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LEGISLAÇÃO CONTEMPORÂNEA 
E DIREITOS DA PESSOA COM 
TEA 
Tatiana Takeda 
 
1 
Sumário 
1. A inclusão escolar do aluno autista ............................................................................................ 2 
2. O preconceito e a discriminação para com o aluno autista ........................................................... 5 
3. O direito à “Tríade” da Inclusão Escolar .................................................................................... 8 
3.1 Capacitação Docente .......................................................................................................... 8 
3.2. Profissional de Apoio Escolar .............................................................................................. 14 
3.3 Adaptação Curricular ........................................................................................................... 18 
4. Considerações Finais ................................................................................................................... 20 
5. Referências Bibliográficas .......................................................................................................... 23 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
O Aluno Autista e o Direito à “Tríade” da Inclusão Escolar 
 
 
Tatiana Takeda1 
 
1. A inclusão escolar do aluno autista 
 
 
A inclusão é uma forma de se estabelecer condição de respeito à 
diversidade e de manutenção da diferença para que a igualdade seja promovida. 
De acordo com Carloni e Silva (2019, p. 11), “a inclusão é um processo em que todos 
devem ter condições de participar plenamente da sociedade, tendo garantidas as 
possibilidades e os acessos a tudo o que a coletividade construiu historicamente”. 
A inclusão busca o rompimento da barreira do 
preconceito/discriminação à diversidade, somada à construção de valores 
democráticos que prezam pela isonomia, ou seja, pela busca por um tratamento 
que viabilize a todos as oportunidades. 
Os resultados deste rompimento também geram uma intersecção entre 
pessoas que produz uma via de mão dupla em que toda a sociedade se beneficia. 
De acordo com Porto e Garatini (2018, p. 243), é: 
 
Importante esclarecer que a inclusão social é uma via de mão dupla, 
ou seja, a sociedade passa por um processo de mudança para receber 
e conviver com as pessoas com deficiência por meio da adaptação 
de seus sistemas e, ao mesmo tempo, estas pessoas se preparam 
para utilizar ou aprender a desenvolver suas melhores habilidades 
exercendo assim um efetivo papel na sociedade, que lhes é de direito. 
“É então, um processo bilateral no qual tanto a pessoa ainda excluída, 
quanto a sociedade, buscam equacionar problemas, buscar soluções 
e efetivar a equiparação de oportunidades para todos”. 
 
 
1 Tatiana de Oliveira Takeda é: Advogada; Professora do Curso de Direito da PUC Goiás e de Pós-
graduações; Assessora de Conselheiro no TCE/GO; Membro e Gestora de comissões de defesa dos 
direitos da pessoa com deficiência; Mestre em Direito, Relações Internacionais e Desenvolvimento; 
Pós-graduada em Direito Educacional, Direito da Criança, Juventude e Idoso, Direito Civil e 
Processual Civil, Ensino Estruturado para Autistas e em outras áreas do Direito; Colaboradora, 
Autora e Coautora de livros e cartilhas; Administradora do perfil em rede social “Direito e Inclusão”. 
 
3 
Por sua vez, a inclusão escolar é uma situação que tem por objetivo 
incluir a pessoa com deficiência (ou a que necessita de apoio) no ambiente escolar. 
Não se pode aceitar que uma criança com dificuldade de aprendizado fique no 
canto da sala fazendo um desenho, alheia à aula e separada dos colegas. Esta 
criança, assistida ou não por um acompanhante de apoio escolar (a depender do 
caso), deve estar cercada de profissionais capacitados e ter seu currículo 
adaptado de modo a lhe proporcionar o desenvolvimento de suas potencialidades 
e acarretando um aprendizado satisfatório, respeitando-se sempre suas 
necessidades. 
Por ser pessoa com deficiência (artigo 1º, § 2º, da Lei no 12.764/2012), o 
estudante autista é um aluno de inclusão e, em regra, carece de ensino que foque 
nas suas habilidades cognitivas, funcionais e de comunicação para que sua 
independência e autonomia sejam viabilizadas. 
O direito à educação é garantido constitucionalmente e educar não é 
simplesmente manter um aluno dentro da escola, mas sim proporcionar o 
aprendizado a este indivíduo. Educação é um direito social e educar é ensinar de 
forma a garantir o aprendizado. 
Como bem diz Vieira (2017, p. 225): 
 
 
O direito fundamental à educação básica ocupa posição central no 
ordenamento constitucional e de sua realização depende o alcance 
dos princípios e objetivos fundamentais do Estado brasileiro 
estabelecidos pela Constituição. Desse modo, a proteção e 
efetivação do conteúdo do direito à educação básica tal como 
delineado pela Constituição de 1988 constitui pressuposto de 
realização e consolidação do Estado Democrático de Direito. 
 
A Constituição Federal de 1988 (CF/1988) é clara, no artigo 208, inciso III, que o 
“dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de 
“atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, 
preferencialmente na rede regular de ensino”2. Ou seja, o aluno com deficiência 
possui direito a ser atendido segundo as suas necessidades junto às escolas. 
No entanto, a realidade da maioria dos alunos na condição de 
“incluídos” não é das melhores, tendo em vista que a inclusão “de verdade” não tem 
sido a regra, ou seja, um grave atentado ao direito constitucional à educação. 
2 Como o texto constitucional é de 1988, o legislador constituinte utilizou o termo “portadores”. No 
entanto, este termo não é mais utilizado, sendo que quando há referência a este público utiliza-se o 
termo “pessoa com deficiência”. 
 
4 
De acordo com Belizário Filho e Lowenthal (2014, p. 134): 
 
 
A educação é a base de toda construção social, intelectual, de 
interação e crescimento individual. Se a criança for estimulada a 
descobrir seu potencial desde cedo, as dificuldades deixam de 
persistir em tudo o que ela faz, ela precisa de novos desafios para 
aprender a viver cada vez mais com autonomia, e não há lugar 
melhor do que a escola para que isso se concretize. O acesso de 
crianças com TEA à rede regular pode promover grandes avanços 
em seu desenvolvimento nos processos de ensino-aprendizagem, 
socialização e inserção ao meio social, principalmente quando 
contamos com profissionais capacitados nas escolas e o auxílio de 
uma equipe multidisciplinar (Carvalho 2009). 
 
No que pese esta relevância, é muito comum deparar-se com negativas 
“veladas” de matrícula, discriminação, bullying, professores sem capacitação, 
ausência de acompanhantes de apoio escolar e inexistência de adaptação 
curricular nas escolas. Acerca da realidade da maioria das instituições de ensino 
regular, Takeda (2019, p. 103) dispõe que: 
 
Em contrapartida, surge a concorrência de mercado entre as 
instituições da rede privada e a má gestão da Administração 
Pública, que investe de modo insuficiente nas instituições de ensino 
públicas, muito embora tenha dado o primeiro passo com a criação 
do programa de inclusão. 
De um lado, impera a ambição das instituições privadas ao visar 
que “seus” alunos se habilitem para cursos superiores renomados 
ou mesmo sejam inseridos em cargos notáveis dentro do mercado 
de trabalho, sobrevindo uma inversão de valores no meio 
educacional contemporâneo de modo a revelar intenso preconceito 
e discriminação velada com a diversidade. 
Por outro lado, as escolas públicas possuem notória dificuldade 
para proporcionar aprendizagem eficaz para o aluno de 
comportamento típico, quanto mais para aquele que exige intenso 
investimento no processo educacional inclusivo. Além disso, a 
aquisição de instrumentos ou profissionais facilitadores para a 
inclusão responde a burocracias e procedimentos muitas vezes 
moroso 
Aose ter a sua inclusão escolar negada, ou seja, seu direito à educação rejeitado, 
o aluno que tem o direito de ser incluído não somente está sendo preterido nesta 
 
5 
seara, como também passa a ter a sua dignidade ofendida. O Princípio da 
Dignidade da Pessoa Humana (artigo 1º, inciso III, da CF/1988) é o esteio de todos os 
demais princípios que cuidam dos Direitos Humanos e, bem assim, dos Direitos das 
Pessoas com Deficiência. De acordo com Quaresma e Guimaraens (2001, p. 
402/403): 
 
A dignidade da pessoa humana é princípio intimamente vinculado 
ao Estado Democrático de Direito, no qual o ser humano é tido 
como sujeito, e sujeito ativo, como fim em si mesmo, sendo 
inadmissíveis quaisquer discriminações e quaisquer exclusões de 
qualquer ordem. 
 
Deste modo, o aluno autista, nos moldes da Carta Magna, não pode ter 
sua inclusão escolar negada por estar resguardado por princípios e direitos 
fundamentais e sociais que estão acima de quaisquer ações discriminatórias ou 
regras oportunistas que venham a tentar impedir o seu direito de aprender. 
É preciso a disseminação da consciência de que é inadmissível uma 
situação em que a Educação não seja colocada como prioridade e que as práticas 
discriminatórias em relação aos alunos com deficiência mantenham mecanismos 
de exclusão que acabam por criar uma “pseudoinclusão”. 
Para Belizário Filho e Lowenthal (2014, p. 136): 
 
 
Promover a inclusão significa, sobretudo, uma mudança de postura 
e de olhar acerca da deficiência. Implica quebra de paradigmas, 
reformulação do nosso sistema de ensino para a conquista de uma 
educação de qualidade, na qual, o acesso, o atendimento adequado 
e a permanência sejam garantidos a todos os alunos, 
independentemente de suas diferenças e necessidades. 
 
Demais disso, não é excessivo ressaltar que a responsabilidade por essa 
inclusão escolar é de todos aqueles que fazem parte do cenário educacional 
(gestores, poder público, familiares, professores, comunidade), de modo que a 
discussão possa ser maximizada e levada a todos os municípios brasileiros. 
 
2. O preconceito e a discriminação para com o aluno autista 
 
O artigo 3º, inciso IV, da CF/1988 possui como um dos seus objetivos 
fundamentais “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, 
 
6 
cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”. Mais adiante, no seu artigo 
206, inciso I, estabelece a “igualdade de condições de acesso e permanência na 
escola”, como um dos princípios para o ensino e, garante, como dever do Estado, 
a oferta do atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede 
regular de ensino (artigo 208). 
Todavia, apesar do rol de direitos elencados na CF/1988 e em vasta 
legislação infraconstitucional (Lei Brasileira de Inclusão, Estatuto da Criança e do 
Adolescente, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, “Lei do Autista”...), existem 
diversos casos de instituições de ensino que se recusam a cooperar com a inclusão 
escolar por não entender ser sua a obrigação de prestar assistência especializada 
e necessária à inserção e permanência do aluno autista no ambiente escolar. 
Em razão de tal situação e tantas outras que menosprezam as 
potencialidades das pessoas com deficiência, há de se destacar que o aluno autista 
é uma potencial vítima de preconceito e discriminação. 
Preconceito é aquilo que está dentro do indivíduo e a partir do momento 
que ele coloca aquele sentimento “para fora”, ou seja, torna-se uma ação, tem-se 
a conduta consubstanciada na discriminação. 
Segundo Madruga (2016, p. 97), “a proibição da discriminação é princípio 
universal na legislação de direitos humanos e presente em grande parte dos 
documentos internacionais e leis e constituições dos Estados, a começar pela 
Declaração Universal de 1948 (art. 2º)”. 
Diante da necessidade de combate à discriminação, a Lei nº 13.146/2015 
(Lei Brasileira de Inclusão ou Estatuto da Pessoa com Deficiência), dispõe em seu 
artigo 4º, § 1º, que: 
 
Considera-se discriminação em razão da deficiência toda forma de 
distinção, restrição ou exclusão, por ação ou omissão, que tenha o 
propósito ou o efeito de prejudicar, impedir ou anular o 
reconhecimento ou o exercício dos direitos e das liberdades 
fundamentais de pessoa com deficiência, incluindo a recusa de 
adaptações razoáveis e de fornecimento de tecnologias assistivas. 
 
A partir do momento que a conduta do agente (pessoa que discrimina) 
é encaixada no artigo 4º, § 1º, há de se aplicar o artigo 88 da mesma norma que, 
por sua vez, dispõe que “praticar, induzir ou incitar discriminação de pessoa em 
razão de sua deficiência” enseja pena de até 5 (cinco) anos e multa. 
Calha destacar que, conforme ensina Lopez (2020, p. 72): 
 
 
“Discriminação por motivo de deficiência” significa qualquer 
 
7 
diferenciação, exclusão ou restrição baseada em deficiência, com 
o propósito ou efeito de impedir ou impossibilitar o 
reconhecimento, o desfrute ou exercício, em igualdade de 
oportunidades com as demais pessoas, de todos os direitos 
humanos e liberdades fundamentais nos âmbitos político, 
econômico, social, cultural, civil ou qualquer outro. Abrange todas 
as formas de discriminação, inclusive a recusa de “adaptação 
razoável” que, por sua vez, significa as modificações e os ajustes 
necessários e adequados que não acarretem ônus desproporcional 
ou indevido, quando requeridos em cada caso, a fim de assegurar 
que as pessoas com deficiência possam gozar ou exercer, em 
igualdade de oportunidades com as demais pessoas, todos os 
direitos humanos e liberdades fundamentais. 
 
E no contexto escolar? O que é discriminar o aluno autista? 
Continua sendo a conduta tipificada no artigo 4º, § 1º, da Lei nº 
13.146/2015 e passível das penas insertas no artigo 88 da mesma norma. 
Trata-se por discriminação do aluno autista, no ambiente escolar: negar 
adaptação curricular, dificultar a matrícula; excluir o aluno das atividades 
recreativas; negar acompanhante de apoio que possua condições/capacitação de 
ser “ponte” entre o aluno e o professor regente; dentre outras questões que se 
enquadrem no artigo 4º, 
§ 1º, da Lei nº 13.146/2015. 
Adaptar o currículo é adequar o sistema de ensino/aprendizagem do 
aluno com deficiência. Através da flexibilização do currículo o aluno passa a ter 
condições de aprendizado na medida de suas habilidades e dificuldades. Como 
bem ressalta o legislador na Lei nº 13.146/2015 (artigo 28), deve existir um apoio 
individualizado, bem como medidas que foquem nas peculiaridades do indivíduo. 
Negar condições de aprendizado é discriminar a pessoa com deficiência 
em face da sua deficiência. 
A Constituição Federal determina que as crianças e adolescentes têm 
direito à educação e educar é ensinar. Não basta a permanência do aluno na 
escola. O indivíduo precisa alcançar o objetivo maior da educação que é o 
aprender. Ter esse direito negado é constranger o aluno. Calha citar o artigo 18 do 
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) por dispor que “é dever de todos velar 
pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer 
tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor”. O 
tratamento vexatório e o constrangedor impõem vergonha ou humilhação ao 
menor e isto configura um atentado à dignidade desta pessoa. 
 
8 
Quando a inclusão escolar é negada ao aluno autista (ou qualquer outro 
em situação de inclusão) configura-se o constrangido em razão de um tratamento 
diferente do que é dado a outro aluno que não seja de inclusão pelo fato daquele 
ser um discente considerado diferente dos demais e que, assim o sendo, demanda 
mais ações da escola e isso não é bem quisto. 
Cada aluno autista é um caso concreto e, para que possa auferir 
aprendizado precisa ser incluído da forma apropriada, sendo que a adaptação do 
currículo, em regra, será a mais importante das ferramentas de inclusão escolar. 
Há de se destacar também que parte dos alunos não consegue 
acompanhar o ritmo doprofessor regente, de modo que seu aprendizado torna-
se comprometido. 
Deve-se acrescentar que parte deste público sequer consegue 
permanecer sentado no banco da escola por mais de uma hora, razão pela qual 
necessita da intervenção de um acompanhante de apoio que a Lei nº 13.146/2015 
chama de “profissional de apoio escolar”. 
Nos últimos anos, a problemática acerca da necessidade ou não de um 
acompanhante ou profissional de apoio escolar (que tomarei a liberdade de 
chamar de “professor de apoio”) para as crianças/adolescentes pertencentes ao 
processo inclusivo tem sido uma tônica amplamente discutida por famílias, 
educadores, gestores e defensores dos direitos individuais e coletivos. 
Demais disso, ressalte-se que sem a capacitação docente, ou melhor, de 
todo o corpo de funcionários (ou servidores) da instituição de ensino, dificilmente 
se chegaria à inclusão escolar plena e verdadeira dos alunos, pois para que a 
adaptação curricular seja feita e aplicada da forma apropriada os profissionais 
envolvidos precisam estar devidamente formados para desempenhar tal mister. 
 
3. O Direito à “Tríade” da Inclusão Escolar 
Ao dispor sobre os elementos necessários à verdadeira inclusão escolar, 
toma-se a liberdade de denominá-los de: Tríade da Inclusão Escolar. 
Tratam-se de três elementos fundamentais para que a inclusão do aluno 
autista ou com deficiência intelectual seja realmente ofertada pelas escolas: a) 
Capacitação Docente; b) Profissional de Apoio Escolar; c) Adaptação Curricular. 
A seguir, tratar-se-á de cada um deles. 
 
 
3.1. Capacitação Docente 
 
 
Para que o professor consiga lidar com o público de inclusão, por óbvio, 
precisa de treinamento específico. Ocorre que os alunos da educação inclusiva 
 
9 
possuem repertório diferenciado e devem ser tratados e avaliados segundo suas 
próprias dificuldades e habilidades. 
Quando se fala dos alunos autistas, em especial, calha salientar que 
possuem necessidades diferentes entre si, vez que nenhum autista é igual ao outro. 
Desta maneira, para ter condições de ensinar, adaptar tarefas, fazer o Plano de 
Ensino Individualizado (PEI), saber lidar com os comportamentos problema, ter 
decisões apropriadas no dia a dia da socialização deste aluno com os demais (e 
tantas outras questões rotineiras), o professor precisa de capacitação tanto inicial 
como continuada. 
A Lei no 9.394/1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), conforme 
explica Mendes (2018, p. 95), dispõe que “no artigo 59 aparece especificada a 
necessidade de se prover formação para os dois tipos: o professor regente da 
classe comum e o do atendimento especializado”. 
Por oportuno, ao dispor sobre a LDB, Mendoza (2017, p. 116) expõe que: 
 
 
É importante reiterar que esta Lei apresenta pontos de extrema 
valia, uma vez que reforça acerca da Educação Especial enquanto 
modalidade de ensino. Toda Lei se traduz em uma tentativa de 
mudança. Para tanto, solicita participação coletiva e espera que o 
professor se modifique e tenha a capacidade de entender e 
compreender o universo do aluno com o qual interagirá. 
 
Com olhos nesta necessária capacitação, convém citar o que Mendes 
(2018, p. 101) tem a dizer acerca de um alerta sobre uma comum formação 
pormenorizada de professores para lidar com esse público: 
 
A tônica atual na formação de professores de Educação Especial 
está em cursos de curta duração, majoritariamente em instituições 
de Ensino Superior privadas, que, embora respondam aos interesses 
de se obter uma mão de obra supostamente especializada, com 
menos custos e em curto espaço de tempo, têm contribuído para a 
proliferação de cursos de especialização de baixa qualidade no 
país, para o déficit permanente de professores com formação na 
área, com o crescente aumento de professores praticamente leigos 
assumindo funções docentes junto ao público-alvo da Educação 
Especial. Tais cursos são ofertados por instituições de Ensino 
Superior sem que haja nenhuma avaliação para autorização, 
reconhecimento e aprovação. Assim, não há exigências 
relacionadas com a titulação e especificidades de formação de 
seus docentes, não há vínculo direto com a pesquisa e não 
 
10 
instrumentos externos qeu avaliem a qualidade do curso ofertado. 
 
Além de uma formação que nem sempre é a que se espera e que tenha 
a real condição de formatar um profissional adequado àquela função, a realidade 
da educação inclusiva brasileira ainda é prejudicada, segundo Tibyriçá e D’antino 
(2018, 
p. 101), por uma “falta de consenso da academia acerca de como deve ser a 
formação desses professores". Há uma forte discussão entre a formação ideal. 
No que pese a discussão, há de se destacar que o Estatuto da Criança 
e do Adolescente (ECA) é um microssistema jurídico com base principiológica 
própria e cria mecanismos de amparo e proteção à criança e ao adolescente. Com 
relação à criança com deficiência pode-se destacar os seguintes dispositivos: 
 
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando 
ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício 
da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes: 
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; 
II - direito de ser respeitado por seus educadores; (...)Art. 54. É dever 
do Estado assegurar à criança e ao adolescente: 
III - atendimento educacional especializado aos portadores de 
deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; 
 
Os artigos 53 e 54 do ECA asseguram ao aluno, sendo criança ou 
adolescente que é, o direito de acesso e permanência na escola, do direito de ser 
respeitado pelos educadores e o direito ao atendimento educacional 
especializado, preferencialmente na rede regular de ensino. 
Deste modo, compreende-se que o legislador, preocupado com as 
particularidades dos alunos, dispôs acerca da necessidade de promover condições 
para que o discente possa estar e permanecer na escola de forma a alcançar o 
aprendizado. 
Quando é destacado no inciso II que o aluno tem o direito de ser 
respeitado por seus educadores, percebe-se que o professor tem que estar 
preparado para lidar com todos os tipos de alunos, sempre com olhos à harmonia 
e devidas cautelas sociais. 
Quanto ao artigo 54, o texto é muito claro ao eleger a rede regular de 
ensino como ambiente educacional preferencial, o que lhe imputa o dever de 
preparo para recepcionar esse público. 
Para que tais dispositivos do ECA sejam cumpridos é importante que o 
corpo docente da instituição de ensino esteja devidamente capacitado para lidar 
 
11 
com as demandas dos alunos, inclusive os com deficiência. 
Com status de Emenda Constitucional (Decreto no 6.949/2009), a 
Convenção Internacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, conforme 
explica Mendes (2018, p. 102): 
 
Ao determinar que todos os professores devem ser capacitados 
para atender a diversidade educacional, não exime a necessidade 
de formação específica do professor da Educação Especial. Assim, 
a compreensão da necessidade de capacitação abrangente não 
pode extinguir ou restringir o conjunto de saberes e profissionais 
necessários à Educação Especial, assentando-se tudo na premissa 
de que basta a formação do professor da sala de aula comum. 
 
Diante desta formação específica, a Lei no 13.146/2015 (Lei Brasileira de 
Inclusão), que é um “filhote” da Convenção Internacional dos Direitos da Pessoa 
com Deficiência, vez que foi inspirada nesta, traz em seu artigo 28 que é direito do 
aluno com deficiência: 
 
II - aprimoramento dos sistemas educacionais, visando a garantir 
condições de acesso, permanência, participação e aprendizagem, 
por meio da oferta de serviços e de recursos de acessibilidade que 
eliminem as barreiras e promovam a inclusão plena; 
V - adoção de medidas individualizadas e coletivas em ambientes 
que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social dos 
estudantes com deficiência, favorecendo o acesso, a permanência, 
a participação e a aprendizagem em instituiçõesde ensino; 
IX - adoção de medidas de apoio que favoreçam o 
desenvolvimento dos aspectos linguísticos, culturais, vocacionais e 
profissionais, levando-se em conta o talento, a criatividade, as 
habilidades e os interesses do estudante com deficiência; 
X - adoção de práticas pedagógicas inclusivas pelos programas de 
formação inicial e continuada de professores e oferta de formação 
continuada para o atendimento educacional especializado; 
XI - formação e disponibilização de professores para o 
atendimento educacional especializado, de tradutores e intérpretes 
da Libras, de guias intérpretes e de profissionais de apoio; 
 
Veja o quanto o legislador foi contundente ao estabelecer situações e 
condições que devem ser oferecidas ao aluno de inclusão e, para isso, o professor 
deve estar devidamente capacitado para ter expertise nas demandas do dia a dia. 
 
12 
Não é demais dar destaque ao que Mendes (2018, p. 104) diz à respeito 
da atual fragilidade na formação dos professores que vivenciam ou vivenciarão a 
inclusão de alunos com deficiência: 
 
Concluindo, podemos considerar que um dos principais obstáculos 
na construção de uma escola brasileira mais inclusiva, na 
atualidade, reside na fragilidade da política de formação de 
professores. Apenas com a determinação legal de que União, 
Estado e Municípios venham a garantir melhor qualificação, e 
valorização, dos professores, com foco na formação inicial pública 
e de qualidade na área, para não ter que se proverem políticas 
emergenciais e aligeiradas posteriormente, mas sem deixar de 
prover ampliação nas oportunidades de formação continuada, será 
possível garantir de forma efetiva a implantação de uma Política 
Nacional de Educação Especial na perspectiva da educação 
inclusiva. 
 
Demais disso é relevante destacar que o professor, além de possuir 
proficiência, também precisa ter conhecimento que promova a criação de estratégias 
efetivas para ensinar. Ao dispor acerca das Práticas Baseadas em Evidência (PBE), 
Nunes e Shmidt (2019) são assertivos: 
 
O conhecimento curricular é representado por um conjunto de 
programas delineados para ensinar tópicos específicos, mediante o 
uso de materiais instrucionais diversos. Envolve aqueles 
conhecimentos que permitem ao professor elaborar, adaptar e 
aplicar propostas pedagógicas, reconhecendo a sequência que deve 
ser dada ao conteúdo e o nível de complexidade das 
atividades/tarefas. Na perspectiva cognitivista de Shulman (1986), é 
primordial que o docente não apenas seja proficiente na disciplina 
que leciona, como também conheça estratégias efetivas para 
ensiná-la. Destaca-se aqui o aspecto formativo o professor, mais 
especificamente o acesso que teve (ou não) em sua formação aos 
conteúdos do campo não somente da educação, mas também da 
educação especial. Os cursos de licenciatura plena em educação 
especial incluem, em sua grade curricular, conhecimentos que 
expõem os alunos ao desenvolvimento de alternativas teórico-
metodológicas em práticas inclusivas, forjando as bases do 
conhecimento curricular propostas por Shulman. 
Por fim, o conhecimento do contexto educacional traz uma 
perspectiva ecológica para a compreensão das particularidades 
 
13 
sociais e culturais do cenário escolar. Isso implica conhecer não 
apenas o microssistema, composto pelo grupo de alunos em sala 
de aula, mas também o mesossistema, que envolve a dinâmica 
administrativa da escola e aspectos relativos à gestão, além do 
macrossistema, constituído pelas particularidades sociais e 
culturais da comunidade onde a instituição está alocada 
(SHULMAN, 1986). 
(...) 
Por fim, é preciso valorizar o protagonismo docente manifesto no 
conhecimento estratégico. É na ação inovadora do professor que, 
levando em conta as variáveis situacionais, são ajustadas, 
modificadas e criadas novas estratégias. Diferentemente do 
preconizado no paradigma linear, a comunidade científica deve 
auxiliar o professor a sistematizar esse novo conhecimento, 
considerando sua validade e abrangência. Tal dinâmica favorece 
que esse novo saber, após empiricamente testado, seja armazenado 
na forma de proposições. 
(...) 
A escolarização de educandos com autismo em classes regulares 
tem se mostrado desafiadora, demandando do professor o 
conhecimento e a incorporação de estratégias interventivas que se 
mostrem eficazes. Embora as agências internacionais de pesquisa 
estejam avaliando e selecionando práticas cientificamente 
validadas, como as PBE, estudos indicam que elas ainda são pouco 
conhecidas e/ou empregadas pelos docentes nos contextos 
escolares. Esse cenário revela a distância entre o desenvolvimento 
de pesquisas e sua apropriação pelo professor. Vale destacar, em 
virtude da precária formação docente e das próprias políticas 
educacionais, que esse fenômeno é ainda mais crítico no contexto 
nacional. 
 
Deste modo, como capacitação inicial, é indispensável que sejam 
ofertados pelas universidades cursos de licenciatura nesta área em ascensão, bem 
como que seja a educação inclusiva objeto de disciplinas nas licenciaturas de 
todas as áreas. Acrescentando-se a isso o incentivo a capacitações continuadas 
que contemplem carga horária suficiente e qualidade no conteúdo que disponham 
sobre o público em cotejo, em especial aos autistas que padecem de estratégias 
baseadas na análise do seu comportamento (evidência científica) no ambiente 
escolar. 
 
 
 
 
14 
3.2. Profissional de Apoio Escolar 
 
No caso dos autistas, a Lei nº 12.764/2012 (Política Nacional de Proteção 
dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista) já previu a questão do 
“acompanhante especializado”. O parágrafo único do artigo 3º dispõe que “em 
casos de comprovada necessidade, a pessoa com transtorno do espectro autista 
incluída nas classes comuns de ensino regular, nos termos do inciso IV do artigo 2o, 
terá direito a acompanhante especializado”. 
Bem antes de tal norma entrar em vigor, a Lei nº 9.394/1996 (Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional) já havia previsto a figura dos profissionais 
especializados no artigo 59, quando faz menção aos “professores com 
especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento 
especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a 
integração desses educandos nas classes comuns”. 
Posteriormente, em decorrência da Convenção Internacional sobre os Direitos das 
Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, que deu ensejo ao Decreto nº 
6.949/2009, ficou estabelecido no artigo 24, item 2, “c”, “d” e “e” que são direitos: 
adaptações razoáveis de acordo com as necessidades individuais sejam 
providenciadas; as pessoas com deficiência recebam o apoio necessário, no âmbito 
do sistema educacional geral, com vistas a facilitar sua efetiva educação; medidas 
de apoio individualizadas e efetivas sejam adotadas em ambientes que maximizem 
o desenvolvimento acadêmico e social, de acordo com a meta de inclusão plena. 
Veja-se que o legislador já estava convencido da importância de um 
“professor de apoio” desde então, dada a necessidade de inclusão efetiva. Grande 
parte dessas crianças não consegue aprender sem alguém ao seu lado, lhe 
esclarecendo pormenorizadamente o que o professor regente está, de forma de 
difícil entendimento para o aluno com algum tipo de transtorno ou deficiência, 
explicando. 
Inclusão escolar é fazer com que essa criança/adolescente com 
deficiência permaneça dentro da sala de aula, com os demais colegas, com o 
auxílio e recursos necessários à sua aprendizagem. 
No que pese o fato de existir legislação suficiente para dar 
embasamento jurídico ao direito de ter um “professor de apoio”, as pessoas com 
deficiência receberam da Lei nº 13.146/2015 (Lei Brasileira de Inclusão) mais um 
dispositivo que dispõe acerca do objeto em tela. O artigo 28 vem acompanhado 
de diversos incisos, dentre eles destaca-se: 
 
V - adoção de medidas de apoio que favoreçam o desenvolvimento 
dos aspectos linguísticos, culturais,vocacionais e profissionais, 
levando-se em conta o talento, a criatividade, as habilidades e os 
 
15 
interesses do estudante com deficiência; 
XI - formação e disponibilização de professores para o atendimento 
educacional especializado, de tradutores e intérpretes da Libras, de 
guias intérpretes e de profissionais de apoio; 
XVII - oferta de profissionais de apoio escolar. 
 
A Lei nº 13.146/2015, chamando o “professor de apoio” pelo termo 
“profissional de apoio escolar”, veio confirmar o quanto é importante a presença 
dessa figura no sistema inclusivo de qualquer tipo de escola. No entanto, ainda 
pairam dúvidas acerca da necessidade deste profissional e de qual é a formação 
deste agente. 
A verdade é que a “Lei do Autista” não esclarece quem é o que ela 
denomina “acompanhante especializado” e coube à Lei Brasileira de Inclusão 
trazer o conceito que tem sido disseminado. O artigo 3º, inciso XII, da LBI explica 
que o profissional de apoio escolar é: 
A pessoa que exerce atividades de alimentação, higiene e 
locomoção do estudante com deficiência e atua em todas as 
atividades escolares nas quais se fizer necessária, em todos os 
níveis e modalidades de ensino, em instituições públicas e privadas, 
excluídas as técnicas ou os procedimentos identificados com 
profissões legalmente estabelecidas; (g.n.) 
Várias críticas podem ser feitas a este conceito. No entanto, destaca-se 
o trecho negritado que indica qual o papel principal do profissional em questão. 
Quando o legislador diz “atua em todas as atividades escolares nas quais se fizer 
necessária”, embora tenha pecado ao não inserir o termo “atividades 
pedagógicas”, fica claro que se está a afirmar que tal apoio deve estar preparado 
para poder desempenhar o papel mais importante junto ao aluno, ou seja, ser 
“ponte” entre o discente e o professor regente de modo a proporcionar o que se 
espera de uma instituição de ensino: o aprendizado. 
No entanto, há aqueles que se aproveitam de um interpretação 
equivocada da norma para negar um profissional que tenha condições de ser 
“ponte de conhecimento” e apenas oferecem o que se pode denominar “cuidador”, 
ou seja, aquele profissional que é disponibilizado somente para questões ligadas 
a cuidados básicos como segurança, alimentação e higiene. 
Insistir em atuar em todas as atividades escolares é, principalmente, 
proporcionar o objetivo de se estar na escola, ou seja, que o aluno de inclusão, em 
pleno respeito à sua dignidade, possa, além de permanecer em todos os ambientes 
da escola, com as adaptações razoáveis quando necessário, aprender o que está 
em seu currículo adaptado. 
Existem projetos de lei tramitando na tentativa de deixar esse conceito 
 
16 
de profissional de apoio escolar mais claro, mas a leitura parece ser límpida 
quando entende-se que o objetivo da escola é ensinar e garantir o aprendizado 
ao aprendizando. 
Em outros países, como nos Estados Unidos da América, há uma cultura 
diferente, lá a inclusão é vista como um direito e não um privilégio. Veja-se como 
Braga-Kenyon, Tibyriçá e Andrade (2018, p. 67-68) explicam a situação do 
profissional de apoio escolar naquela nação: 
A presença do acompanhante especializado para auxílio e manejo 
de crianças com deficiência se tornou um serviço e é aprovado, nos 
EUA, de modo individualizado. Um aluno que não esteja 
progredindo na área acadêmica ou comportamental pode receber 
esse serviço de acompanhante especializado. O serviço é descrito 
no IEP, e a escola é responsável por contratar e treinar esse 
profissional. 
Os profissionais, para que possam atuar como acompanhantes 
especializados, são capacitados. Essa capacitação é, na maioria 
das vezes, realizada pelas próprias escolas públicas, conforme 
programa desenvolvido pelos administradores das escolas, e não 
por um órgão nacional que aprova a capacitação com conteúdo 
único e rigoroso. Os profissionais, muitas vezes, recebem 
treinamento em como manejar problemas de comportamento que 
requerem intervenção física, sem que necessitem acionar serviços 
médicos ou de emergência para o uso de medidas restritivas de 
intervenção. 
 
Com relação à formação deste profissional capacitado para saber lidar 
com os comportamentos problema, Braga-Kenyon, Tibyriçá e Andrade (2018, p. 68) 
ainda explicam que a análise do comportamento oferece os melhores resultados 
no processo de ensino-aprendizagem: 
 
A Análise Aplicada do Comportamento (ABA) tem sido adotada 
como a abordagem com melhores resultados no tratamento de 
indivíduos diagnosticados com TEA. Nos EUA, os serviços de ABA 
para crianças com TEA são cobertos pelos planos de saúde, que 
financiam parte ou todos esses serviços. Os seguros de saúde estão 
criando regulamentos, e um deles é o que profissionais que 
trabalhem com as crianças com TEA sejam certificados ou RBT. A 
certificação em RBT é recente; foi estabelecida em 2014. O 
credenciamento em RBT foi criado por pressão dos seguros de 
saúde e das escolas públicas, entre outros, que passaram a ter que 
custear e reavaliar os serviços em ABA que era prestado aos 
 
17 
clientes.3 
(...) 
Não existem, ainda, leis que obriguem a escola pública nos EUA a 
ter um acompanhante terapêutico (AT) com treinamento em ABA 
para cada um dos alunos com TEA. Porém, várias escolas 
compraram o currículo de RBT, e há a expectativa de que, daqui a 
alguns anos, todos os Ats sejam RBTs ou tenham treinamento 
similar. 
 
 
 
3 O RBT (Registered Behavior Technician – Técnico Comportamental Registrado) é um profissional 
que trabalha sob a supervisão direta de um BCBA-D, BCBA ou BCaBA. Ele é o principal responsável 
pela aplicação das estratégias de intervenção planejadas pelo BCBA. Ao receber o título de RBT, 
o profissional está qualificado na teoria e na prática para realizar a aplicação da Terapia ABA. No 
Brasil, o RBT é o equivalente ao Aplicador Técnico (AT), também chamado de Assistente ou 
Acompanhante Terapêutico (AT). Nos Estados Unidos existe uma hierarquia promovida pela 
certificação para analistas do comportamento que vai desde o BCBA-D (profissionais com 
doutorado), BCBA (profissionais com mestrado), BCaBA (profissionais graduados), até os RBT. 
No entanto, infelizmente, por enquanto no Brasil está a anos luz da 
cultura de países desenvolvidos e o suporte humano individualizado em sala de 
aula é o profissional de apoio escolar. É preciso que este professor seja cada vez 
mais capacitado de modo a conquistar habilidades que agreguem no 
conhecimento e promovam o aprendizado efetivo do aluno autista. 
Há de se deixar claro que não é qualquer criança ou adolescente autista 
que precisa de um professor de apoio. Há casos em que é dispensável ou mesmo 
divisível entre alunos de inclusão. Como já aventado no parágrafo único do artigo 
3º da “Lei do Autista”, há de se comprovar a necessidade. 
Mas como comprovar esta necessidade? 
A prova cabal para tal necessidade é um relatório médico indicando 
quais as dificuldades que aquele aluno possui e que ensejam a presença de um 
profissional de apoio escolar ao seu lado. Relatórios confeccionados por 
pedagogos, analistas do comportamento e fonoaudiólogos, também possuem um 
grande peso suplementar na comprovação, pois conseguem esmiuçar ainda mais 
as peculiaridades do aluno autista em questão, o que é importantíssimo, inclusive, 
para a produção do Plano de Ensino Individualizado (PEI). 
Por fim, é extremamente relevante que as famílias tenham a informação 
de que não é legal cobrar valores adicionais em razão da oferta deste profissional 
de apoio porque configura discriminação da pessoa com deficiência. Frise-se que 
é indevida a cobrança de valores adicionais na oferta da inclusão escolar do aluno 
autista e o artigo 8º da Lei no 7.853/1989 considera como crime esse tipo de 
conduta. 
 
18 
 
3.3. Adaptação Curricular 
 
A adaptação curricular é ferramenta indispensável à inclusão dos 
alunos com deficiência (principalmente mental/intelectual) ou com dificuldade de 
aprendizagem.Ela viabiliza a construção de um currículo escolar acessível a todos 
os educandos, desde o ensino infantil até o superior, à medida que proporciona 
conhecimento palpável e concreto mediante prévio planejamento com olhos às 
habilidades de dificuldades do aluno de inclusão. Tal ferramenta é manejada 
tendo-se por base o aluno e suas respectivas peculiaridades. 
O artigo 5º da Convenção Internacional sobre os Direitos da Pessoa com 
Deficiência (2006), que em razão da ratificação feita pelo estado brasileiro foi 
recepcionada no Brasil com status de Emenda Constitucional, dispõe sobre 
Igualdade e Não-Discriminação em seu § 4º ao afirmar que “as medidas específicas 
que forem necessárias para acelerar ou alcançar a efetiva igualdade das pessoas 
com deficiência não serão consideradas discriminatórias”. 
Calha destacar o comentário de Lopez (2020, p. 133) acerca do assunto: 
 
Em termos práticos, essa previsão, que goza de status de emenda 
constitucional, acaba por garantir que as necessidades 
educacionais específicas dos estudantes com deficiência que, 
porventura, se desdobrem na necessidade de ações para apoio 
individualizadas como adaptações razoáveis em avaliações, 
materiais e currículos, bem como em ações para acessibilidade ao 
espaço, não podem ser tomadas como medidas discriminatórias ou 
privilégios. Ao contrário, devem ser vistas como necessárias ações 
para equiparação de oportunidades e maximização do 
desenvolvimento estudantil. 
 
Portanto, está expresso no ordenamento jurídico brasileiro que o aluno 
de inclusão tem suas necessidades específicas e deve ser ofertado com ações 
individualizadas que contemplem suas habilidades e dificuldades de modo a 
promover o seu aprendizado. 
A Lei no 13.146/2015 (Lei Brasileira de Inclusão) estabelece em seu artigo 
27 que: 
 
A educação constitui direito da pessoa com deficiência, 
assegurados sistema educacional inclusivo em todos os níveis e 
aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o 
máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades 
 
19 
físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas 
características, interesses e necessidades de aprendizagem. 
 
Diante deste direito à educação inclusiva, a norma em arrimo também 
indicou uma série de garantias destinadas aos alunos com deficiência no artigo 
28, sendo alguns deles: 
 
II - aprimoramento dos sistemas educacionais, visando a garantir 
condições de acesso, permanência, participação e aprendizagem, 
por 
meio da oferta de serviços e de recursos de acessibilidade que 
eliminem as barreiras e promovam a inclusão plena; 
III - projeto pedagógico que institucionalize o atendimento 
educacional especializado, assim como os demais serviços e 
adaptações razoáveis, para atender às características dos 
estudantes com deficiência e garantir o seu pleno acesso ao 
currículo em condições de igualdade, promovendo a conquista e o 
exercício de sua autonomia; 
V - adoção de medidas individualizadas e coletivas em ambientes 
que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social dos 
estudantes com deficiência, favorecendo o acesso, a permanência, 
a participação e a aprendizagem em instituições de ensino; 
VII - planejamento de estudo de caso, de elaboração de plano de 
atendimento educacional especializado, de organização de 
recursos e serviços de acessibilidade e de disponibilização e 
usabilidade pedagógica de recursos de tecnologia assistiva; 
IX - adoção de medidas de apoio que favoreçam o 
desenvolvimento dos aspectos linguísticos, culturais, vocacionais e 
profissionais, levando-se em conta o talento, a criatividade, as 
habilidades e os interesses do estudante com deficiência; 
X - adoção de práticas pedagógicas inclusivas pelos programas de 
formação inicial e continuada de professores e oferta de formação 
continuada para o atendimento educacional especializado; 
XV - acesso da pessoa com deficiência, em igualdade de condições, 
a jogos e a atividades recreativas, esportivas e de lazer, no sistema 
escolar; 
 
Perceba-se que todas essas garantias aos alunos só são possíveis de 
serem materializadas mediante uma séria adaptação no currículo do estudante, 
inclusive para que este possa desfrutar dos momentos de recreação e lazer junto 
aos demais colegas. Afinal, a adaptação do currículo do aluno de inclusão 
 
20 
perpassa por todo o ambiente escolar. 
Claro que para isso, tanto os professores como os demais funcionários 
da instituição de ensino devem estar qualificados e cientes de como agir com 
aquele aluno. 
A Lei no 12.764/2012 (Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa 
com Transtorno do Espectro Autista) não dispôs sobre a inclusão escolar do aluno 
autista, restringindo-se a estabelecer em seu artigo 3º, inciso IV, alínea “a”, que o 
autista tem direito a acesso à educação. Diante esta norma, Tibyriçá e D’antino 
(2018, 
p. 57) observam que: 
 
Portanto, ainda que a Lei 12.764/12 não preveja uma diretriz 
específica, os princípios norteadores do direito à educação da pessoa 
com TEA devem considerar, em especial, o previsto na Convenção e 
na Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, que garantem 
o acesso à educação, mas também o aprendizado, evitando-se que 
tenhamos uma inclusão de “faz de conta”. Além disso, outra 
preocupação essencial para que se efetive o direito à educação é que 
sejam disponibilizados apoios que eliminem barreiras a fim de 
garantir a participação do aluno em igualdade de condições com os 
demais. 
 
Desta forma, verifica-se que o aluno autista padece de condições 
adaptativas para que consiga auferir conhecimento, não sendo demais relembrar 
que cada um deles é um ser único, ou seja, não há uma “forma de bolo” para 
promover o aprendizado e consequente inclusão escolar, pois o grau de suporte 
vai variar de acordo com a necessidade individual. Todos possuem potencial e 
podem aprender, porém, este estudante precisa entender o que está sendo 
ensinado, razão pela qual o ensino individualizado, planejado e estruturado é 
indispensável. 
 
4. Considerações Finais 
O aluno autista é uma potencial vítima de discriminação em qualquer 
ambiente. Como ele fica, pelo menos, um período do dia na escola é comum que 
seja alvo de preconceito, discriminação, bullying e capacitismo. 
A discriminação no ambiente escolar também se materializa pela 
negativa de direitos relativos à inclusão escolar. 
Para que o aluno possa exercer o seu direito à educação é necessário 
que consiga atingir o objetivo de se estar em uma instituição de ensino, ou seja, 
 
21 
aprender. No entanto, grande parte do público estudantil autista não aprende, 
principalmente, aos alunos que necessitam de substancial suporte para poder 
permanecer no meio escolar, bem como para auferir conhecimento inserto na 
grade curricular. 
Geralmente, quando não há aprendizado é porque as ferramentas da 
inclusão não estão sendo aplicadas. 
Para que o aluno autista que necessita de substancial suporte possa 
aprender é preciso que as três ferramentas da inclusão escolar sejam empregadas: 
a capacitação docente; o profissional de apoio escolar; e a adaptação curricular. 
É indispensável que os professores estejam devidamente capacitados 
para que possam manejar e adaptar o currículo do aluno, bem como a presença 
do profissional de apoio escolar é fundamental para que haja aprendizado. 
O objetivo mor da educação é aprender e o aluno autista está ali no 
ambiente para isso, assim como os demais colegas. 
Além disso, a inclusão da pessoa com deficiência na escola tem um valor 
pedagógico/moral enorme ao se levar em conta quando ocorre no início da vida 
acadêmica, a convivência entre crianças, pode ser uma chave importante para 
que ocorra a construção cultural de respeito às diferenças. Quando o aluno autista 
é visto como parte daquele meio, restando claro para todos os suportes dos quais 
precisa, suas habilidades e dificuldades, pode-se evitar que crianças venham a se 
tornar adultos intolerantes e preconceituosos,ou seja, o contato diário com a 
pessoa com deficiência pode criar reflexos por toda a vida, tanto no estudante de 
inclusão como nos demais que estão participando do seu processo inclusivo. 
O importante é que não só a comunidade escolar, mas toda a sociedade 
saiba que os alunos de inclusão têm direito de ser inseridos no contexto escolar e 
devem ser respeitados por todos. Para que isso ocorra, o legislador precisou 
confeccionar normas que disciplinam a inserção do aluno autista no ambiente 
escolar. Se for necessário, estas normas deverão ser acionadas. 
No caso de ausência do reconhecimento pelos gestores escolares de 
necessidade da oferta de ferramentas que viabilizarão a permanência e 
aprendizado do aluno de inclusão, não há outra alternativa a não ser a propositura 
de uma medida judicial, com olhos à efetivação do direito. Essa medida judicial 
pode ser manejada por um advogado e, caso a pessoa não tenha condições de 
pagar, é recomendável que procure a Defensoria Pública ou o Ministério Público. 
Caso existam universidades de Direito no município do interessado, ele pode 
procurar os “escritórios modelos” para que os professores, com o auxílio dos alunos, 
entrem com a ação pertinente. Também podem ser feitas ocorrências junto às 
delegacias, vez que a negativa de inclusão escolar gera um constrangimento que 
se encaixa perfeitamente no conceito de discriminação em face da deficiência que 
está descrito no artigo 4º, § 1º, da LBI. 
 
22 
Não é demais dizer que a Lei Brasileira de Inclusão instaurou um novo 
paradigma em termos de inclusão escolar e acredita-se que as mudanças 
positivas se darão de forma paulatina. No entanto, é necessário que a sociedade 
esteja atenta para que os Princípios Constitucionais da Dignidade da Pessoa 
Humana, da Igualdade Material, da Cidadania, da Razoabilidade e da 
Proporcionalidade sejam respeitados para que os alunos de inclusão sejam 
realmente incluídos nos ambientes escolares, ou seja, convivam com colegas de 
forma harmoniosa e respeitosa, permaneçam de forma adequada em todas as 
áreas da escola e aprendam aquilo que está no seu plano de ensino individualizado. 
A LBI também alterou a Lei no 7.853/1989 (Lei de Integração da Pessoa 
com Deficiência) para estabelecer, no artigo 8º, que: 
 
Art. 8º. Constitui crime punível com reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) 
anos e multa: 
I - recusar, cobrar valores adicionais, suspender, procrastinar, 
cancelar ou fazer cessar inscrição de aluno em estabelecimento de 
ensino de qualquer curso ou grau, público ou privado, em razão de 
sua deficiência; (...) 
§ 1º Se o crime for praticado contra pessoa com deficiência menor 
de 18 (dezoito) anos, a pena é agravada em 1/3 (um terço). 
 
Portanto, nenhuma escola pode vir a cobrar um plus pela oferta daquilo 
que está previsto em lei como instrumento inclusivo a se oferecer. Nenhuma das 
ferramentas da “tríade da inclusão escolar” podem ser objeto de cobrança. 
Em geral, as normas têm sido esteio para a aplicação dos direitos da 
pessoa com deficiência. No entanto, espera-se o dia em que não será mais 
necessário socorrer-se de uma norma legislativa para que a inclusão social e, em 
particular, a escolar se cumpra. Também o dia em que todos os atores escolares 
conscientizem- se de que a inclusão não é alternativa, é direito. 
No momento, está-se a caminhar com passos curtos, sendo necessário 
lembrar que estes aprendizes são na verdade mestres e que a inclusão é um 
caminho sem volta! 
 
23 
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http://publicacoes.fcc.org.br/index.php/cp/article/view/5494/pdf
	O Aluno Autista e o Direito à “Tríade” da Inclusão Escolar
	1. A inclusão escolar do aluno autista
	2. O preconceito e a discriminação para com o aluno autista
	3. O Direito à “Tríade” da Inclusão Escolar
	3.1. Capacitação Docente
	3.2. Profissional de Apoio Escolar
	3.3. Adaptação Curricular
	4. Considerações Finais
	5. Referências Bibliográficas

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