, sendo que, ao primeiro, foi imputada conduta dolosa e, ao segundo, conduta culposa. 
De acordo com a denúncia, Gilberto, funcionário público, com violação do dever de cuidado, teria 
contribuído para a subtração de R$ 2.000,00 de repartição pública por parte de Luciano, que 
teria tido sua conduta facilitada pelo cargo público que exercia. Diante da reincidência de 
Gilberto, já condenado definitivamente por roubo, não foram à ele oferecidos os institutos 
despenalizadores. 
O magistrado, de imediato, sem manifestação das partes, recebeu a denúncia e designou 
audiência de instrução e julgamento. No dia anterior à audiência, Gilberto ressarciu a 
Administração do prejuízo causado. Com a juntada de tal comprovação, após a audiência, foram 
os autos encaminhados às partes para apresentação de alegações finais. 
O Ministério Público, diante da confirmação dos fatos, requereu a condenação dos réus nos 
termos da denúncia. Insatisfeito com a assistência técnica que recebia, Gilberto procura você 
para, na condição de advogado(a), assumir a causa e apresentar memoriais. 
Com base nas informações expostas, responda, como advogado(a) contratado por Gilberto, aos 
itens a seguir. 
 
A) Existe argumento de direito material a ser apresentado em favor de Gilberto para evitar 
sua condenação? (Valor: 0,60) 
 
B) Qual o argumento de direito processual a ser apresentado em memoriais para 
questionar toda a instrução produzida? (Valor: 0,65) 
 
 
 
 
 
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A) Sim, o argumento a ser apresentado em favor de Gilberto é o requerimento da extinção 
da punibilidade, tendo em vista que houve reparação do dano antes de ser proferida 
sentença irrecorrível, nos termos do artigo 312, § 3º, do Código Penal. 
 
B) O argumento a ser apresentado é o de que houve nulidade em razão da ausência de 
notificação do réu para apresentação de defesa prévia, antes do recebimento da 
denúncia, havendo violação do princípio do contraditório e da ampla defesa, nos termos 
do artigo 514 do Código de Processo Penal e art. 5º, LV, da Constituição Federal/88. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Questão 2 - Enunciado 
 
Em 05 de junho de 2019, Paulo dirigia veículo automotor em via pública, com capacidade 
psicomotora alterada em razão da influência de álcool, ocasião em que veio a atropelar Lúcia 
por avançar cruzamento com o sinal fechado para os veículos. Lúcia sofreu lesões que a 
deixaram com debilidade permanente no braço, o que foi reconhecido pelo laudo pericial 
respectivo, também ficando comprovado o estado clínico em que se encontrava o motorista 
atropelador. Considerando que Paulo arcou com as despesas que Lúcia teve que despender em 
razão do evento, a vítima não quis representar contra ele. Inobstante tal manifestação da vítima, 
o Ministério Público denunciou Paulo pela prática dos injustos do Art. 303, § 2º, e do Art. 306, 
ambos da Lei nº 9.503/97. 
Considerando as informações narradas, esclareça, na condição de advogado(a), aos seguintes 
questionamentos formulados por Paulo, interessado em constituí-lo para apresentação de 
resposta à acusação. 
 
A) Qual a tese jurídica de direito material que a defesa de Paulo deverá alegar para 
contestar a tipificação apresentada? (Valor: 0,60) 
 
B) Diante da ausência de representação por parte da ofendida, o Ministério Público teria 
legitimidade para propor ação penal contra Paulo? (Valor: 0,65) 
 
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal 
não confere pontuação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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A) A defesa de Paulo deverá alegar que o crime do artigo 306 do Código de Trânsito 
Brasileiro deve ser absorvido pelo crime do artigo 303, § 2º, do Código de Trânsito 
Brasileiro, em razão da aplicação do princípio da consunção OU já que a capacidade 
psicomotora alterada em razão de álcool é elementar do crime de lesão corporal. 
Paulo foi denunciado pela prática dos crimes previstos nos artigos 303, § 2º, e do 
art. 306, ambos da Lei nº 9.503/97. Todavia, se o agente conduz o veículo com 
capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool, e se do crime 
resultar lesão corporal grave, o crime de lesão corporal culposa na condução de 
veículo automotor será qualificado, nos termos do artigo 303, § 2º, da Lei 9.503/97. 
Logo, não poderia ser considerado o concurso de crimes, porquanto o estadode 
embriaguez do agente é elementar do delito qualificado reconhecido. 
 
B) Sim, o Ministério Público tem legitimidade para oferecimento da denúncia na 
presente hipótese, tendo em vista que o agente estava sob a influência de álcool OU 
tendo em vista que a representação da vítima é desnecessária diante da embriaguez 
OU tendo em vista que não se aplica o artigo 88 da Lei 9.099/95 diante da 
embriaguez, nos termos do artigo 291, § 1º, inciso I, do Código de Trânsito Brasileiro 
Em regra, os crimes de lesão corporal culposa, praticados ou não na direção de 
veículo automotor, são de ação penal pública condicionada à representação, nos 
termos do artigo 88 da Lei nº 9.099/95. Todavia, nos termos do artigo 291, § 1º, inciso 
I, do Código de Trânsito Brasileiro, se o agente estiver sob a influência de álcool, a 
ação será pública incondicionada, tendo o Ministério Público legitimidade para 
oferecer a denúncia, mesmo sem a representação da vítima. 
 
 
 
 
 
 
 
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Questão 3 - Enunciado 
 
Carlos, 43 anos, foi flagrado, no dia 10 de março de 2014, transportando arma de fogo de uso 
permitido. Foi denunciado, processado e condenado à pena de 02 anos de reclusão, a ser 
cumprida em regime aberto, e multa de 10 dias, à razão unitária mínima, sendo a pena privativa 
de liberdade substituída por duas penas restritivas de direitos, consistentes em prestação de 
serviços à comunidade e limitação de final de semana. A decisão transitou em julgado, para 
ambas as partes, em 25 de novembro de 2015. 
Após a condenação definitiva, Carlos conseguiu emprego fixo em cidade diferente daquela em 
que morava e fora condenado, para onde se mudou, deixando de comunicar tal fato ao juízo 
respectivo, não sendo encontrado no endereço constante nos autos para dar início à execução 
da pena. Por tal motivo, o juiz, provocado pelo Ministério Público converteu, de imediato, as 
penas restritivas de direitos em pena privativa de liberdade, determinando a expedição de 
mandado de prisão. A ordem de prisão foi cumprida em 20 de dezembro de 2019, quando Carlos 
foi ao DETRAN/RJ objetivando a renovação de sua habilitação, certo que, após aquele fato, 
nunca se envolveu em qualquer outro ilícito penal. Desesperada, a família procura você, na 
condição de advogado(a), para a adoção das medidas cabíveis. 
Considerando a situação apresentada, responda, na condição de advogado(a) de Carlos, aos 
itens a seguir. 
 
A) Para questionar a decisão do magistrado de converter a pena restritiva de direitos em 
privativa de liberdade e expedir mandado de prisão, qual o argumento de direito 
processual a ser apresentado? Justifique. (Valor: 0,60) 
 
B) Existe argumento de direito material a ser apresentado para evitar que Carlos cumpra 
a sanção penal imposta na sentença? Justifique. (Valor: 0,65) 
 
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal 
não confere pontuação. 
 
 
 
 
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A) O argumento de direito processual para questionar a decisão de conversão da pena 
restritiva de direitos em pena privativa da liberdade seria a violação do artigo 44, § 4º, do 
Código Penal, uma vez que somente será possível a conversão da pena restritiva de 
direitos por privativa de liberdade se restar demonstrado o descumprimento injustificado. 
No caso, antes da conversão, a defesa deveria ter sido intimada para justificar aquele 
descumprimento, conforme os princípios do contraditório e da ampla defesa, previstos 
no artigo 5º, inciso LV, da Constituição Federal. 
 
B) O argumento de direito material a ser apresentado seria o de que ocorreu a prescrição 
da pretensão executória, com a consequente extinção da punibilidade, nos termos do 
artigo 107, IV, do Código Penal. No caso, o prazo prescricional é de 04 anos, conforme 
artigo 109, inciso V, do Código Penal. E, entre a data do trânsito em julgado (25/11/15), 
inclusive para a acusação, e a data da prisão de Carlos (20/12/19) foi ultrapassado o 
prazo prescricional de 04 anos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Questão 4 - Enunciado 
 
Paulo, estudante, condenado anteriormente por crime culposo no trânsito, em 20/08/2019 
adentrou loja de conveniência de um posto de gasolina e, aproveitando-se de um descuido dos 
funcionários do estabelecimento, furtou todo o dinheiro que se encontrava no caixa. 
Após sair da loja sem ter sua conduta percebida, consumado o delito, Paulo avistou sua antiga 
namorada Jaqueline, que abastecia seu carro no posto de gasolina, e contou-lhe sobre o crime 
que praticara momentos antes, pedindo que Jaqueline, igualmente estudante, primária e sem 
qualquer envolvimento anterior com fatos ilícitos, ajudasse-o a deixar o local, pois notou que os 
empregados do posto já tinham percebido que ocorrera a subtração. Jaqueline, então, dá carona 
a Paulo, que se evade com os valores subtraídos. 
Após instauração de inquérito policial para apurar o fato, os policiais, a partir das câmeras de 
segurança da loja, identificaram Paulo como o autor do delito, bem como o veículo de Jaqueline 
utilizado pelo autor para deixar o local, tendo o Ministério Público denunciado ambos pela prática 
do crime de furto qualificado pelo concurso de agentes, na forma do Art. 155, § 4º, inciso IV, do 
Código Penal. 
Por ocasião do recebimento da denúncia, o juiz indeferiu a representação pela decretação da 
prisão preventiva formulada pela autoridade policial, mas aplicou aos denunciados medidas 
cautelares alternativas, dentre as quais a suspensão do exercício de atividade de natureza 
econômica em relação a Jaqueline, já que ela seria proprietária de um estabelecimento de 
comércio de roupas no bairro em que residia, nos termos requeridos pelo Ministério Público. 
Considerando os fatos acima narrados, responda, na condição de advogado(a) de Jaqueline, 
aos questionamentos a seguir. 
A) Qual argumento de direito material poderá ser apresentado pela defesa técnica de 
Jaqueline para questionar a capitulação delitiva imputada pelo Ministério Público? 
Justifique. (Valor: 0,65) 
 
B) Existe argumento para questionar a medida cautelar alternativa de suspensão da 
atividade econômica aplicada a Jaqueline? Justifique. (Valor: 0,60) 
 
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal 
não confere pontuação. 
 
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A) O argumento de direito material seria o de que Jaqueline não concorreu para o crime 
de furto, já que a sua participação ocorreu somente após a consumação da subtração 
realizada por Paulo. Não houve ajuste prévio entre Jaqueline e Paulo, nem liame 
subjetivo antes ou durante a subtração. Logo, não há que se falar em concurso de 
pessoas, não devendo Jaqueline responder pela prática do furto qualificado. 
 
B) O argumento para questionar a medida cautelar alternativa seria o de que o artigo 319, 
inciso VI, do Código de Processo Penal e o artigo 282, inciso II, do Código de Processo 
Penal, prevê que poderá ser aplicada cautelar de suspensão do exercício da função 
pública ou de atividade de natureza econômica, desde que haja justo receio de sua 
utilização para prática de novas infrações penais. No caso, o fato imputado à Jaqueline 
não tem qualquer relação com a atividade que desenvolve, qual seja, atuar em 
comércio de roupas em estabelecimento do qual seria proprietária. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Padrão Resposta de Treinamento de Provas Anterioresde Ratzana”, com o símbolo e brasão 
da fictícia cidade. A Polícia Militar imediatamente realizou a prisão-captura de Rodrigo, e a 
autoridade policial competente lavrou o auto de prisão em flagrante, enquadrando a conduta de 
Rodrigo ao Art. 289, § 1º, do Código Penal, sem proceder, contudo, à oitiva do custodiado e dos 
Policiais Militares condutores do flagrante, ou mesmo de qualquer testemunha, sem justificativa. 
Em seguida, encaminhou a “nota de culpa” acompanhada da lavratura do auto de prisão em 
flagrante à Justiça competente, na forma da lei processual penal. 
Considerando as informações do enunciado, como advogado de Rodrigo, responda aos itens a 
seguir. 
 
A) Qual a tese de Direito Penal a ser deduzida em favor de Rodrigo? Justifique. (Valor: 
0,60) 
 
B) Qual tese de Direito Processual deve ser sustentada a fim de garantir a liberdade de 
Rodrigo? Justifique. (Valor: 0,65) 
 
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar corretamente sua resposta. A mera citação do 
dispositivo legal não confere pontuação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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A) A tese de Direito Penal a ser deduzida seria a incidência do crime impossível, previsto 
no artigo 17 do Código Penal. Isso porque as notas impressas em folha A4, onde ser lia 
“dólar de Ratzana”, com o símbolo e brasão da fictícia cidade, trata-se de falsificação 
grosseira, absolutamente incapaz de abalar a fé pública, caracterizando a absoluta 
impropriedade do objeto, sendo impossível alcançar a consumação do delito de moeda 
falsa. Além disso, Rodrigo trazia notas impressas como adorno de carnaval, inexistindo, 
portanto, dolo de praticar o delito de moeda falsa. Logo, deve ser excluída a tipicidade 
da conduta. 
 
B) A tese de Direito Processual que deve ser apresentada para garantir a liberdade de 
Rodrigo consiste na nulidade da prisão em flagrante com o consequente relaxamento 
da prisão, com base no art. 310, inciso I, do Código de Processo Penal e/ou art. 5º, 
inciso LXV, da Constituição Federal, uma vez que o auto da prisão em flagrante não 
observou as formalidades exigidas pelo art. 304, caput, do Código de Processo Penal, 
visto que não procedeu a oitiva do custodiado ou do condutor do flagrante ou da 
testemunha, ou a entrega da nota culpa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Questão 4 - Enunciado 
 
Elisa e Cláudio são vizinhos e mantinham relação de animosidade, com inúmeras brigas por 
motivos diversos. Certo dia, após uma destas brigas, Elisa decidiu quebrar os espelhos 
retrovisores do veículo de Cláudio, estacionado na garagem do condomínio. 
Cláudio, de posse dos vídeos das câmeras de vigilância, que flagraram a ação de Elisa, ajuizou 
queixa-crime em desfavor desta, pela prática de delito previsto no Art. 163, caput, do Código 
Penal. 
Em alegações finais, o advogado de Cláudio refutou a alegação de Elisa, no sentido de ter 
ocorrido prescrição da pretensão punitiva, pois a ré é reincidente (ostenta condenação anterior, 
transitada em julgado, pelo delito de ameaça, extinta há menos de cinco anos), razão pela qual 
deve se considerar o prazo prescricional de 4 (quatro) anos, ou seja, acrescido de um terço, 
conforme previsto no Código Penal e, ao fim, requereu apenas a “aplicação do melhor direito, 
para que seja feita justiça”, sem formular pedido de condenação da ré. 
Considere ter decorrido 3 (três) anos e 6 (seis) meses desde a data do recebimento da queixa 
até a presente data. 
Na qualidade de advogado de Elisa, responda aos itens a seguir. 
 
A) Qual a tese de Direito Penal deve ser postulada pela defesa de Elisa? Justifique. (Valor: 
0,65) 
 
B) Qual a tese de Direito Processual Penal deve ser suscitada por Elisa? Justifique. (Valor: 
0,60) 
 
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal 
não confere pontuação. 
 
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 A) A tese de direito penal que deve ser arguida consiste no reconhecimento da 
prescrição da pretensão punitiva, uma vez que a reincidência não influi no prazo de 
prescrição da pretensão punitiva, nos termos do art. 110, do Código Penal e/ou 
Súmula 220 do Superior Tribunal de Justiça. Desta forma, considerando a pena 
máxima de 6 meses do crime de dano simples, e o transcurso do prazo prescricional 
de 3 anos, conforme o artigo 109, VI, do Código Penal, desde a data do recebimento 
da queixa-crime, deve ser reconhecida a ocorrência da prescrição da pretensão 
punitiva, com extinção da punibilidade, nos termos do artigo 107, IV, do Código 
Penal. 
 
B) A tese de direito processual a ser defendida é a perempção, nos termos do Art. 60, 
inciso III, do Código de Processo Penal, pois não houve o pedido de condenação da 
acusada nas alegações finais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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37º Exame 
Enunciado 
 
Ricardo e Roberto, no dia 10/08/2020, às 19 horas, foram flagrados pela Polícia Militar quando 
saíam da agência bancária do Banco Peixe, localizada no centro de Barnabeu, Estado de Campo 
Novo (CN), de posse de equipamentos tipo serrote, chave de fenda e alicate. A Polícia Militar 
fora acionada por vigilantes da agência que, remotamente, por meio de câmeras de segurança, 
acompanharam a ação de Ricardo e Roberto, que tentaram utilizar o serrote para romper a placa 
de aço e, assim, ter acesso ao conteúdo dos caixas eletrônicos da agência. Após 30 minutos de 
tentativas, Ricardo e Roberto deixaram a agência, momento em que, já ao lado de fora, foram 
abordados pelos policiais militares. 
Com base em tais fatos, e constando como elemento informativo produzido no inquérito apenas 
a oitiva dos acusados e dos policiais, Ricardo e Roberto foram denunciados como incursos nas 
penas do Art. 155, § 4º, incisos I e IV, e do Art. 14, inciso II, ambos do Código Penal. 
A denúncia foi distribuída ao Juízo competente da 5ª Vara Criminal da Comarca de Barnabeu-
CN. 
A prisão em flagrante de Ricardo foi convertida em preventiva, para a garantia da ordem pública, 
salientando-se que Ricardo possuía condenação anterior pela prática de furto de caixa eletrônico, 
cuja pena foi cumprida e extinta em 10/04/2019. Já Roberto obteve liberdade provisória na 
audiência de custódia, realizada no dia seguinte à prisão em flagrante. 
Ricardo obteve ordem de habeas corpus, que o pôs em liberdade após 30 (trinta) dias preso, 
condicionada a cautelares diversas da prisão. 
A instrução processual repetiu as provas orais realizadas na fase inquisitiva, tendo sido ouvidos 
os Policiais Militares e, em seguida, realizado o interrogatório dos réus, que confessaram a 
tentativa de arrombamento do caixa eletrônico. Afirmaram que, com o serrote e a chave de fenda, 
tentaram romper a ferragem do caixa ou abrir os parafusos, mas, após cerca de 30 minutos 
dentro da agência, apenas conseguiram realizar arranhões na proteção de aço existente, razão 
pela qual paralisaram a ação e saíram da agência, quando então, do lado de fora, foram 
abordados por Policiais Militares. 
Finalizada a instrução, o Ministério Público não requereu a produção de outras provas. Em 
diligência requerida pela defesa, foi juntado aos autos um ofício do Banco Peixe, que informou 
ao Juízo que a estrutura do caixa eletrônico é de aço, imune à ação mecânica por força humana, 
e que os acusados não lograram danificar a estrutura do caixa eletrônico. Os autos foram 
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enviados ao Ministério Público para manifestação, o qual postulou pela condenação dos 
acusados, nos termos da denúncia. 
O(A) advogado(a) constituído(a) foi intimado(a) no dia 11/04/2023 (terça-feira). 
Considerando apenas as informações expostas, apresente, na condição de advogado(a) 
de Ricardo e Roberto, a peça jurídica cabível, diferente do habeas corpus e embargos de 
declaração, expondo todas as teses pertinentes de direitomaterial e processual. A peça 
deverá ser datada no último dia do prazo para apresentação, devendo segunda a sexta-
feira serem considerados dias úteis em todo o país. (Valor: 5,00) 
 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar 
respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere 
pontuação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 5ª VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE BARNABEU/CN 
 
Processo nº 
 
 
 
 
 
RICARDO e ROBERTO, ambos já qualificados nos autos, por seu 
procurador infra-assinado, com procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença 
de Vossa Excelência apresentar MEMORIAIS, com base no artigo 403, § 3º e/ou artigo 
404, parágrafo único, ambos do Código de Processo Penal. 
 
I) DA TEMPESTIVIDADE 
Os presentes memoriais são tempestivos, visto que apresentados dentro do 
prazo de 5 dias, na forma do artigo 403, § 3º e/ou artigo 404, parágrafo único, ambos do 
Código de Processo Penal. 
 
II) DOS FATOS: 
Os réus Ricardo e Roberto foram denunciados pelo crime de furto qualificado 
pelo rompimento de obstáculo e pelo concurso de pessoas, na forma tentada, nos termos 
do artigo 155, § 4º, incisos I e IV, combinado com o artigo 14, inciso II, ambos do Código 
Penal. 
O réu Ricardo teve sua prisão convertida em preventiva. Por sua vez, o réu 
Roberto teve liberdade provisória concedida em audiência de custódia. 
Os Policiais Militares foram ouvidos e foi realizado o interrogatório dos réus, 
que confessaram a tentativa do delito, afirmando que depois de 30 minutos dentro da 
agência, paralisaram a ação e saíram do local. 
Treinamento de Provas Anteriores 
Após realizada a instrução, em diligência requerida pela defesa, foi 
juntado aos autos um ofício, confirmando que a estrutura do caixa era de aço, e sequer 
foi danificada. 
O Ministério Público requereu a condenação dos réus. 
A defesa foi intimada no dia 11/04/2023, terça-feira. 
 
III) DO DIREITO 
A) DA ATIPICIDADE DA CONDUTA 
Os réus foram denunciados pela tentativa de furto qualificado, por meio 
de rompimento de obstáculo. Todavia, conforme diligência requerida pela defesa, foi 
juntado aos autos ofício do Banco Peixe, informando que a estrutura do caixa eletrônico 
era de aço, sendo imune à ação mecânica por força humana, não sendo, inclusive, 
danificado pela ação dos denunciados. 
Logo, trata-se de crime impossível, já que o meio utilizado pelos 
denunciados era absolutamente ineficaz para consumação do delito de furto, conforme 
artigo 17 do Código Penal. 
Dessa forma, Ricardo e Roberto devem ser absolvidos, diante da 
atipicidade da conduta, conforme artigo 386, inciso III, do Código de Processo Penal. 
 
B) DO AFASTAMENTO DA QUALIFICADORA 
Os réus foram acusados pela prática do crime furto qualificado pelo 
rompimento de obstáculo, previsto no artigo 155, § 4º, inciso I, do Código Penal. Todavia, 
nos termos do artigo 158 do Código de Processo Penal, era indispensável a realização de 
perícia para a incidência da qualificadora do rompimento do obstáculo. 
Logo, diante da ausência de perícia, deve ser afastada a qualificadora de 
rompimento de obstáculo, haja vista a falta de prova comprovando sua incidência. 
 
C) DA CONFISSÃO ESPONTÂNEA 
 
 
 
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Os réus Ricardo e Roberto, em seus interrogatórios, confirmaram a autoria 
delitiva. 
Desta forma, deve ser reconhecida a atenuante da confissão espontânea, 
nos termos do artigo 65, inciso III, alínea “d”, do Código Penal. 
 
D) DA PENA-BASE NO MÍNIMO LEGAL 
Os réus foram denunciados pela prática do crime de furto qualificado, previsto 
no artigo 155, § 4º, incisos I e IV, na forma tentada, conforme artigo 14, inciso II, ambos do 
Código Penal. 
Todavia, conforme o princípio da presunção da inocência, previsto no artigo 
5º, inciso LVII, da Constituição Federal, bem como Súmula 444 do Superior Tribunal de 
Justiça, inquérito policial ou ação penal em curso não autoriza o acréscimo da pena-base no 
mínimo legal. 
 
E) DA REDUÇÃO MÁXIMA PELA TENTATIVA 
Os réus foram denunciados pela prática do crime de furto qualificado, previsto 
no artigo 155, § 4º, incisos I e IV, na forma tentada, conforme artigo 14, inciso II, ambos do 
Código Penal. 
Todavia, na hipótese de condenação, deve ser considerada a redução 
máxima pelo crime na modalidade tentada, ou seja, redução de 2/3, já que os réus ficaram 
longe da consumação. 
 
E) DO REGIME INICIAL 
Considerando que o réu Roberto é primário, que não existem circunstâncias 
desfavoráveis do artigo 59 do Código Penal, e que a pena aplicada não será superior a 04 
anos, na hipótese de eventual condenação, o Magistrado deverá fixar o regime inicial de 
cumprimento de pena aberto, nos termos do artigo 33, §2º, alínea ‘c’, do Código Penal. 
Considerando as circunstâncias judiciais do réu Ricardo, que, embora sendo 
reincidente não possui circunstâncias judiciais desfavoráveis, e que a pena aplicada não será 
superior a 04 anos, na hipótese de eventual condenação, o Magistrado deverá fixar o regime 
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inicial de cumprimento de pena semiaberto, nos termos do artigo 33, §2º, alínea “b”, do 
Código Penal e da Súmula 269 do Superior Tribunal de Justiça. 
 
F) DA DETRAÇÃO 
No decorrer do processo, o réu Ricardo teve sua prisão em flagrante 
convertida em prisão preventiva, ficando recolhido pelo período de trinta dias. Com relação 
ao réu Roberto, o período de recolhimento foi de dois dias. 
Desta forma, devem ser reconhecidos o período de detração, para fins de 
serem considerados na fixação do regime inicial, nos termos do artigo 387, § 2º, do Código 
de Processo Penal. 
 
G) DA PENA RESTRITIVA DE DIREITOS 
O réu Roberto possui direito à substituição da pena privativa de liberdade por 
pena restritiva de direitos, uma vez que preenchidos os requisitos do artigo 44 do Código 
Penal, já que eventual pena não será superior a 4 anos, não é reincidente em crime doloso, 
o crime imputado a ele é sem violência ou grave ameaça. 
IV) DOS PEDIDOS 
Ante o exposto, requerem: 
a) A absolvição, com base no artigo 386, inciso III, do Código de Processo 
Penal; 
b) Seja reconhecida a atenuante da confissão espontânea; 
c) Seja reconhecido o período de detração; 
d) Seja aplicada a pena base no mínimo legal, tendo em vista que não há 
fundamento para reconhecimento de maus antecedentes; 
e) Seja fixado o regime inicial de cumprimento de pena no regime aberto, 
para cumprimento da pena de Roberto, e o regime inicial de cumprimento de pena no 
regime semiaberto para cumprimento da pena de Ricardo; 
f) Seja substituída a pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, 
 
 
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 com relação ao réu Roberto. 
 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local..., 17 de abril de 2023. 
Advogado... 
OAB... 
 
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Questão 1 - Enunciado 
Em 15 de julho de 2020, surgiu uma calorosa discussão entre os amigos Pedro e Júnior, durante 
uma comemoração de aniversário em um bar da cidade. Pedro, sem querer mais discussões, 
levantou-se para ir embora. Júnior, ainda transtornado, olhou para a porta do bar e, vendo que o 
amigo ia embora, arremessou uma caneca de cerveja contra ele, no intuito de lesioná-lo. Ocorre 
que Júnior errou o alvo e acabou acertando seu próprio irmão, Geraldo, que usava uma camisa 
idêntica à de Pedro, causando-lhe lesão leve. Em 16 de julho de 2020, a lesão leve foi atestada 
em laudo pericial e o fato foi registrado na Delegacia, por Pedro e Geraldo, que acharam absurda 
a reação de Júnior. Em 23 de julho de 2020, Pedro e Geraldo mudaram de ideia. Eles retornaram 
à Delegacia, afirmando que Júnior tem sangue quente e que não merecia ser processado, porque 
era boa pessoa.Relataram que se conhecem há muitos anos, que é comum discutirem daquela 
forma e que já tinham esquecido o ocorrido. Em 30 de março de 2021, o Ministério Público 
ofereceu denúncia em face de Júnior, como incurso nas sanções do Art. 129, caput, agravada 
pelo Art. 61, inciso II, alínea e, ambos do CP, crime de lesão corporal leve agravado por ter sido 
cometido contra irmão. 
Sobre o caso narrado, responda aos itens a seguir. 
 
A) Qual o argumento de direito processual que pode ser alegado em favor de Júnior para 
o não recebimento da denúncia? Justifique. (Valor: 0,60) 
 
B) É cabível a incidência da agravante imputada em desfavor de Júnior? Justifique. (Valor: 
0,65) 
 
 
Obs.: O(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal 
não confere pontuação. 
 
 
 
 
 
 
 
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A) O argumento de direito processual é de que houve a retratação da representação, 
uma vez que antes do oferecimento da denúncia, Geraldo manifestou não ter interesse 
em processar Júnior, nos termos do artigo 25 do Código de Processo Penal. Desse 
modo, tendo em vista a ausência de procedibilidade para a ação penal pública 
condicionada, deve ser rejeitada a denúncia, nos termos do artigo 395, inciso II, do 
Código de Processo Penal. 
 
B) Não é cabível a incidência da agravante imputada em desfavor de Júnior, uma vez que 
houve erro de tipo acidental, tendo Júnior errado quanto à pessoa a ser atingida, conforme 
previsto no artigo 20, § 3º do Código Penal. Desse modo, não devem ser consideradas as 
condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem Júnior queria atingir, 
incidindo no caso, o artigo 73, do Código Penal, tendo em vista o erro na execução. 
Assim, deve ser afastada a agravante do artigo 61, inciso II, alínea “e” do Código Penal
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Questão 2 - Enunciado 
Luís, sócio administrador de Exatas Contábeis S/A, foi condenado pela supressão de tributos 
praticada pela prestação de informações falsas às autoridades fazendárias (Art. 1º, inciso I, da 
Lei nº 8.137/90), apurado definitivamente em procedimento fiscal, no montante de R$ 
1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais). A sentença condenou o acusado a uma pena 
de dois anos de reclusão, em regime aberto, substituída por duas penas restritivas de direito a 
serem fixadas pelo MM Juízo de Execução Penal. Expedida a carta de execução ao Juízo de 
Execução Penal, este fixou as penas restritivas substitutivas da pena privativa de liberdade em 
prestação de serviços à comunidade, em jornada semanal de 8h (oito horas), calculada à razão 
de uma hora por dia de condenação, e prestação pecuniária, esta equivalente ao valor do 
prejuízo apurado (R$ 1.500.000,00). Insatisfeito com a decisão do Juiz de Execução Penal, 
Luís solicita que você, como advogado(a), adote as providências necessárias à observância da 
legalidade estrita na aplicação das penas restritivas de direitos. Na qualidade de advogado de 
Luís, responda aos itens a seguir. 
 
A) Qual o recurso cabível contra a decisão mencionada? Fundamente. (Valor: 0,60) 
 
B) Qual o argumento de mérito a ser deduzido em favor de Luís? Fundamente. (Valor: 
0,65) 
 
Obs.: O(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal 
não confere pontuação. 
 
 
 
 
 
 
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A) O recurso cabível contra a decisão mencionada pelo Juízo de Execução Penal, é o 
Agravo em Execução, nos termos do artigo 197 da Lei de Execução Penal. 
B) O argumento de mérito a ser deduzido em favor de Luís, é de que a pena de 
prestação pecuniária tem o limite de valor de 360 salários mínimos, conforme prevê o 
artigo 45, § 1º do Código Penal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Questão 3 - Enunciado 
Débora e Cristiane são amigas e se encontraram em um restaurante. Durante o almoço, elas 
começaram a conversar, de forma reservada e sem expectativa de estarem sendo ouvidas por 
terceiros, sobre Jéssica, conhecida de ambas. As amigas mencionaram que Jéssica era “ridícula” 
e que “se acha”. Jenifer, amiga de Jéssica, sem que Débora e Cristiane percebessem, 
aproximou-se da mesa de ambas de forma discreta e iniciou uma gravação ambiental (com 
amplificação sonora), captando o áudio da conversa com todas as qualidades negativas que 
Débora e Cristiane atribuiam a Jéssica. Jenifer entregou a gravação à ofendida. De posse da 
referida gravação ambiental, Jéssica ajuízou uma queixacrime contra Débora e Cristiane, dando-
as como incursas nas penas do Art. 140, caput, do Código Penal. Na qualidade de advogado(a) 
contratado(a) por Débora e Cristiane, responda às questões a seguir. 
 
A) Qual a tese de direito processual a ser deduzida em favor das quereladas, notadamente, 
sobre a prova utilizada para embasar a queixa? Justifique. (Valor: 0,60) 
 
B) Qual a tese de direito material a ser deduzida em favor das quereladas? Justifique. 
(Valor: 0,65) 
 
Obs: O examinando deve fundamentar corretamente sua resposta. A simples menção ou 
transcrição do dispositivo legal não pontua. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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A) A tese de direito processual a ser deduzida em favor das quereladas é de que a prova 
utilizada é ilícita, já que a captação ambiental foi realizada sem autorização judicial, 
conforme prevê o artigo 8º-A da Lei nº 9.296/96. Logo, trata-se de prova ilícita, nos termos 
do artigo 157 do Código de Processo Penal, e/ou artigo 5º, inciso LVI da Constituição 
Federal. 
 
B) A tese de direito material que pode ser utilizada é que o delito de injúria requer o dolo 
direto de causar ofensa à honra subjetiva da vítima, uma vez que se trata de crime doloso. 
Desse modo, não havendo a intenção de atingir a honra subjetiva de Jéssica, a conduta 
é atípica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Questão 4 - Enunciado 
Lúcio e Adamastor, em comunhão de ações e desígnios, com o emprego de arma de fogo, 
subtraíram o veículo dirigido pela vítima, Vilma. Pela dinâmica delituosa, Lúcio empunhava a 
arma de fogo contra a cabeça da vítima, enquanto Adamastor exigia a entrega das chaves do 
veículo, sob palavras de ordem e graves ameaças contra a vida de Vilma, afirmando que “caso 
não entregasse o veículo, levaria um tiro.” Ambos foram condenados, sendo que Lúcio e o 
Ministério Público não recorreram da condenação. Adamastor, por meio de sua defesa técnica 
(distinta da defesa de Lúcio), interpôs recurso, alegando que a arma de fogo era portada apenas 
por Lúcio e que esta era incapaz de produzir disparos. Lúcio afirma ao advogado que se sentiu 
traído pelo argumento deduzido por Adamastor, sendo sua intenção, apenas, que ambos 
tivessem a mesma condenação. Na qualidade de advogado de Lúcio, responda às questões a 
seguir. 
 
A) A primeira tese recursal pode garantir tratamento penal mais vantajoso a Adamastor? 
Justifique, levando em consideração o Direito Penal aplicável. (Valor: 0,60) 
 
B) Caso o Tribunal acolha a segunda tese recursal de Adamastor, esta poderia ser 
aproveitada a Lúcio? Justifique, considerando as normas de Direito Processual Penal 
aplicáveis. (Valor: 0,65) 
 
Obs: O examinando deve fundamentar corretamente sua resposta. A simples menção ou 
transcrição do dispositivo legal não pontua. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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A) A tese recursal, no sentido do afastamento da majorante do emprego de arma de 
fogo, uma vez que somente Lúcio a portava, não poderá garantir tratamento mais 
vantajoso a Adamastor, pois o emprego de arma de fogo se trata de circunstância 
objetiva, razão pela qual se comunica entre os agentes, nos termos do artigo 30 do 
CódigoPenal, que prevê a incomunicabilidade das circunstâncias pessoais. Nesse 
caso, mesmo que apenas Lúcio portasse a arma de fogo, havia concurso de pessoas, 
sendo o emprego de arma uma circunstância objetiva, comunicando-se assim todos os 
coautores. 
 
B) Sim, esta tese poderia ser aproveitada por Lúcio, tendo em vista o efeito extensivo 
do recurso, que foi embasado em circunstância objetiva, na forma do artigo 580, do 
Código de Processo Penal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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36º Exame 
Enunciado 
 
No dia 31 de dezembro de 2019, Matheus, nascido em 10 de fevereiro de 2000, compareceu a 
uma festa de Ano Novo, em Vitória, Espírito Santo, juntamente com seus amigos. Animados com 
o evento, os amigos de Matheus ingeriram grande quantidade de bebida alcoólica, enquanto 
Matheus permaneceu bebendo somente água tônica, pois sabia que tinha intolerância ao álcool 
e que qualquer pequena quantidade de bebida alcoólica já o colocaria em situação de 
embriaguez. Ocorre que, em determinado momento, solicitou água tônica ao funcionário do bar, 
que, contudo, em erro, entregou a Matheus o drink “gin tônica”, que é feito com uma dose de gin 
misturada com água tônica. Matheus, com sede, deu um grande gole na bebida, vindo a ficar 
completamente embriagado, em razão da intolerância ao álcool. 
Sentindo-se mal, quando deixava o local dos fatos, Matheus é surpreendido com a presença de 
Caio, 25 anos, com quem já discutira em diversas oportunidades em jogos de futebol. Caio, ao 
verificar a situação de completa embriaguez de seu rival, começa a rir, momento em que Matheus 
usa a garrafa de refrigerante, de vidro, que estava em suas mãos, para desferir um golpe na 
cabeça de Caio. 
Caio é imediatamente encaminhado para o hospital e, após atendimento médico, comparece à 
Delegacia, narra o ocorrido e informa que teve de levar 15 pontos na cabeça, razão pela qual 
ficaria incapacitado de trabalhar por 45 dias. Em razão da dor que sentia na cabeça, deixou de 
comparecer, naquele momento, para a realização de exame de corpo de delito, informando, 
ainda, que não teve acesso ao Boletim de Atendimento Médico (BAM) no hospital, não sabendo 
se ele foi, efetivamente, realizado. 
Concluído o procedimento, o inquérito foi encaminhado ao Ministério Público, que, com base 
apenas nas declarações de Caio, ofereceu denúncia em face de Matheus, perante a 2ª Vara 
Criminal de Vitória/ES, imputando-lhe a prática do crime do Art. 129, § 1º, inciso I, do Código 
Penal. Informou o Parquet que deixou de oferecer proposta de suspensão condicional do 
processo, em razão da significativa pena máxima prevista para o delito (05 anos de reclusão), 
bem como diante da Folha de Antecedentes Criminais, que registrava apenas uma condenação 
anterior de Matheus, com trânsito em julgado no ano de 2018, pela prática da infração prevista 
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no Art. 42 do Decreto-lei no 3.688/41. Como documentação, o Ministério Público apresentou 
apenas imagens da câmera de segurança do local da festa e a Folha de Antecedentes Criminais. 
Após recebimento da denúncia, Matheus foi pessoalmente citado e intimado para adoção das 
medidas cabíveis, em 16 de novembro de 2022, quarta-feira, data em que os mandados foram 
juntados aos autos, vindo a procurar seu advogado para assistência técnica. Informou ao patrono 
que, na data dos fatos, realizou exame de alcoolemia e atendimento médico, que constatou que 
ele se encontrava completamente embriagado em razão da ingestão de bebida alcóolica (gin) e 
sua intolerância, bem como, que era inteiramente incapaz de determinar-se sobre o caráter ilícito 
do fato. Forneceu, ainda, o nome do funcionário do bar que teria lhe atendido (Carlos) e dos seus 
amigos José e Antônio, que teriam presenciado os fatos. Confirmou, todavia, que desferiu o golpe 
de garrafa na cabeça de Caio, que deixou o local com sangramento. 
Considerando a situação narrada, apresente, na qualidade de advogado de Matheus, a 
peça jurídica cabível diferente de habeas corpus e embargos de declaração, expondo 
todas as teses jurídicas de direito material e direito processual pertinentes. A peça deverá 
ser datada no último dia do prazo, considerando que de segunda a sexta-feira são dias 
úteis em todo o país. (Valor: 5,00) 
 
Obs.: A peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar 
respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere 
pontuação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE VITÓRIA/ES 
 
Processo nº 
 
 
Matheus, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado, com 
procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência apresentar 
RESPOSTA À ACUSAÇÃO, com base no artigo 396 e 396-A, ambos do Código de 
Processo Penal, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: 
 
I) DA TEMPESTIVIDADE 
A presente Resposta à Acusação é tempestiva, uma vez que apresentada 
dentro do prazo de 10 dias, na forma do artigo 396 do Código de Processo Penal. 
 
II) DOS FATOS 
O réu foi denunciado pelo crime de lesão corporal qualificada, previsto no 
artigo 129, §1º, inciso I, do Código Penal. 
Após o recebimento da denúncia, Matheus foi pessoalmente citado e 
intimado para adoção das medidas cabíveis, em 16 de novembro de 2022, quarta-feira. 
 
III) DO DIREITO 
A) DA AUSÊNCIA DE EXAME DE CORPO DE DELITO 
A denúncia deve ser rejeitada ou declarada a nulidade do recebimento da 
denúncia. Isso porque o crime de lesão corporal qualificada deixa vestígios, sendo, 
portanto, indispensável o exame de corpo de delito, conforme artigo 158 do Código de 
Processo Penal, não bastando as declarações do ofendido para comprovar a 
materialidade do delito. 
 
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No caso, a vítima deixou de realizar o exame de corpo de delito, em razão 
de dores na cabeça, não havendo informações sobre a realização ou juntada do Boletim 
de Atendimento Médico. 
Logo, diante da falta de justa causa, a denúncia deve ser rejeitada, conforme 
prevê o artigo 395, inciso III, do Código de Processo Penal, bem como reconhecida a 
nulidade do recebimento da denúncia, conforme o artigo 564, III, “b”, do Código de 
Processo Penal. 
 
B) DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO 
Deve ser declarada a nulidade do processo, diante da falta de proposta de 
suspensão condicional do processo. 
Isso porque deve ser proposta a suspensão condicional do processo quando 
a pena mínima cominada ao delito imputado for de até 01 ano, bem como não estar sendo 
processado ou possuir condenação pela prática de crime, nos termos do artigo 89 da Lei 
9.099/95. 
No caso, havia informação de que Matheus registrava contra si apenas uma 
condenação anterior pela prática da contravenção penal prevista no artigo 42 do Decreto-
lei nº 3.688/41. 
Logo, deve ser declarada a nulidade dos atos processuais, uma vez que a 
condenação anterior por contravenção penal não impede a proposta de suspensão 
condicional do processo. 
 
C) DA EMBRIAGUEZ COMPLETA ACIDENTAL 
O réu agiu em embriaguez completa e acidental, decorrente de caso fortuito, 
causa de exclusão da culpabilidade, nos termos do artigo 28, § 1º, do Código Penal. 
Isso porque, conforme exame de alcoolemia, foi constatado que Matheus 
estava completamente embriagado ao tempo do fato, em razão de situação não esperada, 
uma vez que solicitou água tônica ao funcionário do bar, mas este, por erro, entregou a 
Matheus o drink “gin tônica”. 
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Logo, deve Matheus ser absolvido sumariamente, conforme artigo 397, 
inciso II, do Código de Processo Penal. 
 
IV) DO PEDIDOAnte o exposto, requer o denunciado: 
a) Nulidade do ato de recebimento da denúncia, com base no artigo 564, III, 
“b”, do Código de Processo Penal OU rejeição da denúncia, com base no artigo 395, III, 
do Código de Processo Penal; 
b) Nulidade do processo OU encaminhamento dos autos ao Ministério 
Público, para oferecimento da proposta de suspensão condicional do processo; 
c) Absolvição sumária, com base no artigo 397, inciso II, do Código de 
Processo Penal; 
d) Produção de todas as provas admitidas em direito, especialmente a 
testemunhal OU indicação do rol de testemunhas. 
 
ROL DE TESTEMUNHAS 
a) Carlos... 
b) José... 
c) Antônio... 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local..., 28 de novembro de 2022. 
 
Advogado... 
OAB... 
 
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Questão 1 - Enunciado 
Ana Beatriz foi denunciada pelo Ministério Público pela prática dos crimes de falsificação de 
documento particular (Art. 298 do CP) e estelionato (Art. 171 do CP), em concurso material (Art. 
69 do CP), por ter obtido vantagem patrimonial ilícita às custas da vítima Rita (pessoa civilmente 
capaz e mentalmente sã, à época com 21 anos de idade), induzindo-a e mantendo-a em erro, 
mediante meio fraudulento. Segundo narra a denúncia, em julho de 2020 Ana Beatriz falsificou 
bilhete de loteria premiado e o vendeu para Rita por metade do valor do suposto prêmio, 
alegando urgência em receber valor em espécie para poder custear cirurgia da sua filha. Rita, 
envergonhada, não procurou as autoridades públicas para solicitar a apuração dos fatos. A 
denúncia foi oferecida ao Juízo competente em dezembro de 2020. 
Sobre a hipótese, responda aos itens a seguir. 
 
A) Qual é a tese jurídica de mérito que pode ser invocada pela defesa técnica de Ana 
Beatriz? Justifique. 
(Valor: 0,65) 
 
B) Qual é a tese jurídica processual que pode ser invocada pela defesa técnica de Ana 
Beatriz? Justifique. 
(Valor: 0,60) 
 
 Obs.: O(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal 
não confere pontuação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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A) A tese jurídica de mérito que pode ser alegada é a ocorrência do princípio da 
consunção, nos termos da Súmula 17 do Superior Tribunal de Justiça. Isso porque Ana 
Beatriz falsificou bilhete de loteria premiado com o fim de praticar o delito de 
estelionato. Dessa forma, o crime-meio de falsificação de documento particular é 
absorvido pelo crime-fim de estelionato. 
 
B) A tese jurídica processual seria a falta de representação da vítima, devendo ser 
rejeitada a denúncia, por falta de condição de procedibilidade, nos termos do artigo 
395, II, do Código de Processo Penal. Isso porque o crime de estelionato é, via de 
regra, de ação penal pública condicionada à representação, conforme prevê o artigo 
171, § 5º, do Código Penal, e, no caso, a vítima Rita, envergonhada com o fato, não 
procurou as autoridades públicas para solicitar a apuração dos fatos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Questão 2 - Enunciado 
David foi denunciado pela prática do crime de descaminho (Art. 334 do Código Penal), por 
supostamente ter importado contêiner contendo 1 tonelada de materiais têxteis de procedência 
estrangeira sem a quitação do imposto de importação devido à União, que soma R$ 750,00 
(setecentos e cinquenta reais). Na cota que acompanha a denúncia, o Ministério Público Federal 
se manifestou pelo não oferecimento de proposta de suspensão condicional do processo a David, 
pois o acusado possui anotação na sua Folha de Antecedentes Criminais (FAC), relativa à 
condenação definitiva à pena de multa pelo crime de ameaça (Art. 147 do Código Penal). Sobre 
a hipótese apresentada, responda aos itens a seguir. 
 
A) Qual é a tese de mérito que pode ser invocada pelo Defensor técnico de David no caso 
concreto? Justifique. (Valor: 0,65) 
 
B) Qual é a questão preliminar ao mérito que pode ser invocada pelo Defensor técnico de 
David no caso concreto? Justifique. (Valor: 0,60) 
 
Obs.: O(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal 
não confere pontuação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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A) A tese de mérito que pode ser alegada é a de atipicidade da conduta, em razão do 
reconhecimento do princípio da insignificância/bagatela. No caso, David foi 
denunciado por supostamente ter importado contêiner contendo 1 tonelada de 
materiais têxteis de procedência estrangeira sem a quitação do imposto de importação 
devido à União, que soma R$ 750,00. 
Todavia, conforme as atualizações efetivadas pelas Portarias nº 75 e 130, ambas do 
Ministério da Fazenda, a União está dispensada de ajuizar ações de cobrança de 
tributos cujo valor esteja aquém do patamar de R$ 20.000.00. Além disso, o valor 
iludido não chega a R$ 1.000,00, conforme art. 20, § 2º, da Lei nº 10.522/02. 
 
B) A questão preliminar ao mérito que pode ser alegada seria o cabimento da suspenção 
condicional do processo, já que preenchidos os requisitos do artigo 89 da Lei 9099/95. 
Isso porque a condenação anterior à pena de multa não inviabiliza a suspenção 
condicional do processo, por aplicação analógica do artigo 77, §1º, do Código Penal. 
Dessa forma, a defesa deve requerer a remessa dos autos à autoridade superior do 
Ministério Público Federal, nos termos da Súmula 696 do Supremo Tribunal Federal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Questão 3 - Enunciado 
Marcelo, condenado em regime semiaberto, formulou, por meio de sua defesa técnica, pedido 
de remição de penas em razão de trabalho realizado no curso da execução, o qual é executado 
mediante supervisão de seu empregador e com autorização do Juiz da Vara de Execuções 
Penais. O Juízo, contudo, indeferiu o pedido, sob o argumento de que Marcelo está em prisão 
domiciliar, ante a ausência de vagas do regime semiaberto do Estado. Assim, por analogia com 
o regime aberto, Marcelo não pode usufruir da remição por trabalho, indeferindo o pedido. A 
defesa interpôs Agravo em Execução no prazo de cinco dias da intimação da decisão, o qual foi 
inadmitido, sob o fundamento de não estar acompanhado das razões respectivas. 
Na qualidade de advogado de Marcelo, responda às perguntas a seguir. 
 
A) Qual o recurso cabível contra a decisão do Juiz que inadmitiu o recurso interposto? 
Justifique. (Valor: 0,65) 
 
B) Qual o direito material a ser pleiteado por Marcelo? Justifique. (Valor: 0,60) 
 
Obs: O examinando deve fundamentar corretamente sua resposta. A simples menção ou 
transcrição do dispositivo legal não pontua. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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A) O recurso cabível seria a Carta Testemunhável, com base no artigo 639, inciso I, do 
Código de Processo Penal. 
 
 A tese de direito material que pode ser utilizada é a de que o condenado tem direito à 
remição de pena pelo trabalho, já que o condenado que cumpre pena em regime 
semiaberto poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte de execução da pena, nos 
termos do artigo 126, caput, da Lei 7210/84 (LEP). Logo, apenas o regime aberto 
inadmite a remição de penas por trabalho, sendo inviável a aplicação de analogia 
prejudicial ao réu.
 
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Questão 4 - Enunciado 
Juntos, Bruno, Leila, Valter e Vinícius cometeram determinado ilícito em 2016. O processo veio 
a ser desmembrado, de forma que Bruno aceitou a suspensão condicional do processo, em 2017; 
Leila foi condenada, definitivamente, em 2018, tendo terminado de cumprir a sua condenação 
em 2020; Valter foi condenado em primeira instância, porém, interpôs recurso, vindo a transitar 
em julgado o acórdão condenatório em 2022;e Vinícius, por sua vez, não foi encontrado para 
ser citado, tendo o processo sido suspenso, assim como o prazo prescricional, na forma do Art. 
366 do CPP. Em 2021, os amigos se reúnem e praticam novo ilícito penal, sem violência ou 
grave ameaça à pessoa. Na qualidade de advogado de todos eles, responda às questões a 
seguir. 
 
A) À vista dos antecedentes criminais mencionados, e considerando preenchidos todos 
os demais requisitos legais, há algum acusado(s) impedido(s) de se beneficiar, em tese, 
de oferta de acordo de não persecução penal? justifique. (Valor: 0,60) 
 
B) Caso condenado(s) pelo novo fato, se fixada pena abaixo de quatro anos, qual(is) 
acusado(s) poderá(ão) se beneficiar do regime aberto? justifique. (Valor: 0,65) 
 
 Obs: O examinando deve fundamentar corretamente sua resposta. A simples menção ou 
transcrição do dispositivo legal não pontua. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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A) Leila e Bruno estão impedidos de se beneficiar de Acordo de Não Persecução 
Penal. O acusado Bruno está impedido em virtude de ter sido beneficiado com a 
suspensão condicional do processo nos 5 anos anteriores ao cometimento da 
infração, conforme dispõe o artigo 28-A, §2º, III, do Código de Processo Penal. Já 
a acusada Leila está impedida em virtude de ser reincidente, conforme o artigo 28-
A, §2º, II, do Código de Processo Penal. 
 
B) Poderão se beneficiar do regime aberto, em tese, os acusados Bruno, Valter e 
Vinícius, uma vez que são considerados primários, de acordo com o artigo 33, §2º, 
“c”, do Código Penal. Dessa forma, apenas a acusada Leila não seria beneficiada 
com o regime aberto, uma vez que é reincidente, incidindo para ela 
obrigatoriamente o regime inicial, ao menos, semiaberto. 
 
 
 
 
 
 
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35º Exame 
Enunciado 
 
No dia 04 de março de 2019, Júlio, insatisfeito com a falta de ajuda de sua mãe no tratamento 
que vinha fazendo contra dependência química, decide colocar fogo no imóvel da família em 
fazenda localizada longe do centro da cidade. Para tanto, coloca gasolina na casa, que estava 
desabitada, e acende um fósforo, sendo certo que o fogo gerado destruiu de maneira significativa 
o imóvel, que era completamente afastado de outros imóveis, e, como ninguém costumava 
passar pelo local, o crime demorou algumas horas para ser identificado. 
Júlio foi localizado, confessou a prática delitiva e, realizado exame de alcoolemia, foi constatado 
que se encontrava completamente embriagado, sem capacidade de determinação do caráter 
ilícito do fato, em razão de situação não esperada, já que ele solicitou uma água com gás e limão 
em determinado bar, mas o proprietário, sem que Júlio soubesse, misturou cachaça na bebida, 
que ingerida junto com o remédio que vinha tomando para combater a dependência química, 
causou sua embriaguez. Foi, ainda, realizado exame de local, constando da conclusão que o 
imóvel foi destruído, havendo prejuízo considerável aos proprietários, mas que não havia 
ninguém no local no momento do crime e nem outras pessoas ou bens de terceiros a serem 
atingidos. 
Com base em todos os elementos informativos produzidos, o Ministério Público ofereceu 
denúncia em face de Júlio, perante a 2ª Vara Criminal da Comarca de Florianópolis/SC, juízo 
competente, imputando-lhe a prática do crime do Art. 250 do Código Penal. Foi concedida 
liberdade provisória. Após citação e apresentação de defesa, entendeu o magistrado por realizar 
produção antecipada de provas, ouvindo as vítimas antes da audiência de instrução e 
julgamento, motivando sua decisão no risco de esquecimento, já que a pauta de audiência de 
processos de réu solto estava para data longínqua, tendo a defesa questionado a decisão. 
Após oitiva das vítimas, foi agendada audiência de instrução e julgamento, que foi realizada em 
05 de março de 2021, ocasião em que os fatos acima narrados foram confirmados. Em seu 
interrogatório, o réu confirmou a autoria delitiva, destacando que pouco, porém, se recordava 
sobre o ocorrido. Após apresentação da manifestação cabível pelas partes, o juiz proferiu 
sentença condenando o réu nos termos da denúncia. No momento de aplicar a pena base, 
reconheceu a existência de maus antecedentes, aumentando a pena em 03 meses, tendo em 
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vista que, na Folha de Antecedentes Criminais, acostada ao procedimento, constava uma 
condenação de Júlio pela prática do crime de tráfico, por fato ocorrido em 20 de abril de 2019, 
cujo trânsito em julgado ocorreu em 10 de março de 2020. Na segunda fase, reconheceu a 
presença da agravante do Art. 61, inciso II, alínea b, do Código Penal, aumentando a pena em 
05 meses, já que o meio empregado por Júlio poderia resultar perigo comum. Não foram 
reconhecidas atenuantes da pena. Na terceira fase, não foram aplicadas causas de aumento ou 
de diminuição de pena, sendo mantida a pena de 03 anos e 8 meses de reclusão e multa de 15 
dias, a ser cumprida em regime semiaberto, não sendo substituída a privativa de liberdade por 
restritiva de direitos com base no Art. 44, III, do CP. Intimado da sentença, o Ministério Público 
se manteve inerte, sendo a defesa técnica de Júlio intimada em 11 de julho de 2022, segunda-
feira. 
Considerando apenas as informações narradas, na condição de advogado(a) de Júlio, 
redija a peça jurídica cabível, diferente de habeas corpus e embargos de declaração, 
apresentando todas as teses jurídicas pertinentes. A peça deverá ser datada no último dia 
do prazo para interposição, considerando que todos os dias de segunda a sexta-feira são 
úteis em todo o país. (Valor: 5,00) 
 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar 
respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere 
pontuação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE FLORIANÓPOLIS/SC 
 
Processo nº 
 
 
 
 
JÚLIO, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado, com 
procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência interpor 
RECURSO DE APELAÇÃO, com base no artigo 593, inciso I, do Código de Processo 
Penal. 
Assim, requer seja recebido e processado o recurso, já com as razões 
inclusas, remetendo-se os autos ao Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina. 
O presente recurso é tempestivo, visto que interposto dentro do prazo de 
5 dias, na forma do artigo 593, caput, do Código de Processo Penal 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local...,18 de julho de 2022. 
 
Advogado... 
OAB... 
 
 
 
 
 
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EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA 
Apelante: Júlio 
Apelado: Ministério Público 
Processo nº 
 
RAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO 
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina 
Colenda Câmara Criminal 
 
I) DOS FATOS 
O réu foi denunciado pela prática do crime previsto no artigo 250 do Código 
Penal. 
Após apresentação da manifestação cabível pelas partes, o Juiz proferiu 
sentença, condenando Júlio nos termos da denúncia. 
O Ministério Público não interpôs recurso. 
A defesa foi intimada da sentença no dia 11 de julho de 2022, segunda-feira. 
 
II) DO DIREITO 
A) DA NULIDADE DA OITIVA DAS VÍTIMAS 
Deve ser anulada a oitiva das vítimas. 
Isso porque mero decurso natural do tempo não é fundamento idôneo para 
justificar tal medida. No caso, o magistrado determinou a produção antecipada da prova 
simplesmente porque a data da audiência de instrução e julgamento estava longe, sem 
qualquer fato concreto a indicar o risco de perecimento da prova. 
Diante disso, considerando ainda o inconformismo manifestadopela defesa, 
requer a nulidade da oitiva das vítimas, com base no artigo 225 do Código de Processo 
Penal ou Art. 564, inciso IV, do Código de Processo Penal e Súmula 455 do Superior 
Tribunal de Justiça. 
 
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B) DA ATIPICIDADE DA CONDUTA OU DESCLASSIFICAÇÃO 
O fato atribuído ao réu é atípico, já que não se enquadra no crime previsto no 
artigo 250 do Código Penal. 
O crime de incêndio exige perigo comum, sendo necessário que o agente 
exponha a perigo a vida, integridade física ou patrimônio de outrem, causando risco para 
número indeterminado de pessoas. 
No caso, o réu colocou fogo em um imóvel isolado, sendo constatado na perícia 
que não havia pessoas ou bens de terceiros nas proximidades para serem atingidos 
Logo, trata-se de atipicidade da conduta, ou, no máximo, crime de dano 
qualificado, previsto no artigo 163, parágrafo único, inciso II, do Código Penal. 
Dessa forma, deve Júlio ser absolvido, diante da atipicidade da conduta, 
conforme artigo 386, inciso III, do Código de Processo Penal OU deve ser o fato 
desclassificado para o crime de dano qualificado. 
 
C) DA EMBRIAGUEZ COMPLETA ACIDENTAL 
O recorrente praticou o fato com embriaguez completa e acidental, causa de 
exclusão da culpabilidade, em razão da inimputabilidade, nos termos do artigo 28, § 1º, do 
Código Penal. 
Isso porque, conforme exame de alcoolemia, foi constatado que Júlio estava 
completamente embriagado ao tempo do fato, em razão de situação não esperada, já que o 
proprietário do bar, sem que Júlio soubesse, misturou cachaça na bebida. 
Logo, deve Júlio ser absolvido, conforme artigo 386, inciso VI, do Código de 
Processo Penal. 
 
D) DOS MAUS ANTECEDENTES 
A pena-base deveria ser fixada no mínimo legal, uma vez que o fato que o 
tráfico de drogas, que ensejou a condenação definitiva, foi praticado no dia 20 de abril de 
2019, depois, portanto, da suposta prática do crime de incêndio no dia 04 de março de 
2019. 
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Logo, antes da acusação do crime de incêndio, não existia qualquer fato delituoso 
por parte do réu. 
 Dessa forma, devem ser afastados os maus antecedentes, devendo a pena-base 
ser aplicada no mínimo legal. 
 
E) DO AFASTAMENTO DA AGRAVANTE 
Deve ser afastada a agravante do artigo 61, inciso II, alínea “d”, do Código Penal, 
uma vez que a situação de perigo comum já é elementar do tipo imputado, de modo que a 
agravante do artigo 61, inciso II, alínea “d”, do Código Penal deve ser afastada, por configurar 
bis in idem. 
 
F) DA CONFISSÃO ESPONTÂNEA 
O recorrente, em seu interrogatório, confirmou a autoria delitiva. Desta forma, 
deve ser reconhecida a atenuante da confissão espontânea, nos termos do artigo 65, inciso III, 
alínea “d”, do Código Penal. 
. 
G) DO REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO DE PENA 
Considerando a aplicação da pena no mínimo legal, em eventual condenação, 
deve ser fixado o regime inicial aberto para cumprimento da pena, conforme artigo 33, §2º, alínea 
“c”, do Código Penal, já que não será superior a 4 anos. 
 
H) DA PENA RESTRITIVA DE DIREITOS 
O réu possui direito à substituição da pena privativa de liberdade por pena 
restritiva de direitos, tendo em vista que estão presentes todos os requisitos do artigo 44 do 
Código Penal, já que primário, o crime foi praticado sem violência ou grave ameaça à pessoa, 
e eventual pena não será superior a 4 anos. 
 
III) DOS PEDIDOS 
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Ante o exposto, requer seja CONHECIDO e PROVIDO o recurso, com a 
REFORMA da decisão, a fim de que: 
a) Seja reconhecida a nulidade na oitiva das vítimas; 
b) Seja declarada a absolvição do crime de incêndio em razão da 
atipicidade da conduta; 
c) Seja declarada a absolvição do crime de incêndio em razão da 
ausência de culpabilidade; 
d) Seja aplicada a pena base no mínimo legal, tendo em vista que não há 
fundamento para reconhecimento de maus antecedentes; 
e) Seja afastada a agravante reconhecida na sentença; 
f) Seja reconhecida a atenuante da confissão espontânea; 
g) Seja fixado o regime inicial de cumprimento de pena no regime aberto, 
para cumprimento da pena; 
h) Seja substituída a pena privativa de liberdade por restritiva de direitos; 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local..., 18 de julho de 2022. 
 
Advogado... 
OAB... 
 
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Questão 1 - Enunciado 
Pedro, nascido em 20 de janeiro de 2000, foi condenado, definitivamente, pela prática do crime 
furto simples à pena de 1 ano de reclusão em regime inicial aberto, tendo sua pena privativa de 
liberdade substituída por pena de multa. O crime ocorreu no dia 14 de junho de 2018, e a 
sentença condenatória transitou em julgado, no dia 20 de abril de 2019, tendo sido feito o 
pagamento da multa no prazo legal. Ocorre que, no dia 23 de março de 2020, o agente foi preso 
em flagrante, após empregar ameaça para subtrair o aparelho telefônico de Luiza. Os policiais 
que efetuaram a prisão conseguiram evitar a consumação delitiva e, posteriormente, Pedro foi 
denunciado pela prática do crime de roubo, em sua modalidade tentada. Finda a instrução, foi 
condenado na forma do Art. 157, c/c. Art. 14, inciso II, ambos do Código Penal. Ao aplicar a pena, 
o juiz fixou a pena-base no mínimo legal, pois favoráveis as circunstâncias judiciais. Na segunda 
fase, manteve a pena no patamar de 4 anos, apesar de reconhecer a agravante da reincidência. 
Isto porque observou a menoridade relativa do agente à data do fato. Aplicada a minorante da 
tentativa em sua fração máxima, alcançou a pena definitiva de 1 ano e 4 meses de reclusão e 
fixou o regime inicial semi-aberto, sendo negada a suspensão condicional da pena em razão da 
reincidência. A defesa técnica de Pedro interpôs, assim, recurso de apelação, insurgindo-se 
apenas quanto à negativa do sursis. O magistrado, no entanto, não admitiu o recurso, 
sustentando que a via adequada era a do Recurso em Sentido Estrito, a teor do Art. 581, inciso 
XI, do Código de Processo Penal. Considerando apenas as informações apresentadas, 
responda, na qualidade de advogado(a) de Pedro, aos itens a seguir. 
 
A) Aponte o recurso a ser interposto em face da decisão do juiz de primeiro grau que não 
admitiu a apelação e o fundamento de direito processual penal a ser alegado para que o 
apelo seja admitido. Justifique. (Valor: 0,65) 
 
B) Existe alguma tese de Direito Penal material que permita a concessão da suspensão 
condicional da pena no caso concreto? Justifique. (Valor: 0,60) 
 
 
 
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A) O recurso cabível é o Recurso em Sentido Estrito, nos termos do artigo 581, inciso 
XV, do Código de Processo Penal. 
O fundamento de direito processual penal a ser alegado é que a apelação foi interposta 
corretamente, uma vez que, conforme dispõe o artigo 593, §4º, do Código de Processo 
Penal, quando cabível a apelação não poderá ser usado o recurso em sentido estrito. 
Desta forma, de acordo com o artigo 593, inciso I, do Código de Processo Penal, o 
recurso adequado para impugnar as sentenças de mérito, de condenação ou 
absolvição, é a apelação, no prazo de 5 dias, e não poderia o juízo ter inadmitido o 
recurso defensivo. 
 
B) O argumento de direito material a ser alegado é que o réu tem direito à suspensão 
condicional da pena, uma vez que a condenação anterior à pena de multa não impede 
a concessão do benefício, nos termos do artigo 77, §1º, do Código Penal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Questão 2 - Enunciado 
Roberto foi denunciado pelo crime de perseguição (Art. 147-A do CP). Segundo a denúncia, no 
dia 15 de janeiro de 2022, na filial da sociedade empresária Ruan S/A, situada no Rio de 
Janeiro/RJ, Roberto se aproveitou da proximidade

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