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Unidade de Aprendizagem 2 - Eletrocardiograma e Ecocardiograma Apresentação A circulação sanguínea é o movimento do sangue originado pelo bombeamento do coração, que o envia para os órgãos e os tecidos. O coração recebe o sangue venoso e bombeia o sangue oxigenado pelos pulmões para o corpo. Existem diversas doenças cardiovasculares e alterações patológicas, as quais são identificadas e confirmadas por meio de exames complementares, como o eletrocardiograma e a ecocardiografia. O eletrocardiograma verifica os impulsos elétricos do coração, enquanto o ecocardiograma avalia a estrutura do coração, as veias e as artérias. Nesta Unidade de Aprendizagem, você conhecerá os exames funcionais cardiorrespiratórios eletrocardiograma e ecocardiograma. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Diferenciar os princípios do eletrocardiograma e da ecocardiografia.• Demonstrar os padrões de registro e derivações do eletrocardiograma.• Interpretar os resultados do eletrocardiograma.• Infográfico O ecocardiograma é um exame de ultrassonografia do coração que fornece imagens obtidas por meio do som. A partir dessas imagens é possível identificar anomalias ou alterações do coração. Neste Infográfico, você vai ver sobre os tipos de ecocardiograma, além de como eles são representados por meio de seus cortes no exame. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/54f1ceb9-9d53-4fc4-a2e8-a9cc14ab8da1/d193ad0c-006f-4ba0-bbdb-2957d73e7ad2.png Conteúdo do Livro O sistema cardiovascular é formado pelo coração e os vasos sanguíneos, sendo responsável por garantir a circulação de sangue, transportando nutrientes e oxigênio para todo o corpo. A condução cardíaca ocorre por emissão de impulsos elétricos, os quais são identificados por meio do Eletrocardiograma (ECG) e das alterações cardíacas; a circulação pode ser identificada por meio do Ecocardiograma. No capítulo Eletrocardiograma e Ecocardiograma, da obra Exames complementares II, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender sobre os Exames Cardiorrespiratórios Eletrocardiograma e Ecocardiograma. Boa leitura. EXAMES COMPLEMENTARES II Ketlyn Germann Hendler Eletrocardiograma e ecocardiograma Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Diferenciar os princípios do eletrocardiograma e da ecocardiografia. Demonstrar os padrões de registro e derivações do eletrocardiograma. Interpretar os resultados do eletrocardiograma. Introdução O sistema cardiovascular é complexo e exige o perfeito funcionamento de cada etapa da bomba cardíaca, caso contrário, causará disfunções. A análise de exames complementares é de suma importância, pois auxilia no diagnóstico do paciente e ajuda a entender o que está comprometido no seu sistema cardiovascular. Neste capítulo, você vai aprender sobre os exames cardiorrespiratórios eletrocardiograma e ecocardiograma, vendo mais detalhadamente como funciona o eletrocardiograma, suas derivações e aprendendo a interpretar os seus resultados. Sistema cardiovascular O coração é revestido por uma membrana chamada de pericárdio. Já a parede cardíaca é formada por três camadas denominadas endocárdio (camada mais interna, de espessura fi na e que atua como revestimento íntimo do coração), miocárdio (camada intermediária espessa, formada pelo músculo cardíaco) e epicárdio (de espessura fi na, formada pela lâmina visceral do pericárdio). Além disso, é composto por quatro câmaras cardíacas, dois átrios e dois ventrículos, separados por um septo e duas valvas atrioventriculares. Resu- midamente, o sangue venoso chega através da veia cava superior e inferior no átrio direito, seguindo para o ventrículo direito, o qual é responsável pelo bombeamento do sangue para os pulmões para oxigenação através da artéria pulmonar. O átrio esquerdo recebe o sangue arterial advindo das veias pulmo- nares direita e esquerda, desaguando posteriormente no ventrículo esquerdo, que é responsável pelo bombeamento do sangue a todo o corpo. Existem, ainda, quatro valvas que garantem o fluxo sanguíneo em sentido único. Durante a contração, duas se abrem para que o fluxo sanguíneo seja empurrado para o pulmão e as outras duas se fecham, impedindo que o fluxo retorne seguindo uma direção errada. A valva mitral (bicúspide) está localizada entre o átrio esquerdo e o ventrículo esquerdo, e a valva aórtica localiza-se entre o ventrículo esquerdo e a aorta. A valva tricúspide permite o fluxo san- guíneo entre o átrio direito e o ventrículo direito e, por fim, a valva pulmonar está entre o ventrículo direito e a artéria pulmonar (LADEIRA et al., 2013). Confira, na Figura 1, a circulação sanguínea do coração. Figura 1. Esquema da circulação sanguínea do coração. Fonte: Martini, Timmons e Tallitsch (2009, p. 555). Veia cava superior Artérias pulmonares direitas Fossa oval Parte ascendente da aorta Músculos pectíneos Cone arterial Óstio do seio coronário ÁTRIO DIREITO Válvula da valva AV direita (tricúspide) Trabéculas cárneas Veia cava inferior VENTRÍCULO DIREITO Trabécula septo- marginal Parte descendente da aorta Septo interventricular (parte muscular) VENTRÍCULO ESQUERDO Músculos papilares Cordas tendíneas Válvula da valva AV esquerda (mitral) Septo interatrial Valva da aorta Veias pulmonares esquerdas ÁTRIO ESQUERDO Artérias pulmonares esquerdas Valva do tronco pulmonar Tronco pulmonar Arco da aorta Ligamento arterial (ducto arterial) Tronco braquiocefálico Artéria subclávia esquerda Artéria carótida comum esquerda (b) Vista interna, ventrículo direito Eletrocardiograma e ecocardiograma2 A sístole é a contração do músculo cardíaco e é dividida em sístole atrial e sístole ventricular. A sístole atrial impulsiona sangue para os ventrículos, assim, as valvas atrioventriculares encontram-se abertas à passagem de sangue e as valvas pulmonar e a aórtica estão fechadas. Na sístole ventricular, as valvas atrioven- triculares estão fechadas e as semilunares estão abertas à passagem de sangue. A diástole é o relaxamento do músculo cardíaco, quando os ventrículos se enchem de sangue. Nesse momento, as valvas atrioventriculares estão abertas e as semilunares (aórtica e pulmonar) estão fechadas (SILVERTHORN, 2003). Na Figura 2, você pode observar a sístole e a diástole. Figura 2. Valvas cardíacas no ciclo cardíaco, representando a sístole (imagens inferiores) e a diástole (imagens superiores). Fonte: Martini, Timmons e Tallitsch (2009, p. 557). 3Eletrocardiograma e ecocardiograma Sistema de condução A excitação cardíaca inicia-se pelo nó sinusal (NS) ou nó sinoatrial, que está situado na parede atrial direita em sua junção com a veia cava superior e é considerado o marca-passo do coração. A condução se propaga até o nó atrio- ventricular (AV) através dos feixes intermodais anterior, posterior e médio. Seguindo do nó AV, o potencial de ação chega ao feixe de His (fascículo atrio- ventricular). Os ramos direito e esquerdo que cruzam o septo intraventricular distribuem o estímulo pelas fi bras de Purkinje em cada ventrículo. O sistema de condução (Figura 3) pode ser subdivido em fases do potencial de ação, que você confere a seguir. A fase 0 corresponde ao início da despolarização. O canal de Na (sódio) é ativado, permitindo seu influxo intracelular. É nessa fase que surgem a onda P e o complexo QRS no eletrocardiograma (ECG), representando despolarização atrial e ventricular, respectivamente. A fase 1 ocorre a diminuição da entrada de Na na célula cardíaca. É o início da fase de repolarização. Na fase 2, o potencial de ação transmembrana é quase totalmente iso- elétrico, a célula permanece despolarizada e não há mais entrada de Na. Ocorre influxo de Ca (cálcio) intracelular. Nessa fase, ocorre o segmentoST do ECG. Na fase 3, ocorre a repolarização, na qual se dá a saída de K (potássio) intracelular para o extracelular, com tendência a retornar ao potencial de repouso da membrana. Ocorre, então, a onda T no ECG. Na fase 4, a última, há uma alta concentração de Na e baixa de K no interior celular. Nesta fase, ocorre a ativação da bomba sódio-potássio dependente de ATP, proporcionando gasto energético para estabelecer a concentração iônica fisiológica (LADEIRA et al., 2013; REIS et al., 2013). Eletrocardiograma e ecocardiograma4 Figura 3. Sistema de condução do coração. Fonte: Martini, Timmons e Tallitsch (2009, p. 563). Dislipidemias e doença cardiovascular As dislipidemias tem fator de risco alto para doenças do sistema cardiovascular. As doenças cardiovasculares (DCV) são as principais causas de morte em mulheres e homens no Brasil. São responsáveis por cerca de 20% de todas as mortes em indivíduos acima de 30 anos. As causas cardiovasculares atribuí- veis à aterosclerose foram responsáveis por 193.309 mortes, às neoplasias por 166.036 mortes, as causas respiratórias responderam por 106.927 mortes, as causas externas por 77.503 (MANSUR; FAVARATO, 2012, documento on-line). O colesterol circula no sangue e, à medida que os níveis aumentam, o risco para a saúde também aumenta, devido à formação de placas de gorduras, dificultando ou impedindo a circulação sanguínea. 5Eletrocardiograma e ecocardiograma O colesterol LDL (low-density lipoprotein) é conhecido popularmente como o mau colesterol, porque pode acumular-se nas artérias, ocasionando a formação de placas aterosclerose que dificultam o fluxo sanguíneo, aumentando risco de infarto e acidente vascular encefálico (também denominado acidente vascular cerebral) por exemplo (MAGALHÃES, 2017). Valores de referência para o LDL Pacientes com baixo risco devem manter os valores abaixo de 130 mg/dl; pacientes com risco intermediário, abaixo de 100 mg/dl; pacientes com risco alto, abaixo de 70 mg/dl; e indivíduos com risco muito alto não devem passar de níveis de 50 mg/dl (MAGALHÃES, 2017). O colesterol HDL (high-density lipoprotein) é chamado popularmente de colesterol bom e é responsável pela retirada do colesterol das artérias e pelo seu transporte até o fígado para ser excretado. Um nível saudável de colesterol HDL pode proteger contra ataques cardíacos e acidente vascular encefálico (MAGALHÃES, 2017). Os valores de referência para HDL são considerados baixos quando menores que 40 mg/dl para homens e mulheres; o ideal é estar acima de 40 mg/dl (MAGALHÃES, 2017). O colesterol total corresponde à soma de todas as moléculas de colesterol e seus subtipos na circulação sanguínea. Colesterol em nível aumentado é considerado como dislipidemia (MAGALHÃES, 2017). O valor de referência para o colesterol total desejável é abaixo de 190 mg/dl (MAGA- LHÃES, 2017). Eletrocardiograma e ecocardiograma6 O triglicerídeo possui função de armazenamento e suprimento de energia em caso de jejum prolongado ou alimentação inadequada, sendo considerado um bom indicador do metabolismo das gorduras (FALUDI et al., 2017). Os valores de referências desejáveis para os triglicerídeos são valores menores que 150 mg/dl, limítrofe entre 150 e 199 mg/dl, elevado de 200 a 499 mg/dl e muito alto acima de 500 mg/dl (FALUDI et al., 2017). Mas por que é importante avaliar os valores lipídicos do paciente? Diversas doenças cardiovasculares, como doença arterial coronariana, acidente vascular encefálico, infarto do miocárdio, doença vascular periférica são ligadas às dislipidemias. Associando os fatores de risco dessas doenças com os sintomas e exames clínicos do paciente e a realização dos exames de eletrocardiograma ou ecocardiograma, é possível identificar alterações e patologias, bem como o risco do aparecimento e ocorrência de doenças cardiovasculares. Princípios do eletrocardiograma e do ecocardiograma Existem exames complementares indicados para avaliação do sistema car- diorrespiratório, dentre eles, o eletrocardiograma (ECG) e o ecocardiograma. O eletrocardiograma registra o potencial elétrico do coração, responsável pelos batimentos cardíacos e pela contração muscular. Por meio do ECG, é possível verificar se a atividade elétrica está sendo gerada e transmitida de maneira correta. O ECG é indicado para avaliar doenças cardíacas, como arritmias, isquemias, infarto do miocárdio (IAM), entre outras. Existem três formas de avaliação de eletrocardiograma: ECG de repouso, ECG de esforço e Holter. No ECG de repouso, o indivíduo é posicionado dei- tado, os eletrodos são fixados e os impulsos elétricos são avaliados. No ECG de esforço, o indivíduo é avaliado em esteira ou bicicleta ergométrica, sendo indicado em casos de angina ou suspeita de doenças cardíacas não identificadas no ECG de repouso. Já no Holter, o paciente é monitorado durante 24 horas 7Eletrocardiograma e ecocardiograma por meio do aparelho que permanece com ele, avaliando seu comportamento ao longo das atividades normalmente realizadas (GUIMARÃES et al., 2003). Já o ecocardiograma permite a avaliação da imagem do coração, sendo indicado para analisar sopro cardíaco, síncope, IAM, anomalias congênitas e observar as valvas e paredes do coração. As imagens são geradas pela emissão e captação de ondas de ultrassom. Existem algumas maneiras de avaliação através do ecocardiograma, como a via transtorácica e a transesofágica. Na transesofágica, a sonda é introduzida através do esôfago e o procedimento é realizado sob sedação do paciente; na via transtorácica, o transdutor é colocado diretamente sobre o peito do paciente e as imagens são obtidas a partir dos planos longitudinal, trensversal e sagital (SILVA et al., 2004). Para saber mais sobre a realização do exame de ecocardiograma, acesse o link a seguir. https://qrgo.page.link/9cyZs Padrões de registro e derivações do eletrocardiograma Registro eletrocardiográfico O traçado eletrocardiográfi co é constituído por intervalo fi xo tanto para as suas linhas verticais quanto para as horizontais, sendo que a primeira corresponde ao tempo registrado e a outra, à voltagem. Nos papéis de registro comumente utilizado, cada quadriculado obedece a mesma disposição, sendo que cada traço tem uma distância entre si de 1 mm (Figura 4). A cada grupo de cinco quadrados, observa-se um traço de maior calibre delimitando os quadrados maiores de 0,5 cm. De forma padrão, a velocidade ao deslocamento do papel é de 25 mm/segundo. Com base nas informações de velocidade a 25 mm/segundo, cada 1 mm passa valer 0,04 segundos, e consequentemente, um grupo de 5 quadrados (5 mm) representa 0,20 segundos (GUIMARÃES et al., 2003). Eletrocardiograma e ecocardiograma8 Figura 4. Papel milimetrado utilizado para o exame de eletromiografia. Fonte: ECG Now (2019, documento on-line). Derivações do ECG O eletrocardiograma é composto por 12 derivações, sendo 6 periféricas (ver- ticais) e 6 precordiais (horizontais). As derivações periféricas compreendem as derivações DI, DII, DIII, aVR, aVL, aVF. Esse sistema apresenta uma distância precisa entre cada vetor de 30º. DI, DII e DIII verificam o diferencial de potencial entre dois pontos, um positivo e outro negativo, que são considerados bipolares. Os sinais dessas derivações são captados através dos eletrodos colocados no braço direito, no braço esquerdo e na perna esquerda, sendo que a perna direita funciona como um fio terra. Essas derivações formam o triângulo de Einthoven (Figura 5a), com o coração situado no centro do triângulo. As derivações aVR, aVF e aVL são considerados unipolares e representam a diferença de potencial do braço D, braço E, perna E e a média dos outros potenciais para cada derivação (Figura 5b). O eletrodo no braço direito re- presenta o aVR, o braço esquerdo (aVL) e a perna esquerda (aVF). A sigla AV significa aumento de voltagem (REIS et al., 2013). 9Eletrocardiograma e ecocardiograma Figura 5. Derivaçõesperiféricas: (a) triângulo de Eithoven e (b) vetor das 6 derivações. Fonte: Blamb/Shutterstock.com; Ashray Shah/Shutterstock.com. Já as derivações precordiais registram o potencial elétrico cardíaco abaixo do eletrodo localizado em seis pontos anatômicos específicos no tórax (V1 a V6) (Figura 6). Essas derivações correspondem ao plano horizontal. V1: quarto espaço intercostal na margem direita do esterno. V2: quarto espaço intercostal na margem esquerda do esterno. V3: localizado entre V2 e V4. V4: quinto espaço intercostal na linha hemiclavicular esquerda. V5: linha axilar anterior. V6: linha axilar média (REIS et al., 2013). Figura 6. Localização das derivações precordiais. Fonte: Artemida-psy/Shutterstock.com. Eletrocardiograma e ecocardiograma10 Interpretação dos resultados do eletrocardiograma O eletrocardiograma apresenta seus traçados em resposta à condução elétrica do coração. Sendo assim, alterações podem ser observadas e identifi cadas a partir das ondas do exame, sabendo-se o que é considerado normal e o que é patológico, e, após, identifi cando-se a patologia que pode estar associada. A frequência cardíaca é o número de batimentos por minuto, sendo a despolarização ventricular observada através do complexo QRS do ECG (NICOLL et al., 2014). Os valores de frequência cardíaca (FC) considerados normais variam entre 60–100 batimentos por minuto (bpm). Considera-se bradicardia quando a FC é abaixo de 60 bpm, e taquicardia quando está acima de 100 bpm. Lembre-se: ao se exercitar, é comum observar um aumento da frequência cardíaca devido a aumento da atividade simpática e, enquanto se dorme, uma queda da FC devido à atividade parassimpática alta — esses eventos são considerados de ocorrência normal (NICOLL et al., 2014). Ondas do traçado eletrocardiográfico Onda P A onda P é a primeira onda do eletromiográfi co e determina a despolarização atrial no nó sinusal (NS), apresenta forma arredondada, sua duração geralmente é obtida em DII e dura de 0,8 a 0,11 segundos em um adulto. Apresenta-se geralmente positiva em DI, DII e DIII e sempre negativa em aVR. Intervalo PR Esse intervalo equivale ao tempo de condução através do nó atrioventricular (AV), e é o intervalo entre a onda P e o início do complexo QRS. O intervalo PR varia com a idade e a FC do indivíduo; em adultos, não deve ultrapassar os 0,20 segundos, caso contrário, deve-se pensar em atrasos de condução, como bloqueio atrioventricular (AV). 11Eletrocardiograma e ecocardiograma Complexo QRS Esse complexo representa a ativação ventricular e a despolarização elétrica dos ventrículos com uma morfologia pontiaguda, com duração de 0,09 a 0,11 segundos, e tendência a aumentar com a idade. Esse complexo é predominantemente de caráter positivo em regiões anteriores e posteriores, ambas do lado esquerdo do tórax, e predominantemente negativo em regiões próximas do ombro no lado direito. Segmento ST É observado imediatamente após o complexo QRS e início da onda T e, ge- ralmente, adota um caráter isoelétrico com despolarização total do ventrículo, formando um platô, permitindo um desnivelamento máximo de 1 mm. Onda T Essa onda refl ete a repolarização elétrica ventricular, apresentando forma arredondada e no mesmo sentido da ativação ventricular. Com relação à polaridade, normalmente, adota um caráter positivo na maioria das deriva- ções, porém, pode adotar um caráter diferente em algumas situações, sem ser considerado patológico. Intervalo QT Relacionado ao tempo entre a despolarização ventricular e a repolarização (sís- tole), localiza-se entre o fi m do complexo QRS e o fi nal da onda T. Esse intervalo é maior em mulheres do que em homens, aumenta conforme a idade e durante o sono. O tempo limite desse intervalo é em torno de 0,30 a 0,46 segundos. Onda U Observada ao fi nal da onda T especialmente nas derivações V3 e V4 precordiais, representa a repolarização mais tardia das fi bras de Purkinje. Sua morfologia é arredondada e pequena, geralmente de pequena amplitude, e encontra-se positiva nas derivações inferiores e precordiais e negativa em aVR. Essa onda é inversamente proporcional à frequência cardíaca, sendo comum encontrá-la maior em atletas e bradicardíacos e menor em crianças. Na Figura 7, você pode conferir os traçados do eletrocardiograma mencionados. Eletrocardiograma e ecocardiograma12 Figura 7. Traçados do eletrocardiograma. Fonte: Adaptada de Puwadol Jaturawutthichai/Shutterstock.com. Alterações no ECG Arritmias As arritmias são distúrbios na frequência, no ritmo e na condução dos impulsos elétricos. Para identifi cá-las, é importante a análise da forma e inter-relações da onda P, intervalo PR e complexo QRS. Para identifi car as arritmias, é importante analisar quatro questões. Primeiramente, é necessário verificar a aparência e tamanho do complexo QRS. Caso não seja possível essa identificação, os diagnósticos serão fibrilação ventricular ou assistolia. A fibrilação ventricular é uma despolarização caótica dos ventrí- culos (Figura 8). Como critério diagnóstico, não é observado QRS, a frequência é muito elevada e caótica, seu ritmo é desorganizado, sem observar ondas P, ondas T, complexo QRS ou segmento ST (LADEIRA et al., 2013). 13Eletrocardiograma e ecocardiograma Figura 8. Fibrilação ventricular. Fonte: Adaptada de Steve Allen/Shutterstock.com. Assistolia é a ausência completa de atividade elétrica cardíaca. Ao observar o ECG, encontra-se a ausência completa de atividade elétrica, e é possível que ocorram ondas P ou batimentos de escape ventricular. A taquicardia ventricular (TV) é precedida por extra sístoles, e ocor- rem três ou mais batimentos sucessivos de origem ventricular com frequência maior que 120 bpm e duração do complexo QRS > 0,12 segundos. Como critério para diagnóstico, está a frequência cardíaca acima de 100 bpm. O ritmo geralmente é regular, mas pode apresentar alguma irregularidade, as ondas P normalmente não são visíveis em taquicardias ventriculares com alta frequência, morfologia QRS ser- rilhada, duração > 0,20 s, segmento ST e onda T geralmente opostos em polaridade ao QRS. A extrassístole ventricular (ESV) é a ocorrência de alguns complexos QRS anormais (> 0,12 seg) intercalados com complexos de aspecto nor- mal, surgindo a partir de um dos ventrículos ates do próximo batimento sinusal de forma prematura. Como critério diagnóstico, observa-se QRS > 0,12 segundos, o ritmo é irregular e a onda P geralmente oculta pela ESV, podendo determinar a pausa compensatória. A segunda questão está relacionada à presença de onda P: sua presença ou o aparecimento de ondas atípicas permitem o diagnóstico de diversas arritmias. Eletrocardiograma e ecocardiograma14 A fibrilação atrial é a mais comum (Figura 9), sendo responsável por 30% das internações por alteração do ritmo cardíaco, com o paciente relatando palpitações. Ao ECG, observa-se ritmo irregular devido a presença do bloqueio atriventricular (BAV) responsável pela proteção dos ventrículos da grande quantidade de impulsos atriais. As ondas P estão ausentes, dando espaço ao surgimento de ondas F (fibrilação), sendo essas diferentes umas das outras em amplitude, duração e formato. O complexo QRS apresenta-se normal e a frequência atrial não é visível normalmente, enquanto a frequência ventricular está entre 160 e 180 bpm (LADEIRA et al., 2013; NICOLL et al., 2014). Figura 9. Fibrilação atrial. Fonte: Adaptada de Blamb/Shutterstock.com. O flutter atrial é uma arritmia que ocorre devido a um circuito de reentrada intra-atrial. A despolarização ocorre de baixo pra cima, sendo melhor observada nas derivações inferiores (DII, DIII e aVF). O foco ectópico nos átrios produz impulsos com frequência cardíaca superior a 15Eletrocardiograma e ecocardiograma 100 bpm, geralmente em torno de 300 bpm. É observado no ECG ritmo regular, mas, em caso de bloqueio AV variável, aparece irregular. As ondasP atriais lembram os dentes de uma serra, e sua identificação é melhor nas derivações inferiores. O terceiro quesito diz respeito à relação da onda P e o complexo QRS. Normalmente, o QRS é precedido por uma onda P, sendo o intervalo PR de no máximo 0,20 segundos. Se a velocidade de condução atrioventricular for reduzida, o intervalo PR aumenta. O bloqueio atrioventricular (BAV) de 1º grau é caracterizado por um retardo na passagem do estímulo do nó sinusal para os ventrículos pelo nó atrioventricular (AV). É caracterizado por um intervalo RR maior que 0,20 segundos, frequência cardíaca e ritmo normal e onda P normal seguida do complexo QRS, que também é normal. No BAV de 2º grau, os estímulos chegam até o nó AV; alguns são bloqueados e não passam para os ventrículos e outros são conduzidos. ■ BAV de 2º grau Mobitz I: é causado por aumento da atividade sim- pática no nó AV com aumento progressivo do intervalo PR. Ao observar o ECG, o QRS é normal, o ritmo atrial é regular e o ventri- cular irregular, a frequência atrial permanece inalterada, enquanto a ventricular se dá conforme o bloqueio das ondas P, que apresentam aspecto normal, exceto a bloqueada. ■ BAV de 2º grau Mobitz II: é mais comum nos feixes de His e seus ramos. O complexo QRS é normal, exceto quando é abaixo dos feixes de His, apresentando-se alargado. A frequência ventricular é menor que a atrial. Há ausência de um ou mais ciclos completos com uma pausa elétrica. O ritmo atrial é regular, o bloqueio intermitente da onda P determina a resposta ventricular irregular e o intervalo PR pode apresentar-se normal ou alargado. No BAV de 3º grau, nenhum estímulo do nó sinusal (NS) passa dos átrios para os ventrículos, podendo ocorrer no nó AV, no feixe de His ou nos seus ramos. Nesse BAV, o QRS normalmente apresenta-se normal, mas pode ser alargado, dependendo da origem do escape. A frequência ventricular é menor que a atrial, a qual apresenta-se normal. O ritmo ventricular regular e o atrial são regulares, podendo apresentar-se ir- regulares. Ondas P são normais e o intervalo PR é variável. Extrassistoles juncionais ocorrem antes do próximo impulso sinusal fisiológico, sendo um impulso com origem na junção AV. Observa-se Eletrocardiograma e ecocardiograma16 no ECG complexo QRS normal, mas, em locais em que pode ocorrer o bloqueio do ramo, o QRS é alargado. O ritmo apresenta-se irregular e o intervalo PR geralmente é menor que 0,12 segundos. As ondas P normalmente apresentam-se negativas nas derivações aVF, DII e DII (derivações inferiores); pode ocorrer concomitantemente com QRS, antecedê-lo ou vir depois. Escape juncional ocorre quando a junção AV funciona como marca- -passo cardíaco, gerando frequência de 40 a 60 bpm. Nesse caso, o QRS é normal, o ritmo de escape juncional é regular, mas a presença de complexos de escape pode causar o ritmo irregular. Por fim, a quarta e última questão está relacionada à frequência cardíaca, a partir da qual é possível identificar a bradicardia e a taquicardia sinusal e a taquicardia supraventricular. A taquicardia sinusal é o aumento da frequência cardíaca que está acima de 100 bpm como resposta à necessidade de aumento do débito cardíaco. O ritmo é regular, o complexo QRS é normal e as ondas P apresentam-se positivas nas derivações inferiores. Bradicardia sinusal corresponde à lentidão da despolarização do nó sinusal, em que a frequência cardíaca encontra-se abaixo de 60 bpm, o ritmo é regular, o QRS é normal e a onda P é positiva em derivações inferiores. Taquicardia supraventricular está relacionada à frequência cardíaca aumentada, podendo ser classificada como taquicardia paroxística supraventricular (TPSV), que ocorre em períodos com início abrupto e pequena duração, com mecanismo associado a reentrada; flutter e fibrilação atrial (com foco ectópico nos átrios); e taquicardia atrial não paroxística, decorrente de um foco ectópico atrial. Como critérios no ECG, a frequência oscila entre 140 a 220 bpm, com ritmo geralmente regular, as ondas P são difíceis de apontar, pois apresentam-se diferentes da onda P sinusal, o intervalo PR apresenta-se normal ou prolongado e o QRS está normal ou alongado (LADEIRA et al., 2013; NICOLL et al., 2014). Veja, na Figura 10, a bradicardia e a taquicardia representadas no ECG. 17Eletrocardiograma e ecocardiograma Figura 10. Tacquicardia e bradicardia representadas no traçado ECG. Fonte: Adaptada de joshya/Shutterstock.com. A isquemia é a redução do suprimento de sangue na qual as ondas T apresentam-se invertidas nas derivações precordiais V1 e V2, com elevação de ST em aVR. O infarto agudo do miocárdio (IAM) é a necrose de uma parte do músculo cardíaco causada pela falta de irrigação sanguínea (isquemia) ao coração com presença de supradesnivelamento de ST e onda Q patológica com duração de 30 ms (sinalizando que houve perda das forças elétricas (NICOLL et al., 2014). O Quadro 1, a seguir, mostra as variações do eletrocardiograma em diversas disfunções de forma resumida do que já foi apresentado, para facilitar o seu entendimento. Eletrocardiograma e ecocardiograma18 Patologia Alteração no ECG Onda P Complexo QRS Frequência Ritmo Outras informações Fibrilação ventricular Não se identifica Não se identifica Muito elevada e caótica Desorgani- zado Não se identi- fica segmento ST ou onda T Assistolia É possível que ocorra onda P — — — Ausência com- pleta de ativi- dade elétrica ventricular Taquicardia ventricular (TV) Normal- mente não visíveis em TV de alta frequência Forma serrilhada com dura- ção maior que 0,20 segundos Maior que 100 bpm Geralmente regular — Extrassístole ventricular (ESV) Normal- mente oculta Aparência anormal com dura- ção maior de 0,12 segundos — Regular — Fibrilação atrial (FA) Substitui- ção por ondas f (fibrilação) Frequên- cia atrial normal- mente não pode ser encontrada Frequência ventricular de 160 a 180 bpm Irregular Intervalo QRS normal Quadro 1. Resumo sobre as disfunções cardíacas e seus achados no ECG (Continua) 19Eletrocardiograma e ecocardiograma Patologia Alteração no ECG Onda P Complexo QRS Frequência Ritmo Outras infor- mações Bloqueio atrioven- tricular (BAV) BAV 1º grau Normal Normal — Regular Intervalo PR maior que 0,20 segundos BAV 2º grau Normal Normal Atrial não afetada, ventricular se altera por ondas p bloqueadas Ritmo atrial regular e o ventricular irregular Intervalo PP progressiva- mente mais curtos até a pausa BAV 3º grau Normal Geralmente normal Atrial normal e ventricular menor Atrial regular, mas pode ser irregular. Ventricular sempre irregular. Intervalo PR variável Extrassístoles juncionais Geralmente negati- vas nas derivações inferiores Normal. Pode aparecer alargado — Regular Intervalo PR geralmente menor que 0,12 segundos Escape juncional Pode ocorrer retrógrada Normal 40 a 60 bpm Geralmente regular, mas pode ocorrer irregular Intervalo PR variável, me- nor que PR da onda sinusal Taquicardias supraventriculares De difícil identificação Normal ou alargado Atrial oscila entre 140 a 220 bpm Atrial geralmente regular Intervalo PR normal ou prolongado Quadro 1. Resumo sobre as disfunções cardíacas e seus achados no ECG (Continuação) Eletrocardiograma e ecocardiograma20 ECG NOW. Representação papel milimetrado. 2019. Disponível em: https://ecgnow. com.br/_imagens/texto_imagem/123/representacao_papel_milimetrado.jpg. Acesso em: 6 out. 2019. FALUDI, A. A. et al. Atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 109, n. 1, ago. 2017. GUIMARÃES, J. I. (Coord.). 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Essa avaliação fornece informações sobre o batimento cardíaco e as vias de condução nervosa do coração, bem como a frequência e os ritmos cardíacos. Nesta Dica do Professor, você vai conhecer as derivações do eletrocardiograma, além de como funciona a formação das ondas. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/9d9e56b06de1744a494987e930218998 Exercícios 1) Por meio do eletrocardiograma é possível verificar os batimentos cardíacos com a observação do complexo QRS. Qual é a frequência média normal dos complexos QRS? A) 40–60bpm. B) 60–100bpm. C) 30–70bmp. D) > 100bpm. E) 100–150bpm. 2) O ecocardiograma é utilizado para avaliar o coração por meio da análise de imagens. Com relação a isso, assinale a alternativa correta. A) O ecocardiograma mais comum utilizado é o transesofágico. B) Na eco transtorácica as imagens são avaliadas em três planos e quatro cortes específicos. C) O eco transesofágico é realizado por meio do posicionamento do transdutor em pontos do tórax. D) O ecocardiograma identifica os impulsos elétricos, mas não obtém as imagens do coração. E) O posicionamento do transdutor na eco transtorácica não obedece a um plano específico. 3) O exame de eletrocardiograma (ECG) avalia os impulsos elétricos do coração e apresenta diferentes traçados. Sobre a onda P do ECG, é correto afirmar que: A) é o tempo de condução através do nó atrioventricular. B) representa a ativação ventricular. Lívia Maciel Realce Lívia Maciel Realce C) geralmente adota um caráter de platô. D) representa a ativação do átrio. E) é o início da despolarização até a repolarização ventricular. 4) O eletrocardiograma (ECG) tem um ciclo cardíaco determinado por: ondas P, complexo QRS e onda T. O complexo QRS representa: A) deflexão negativa (Q), deflexão positiva (R) e deflexão negativa (S). B) deflexão positiva (Q), deflexão positiva (R) e deflexão negativa (S). C) deflexão positiva (Q), deflexão negativa (R) e deflexão positiva (S). D) deflexão negativa (Q), deflexão negativa (R) e deflexão positiva (S). E) deflexão negativa (Q), deflexão positiva (R) e deflexão positiva (S). 5) O sistema cardiovascular pode ser considerado complexo pelo papel que desenvolve. Sobre o assunto, é correto afirmar que: A) em relação ao traçado do eletrocardiograma, a onda P reflete a despolarização atrial e o QRS a despolarização do ventrículo. A fibrilação ventricular é caracterizada por contrações ventriculares regulares. B) o lado direito do coração recebe sangue arterial dos pulmões através das veias pulmonares, primariamente no átrio esquerdo e seguindo para o ventrículo esquerdo, bombeando-o posteriormente para a aorta, onde será distribuído ao corpo inteiro. C) o lado esquerdo do coração recebe o sangue venoso através da veia cava superior e da veia cava inferior, no átrio direito, seguindo para o ventrículo direito, bombeando-o, posteriormente, através do tronco pulmonar, fazendo-o ser oxigenado nos pulmões. D) a parede do coração é formado por duas camadas. O endocárdio é a camada interna de fina espessura que atua como revestimento íntimo do coração. O epicárdio é a camada externa de fina espessura, formada pela lâmina visceral do pericárdio seroso. Lívia Maciel Realce Lívia Maciel Realce E) o coração tem 4 câmaras cardíacas, sendo 2 átrios e 2 ventrículos, separados por um septo e por 2 valvas atrioventriculares. De forma geral, o sangue chega ao coração nos átrios e é ejetado do coração pelos ventrículos. Lívia Maciel Realce Na prática Avaliar o sistema cardiorrespiratório pode ser um desafio em se tratando das disfunções da condução elétrica, pois requer habilidade para observar e identificar as alterações nas ondas do eletrocardiograma. A fibrilação atrial, por exemplo, é caracterizada por um ritmo irregular e rápido. Os sintomas incluem palpitações e, em algumas ocasiões, fraqueza, intolerância a esforço e dispneia. Normalmente, há formação de trombos atriais, ocasionando risco significativo de AVE embólico. Neste Na Prática, você vai conferir o estudo de caso de um paciente com fibrilação atrial avaliado com Eletrocardiograma (ECG). Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/0be875a9-28c0-47d9-81f9-831e765120e0/de9fcd5b-5af3-42a6-8644-682b7fe4a3ac.png Saiba mais Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Sistema de condução do coração e ECG Neste vídeo, você vai ver uma explicação sobre a condução do coração e o eletrocardiograma. Confira. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Nível de conhecimento de eletrocardiograma por fisioterapeutas intensivistas O seguinte estudo relata uma pesquisa sobre o nível de conhecimento sobre eletrocardiograma de fisioterapeutas intensivistas. Veja a seguir. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Fisiologia cardíaca No seguinte vídeo, você vai ver uma explicação sobre o ciclo cardíaco. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://www.youtube.com/embed/PIyfkR7RNa4 https://pdfs.semanticscholar.org/5bb6/131b6dfa5cae4a876fe0d7fbd09fbc048882.pdf https://www.youtube.com/embed/5hNLAOI22eo Eletrocardiograma no infarto agudo do miocárdio Neste vídeo, você vai ver um conteúdo referente ao exame de eletrocardiograma (ECG) e à avaliação no infarto agudo do miocárdio (IAM). Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://www.youtube.com/embed/Psug0Bjx_gU