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O papel da pedagogia na Educação Inclusiva

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16
O PAPEL DA PEDAGOGIA NA EUCAÇÃO INCLUSIVA[footnoteRef:1] [1: Artigo científico apresentado ao Grupo Educacional IBRA como requisito para a aprovação na disciplina de TCC.] 
Flávia Cristina de Oliveira[footnoteRef:2] [2: Discente do curso de Pedagogia.] 
Declaro que o trabalho apresentado é de minha autoria, não contendo plágios ou citações não referenciadas. Informo que, caso o trabalho seja reprovado duas vezes por conter plágio pagarei uma taxa no valor de R$ 250,00 para terceira correção. Caso o trabalho seja reprovado não poderei pedir dispensa, conforme Cláusula 2.6 do Contrato de Prestação de Serviços (referente aos cursos de pós-graduação lato sensu, com exceção à Engenharia de Segurança do Trabalho. Em cursos de Complementação Pedagógica e Segunda Licenciatura a apresentação do Trabalho de Conclusão de Curso é obrigatória).
RESUMO
Este artigo tem o objetivo de estimular reflexões sobre as experiências e as dúvidas que aparecem, impedindo muitas vezes a implementação de ações em favor da criação de uma escola mais justa, apresentando que a Educação é um direito de todos os cidadãos e os indivíduos com deficiência não têm motivos para não fazer parte das escolas do ensino regular e tem como finalidade promover o desenvolvimento integral do aluno e, para que isso aconteça, ela deve estar atenta às particularidades de cada criança, principalmente em se tratando de inclusão. As adaptações curriculares são necessárias para que os alunos se desenvolvam num ritmo próprio e consigam alcançar os objetivos traçados para sua série ou ciclo, essa é a forma mais eficaz de conhecer a inclusão. De nada adianta acolher alunos com deficiência sem ter professores capacitados ou recursos adequados para que essas crianças recebam os estímulos necessários para se desenvolverem. A escola precisa estar preparada para trabalhar com a inclusão, e para isso, deve transformar-se. A transformação da escola contribuirá para a mudança da sociedade para que esta perca seus preconceitos e se torne mais justa. O trabalho é uma revisão bibliográfica onde foi possível pesquisar autores de livros e artigos disponíveis em plataformas online que abordam sobre a pedagogia e a educação inclusiva.
Palavras-chave: Pedagogia. Inclusão. Educação.
ABSTRACT
This article aims to stimulate reflections on the experiences and lives that arise, often preventing the implementation of actions in favor of the creation of a fairer school, showing that Education is the right of all citizens and people with disabilities. there is no reason not to be part of regular schools and our purpose is to promote the integral development of the student and, for this to happen, he must be attentive to the particularities of each child, especially with regard to inclusion. Curricular adaptations are necessary for students to develop at their own pace and reach the goals set for their grade or cycle, this is the most effective way to achieve inclusion. You are invited to help students with disabilities without qualified teachers or adequate resources so that these children receive the necessary stimuli to develop. A school needs to be prepared to work with inclusion and, for that, it needs to transform itself. A school transformation will contribute to the change of society so that it becomes excited according to prejudices and becomes fairer. The work is a bibliographic review where it was possible to search authors of books and articles available on online platforms that address pedagogy and inclusive education.
Keywords: Pedagogy. Inclusion. Education.
1 INTRODUÇÃO
Atualmente, há muitas informações sobre a inclusão escolar. Ao se considerar a inclusão das pessoas com deficiência no cotidiano das instituições escolares, deve ocorrer uma mudança de paradigma, que também acarretará mudanças nas políticas, planos e serviços de apoio a essas pessoas. A educação inclusiva é um processo complexo que envolve múltiplas ações, não só no âmbito da educação, mas também na saúde, meio ambiente e outros campos, portanto, é muito importante respeitar a diversidade de cada criança e fazer mudanças quando for necessário. para receber e manter o aluno em um processo ativo, positivo e construtivo.
É importante analisar o conceito de inclusão, como esse processo é feito nas escolas regulares e quais os benefícios de ter uma escola inclusiva para alunos com e sem deficiência, pois ambos aprendem a gostar da diversidade, adquirem experiências com a variedade das capacidades humanas, desenvolvem a solidariedade e o respeito ao próximo.
A educação inclusiva, quando bem organizada em todos os níveis da escola, é um processo viável, pois fomenta o aprendizado e promove alunos com deficiência e demais alunos, contribuindo para a formação de todos, aprendendo a conviver com a diferença e superando obstáculos impostos por elas mesmas.
O objetivo deste trabalho é levantar questões sobre a educação inclusiva no ambiente escolar, identificar o papel do pedagogo nesse processo, analisar a possibilidade de inclusão de crianças com deficiência na educação formal e considerar que apesar da grande diversidade de seres humanos, muitas pessoas ainda não entendem as diferenças, levando a rótulos e preconceito contra pessoas deficientes.
A inclusão é benéfica para todos os envolvidos na rede de ensino. O contato das crianças umas com as outras permite-lhes desenvolver união, respeitar os outros e aprender a conviver com as diferenças e semelhanças individuais. Os professores também se beneficiam com a participação na transformação da escola, oferecendo apoio cooperativo e oportunidades de aperfeiçoamento profissional.
Este trabalho é composto de uma revisão bibliográfica, onde foi possível buscar livros, autores, artigos, dissertações e teses, além de informações disponíveis na Internet que relatam sobre o tema. Este trabalho considera os procedimentos que os professores devem utilizar para favorecer a inclusão, tendo em vista a integração e o desenvolvimento do aluno.
2 EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM BREVE HISTÓRICO
A inclusão social substituiu gradativamente a prática da integração social. No Brasil, essa prática foi estabelecida de acordo com a “Declaração Universal de Educação para Todos” e expressa de acordo com os requisitos da “Declaração de Salamanca” espanhola.
Do século XV ao XIX, os deficientes passaram por várias situações, e crianças deformadas foram jogadas nos esgotos da Roma antiga. Martinho Lutero acredita que as pessoas com deficiência intelectual são criaturas demoníacas e devem ser punidas com purificação. Pessoas com deficiências físicas e metálicas são isoladas do resto da sociedade em lares de idosos, mosteiros e abrigos. Surgiu o primeiro hospital psiquiátrico na Europa, mas todas as instituições da época não passavam de prisões, sem planos especiais de tratamento e educação.
Desde o século XX, as pessoas com deficiência são vistas como cidadãos com direitos e obrigações de participação na sociedade, mas numa perspectiva de afiliação e caridade com base no modelo "normal". As primeiras diretrizes políticas para esse novo conceito surgiram na Declaração dos Direitos Humanos de 1948: “Toda pessoa tem direito à educação”.
O primeiro movimento de familiares de deficientes começou nos anos 1960, quando algumas pessoas criticaram a discriminação. Os teóricos defendem a padronização, mesmo que as pessoas com deficiência se adaptem à sociedade para integrá-las à sociedade.
A educação especial no Brasil apareceu pela primeira vez no Título X da LDB 4.024 em 1961. A lei estipula que a educação especial deve ser o mais adequada possível para o sistema de educação geral.
No Brasil, pela primeira vez em 1978, as pessoas com deficiência tiveram a garantia de melhorar suas condições sociais e econômicas, principalmente por meio da educação especial gratuita e de emendas à Constituição brasileira no que diz respeito aos direitos das pessoas com deficiência à melhoria de suas condições sociais e econômicas.
As décadas de 1980 e 1990 foram bombardeadas por declarações e tratadosem todo o mundo e começaram a defender a inclusão em grande escala. Em 1985, a Assembleia Geral das Nações Unidas lançou o "Programa Mundial de Ação para Pessoas com Deficiência", recomendando que, sempre que possível, a educação para pessoas com deficiência deveria ser conduzida dentro do sistema escolar normal.
No Brasil, o interesse pelo assunto está relacionado à edição de uma nova constituição, promulgada em 1988, que garante atendimento educacional especializado às pessoas com deficiência, preferencialmente na rede formal de ensino.
A cláusula de “Educação” no Título I da Lei Federal nº 7.853 de 1989 estipula a provisão obrigatória e gratuita de educação especial em instituições de ensino públicas, e estipula multa de 1 a 4 anos de prisão e reclusão ao diretor de escola pública ou privada que recuse e suspende a admissão do aluno por qualquer motivo.
A Conferência Mundial sobre Educação para Todos, realizada em março de 1990, na cidade de Jomtien, na Tailândia, prevê que as necessidades educacionais básicas sejam oferecidas para todos (mulheres, camponeses, refugiados, negros, índios, presos e deficientes) pela universalização do acesso, promoção da igualdade, ampliação dos meios e conteúdos da Educação Básica e melhoria do ambiente de estudo.
Em 1990, o Brasil ratificou o Regulamento da Infância e da Juventude (Lei nº 8.069), que reafirma os direitos garantidos pela Constituição: o atendimento educacional especial para pessoas com deficiência, preferencialmente na rede formal de ensino.
Em junho de 1994, líderes de mais de 80 países se reuniram na Espanha e assinaram a Declaração de Salamanca, que é um dos documentos mais importantes para a garantia do direito à educação. Declarou que as escolas primárias inclusivas são o meio mais eficaz para eliminar a discriminação e disse que as escolas devem aceitar todas as crianças, independentemente da sua origem física, intelectual, social, emocional ou linguística.
A Lei de Diretrizes e Bases, nº 9.394/96 no artigo 58, se ajusta à legislação federal e aponta que a educação dos portadores de necessidades especiais deve dar-se preferencialmente na rede regular de ensino.
A partir de 1948, com a Carta de Direitos da Organização das Nações Unidas (ONU), é que muitos se deram conta de que todos são iguais perante a lei. O Capítulo III da Constituição da República Federativa do Brasil – Da Educação, da Cultura e do Desporto – Garante:
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da Família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Obviamente, o artigo 205 já concede às pessoas com deficiência o direito à educação. Além disso, o art. 208 Os itens III proporcionam assistência educacional especializada para pessoas com deficiência, preferencialmente na rede formal de ensino.
Em 20 de dezembro de 1996, o Presidente Fernando Henrique Cardoso assinou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que contém o seguinte no Capítulo 5 “Educação Especial”:
Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos da lei, a modalidade de educação escolar, oferecidas preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais.
§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial.
§ 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições especificas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular.
§ 3º A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil. 
A LDB, em seu artigo 39 estabelece possibilidades amplas de organização da Educação Profissional. Carneiro (1998) cita o documento Educação Profissional e Colocação no Trabalho como uma importante iniciativa para tentar ampliar as ações possíveis na área de Educação Profissional da pessoa portadora de deficiência.
A análise da LDB, da Lei nº 9.394/96 e de outras regulamentações da educação especial levou as pessoas a discutir uma série de novas atitudes profissionais na tentativa de corrigir o preconceito contra as pessoas com deficiência e apoiar a inclusão.
Segundo Santos (2002), vivemos em um mundo onde queremos ser iguais e diferentes ao mesmo tempo. Acreditamos na cidadania que respeita as diferenças culturais. Não queremos um falso universalismo, que destrói todas as diferenças e impõe uma determinada cultura como padrão universal.
3 PRÁTICAS DOCENTE E ADAPTAÇÕES CURRICULARES
O desempenho das dificuldades de aprendizagem escolar é contínuo, desde situações menores e de curta duração que podem ser resolvidas espontaneamente durante o trabalho docente até situações mais graves e persistentes que requerem recursos especiais para serem resolvidas. Para resolver este problema contínuo, é necessária a adoção de medidas educacionais adequadas, incluindo a adaptação gradual do currículo. Nesse caso, é necessário fazer grandes ajustes no currículo para atender aos alunos, e levar em consideração suas características pessoais, e apontar conteúdos curriculares mais funcionais e práticos (BRASIL, 2003, pág. 50).
Portanto, a adaptação do currículo constitui a possibilidade educacional de agir diante das dificuldades de aprendizagem dos alunos. Acredita-se que o currículo regular será ajustado quando necessário para torná-lo adequado para alunos com necessidades especiais. Não é um novo currículo, mas um currículo dinâmico e variável que pode ser expandido para que possa servir verdadeiramente todos os alunos. De acordo com Mantoan:
A escola se democratizou abrindo-se a novos grupos sociais, mas não aos novos conhecimentos. Exclui, então, os que ignoram o conhecimento que ela valoriza e, assim, entende como democratização a massificação do ensino e não cria a possibilidade de diálogo entre diferentes lugares epistemológicos, não se abre a novos conhecimentos que não couberam, até então, dentro dela (2004, p.38).
Algumas características curriculares auxiliam no atendimento das necessidades educacionais especiais dos alunos, entre elas: em um determinado período de tempo, eles alcançaram o mesmo nível de abstração ou conhecimento desenvolvido por outros colegas, embora não estejam com a mesma intensidade, de certa forma, ou a mesma maneira de aprender. Com a mesma ação e abstração, "A adaptação curricular visa estabelecer uma relação harmoniosa entre as necessidades especiais dos alunos e a organização dos currículos. Portanto, enfoca a interação entre as necessidades dos alunos e as estratégias educacionais oferecidas" (BRASIL, 2003, p. 34).
As necessidades especiais indicam que tipo de ajuda é necessária além do propósito convencional. As respostas a essas necessidades devem ser fornecidas e apoiadas no programa de ensino da escola, não por meio de novos currículos, mas por meio da adaptação gradual aos currículos regulares para garantir que os alunos com deficiência possam participar dos cursos normalmente, mas considerando suas necessidades.
As medidas de adaptação visam tornar o currículo mais flexível para que ele possa ser desenvolvido em sala de aula e atender às necessidades especiais de determinados alunos. A adaptação curricular ao nível dos projetos de ensino deve incidir principalmente na organização escolar e nos serviços de apoio. Devem proporcionar condições estruturais para que possam acontecer em nível de sala de aula e em nível individual caso o aluno exija um horário específico.
A tomada de decisões sobre o currículo deve permitir que os funcionários da escola avaliem, encontrem deficiências e forneçam o apoio correspondente para professores e alunos. Eles devem reduzir ao mínimo, transferir responsabilidades de serviço para profissionais de fora da escola ou solicitar recursos fora da escola.
Portanto, as adaptações curricularesvisam garantir que os alunos tenham acesso ao currículo em todas as suas dimensões.
Nesse sentido, a adequação curricular ora proposta procura subsidiar a prática docente propondo alterações a serem desencadeadas na definição dos objetivos, no tratamento e desenvolvimento dos conteúdos, no transcorrer de todo processo avaliativo, na temporalidade e na organização do trabalho didático-pedagógico no intuito de favorecer a aprendizagem do aluno (BRASIL, 1999, p. 13).
Portanto, o papel do professor em avaliar e ajudar os alunos é o ajuste individualizado do currículo, que depende de o professor determinar o nível de desenvolvimento dos alunos e determinar os fatores que podem afetar seu processo de ensino e aprendizagem.
A adaptação em sala de aula é projetada para possibilitar que os alunos participem verdadeiramente e realizem um aprendizado eficiente em um ambiente escolar regular. 
Nesse nível, os métodos adaptativos enfocam o papel do professor em avaliar e ajudar as crianças. Ele desempenha um papel importante na definição do nível de habilidade curricular dos alunos e na determinação dos fatores que interferem em seu processo de ensino e aprendizagem.
Ressalta-se que, independentemente de se tratar de turmas normais ou especiais, a adaptação curricular não é aplicável apenas à escola regular, mas deve ser utilizada para alunos de escolas especializadas onde não possa ser acomodada.
Currículos adaptados ou concebidos de forma diferente dos currículos normais requerem adaptações extremas significativas, adotadas em situações em que o verdadeiro obstáculo de um aluno à inclusão com procedimentos e expectativas de ensino comuns é confrontado com as circunstâncias pessoais identificadas pelo aluno.
O desenvolvimento e implementação de um programa desta natureza deve contar com a participação da família e ser acompanhada por um processo exaustivo e sistemático de avaliação pedagógica e psicopedagógica do aluno e da eficácia dos procedimentos pedagógicos utilizados na sua formação.
O PEPEL DO PEDAGOGO
Para que a escola alcance seus objetivos, é necessário repensar o papel do pedagogo no espaço escolar, seu trabalho na compreensão da dignidade humana e no respeito às diferenças na escola. Seu papel não pode ser reduzido a tarefas burocráticas que ele deve realizar. Deve-se entender que, além das situações conflitantes do cotidiano escolar, o educador é aquele que viabiliza o acesso à cultura, organiza o processo de formação cultural (SAVIANI, 1985, p. 27), ou seja, pensando na organização das práticas pedagógicas, sendo um intermediário no processo de ensino e aprendizagem a fim de garantir a consistência das atividades e intenções da prática docente.
Assim, o trabalho do pedagogo na escola geralmente requer um domínio mais profundo das questões educacionais e pedagógicas que vão muito além da mera espontaneidade e franqueza presentes na cultura escolar. Sobre esse trabalho, Libâneo (2004, p. 192) afirma que ele não pode se eximir de determinar o sentido da prática educativa, pois interfere no destino humano, na formação e no homem dos discípulos.
Nesse sentido, é importante que o pedagogo seja efetivo nas diversas etapas da prática pedagógica como mediador e articulador na construção do Projeto Político Pedagógico (PPP) e do Plano de Trabalho Docente (PTD), para que a flexibilidade do currículo transforme a teoria e seja efetiva na prática docente, de forma a atender às necessidades específicas de todos os alunos.
O pedagogo, como guia nesse processo, deve trabalhar a questão da superação dos preconceitos em relação às diferenças no espaço escolar, apoiando a valorização da pessoa, sua identidade e necessidades. Um elemento fundamental para a exposição dessa questão é o envolvimento do educador no estabelecimento de vínculos de interação entre os agentes direta e indiretamente envolvidos no tema a ser trabalhado. Isso significa, antes de mais nada, que se trata de uma questão coletiva que deve abranger todas as disciplinas de um contexto escolar, dada sua contribuição para a problematização, a discussão e a possível superação do estigma na ação humana e, portanto, no currículo escolar.
Ao meu ver, a Pedagogia ocupa-se, de fato, dos processos educativos, métodos, maneiras de ensinar, mas antes disso ela tem um significado bem mais amplo, bem mais globalizante. Ela é um campo de conhecimentos sobre a problemática educativa na sua totalidade e historicidade e, ao mesmo tempo, uma diretriz orientadora da ação educativa. O pedagógico refere-se a finalidades da ação educativa, implicando objetivos sociopolíticos a partir dos quais se estabelecem formas organizativas e metodológicas da ação educativa (LIBÂNEO, 2004, p.29).
Pensar na inclusão social dos sujeitos é essencial para compreender e reconhecer a importância das interações entre si. Segundo a abordagem histórico-cultural, cujo precursor é Vigotski, o desenvolvimento humano se dá em relação à troca entre os parceiros sociais, por meio dos processos de interação e mediação. Portanto, o processo de inclusão deve ser entendido a partir do pressuposto de que o desenvolvimento das crianças com deficiência é igual ao das crianças sem deficiência, interagindo com crianças iguais e diferentes, a diferença é que precisam de condições específicas à sua característica.
Dessa forma, o papel do pedagogo é mediar nesse processo, oferecendo condições concretas para a expressão da deficiência por meio de vivências em que a criança possa construir sua identidade e estruturas psicológicas para se sentir valorizada nos processos de ação e interação com os demais alunos.
Para “representar” o lado subjetivo da questão, podemos lembrar a importância de socialização de medos e angústias, de problematização conjunta de mitos e tabus, de criação coletiva de formas de enfrentamento de resistência de cada um dos agentes envolvidos em processos de inclusão (AMARAL, 2002, p.246).
Portanto, a mediação é antes de mais nada a capacidade de conduzir o processo de ensino e aprendizagem, com uma atitude pedagógica capaz de mobilizar a comunidade escolar para o que pode ser feito na escola, nas condições reais em que cada escola possui. A análise de Vigotski (1997) sobre a educação das pessoas com deficiência, permite refletir sobre a necessidade de práticas específicas de implementação de experiências educativas que promovam a emancipação e a dignidade social das pessoas com deficiência.
Para Vigotski (1997), a escola poderia cooperar para superar a deficiência na esfera social. Com o desenvolvimento pedagógico de atividades que proporcionem conhecimentos no domínio das interações sociais do professor e do aluno, bem como de todos os alunos, independentemente das suas diferenças ou limitações.
A ninguém ocorre sequer negar a necessidade da pedagogia especial. Não se pode afirmar que não existem conhecimentos especiais para os cegos, para os surdos e os mentalmente atrasados. Porém esses conhecimentos e essas aprendizagens especiais há que se subordiná-los à educação comum, à aprendizagem comum, a pedagogia especial deve estar diluída na atividade geral da criança (VIGOTSKI, 1997, p. 65).
Ao analisar a perspectiva da teoria histórica e cultural, a aprendizagem é a porta de entrada do sujeito para a apropriação de uma cultura historicamente moldada. É extremamente importante valorizar os processos de interação entre alunos com e sem necessidades educacionais especiais no contexto escolar. Segundo Vigotski (1997), a modificação da situação social da criança com deficiência ocorre quando se ampliam as possibilidades de interação da criança com deficiência com outras pessoas.
Ao interagirem entre si, os alunos irão desenvolver uma atividade importante no processo de aprendizagem de pessoas com deficiência ou dificuldades de aprendizagem. Após a mediação e estímulo às atividades pedagógicas pretendidas, os alunos passam a compartilhar mais do que um espaço físico e aprendem a resolver problemas juntos, a superar e a respeitar os próprios e os outros. A aprendizagem é baseada em relacionamentosinterpessoais e circunstâncias históricas. O espaço escolar pode ser dedicado a alunos com deficiência com o objetivo de alcançar autonomia pessoal e social.
Portanto, um grande desafio para uma escola moderna é aprender a lidar com a especificidade educacional de seus alunos, principalmente no que diz respeito às suas potencialidades, limitações e possibilidades de transformação física e mental.
DESAFIOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
A educação inclusiva não é um processo fácil, tanto na teoria quanto na prática, pois são muitos os desafios enfrentados pelos professores e demais funcionários da escola. Apesar dos grandes avanços, a inclusão de alunos com necessidades especiais nas escolas ainda enfrenta muitos desafios e obstáculos. Segundo os especialistas, a maior dificuldade é que não se pode garantir ao aluno a melhora no aprendizado. 
Como a educação inclusiva é apoiada por lei, muitas escolas aceitam esses alunos, mas acabam deixando-os desamparados, resultando em exclusão. As políticas públicas, ao adotar uma prática inclusiva no curto prazo, tem ignorado a falta de um espaço adaptado e o despreparo da comunidade e dos profissionais para receber e trabalhar com esses alunos, o que requer grandes investimentos, muitas vezes inexistentes. Também existem muitos preconceitos da sociedade contra esses alunos, pois não foi ensinada a aceitar, acolher e respeitar esses alunos.
Na sala de aula, muitos professores acham difícil trabalhar com mais de um aluno com deficiência. Principalmente nas escolas públicas, a demanda desses alunos é muito grande, sobrecarregando o professor, que geralmente não tem o conhecimento e preparação para atuar com esses alunos, pois geralmente as salas de aula já estão superlotadas, o que dificulta o trabalho do professor, não só com alunos com deficiência, mas também em geral. com todos os alunos. É difícil lidar com diferentes tipos de deficiência, especialmente quando tem que trabalhar com mais de uma criança deficiente. Portanto, o professor deve repensar sua prática docente diante dos novos desafios.
Além da infraestrutura, existe mais um fator que causa grande insatisfação e desconforto aos professores, que é a participação dos familiares na integração desses alunos. Segundo Santos e Oliveira (2015), o nascimento de um novo membro da família é sempre um evento de expectativas e reestruturação familiar. A partir daí, o longo e progressivo movimento começa a preparar o espaço familiar para o surgimento de um novo membro no qual ocorrem mudanças emocionais, comportamentais, físicas, sociais e econômicas. Porém, com o nascimento de uma criança com deficiência, surge uma infinidade de sentimentos conflitantes, que podem significar mudanças complexas na forma como ela é percebida como um evento algo traumático para a família, cercada por um ambiente repleto de insegurança e confusão. Assim, esse momento terá impacto no desenvolvimento da identidade familiar e seus elementos.
Cabe a família, principalmente, lutar pela garantia do direito de seus filhos com e sem deficiência de não serem discriminados, de não aprenderem o preconceito e de serem educados em uma escola para todos, competente e acolhedora.
Eles devem esperar que seus filhos atinjam, na medida do possível, o mais alto nível de desenvolvimento e, para isso, precisam ser muito exigentes com relação ao trabalho das escolas. Os pais precisam ser bem informados, para lutar pelos direitos já existentes e não vincular as limitações de seus filhos com ou sem deficiência ao fracasso escolar.
Muitos professores se sentem inseguros, desamparados e solitários trabalhando com esses alunos devido à falta de qualificação, orientação e apoio da escola e das políticas públicas. Nesse contexto, é importante pensar e planejar alternativas para vencer o professor e a escola.
Ao organizar aulas e propor aulas em grupo ou individualmente, irá facilitar o atendimento personalizado, favorecendo a interação entre os alunos. Mesmo assim, ao organizar os grupos de forma heterogênea, você pode trabalhar em conjunto para que os alunos possam ajudar uns aos outros, pois algumas pessoas acham mais fácil aprender o que está disponível.
Segundo Stainback e Stainback (1999):
O que está em questão no ensino inclusivo não é se os alunos devem ou não receber, de pessoal especializado e de pedagogos qualificados, experiências educacionais apropriadas e ferramentas e técnicas especializadas das quais necessitam. A questão está em oferecer a esses alunos os serviços de que necessitam, mas em ambientes integrados, e em proporcionar aos professores atualização de suas habilidades (p.25).
Portanto, salas de aula adequadas e especialistas treinados não são uma garantia de educação inclusiva de alto nível, pois apenas se caracterizam pela exclusão oculta. Portanto, a interação com outros alunos é muito importante para uma educação inclusiva eficaz. Também é necessário aprimorar as habilidades dos profissionais.
O professor desempenha um papel importante na promoção da aprendizagem dos seus alunos, numa perspectiva de diálogo, formação e mediação, provocando a vontade de saber, a capacidade de ser, estimular a sua independência, respeitar o direito de escolha e capacidade, alargar a sua participação nas decisões que o rodeiam (MARTINS, 2016).
3 CONCLUSÃO
A educação inclusiva propõe escolas capazes de ir ao encontro das características diferentes e específicas de cada um, sem discriminação e sem trabalhar com alguns alunos separadamente, promovendo uma mudança de atitude para com os outros. O homem está sempre sujeito ao julgamento do "olhar do outro", olhar que, por mais que seja recusado, é cheio de preconceitos e deduções e exige mudanças.
É responsabilidade da escola fornecer educação equitativa e centrada no aluno com base em suas capacidades, não na deficiência. Para que haja uma escola inclusiva, é imprescindível que a instituição de ensino esteja atenta aos interesses, características e dificuldades enfrentadas pelos alunos no dia a dia. Portanto, a instituição escolar deve ser um espaço aberto e amigável.
A aprendizagem não ocorre apenas na escola ou fora dela. A aprendizagem ocorre ao longo da vida, por meio de formas de viver e conviver. A troca de experiências entre as pessoas é um elemento importante do desenvolvimento humano. Portanto, é importante trabalhar na promoção da interação dos indivíduos a partir dessa realidade.
A proposta de inclusão não permite qualquer forma de segregação. O objetivo é incluir todos os alunos, ou seja, garantir a qualidade do ensino a absolutamente todos: deficientes, pobres, negros, marginalizados, ninguém deve ser excluído.
Quanto mais uma pessoa interage com diferentes situações, mais conhecimento real ela adquire. A segregação fere a todos porque impede que os alunos das escolas normais conheçam a vida humana em todas as suas dimensões e desafios.
A integração é um trabalho que envolve toda a sociedade e é de grande importância para a sua transformação, tornando-a mais justa e igualitária. Para a escola, trabalhar numa perspectiva inclusiva não é uma missão impossível, mas uma missão necessária e superável. É uma questão de pensar e mudar, promovendo a aprendizagem voltada para o aluno que aprende a reconhecer as diferenças, respeitá-las e conviver com elas, afinal a inclusão é um nobre desafio para a escola.
Por fim, este trabalho contribui para o esclarecimento da educação inclusiva e especial, tendo como objetivo principal sensibilizar os profissionais da educação, das instituições de ensino e, principalmente, dos profissionais do governo, para que possam ser mais responsáveis ​​e responsabilizados no enfrentamento dos problemas enfrentados por pessoas com deficiência na área de educação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, F. Inclusão: Muitos olhares, vários caminhos e um grande desafio. Rio de Janeiro: Wak, 2003.
AMARAL. L. A. Diferenças, Estigma e preconceitos: O desafio da inclusão. In: Oliveira, M.K. de; Souza, D. TR; Rego, T. C. (Orgs). Psicologia, educação e as temáticas da Vida contemporânea. SãoPaulo: Moderna,2002.
BRASIL. Constituição Federal do Brasil. Brasília: MEC, 1998.
BRASIL. Declaração de Salamanca e Linha de Ação. Conferência Mundial de Educação Especial de 1994. 2 ed. Brasília, 1997.
BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei 8060-90. Brasília: MEC, 1990.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei 9.394/96. Brasília: MEC, 1996.
FREIRE, P. Conscientização: teoria e prática da libertação. Uma introdução ao pensamento de Paulo Freire. 3ª ed. São Paulo: Centauro, 2005.
MANTOAN, M. T. E. O direito de ser, sendo diferente, na escola. Direito da Educação, Brasília, n. 26, p. 36-44, jul./set. 2004.
MARTINS, L. M. S. M. Práticas e formação docente na UFRN com visitas à inclusão de estudantes cegos. 2016. 140 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-graduação em Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2016.
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