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Entamoeba histolytica
INTRODUÇÃO
Causa a Amebíase intestinal
 Amebíase ou disenteria amébica é uma infecção causada por qualquer um dos parasitas ameboides do gênero Entamoeba.
 Início do século XX – 12% da população mundial infectada e 10% apresentavam sintomas.
 Segunda parasitose mais letal – 100.000 óbitos/ano
 Cistos em coprólitos humanos de 7.200 anos atrás.
 Diagnosticada em 1865, médico russo Fedor Losch – fezes de camponês com disenteria
 1925 Brumpt sugeriu a existência de uma outra espécie.
 1977 a OMS confirma a existência da Entamoeba díspar
 Entamoeba histologyca/Entamoeba díspar são morfologicamente idênticas, mas com diferenças:
 Bioquímicas – diferentes perfis isoenzimáticos
 Imunológicas – anticorpos monoclonais evidenciam
 Genéticas – diferenças no DNA genômico ou ribossomal
 Clínicas – E. histologyca é invasiva
MORFOLOGIA
Trofozoído de E. histolytica
 (20 – 40 ym)
 Polimórfico 
 Pseudópodes
 Ectoplasma claro e hialino
 Endoplasma granuloso
 Vacúolos digestivos
 Geralmente um núcleo
 Grânulos de cromatina
Cisto de E. histolytica
 Esféricos ou ovais
 Parede
 1 a 4 núcleos
 Corpos cromatóides em forma de bastonetes
BIOLOGIA
 Reprodução assexuada por fissão binária
 Alimentação dos Trofozoítos:
 Fagocitose
 Pinocitose
 Transporte através da membrana
 Locomoção:
 Pseudópodos – deslizamento
 Habitat:
 Luz do intestino grosso
 Úlceras da mucosa e submucosa de ceco, cólon e reto.
 Abcessos e lesões – fígado, pulmões, cérebro e pele.
TRANSMISSÃO E PATOGENIA
Transmissão
 Direta fecal-oral
 Comum em presídios, hospitais para doentes mentais, asilos sem cuidados higiênicos primários
 “Doença das mãos sujas” – mãos não lavadas antes de comer e depois de defecar
 Água contaminada
 Alimentos contaminados – cistos veiculados por baratas, moscas ou formigas
 Vendedores artesanais de alimentos na rua – portadores assintomáticos.
Patogenia
 Adesão à célula
 Movimentos ameboides
 Liberação de enzimas proteolíticas (hialuronidase, proteases, mucopolissacarídases)
 Destruição e fagocitose das células
 Progressão no tecido
Sinais clínicos
 Assintomáticos (90%) – morte (amebíase intestinal aguda ou necrose hepática).
 Forma fulminante
 Mulheres grávidas ou no puerpério
 Pacientes imunodeprimidos
	Medicamentos
	AIDS
	Outras causas
 Complicações da amebíase
 Perfuração intestinal – peritonite
 Hemorragia intestinal e extraintestinal
 Apendicite
 Fístulas
Formas clínicas
 Amebíase intestinal
 Disentérica – aguda, cólicas, diarréia, fezes mucosanguinolentas, perfurações intestinais múltiplas
 Colite não disentérica – desconforto abdominal, fezes pastosas alternadas com normais
 Apendicite amebiana – processo inflamatório e/ou ulceração no apêndice – dor intensa – indicação cirúrgica
 Amebíase intestinal invasiva
	Presença de trofozoítos hematófagos nas fezes 
	Material de raspagem retal com cureta
	Alterações características da mucosa intestinal no exame retossigmoidoscópico 
	Testes sorológicos positivos para Ac específicos
 Amebíase intestinal não invasiva
	Curso assintomático
	Ausência de trofozoítos hematófagos
	Ausência de alterações endoscópicas na mucosa intestinal
	Testes sorológicos negativos para Ac específicos
 Amebíase extra-intestinal
 Hepática – mais frequente, hepatite aguda e abcesso – dor + febre + hepatomegalia dolorosa
 Cutânea – geralmente na região perianal
 Pulmonar
 Cerebral – casos raros
EPIDEMIOLOGIA
Condições sanitárias e socio-econômicas
 Aglomerados humanos
 Higiene precária
 Educação sanitária
 Alimentação
 Habitação, esgotos
 Água não tratada
 Regiões bem saneadas e limpas tem raros casos de amebíase
Fatores que favorecem a disseminação
 Dose infectante – 1 a 10 cistos
 Grande produção de cistos
 Portador são com fezes normais – 60 cistos/mg
 Evacuação de 100g – 6 milhões de cistos
 Viabilidade do cisto – 20 dias (sombra)
 Todas as idades, mais em adultos
 Profissão de risco – trabalhadores de rede de esgoto, manipuladores de frutas e legumes adubados ou irrigados com material contaminado
 Diarreia de viajantes
 Por não ter tido contato anterior (europeu no Rio)
 Indivíduo já parasitado receber cepa diferente
DIAGNÓSTICO
 Para um diagnóstico seguro de amebíases são necessárias 4 condições:
 Quadro clínico compatível
 Presença demonstrada do parasito nas fezes
 Um teste sorológico específico positivo (indica a invasão dos tecidos)
 Resposta favorável à terapêutica antiamebiana
Clínico
 Difícil (quadro comum a várias doenças)
Laboratorial
 Exame de fezes (repetir)
 Diarreicas – coradas com hematoxilina férrica – trofozoítos
 Formadas – centrifug0-flutuação com sulfato de zinco – cistos
 Retossigmoidoscopia – lesões e coleta de material por raspado trofozoítos invasivos hematoxilina-férrica.
 Imunodiagnóstico (formas invasivas) – ELISA
 Diagnóstico por imagem
 Raio X, ultra-som, tomografia, ressonância magnética (formas extra-intestinais)
PROFILAXIA
 Educação sanitária – doença das mãos sujas
 Sempre lavar as mãos:
	Após defecar e se limpar
	Antes de tocar em alimentos
	Após tocar em material que possa estar contaminado
	Após higienizar doentes e crianças
	Antes de ingerir qualquer alimento
	Antes de preparar alimentos
 Engenharia sanitária
 Manutenção da rede de esgotos
 Construção de fossas sanitárias onde não existe esgoto
 Combate a moscas, baratas e formigas
 Lavar vegetais com água fervida (em áreas endêmicas não ingeri-los crus – alface, tomate, repolho, agrião, morango, etc)
 Saladas – solução de vinagre por 10 a 15
 Exames periódicos em manipuladores de alimentos, com tratamento dos portadores
 Identificação e tratamento de portadores assintomáticos – grande eliminação diária de cistos.
 Notificação de surtos – para detectar a fonte e controlar
 Cuidados com o paciente
 Isolamento – fezes, lençóis, roupas
 Desinfecção ambiental e de utensílios
 Manipulador de alimento deve ser afastado da função até o final do tratamento.
 Evitar alimentos manipulados por vendedores ambulantes
 *Tratar assintomáticos – antes de imunossupressão ou em diagnóstico de AIDS – associar antibióticos.

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