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TGP - Nota de Aula 03 - Trilogia Conceitual - 2016.1

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nota 03
Trilogia conceitual: ação, jurisdição e processo.
Denominação, posição enciclopédica e divisão do Direito Processual
1 - Introdução: Um dos objetivos da presente aula é conceituar os vocábulos: Ação, Jurisdição e Processo, e, ao mesmo tempo, diferenciá-los entre si. O outro é dar a conhecer a origem da denominação “Direito Processual” enquanto ramo científico, sua posição enciclopédica e sua divisão.
2 - Analise do termo “Ação”: No Direito Romano Clássico, segundo a definição do Jurisconsulto Celso, “ação é o direito de alguém pleitear em juízo o que lhe é devido”. Porém o vocábulo é plurívoco, tem vários significados:
a) “Ação” no sentido formal: é o meio previsto em lei para obter da autoridade judiciária a reintegração ou o reconhecimento de um direito violado ou ameaçado;
b) “Ação” no sentido objetivo: é sinônimo de instância, demanda, causa;
c) “Ação” no sentido subjetivo: é, segundo Celso, “a facultas” ou “potestas" "agendi”. É o direito de agir, de acionar a justiça. Esse sentido do vocábulo dá também a possibilidade de existência dos sentidos anteriores.
segundo Chiovenda a “ação” é o direito autônomo, que não se dirige contra o Estado, mas contra o adversário; 
é o direito de mover o aparato judicial do Estado contra quem lesa um direito subjetivo;
segundo José Frederico Marques não é um direito à tutela jurisdicional e sim o direito de pedir essa tutela;
segundo Cintra, Grinover e Dinamarco, “ação” é o direito ao exercício da atividade jurisdicional (ou o poder de exigir esse exercício);
os mesmos autores asseguram que “mediante o exercício da ação provoca-se a jurisdição, que por sua vez se exerce por meio daquele complexo de atos que é o processo.”;
o direito de ação é um direito autônomo do direito subjetivo material;
o Estado (por seu Poder Judiciário) só está autorizado a prestar essa tutela se o pedido preencher a forma prescrita, se existir interesse e legitimidade de agir, se os pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo estiverem presentes, estando presentes todas as condições da ação (possibilidade jurídica do pedido, legitimidade das partes e o interesse processual). Ver artigos 2º (art 2o. do CPC de 2015), 36 e 37 (art. 103 e 104 do CPC2015), 267 IV e VI (art. 316 e 485 IV e VI do CPC 2015) e artigo 282 (art. 319 do CPC 2015) todos do CPC.
3 - Analise do termo “Jurisdição”:
- A jurisdição, que em latim - iurisdictio - significa “dizer o direito”, resulta da soberania do Estado, e junto com as funções administrativa e legislativa, compõem as funções estatais típicas.
- Segundo Chiovenda, a jurisdição é a função estatal que tem por finalidade a atuação da vontade concreta da lei, substituindo a atividade do particular pela intervenção do Estado.
- Em sendo assim, tem-se que a jurisdição é uma das funções do Estado, mediante a qual este se substitui aos titulares dos interesses em conflito para, imparcialmente, buscar a pacificação do conflito que os envolve, com justiça. 
O Estado sempre desenvolve essa função por meio do processo;
Jurisdição é ao mesmo tempo:
Poder – manifestação do poder estatal, conceituado como "capacidade de decidir imperativamente e impor decisões”;
Função – encargo que têm os órgãos estatais de promover a pacificação de conflitos interindividuais, mediante a realização do direito justo e através do processo;
Atividade – complexo de atos do juiz no processo, exercendo o poder e cumprindo a função que a lei lhe comete.
ela (a jurisdição) apenas transparece legitimamente por meio do processo devido;
a jurisdição contenciosa diz-se “inter nolentes” e visa dirimir litígios, não se confundindo com a jurisdição graciosa ou voluntária, que se diz “inter volentes”, que se aplica apenas à homologação de pedidos não litigiosos. 
 
4 - Analise do termo “Processo”:
segundo os autores Cintra, Grinover e Dinamarco, processo significa “marcha avante” ou “caminhada”, do latim, procedere = seguir adiante, por isso, por muito tempo foi confundido com uma simples sucessão de atos processuais, que é na verdade a definição de procedimento (sucessão de atos processuais = procedimento);
 Os procedimentos são apenas as manifestações exteriores do processo. Os procedimentos são os atos visíveis do processo, que, porém, é mais do que isso. O processo é mais do que suas manifestações externas, ele tem componentes principiológicos que motivam e justificam os atos procedimentais;
O processo tem finalidades maiores do que as finalidades do procedimento. O processo tem como finalidade maior eliminar os conflitos e a busca a paz social; 
assim, segundo os autores acima, processo é “o instrumento através do qual a jurisdição se opera” sic.;
no dicionário Técnico Jurídico Deocleciano, Torrieri e Guimarães, os autores definem processo como o “conjunto organizado de preceitos legais que dão forma e movimento à ação”;
segundo os autores acima o processo é composto de peças, termos e atos que instruem, disciplinam e promovem a lide em juízo para efetivação do direito nela pleiteado;
processo também é uma sequência de atos interdependentes que se destinam a solucionar litígio, vinculando o juiz e as partes a direitos e obrigações;
o processo é o instrumento para o legítimo exercício do poder e está presente em todas as esferas do Estado (processo administrativo, processo legislativo, etc) (Cintra, Grinover e Dinamarco).
5 - Denominação desse ramo científico: ao longo do tempo muitos já foram os nomes empregados para nominar o conjunto dos conhecimentos atinentes ao processo judicial. Cada um deles refletiu o estágio no qual se encontrava tal estudo, daí a importância de conhecê-los:
os primeiros períodos de estudo davam destaque aos aspectos exteriores do processo, ou seja, aos aspectos práticos (do procedimento e do resultado obtido). Não é à toa que nessa fase a denominação utilizada era “direito judiciário”, fazendo alusão ao principal ator dessas atividades, o juiz ;
Esse denominação não se manteve por várias causas, mas principalmente pelo fato de que nem todo conteúdo judiciário é processual, e também porque o juiz pode ser o principal ator, mas não é o único, (para uma demanda é preciso pelo menos mais dois atores, além do juiz, o autor e o réu);
a denominação atual (Direito Processual) surgiu dos Alemães, com o intuito de sanar os questionamentos existentes.
6 - Posição enciclopédica do Direito Processual: O Direito Processual é uma ciência autônoma, no campo da dogmática jurídica. 
é um dos ramos do Direito Público, pois dita a atividade jurisdicional do Estado;
Tem raízes profundas no Direito Constitucional. O Direito Constitucional institui o Poder judiciário, cria seus órgãos, garante a atividade dos Magistrados, fixa, na ordem política e ética, o acesso à justiça, garante o devido processo legal, cria e regula os remédios processuais e seu exercício, tudo no objetivo de pacificar a sociedade, com justiça aplicada aos casos concretos;
suas normas se envolvem com todas as normas dos demais campos do direito. 
7 - Divisão do Direito Processual: O Direito processual é uno, tal qual a jurisdição, porém a divisão ocorre para fins de aprofundamento nos estudos, ou seja, o Direito Processual é um ramo único, que se rege e guia por princípios e garantias constitucionais. As divisões (como Direito Processual Civil, Direito Processual penal e etc.) ocorrem em razão da ligação que a norma de Direito processual tenha com dada regra substancial (Direito Civil, Direito Penal, por exemplo)
a CF se refere ao Direito Processual unitariamente, quando assegura que somente à União e aos Estados compete legislar sobre ele;
Cabe, porém ressalvar que, mesmo sendo uno, o Direito Processual se adequa ao ramo sobre o qual está atuando, e por vezes, devido à essa adequação, podem haver peculiaridades, e diferenças, nos procedimentos específicos.

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