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DIREITO CIVIL
Contratos em Geral – Parte I
Livro Eletrônico
Presidente: Gabriel Granjeiro
Vice-Presidente: Rodrigo Calado
Diretor Pedagógico: Erico Teixeira
Diretora de Produção Educacional: Vivian Higashi
Gerência de Produção de Conteúdo: Magno Coimbra
Coordenadora Pedagógica: Élica Lopes
Todo o material desta apostila (incluídos textos e imagens) está protegido por direitos autorais 
do Gran. Será proibida toda forma de plágio, cópia, reprodução ou qualquer outra forma de 
uso, não autorizada expressamente, seja ela onerosa ou não, sujeitando-se o transgressor às 
penalidades previstas civil e criminalmente.
CÓDIGO:
231220284282
CARLOS ELIAS
Consultor Legislativo do Senado Federal na área de Direito Civil, Processo Civil e 
Direito Agrário (único aprovado no concurso de 2012). Advogado. Parecerista. Árbitro. 
Ex-Advogado da União (AGU). Ex-Assessor de Ministro do STJ. Doutor e mestre em 
Direito na Universidade de Brasília (UnB). Bacharel em Direito na UnB (1º lugar no 
vestibular de Direito na UnB 1º/2002). Pós-graduado em Direito Notarial e de Registro. 
Pós-graduado em Direito Público. Professor de Direito Civil e de Direito Notarial e 
de Registral. Membro da Academia Brasileira de Direito Civil (ABDC). Fundador do 
Instituto Brasileiro de Direito Contratual (IBDCont).
 
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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Contratos em Geral – Parte I 
Carlos Elias
SUMÁRIO
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Contratos em Geral – Parte I . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1. Noções Gerais de Contratos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.1. Definição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.2. Economicidade dos Contratos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.3. Fim e Limite dos Contratos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.4. Frustração do Fim do Contrato . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.5. Crise dos Contratos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.6. Elementos dos Contratos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2. Formação dos Contratos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.1. Fase da Puntuação e a Responsabilidade Pré-Contratual . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.2. Fase da Proposta, da Policitação ou da Oblação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.3. Fase do Contrato . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
3. Princípios Contratuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
3.1. Princípio da Obrigatoriedade, da Força Obrigatória ou do Consensualismo 19
3.2. Princípio da Autonomia da Vontade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
3.3. Princípio da Supremacia da Ordem Pública . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
3.4. Princípio da Função Social . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
3.5. Princípio da Boa-Fé e a Responsabilidade Pré-Contratual, Contratual e 
Post Factum Finitum . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21
3.6. Princípio da Revisão dos Contratos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.7. Princípio da Relatividade dos Efeitos do Contrato . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
Questões de Concurso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
Gabarito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
Gabarito Comentado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
 
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Contratos em Geral – Parte I 
Carlos Elias
APreSeNtAÇÃoAPreSeNtAÇÃo
Olá, queridos amigos e queridas amigas!!
Esforce-se para ler estas aulas de Contratos. Elas te darão um excelente suporte para 
enfrentar as questões de concurso envolvendo esse tema. Sei que muitos de vocês têm pressa 
em razão da grande quantidade de matérias, mas eu te garanto: se você dominar bem essa 
matéria de Contratos, você sairá em grande vantagem em relação aos demais candidatos. 
E mais: você terá facilidade para lidar com temas conexos em Direito Administrativo, para 
cuja compreensão é fundamental dominar o tema de Contratos. Por exemplo, não dá para 
você lidar com contratos administrativos sem ter uma boa base de contratos.
Nosso foco é concurso público. E, por isso, ao longo das aulas, eu procurarei colocar 
questões para exemplificar o conteúdo.
Vamos em frente!
 
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Contratos em Geral – Parte I 
Carlos Elias
CONTRATOS EM GERAL – PARTE ICONTRATOS EM GERAL – PARTE I
1 . NoÇÕeS GerAIS De CoNtrAtoS1 . NoÇÕeS GerAIS De CoNtrAtoS
1 .1 . DeFINIÇÃo1 .1 . DeFINIÇÃo
Aluno(a), vamos começar com alguns conceitos mais teóricos, que são importantes para 
você compreender melhor a matéria.
Um trato entre duas ou mais pessoas. Isso é o contrato. Trata-se de um acordo entre 
duas ou mais pessoas com o objetivo de impor obrigações juridicamente exigíveis para 
elas. O contrato é uma fonte de obrigações e, por isso, o livro de Contratos tem de ser 
estudado em conjunto com o de Direito das Obrigações, pois regras como arras, cláusula 
penal, pagamento etc. são disciplinadas neste último livro.
A economia de um país não sobrevive sem os contratos. São eles que dão segurança 
para o mercado por permitir que os indivíduos, se não honrarem as suas promessas, sejam 
coagidos judicial ou extrajudicialmente ao pagamento. Por exemplo, após assinar um contrato 
de aquisição de um imóvel, o vendedor pode ter uma segurança de que poderá cobrar o 
preço e, por isso, pode fazer planejamentos com base nessa expectativa.
Os títulos de crédito, por serem títulos executivos e por facilitarem a circulação de 
direito por meio do endosso, competem com os contratos no modo de formalizaçãoé presumivelmente um fornecedor.
030. 030. (NC-UFPR/OFICIAL/CARTÓRIO TJPR/2019/ADAPTADA E ATUALIZADA) Numa conversa 
amistosa, João oferece seu carro a Pedro que, imediatamente, demonstra interesse 
em comprar o veículo do amigo. Sabendo que João é muito cuidadoso com seus bens, 
Pedro oferece um valor mais do que razoável ao veículo ofertado por João, que aceita a 
contraproposta, sendo o contrato celebrado imediatamente. Entretanto, ainda de posse 
do carro, passados dois dias da negociação, João oferta o mesmo veículo a Maria, e esta 
oferece o dobro do valor sugerido por Pedro. Levando em consideração o caso acima:
Em nenhuma circunstância, ainda que imprevista, poderá João responder por perdas e 
danos se negociar com Maria em detrimento dos interesses econômicos de Pedro.
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Contratos em Geral – Parte I 
Carlos Elias
GABARITOGABARITO
1. C
2. C
3. C
4. E
5. E
6. C
7. C
8. C
9. C
10. C
11. C
12. C
13. E
14. C
15. E
16. E
17. C
18. E
19. E
20. E
21. E
22. E
23. C
24. E
25. C
26. E
27. E
28. E
29. E
30. E
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Contratos em Geral – Parte I 
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GABARITO COMENTADOGABARITO COMENTADO
001. 001. (IADES/PROCURADOR/AL-GO/2019/ADAPTADA E ATUALIZADA) A liberdade contratual será 
exercida nos limites da função social do contrato. os contratantes são obrigados a guardar, 
assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
São os arts. 421 e 422 do CC:
Art. 421. A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato.
Parágrafo único. Nas relações contratuais privadas, prevalecerão o Princípio da intervenção 
mínima e a excepcionalidade da revisão contratual.
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em 
sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
Certo.
002. 002. (NC-UFPR/ADVOGADO/PREF. DE MATINHOS-PR/2019/ADAPTADA E ATUALIZADA) A 
liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato
É o art. 421, CC.
Certo.
003. 003. (NC-UFPR/CARTÓRIO/CARTÓRIO TJPR/2019/ADAPTADA E ATUALIZADA) Os contratantes 
são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato como em sua execução, os princípios 
de probidade e boa-fé.
É o art. 422 do CC.
Certo.
004. 004. (IBFC/ADVOGADO/EMDEC/2019/ADAPTADA) Os princípios de probidade e boa-fé devem 
ser resguardados tão somente durante a execução do contrato.
A boa-fé tem de ser observado antes (sob pena de responsabilidade civil pré-contratual 
ou por culpa in contrahendo), durante (sob pena de responsabilidade contratual) e após 
(sob pena de responsabilidade post factum finito), conforme interpretação doutrinária 
do art. 422 do CC.
Errado.
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005. 005. (NC-UFPR/ADVOGADO/PREF. DE MATINHOS-PR/2019/ADAPTADA) Às partes não é lícito 
estipular contratos atípicos, devendo-se observar os tipos existentes no Código Civil.
Contratos típicos são os tipos previstos no CC; contratos atípicos são os não previstos no 
CC. Para estes, basta observarem-se as regras gerais do CC. É o art. 425, CC:
Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas 
neste Código.
Errado.
006. 006. (FCC/PROCURADOR/SANASA CAMPINAS/2019/ADAPTADA) Os contratos benéficos 
devem ser interpretados de forma restrita.
É o art. 114 do CC:
Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente.
Certo.
007. 007. (FCC/PROCURADOR/SANASA CAMPINAS/2019/ADAPTADA) É possível a manifestação 
tácita de vontade em matéria contratual, quando não for necessária que seja expressa.
É o princípio do silêncio conclusivo, previsto no art. 111 do CC:
Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não 
for necessária a declaração de vontade expressa.
Certo.
008. 008. (NC-UFPR/ADVOGADO/PREF. DE MATINHOS-PR/2019/ADAPTADA) A herança de pessoa 
viva não pode ser objeto de contrato.
É o art. 426 do CC:
Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.
Certo.
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009. 009. (IBFC/ADVOGADO/EMDEC/2019/ADAPTADA) Não pode ser objeto de contrato a herança 
de pessoa viva.
É o art. 426 do CC.
Certo.
010. 010. (FCC/PROCURADOR/SANASA CAMPINAS/2019/ADAPTADA) É proibido o que tem por 
objeto herança de pessoa viva.
Art. 426, CC.
Certo.
011. 011. (NC-UFPR/ADVOGADO/PREF. DE MATINHOS-PR/2019/ADAPTADA) No caso de contrato de 
adesão que contenha cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação 
mais favorável ao aderente.
É o art. 423 do CC:
Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-
se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente.
Certo.
012. 012. (IBFC/ADVOGADO/EMDEC/2019/ADAPTADA) Nos contratos de adesão, são nulas as 
cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza 
do negócio.
É o art. 424 do CC:
Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada 
do aderente a direito resultante da natureza do negócio.
Certo.
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Contratos em Geral – Parte I 
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013. 013. (VUNESP/PROCURADOR/PREFEITURA DE VALINHOS/SP/2019/ADAPTADA) Nos contratos 
de adesão, são anuláveis as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a 
direito resultante da natureza do negócio.
É caso de nulidade, e não de anulabilidade (art. 424, CC).
Errado.
014. 014. (NC-UFPR/ADVOGADO/PREF. DE CURITIBA-PR/2019/ADAPTADA E ATUALIZADA) A 
proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da 
natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso. no entanto, deixará de ser obrigatória 
se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita.
São os arts. 427 e 428 do CC:
Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos 
dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.
Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:
I – se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também 
presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante;
II – se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficientepara chegar a resposta 
ao conhecimento do proponente;
III – se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado;
IV – se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação 
do proponente.
Certo.
015. 015. (VUNESP/PROCURADOR/PREFEITURA DE ITAPEVI/SP/2019/ADAPTADA) A proposta é 
obrigatória se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a 
retratação do proponente.
A proposta deixa de ser obrigatória aí (art. 428, IV, CC).
Errado.
016. 016. (NC-UFPR/OFICIAL/CARTÓRIO TJPR/2019/ADAPTADA E ATUALIZADA) Numa conversa 
amistosa, João oferece seu carro a Pedro que, imediatamente, demonstra interesse 
em comprar o veículo do amigo. Sabendo que João é muito cuidadoso com seus bens, 
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Contratos em Geral – Parte I 
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Pedro oferece um valor mais do que razoável ao veículo ofertado por João, que aceita a 
contraproposta, sendo o contrato celebrado imediatamente. Entretanto, ainda de posse 
do carro, passados dois dias da negociação, João oferta o mesmo veículo a Maria, e esta 
oferece o dobro do valor sugerido por Pedro. Levando em consideração o caso acima:
Se João e Pedro houvessem negociado entre ausentes, ou seja, não estivessem em uma 
amistosa conversa, um de frente para o outro, permaneceria obrigatória a proposta se, 
antes dela, ou simultaneamente, chegasse ao conhecimento de Pedro a retratação de João.
A proposta deixaria de ser obrigatória aí por força do art. 428, IV, do CC.
Errado.
017. 017. (NC-UFPR/OFICIAL/CARTÓRIO TJPR/2019/ADAPTADA E ATUALIZADA) Numa conversa 
amistosa, João oferece seu carro a Pedro que, imediatamente, demonstra interesse 
em comprar o veículo do amigo. Sabendo que João é muito cuidadoso com seus bens, 
Pedro oferece um valor mais do que razoável ao veículo ofertado por João, que aceita a 
contraproposta, sendo o contrato celebrado imediatamente. Entretanto, ainda de posse 
do carro, passados dois dias da negociação, João oferta o mesmo veículo a Maria, e esta 
oferece o dobro do valor sugerido por Pedro. Levando em consideração o caso acima:
O contrato celebrado entre João e Pedro é perfeito, não podendo mais João vender o 
carro a Maria, sem que com isso deva arcar com os prejuízos sofridos por Pedro, ante a 
instantaneidade do aceite, que torna obrigatória a proposta entre presentes.
É o art. 427 do CC.
Certo.
018. 018. (VUNESP/PROCURADOR/UNIFAI/2019/ADAPTADA) Pode revogar-se a oferta pública pela 
mesma via de sua divulgação, ainda que não haja previsão a respeito na oferta realizada.
Só se houver previsão! Veja o art. 429, parágrafo único, CC:
Art. 429. A oferta ao público equivale a proposta quando encerra os requisitos essenciais ao 
contrato, salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos.
Parágrafo único. Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua divulgação, desde que ressalvada 
esta faculdade na oferta realizada.
Errado.
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019. 019. (VUNESP/PROCURADOR/PREFEITURA DE ITAPEVI/SP/2019/ADAPTADA) Pode revogar-
se a oferta pela mesma via de sua divulgação, ainda que não ressalvada esta faculdade na 
oferta realizada.
Tem de haver a ressalva (art. 429, CC).
Errado.
020. 020. (VUNESP/PROCURADOR/UNIFAI/2019/ADAPTADA) Reputar-se-á celebrado o contrato 
no local de domicílio do aceitante.
É no local onde o contrato foi proposto. Veja o art. 435 do CC:
Art. 435. Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto.
Errado.
021. 021. (VUNESP/PROCURADOR/PREFEITURA DE ITAPEVI/SP/2019/ADAPTADA) em regra, os contratos 
entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é recebida pelo proponente.
É desde quando a aceitação é expedida, e não recebida (art. 434, CC). Veja:
Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, 
exceto:
I – no caso do artigo antecedente;
II – se o proponente se houver comprometido a esperar resposta;
III – se ela não chegar no prazo convencionado.
Errado.
022. 022. (VUNESP/PROCURADOR/UNIFAI/2019/ADAPTADA) Se o proponente se houver 
comprometido a esperar resposta, os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde 
que a aceitação à proposta é expedida.
Como o proponente se comprometeu a esperar a resposta, o contrato aí só se tornará 
perfeito quando a aceitação for recebida, conforme inciso II do art. 434 do CC.
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023. 023. (VUNESP/PROCURADOR/UNIFAI/2019/ADAPTADA) A aceitação fora do prazo, com 
adições, restrições, ou modificações, importará nova proposta.
É o art. 431 do CC:
Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, importará nova 
proposta.
Certo.
024. 024. (VUNESP/OFICIAL/TJMA/2019/ADAPTADA) A aceitação do contrato fora do prazo, com 
adições, restrições ou modificações, não importará nova proposta.
É o contrário (art. 431, CC).
Errado.
025. 025. (VUNESP/PROCURADOR/PREFEITURA DE ITAPEVI/SP/2019/ADAPTADA) A aceitação fora 
do prazo importará nova proposta.
É o art. 431, CC.
Certo.
026. 026. (NC-UFPR/OFICIAL/CARTÓRIO TJPR/2019/ADAPTADA E ATUALIZADA) Numa conversa 
amistosa, João oferece seu carro a Pedro que, imediatamente, demonstra interesse 
em comprar o veículo do amigo. Sabendo que João é muito cuidadoso com seus bens, 
Pedro oferece um valor mais do que razoável ao veículo ofertado por João, que aceita a 
contraproposta, sendo o contrato celebrado imediatamente. Entretanto, ainda de posse 
do carro, passados dois dias da negociação, João oferta o mesmo veículo a Maria, e esta 
oferece o dobro do valor sugerido por Pedro. Levando em consideração o caso acima:
João pode negociar com Maria, pois a lei da oferta e da demanda dirige o cenário econômico 
num contrato dessa natureza, bastando, para tanto, que João indenize Pedro em eventuais 
prejuízos. Pedro deverá devolver o carro a João ainda que posteriormente à celebração 
(aceitação) do contrato.
O contrato está perfeito entre as partes, pois já houve a aceitação da contraposta 
(arts. 427 e 431, CC). Logo, João não pode voltar atrás, nem mesmo pagando indenização 
a Pedro, ao contrário do exposto na questão.
Errado.
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Contratos em Geral – Parte I 
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027. 027. (VUNESP/PROCURADOR/PREFEITURA DE ITAPEVI/SP/2019/ADAPTADA) Considera-se 
aceita a proposta se, antes dela ou com ela, chegar ao proponente a retratação do aceitante.
É o contrário: a aceitação se considera inexistente (art. 433, CC). Veja:
Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao proponente 
a retratação do aceitante.
Errado.
028.028. (VUNESP/PROCURADOR/UNIFAI/2019/ADAPTADA) Considera-se inexistente a aceitação, 
se depois dela chegar ao proponente a retratação do aceitante.
É o art. 433, CC.
Errado.
029. 029. (NC-UFPR/OFICIAL/CARTÓRIO TJPR/2019/ADAPTADA E ATUALIZADA) Numa conversa 
amistosa, João oferece seu carro a Pedro que, imediatamente, demonstra interesse 
em comprar o veículo do amigo. Sabendo que João é muito cuidadoso com seus bens, 
Pedro oferece um valor mais do que razoável ao veículo ofertado por João, que aceita a 
contraproposta, sendo o contrato celebrado imediatamente. Entretanto, ainda de posse 
do carro, passados dois dias da negociação, João oferta o mesmo veículo a Maria, e esta 
oferece o dobro do valor sugerido por Pedro. Levando em consideração o caso acima:
João deve indenizar Pedro nos termos do Código de Defesa do Consumidor, pois Pedro é 
presumivelmente vulnerável e João é presumivelmente um fornecedor.
Não se aplica o CDC no caso, pois as partes não se enquadram nos requisitos exigidos pelos 
arts. 2º e 3º do CDC para a caracterização de uma relação de consumo. Trata-se de relação 
meramente civil, entre dois particulares, fora do mercado de consumo. Aplica-se aí o CC. 
Veja os referidos dispositivos:
Art. 2º Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço 
como destinatário final.
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, 
que haja intervindo nas relações de consumo.
Art. 3º Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, 
bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, 
criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização 
de produtos ou prestação de serviços.
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§ 1º Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.
§ 2º Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, 
inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das 
relações de caráter trabalhista.
Errado.
030. 030. (NC-UFPR/OFICIAL/CARTÓRIO TJPR/2019/ADAPTADA E ATUALIZADA) Numa conversa 
amistosa, João oferece seu carro a Pedro que, imediatamente, demonstra interesse 
em comprar o veículo do amigo. Sabendo que João é muito cuidadoso com seus bens, 
Pedro oferece um valor mais do que razoável ao veículo ofertado por João, que aceita a 
contraproposta, sendo o contrato celebrado imediatamente. Entretanto, ainda de posse 
do carro, passados dois dias da negociação, João oferta o mesmo veículo a Maria, e esta 
oferece o dobro do valor sugerido por Pedro. Levando em consideração o caso acima:
Em nenhuma circunstância, ainda que imprevista, poderá João responder por perdas e 
danos se negociar com Maria em detrimento dos interesses econômicos de Pedro.
Ao contrário do dito na questão, João pode sim responder por perdas e danos perante Pedro 
se ele descumprir o contrato que já se tornou perfeito com a aceitação da contraposta. Se, 
por exemplo, o veículo tiver sido transferido para Maria, como não havia ainda um direito 
real de Pedro sobre o veículo, este não poderá reivindicar o carro das mãos da Maria; todavia, 
poderá exigir o valor equivalente do carro de João, além de outras perdas e danos.
Acresça-se que, caso estejam presentes os requisitos da teoria da imprevisão (arts. 317 
e 478 do CC), João pode resolver o contrato com Pedro, caso em que ele estará liberado 
para negociar o carro com Maria sem ter de pagar indenização alguma a Pedro. Veja os 
preceitos retrocitados:
Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da 
prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, 
de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação.
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das 
partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de 
acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. 
Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação.
Errado.
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	Sumário
	Apresentação
	Contratos em Geral – Parte I
	1. Noções Gerais de Contratos
	1.1. Definição
	1.2. Economicidade dos Contratos
	1.3. Fim e Limite dos Contratos
	1.4. Frustração do Fim do Contrato
	1.5. Crise dos Contratos
	1.6. Elementos dos Contratos
	2. Formação dos Contratos
	2.1. Fase da Puntuação e a Responsabilidade Pré-Contratual
	2.2. Fase da Proposta, da Policitação ou da Oblação
	2.3. Fase do Contrato
	3. Princípios Contratuais
	3.1. Princípio da Obrigatoriedade, da Força Obrigatória ou do Consensualismo
	3.2. Princípio da Autonomia da Vontade
	3.3. Princípio da Supremacia da Ordem Pública
	3.4. Princípio da Função Social
	3.5. Princípio da Boa-Fé e a Responsabilidade Pré-Contratual, Contratual e Post Factum Finitum
	3.6. Princípio da Revisão dos Contratos
	3.7. Princípio da Relatividade dos Efeitos do Contrato
	Resumo
	Questões de Concurso
	Gabarito
	Gabarito Comentadodas 
vontades no mercado. Grande parte dos empréstimos dados pelos bancos se materializam 
em títulos de crédito, especialmente nas cédulas de crédito bancaria, e não em contratos 
de mútuo. Os títulos de crédito possuem regras própria e integram o Direito Empresarial, 
e não o Direito Civil.
A interdisciplinaridade é fundamental para dominar o tema dos contratos. É que, embora 
as regras gerais dos contratos estejam nos arts. 421 ao 480 do CC e as de contratos em 
espécie ocupem os arts. 481 ao 853, é indispensável o domínio das regras de direito das 
obrigações (arts. 233 ao 421), de responsabilidade civil (arts. 927 ao 957) e de Direitos das 
Coisas (arts. 1.196 ao 1.510-E), além de outras leis especiais. A divisão temática do CC é 
meramente didática, pois, na verdade, os vários assuntos estão interligados e, portanto, é 
duvidosa a existência efetiva de uma linha divisória entre eles.
Há várias leis especiais disciplinando contratos, como os contratos de locação de imóveis 
urbanos (Lei do Inquilinato – Lei n. 8.245/1991), de aquisição de imóvel “na planta” (Lei de 
Incorporação Imobiliária – Lei n. 4.591/64), de contrato envolvendo consumidor (Código 
de Defesa do Consumidor – CDC) etc.
O conflito entre as várias normas que resolvem os contratos, como os conflitos entre o 
CDC e o CC, costuma ser resolvido pelos critérios tradicionais de solução de antinomia, ou 
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seja, pelos critérios cronológico, hierárquico e da especialidade. Todavia, a complexidade 
da sociedade moderna vem chancelando a utilização do Diálogo das Fontes no lugar desses 
critérios tradicionais. Para aprofundamento, reportamo-nos ao que escrevemos sobre a LINDB.
A compreensão de um contrato não se limita ao seu texto escrito, pois, no ambiente 
contemporâneo da Constitucionalização do Direito Civil, há inegável influência de princípios 
e de cláusulas abertas na interpretação e na invalidação de cláusulas contratuais. Praticar 
uma conduta em uma cláusula contratual não necessariamente é uma conduta lícita, pois 
princípios jurídicos podem invalidar a cláusula. Vários conceitos novos foram desenvolvidos 
nesse contexto, como o do adimplemento substancial, da violação positiva do contrato, da 
doutrina do terceiro cúmplice etc. Já cuidamos de alguns desses conceitos anteriormente 
e trataremos dos demais aqui.
Há notável debate acadêmico sobre os limites do intervencionismo nos contratos com 
reflexões acerca das consequências positivas e negativas disso na relação entre Estado, 
Sociedade, Economia e Mercado. Todavia, não vamos aprofundar nesse tema, pois o nosso 
foco é concurso público e isso não costuma ser cobrado dessa forma.
1 .2 . eCoNoMICIDADe DoS CoNtrAtoS1 .2 . eCoNoMICIDADe DoS CoNtrAtoS
001. 001. (CESPE/PROCURADOR/PGM-AM/2016) Uma pessoa poderá firmar contrato que limite 
seus direitos da personalidade caso o acordo seja-lhe economicamente vantajoso.
O que você marcaria: certo ou errado?
Pois, em regra, os direitos da personalidade não podem ser limitados voluntariamente, 
ainda que isso seja economicamente vantajoso. do contrário, muitas pessoas venderiam 
órgãos do corpo por preços fabulosos, o que é proibido pela lei. Só se pode limitar direito 
da personalidade quando a lei autorizar ou houver razoabilidade. É assim que deve ser lido 
o art. 11 do CC:
Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis 
e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.
Errado.
O tema acima nos leva a discutir um outro assunto: o objeto dos contratos precisa ou 
não ter natureza econômica?
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A doutrina majoritária exige que o objeto contrato tem de possuir um valor econômico, 
sob pena de ser irrelevante ao direito. Em um contrato de prestação de serviço, o objeto 
(um serviço) tem um valor econômico. É verdade que as regras do Código Civil em matéria 
de contratos contêm regras que pressupõe a economicidade do objeto.
Temos, porém, que a economicidade do objeto deve ser compreendida de modo amplo 
para abranger também negócios jurídicos envolvendo direitos da personalidade, que são 
direitos existenciais, extrapatrimoniais e não econômicos. Na gestação por substituição, o 
ato da gestante poderia ser materializado por um negócio que, a nosso sentir, configuraria 
um contrato, que credenciaria a utilização de meios judiciais de coerção (como uma busca 
e apreensão ou uma execução de obrigação de fazer) Ou de indenização. Nesses casos, 
apesar de o objeto ser extrapatrimonial, o contrato dará expressão econômica a ele para 
autorizar, por exemplo, a aplicação de multas e de cobrança de indenização por dano moral. 
É evidente, porém, que a liberdade contratual nesses casos de contratos envolvendo direitos 
da personalidade será limitada pela própria natureza desses direitos, que, em regra, não 
podem sofrer limitações voluntárias (art. 11, CC). Veja esse art. 11 do CC:
Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis 
e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.
Portanto, a economicidade dos contratos não exclui objetos extrapatrimoniais, mas, para 
viabilizar a utilização de meios coercitivos, esse objeto acabará assumindo uma expressão 
econômica, ainda que sob a forma de indenização por dano moral.
1 .3 . FIM e lIMIte DoS CoNtrAtoS1 .3 . FIM e lIMIte DoS CoNtrAtoS
002. 002. (CESPE/ANALISTA/TRT16/2005) A liberdade contratual está limitada ao fim social 
do contrato.
Porque o fim social é um limite à liberdade contratual por força do art. 421 do CC, cujo 
conteúdo é este:
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Art. 421. A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato.
Parágrafo único. Nas relações contratuais privadas, prevalecerão o Princípio da intervenção 
mínima e a excepcionalidade da revisão contratual.
Certo.
003. 003. (CESPE/JUIZ/TRF5/2013) A liberdade contratual relaciona-se com a escolha da pessoa 
ou das pessoas com quem o negócio será celebrado, ao passo que a liberdade de contratar 
está relacionada com o conteúdo do negócio jurídico.
Porque a definição é o contrário do exposto na questão.
Errado.
Vamos tratar mais desse assunto.
Qual é a finalidade das partes ao celebrar um contrato? É circular riquezas, razão por 
que o fim do contrato é a sua finalidade econômica (a de circular riquezas). Numa doação, 
um patrimônio do doador se transfere ao donatário; num contrato de compra e venda, o 
vendedor transfere um bem em troca de dinheiro; etc.
Há, porém, um limite aos contratos: a função social. Di-lo o art. 421 do CC, que está 
assim redigido:
Art. 421. A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato.
Parágrafo único. Nas relações contratuais privadas, prevalecerão o Princípio da intervenção 
mínima e a excepcionalidadeda revisão contratual.
Os contratos permitem a circulação de riquezas, desde que isso beneficie toda a 
sociedade (função social). O conceito de “função social” é aberto e dá ensanchas a diversas 
interpretações a depender do momento histórico e da ideologia dos julgadores.
Não se confunde a liberdade de contratar – que é a possibilidade de os indivíduos 
escolherem com quem e quando querem celebrar um contratar – com a liberdade contratual 
– que é a liberdade de definir o conteúdo do contrato.
Segundo a doutrina majoritária, a função social limita apenas a liberdade contratual, 
pois impõe limites apenas ao conteúdo dos contratos, censurando, por exemplo, cláusulas 
contratuais que sejam abusivas, como aquelas que inseridas em contrato de plano de saúde 
para restringir a cobertura do período de internação do cliente no hospital. Por isso, o 
art. 421 do CC é textual nesse sentido.
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1 .4 . FrUStrAÇÃo Do FIM Do CoNtrAto1 .4 . FrUStrAÇÃo Do FIM Do CoNtrAto
004. 004. (VUNESP/CARTÓRIOS/TJSP/2012) Na teoria geral dos contratos, a denominada frustração 
do fim do contrato, que torna a prestação inútil, tem guarida no princípio da(o):
a) Autonomia privada.
b) boa-fé objetiva.
c) equilíbrio econômico.
d) função social do contrato.
Você já ouviu falar em “frustração do fim do contrato”? Vamos tratar do tema: esse é o 
presente que eu estou dando para quem acertou a questão.
Letra d.
Como o contrato possui uma finalidade econômica e ele é limitado pela função social 
(art. 421, CC), a eventual frustração da utilidade de uma prestação contratual poderá gerar 
a sua extinção do contrato. Trata-se da “frustração do fim do contrato”, que autoriza a 
extinção do contrato quando, por um fato superveniente, sua prestação se torna inútil, 
embora seja materialmente possível. O adimplemento do contrato não cumprirá o fim 
objetivado pelas partes. O contrato perdeu a razão de ser por um fato superveniente. É o 
que sucede, por exemplo, no caso de alguém ser contratado para:
• (1) desatolar um carro que, por força de uma chuva, veio a ser desatolado naturalmente 
antes da prestação do serviço;
• (2) pintar uma casa que veio a ruir durante um terremoto ocorrido antes da realização 
da pintura. Esses serviços ainda são materialmente possíveis de serem realizados, 
mas já não são úteis para o tomador do serviço.
Não se confunde com outras hipóteses de extinção do contrato, como as provenientes da 
onerosidade excessiva (art. 478, CC) Ou da impossibilidade material ou jurídica da prestação. 
Trata-se de caso de perda da utilidade da prestação, e não da sua impossibilidade ou da 
sua excessiva onerosidade.
A frustração do fim do contrato representa uma perda da própria “causa” do contrato, 
assim entendida o resultado concreto que objetivamente buscavam as partes (Cogo, 2012, 
p. 308). Causa não se confunde com motivo. Este é apenas a justificativa psicológica das 
partes, o que é irrelevante para o Direito em regra. Causa, porém, é o fato objetivo vinculado 
ao contrato. Assim, no caso de uma compra de carro para dar inveja no vizinho, a causa é 
a transmissão da propriedade do carro, e o motivo é a intenção do comprador em causar 
inveja no vizinho.
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Contratos em Geral – Parte I 
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O fundamento da “frustração do fim do contrato” é a função social, que limita a liberdade 
contratual. Nesse sentido, dispõe o Enunciado n. 166/JDC:
A frustração do fim do contrato, como hipótese que não se confunde com a impossibilidade da 
prestação ou com a excessiva onerosidade, tem guarida no Direito brasileiro pela aplicação do 
art. 421 do Código Civil.
Sobre o tema, recomendamos a obra de Rodrigo Barreto Cogo (2012).
A vedação ao abuso de direito também é um dos fundamentos da “frustração do fim 
do contrato”, pois é abusivo ato que extrapola os limites impostos, entre outros, pelo “fim 
social”, conforme está no art. 187 do CC, cuja redação é esta:
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente 
os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Enfim, exigir o cumprimento de uma prestação que se tornou inútil é abuso de direito 
(Cogo, 2012, p. 338).
1 .5 . CrISe DoS CoNtrAtoS1 .5 . CrISe DoS CoNtrAtoS
Tradicionalmente os contratos sempre foram vistos como resultado do encontro 
das forças dos contratantes em pé de igualdade. Todavia, a modernidade, com a sua 
multiplicação de contratos de adesão – cujas cláusulas são escritas apenas por uma das 
partes sem margem de negociação para a outra parte –, estaria a causar uma “crise dos 
contratos”. Para tomar emprestadas as palavras de um dos maiores expoentes do Novo 
Direito Civil, o professor Flávio Tartuce, “há inclusive quem já tenha lavrado a sua certidão 
de óbito. Grant Gilmore, em 1.974, publicou um livro com título provocador – “The Death 
of Contract” (Columbus, Ohio) – onde assinalou a ação demolidora dos novos tempos no 
edifício conceitual do contrato” (Tartuce, 2007, p. 28).
Temos, porém, que esse fenômeno própria da sociedade de massas, não representa uma 
crise dos contratos, e sim o seu apogeu, marcado por novos conceitos e novos pressupostos 
teóricos. Nunca antes na história se celebrou tantos contratos. A doutrina, porém, teve 
de evoluir as bases teóricas tradicionais dos contratos para modelar uma teoria geral dos 
contratos que autoriza um maior grau de intervenção na invalidação de cláusulas contratuais. 
Seguimos, nesse ponto, as ideias dos professores Flávio Tartuce e Giselda Maria Fernandes 
Novaes Hironaka.
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1 .6 . eleMe1 .6 . eleMeNtoS DoS CoNtrAtoSNtoS DoS CoNtrAtoS
005. 005. (CESPE/ANALISTA/MPE-PI/2012) Por serem convencionados pelas partes, os elementos 
acidentais – introduzidos facultativamente no negócio jurídico – não possuem o mesmo 
valor que os elementos estruturais – determinados pela lei.
Pois, no momento em que os elementos acidentais são pactuados, eles têm de ser respeitados 
igualmente ao que sucede com os elementos estruturais (que são os elementos essenciais) 
do negócio jurídico. Isso significa que, uma vez pactuados, os elementos acidentais têm o 
mesmo valor do que os elementos essenciais, ao contrário do exposto na questão acima. 
Vamos tratar disso agora.
Errado.
Os mesmos elementos dos negócios jurídicos – a saber, os elementos essenciais, naturais 
e acidentais – são também dos contratos, de maneira que a existência, a validade e a eficácia 
dos contratos são disciplinados pela teoria dos negócios jurídicos.
Os elementos essenciais são aqueles indispensáveis à existência e à validade dos contratos. 
Nesse sentido, os contratos precisam de requisitos objetivos (um objeto lícito, possível e 
determinável), formais (uma forma compatível com a do ordenamento jurídico) e subjetivos 
(partes que sejam sujeitos capazes).
Os elementos naturais são os inerentes aopróprio contrato, como a transferência ou 
a garantia da evicção no contrato de compra e venda.
Os elementos acidentais são os facultativos que influem na eficácia do contrato, como 
o termo, a condição e o encargo.
2 . ForMAÇÃo DoS CoNtrAtoS2 . ForMAÇÃo DoS CoNtrAtoS
Didaticamente, o contrato nasce após o transcurso de três fases: a da puntuação, a da 
proposta e a do contrato. Vamos tratar dessas fases.
2.1. FASE DA PUNTUAÇÃO E A RESPONSABILIDADE PRÉ-CONTRATUAL2.1. FASE DA PUNTUAÇÃO E A RESPONSABILIDADE PRÉ-CONTRATUAL
006. 006. (CESPE/JUIZ/TRF1/2015/ADAPTADA) A fase de puntuação na formação do contrato 
não vincula os participantes a sua celebração definitiva, o que impede inferir-se eventual 
responsabilização contratual nas tratativas.
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Pois é cabível a responsabilidade civil pré-contratual (também chamada de responsabilidade 
por culpa in contrahendo) No caso de violação à boa-fé na fase da pontuação. Faço uma 
ressalva: a questão fala em “responsabilização contratual”. Tecnicamente, a responsabilidade 
civil pré-contratual não decorre de um contrato, e sim da violação de uma lei. É uma espécie 
de responsabilidade extracontratual. Todavia, isso não mudaria o gabarito: o item é errado 
por falar que não cabe “responsabilização” (e não responsabilidade) contratual. Considero, 
porém, que a questão foi mal feita.
Errado.
Eu ainda vou explicar a matéria, mas, primeiro, quero que você veja mais algumas questões.
Veja agora esta questão:
007. 007. (FUNIVERSA/ANALISTA/SEPLAG-DF/2010) Nas negociações preliminares, há vinculação 
entre as partes, o que gera a responsabilidade contratual.
Pois a regra geral é que não há responsabilidade civil na fase das negociações preliminares. 
A responsabilidade pré-contratual é excepcional. Ademais, na fase da pontuação, as partes 
não se vinculam.
Errado.
008. 008. (FUNRIO/PROCURADOR/PREFEITURA DE TRINDADE/2016/ADAPTADA) É possível que 
as partes, a qualquer momento, desistam das negociações preliminares, ainda que se 
tenha criado a legítima expectativa na outra parte de que o contrato seria celebrado, 
independentemente de perdas e danos.
Porque não se admite a violação à boa-fé objetiva na fase das negociações preliminares, 
sob pena de responsabilidade pré-contratual.
Errado.
Vamos explicar!
A fase da puntuação ou das negociações preliminares consiste nas tratativas iniciais sem 
caráter vinculante estabelecidas entre as partes. É o caso, por exemplo, de um indivíduo 
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que, potencialmente interessado decorar a própria casa, conversa com um designer de 
interiores sobre projetos de decorações, sem receber um orçamento individualizado para 
sua casa. Trata-se de mera fase das negociações preliminares.
É comum essa fase ser registrada por escrito por meio de instrumentos conhecidos como 
“protocolo de intenções”, “carta de intenções” ou “termo de opções”. Não se trata de um 
contrato, e sim de uma etapa da fase das negociações preliminares. Por esses documentos, 
as partes registram a intenção de negociar as condições de um contrato futuro. Não se 
trata sequer de um contrato preliminar, pois este já é um tipo de contrato, com todas as 
condições negociais definidas, conforme trata o art. 462 do CC:
Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais 
ao contrato a ser celebrado.
Se, por exemplo, uma universidade brasileira assina uma carta de intenções com uma 
universidade norte-americana para registrar a pretensão delas de negociar uma parceria 
acadêmica, esse documento não tem um valor meramente simbólico, pois permitirá, por 
exemplo, que as universidades façam marketing para atrair clientela.
Também pode ser usado um “edital” convocando interessados a negociar um 
possível contrato.
A fase de negociações preliminares não vincula as partes e, portanto, não as obriga a 
celebrar um contrato no futuro. Por isso, em regra, não se pode falar em responsabilidade 
civil nessa fase. Se a parte não quiser celebrar o contrato no futuro, ela não poderá ser 
condenada a pagar indenização alguma.
Todavia, excepcionalmente, quando houver violação da boa-fé, é possível falar em 
responsabilidade civil pré-contratual, também batizada de responsabilidade por culpa in 
contrahendo. Trata-se de uma responsabilidade extracontratual ou aquiliana, pois decorre da 
violação de um dever legal (a boa-fé), e não de um contrato (que sequer existe). Se qualquer 
das partes tiver um comportamento de má-fé, é cabível sua condenação a indenizar os 
danos sofridos pelo outra.
Por exemplo, no caso acima do designer de interiores, se o indivíduo conduzir a conversa 
com o designer ao longo de duas horas insinuando ter efetivo interesse e, posteriormente, 
romper a legítima expectativa criada no profissional acerca da seriedade da conversa 
afirmando que, por “brincadeira”, queria apenas desperdiçar o tempo do profissional, há 
conduta violadora da boa-fé a credenciar a responsabilidade civil por culpa in contrahendo 
do zombador.
O STJ condenou uma fabricante de carros a pagar R$ 75.000,00 a título de indenização 
por dano material a título de responsabilidade civil pré-contratual. Em suma, essa fabricante, 
por um edital, convocou interessados em instalar uma concessionária de veículos de luxo 
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Contratos em Geral – Parte I 
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em Manaus, e uma empresa apresentou interesse. Pelo que se infere da leitura do voto, o 
edital previa o pagamento de uma espécie de “tarifa de inscrição” no valor de R$ 75.000,00, 
provavelmente para custear gastos da fabricante com empresas de consultoria para analisar 
a idoneidade financeira e empresarial dos candidatos. O edital não representava um contrato, 
mas um apenas uma forma de negociação preliminar. A fabricante, depois de ter noticiado 
a aprovação da empresa e de ter criado a expectativa da iminente assinatura do contrato, 
desistiu da intenção de investir em Manaus e pediu desculpas à empresa, sem devolver o 
dinheiro. Nesse caso, como a desistência da fabricante não teve nenhuma conexão com 
algum comportamento indevido da empresa candidata, mas decorreu de mera mudança 
do plano de investimentos no Brasil, há má-fé a credenciar a sua responsabilidade pré-
contratual. Pessoal, vale a pena dar uma lida na ementa do julgado:
JURISPRUDÊNCIA
RECURSO ESPECIAL. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. VIOLAÇÃO do art. 535 do CÓDIGO de 
PROCESSO CIVIL. AUSÊNCIA. DECLARATÓRIOS PROCRASTINATÓRIOS. MULTA. CABIMENTO. 
CONTRATO. FASE de TRATATIVAS. VIOLAÇÃO do PRINCÍPIO da BOA-FÉ. DANOS MATERIAIS. 
SÚMULA n. 7/STJ.
1. Não há falar em negativa de prestação jurisdicional se o tribunal de origem motiva 
adequadamente sua decisão, solucionando a controvérsia com a aplicação do direito 
que entende cabível à hipótese, apenas não no sentido pretendido pela parte.
2. “No caso, não se pode afastar a aplicação da multa do art.538 do CPC, pois, 
considerando-se que a pretensão de rediscussão da lide pela via dos embargos 
declaratórios, sem a demonstração de quaisquer dos vícios de sua norma de regência, é 
sabidamente inadequada, o que os torna protelatórios, a merecerem a multa prevista 
no art. 538, parágrafo único, do CPC’ (EDcl no AgRg no Ag 1.115.325/RS, Rel. Min. Maria 
Isabel Gallotti, Quarta Turma, DJe 4/11/2011).
3. A responsabilidade pré-contratual não decorre do fato de a tratativa ter sido rompida 
e o contrato não ter sido concluído, mas do fato de uma das partes ter gerado à outra, 
além da expectativa legítima de que o contrato seria concluído, efetivo prejuízo material.
4. As instâncias de origem, soberanas na análise das circunstâncias fáticas da causa, 
reconheceram que houve o consentimento prévio mútuo, a afronta à boa-fé objetiva 
com o rompimento ilegítimo das tratativas, o prejuízo e a relação de causalidade 
entre a ruptura das tratativas e o dano sofrido. A desconstituição do acórdão, como 
pretendido pela recorrente, ensejaria incursão no acervo fático da causa, o que, como 
consabido, é vedado nesta instância especial (Súmula n. 7/STJ).
5. Recurso especial não provido.
(STJ, REsp 1051065/AM, 3ª Turma, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, DJe 27/02/2013).
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Contratos em Geral – Parte I 
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Entendemos que também haveria responsabilidade pré-contratual se o banco, após 
pré-aprovar a concessão de um crédito imobiliário a um consumidor com um prazo de 
eficácia, vir a posteriormente negar esse crédito dentro desse prazo por fundamento não 
imputado ao consumidor e não superveniente. Isso seria um comportamento contraditório, 
que é condenado pelo Princípio da boa-fé objetiva. O banco teria de indenizar os prejuízos 
sofridos pelo consumidor, como o valor gasto por este com arras pagas ao vendedor de um 
imóvel. Se, porém, a negativa do banco se fundar em um fato superveniente imputado ao 
consumidor (ex.: nome deste foi negativado após a pré-aprovação) Ou em uma inconsistência 
no imóvel a ser financiado (ex.: o valor venal deste é muito baixo para garantir o empréstimo 
bancário), há boa-fé na conduta do banco a afastar-lhe a responsabilização. Alerta-se que 
esse caso envolve uma “pré-aprovação” que alguns bancos concedem antes mesmo de o 
consumidor escolher o imóvel a ser adquirido com o objetivo de dar-lhe a segurança de 
que, ao menos, a idoneidade financeira do consumidor para a percepção do empréstimo 
já foi reconhecida. Desconhecemos julgados sobre esse tema. Em situações diversas, em 
que o banco só realiza um simulação de empréstimo sem ter efetivamente analisado a 
idoneidade financeira do cliente, não há uma “pré-aprovação” e, portanto, o banco não 
violará a boa-fé se, posteriormente, negar o financiamento, tal como já julgou o Tribunal 
Regional Federal da 4ª Região. Assim ficou ementado o julgado do TRF:
JURISPRUDÊNCIA
ADMINISTRATIVO E CIVIL. FINANCIAMENTO HABITACIONAL. PROCESSAMENTO. MERA 
EXPECTATIVA. ATO ILÍCITO da CEF E DANO INDENIZÁVEL INEXISTENTES.
O processamento de pedido de concessão de mútuo habitacional pela CEF não implica 
em aprovação e assinatura de contrato de financiamento, mas em mera expectativa 
de sua concessão por parte da postulante. Inexistente ato ilícito por parte da empresa 
pública federal, bem como os alegados danos indenizáveis.
(TRF4, AC 5000642-18.2015.4.04.7111, 3ª Turma, Rel. Desembargadora Vânia Hack 
de Almeida, j. 17/07/2018)
2 .2 . FASe DA ProPoStA, DA PolICItAÇÃo oU DA oBlAÇÃo2 .2 . FASe DA ProPoStA, DA PolICItAÇÃo oU DA oBlAÇÃo
A proposta, também batizada de policitação ou oblação, vincula o proponente nos 
termos dos arts. 427 e ss do CC, salvo ressalva expressa da proposta, circunstâncias ou 
natureza do negócio. Veja o art. 427 do CC:
Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos 
dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.
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Contratos em Geral – Parte I 
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Há proposta quando o proponente anuncia todas as condições do contrato. O mero 
anúncio da pretensão de vender um imóvel, sem indicar as condições negociais (preço, por 
exemplo), não configura proposta.
Ocorrendo a aceitação da proposta dentro do prazo de eficácia da proposta, nasce o 
contrato, ou seja, o contrato torna-se perfeito, pois houve o encontro de vontades.
A depender da forma de envio da proposta, o contrato pode ser classificado por ser 
classificado como contrato entre presentes ou entre ausentes.
No contrato entre presentes, a proposta é encaminhada por um canal de comunicação 
instantâneo (via presencial, telefônica, de chat on-line ou em site de internet, como no caso 
de uma compra de passagem aérea mediante um clique no botão de “aceitar” no site da 
companhia aérea). Nesses casos, a proposta vincula apenas se a aceitação for manifestada 
de modo imediato ou, se houver, até a data final do prazo de eficácia expressamente indicado 
na proposta. É isso que se extrai dos arts. 428, inciso I, e 431 do CC:
Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:
I – se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também 
presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante;
Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, importará 
nova proposta.
No contrato entre ausentes, a proposta é expedida por um canal de comunicação não 
instantâneo (carta, e-mail etc.). Como haverá um espaço de tempo entre o envio da proposta 
e a manifestação da vontade, o prazo de eficácia da proposta variará.
Se a proposta não tiver prazo indicado, a aceitação terá de ser expedida em um “prazo 
moral”, assim entendido o prazo razoável para o aceitante tomar ciência da proposta e 
imediatamente expedir a aceitação. A propósito, assim dispõe o inciso II do art. 428 do CC:
Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta: […]
II – se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta 
ao conhecimento do proponente;
Se, porém, a proposta indicar um prazo final para a aceitação, presumir-se-á que essa 
aceitação tem de ser expedida até essa data, ainda que ela chegue posteriormente. A data 
da expedição é o marco, conforme arts. 428, III, e 434 do CC:
Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta: […]
III – se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado; […]
Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, exceto:
I – no caso do artigo antecedente;
II – se o proponente se houver comprometido a esperar resposta;
III – se ela não chegar no prazo convencionado.
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Contratos em Geral – Parte I 
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Trata-se da teoria da agnição na modalidade da expedição. Esses prazos, todavia, podem 
ser mudados pela vontade do proponente. A vontade das partes podem pactuar outra teoria 
diversa da agnição na modalidadeda expedição. Basta haver previsão expressa.
A propósito, as teorias acerca do momento de aperfeiçoamento do contrato entre 
ausentes quando a proposta tiver prazo são estas:
(1) teoria da cognição: aceitação tem de chegar ao conhecimento (cognição) efetivo do 
proponente. Ex.: proponente abriu a carta de aceitação e leu o seu conteúdo;
(2) teoria da agnição: aceitação não precisa chegar à efetiva ciência do proponente. A 
teoria da agnição pode ser dividida em três modalidades:
(2.1) modalidade da declaração: aceitação só precisa ser declarada pelo aceitante (ex.: 
escrever a carta);
(2.2.) modalidade da expedição: aceitação tem de ser expedida (ex.: postar nos correios 
a carta de aceitação); e
(2.3.) modalidade do recebimento: aceitação tem de ser recebida pelo proponente (ex.: 
carta de aceitação foi entregue ao proponente, mas este ainda não a leu).
Tema importante é saber se é ou não cabível retratação pelo aceitante. O aceitante pode 
retratar-se, desde que sua retratação seja recebida pelo proponente antes ou concomitante 
com a aceitação. Nesse caso, a aceitação é tida por inexistente, conforme os arts. 428, III, 
e 433 do CC:
Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta: […]
IV – se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação 
do proponente.
Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao proponente 
a retratação do aceitante.
Se a retratação chegar depois, ela é ineficaz: o contrato já nasceu e, assim, a parte 
arrependida só terá a opção de, se a lei autorizar implicitamente, resilir unilateralmente 
o contrato na forma do art. 473 do CC e suportar todos os encargos próprios de uma 
inadimplência. A propósito, veja esse art. 473 do CC:
Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, 
opera mediante denúncia notificada à outra parte.
Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes houver feito investimentos 
consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá efeito depois de transcorrido 
prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos.
Há quem sustente que a teoria adotada para o contrato entre ausentes decorrente de 
proposta com prazo foi a teoria da agnição na modalidade do recebimento, pois a data do 
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Contratos em Geral – Parte I 
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recebimento é relevante para a retratação. Esse corrente é minoritária, porém. A expedição 
é que importa para dar o marco temporal do nascimento do contrato, o que pode ter, por 
exemplo, repercussão tributária (ex.: aplica-se a lei tributária vigente no momento da 
expedição da aceitação, e não do recebimento).
Preciso fazer um alerta!
É preciso tomar cuidado que, em muitos casos, as circunstâncias afastam essas regras 
acima. É comum que, pelos costumes, o contrato ainda dependa da formalização de um 
instrumento escrito a ser assinado pelas partes, de modo que a mera troca de cartas de 
proposta e de aceitação não serão suficientes para o nascimento do contrato.
Quanto ao lugar do contrato, considera-se que ele foi celebrado no lugar onde ele foi 
proposto, conforme o art. 435 do CC:
Art. 435. Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto.
Se o proponente, no momento da proposta, estiver no mesmo lugar do aceitante, esse 
lugar é o do contrato. Se, porém, o proponente não estava no mesmo lugar do aceitante, 
deve-se considerar que o lugar do contrato é o domicílio do proponente, de onde se deve 
presumir ter partido a proposta. Isso se harmoniza com o § 2º do art. 9º da LINDB, que 
fixa o domicílio do proponente como o lugar da obrigação. Relembre-se desse dispositivo:
Art. 9º Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem. […]
§ 2º A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente.
No contrato entre presentes, nem sempre as partes estão no mesmo lugar físico, 
como nos casos de propostas feitas por telefone ou pela internet. Nesses casos, o lugar 
do contrato será o do lugar onde está o proponente, o que corresponderá ao seu domicílio. 
Se compramos uma passagem aérea no site da companhia islandesa Iceland Air, estamos 
a aceitar a proposta feita na internet por essa empresa, de modo que o contrato será tido 
por celebrado na capital da Islândia, a cidade de Reykjavík, que é o domicílio da Iceland Air.
No contrato entre ausentes, segue-se a mesma regra: o lugar do contrato será o 
da proposta.
A principal utilidade de definir o lugar do contrato é definir a lei aplicável no caso de 
as partes estarem em países diferentes, tendo em vista que o art. 8º da LINDB define que 
deve ser aplicada a lei do país onde o contrato foi celebrado. Pode haver também utilidades 
tributárias, pois determinados tributos estaduais ou municipais podem ter por fato gerador 
o contrato e, nesse caso, a fazenda local que cobrará o tributo será o do lugar do contrato.
Proposta se distingue de oferta por um motivo: esta última dirige-se a pessoas 
indeterminadas (a oblatos indeterminados), ao passo que a proposta é para indivíduo(s) 
específico(s). A oferta é feita ao público, como cartazes afixados em um mural para qualquer 
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Contratos em Geral – Parte I 
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pessoa. Para vincular, a oferta também precisa ter todas as condições do contrato 
(art. 429, caput, CC). A oferta só pode ser retratada se, além de haver previsão expressa 
dessa possibilidade na própria oferta, o ofertante divulgar a retratação pela mesma via de 
divulgação da oferta (art. 429, parágrafo único, CC). Veja o art. 429 do CC:
Art. 429. A oferta ao público equivale a proposta quando encerra os requisitos essenciais ao 
contrato, salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos.
Parágrafo único. Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua divulgação, desde que ressalvada 
esta faculdade na oferta realizada.
Por fim, faço uma ressalva. Quando se tratar de relação de consumo, a disciplina da 
oferta seguirá as regras do art. 30 e seguintes do CDC.
2 .3 . FASe Do CoNtrAto2 .3 . FASe Do CoNtrAto
Ultrapassada a fase da pontuação e da proposta, nasce o contrato com a aceitação 
da proposta.
3 . PrINCÍPIoS CoNtrAtUAIS3 . PrINCÍPIoS CoNtrAtUAIS
Pessoal, vamos começar a tratar de princípios contratuais. Trata-se de tema muito 
importante para os concursos. Buscaremos ir direta naquilo que mais é cobrado me concursos.
3 .1 . PrINCÍPIo DA oBrIGAtorIeDADe, DA ForÇA oBrIGAtÓrIA oU Do 3 .1 . PrINCÍPIo DA oBrIGAtorIeDADe, DA ForÇA oBrIGAtÓrIA oU Do 
CoNSeNSUAlISMoCoNSeNSUAlISMo
O acordo de vontades exposto no contrato obriga juridicamente as partes. Na velha 
metáfora do Código Civil Napoleônico, o contrato faz lei entre as partes1, ele tem força 
de lei entre as partes. Essa regra é batizada como pacta sunt servanda (em vernáculo, “o 
pacto são para ser cumpridos” ou “os pactuantes são vigilantes do pacto”2), lição extraída 
do Direito Romano a partir das palavras do jurisconsulto Ulpiano no Digesto (D.2.14.7.7.3).
1 O art. 1.134 do CC francês dispõe:
 “Les conventions légalement formées tiennent lieu de loi à ceux qui les ont faites.
 Elles ne peuvent être révoquées que de leus consentement mutuel, ou pour les causes que la loi autorise.Elles doivent être exécutées de bonne foi.”
 (em tradução livre, as convenções legalmente formadas têm força de lei a quem as celebrou. Elas só podem ser revoga-
das por quem as firmou conjuntamente ou nos casos legais. Elas devem ser cumpridas de boa-fé.”)
2 Chegamos a esse resultado após conversas com o professor Jorge Amaury Nunes, processualista proprietário de um dos 
mais sofisticados conhecimentos de latim.
3 Em tradução feita pelo Conselheiro Vasconcellos e com ajustes dos Professores romanistas Eduardo Marchi, Bernardo 
de Moraes e Dárcio Rodrigues, o referido dispositivo do Digesto dispõe:
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Contratos em Geral – Parte I 
Carlos Elias
Para a doutrina moderna e para a jurisprudência, esse princípio é bem flexibilizado 
diante da possibilidade de invalidação de cláusulas contratuais contrárias a normas de 
ordem pública e a princípios de conotação social e diante do cabimento da resolução ou 
da revisão do contrato por onerosidade excessiva causada por causa superveniente (como 
nos casos dos arts. 317 e 478 do CC). Como exemplo, o STJ, com base no art. 51 do CDC 
e no Princípio da função social dos contratos, considera abusivas cláusulas em plano que 
saúde que autorizem, sem notificação prévia, o cancelamento da cobertura em razão do 
inadimplemento de alguma prestação pelo consumidor.
Essa flexibilização decorre de intervenções estatais nos contratos para equilibrar a 
força das partes ou para garantir padrões éticos mínimos. Esse intervencionismo estatal 
é conhecido como “dirigismo contratual”.
Há inúmeros trabalhos acadêmicos a justificar esse dirigismo contratual e a discutir as 
vantagens e desvantagens disso. Em uma simplificação, em Estados Liberais – em que o 
egoísmo e o individualismo seriam exaltados –, esse intervencionismo é praticamente nulo, 
ao contrário do sucede nos estados mais sociais, em que a solidariedade é o foco. Temos 
uma posição intermediária nessa dualidade, pois tanto o excesso de intervenção quanto 
o de abstenção pode ser desastroso para a sociedade e a economia. Não aprofundaremos 
mais, pois isso basta para efeito de concurso público.
3 .2 . PrINCÍPIo DA AUtoNoMIA DA voNtADe3 .2 . PrINCÍPIo DA AUtoNoMIA DA voNtADe
De acordo com o Princípio da autonomia da vontade, as partes possuem liberdade para 
estipular o que lhes aprouver e ficam vinculados à vontade manifestada, salvo lei proibitiva. 
Esse princípio é conectado com o Princípio da obrigatoriedade.
3 .3 . PrINCÍPIo DA SUPreMACIA DA orDeM PÚBlICA3 .3 . PrINCÍPIo DA SUPreMACIA DA orDeM PÚBlICA
Apesar de o acordo de vontade ter de ser respeitado, nenhuma cláusula poderá 
desrespeitar normas de ordem pública, sob pena de nulidade, conforme art. 166, VI, do 
CC. É que, de acordo com o Princípio da supremacia da ordem pública, os acordos privados 
não podem contrariar as normas de interesse público.
Em matéria de contratos, há inúmeras normas de ordem pública que não admitem 
pacto em contrário, a exemplo de vários dispositivos do CDC, da Lei de Inquilinato (Lei n. 
8.245/91), do Estatuto da Terra (Lei n. 4.504/64) e da CLT.
O interesse público abrange também a necessidade de garantir igualdade de forças 
entre os contratantes. Por exemplo, em relação de consumo, o consumidor geralmente 
está em vulnerabilidade perante o fornecedor nos contratos, o que justifica a natureza de 
ordem pública do CDC para proteger o consumidor.
 “§ 7º Diz o pretor: ‘Observarei os pactos convencionados que não tiverem sido feitos nem com dolo, nem contra em leis, plebiscitos, senatusconsultos, decretos e editos dos príncipes, e nem se faça de modo a fraudar alguns 
deles” (Vasconcellos, 2017, p. 146).
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3 .4 . PrINCÍ3 .4 . PrINCÍPIo DA FUNÇÃo SoCIAlPIo DA FUNÇÃo SoCIAl
009. 009. (FUNRIO/PROCURADOR/PREFEITURA DE TRINDADE/2016/ADAPTADA) A função social 
dos contratos possui, segundo posição majoritária da doutrina e jurisprudência, dois 
principais efeitos: mitiga a autonomia da vontade e atenua o Princípio da relatividade dos 
efeitos dos contratos.
Realmente, a função social, por ser um limite à liberdade contratual, impõe limites ao 
conteúdo dos contratos e também pode flexibilizar o Princípio da relatividade dos efeitos 
do contrato. Sobre esse princípio, peço que você aguarde um pouco, pois iremos tratar 
desse tema posteriormente.
Certo.
A função social é um limite à liberdade contratual, conforme o art. 421 do CC. Os contratos 
não devem servir apenas aos interesses puramente egoístas dos indivíduos, mas devem 
exercer um papel importante para o bem-estar de toda a sociedade. Violações à função 
social podem gerar a nulidade do contrato, pois a função social é regra de ordem pública 
e, portanto, pode gerar nulidade nos termos do art. 166, VI, do CC, que assim dispõe:
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:
I – celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
II – for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
III – o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;
IV – não revestir a forma prescrita em lei;
V – for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;
VI – tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
VII – a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.
Como o conceito de cláusula de função social é aberto, a definição dela dependerá de 
cada caso concreto, do perfil ideológico dos julgadores e do momento histórico.
3.5. PRINCÍPIO DA BOA-FÉ E A RESPONSABILIDADE PRÉ-CONTRATUAL, 3.5. PRINCÍPIO DA BOA-FÉ E A RESPONSABILIDADE PRÉ-CONTRATUAL, 
CoNtrAtUAl e CoNtrAtUAl e POST FACTUM FINITUMPOST FACTUM FINITUM
À luz do Princípio da boa-fé, a observância da boa-fé subjetiva e objetiva é dever das 
partes nas fases pré-contratual, contratual e pós-contratual, conforme arts. 113, 187 e 
422 do CC, a seguir transcritos:
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Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar 
de sua celebração.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente 
os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em 
sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
Mesmo antes de celebrado o contrato, as partes já devem portar-se em consonância com 
a boa-fé e, no caso de seu despeito, podem ser responsabilizadas civilmente a indenizar a 
parte prejudicada. Trata-se aí da responsabilidade civil pré-contratual, também batizada 
de responsabilidade na culpa in contrahendo. Entendemos que aí há responsabilidade 
civil extracontratual ou aquiliana, pois a obrigação violada decorre da lei: ainda não há 
contrato. Reportamos o leitor ao que expusemos quanto à fase das negociações preliminares 
do contrato.
Durante a execução contratual, a boa-fé igualmente tem de ser reverenciada.Por 
exemplo, ainda que não haja previsão textual no contrato, as partes devem cumprir os 
deveres anexos, sob pena de incorrer em violação positiva do contrato.
E, mesmo depois de findo o contrato, as partes ainda conservam deveres contratuais 
provenientes da boa-fé. O contrato, qual o mormaço que continua dançando no ar 
depois de ter sido apagada uma fogueira, irradia efeitos mesmo após o cumprimento 
dos deveres. Assim, por exemplo, mesmo depois de prestado um serviço advocatício, o 
advogado tem o dever de guardar sigilo das informações pessoais do cliente em nome 
da boa-fé. Outros exemplos4:
(1) vendedor, após vender um imóvel sob o atrativo de ele ter vista para o mar, passa a construir, 
no terreno vizinho, prédio que roubará essa vista;
(2) ex-empregador dá informações tortas e inverídicas de seu ex-funcionário para dificultar-lhe 
a obtenção de novo emprego;
(3) quem vende um estabelecimento comercial (contrato de trespasse) Não pode, em pouco 
tempo depois, instalar uma loja concorrente na mesma rua e captar a clientela.
Se houver violação desses deveres da boa-fé posteriores, haverá dever de indenizar os 
prejuízos. Trata-se da batizada responsabilidade post factum finitum5 ou responsabilidade 
pós-contratual. Entendemos que se trata de caso de responsabilidade civil contratual, pois, 
mesmo depois de findo, o contrato ainda irradia efeitos póstumos. Há, porém, doutrina a 
sustentar que se trataria de responsabilidade civil extracontratual, pois a obrigação aí decorre 
da lei. Há utilidade prática na distinção, como, por exemplo, a de definir o termo inicial dos 
juros de mora: na responsabilidade contratual, o termo inicial é a data da interpelação, ao 
passo que, na extracontratual, é a data do dano.
4 Schreiber (2018, p. 504).
5 O contrato é fato finito, que acaba; daí o nome responsabilidade post factum finitum (após um fato finito).
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Contratos em Geral – Parte I 
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A boa-fé tem:
• (1) função interpretativa, porque guia a interpretação das cláusulas contratuais de 
modo a impor às partes o respeito à boa-fé;
• (2) função integrativa, por ser apta a criar deveres de conduta às partes; e
• (3) função limitadora de direitos subjetivas, por censurar comportamentos que 
caracterizem abuso de direito.
Os corolários da boa-fé objetiva (venire contra factum proprium, supressio, surrectio, 
tu quoque etc.) dão exemplo eloquente dessas duas últimas funções, por criarem deveres 
de conduta e de abstenção para os indivíduos.
3 .6 . PrINCÍPIo DA revISÃo DoS CoNtrAtoS3 .6 . PrINCÍPIo DA revISÃo DoS CoNtrAtoS
De acordo com o Princípio da revisão dos contratos, os contratos podem ser revisados ou 
resolvidos se houver mudanças expressivas no contexto fático e jurídico com a capacidade de 
tornar oneroso cumprimento das obrigações. A ideia é que todas as pessoas, ao assumirem 
uma obrigação, deixam implícita uma condição, a de que as coisas devem permanecer como 
estavam (rebus sic standibus).
Essa revisão ou resolução do contrato é exceção e, por isso, só pode nas hipóteses 
previstas em lei. As principais hipóteses legais são estas: (a) Arts. 317 e 478 do CC: aplica-se 
para os contratos em geral; (b) Arts. 621 e 625, II, do CC: incide em contratos de empreitada; 
(c) Art. 6º, V, do CDC: recai em contratos de consumo.
Iremos estudar mais à frente os casos dos arts. 317 e 478 do CC. Por ora, isso é suficiente.
3 .7 . PrINCÍPIo DA relAtIvIDADe DoS eFeItoS Do CoNtrAto3 .7 . PrINCÍPIo DA relAtIvIDADe DoS eFeItoS Do CoNtrAto
Segundo o Princípio da relatividade dos efeitos do contrato, terceiros não podem ser 
atingidos, pois só as partes se vinculam. Se faço um contrato com alguém, não posso cobrar 
a dívida de um amigo do devedor, pois este é um terceiro.
Vamos deixar para aprofundar isso na próxima aula, se trata de um tema que dá espaço 
para grandes discussões.
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RESUMORESUMO
Amigos e amigas, quem tem pressa deve ler, ao menos, este resumo e, depois, ir para 
os exercícios. É fundamental você ver os exercícios e ler os comentários, pois, além de eu 
aprofundar o conteúdo e tratar de algumas questões adicionais, você adquirirá familiaridade 
com as questões. de nada adianta um jogador de futebol ter lido muitos livros se não tiver 
familiaridade com a bola.
Seja como for, o ideal é você ler o restante da teoria, e não só o resumo, para, depois, 
ir às questões.
O resumo desta aula é este:
• a) A função social é um limite à liberdade contratual, pois as partes não podem pactuar 
nada que vá além da função social (art. 421, CC).
• b) Não se confunde a liberdade de contratar – que é a possibilidade de os indivíduos 
escolherem com quem e quando querem celebrar um contratar – com a liberdade 
contratual – que é a liberdade de definir o conteúdo do contrato.
• c) A “frustração do fim do contrato” é a perda da utilidade do objeto do contrato 
por um fato superveniente. Ela autoriza a extinção do contrato. É o que sucede, por 
exemplo, no caso de alguém ser contratado para, desatolar um carro que, por força 
de uma chuva, veio a ser desatolado naturalmente antes da prestação do serviço. O 
enunciado 166/JDC dispõe: “A frustração do fim do contrato, como hipótese que não 
se confunde com a impossibilidade da prestação ou com a excessiva onerosidade, 
tem guarida no Direito brasileiro pela aplicação do art. 421 do Código Civil”.
• d) A formação do contrato passa por três fases:
− (1) fase da puntuação ou das negociações preliminares;
− (2) fase da proposta;
− (3) fase do contrato.
• e) Não há responsabilidade civil na fase das negociações preliminares em regra, 
salvo se houver violação da boa-fé, caso em que se falará em responsabilidade pré-
contratual ou por culpa in contrahendo.
• f) Princípio da obrigatoriedade: o contrato vincula as partes (pacta sunt servanda).
• g) Responsabilidade civil pós-contratual ou post factum finitum: decorre da violação 
da boa-fé mesmo após a extinção do contrato.
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QUESTÕES DE CONCURSOQUESTÕES DE CONCURSO
001. 001. (IADES/PROCURADOR/AL-GO/2019/ADAPTADA E ATUALIZADA) A liberdade contratual será 
exercida nos limites da função social do contrato. os contratantes são obrigados a guardar, 
assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
002. 002. (NC-UFPR/ADVOGADO/PREF. DE MATINHOS-PR/2019/ADAPTADA E ATUALIZADA) A 
liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato
003. 003. (NC-UFPR/CARTÓRIO/CARTÓRIO TJPR/2019/ADAPTADA E ATUALIZADA) Os contratantes 
são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato como em sua execução, os princípios 
de probidade e boa-fé.
004. 004. (IBFC/ADVOGADO/EMDEC/2019/ADAPTADA) Os princípios de probidade e boa-fé devem 
ser resguardados tão somente durante a execução do contrato.
005. 005. (NC-UFPR/ADVOGADO/PREF. DE MATINHOS-PR/2019/ADAPTADA) Às partes não é lícito 
estipularcontratos atípicos, devendo-se observar os tipos existentes no Código Civil.
006. 006. (FCC/PROCURADOR/SANASA CAMPINAS/2019/ADAPTADA) Os contratos benéficos 
devem ser interpretados de forma restrita.
007. 007. (FCC/PROCURADOR/SANASA CAMPINAS/2019/ADAPTADA) É possível a manifestação 
tácita de vontade em matéria contratual, quando não for necessária que seja expressa.
008. 008. (NC-UFPR/ADVOGADO/PREF. DE MATINHOS-PR/2019/ADAPTADA) A herança de pessoa 
viva não pode ser objeto de contrato.
009. 009. (IBFC/ADVOGADO/EMDEC/2019/ADAPTADA) Não pode ser objeto de contrato a herança 
de pessoa viva.
010. 010. (FCC/PROCURADOR/SANASA CAMPINAS/2019/ADAPTADA) É proibido o que tem por 
objeto herança de pessoa viva.
011. 011. (NC-UFPR/ADVOGADO/PREF. DE MATINHOS-PR/2019/ADAPTADA) No caso de contrato de 
adesão que contenha cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação 
mais favorável ao aderente.
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012. 012. (IBFC/ADVOGADO/EMDEC/2019/ADAPTADA) Nos contratos de adesão, são nulas as 
cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza 
do negócio.
013. 013. (VUNESP/PROCURADOR/PREFEITURA DE VALINHOS/SP/2019/ADAPTADA) Nos contratos 
de adesão, são anuláveis as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a 
direito resultante da natureza do negócio.
014. 014. (NC-UFPR/ADVOGADO/PREF. DE CURITIBA-PR/2019/ADAPTADA E ATUALIZADA) A 
proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da 
natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso. no entanto, deixará de ser obrigatória 
se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita.
015. 015. (VUNESP/PROCURADOR/PREFEITURA DE ITAPEVI/SP/2019/ADAPTADA) A proposta é 
obrigatória se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a 
retratação do proponente.
016. 016. (NC-UFPR/OFICIAL/CARTÓRIO TJPR/2019/ADAPTADA E ATUALIZADA) Numa conversa 
amistosa, João oferece seu carro a Pedro que, imediatamente, demonstra interesse 
em comprar o veículo do amigo. Sabendo que João é muito cuidadoso com seus bens, 
Pedro oferece um valor mais do que razoável ao veículo ofertado por João, que aceita a 
contraproposta, sendo o contrato celebrado imediatamente. Entretanto, ainda de posse 
do carro, passados dois dias da negociação, João oferta o mesmo veículo a Maria, e esta 
oferece o dobro do valor sugerido por Pedro. Levando em consideração o caso acima:
Se João e Pedro houvessem negociado entre ausentes, ou seja, não estivessem em uma 
amistosa conversa, um de frente para o outro, permaneceria obrigatória a proposta se, 
antes dela, ou simultaneamente, chegasse ao conhecimento de Pedro a retratação de João.
017. 017. (NC-UFPR/OFICIAL/CARTÓRIO TJPR/2019/ADAPTADA E ATUALIZADA) Numa conversa 
amistosa, João oferece seu carro a Pedro que, imediatamente, demonstra interesse 
em comprar o veículo do amigo. Sabendo que João é muito cuidadoso com seus bens, 
Pedro oferece um valor mais do que razoável ao veículo ofertado por João, que aceita a 
contraproposta, sendo o contrato celebrado imediatamente. Entretanto, ainda de posse 
do carro, passados dois dias da negociação, João oferta o mesmo veículo a Maria, e esta 
oferece o dobro do valor sugerido por Pedro. Levando em consideração o caso acima:
O contrato celebrado entre João e Pedro é perfeito, não podendo mais João vender o 
carro a Maria, sem que com isso deva arcar com os prejuízos sofridos por Pedro, ante a 
instantaneidade do aceite, que torna obrigatória a proposta entre presentes.
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018. 018. (VUNESP/PROCURADOR/UNIFAI/2019/ADAPTADA) Pode revogar-se a oferta pública pela 
mesma via de sua divulgação, ainda que não haja previsão a respeito na oferta realizada.
019. 019. (VUNESP/PROCURADOR/PREFEITURA DE ITAPEVI/SP/2019/ADAPTADA) Pode revogar-
se a oferta pela mesma via de sua divulgação, ainda que não ressalvada esta faculdade na 
oferta realizada.
020. 020. (VUNESP/PROCURADOR/UNIFAI/2019/ADAPTADA) Reputar-se-á celebrado o contrato 
no local de domicílio do aceitante.
021. 021. (VUNESP/PROCURADOR/PREFEITURA DE ITAPEVI/SP/2019/ADAPTADA) em regra, os 
contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é recebida pelo 
proponente.
022. 022. (VUNESP/PROCURADOR/UNIFAI/2019/ADAPTADA) Se o proponente se houver 
comprometido a esperar resposta, os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde 
que a aceitação à proposta é expedida.
023. 023. (VUNESP/PROCURADOR/UNIFAI/2019/ADAPTADA) A aceitação fora do prazo, com 
adições, restrições, ou modificações, importará nova proposta.
024. 024. (VUNESP/OFICIAL/TJMA/2019/ADAPTADA) A aceitação do contrato fora do prazo, com 
adições, restrições ou modificações, não importará nova proposta.
025. 025. (VUNESP/PROCURADOR/PREFEITURA DE ITAPEVI/SP/2019/ADAPTADA) A aceitação fora 
do prazo importará nova proposta.
026. 026. (NC-UFPR/OFICIAL/CARTÓRIO TJPR/2019/ADAPTADA E ATUALIZADA) Numa conversa 
amistosa, João oferece seu carro a Pedro que, imediatamente, demonstra interesse 
em comprar o veículo do amigo. Sabendo que João é muito cuidadoso com seus bens, 
Pedro oferece um valor mais do que razoável ao veículo ofertado por João, que aceita a 
contraproposta, sendo o contrato celebrado imediatamente. Entretanto, ainda de posse 
do carro, passados dois dias da negociação, João oferta o mesmo veículo a Maria, e esta 
oferece o dobro do valor sugerido por Pedro. Levando em consideração o caso acima:
João pode negociar com Maria, pois a lei da oferta e da demanda dirige o cenário econômico 
num contrato dessa natureza, bastando, para tanto, que João indenize Pedro em eventuais 
prejuízos. Pedro deverá devolver o carro a João ainda que posteriormente à celebração 
(aceitação) do contrato.
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Contratos em Geral – Parte I 
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027. 027. (VUNESP/PROCURADOR/PREFEITURA DE ITAPEVI/SP/2019/ADAPTADA) Considera-se 
aceita a proposta se, antes dela ou com ela, chegar ao proponente a retratação do aceitante.
028. 028. (VUNESP/PROCURADOR/UNIFAI/2019/ADAPTADA) Considera-se inexistente a aceitação, 
se depois dela chegar ao proponente a retratação do aceitante.
029. 029. (NC-UFPR/OFICIAL/CARTÓRIO TJPR/2019/ADAPTADA E ATUALIZADA) Numa conversa 
amistosa, João oferece seu carro a Pedro que, imediatamente, demonstra interesse 
em comprar o veículo do amigo. Sabendo que João é muito cuidadoso com seus bens, 
Pedro oferece um valor mais do que razoável ao veículo ofertado por João, que aceita a 
contraproposta, sendo o contrato celebrado imediatamente. Entretanto, ainda de posse 
do carro, passados dois dias da negociação, João oferta o mesmo veículo a Maria, e esta 
oferece o dobro do valor sugerido por Pedro. Levando em consideração o caso acima:
João deve indenizar Pedro nos termos do Código de Defesa do Consumidor, pois Pedro é 
presumivelmente vulnerável e João

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