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RESUMO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES

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Obrigações:
Elemento subjetivo: refere-se às partes da relação, aos sujeitos. Aquele que tem o dever é chamado de devedor (passivo), e o que tem direito de receber será chamado de credor (ativo). Esta relação é chamada de relação de direitos pessoais, isso porque as partes devem ser perfeitamente individualizadas e identificadas. Mesmo que estas partes mudem ao curso da relação jurídica obrigacional, elas sempre são identificadas.
Elemento objetivo: objeto da relação jurídica obrigacional é uma prestação, algo que deve-se prestar em favor de alguém. E o objeto da prestação é a coisa ou o fato a ser prestado, um é objeto do outro. O que reúne as partes e os objetos é um vínculo jurídico.
Direito das obrigações — relações jurídicas obrigacionais — prestação — coisa ou fato a ser prestado (objeto mediato/ distante da relação).
Elementos que compõe o vínculo jurídico:
Débito/ crédito: dever, não necessariamente monetários. Sempre o objeto será de natureza econômica, mas não monetário, pode dar-se por prestação de serviços, por exemplo. Surge no momento que surge uma relação jurídica obrigacional.
Responsabilidade: responder pelo débito. O devedor passa a responder pelo débito quando a obrigação tornar-se exigível com seu patrimônio. Surge no momento em que a obrigação é exigível e não é cumprida espontaneamente.
Teorias monistas:
Teoria subjetivista: Savigny. O vínculo da relação jurídica obrigacional é composta apenas pelo débito. Aparece em nosso ordenamento jurídico em casos de exceção,chamada de obrigação natural, se o devedor não pagar a dívida espontaneamente, o credor não pode cobrar. É o exemplo da dívida de jogo e a dívida prescrita.
Teoria objetivista: Brinz. Firma que o vínculo é composto apenas pela responsabilidade. São obrigações de garantia, não existe dívida, mas se a obrigação não for cumprida, há responsabilidade.
Teoria dualista:
A relação jurídica obrigacional é composta pelo débito e pela responsabilidade.
Conceito de direito das obrigações (Antunes Varella): é um conjunto de normas reguladoras das relações jurídicas em que, ao poder de exigir uma prestação atribuído a um dos titulares do seu interesse, corresponde um dever de prestar imposto a outro.
Conceito de relação jurídica obrigacional (Washington de Barros Monteiro) é a relação jurídica de caráter transitório, estabelecida entre devedor e credor, cujo objeto é uma prestação pessoal e econômica, de caráter positivo ou negativo, e que tem como garantia do adimplemento o patrimônio do devedor.
Relação obrigacional nasce para se extinguir, isso porque após cumprida, a relação jurídica se encerra, por isso tem caráter transitório.
Obrigações de garantia: quando alguém fica responsável por um débito quere não é seu, é o exemplo do fiador, que é quem paga a dívida casa o devedor principal não pague.
Requisitos de validade:
Sujeitos determinados ou determináveis: o sujeito deve ser determinável até o cumprimento da obrigação, é o exemplo de quando faz-se promessa de recompensa para quem achar algo, o sujeito não é determinado, mas é determinável quando o sujeito trouxer aquele “algo”perdido, a partir daí o sujeito será determinado.
Sujeitos capazes.
Objeto deve ser lícito, possível e determinado/ determinável: se o objeto de negócio for ilícito, a obrigação não é válida.Também, o objeto deve ser possível, um contrato de venda de terreno na lua não é válido. Quanto tem coisas alternativas: ou ganha-se isto, ou aquilo. É o exemplo de quando compra-se a safra de soja de uma fazenda.
Patrimonialidade da prestação: uma prestação deve ser aferível economicamente, ainda que não possas ser diretamente transformada em dinheiro. Como é o exemplo de um parecer jurídico, é algo que possuí valor, ainda que não esteja previamente determinado.
 
Princípios
Bibliografia específica:  Giordano Bruno: Da causa e princípio uno/ Canotilho.
segunda-feira, 13 de agosto de 2012
10:46
Princípio da autonomia privada:
Natureza privada do direito das obrigações e contratual. Algumas vezes pode prevalecer sobre os princípios constitucionais. Entre princípios não há hierarquia, devem ser aplicados com razoabilidade.
Por este princípio que a cláusula de sigilo é válida e não fere o princípio da liberdade de expressão.
Autonomia significa “normas próprias”, as partes tem o direito de auto regulamentar seus direitos. Associado ao princípio geral da liberdade, há liberdade contratual.
Este princípio permite, na esfera privada, que façamos, tendo acordo de vontades, quase tudo, por isso também conhecido como autonomia da vontade. Só não pode entrar na esfera da ilicitude e ferir a esfera de terceiros.
Relatividade dos contratos:
O contrato – Enzo Roppo
“Res inter alios acta.”
É possível rever um contrato judicialmente, se houver uma cláusula abusiva, ainda que o consumidor tenha concordado com o contrato.
 
Princípios da revolução francesa:
Liberdade: ninguém é livre, o ser humano relativiza o conceito de liberdade porque precisa disso.
Igualdade: também é uma ficção, assim como a liberdade, a igualdade não existe de fato, mesmo perante à lei não há igualdade.
Fraternidade: reconhecer uma diferença, e não criar diante disso uma discriminação. É aceitar o outro, aceitar as diferenças. Temos que ver um contrato como uma forma de colaboração, não de oposição, o que seria um preconceito.
 
Boa fé:
Subjetiva: aspectos psicológicos.
Objetiva: não importam aspectos psicológicos, como culpa, dolo, se uma cláusula é abusiva, será reputada como inexistente.
 
Fontes das obrigações
segunda-feira, 20 de agosto de 2012
10:34
Conceito:
como uma obrigação se origina, o Venosa fala em nascedouro das obrigações. Orlando Gomes fala que fonte de obrigação é fato jurídico ao qual a lei atribuí efeito de gerar uma obrigação. É o elemento gerador da obrigação, de onde ela nasce, ou seja, buscar as razões de porque alguém se tornou credor ou devedor.
 
Direito Romano:
Contrato
Quase contrato: é o que chamamos hoje de declaração unilateral de vontade.
Delito: hoje o ato ilícito doloso.
Quase delito: hoje o ato ilícito culposo.
 
Direito atual:
Contrato
Ato unilateral de vontade: art. 854 a 886 CC.
Ato ilícito:
Doloso: intencional
Culposo: não intencional, mas faltou com cuidado.
Lei: art. 186 CC.
 
Responsabilidade Civil
segunda-feira, 20 de agosto de 2012
11:37
Contratual
Extra-contratual/ por ato ilícito:
Responsabilidade é responder por algo, pela reparação dos danos eventualmente causados. Sem prejuízo/ dano não há indenização. Este prejuízo pode ser moral ou material.
Prejuízo:
Material:
Danos emergentes: aquilo que a vítima efetivamente perdeu, no caso da batida num taxi é o valor do concerto do carro.
Lucros cessantes: aquilo que a vítima razoavelmente deixou de ganhar, no caso da batida num taxi, é aquilo que a vítima não está ganhando enquanto não está trabalhando.
Moral ou extra patrimonial:
Também chamado de extra patrimonial porque já há o conceito de dano moral da pessoa jurídica, q qual é uma realidade subjetiva. Não é mensurável de maneira direta, isso porque é difícil dizer quanto vale a moral de alguém, ficando sujeito a critério do juiz.
Responsabilidade civil objetiva:
Independe da existência de culpa.
Relações regidas pelo CDC (art. 14 CPC)
Danos causados pelo Estado
Responsabilidade civil subjetiva:
Depende da existência de culpa.
Responsabilidade dos profissionais autônomos/ liberais (art.14, §4º, CPC).
 
Atos unilaterais de vontade
segunda-feira, 20 de agosto de 2012
10:57
Promessa de recompensa:
Art. 854: aquele que por anúncios públicos se comprometer a algo, terá que cumprir o prometido.
Já há em lei disposição para a coisa achada, aquele que acha algo tem direito a 5% do valor daquilo que foi achado.
Antes de cumprida a promessa, a mesma pode ser revogada, também por anúncio.
Gestão de negócios:
Art. 861. Quando alguém faz a gestão dos bens, se compromete e responde por qualquer ato praticado sobre estes bens. É o caso de herança, gestão da herança de alguém que faleceu.Pagamento indevido:
Art. 876: todo aquele que recebeu aquilo que não lhe era devido, fica obrigado a restituir, ainda que involuntariamente. O erro deve ser comprovado.
Enriquecimento sem causa:
Art. 834: sempre que alguém tiver um acréscimo patrimonial em função de um decréscimo patrimonial de outra pessoa sem uma causa jurídica que justifique. É o enriquecimento ilícito, aquele que enriqueceu é obrigado a restituir.
 
Modalidades de Obrigações no CC
quarta-feira, 22 de agosto de 2012
09:33
Direitos reais:
Direito da pessoa sobre a coisa.
Tem eficácia erga homines.
Obrigação “propter rem”:
Acompanha a coisa (taxa de condomínio), existe por conta de ser titular de um direito real (direito de propriedade).
Ônus real:
Obrigação vinculada diretamente à coisa (hipoteca – ocorre por vontade do titular, dá-se em garantia bem imóvel; penhora – ocorre por vontade judicial; penhor – dá-se em garantia o bem móvel).
Direito pessoal com a eficácia de real:
A eficácia de direito pessoal é entre as partes.
A eficácia de direito real é erga homines.
Este é quando o direito pode ser oposto a todos, é erga homines, assim como no direito real. Cumprindo determinados requisitos, é o exemplo do direito de preferência na aquisição de imóvel locado, o terceiro que adquiriu o imóvel pode perder o imóvel em razão do contrato ter sido registrado no Registro de Imóveis.
Modalidades de Obrigações no Código Civil:
De dar:
São aquelas que tem por objeto a entrega de uma coisa, o direito do credor não é sobre a coisa, mas sim sobre a entrega da coisa.
Conforme art. 234 CC, se ocorrer um motivo do força maior, a pessoa é exonerada de cumprir a obrigação. É a teoria dos riscos, quando há impossibilidade de cumprimento da obrigação por perda ou deterioração do objeto.
Obrigação de dar coisa certa: a coisa está perfeitamente individualizada e identificada, vende seu carro, placa ABC-1234, não um carro qualquer. Segue a regra do art. 313, o devedor não será obrigado a dar algo, nem o credor a aceitar coisa diversa da que foi acertada. “Res perit domino”, a coisa perece para o dono.
Obrigação de restituir: contrato de locação, a titularidade não muda, terá que restituir o bem. Por isso, se a coisa perece para o dono, o dono até a entrega é o credor. Se houve perda, sem culpa do devedor, resolve-se a obrigação (art. 238), se com culpa do devedor, este respondera pelo equivalente mais perdas e danos (art. 239). Se houve deterioração sem culpa do devedor, o credor recebe a coisa como está, sem direito à indenização (art. 240), se com culpa do devedor, restitui-se o equivalente mais perdas e danos (art. 240, parte final,observa-se o art. 239).
Obrigação de entregar: até a entrega o dono é o devedor. Se ocorreu perda sem culpa, resolve-se a obrigação, ou seja, as partes são devolvidas ao estado anterior. Se houve culpa do devedor, este responderá pelo equivalente mais perdas e danos. Se houve deterioração (art. 235), sem culpa do devedor, poderá o credor resolver a obrigação ou aceitar com abatimento no preço; com culpa do devedor, poderá o credor exigir o equivalente ou aceitar a coisa como está mais perdas e danos. 
Obrigação de dar coisa incerta (art. 244): o objeto está definido por um gênero e uma quantidade. Quanto alguém tem que dar dinheiro, é um quantia e um gênero. A regra é “genuns nunquam perit”, o gênero nunca perece.  Quando a coisa for incerta (safra de vinho) e todo o gênero se perder (praga) considera-se como dar coisa certa fosse, apenas utiliza-se as mesmas regras, não torna-se coisa certa, continua sendo incerta.
De fazer:
Conceito: são aquelas que tem por objeto um ato ou serviço a ser prestado pelo devedor. Não há um objeto a ser entregue, mas sim uma ação a ser realizada.
Espécies:
Fungíveis: possível de ser realizada por outras pessoas que não o devedor, a exigência dela, contratualmente falando é do devedor, mas se o ato é possível de ser realizado por outros profissionais, entende-se a transferência da obrigação. O que interessa é o serviço em si.
Infungíveis: “intuito persone”, contrata-se o serviço de uma pessoa específica, pelas características dela (multa diária pelo descumprimento).
De não-fazer: implica em uma omissão. Aquela cujo objeto é uma abstenção, ou seja, algo que o devedor poderia fazer, porém,é obrigado a não fazer. Quando não é possível desfazer a obrigação, converte-se em perdas e danos.
Classificação das obrigações quanto à execução:
Instantânea: a obrigação é cumprida assim que é assumida. No mesmo instante.
Diferida: a obrigação é cumprida num momento diferente daquele em que ela é assumida.
Alternativa: complexa quanto ao objeto.
Classificação quanto ao modo do adimplemento:
Simples: obrigação que tem um credor, um devedor e um objeto.
Compostas ou  complexas: complexa por multiplicidade do objeto:
Cumulativas: todas as prestações devem ser cumpridas. “e”
Alternativas:
Conceito: uma das prestações deve ser cumprida. “ou”. Complexa quanto ao objeto.Nomomento em que escolhe uma prestação, a outra deixa de pertencer ao negócio jurídico, daí só há um objeto e ela se torna uma obrigação simples quanto ao objeto.
Teorias dos riscos: a partir do art. 253 CC. Se há culpa do devedor, art. 254
Complexas por mais de um sujeito: mais de um credor, ou mais de um devedor, ou os dois:
Divisíveis:
Bem divisível é aquele que pode ser dividido entre os devedores, sem que haja perda da utilidade e da natureza. Assim como as indivisíveis, respondem pela sua quota parte.
A obrigação é dividida em quantos forem os credores/ devedores.
Indivisíveis: entrega o objeto para todos conjuntamente, ou entrega apenas para um, após, os credores deverão cobrar do credor que o fez, tendo calção de ratificação. Quem entrega, para que não tenha problemas, deve pedir uma calção de ratificação, onde o credor que recebeu o bem como um todo deposita o valor das partes dos outros credores.
Solidariedade (a partir do art. 264 CC): quando, tendo multiplicidade de sujeitos, cada um dos devedores, responde por sua dívida toda, e se for mais de um credor, cada um deles pode demandar da dívida toda. Não se presume solidariedade (art. 265). Fruto da lei ou de contrato.
Ativa: solidariedade de credores. Pouco usada. Se um credor cobrar toda a dívida sozinho, sendo o objeto divisível, poderão cobrar suas quotas partes do credor que a fez. Se o bem for indivisível, sendo solidários os credores, para qualquer um que entregue o bem, a dívida está paga, os outros credores solidários devem cobrar do credor que está na posse do bem.
Passiva: é a solidariedade de devedores, e é muito utilizada. É um benefício do credor, sendo assim, ele pode renunciar a solidariedade em relação a todos, um, alguns, ou todos os devedores (art. 282). Exonerar da solidariedade é diferente de exonerar da obrigação. Em caso de rateios entre os co devedores da dívida de um devedor insolvente, mesmo aquele exonerado da solidariedade responde (art. 284).
Divisível: o credor pode cobrar a dívida toda de um, de alguns, ou de todos os devedores. Uma vez que um devedor pague a dívida toda, ele terá direito de regresso quanto aos outros devedores, sem solidariedade no regresso. Se um dos devedores fica insolvente, os outros devedores, no direito de regresso, terão que arcar com a quota parte daquele que ficou insolvente, dividido pelo número de credores solventes (art. 283).
Indivisível: se ocorrer perda do objeto, com culpa do devedor, a obrigação será resolvida em perdas e danos, os quais serão solidários, ou seja, cada um continuará respondendo pela totalidade da dívida.
Classificação quanto aos elementos acidentais:
Pura: não depende de nenhum elemento acidental para ser exigida, o tempo de pagamento dela é a qualquer momento (art. 331), sendo observado prazo razoável a partir do momento em que o credor manifestou a vontade de receber (art. 334).
Impura: aquelas que dependem de algum elemento externo para poder ser exigida. Este elemento externo é normalmente, de duas naturezas:
Condicionais: depende de uma condiçãopara poder ser exigida (condição: evento futuro e incerto).  Pode ser:
Suspensiva: suspende a exigibilidade da obrigação até que ela se cumpra.
Resolutiva: a a obrigação já é exigível, desde logo, enquanto a condição se mantiver. Quando a condição não existir mais, a obrigação se resolve.
A termo: evento futuro e certo (data).
Termo inicial: marca a data em que se inicia a obrigação, quando a obrigação começa aser exigível.
Termo final: a data em que a obrigação para de ser exigível.
 
Transmissão das obrigações
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
10:35
Cessão de crédito:
Crédito é um direito pessoal que possui o credor, a receber do devedor uma prestação. O crédito pertence ao patrimônio do credor, e ele pode cede-lo a um terceiro á título gratuito ou oneroso, que não seja ele mesmo ou o devedor. A cessão de crédito é um negócio jurídico estabelecido entre o credor e um terceiro, os quais definirão as regras com base no princípio da autonomia da vontade.
Tipos de cessão de crédito:
Gratuito: doação de crédito ou quando o valor do crédito é pago ao cedente em sua integralidade. Só um têm ônus, se o valor é pago em sua integralidade, apenas o cessionário tem ônus, por ter que esperar para receber o crédito dali em prazo, com o adiantamento do dinheiro agora.
Oneroso: compra e venda do crédito. Tanto o terceiro quanto o credor têm ônus.
Na relação de cessão de crédito, o que é credor e cede o crédito passa a chamar-se CEDENTE, e aquele que recebeu o crédito, por compra ou doação, passa a se chamar CESSIONÁRIO. O devedor, que agora deve o crédito para um terceiro, passa a chamar-se CEDIDO.
Art. 293: não é necessário certificar antes o cedido, ou seja, mesmo que a notificação não tenha havido, o cessionário pode cobrar do cedido, porém, se antes da notificação, o cedido pagou erroneamente do credor primitivo, o cessionário tem direito de regresso e pode cobrar do cedente.
Após a cessão do crédito, com a notificação do cedido, e no momento de pagar o cedido não paga, o cessionário pode cobrar a dívida do cedido, e mesmo que o cedido seja insolvente, o cessionário não pode cobrar do cedente, salvo se tiver cláusula expressa no contrato. Art. 296. Não há presunção, mesmo que seja banco, deve estar expresso no contrato.
Conforme art. 295, se o crédito não existia no memento em que a cessão ocorreu, o cedente será responsável pelo crédito. Esta falcatrua é crime, conforme art. 172 do Código Penal, a emissão de duplicata que não existe.
Art. 298: o crédito, uma vez penhorado, não pode mais ser transferido pelo credor que tiver conhecimento da penhora. Portanto, sabe-se que existe um processo judicial de execução.
 
Assunção de dívida ou cessão de débito:
Conceito: assunção é de assumir a dívida, um terceiro assumindo a dívida, olha-se do ponto de vista de quem é o devedor. Também tem natureza de negócio jurídico, porém este entre um terceiro que assume a dívida, e o próprio devedor (assunção de dívida por delegação) ou entre o credor (assunção de dívida por expromissão).
Delegação: é preciso da anuência do credor, tendo em vista que ele pode ser prejudicado se o novo devedor tiver uma solvabilidade menor que o devedor originário. Ainda, esta anuência tem que ser expressa (art. 299), neste caso o silêncio significa discordância. Mesmo com a anuência do credor, ela pode não ser válida, se na época da delegação o novo devedor já era insolvente e não era de conhecimento do credor. No caso de dívida hipotecária, a anuência poderá ser tácita, ou seja, a lei estabelece um prazo de 30 dias, segundo a qual o credor deverá se manifestar se concorda com a assunção da dívida, ou seja, se o credor não disser nada nos 30 dias, significa que ele concordou, ainda necessita da notificação (art. 303). A diferença do fiador ou avalista, é que no caso do aval ou da fiança, este não assume a dívida do devedor, ele apenas garante a dívida, ou seja, são garantias fidejussórias, se o devedor não pagar, ele paga a dívida. Na assunção da dívida, em princípio, o devedor primitivo fica exonerado da dívida.
Expromissão: é um tipo de assunção de dívida, na qual o terceiro que vai assumir a dívida entra em acordo, ou seja, firma um negócio jurídico com o credor, nesse caso não necessita de anuência do credor, tendo em vista que o negócio jurídico já é com ele. O devedor é expulso da dívida sem precisar de sua anuência. O devedor só pode se opor a expromissão pagando a dívida ou garantindo que o fará.
 
Adimplemento e extinção das obrigações
O dinheiro cura.
The money Fix.
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
08:56
Pagamento:
Conceito: refere-se ao cumprimento da obrigação, seja ela qual for (entrega de dinheiro, realizar a ação na obrigação de fazer, a entrega da coisa na obrigação de dar coisa certa ou incerta). Pagamento é a realização voluntária da prestação debitaria. Sendo ato jurídico ou negócio jurídico, pagamento é um fato jurídico, ou seja, é um fato que gera efeitos no mundo do direito, este efeito é a extinção da obrigação.
Requisitos de validade: partes capazes (sendo incapaz, o pagamento deve ser feito ao representante); objeto lícito, possível e determinável. Ainda, há os requisitos próprios do pagamento, são eles:
Existência de um vínculo obrigacional: algumas empresas fazem cobranças indevidas. Se faltar este requisito, e o indivíduo efetuar o pagamento, não convalida a cobrança, e isto é um pagamento indevido. O pagamento indevido não se presta a extinguir a obrigação, mas sim gera uma nova obrigação, a de repetir o débito.
“Animus solvendi”: é a vontade de efetuar o pagamento, intenção de solver aquela dívida.
Cumprimento da prestação avençada: prestação avençada é aquela combinada, aquela que estava pré-estabelecida.
Quem deve pagar (“solvens”)
A quem se deve pagar (“accipiens”)
Elemento subjetivo do pagamento:
De quem deve pagar (art. 304 em diante): a conotação dada é de dever, porém o próprio art. 304 diz que qualquer interessado na extinção da dívida PODE pagar.
Devedor: o qual se pagar a dívida, extingue-se a obrigação.
Terceiro interessado: qualquer outro interessado na extinção da dívida, o interesse deste terceiro interessado deve ser patrimonial, ou seja, se o devedor não puder pagar a dívida, o terceiro tiver algum prejuízo em seu patrimônio (fiador, avalista). O terceiro interessado tem o direito de pagar, sendo parte legítima para promover uma ação de consignação e pagamento, ainda, ele se sub-roga (substituir na relação obrigacional) nos direitos do credor (terá todos os direito, ações e garantias que tinha o credor primitivo para com aquele devedor).
Terceiro não interessado: ou seja, qualquer um pode pagar qualquer dívida, exceto o próprio credor. Conforme art. 305, se ele pagar em nome próprio, ele não pode consignar, tem direito de cobrar do devedor, a reembolso, mas não se sub-roga nos direitos do credor. Se ele pagar em nome do devedor, ele pode consignar, porém, não terá direito a reembolso, pois foi um ato de mera liberalidade.
Teoria da imprevisão: art. 317
A correção deve ser judicial, a pedido da parte se apenas uma quiser a alteração, o juiz pode rever o contrato de modo a que se assegure o valor ideal da prestação.
Prova da obrigação (art. 319 e seguintes):
Quem pagou tem a obrigação de provar que pagou, portanto o ônus é do devedor.
Quanto à forma do pagamento, esta deve ser feita por termo de quitação, o qual é um instrumento particular, contendo o valor e em qual espécie foi pago, ainda o nome do “solvens”, o tempo e o lugar do pagamento e a assinatura do credor. Mas se de outra maneira o pagamento for comprovado, não faz-se necessário o termo de quitação.
Presunção de apagamento: art. 321/324: não há necessidade do devedor ter que provar que pagou, porém admite prova em contrário, tendo em vista que não é uma prova (como o termo de quitação), é uma presunção. Para evitar essa presunção, o credor deve fazer uma ressalva no título de quitação (estou recebendo o mês de outubro, porém o mês de setembro está em aberto).
Perda do título: art.321 e 324
Quotas periódicas: art. 322
Juros: art. 323, isso porque os juros são acessórios do principal, o os juros não podem gerar frutos, apenas o capital gera juros.
Lugar do pagamento:
Obrigações quesíveis: aquelas que deverão ser pagas no domicílio do devedor. Na omissão do contrato, as obrigações são quesíveis (art. 327), princípio “favor debitolis”.
Obrigação portável: aquela que deverá ser paga no domicilio do credor.
Possibilidades de alteração do lugar do pagamento:
Alteração por motivo grave: art. 329, não pode haver prejuízo para o credor, se a entrega do pagamento não for possível, deve ser feita de outra forma, desde que o devedor arque com os custos para o cumprimento. Isso para que ele esteja adimplente.
Habitualidade: art. 330, obrigação periódica, reiteradamente, a forma de pagamento á alterada, sem alteração em contrato, por vontade da parte, também é uma presunção, admitindo prova em contrário.
Tempo do pagamento:
Classificação quanto aos elementos acidentais.
Vencimento antecipado: obrigação a termo inicial, é quando o vencimento vêm a ocorrer antes da data . Isso ocorre nas situações do art. 333:
Antecipação do pagamento: prerrogativa do devedor de efetuar o pagamento da obrigação antes do tempo previsto, o que pode ser feito sempre que o prazo para pagamento foi considerado a favor do devedor, sendo que conforme art. 134 todos os prazos se presumem a favor do devedor, salvo se tiver previsão expressa no contrato ou se houver lei em contrário.
Outras formas de extinção das obrigações:
Pagamentos especiais:
Recusa do credor em receber ou em dar quitação sem justo motivo o que ocorre, normalmente, quando há discordância do valor da dívida.
Se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos, sendo que esta obrigação é quesível, então o devedor faz este pagamento via consignação para não recair sobre ele a mora.
Quando o credor for incapaz de receber e o devedor não encontra o representante do credor. Ou se o credor for desconhecido (caso de sucessão), declarado ausente ou residir em lugar incerto ou de difícil e perigosos acesso.
Quando ocorrer dúvida sobre quem é o legítimo pagamento (sucessão hereditária, não se sabe para quem o crédito for na partilha).
Se pender litígio sobre o objeto do pagamento, isto é, já há uma demanda judicial em cima do objeto do pagamento, ou seja, há uma demanda onde discute-se quem é o credor, então o devedor deposita em juízo. Esta é a única hipótese em que a ação de consignação e pagamento pode ser ajuizada pelo credor.
  
Caso        de concurso de credores: se for empresa que esteja sujeita a regime        falimentar, ou se for pessoa física e o devedor ficar insolvente, haverá        concurso de credores.
  
Penhora        de garantia real: por exemplo, se cair penhora sobre um imóvel        hipotecado, o vencimento antecipa-se e a hora que vender, o primeiro é o        banco que tem como garantia a hipoteca, garantia real.
  
Quando        cessarem ou se tornarem insuficientes as garantias do débito        fidejussório e o devedor, intimado, se negar a reforçá-las: se o        avalista ou o fiador for a falências, o credor terá direito de pedir ao        devedor que reforce ou apresente outro fiador ou avalista como garantia        da dívida.
  
Pagamento        em consignação: depósito judicial ou extrajudicial da coisa devida (art.        334) nos casos e formas legais, por meio de ação de consignação em        pagamento (art. 890 e seguintes CPC), e não é ação de depósito. As        hipóteses estão elencadas no art. 335:
Os requisitos são os mesmos do pagamento, o foro competente será o mesmo lugar que for o lugar do pagamento, quando ao tempo, dá-se um tempo razoável para a ajuizar a ação.
Procedimentos:
Depósito judicial tem seu procedimento previsto nos arts. 890 e seguintes do CPC, (pode ser depositado bens móveis em juízo), o que evita, além da mora, os riscos da coisa (motivo de força maior ou caso fortuito. Até a citação válida do credor, o devedor pode desistir da ação.
Depósito bancário: apenas na hipótese em que o pagamento deve ser feito em dinheiro. O credor se recusa a receber, então o devedor tem a opção de ir a um banco (Banco do Brasil de preferência), onde há um formulário a ser preenchido informando qual a natureza da dívida, qual o endereço do credor e o valor, então o próprio banco vai notificar o credor de que houve o depósito, para ele se manifestar sobre isso, a partir do recebimento da notificação válida, o credor tem 10 dias para responder, o qual pode aceitar o valor depositado e o comprovante servirá como termo de quitação, o silêncio considera-se aceitação, passado o prazo o banco entrega um comprovante ao depositante que também serve como termo de quitação, ou o credor pode recusar, e não precisa justificar a recusa ao banco, tendo em vista que o banco não faz nenhum juízo de valor, então o banco comunica o depositante, entregando o dinheiro e o comprovante da recusa. A partir do momento que o devedor é notificado da recusa, ele terá um prazo de 30 dias para ajuizar uma ação de consignação e pagamento, passando este prazo, o depósito perdeu a validade e o devedor está em mora. O procedimento bancário NÃO é pré requisito para o ajuizamento da ação em consignação e pagamento.
Pagamento com sob-rogação: sub-rogar é colocar-se no lugar de. A sub-rogação objetiva é quando se coloca uma coisa no lugar de outra (art. 1659 – bens que são excluídos do regime de comunhão parcial de bens), e a sub-rogação subjetiva é quando se coloca uma pessoa no lugar de outra. (Exemplo: casamento em comunhão parcial de bens, venda do imóvel que adquiriu antes do pagamento e compra de outro com sub-rogação). Espécies:
Legal (art. 346): se opera em pleno direito, ou seja, independe da vontade das partes. Não tem caráter especulativo. Ocorrem nas hipóteses do art. 364:
1. Credor que paga ao outro a dívida do devedor comum.
2. Adquirente de imóvel hipotecado que paga ao credor hipotecário. Terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre o imóvel.
3. Terceiro interessado, que além de ter um interesse geral na afetação patrimonial, também é responsável direito pelo pagamento da dívida (fiador, avalista).
Convencional (art. 347): depende de consenso, de acordo entre as partes. Caráter especulativo, ou seja, se pagar a dívida por menos do que é a dívida, por exemplo, se a dívida é 100 e o terceiro paga 80, ele pode cobrar a dívida total do devedor. Tipos:
1. Quando o credor recebe pagamento de terceiro e expressamente transfere todos os seus direitos, ou seja, não é um terceiro interessado que paga a dívida com a aceitação do credor, o qual expressamente transferiu a este terceiro todos os direitos por sub-rogação. Assemelha-se à cessão de crédito.
Imputação do pagamento: o devedor tem mais de um débito para com o mesmo credor, e estes débitos são da mesma natureza, quando o devedor vai fazer o pagamento de apenas uma das dívidas, ele deve indicar de qual dívida ele faz o pagamento.
Imputação do devedor: Art. 352: débitos de mesma natureza, mesmo credor e todos os débitos exigíveis, o devedor tem direito de indicar qual débito ele está pagando.
Imputação do credor: art. 353, se o devedor não indicar sobre qual dívida ele está pagando, passa a vez para o credor,o qual indica qual dívida ele está recebendo, não tendo direito de reclamar, o devedor.
Se nem o devedor nem o credor indicarem qual dívida está sendo paga, coniderar-se-á a dívida mais antiga, líquida e vencida. Se vencidas na mesma data, considerar-se-á paga a mais onerosa (a que tenha mais juros por exemplo).
Art. 354: se a dívida está composta por capital e juros, considerar-se-á o pagamento do juros inicialmente do juros e depois do capital principal (cheque especial do banco, quando deposita-se quantias pequenas, o que se paga são os juros apenas, não há juros de juros).
Dação em pagamento (“datio in solutum”): art. 356/359, é quando o devedor dá outra coisa no lugar da prestação parasolver a dívida, a qual depende da anuência do credor, portanto é um instituto de natureza contratual/ convencional, o devedor não tem direito de entregar outra coisa da qual foi combinada sem anuência do credor.
Elementos constitutivos:
Entrega de uma obrigação como ânimo de extinguir a obrigação, se não pode ser confundida com outro negócio jurídico que as partes estão contratando.
Necessário o acordo de vontades.
Diversidade da prestação entregue com a prestação avençada, se é entregue a coisa avençada, é pagamento.
Título de crédito:
Pro soluto
Pro solvendo: o pagamento fica condicionado à compensação deste título de crédito
Sucedâneos do pagamento:
Novação: natureza contratual/ consensual. Cria-se uma nova obrigação em torno da antiga.
Subjetiva: Art. 360, II, III – cria-se uma nova obrigação no lugar da antiga, e muda um dos sujeitos da obrigação (credor ou devedor).
Objetiva: mantém as mesmas partes da relação obrigacional, mas troca-se o objeto. Art. 360, I.
Requisitos de validade da novação:
Existência e validade da obrigação anterior: art. 367
Criação de uma nova obrigação em substituição da anterior
Essencialidade da modificação
É preciso ficar claro o “animus novandi”, a intenção de novar das partes, a intenção das partes deve ter o intuito de extinguir/ substituir a obrigação anterior. Art. 361, a intenção tem que ser inequívoca (não pode deixar margem de dúvida), e pode ser expressa ou tácita.
Efeitos:
Forma de extinção da obrigação: modo extintivo não satisfativo, e o credor fica exonerado da obrigação anterior. Súmula 286 STJ.
Consiste em extinguir todos os acessórios, garantias da dívida anterior (art. 364), sempre que não houver estipulação em contrato, porém se a a garantia é prestada a um terceiro, este terceiro terá que participar da novação.
Risco de insolvência do novo devedor no caso de uma novação subjetiva (art. 363), somente terá direito de acionar o devedor antigo se houver má-fé por parte daquele.
No caso da novação realizada por um dos devedores solidários, esta novação aproveita aos demais devedores solidários no caso de extinção da dívida, mas não ficam obrigados pela nova.
A novação praticada por um dos credores solidários não aproveita aos outros credores, estes terão, em contrapartida, direito de regresso quanto à divida antiga ao credor que praticou a novação.
Compensação: ocorre quando o credor deve para o devedor, e o devedor deve para o credor. A extinção de obrigações recíprocas que se pagam uma por outra, até a concorrência de seus respectivos valores, entre pessoas que são devedoras uma da outra. Se os valores forem iguais, as obrigações se extinguem (compensação total), se os valores da dívida são diferentes, um crédito se extingue em completo e o outro se extingue em parte (compensação parcial).
A primeira importância deste instituto é evitar uma circulação desnecessária de moeda, e primordialmente, no que tange as obrigações bancárias (câmara de compensações). As obrigações de fazer não são passíveis de compensação, apenas de permuta.
Espécies:
Convencional: quitar os créditos recíprocos, que acontece por vontade das partes quando não estiver presentes algum dos requisitos da compensação legal. Vale a vontade das partes.
Legal: se opera em pleno direito, acontece independentemente da vontade das partes, sendo portanto de natureza cogente. Ocorre no momento em que o segundo crédito se tornou exigível. A sentença do requerimento de compensação será de natureza declaratória. Ainda, a compensação pode ser alegada como matéria de defesa, isto é, em contestação, reconvenção, embargos à execução.
Judicial: mencionada por alguns autores. Tem as mesmas características da compensação legal, mas será declarada pelo juiz. Porém, outros autores acreditam que é simplesmente a compensação legal na qual você foi obrigado a pedir para um juiz declarar que todos os requisitos para a compensação legal estão presentes.
Requisitos da compensação legal:
Reciprocidade de créditos: art. 368, há também aquelas situações de outras pessoas que podem pagar pelo devedor. Se um terceiro faz assunção de dívida do devedor primitivo, e já tem um crédito com aquele credor, não poderá fazer a compensação deste crédito (art. 376), a única exceção é o fiador. Na compensação legal não pode, já na consensual, se o credor aceitar pode. Já se for feita uma cessão de crédito para poder compensar, pode e terá natureza cogente.
Liquidez das dívidas: não tem como compensar uma dívida líquida e vencida com um crédito que ainda não é líquido, portanto ambos os créditos tem que ser exigíveis (art. 369).
Fungibilidade dos débitos: as prestações devem ser da mesma natureza ou seja, pagáveis na mesma moeda (dinheiro só pode ser compensado com dinheiro).
Dívidas que não são compensáveis mesmo com os requisitos presentes:
As partes, quando firmaram o contrato, estabeleceram exclusão da possibilidade de compensação.
Quando uma das partes renuncia o direito de compensar, então esta não poderá impor a compensação à outra.
Pela natureza de alguns créditos (art. 373):
Se uma das obrigações vier de atos criminosos, ou seja, for proveniente de ato ilícito.
Quando uma das obrigações se originar de comodato, depósito ou alimento. No caso de comodato o empréstimo é de coisa infungível e certa.
Se uma das obrigações for de coisa não suscetível de penhora (salário é impenhorável por ser de natureza alimentar).
Confusão: art. 382
Remissão:

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