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Governo e Transformação Digital; Excelência na Entrega de Serviços; Inovação. Governo Integrado: Como Construí-lo? Enap, 2023 Fundação Escola Nacional de Administração Pública Diretoria de Desenvolvimento Profissional SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF Fundação Escola Nacional de Administração Pública Diretoria de Desenvolvimento Profissional Conteudista/s Márcia Mendonça Cardador (conteudista, 2023). 3 Sumário Módulo 1: Conhecendo um Governo Digital ......................................................... 7 Unidade 1: O que é Governo Digital? ..................................................................... 7 1.1 O Conceito de Governo Digital ................................................................................ 7 1.2 Os Pilares de Governo Digital ................................................................................ 12 Referências ............................................................................................................ 14 Unidade 2 - O Brasil como um Governo Digital .................................................15 2.1 A Transformação Digital dos Serviços Públicos Brasileiros ................................ 15 2.2 A Estratégia de Governo Digital (EGD) .................................................................. 21 Referências ............................................................................................................ 23 Módulo 2: Integração e Interoperabilidade: Conceitos para um Governo Integrado ..25 Unidade 1: Integração e Interoperabilidade são Diferentes? ..........................25 1.1. O que é Integração? ............................................................................................... 25 1.2 O que é Interoperabilidade? .................................................................................. 27 1.3 Camadas de Interoperabilidade ............................................................................ 29 1.4 As Barreiras para Integração ................................................................................. 31 Referências ............................................................................................................ 35 Unidade 2: Por que Construir um Governo Integrado e Interoperável? .........38 2.1 O Governo Integrado na Perspectiva do Cidadão ............................................... 38 2.2 O Governo Integrado na Perspectiva do Governo .............................................. 40 2.3 O Princípio Once-only ............................................................................................... 42 2.4 Os Benefícios de um Governo Integrado ............................................................. 44 2.5 Serviços Públicos Integrados ................................................................................. 47 Referências ............................................................................................................ 48 Módulo 3: Os Normativos e Orientações para um Governo Integrado ...........50 Unidade 1: Os Normativos para um Governo Integrado ..................................50 1.1 Decreto 10.332/2020 - Estratégia de Governo Digital ......................................... 52 1.2 Lei 14.129/2021 - Princípios, Regras e Instrumentos para Governo Digital ..... 53 1.3 Decreto 8.936/2016 - Plataforma de Cidadania Digital ...................................... 57 1.4 Decreto 10.046/2019 - Compartilhamento de Dados ......................................... 58 Referências ............................................................................................................ 63 4Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 2: Integração de Dados e Proteção de Dados Pessoais .....................65 2.1 Lei 13.709/2018 - Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais ............................. 65 2.2 Guia Orientativo ANPD no Poder Público ............................................................. 68 Referências ............................................................................................................ 71 Módulo 4: Aspectos Práticos da Integração .......................................................72 Unidade 1: Termos Técnicos para Integração e Interoperabilidade ................72 1.1 Tipos de Integração: Assíncrona, Quase Tempo Real e Síncrona ...................... 72 1.2 O uso das APIs para integração ............................................................................. 74 1.2.1 Gerenciador de API .............................................................................................. 77 1.3 O Componente de Barramento de Serviços (ESB) .............................................. 79 1.4 Replicação ................................................................................................................. 81 Referências ............................................................................................................ 83 Unidade 2: Como Calcular o Benefício da Integração ........................................87 2.1 Calculadora de Economia com Interoperabilidade ............................................. 87 2.2 Metodologia de Cálculo .......................................................................................... 89 Referências ............................................................................................................ 92 Unidade 3: Métricas e Indicadores para Integração ..........................................93 3.1 Número de Serviços Digitais Integrados .............................................................. 93 3.2 Número de Integrações por Serviço Digital ......................................................... 94 3.3 Economia Estimada ................................................................................................. 94 3.4 Métricas de Volume ................................................................................................. 96 3.5 Tempo entre Atualização e Disponibilidade dos Dados ..................................... 97 Referências ............................................................................................................ 98 Módulo 5: Governo Integrado com a Sociedade .................................................99 Unidade 1: Governança de Dados ........................................................................ 99 1.1 Registro de Referência ............................................................................................ 99 1.2 Cartilha de Governança de Dados ....................................................................... 101 Referências .......................................................................................................... 103 Unidade 2: Reuso de Dados pela Sociedade .....................................................104 2.1 Dados Abertos ....................................................................................................... 104 2.2 Governo como Plataforma ................................................................................... 106 Referências .......................................................................................................... 109 Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 5 Módulo 6: A Integração e Interoperabilidade na Administração Pública .....110 Unidade 1: O Programa Conecta gov.br ............................................................110 1.1 1.1 O que é o Conecta gov.br ............................................................................... 111 1.1.1 Os Benefícios do Programa ............................................................................... 112 1.2 Conjunto de Dados Mais Utilizados (CPF, CNPJ, CEP) ........................................ 112 1.3 Catálogo de APIs .................................................................................................... 114 1.4 Gerenciador de APIs ..............................................................................................https://cdn.evg.gov.br/cursos/935_EVG/video/modulo02_video04/index.html https://cdn.evg.gov.br/cursos/935_EVG/video/modulo02_video04/index.html Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 42 Princípio Once-Only (OOP). Fonte: Freepik (2023). 2.3 O Princípio Once-only Na era eletrônica atual, as pessoas estão sempre preenchendo formulários on-line, certo? Para que o cidadão use serviços públicos, é preciso, muitas vezes, fornecer informações como nome, endereço, data de nascimento, nome da mãe etc. E dá-lhe formulário cheio de campos para você preencher! Pode ser frustrante, especialmente quando você precisa usar diferentes serviços para chegar no resultado que você quer. Muitas dessas informações você já contou para o governo em outra ocasião ao utilizar serviços públicos. Não seria bom se o governo não perguntasse novamente coisas que ele já sabe? O princípio “Apenas uma vez” (Once-Only Principle – OOP) trabalha para resolver essa frustração dentro do contexto da digitalização do setor público. 43Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública A ideia é que os dados que cidadãos e empresas fornecem para o governo possam ser compartilhados e reutilizados. Então, só seria necessário fornecer apenas uma vez e os órgãos e entidades da administração pública é que ficariam responsáveis por executar internamente ações que permitissem esse compartilhamento e reuso, ao invés de fazer com que cidadãos e empresas se ajustem aos procedimentos existentes. No Brasil, esse princípio é utilizado pelo programa Conecta gov.br, que fomenta a interoperabilidade entre órgãos e entidades da administração pública, em especial o Poder Executivo Federal. Mas esse compartilhamento e reuso não pode ser de qualquer forma, né? Tem que ser sempre de forma segura e respeitando os normativos de proteção de dados e outras restrições. Assim, tendo uma abordagem centrada no cidadão, o uso do princípio vai conectar os depósitos de dados espalhados pelos diversos órgãos e entidades, reduzir a duplicidade dos dados e trazer maior rapidez na recuperação deles. Os cidadãos e as empresas não vão mais gastar tempo e dinheiro para executar um serviço público e o governo vai aumentar sua eficiência. Desde 2017, os estados membros da União Europeia se comprometeram com esse princípio, por meio da Declaração de Tallin. Começando em 2023, as administrações públicas dos estados membros da União Europeia vão conseguir compartilhar dados e documentos já fornecidos pelo cidadão de maneira segura. Adivinha como isso pode acontecer? Sim, por meio de um governo integrado!!! Outros países adotam ideias similares, como é o caso da ideia “Fale-nos uma única vez” (“Tell us once”), do governo australiano. https://www.dta.gov.au/news/roadmap-future-tell-us-once-and-notifications Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 44 Quer se aprofundar no conceito de Once Only? Então veja estes dois vídeos: Meet Once Only Principle #OOP - The CEF Building Blocks The once-only principle – SCOOP4C (Stakeholder Community of the Once-Only Principle For Citizens) Videoaula: O princípio Once Only 2.4 Os Benefícios de um Governo Integrado Imagina se o governo fosse todo integrado e interoperável? Maravilha, né? Para a transformação digital, os governos ao redor do mundo estão investindo em recursos tecnológicos, só que esse investimento não necessariamente leva a serviços públicos digitais mais efetivos. Parte disso é porque os sistemas de informação que são implantados, muitas vezes, são soluções específicas para as necessidades de um órgão ou entidade específico. E os serviços acabam refletindo essa abordagem específica. E, por isso, acabam sendo mais do mesmo... Não se presta a atenção que se deve à necessidade completa de interação entre diversos sistemas de TIC para compartilhamento e troca de dados. Um governo que consegue interconectar e integrar suas entidades consegue vários benefícios. Veja só: Entenda melhor sobre o princípio Once Only na videoaula a seguir: https://www.youtube.com/watch?v=Jzb72_ziDyA&ab_channel=EuropeanBlockchainServiceInfrastructure%28EBSI%29 https://vimeo.com/203987550 https://vimeo.com/203987550 https://cdn.evg.gov.br/cursos/935_EVG/video/modulo02_video05/index.html https://cdn.evg.gov.br/cursos/935_EVG/video/modulo02_video05/index.html 45Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Benefícios de um Governo Integrado. Elaboração: CEPED/UFSC (2023). Conheça um pouco melhor esses benefícios a seguir: Redução de custos para o governo e para o cidadão Com informações compartilhadas, não é mais preciso transmitir dados entre as entidades por outros meios, como, por exemplo, papel. O cidadão não precisa mais preencher dados e fornecer documentos que o governo já tem ou que ele mesmo fornece para o cidadão. Pense na economia de tempo do cidadão que não precisa mais, por exemplo, ir até a Receita Federal do Brasil para solicitar uma certidão de nada consta. Da mesma forma, o governo não precisa alocar mais tempo e recursos para validar as informações fornecidas pelo cidadão quando essas informações já estiverem em alguma de suas entidades, ou mesmo emitir uma informação sobre o cidadão. Além disso, novos sistemas podem deixar de ser necessários, apenas possibilitando que sistemas já existentes falem uns com os outros. 46Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Maior agilidade e qualidade de serviço Serviços públicos de entidades que interoperam validam dados automaticamente, tornando-os consistentes e agilizando consultas, trâmites ou serviços entre as entidades ou junto ao cidadão. Também contam com a melhoria de sua qualidade, porque conseguem acesso à informação a qualquer momento, utilizando múltiplos canais de interação. Suporte à estratégia do governo digital Interoperabilidade constitui um elemento básico e indispensável para implementar uma estratégia de governo digital. É uma função principal para instituições de governo digital, tal como serviços de consulta e balcão único, que agregam vários serviços públicos em uma janela de serviço. A interoperabilidade entre sistemas é exigida para o funcionamento correto de vários trâmites do governo. Melhor tomada de decisão e maior transparência Interoperabilidade e integração permitem que dados compilados por agências diferentes sejam usados em conjunto para tomar melhores decisões. Sem interoperabilidade, quem elabora políticas públicas tem que encarar, muitas vezes, fontes de dados sobrepostas e descoordenadas, além de gastar tempo para comparar dados que estão representados de maneiras diferentes. Os dados resultantes de sistemas interoperáveis têm a vantagem de sua veracidade na fonte, pois não estão alterados, copiados, duplicados e/ ou com margem de erro, o que gera uma maior transparência em sua manipulação, gestão e publicação. Melhor coordenação de programas e serviços Se informação dentro governo for fácil de obter, é possível uma visão mais integral do próprio governo. Isso contribui para que políticas públicas e tomadas de decisões considerem dados de instituições diferentes e que projetos melhores possam ser definidos, sem repetição. Além disso, elaboradores de políticas e tomadores de decisões teriam acesso a mais informações, a partir das quais poderiam avaliar o desempenho das agências e dos serviços públicos prestados. Promoção da cooperação internacional Interoperabilidade entre governos pode ajudar a criar a infraestrutura necessária para resolver problemas transfronteiriços, tais como tráfico de drogas, poluição ambiental, lavagem de dinheiro e comércio ilegal de armas. Além disso, pode significar prestação de serviços digitais para cidadãos e empresas em uma região, como no caso da União Europeia, e facilitar o comércio entre um grupo de países e seus parceiros comerciais. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 47 2.5 Serviços Públicos IntegradosOs governos já têm um grande desafio em prestar serviços públicos que atendam ao potencial da tecnologia e dos dados digitais. Mas, vamos concordar, “ser digital” não é mais opcional. “Ser digital” passou a ser uma condição fundamental para governos que procuram prestar serviços que são orientados ao usuário, inclusivos, resilientes, inovativos e confiáveis. Todo mundo quer criar bons serviços digitais baseados nas necessidades do usuário, não é mesmo? Mas aqui nós vamos um pouco mais além e já vamos considerar que um serviço digital é aquele que assegura interoperabilidade, reusa serviços ou dados já existentes e fornece seus dados para outros. Ou seja, já vamos considerar que temos que desenvolver serviços integrados desde a concepção. Veja a seguinte definição de serviços interoperáveis e integrados, utilizada pela EIF (European Interoperability Framework), da Comissão Europeia. No contexto do setor público, serviços integrados referem-se ao resultado de reunir serviços governamentais para que cidadãos possam acessá- los em uma única experiência integrada com base em seus desejos e necessidades. A integração permite que os órgãos públicos compartilhem seus objetivos além das fronteiras organizacionais, por meio do qual informação e serviços podem ser compartilhados entre ministérios e entidades governamentais de maneira a evitar redundância de dados, aumentar a eficiência dos processos internos e, em última análise, fornecer aos cidadãos serviços de alta qualidade e melhores níveis de interação governamental (JOINUP, s. d.). Para saber mais sobre o EIF (European Interoperability Framework), clique no botão a seguir. European Interoperability Framework https://articulateusercontent.com/rise/courses/JNGRgZS4iEzqhhEX3ypqxq6W4VAceBGQ/p2xrnZlfwdIg3BFz-EIF%2520(European%2520Interoperability%2520Framework).pdf https://articulateusercontent.com/rise/courses/JNGRgZS4iEzqhhEX3ypqxq6W4VAceBGQ/p2xrnZlfwdIg3BFz-EIF%2520(European%2520Interoperability%2520Framework).pdf Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 48 COMISSÃO Europeia. Glossary Item: Whole-of-government approach. Comissão Europeia – Knowledge for policy. [s. l.], 01, setembro. 2021. Disponível em: https://knowledge4policy.ec.europa.eu/glossary-item/whole-government- approach%C2%A0_en. Acesso em: 10 abr. 2023. DE4A. Once Only Principle. Digital Europe for All. Madrid, [s. d.]. Disponível em: https://www.de4a.eu/once-only-principle. Acesso em: 10 abr. 2023. E-ESTONIA. 10 principles for creating digital public services. e-Estonia. Tallin, 3, maio. 2021. Disponível em: https://e-estonia.com/how-to-create-the-best-digital- state/. Acesso em: 10 abr. 2023. FREEPIK COMPANY. [Banco de Imagens]. Freepik, Málaga, 2023. Disponível em: https://www.freepik.com/. Acesso em: 10 abr. 2023. JOINUP - NIFO. Integrated Public Services. JoinUp. [s. l.], [s. d.]. Disponível em: https://joinup.ec.europa.eu/collection/nifo-national-interoperability-framework- observatory/glossary/term/integrated-public-services. Acesso em: 10 abr. 2023. JOINUP - NIFO. The European Interoperability Framework in detail - Underlying principles of European public services. JoinUp. [s. l.], [s. d.]. Disponível em: https://joinup.ec.europa.eu/collection/nifo-national-interoperability-framework- observatory/2-underlying-principles-european-public-services. Acesso em: 10 abr. 2023. LAMPOLTSHAMMER, Thomas. TOOP project: Once Only Principle. In: Samos Summit 2019. Apresentação de slides. Samos: TOOP, 2019. Disponível em: https://www. slideshare.net/Samos2019Summit/toop-project-once-only-principle. Acesso em: 10 abr. 2023. NAÇÕES UNIDAS. e-Government Interoperability: Guide. Bangkok: United Nations Development Programme, 2017. Disponível em: https://www.unapcict.org/sites/ default/files/2019-01/e-Government%20Interoperability%20-%20Guide.pdf. Acesso em: 10 abr. 2023. OECD. Designing and delivering user-driven public services in the digital age. In: OECD. Government at a Glance 2021. Paris: OECD Publishing, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1787/e3ef2dea-en. Acesso em: 10 abr. 2023. Referências https://knowledge4policy.ec.europa.eu/glossary-item/whole-government-approach%C2%A0_en https://knowledge4policy.ec.europa.eu/glossary-item/whole-government-approach%C2%A0_en https://e-estonia.com/how-to-create-the-best-digital-state/ https://e-estonia.com/how-to-create-the-best-digital-state/ https://joinup.ec.europa.eu/collection/nifo-national-interoperability-framework-observatory/glossary/term/integrated-public-services https://joinup.ec.europa.eu/collection/nifo-national-interoperability-framework-observatory/glossary/term/integrated-public-services https://joinup.ec.europa.eu/collection/nifo-national-interoperability-framework-observatory/2-underlying-principles-european-public-services https://joinup.ec.europa.eu/collection/nifo-national-interoperability-framework-observatory/2-underlying-principles-european-public-services https://www.slideshare.net/Samos2019Summit/toop-project-once-only-principle https://www.slideshare.net/Samos2019Summit/toop-project-once-only-principle https://www.unapcict.org/sites/default/files/2019-01/e-Government%20Interoperability%20-%20Guide.pdf https://www.unapcict.org/sites/default/files/2019-01/e-Government%20Interoperability%20-%20Guide.pdf 49Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública OECD. OECD Going Digital: Making the Transformation Work for Growth and Well-Being - Meeting of the OECD Council at Ministerial Level. Paris: OECD, 2017. Disponível em: https://www.oecd.org/mcm/documents/C-MIN-2017-4%20EN.pdf. Acesso em: 17 jul. 2023.: 10 abr. 2023. ONCE-ONLY.ORG. Once-Only Org AISBL. Bruxelas, [2023], Disponível em: https:// www.once-only.org/. Acesso em: 10 abr. 2023. POMBO, Cristina; ORTEGA, Gloria; OLMEDO, Federico; SOLALINDE, Mauricio. El ABC de la interoperabilidad de los servicios sociales: Guía para los gobiernos. [s. l.]: Banco Interamericano de Desenvolvimento, 2019. Disponível em: http://dx.doi. org/10.18235/0001799. Acesso em: 10 abr. 2023. Tallinn Declaration on eGovernment. Tallin: EU2017.EE, 2017. Disponível em: https://www.newsd.admin.ch/newsd/message/attachments/49838.pdf. Acesso em: 10 abr. 2023. THE ONCE-ONLY PROJECT (TOOP). Once-Only. TOOP. Tallin, [s. d.]. Disponível em: https://toop.eu/once-only. Acesso em: 10 abr. 2023. YOUR FRIENDLY, NEIGHBOURHOOD PUBLIC SERVANT. Tell us once, we got you. Tell us twice… well, there’s no need. Government of Canada, [s. l.], 17, dezembro. 2020. Disponível em: https://www.canada.ca/en/government/system/digital-government/ living-digital/tell-us-once.html. Acesso em: 10 abr. 2023. https://www.once-only.org/ https://www.once-only.org/ http://dx.doi.org/10.18235/0001799 http://dx.doi.org/10.18235/0001799 https://www.canada.ca/en/government/system/digital-government/living-digital/tell-us-once.html https://www.canada.ca/en/government/system/digital-government/living-digital/tell-us-once.html Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 50 Módulo Os Normativos e Orientações para um Governo Integrado3 Quais são os limites de conduta entre os órgãos e entidades? Quais dados podem ou não ser compartilhados? O que a administração pública deve fazer em relação à integração e interoperabilidade? As respostas a essas perguntas são dadas por meio de leis e normativos, que se tornam cruciais para incentivar a transformação digital do governo e, em específico, a integração e interoperabilidade entre órgãos e entidades. O governo brasileiro tem reconhecido a importância da interoperabilidade e integração no contexto da transformação digital e, desde 2016, vem definindo e aprimorando o seu conjunto de normativos para estabelecer e incentivar um governo integrado. Mas, antes de ver um por um, dê uma olhada na linha do tempo desses normativos: Unidade 1: Os Normativos para um Governo Integrado Dezembro/2016 Maio/2017 Decreto 8.936/2016 - Plataforma de Cidadania DigitalLei 13.444/2017 - Identificação Civil Nacional – ICN Objetivo de aprendizagem Ao final desta unidade, você será capaz de listar os principais normativos referentes para um governo integrado. 51Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Julho/2017 Agosto/2018 Outubro/2019 Março/2021 Outubro/2018 Abril/2020 Janeiro/2022 Decreto 9.094/2017 - Simplificação no atendimento aos usuários do Serviço Público Lei 13.709/2018 - Lei Geral de Proteção de Dados Decreto 10.046/2019 - Compartilhamento de Dados Lei 14.129/2021 - Princípios Regras e instrumentos para Governo Digital Lei 13.726/2018 - Selo de Desburocratização e Simplificação Decreto 10.332/2020 - Estratégia de Governo Digital Guia Orientativo ANPD no Poder Público Agora, veja algumas dessas leis e normativos com mais profundidade. Junho/2017 Lei 13.460/2017 - Defesa dos Direitos dos Usuários do Serviço Público Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 52 1.1 Decreto 10.332/2020 - Estratégia de Governo Digital Aqui, você vai ver o que o governo pretende atingir em termos de objetivos e iniciativas relacionadas diretamente com governo integrado e que estão definidos na Estratégia de Governo Digital. Quais são as ações e metas para o período de 2020 a 2022? Lembrando que o Decreto 10.332/2020 é o que institui essa estratégia para o período de 2020 a 2022 e apresenta aonde se quer chegar do ponto de vista de transformação digital por meio de 16 objetivos. Desses 16, o objetivo seis, em particular, explicita a visão para serviços públicos integrados, onde destacam-se duas iniciativas que tratam diretamente de interoperabilidade. Vamos ver o texto dessas iniciativas? Ah, lembrando que o texto foi atualizado pelo Decreto 10.996/2022. ANEXO - Objetivo 6 - Serviços públicos integrados Iniciativa 6.1. Interoperar os sistemas do Governo federal, de forma que, no mínimo, seiscentos serviços públicos disponham de preenchimento automático de informações relacionadas ao Cadastro Base do Cidadão, ao Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica e ao Cadastro de Endereçamento Postal, até 2022. [...] Iniciativa 6.4. Estabelecer barramento de interoperabilidade dos sistemas do Governo federal, até 2020, de forma a garantir que pessoas, organizações e sistemas computacionais compartilhem os dados. (BRASIL, 2020). 53Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Leia o texto do Decreto 10.332/2020, clicando aqui. Clique aqui e leia também a matéria do site Convergência Digital sobre a nova estratégia de governo digital. Leia também o texto do Decreto 10.996/2022, clicando aqui. 1.2 Lei 14.129/2021 - Princípios, Regras e Instrumentos para Governo Digital A necessidade e importância de o governo trabalhar como um todo integrado continuam crescendo, assim como a necessidade de traduzir essa importância em atos normativos. A Lei 14.129/2021 dispõe sobre princípios, regras e instrumentos para o Governo Digital e traz princípios, definições e reforço para o contínuo uso de interoperabilidade e integração entre os órgãos e entidades do governo, ressaltando o aspecto de aumento de eficiência pública. Um dos princípios destaca essa atuação integrada, sempre de acordo com proteção aos dados pessoais. Art. 3º São princípios e diretrizes do Governo Digital e da eficiência pública: [...] IX - a atuação integrada entre os órgãos e as entidades envolvidos na prestação e no controle dos serviços públicos, com o compartilhamento de dados pessoais em ambiente seguro quando for indispensável para a prestação do serviço, nos termos da Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais), e, quando couber, com a transferência de sigilo, nos termos do art. 198 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional), e da Lei Complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001 [...] (BRASIL, 2021). http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/decreto/d10332.htm https://www.convergenciadigital.com.br/Gestao/Nova-estrategia-de-governo-digital-exige-interoperabilidade-de-dados-em-2021-53505.html?UserActiveTemplate=mobile http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Decreto/D10996.htm Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 54 Art. 24. Os órgãos e as entidades responsáveis pela prestação digital de serviços públicos deverão, no âmbito de suas competências: [...] IV - eliminar, inclusive por meio da interoperabilidade de dados, as exigências desnecessárias ao usuário quanto à apresentação de informações e de documentos comprobatórios prescindíveis; V - eliminar a replicação de registros de dados, exceto por razões de desempenho ou de segurança [...] (BRASIL, 2021). Art. 38. Os órgãos e as entidades responsáveis pela prestação digital de serviços públicos detentores ou gestores de bases de dados, inclusive os controladores de dados pessoais, conforme estabelecido pela Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais), deverão gerir suas ferramentas digitais, considerando: O conceito “Apenas uma vez” (Only Once Principle), aquele onde o cidadão deve apresentar seus dados para o governo apenas uma vez e o governo deve ser capaz de usá-los sempre que necessário, aparece no art. 24, tanto no aspecto do reuso dos dados como no aspecto da redução de duplicação deles. Quando falamos de serviços integrados, consideramos que integração e interoperabilidade devem ser consideradas e estar presentes desde a concepção do serviço. O art. 38 define exatamente essa responsabilidade para órgãos e entidades, sempre considerando a proteção de dados pessoais. Veja só: 55Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública I - a interoperabilidade de informações e de dados sob gestão dos órgãos e das entidades referidos no art. 2º desta Lei, respeitados as restrições legais, os requisitos de segurança da informação e das comunicações, as limitações tecnológicas e a relação custo-benefício da interoperabilidade; II - a otimização dos custos de acesso a dados e o reaproveitamento, sempre que possível, de recursos de infraestrutura de acesso a dados por múltiplos órgãos e entidades; III - a proteção de dados pessoais, observada a legislação vigente, especialmente a Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais). (BRASIL, 2021). A troca e compartilhamento de dados por meio da interoperabilidade é facilitada por meio do mecanismo de interoperabilidade, definido no art. 39. Nunca é demais destacar que todas essas disposições sobre troca e compartilhamento de dados devem estar de acordo com a proteção de dados pessoais. Art. 39. Será instituído mecanismo de interoperabilidade com a finalidade de: I - aprimorar a gestão de políticas públicas; II - aumentar a confiabilidade dos cadastros de cidadãos existentes na administração pública, por meio de mecanismos de manutenção da integridade e da segurança da informação no tratamento das bases de dados, tornando-as devidamente qualificadas e consistentes; [...] Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 56 IV - facilitar a interoperabilidade de dados entre os órgãos de governo; V - realizar o tratamento de informações das bases de dados a partir do número de inscrição do cidadão no CPF, conforme previsto no art. 11 da Lei nº 13.444, de 11 de maio de 2017. Parágrafo único. Aplicam-se aos dados pessoais tratados por meio de mecanismos de interoperabilidade as disposições da Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais). (BRASIL, 2021). Do ponto de vista de custos, a responsabilidade da adaptação de sistemas fica por conta de cada órgão ou entidade. Além do exposto acima, essa lei agrega e reafirma vários outros conceitos associados a transformação digital no governo. Por isso, também se recomenda sua leitura na íntegra. Art. 41. É de responsabilidade dos órgãose das entidades referidos no art. 2º desta Lei os custos de adaptação de seus sistemas e de suas bases de dados para a implementação da interoperabilidade. (BRASIL, 2021). Para ler o texto da Lei 14.129/2021 na íntegra, clique aqui. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14129.htm 57Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 1.3 Decreto 8.936/2016 - Plataforma de Cidadania Digital Este decreto é um marco para a transformação digital do governo, pois institui a Plataforma de Cidadania Digital e define seus componentes, com o objetivo de ampliar e simplificar o acesso dos cidadãos brasileiros aos serviços públicos digitais. A proposta é que a Plataforma se torne o canal único e integrado para a disponibilização de informações, solicitação eletrônica e acompanhamento de serviços públicos digitais. Trata-se de uma solução de tecnologia que desempenha papel central na estratégia digital. Do ponto de vista de interoperabilidade e integração, um dos componentes da Plataforma, denominado barramento de interoperabilidade, é a solução de tecnologia voltada para o compartilhamento de dados. Olhe o texto do decreto: Art. 3º Compõem a Plataforma de Cidadania Digital: VI - o barramento de interoperabilidade de dados entre órgãos e entidades, que permite o compartilhamento de dados, nos termos do disposto no Decreto nº 10.046, de 9 de outubro de 2019; Art. 4º Os órgãos e as entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional deverão, até 30 de junho de 2021: VII - adotar o barramento de interoperabilidade da Plataforma de Cidadania Digital para integração dos sistemas e das bases de dados dos órgãos e das entidades da administração pública federal [...] (BRASIL, 2016). Caso você queira ler o texto completo do Decreto 8.936/2016, clique aqui. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/decreto/d8936.htm Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 58 1.4 Decreto 10.046/2019 - Compartilhamento de Dados Para normatizar compartilhamento de dados entre órgãos e entidades da administração pública federal, este é “O” decreto. Por isso, vale a pena ler na íntegra, mas veja alguns destaques de trechos específicos sobre interoperabilidade. Conforme página da Secretaria de Governo Digital sobre compartilhamento de dados: Nele, vários conceitos relacionados com interoperabilidade são definidos: [...]o processo de compartilhamento de dados adquire mais segurança jurídica e amplia a governança no compartilhamento de dados, tornando mais claras as regras e os mecanismos para intercâmbio de informações necessárias à execução de políticas públicas. Como, por exemplo, agora as atividades de interação entre os órgãos devem estar alinhadas às disposições da Lei de Acesso à Informação e aos princípios da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), que trata sobre o uso compartilhado de dados por órgãos e entidades públicas. O Comitê Central de Governança de Dados, criado pelo novo decreto, reunirá representantes de diversos órgãos (BRASIL, 2019b). Art. 2º Para fins deste Decreto, considera-se: [...] XIV - gestor de plataforma de interoperabilidade - órgão ou entidade responsável pela governança de determinada plataforma de interoperabilidade; [...] XVIII - interoperabilidade - capacidade de diversos sistemas e organizações trabalharem em conjunto, de 59Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública modo a garantir que pessoas, organizações e sistemas computacionais troquem dados; [...] XX - mecanismo de compartilhamento de dados - recurso tecnológico que permite a integração e a comunicação entre aplicações e serviços do recebedor de dados e dos órgãos gestores de dados, tais como serviços web, cópia de dados, lago de dados compartilhado e plataformas de interoperabilidade; XXI - plataforma de interoperabilidade - conjunto de ambientes e ferramentas tecnológicas, com acesso controlado, para o compartilhamento de dados da administração pública federal entre órgãos e entidades especificados no art. 1º [...] (BRASIL, 2019a). E diretrizes também: Art. 3º O compartilhamento de dados pelos órgãos e entidades de que trata o art. 1º observará as seguintes diretrizes: [...] III - os mecanismos de compartilhamento, interoperabilidade e auditabilidade devem ser desenvolvidos de forma a atender às necessidades de negócio dos órgãos e entidades de que trata o art. 1º, para facilitar a execução de políticas públicas orientadas por dados [...] (BRASIL, 2019a). Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 60 Além disso, define as plataformas de interoperabilidade como o meio pelo qual os dados deverão ser compartilhados, incluindo dados restritos e definindo que essas plataformas atendam requisitos mínimos de segurança da informação, de controle de acesso e consumo dos dados. Art. 7º As plataformas de interoperabilidade contemplarão os requisitos de sigilo, confidencialidade, gestão, auditabilidade e segurança da informação necessários ao compartilhamento de dados, conforme regras estabelecidas pelo Comitê Central de Governança de Dados. Parágrafo único. As ferramentas de gestão da plataforma de interoperabilidade incluirão meios para que o gestor de dados tenha conhecimento sobre o controle de acesso e o consumo dos dados. Art. 8º Os custodiantes de dados disponibilizarão aos órgãos e às entidades de que trata o art. 1º os dados de compartilhamento amplo e restrito hospedados em suas infraestruturas tecnológicas, por meio das plataformas de interoperabilidade, condicionado à existência de solicitação de interoperabilidade e à ciência ao gestor dos dados. [...] Art. 12. O compartilhamento restrito de dados pelos gestores de dados ocorrerá com base nas regras estabelecidas pelo Comitê Central de Governança de Dados. § 1º Os solicitantes e recebedores de dados, para ter acesso a dados por compartilhamento restrito, se responsabilizarão por implementar e seguir as regras de sigilo e de segurança da informação estabelecidas pelo Comitê Central de Governança de Dados e, adicionalmente, na hipótese de dados disponíveis em uma das plataformas de interoperabilidade, pelo respectivo gestor. 61Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública [...] Art. 13. O órgão interessado poderá solicitar o acesso aos dados compartilhados no nível restrito diretamente ao gestor de plataforma de interoperabilidade, quando estiverem disponíveis em plataformas de interoperabilidade. (BRASIL, 2019a). E você já ouviu falar do Cadastro Base do Cidadão? Ele já traz interoperabilidade na concepção. São várias as disposições do Comitê Central de Governança de Dados (CCGD), que complementam o decreto e continuam avançando no tema de compartilhamento de dados na Administração Pública Federal. Você pode dar uma olhada nas resoluções na página do CCGD. Art. 17. O Cadastro Base do Cidadão será composto pela base integradora e pelos componentes de interoperabilidade necessários ao intercâmbio de dados dessa base com as bases temáticas, e servirá como base de referência de informações sobre cidadãos para os órgãos e entidades do Poder Executivo federal. Parágrafo único. A interoperabilidade de que trata o caput observará a legislação e as recomendações técnicas estabelecidas pelo Sistema de Administração dos Recursos de Tecnologia da Informação - Sisp do Poder Executivo federal, e, ainda, as recomendações do Comitê Central de Governança de Dados. (BRASIL, 2019a). Para ler o texto completo do Decreto 10.046/2019, clique aqui. https://www.gov.br/governodigital/pt-br/governanca-de-dados/comite-central-de-governanca-de-dados http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/D10046.htm Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 62 Há outras legislações que também são importantes para determinar diretrizes para um governo integrado. Se quiser conhecê-las,clique no botão. Você chegou ao final desta Unidade de estudo. Caso ainda tenha dúvidas, reveja o conteúdo e se aprofunde nos temas propostos. Até a próxima! Legislações importantes https://articulateusercontent.com/rise/courses/Lboh3es2iF1AxJ8Ke1MRw1DwYsSKvq2A/VX_P999FEuIh8QmP-Legisla%25C3%25A7%25C3%25B5es%2520para%2520um%2520Governo%2520Integrado.pdf https://articulateusercontent.com/rise/courses/Lboh3es2iF1AxJ8Ke1MRw1DwYsSKvq2A/VX_P999FEuIh8QmP-Legisla%25C3%25A7%25C3%25B5es%2520para%2520um%2520Governo%2520Integrado.pdf 63Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS. Tratamento de Dados Pessoais pelo Poder Público. Brasília: ANPD, 2022. Disponível em: https://www.gov.br/anpd/ pt-br/documentos-e-publicacoes/guia-poder-publico-anpd-versao-final.pdf. Acesso em: 10 abr. 2023. BRASIL. Decreto 8.936, de 19 de dezembro de 2016. Institui a Plataforma de Cidadania Digital e dispõe sobre a oferta dos serviços públicos digitais, no âmbito dos órgãos e das entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional. Brasília, DF: Presidência da República, 2016. Disponível em: http://www.planalto.gov. br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/decreto/d8936.htm. Acesso em: 10 abr. 2023. BRASIL. Decreto nº 9.904, de 17 de julho de 2017. Regulamenta dispositivos da Lei nº 13.460, de 26 de junho de 2017, dispõe sobre a simplificação do atendimento prestado aos usuários dos serviços públicos [...]. Brasília, DF: Presidência da República, 2017b. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015- 2018/2017/decreto/d9094.htm. Acesso em: 10 abr. 2023. BRASIL. Decreto nº 10.046, de 9 de outubro de 2019. Dispõe sobre a governança no compartilhamento de dados no âmbito da administração pública federal e institui o Cadastro Base do Cidadão e o Comitê Central de Governança de Dados. Brasília, DF: Presidência da República, 2019a. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/D10046.htm. Acesso em: 10 abr. 2023. BRASIL. Decreto nº 10.332, de 28 de abril de 2020. Institui a Estratégia de Governo Digital para o período de 2020 a 2022, no âmbito dos órgãos e das entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2020. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/decreto/D10332.htm. Acesso em: 10 abr. 2023. BRASIL. Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018. Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Brasília, DF: Presidência da República, 2018a. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/l13709.htm. Acesso em: 10 abr. 2023. BRASIL. Lei nº 13.444, de 11 de maio de 2017. Dispõe sobre a Identificação Civil Nacional (ICN). Brasília, DF: Presidência da República, 2017c. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13444.htm. Acesso em: 10 abr. 2023. BRASIL. Lei nº 13.460, de 26 de junho de 2017. Dispõe sobre participação, proteção Referências https://www.gov.br/anpd/pt-br/documentos-e-publicacoes/guia-poder-publico-anpd-versao-final.pdf https://www.gov.br/anpd/pt-br/documentos-e-publicacoes/guia-poder-publico-anpd-versao-final.pdf http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/decreto/d8936.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/decreto/d8936.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/decreto/d9094.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/decreto/d9094.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/D10046.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/D10046.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/decreto/D10332.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/l13709.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13444.htm Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 64 e defesa dos direitos do usuário dos serviços públicos da administração pública. Brasília, DF: Presidência da República, 2017b. Disponível em: https://www.planalto. gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13460.htm. Acesso em: 10 abr. 2023. BRASIL. Lei nº 13.726, de 8 de outubro de 2018. Racionaliza atos e procedimentos administrativos dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e institui o Selo de Desburocratização e Simplificação. Brasília, DF: Presidência da República, 2018b. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/L13726.htm. Acesso em: 10 abr. 2023. BRASIL. Lei 14.129, de 29 de março de 2021. Dispõe sobre princípios, regras e instrumentos para o Governo Digital e para o aumento da eficiência pública [...]. Brasília, DF: Presidência da República, 2021. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/ lei-n-14.129-de-29-de-marco-de-2021-311282132. Acesso em: 10 abr. 2023. BRASIL. Governo Digital. Compartilhamento de Dados. Gov.br, Brasília, DF, 2019b. Disponível em: https://www.gov.br/governodigital/pt-br/governanca-de-dados/ compartilhamento-de-dados. Acesso em: 10 abr. 2023. BRASIL. Ministério da Economia. Página da Plataforma de Cidadania Digital, Brasília, DF, [2023]. Disponível em: https://www.gov.br/economia/pt-br/assuntos/ planejamento/cidadania-digital. Acesso em: 10 abr. 2023. AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS. Tratamento de Dados Pessoais pelo Poder Público. Brasília: ANPD. 2022. Disponível em: https://www. gov.br/anpd/pt-br/documentos-e-publicacoes/guia-poder-publico-anpd-versao- final.pdf. Acesso em: 10 abr. 2023. NAÇÕES UNIDAS. Introduction to data interoperability across the data value chain. In: Open Data and Interoperability Workshop. Dhaka: Nações Unidas, 2019. Disponível em: https://unstats.un.org/capacity-development/meetings/UNSD-DFID-SDG-Open- Data-Bangladesh/documents/Day-2-Interoperability.pdf. Acesso em: 10 abr. 2023. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13460.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13460.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/L13726.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/L13726.htm https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/lei-n-14.129-de-29-de-marco-de-2021-311282132 https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/lei-n-14.129-de-29-de-marco-de-2021-311282132 https://www.gov.br/governodigital/pt-br/governanca-de-dados/compartilhamento-de-dados https://www.gov.br/governodigital/pt-br/governanca-de-dados/compartilhamento-de-dados https://www.gov.br/economia/pt-br/assuntos/planejamento/cidadania-digital https://www.gov.br/economia/pt-br/assuntos/planejamento/cidadania-digital https://www.gov.br/anpd/pt-br/documentos-e-publicacoes/guia-poder-publico-anpd-versao-final.pdf https://www.gov.br/anpd/pt-br/documentos-e-publicacoes/guia-poder-publico-anpd-versao-final.pdf https://www.gov.br/anpd/pt-br/documentos-e-publicacoes/guia-poder-publico-anpd-versao-final.pdf https://unstats.un.org/capacity-development/meetings/UNSD-DFID-SDG-Open-Data-Bangladesh/documents/Day-2-Interoperability.pdf https://unstats.un.org/capacity-development/meetings/UNSD-DFID-SDG-Open-Data-Bangladesh/documents/Day-2-Interoperability.pdf 65Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 2: Integração de Dados e Proteção de Dados Pessoais Objetivo de aprendizagem Ao final desta unidade, você será capaz de listar os normativos e orientações sobre tratamento de dados no Governo Integrado. A integração e interoperabilidade dos serviços públicos deve sempre respeitar a proteção de dados pessoais. Nesta unidade você vai conhecer um pouco mais a relação com governo integrado. A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) é um marco importante que garante direitos dos cidadãos em relação a seus dados pessoais. Todos deveriam saber sua íntegra! Quando se fala de compartilhamento de dados, será sempre necessário considerar se esse compartilhamento incluidados pessoais e se está de acordo com o definido na LGPD. Veja o que é colocado sobre o uso compartilhado de dados pessoais: 2.1 Lei 13.709/2018 - Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais Art. 26. O uso compartilhado de dados pessoais pelo Poder Público deve atender a finalidades específicas de execução de políticas públicas e atribuição legal pelos órgãos e pelas entidades públicas, respeitados os princípios de proteção de dados pessoais elencados no art. 6º desta Lei. (BRASIL, 2018). Destacam-se 5 dos 10 princípios definidos, ressaltando que todos devem ser respeitados: Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 66 Art. 6º As atividades de tratamento de dados pessoais deverão observar a boa-fé e os seguintes princípios: I - finalidade: realização do tratamento para propósitos legítimos, específicos, explícitos e informados ao titular, sem possibilidade de tratamento posterior de forma incompatível com essas finalidades; II - adequação: compatibilidade do tratamento com as finalidades informadas ao titular, de acordo com o contexto do tratamento; III - necessidade: limitação do tratamento ao mínimo necessário para a realização de suas finalidades, com abrangência dos dados pertinentes, proporcionais e não excessivos em relação às finalidades do tratamento de dados; IV - livre acesso: garantia, aos titulares, de consulta facilitada e gratuita sobre a forma e a duração do tratamento, bem como sobre a integralidade de seus dados pessoais; V - qualidade dos dados: garantia, aos titulares, de exatidão, clareza, relevância e atualização dos dados, de acordo com a necessidade e para o cumprimento da finalidade de seu tratamento; VI – transparência: garantia, aos titulares, de informações claras, precisas e facilmente acessíveis sobre a realização do tratamento e os respectivos agentes de tratamento, observados os segredos comercial e industrial; VII - segurança: utilização de medidas técnicas e administrativas aptas a proteger os dados pessoais de acessos não autorizados e de situações acidentais ou ilícitas de destruição, perda, alteração, comunicação ou difusão; 67Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública VIII - prevenção: adoção de medidas para prevenir a ocorrência de danos em virtude do tratamento de dados pessoais; IX - não discriminação: impossibilidade de realização do tratamento para fins discriminatórios ilícitos ou abusivos; X - responsabilização e prestação de contas: demonstração, pelo agente, da adoção de medidas eficazes e capazes de comprovar a observância e o cumprimento das normas de proteção de dados pessoais e, inclusive, da eficácia dessas medidas. (BRASIL, 2018). Para facilitar o compartilhamento dos dados pessoais dentro do que dispõe essa lei, ela define a necessidade de mantê-los em formato que facilite a interoperabilidade. Art. 25. Os dados deverão ser mantidos em formato interoperável e estruturado para o uso compartilhado, com vistas à execução de políticas públicas, à prestação de serviços públicos, à descentralização da atividade pública e à disseminação e ao acesso das informações pelo público em geral. (BRASIL, 2018). Leia o texto do Decreto 10.332/2020. Clique aqui e leia também a matéria do site Convergência Digital sobre a nova estratégia de governo digital. Leia também o texto do Decreto 10.996/2022. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/decreto/d10332.htm https://www.convergenciadigital.com.br/Gestao/Nova-estrategia-de-governo-digital-exige-interoperabilidade-de-dados-em-2021-53505.html?UserActiveTemplate=mobile http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Decreto/D10996.htm Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 68 2.2 Guia Orientativo ANPD no Poder Público A troca e compartilhamento de dados deve ser sempre realizada de acordo com os normativos de proteção de dados pessoais, como a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais – LGPD (Lei 13.709/2018). Mas, quando se fala de governo, o tratamento de dados pessoais deve ser considerado em face das particularidades governamentais, em especial considerando a prestação de serviços públicos. Então, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados, responsável por fiscalizar e aplicar a LGPD, elaborou o Guia Orientativo - Tratamento de Dados Pessoais pelo Poder Público, de janeiro de 2022. Esse guia estabelece parâmetros objetivos em relação à segurança jurídica de operações com dados pessoais realizadas por órgãos e entidades públicos, para orientá-los na adequação e implementação do que é disposto na LGPD e sua aplicação no contexto governamental. A seção 5 do guia trata do compartilhamento de dados pessoais pelo poder público, destacando que deve ser realizado conforme a LGPD, com os seguintes benefícios: • Maior previsibilidade, transparência e segurança jurídica no uso compartilhado de dados; • Promoção de relação de confiança com os titulares; • Adequada gestão de riscos pelos controladores, inclusive para evitar a ocorrência de abusos e desvios de finalidades. Como orientação, apresentam-se os principais requisitos a serem observados nos processos de compartilhamento de dados pessoais pelo Poder Público: Formalização e registro O uso compartilhado de dados pessoais pelo Poder Público deve ser formalizado, por exemplo, por meio de contratos, convênios ou instrumentos congêneres firmados entre as partes. Outra possibilidade é a expedição de decisão administrativa pela autoridade competente, que autorize o acesso aos dados e estabeleça os requisitos definidos como condição para o compartilhamento. Se o compartilhamento for realizado com frequência, sugere-se avaliar a conveniência de editar ato normativo interno, a exemplo de portarias e instruções normativas. 69Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Objeto e finalidade Quais dados pessoais serão compartilhados, bem como por que e para que serão compartilhados, são informações que devem estar claras e indicadas de forma objetiva e detalhada. Somente o que for estritamente necessário para as finalidades do tratamento deve ser compartilhado. A finalidade deve ser específica, com a indicação precisa, por exemplo, de qual iniciativa, ação ou programa será executado ou, ainda, de qual atribuição legal será cumprida mediante o compartilhamento dos dados pessoais. Por fim, deve ser avaliada a compatibilidade entre a finalidade original da coleta e a finalidade do compartilhamento dos dados. Base legal Recomenda-se, nesse sentido, que o ato que autoriza ou formaliza o compartilhamento contenha expressa indicação da base legal utilizada. Duração do tratamento Deve haver a delimitação do período de duração do uso compartilhado dos dados, após o qual, em regra, os dados pessoais devem ser eliminados. Conforme o caso, pode haver a possibilidade de conservação, o que deve estar explicitamente definido no instrumento formal. Transparência e direitos dos titulares As formas de atendimento ao princípio da transparência da LGPD devem estar previstas, assegurando a disponibilização de informações claras, precisas e facilmente acessíveis aos titulares sobre a realização do compartilhamento e sobre como exercer seus direitos. Constitui uma boa prática divulgar, na página eletrônica dos órgãos e das entidades responsáveis, as informações pertinentes. Prevenção e segurança Também é importante que sejam estabelecidas as medidas de segurança, técnicas e administrativas, que serão adotadas para proteger os dados pessoais de acessos não autorizados e de situações acidentais ou ilícitas de destruição, perda, alteração, comunicação ou difusão. Essas medidas, que devem ser proporcionais aos riscos às liberdades civis e aos direitos fundamentais dos cidadãos envolvidos no caso concreto, deverão estar previstas nos atos que regem e autorizam o compartilhamento dos dados. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública70 Outros requisitos Pode ser necessário atender a outros requisitos, que decorram das peculiaridades do caso concreto ou de determinações provenientes de normas específicas. Por exemplo, eventual novo compartilhamento ou transferência posterior dos dados, definição sobre eventual ônus financeiro decorrente da operação de compartilhamento, e os casos de uso compartilhado de dados pessoais entre entes públicos e entidades privadas. Para ler o Guia Orientativo ANPD, clique aqui. Que bom que você chegou até aqui! Agora é hora de você testar seus conhecimentos. Então, acesse o exercício avaliativo que está disponível no ambiente virtual. Bons estudos! https://www.gov.br/anpd/pt-br/documentos-e-publicacoes/guia-poder-publico-anpd-versao-final.pdf 71Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS. Tratamento de Dados Pessoais pelo Poder Público. Brasília: ANPD, 2022. Disponível em: https://www. gov.br/anpd/pt-br/documentos-e-publicacoes/guia-poder-publico-anpd-versao- final.pdf. Acesso em: 10 abr. 2023. BRASIL. Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018. Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Brasília, DF: Presidência da República, 2018. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/l13709.htm. Acesso em: 11 abr. 2023. Referências Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 72 Módulo Aspectos Práticos da Integração 4 Já escutou falar de APIs? E de barramento? Então, vamos trazer alguns conceitos técnicos como introdução a esse universo, para permitir uma compreensão inicial dos termos mais usados em relação à integração e interoperabilidade. Aqui, você também vai achar uma calculadora que vai te ajudar a traduzir em números o benefício que a interoperabilidade e integração podem trazer, além de métricas e indicadores que você pode utilizar para acompanhar a implantação desse conceito onde você trabalha. Unidade 1: Termos Técnicos para Integração e Interoperabilidade Objetivo de aprendizagem Ao final desta unidade, você será capaz de reconhecer técnicas e estratégias de gerenciamento de dados para integração e interoperabilidade. O “tecniquês” desse curso está nesta unidade. Como você deve desconfiar, cada tópico desta unidade tem pelo menos um livro dedicado a ele. Mas, calma, vamos só colocar um pouquinho do conceito de cada um para você ter uma noção do que é cada termo, certo? Também é bom reforçar que esses tópicos não são os únicos que tratam interoperabilidade e integração, mas foram selecionados por terem sido considerados os mais comuns. 1.1 Tipos de Integração: Assíncrona, Quase Tempo Real e Síncrona Na troca de dados que existe em uma integração, geralmente temos pelo menos um sistema que envia os dados, que vamos chamar de sistema de origem, e pelo menos um sistema que recebe os dados, que vamos chamar de sistema de destino. 73Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Tipos de integração. Fonte: Freepik (2023). Essa troca pode acontecer instantaneamente ou levar algum tempo para que os dados saiam do sistema de origem e cheguem no sistema de destino. A diferença no tempo da comunicação, da geração dos dados no sistema de origem até a disponibilização no sistema de destino, é chamada de latência. Quanto mais alta a latência, mais demora para os dados estarem disponíveis no sistema de destino. Assíncrono, quase tempo real e síncrono são conceitos relacionados a níveis diferentes de latência quando falamos de integração de dados. Ou seja, cada um desses conceitos está relacionado com o tempo que leva para os dados estarem disponíveis. Veja os conceitos: Assíncrono Uma integração assíncrona não só leva mais tempo, mas também acontece de forma independente entre os sistemas de origem e de destino. O sistema de origem envia os dados para o sistema de destino, mas não espera um retorno, seguindo com sua execução. Isso facilita a troca de dados, porque se um dos sistemas estiver indisponível, não vai haver nenhum impacto para o outro sistema. Já ouviu a expressão D -1 (D menos 1) ou M -2 (M menos 2)? São expressões referentes à latência de uma determinada troca de dados. D -1 quer dizer no dia anterior, um dia a menos, e significa que os dados disponíveis Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 74 no sistema de destino são correspondentes ao dado do dia anterior no sistema de origem. M -2 quer dizer que os dados do sistema de destino são correspondentes aos dados de dois meses atrás no sistema de origem. Quase tempo real Nesse tipo de integração, também existe um atraso na troca de dados, mas geralmente é medido em segundos ou minutos. Os dados são processados em conjuntos menores, de acordo com um agendamento definido, ou são processados quando um evento acontece, tal como uma atualização de dados. Síncrono ou Tempo Real Aqui a ideia é que os conjuntos de dados devem ser mantidos iguais, sincronizados. Então, a troca de dados deve ser feita instantaneamente. Nesse caso, o sistema de origem aguarda a confirmação de recebimento dos dados pelo sistema de destino antes de continuar sua execução. Se um dos sistemas não estiver disponível, a execução no sistema de origem fica suspensa até a confirmação. Essa situação tem o potencial de fazer com que aplicações estratégicas sejam dependentes de aplicações menos críticas. Você pode se perguntar se deve sempre usar troca de dados síncrona. Então, entender os requisitos de negócio do seu serviço público é o primeiro passo para a escolha da latência a ser utilizada (assíncrona, quase tempo real ou síncrona/tempo real). Outras considerações incluem recursos computacionais e orçamento. 1.2 O uso das APIs para integração Vamos ver uma das tecnologias mais utilizadas para interoperabilidade e integração? API é a sigla para “Application Programming Interface” ou, em português, “Interface de Programação de Aplicações”. Uma curiosidade é que essa tecnologia já está por aí há mais de 30 anos, antes até de computadores pessoais, mas funcionava mais como uma biblioteca para sistemas operacionais. Olha só uma definição: API é um conjunto de rotinas e padrões de programação para acesso a um aplicativo de software ou plataforma baseado na web. 75Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública De certa forma, APIs funcionam como estradas virtuais que permitem que os dados transitem entre várias aplicações. São pedaços de software reusáveis que implementam um contrato entre um provedor de dados e quem quer acessar esses dados. Esse contrato deve descrever as opções e recursos disponíveis, assim como os parâmetros que precisam ser fornecidos pelo cliente, além do conteúdo, formato e estrutura da informação resultante que é enviada, incluindo mensagens de erro e exemplos de respostas. Sabe por quê? Porque APIs dão suporte aos objetivos de governo digital. Trazem ambientes digitais com um alto grau de flexibilidade e, virtualmente, acesso ilimitado a ativos digitais, ou seja, trazem potencial inovativo e habilitam ecossistemas digitais. Trazem também controle e monitoramento das dinâmicas entre os atores envolvidos, podendo simplificar os fluxos de informações para apoiar a tomada de decisões e elaboração de políticas públicas. Fica fácil ver os inúmeros benefícios para o setor público: Como o foco é no contrato, os sistemas podem possuir linguagens de programação totalmente distintas e, mesmo assim, a integração é assegurada. Interoperabilidade garantida, certo? Existe toda uma economia baseada em APIs na iniciativa privada que você já deve ter até percebido. Empresas como Google, eBay e Netflix oferecem acesso a seus dados e até a funcionalidades por meio da monetização de acesso por APIs. Para governo integrado, APIs são fundamentais. De acordo com o Joint Research Center, da Comissão Europeia: Quer ver um exemplo de contrato? Dê uma olhada na definição da API Consulta CEP, no Catálogode APIs governamentais do programa Conecta gov.br, clicando aqui. APIs são habilitadores técnicos da transformação digital no governo. https://www.gov.br/conecta/catalogo/apis/cep-codigo-de-enderecamento-postal/swagger-json/swagger_view Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 76 • promoção da inovação nos governos e serviços públicos relacionados; • melhoria da eficiência; • melhoria do acesso aos dados abertos do governo; • aumento das oportunidades econômicas para empresas privadas usando APIs governamentais; e • criação e facilitação de interações entre governos (G2G) e entre governos e empresas (G2B) em relação aos ecossistemas digitais. Mas a adoção de APIs também traz seus riscos e desafios, como, por exemplo: • questões de segurança cibernética; • falta de estruturas de governança de APIs; • dificuldade em adotar instrumentos legais adequados para aderir à regulamentação atual; • falta de uma cultura de APIs; e • necessidade de plataformas ágeis para adaptar a prestação de serviços públicos digitais a uma sociedade em rápida evolução. Por isso, torna-se importante a criação de um conjunto de atividades coordenadas, para alinhamento da adoção de APIs com os objetivos políticos; a criação de plataformas e ecossistemas baseados em APIs; a organização de equipes e o desenvolvimento de uma cultura de APIs; e o projeto de processos baseados em boas práticas para APIs. Se quiser saber sobre esse assunto, acesse os materiais a seguir. Veja que alguns vídeos estão em inglês, lembre-se de habilitar as legendas do Youtube, caso seja necessário. O que é uma API - Interface de Programação de Aplicações – Bóson Treinamentos. https://www.youtube.com/watch?v=y9ZVnWWtBrM&ab_channel=B%C3%B3sonTreinamentos 77Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública What is an API? – MuleSoft Videos What is an API and how does it work? - CodeWithChris What Are APIs? - Simply Explained What’s the Difference Between Swagger and OpenAPI? - Nordic APIs Blog API vs Web Service – Cod3r Cursos 1.2.1 Gerenciador de API Com o papel fundamental na transformação digital e com todas as vantagens e desafios que o uso de APIs trazem, torna-se importante ser capaz de gerenciar seu conjunto de APIs, certo? Quando falamos de acesso a dados e recursos, aspectos como segurança e controle devem ser observado e, para isso, é necessário um conjunto de softwares e processos compatíveis com todos os estágios do ciclo de vida de uma API, tais como: • desenvolvimento; • design; • monitoramento; • teste; • proteção; e • análise. Uma plataforma de gerenciamento de APIs não só vai oferecer facilidades para o tratamento de cada estágio do ciclo de vida, mas também funcionalidades que facilitam a descoberta e o uso das APIs. Esse tipo de plataforma é chamado de API Manager ou Gerenciador de API. O Gerenciador de API é um tipo de produto que fornece uma camada de gestão para suas APIs. Como plataforma, inclui um componente denominado API Gateway, responsável por criar um ponto único de acesso; aplicar políticas e mecanismos de segurança, como autenticação e logs de acesso; realizar controle do acesso, com limitação baseada em usuário, por exemplo; e redirecionamento e filtragem de tráfego. https://www.youtube.com/watch?v=s7wmiS2mSXY&ab_channel=MuleSoftVideos https://www.youtube.com/watch?v=Yzx7ihtCGBs&ab_channel=CodeWithChris https://www.youtube.com/watch?v=OVvTv9Hy91Q&t=10s&ab_channel=SimplyExplained https://nordicapis.com/whats-the-difference-between-swagger-and-openapi/ https://www.youtube.com/watch?v=LTiyUd74mZQ&ab_channel=Cod3rCursos Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 78 Além do API Gateway, o Gerenciador de API possui vários outros componentes: para facilitar o controle do ciclo de vida das APIs, permitindo prototipação e versionamento; para possibilitar a monetização das APIs; para realizar análise de cada requisição e criação de dashboard de acesso e geração de insights corporativos; para permitir que APIs sejam publicadas para autoatendimento e fácil descoberta em um portal para o desenvolvedor. Olhe um exemplo dos componentes de um Gerenciador de API: Tipos de integração. Fonte: Gois (2017). Elaboração: CEPED/UFSC (2023). Veja alguns vídeos que podem ajudar a entender melhor a gestão de APIs. Lembre de ativar as legendas do Youtube, caso você precise. API Management: What It Is and Why You May Need It What is API Gateway? | AWS Cloud API Management – SkillCurb https://www.altexsoft.com/blog/api-management/ https://www.youtube.com/watch?v=vPok26CmG0M&ab_channel=SkillCurb 79Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 1.3 O Componente de Barramento de Serviços (ESB) Você já pensou na quantidade de sistemas de software dentro de um órgão ou entidade? E que, provavelmente, para entregar resultado, esses sistemas precisam se comunicar entre si e trocar dados? Espero que a resposta seja que sim! Mas olha só, se cada sistema tiver que “conversar” com outro sistema diretamente, ponto a ponto, cada dono de aplicação teria que se conectar diretamente a qualquer serviço que precisasse e executar as transformações de dados necessárias conforme as interfaces de serviços de software. Olha o tanto de trabalho que isso daria, sem falar que a manutenção seria significante, pois se um dos pontos muda, todas as aplicações que usam esse ponto teriam que ser modificadas de acordo. Veja como fica visualmente essa comunicação ponto a ponto: Arquitetura ponto a ponto ou "Código espaguete”. Fonte: Vertigo (2019). Para endereçar esse tipo de situação, utiliza-se um barramento de serviços também chamado de ESB (Enterprise Service Bus). O ESB é um sistema que age como intermediário entre sistemas, passando mensagens entre eles. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 80 Arquitetura ESB. Fonte: Vertigo (2019). TekSlate ([s.d.]) Elaboração: CEPED/UFSC (2023). É um componente de software centralizado que realiza integrações entre aplicações. Ele executa transformações nos modelos de dados, lida com conectividade/ mensageria, executa roteamento, converte protocolos de comunicação e potencialmente gerencia a composição de várias solicitações. O ESB é uma camada de abstração, agindo como um “tradutor universal” que permite comunicação entre múltiplos sistemas que usem uma linguagem diferente. Quando um sistema tem uma mensagem para enviar, o ESB traduz essa mensagem e envia para o recipiente correto. Geralmente, um ESB é usado em um formato assíncrono para facilitar o fluxo livre de dados. Aplicações podem mandar e receber mensagens ou arquivos usando o ESB, que são encapsuladas de outros processos existentes no ESB. Um ESB também pode ser usado de forma síncrona em certas situações. O uso de um ESB está bastante relacionado com a implementação de uma arquitetura orientada a serviços (SOA). Sem o ESB, esse tipo de arquitetura pode ser visto apenas como um punhado de serviços, tanto é que os dois termos às vezes são usados como sinônimos, criando confusão. 81Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública De forma geral, ESBs simplificam dramaticamente o processo de integração de ambientes e sistemas de TI múltiplos e heterogêneos e removem a necessidade de que serviços diferentes traduzam mensagens ponto a ponto. A ideia de replicação é parecida, só que aplicada para conjuntos de dados digitais, armazenados em uma base de dados. Então, ao invés de você acessar diretamente a base origem, você faz uma cópia e deixa pertinho de você. Isso permite que você tenha um melhor tempo de resposta, facilita o desempenho das análises e consultas aos dados que você queira fazer, e minimiza o impacto no ambiente operacional de origem. Outra grande vantagem é que também pode funcionar como um backup da base original, garantindo o acesso aos dados se o ambiente onde estão os dados de origem for comprometido. Pense no cenárioonde você trabalha em um local subsidiário do seu órgão ou da sua empresa. E agora você quer poder acessar vários dados do local primário, sem depender da disponibilidade desse outro local ou da velocidade de acesso. Sabe a “cópia xerox”? Lembra nos tempos de antigamente, quando você queria acessar facilmente informações, por exemplo, um relatório, que estavam em outro local e você achava melhor tirar uma cópia? Assim, você não precisava se deslocar ou depender da disponibilidade de quem tinha o original. Para saber um pouco mais sobre os temas estudados até aqui, assista aos vídeos do Youtube. Barramento – Tecnologia para Negócios Introduction to Enterprise Service Bus – Coursible Enterprise Service Bus (ESB) – Nathan Kamas 1.4 Replicação Replicação. Fonte: Freepik (2023). https://www.youtube.com/watch?v=26j68Q7DDWo&ab_channel=TecnologiaparaNeg%C3%B3cios https://www.youtube.com/watch?v=cW9SiCH0kYs&ab_channel=Coursible https://www.youtube.com/watch?v=eVrgMZH2jNY&ab_channel=NathanKamas Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 82 Para saber mais sobre Data Replication, assista ao vídeo a seguir. What is Data Replication? – Intricity101 Replicação de dados. Fonte: Databand (2022). Elaboração: CEPED/UFSC (2023). É possível fazer replicação de algumas formas diferentes. Pode ser do conjunto inteiro de dados sempre que ocorrer qualquer modificação nos dados; pode ser uma primeira cópia inteira e depois somente dos dados que forem modificados; pode ser uma cópia do conjunto inteiro de dados como uma foto instantânea; e pode ser mistura dos dados de origem e destino, se puder haver modificações no destino. A latência também faz parte desse cenário. Quer saber sobre latência, ou seja, o tempo em que os dados estão disponíveis no destino? Pode ser síncrona ou assíncrona, dependendo das necessidades do negócio. Outros termos técnicos sobre integração e interoperabilidade A seguir, clicando no botão, você pode conhecer mais alguns termos técnicos ligados a integração e interoperabilidade. https://www.youtube.com/watch?v=fUrKt-AQYtE&ab_channel=intricity101 https://articulateusercontent.com/rise/courses/rxkfkXSwWI8ARzyDGSFhbLPr5n2CxjqG/m5DZXfDO6Kp8ZYGr-Outros%2520termos%2520t%25C3%25A9cnicos%2520sobre%2520integra%25C3%25A7%25C3%25A3o%2520e%2520interoperabilidade.pdf https://articulateusercontent.com/rise/courses/rxkfkXSwWI8ARzyDGSFhbLPr5n2CxjqG/m5DZXfDO6Kp8ZYGr-Outros%2520termos%2520t%25C3%25A9cnicos%2520sobre%2520integra%25C3%25A7%25C3%25A3o%2520e%2520interoperabilidade.pdf 83Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública ALMEIDA, Francisco Thiago de. O que são mensageria, eventos, filas e tópicos? BlogdoFT, fevereiro. 2021. 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Application Programming Interfaces in Governments: Why, what and how. Luxemburgo: Publications Office of the European Union, 2020. Disponível em: https://publications.jrc.ec.europa.eu/repository/handle/JRC120429. Acesso em: 11 abr. 2023. VERTIGO. API Gateway ou API Manager? Saiba quem é quem. Vertigo, Rio de Janeiro, março. 2018. Disponível em: https://vertigo.com.br/api-gateway-ou-api- management/. Acesso em: 11 abr. 2023. VERTIGO. ESB: tudo o que você precisa saber para escolher o melhor. Vertigo, Rio de Janeiro, fevereiro. 2019. Disponível em: https://vertigo.com.br/tudo-sobre-esb/. Acesso em: 11 abr. 2023. 87Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 2: Como Calcular o Benefício da Integração Objetivo de aprendizagem Ao final desta unidade, você será capaz de esclarecer sobre o cálculo de benefícios de integração e como realizá-lo. Não seria interessante conseguir calcular o impacto das iniciativas para aumentar a atuação sistêmica e integrada do governo? Então, veja nesta unidade a metodologia de cálculo desenvolvida e aplicada no governo federal para transformar em números os ganhos gerados pela interoperabilidade e pela integração de dados/sistemas implantada nos serviços públicos digitais por meio do uso das APIs governamentais. Essa iniciativa encontra- se no âmbito do Programa Conecta gov.br. 2.1 Calculadora de Economia com Interoperabilidade A Calculadora de Economia com Interoperabilidade é uma ferramenta elaborada115 Referências .......................................................................................................... 117 Unidade 2: Outras Iniciativas de Integração e Interoperabilidade ..............118 2.1 A Iniciativa de Interoperabilidade da Estônia .................................................... 118 2.2 A Iniciativa de Interoperabilidade do Uruguai ................................................... 120 2.3 Iniciativas em Outras Esferas/Poderes ............................................................... 122 Referências .......................................................................................................... 125 Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 6 Apresentação e Boas-vindas Videoaula: Apresentação do Curso Bem-vinda ou bem-vindo ao curso sobre Governo Integrado. Aqui você vai ter a oportunidade de entender, do ponto de vista de integração e compartilhamento de dados, qual o impacto da transformação digital no governo. Para isso, os tópicos apresentados irão trazer conceitos, benefícios, tecnologias e normativos que se aplicam a esse tema. Mas você já tem conhecimento sobre o que significa transformação digital no governo e como esse assunto é abordado no Brasil? No Módulo 1, são apresentados os conceitos básicos sobre transformação digital no governo. No Módulo 2, há destaque para os conceitos de integração e interoperabilidade, ressaltando os benefícios que podem trazer em um contexto de governo integrado. Falando de governo, o que deve ser feito deve estar definido em algum normativo. Por isso, você pode encontrar no Módulo 3 os normativos existentes que dão suporte a um governo integrado, incluindo os trechos associados na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). No Módulo 4, é oferecida uma visão prática da integração e interoperabilidade, que inclui conceitos técnicos introdutórios, uma calculadora para mensurar o impacto financeiro e exemplos de métricas e indicadores para avaliar o uso da integração. Por fim, no Módulo 5, é apresentado como o governo integrado oferece suporte para o uso de dados pela sociedade. https://cdn.evg.gov.br/cursos/935_EVG/video/modulo01_video01/index.html https://cdn.evg.gov.br/cursos/935_EVG/video/modulo01_video01/index.html 7Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Módulo Conhecendo um Governo Digital1 Que tal começar a estudar sobre a transformação digital no governo? Quer saber o que é essa transformação e como ela está ocorrendo no governo brasileiro? Então, comece pensando sobre a afirmação de que um governo integrado é um governo digital. Você concorda? É hora de pensar sobre isso. Então, siga para Unidade 1. Unidade 1: O que é Governo Digital? Objetivo de aprendizagem Ao final desta unidade, você será capaz de reconhecer o conceito e os pilares de governo digital. 1.1 O Conceito de Governo Digital Então, você começará sua jornada de estudos visualizando os conceitos de governo digital, a diferença entre governo eletrônico e governo digital, além dos pilares que compõem sua base. Você já ouviu falar no termo governo eletrônico? E no termo governo digital? Parecidos, né? A seguir, você vai começar a compreender melhor a distinção entre um e outro. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 8 Governo Eletrônico O governo eletrônico é aquele que usa a tecnologia da informação e comunicação para interagir com a sociedade, focando no aumento da eficiência e da transparência. Com ele, a sociedade foi beneficiada com maior facilidade, comodidade e conveniência, por conta da digitização dos processos, documentos e serviços existentes. Normalmente, essa modalidade não revê os processos com profundidade e nem adota estruturas digitais novas e inovadoras. Quer um exemplo? Quando você precisa protocolar um documento no governo, esse documento é incluído em um sistema de informação e você recebe um número de protocolo. Esse documento, então, vai ser tratado dentro de um sistema com mais eficiência do que se fosse em papel. Você pode usar o número para acompanhar o andamento do processo dentro do sistema. Governo Digital O governo digital vai alguns passos além do governo eletrônico. Ele usa as novas tecnologias para rever processos, facilitar a transformação de serviços e melhorar a colaboração com a sociedade. Governo digital implica na digitalização completa do setor público, que pode permitir o nível de integração necessário para entregar serviços melhores para cidadãos e empresas. O olhar para os serviços é de reimaginação de seus processos e fluxos de trabalho de uma maneira inovativa, habilitada por tecnologias avançadas. Quer um exemplo? Desde 2020, aposentados e pensionistas podem fazer a prova de vida para o INSS por biometria facial, com o uso da câmera do seu próprio celular. E a partir de 2023, o INSS vai ser proativo e cruzar informações de várias bases de dados do governo para comprovar a vida do beneficiário sem necessidade de outro tipo de prova. Quem ficar de fora desse cruzamento será notificado para, aí sim, fazer a comprovação. Percebeu a diferença entre os dois termos? Veja mais algumas comparações em relação ao foco de cada um: Governo Eletrônico Tem foco em modernizar a administração do Estado, melhorando sua operação, e em aumentar a eficiência e a transparência no setor público através da digitização de processos existentes. 9Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Governo Digital Tem foco em reconstruir processos e modernizá-los para criar valor público, digitalizando os serviços oferecidos. Mas peraí, digitização e digitalização não são a mesma coisa? De acordo com a OECD (OECD, 2020): Digitização é a conversão de dados e processos analógicos em um formato legível por máquina. Já a digitalização é o uso de tecnologias digitais e dados, assim como interconexões, que resultam em novas atividades ou alterações em atividades existentes. Processos de digitização. Fonte: Freepik (2023). Pense em escanear uma foto ou converter um relatório em papel para o formato PDF. Os dados não são modificados, simplesmente passam de um formato analógico para um formato digital que o computador entende. Isso é digitização. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 10 Mas se você for transformar um processo, utilizando tecnologia digital para coletar dados, identificar tendências e tomar melhores decisões, isso é digitalização. Juntando os dois conceitos, fechamos mais um: o de transformação digital. Então, sair do eletrônico para o digital exige uma nova visão de governo que inclua a transformação digital. E não basta tratar somente de tecnologia e informatização do governo. A nova visão tem que adotar uma abordagem mais ampla e considerar medidas organizacionais e regulatórias em conjunto com as medidas tecnológicas. Só assim será possível conseguir um impacto real na sociedade, com eficiência, transparência e prestação de contas dos processos governamentais. Apesar de não tratar somente de tecnologia, a transformação digital depende muito dela. Que tal entender o papel da tecnologia nesse contexto? Para fazer a transição de governo eletrônico para governo digital, as tecnologias digitais têm que ser utilizadas como uma parte integrante das estratégias de modernização e inovação governamentais. Existem coisas de que você precisa estar ciente, especialmente se estiver desenvolvendo políticas públicas, para que elas sejam adequadas à era digital. Você precisa conhecer os elementos principais do ecossistema de tecnologia digital em evolução e as oportunidades e desafios resultantes da sua aplicação. Deve perceber que existe uma revolução de dados ocorrendo e compreender como isso afeta indivíduos, economia e sociedade de maneira mais ampla. Dados públicos são um ativo poderoso e permitem que governos melhorem o desenho e façam a adequação dos processos de entrega de serviços públicos.pela Secretaria de Governo Digital (SGD) para calcular os impactos econômicos das ações de interoperabilidade. Desde 2020, vem sendo aplicada com o objetivo de estimar em termos monetários a economia, em reais, que as integrações realizadas pelo programa Conecta gov.br oferece ao governo e à sociedade. Além disso, essa ferramenta pode ser utilizada nos processos de justificativa de contratação ou de projetos de interoperabilidade em geral. É importante ressaltar que a calculadora atual não é exaustiva, mas sim sua primeira versão, e que poderá ser melhorada com novos elementos futuramente. A calculadora estima a economia, em reais (R$), gerada pela obtenção automática de informação de um serviço público por meio de integração com uma determinada API. O tempo das tarefas eliminadas em cada atendimento/transação é precificado com base na renda média dos usuários típicos do serviço e no valor médio de remuneração dos servidores públicos, considerando respectivamente as tarefas do cidadão e do governo. O valor da economia por atendimento/transação é, então, multiplicado pelo número anual de atendimentos/transações realizadas por aquele serviço, resultando em uma estimativa de economia anual propiciada pela API. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 88 Que tal visualizar um exemplo concreto? O serviço público “Tirar o Certificado Internacional de Vacinação (CIVP)”, da ANVISA, exigia que o cidadão fornecesse dados que já tinham sido informados ao governo. Esse serviço foi integrado ao Cadastro Base do Cidadão, disponível pela API de CPF, com consequente validação automática da autenticidade das informações. A economia anual calculada, então, foi de aproximadamente 6 milhões de reais! Além da API de CPF, a metodologia foi aplicada em mais 12 APIs. Olha só a economia de cada transação: Nome da API Economia por Transação Órgão Cedente CPF (Cadastro Base do Cidadão) R$ 8,00 Receita Federal do Brasil CNPJ R$ 8,10 Receita Federal do Brasil Certidão de Antecedentes Criminais R$ 7,98 Polícia Federal Certidão de Quitação Eleitoral R$ 7,70 Tribunal Superior Eleitoral CEP (Código de Endereçamento Postal) R$ 3,61 Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos Pessoa com Deficiência R$ 64,98 Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, INSS e Ministério da Cidadania Faixa de Renda de Grupo Familiar R$ 35,00 INSS Certidão Negativa de Débitos R$ 7,81 Receita Federal do Brasil Situação Militar R$ 8,17 Ministério da Defesa – Exército Validação Biométrica R$ 28,87 Tribunal Superior Eleitoral Relação Trabalhista R$ 9,49 INSS Governança Fundiária R$ 13,31 INCRA Servidor Público R$ 14,41 Ministério da Gestão e Inovação Você tem vontade de aplicar a calculadora de economia com interoperabilidade no seu contexto? Entre em contato com a Secretaria de Governo Digital para apoiar e divulgar o seu trabalho, pelo e-mail: conecta@economia.gov.br. 89Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 2.2 Metodologia de Cálculo Ainda, quando é possível identificar e mensurar a redução de erros e de fraudes, esses valores também são somados e computados na economia gerada. O que poderia ser ganho se o cidadão não precisasse reapresentar suas informações para o governo, conforme o princípio “Apenas uma vez” (Once Only Principle)? Para transformar essa pergunta em uma resposta que falasse de ganho financeiro, partiu-se da ideia de que a aplicação do princípio mencionado acima eliminaria tarefas, tanto do cidadão como por parte do governo, e que essas tarefas possuem um valor financeiro associado que pode ser mensurado. Então, de maneira geral, foram seguidos os seguintes passos: 1 Foram identificadas quais tarefas, dos cidadãos e dos agentes públicos, foram eliminadas em função da integração de dados promovida em um serviço específico; 2 Foi estimado o tempo economizado para cada tarefa eliminada; 3 Esse tempo foi então monetizado com base no valor de remuneração dos agentes públicos e da renda média dos usuários do serviço; 4 Por fim, multiplicado pelo volume anual de atendimentos que se beneficiaram da integração (quantidade de acessos realizados no ano). Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 90 Mas qual seria o tempo economizado para cada tarefa? Esse tempo foi estimado a partir de pesquisa desenvolvida por meio de um simulador on-line. Foram criados dois formulários eletrônicos: um para simular as tarefas que o cidadão faz e outro para simular as tarefas executadas pelo agente público (governo). Para cada formulário, registrou-se automaticamente o tempo de realização das tarefas. No total, cerca de 250 pessoas participaram da simulação. Olha só os tempos médios economizados resultantes da simulação, tanto para o cidadão/sociedade quanto para o governo: Componentes do cálculo da economia total. Fonte: Brasil (2020). Elaboração: CEPED/UFSC (2023). 91Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Impactos econômicos das ações de interoperabilidade. Fonte: Brasil (2020). Elaboração: da autora. Adaptação: CEPED/USC (2023). Você chegou ao final desta Unidade de estudo. Caso ainda tenha dúvidas, reveja o conteúdo e se aprofunde nos temas propostos. Até a próxima! Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 92 BRASIL. Ministério da Economia. Secretaria de Governo Digital. Impactos Econômicos das Ações de Interoperabilidade Implementadas pelo Programa Conecta gov.br. Brasília, DF: Secretaria de Governo Digital, 2020. Disponível em: https://www.gov.br/governodigital/pt-br/governanca-de-dados/conecta-gov.br/ impactos-conectagov-2.pdf. Acesso em: 11 abr. 2023. BRASIL. Secretaria de Governo Digital. Calculadora de Economia com Interoperabilidade, Brasília, DF, [2023]. Disponível em: https://www.gov.br/ governodigital/pt-br/governanca-de-dados/calculadora-de-impacto. Acesso em: 11 abr. 2023. Referências https://www.gov.br/governodigital/pt-br/governanca-de-dados/conecta-gov.br/impactos-conectagov-2.pdf. Acesso em: 11 abr https://www.gov.br/governodigital/pt-br/governanca-de-dados/conecta-gov.br/impactos-conectagov-2.pdf. Acesso em: 11 abr https://www.gov.br/governodigital/pt-br/governanca-de-dados/calculadora-de-impacto https://www.gov.br/governodigital/pt-br/governanca-de-dados/calculadora-de-impacto 93Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 3: Métricas e Indicadores para Integração Objetivo de aprendizagem Ao final desta unidade, você será capaz de esclarecer sobre algumas métricas e indicadores para integração. Como acompanhar a sua iniciativa de integração e interoperabilidade? A definição de métricas para interoperabilidade não é tarefa fácil, especialmente porque interoperabilidade não é um absoluto, um estado tudo-ou-nada. Interoperabilidade envolve não só conectividade, mas também políticas, processos e procedimentos. As 4 primeiras métricas e seus indicadores apresentados nesta unidade são os utilizados no final de 2022 pelo programa Conecta gov.br no âmbito do Poder Executivo Federal. Ela deve ser estendida conforme o contexto para atender as necessidades de acompanhamento do caso concreto. Ressalta-se que indicadores que trazem uma visão mais técnica podem permitir a construção de visões mais amplas. Você já utiliza outros indicadores na sua iniciativa? Este indicador diz respeito à quantidade de serviços digitais que utilizam pelo menos uma integração por API no governo federal. Lembra da Estratégia de Governo Digital, conforme instituída no Decreto 10.332/2020? Esse é um indicador que diz respeito à Iniciativa 6.1. Lembre qual é essa iniciativa: 3.1 Número de Serviços Digitais Integrados ANEXO - Objetivo 6 - Serviços públicos integrados Iniciativa 6.1. Interoperar os sistemas do Governo federal, de forma que, no mínimo, seiscentos serviços públicos disponham de preenchimento automático de informações relacionadas ao Cadastro Base do Cidadão, ao Cadastro Nacionalde Pessoa Jurídica e ao Cadastro de Endereçamento Postal, até 2022. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 94 Esse indicador hoje é de e pode ser acompanhado na página do programa Conecta gov.br. Aqui se procura evidenciar o quanto um dado serviço digital utiliza interoperabilidade contabilizando a quantidade de integrações realizadas. Por exemplo, em um serviço público que é prestado tanto para cidadãos quanto para empresas, esse serviço poderia estar integrado para recuperar automaticamente informações do cidadão por meio do CPF e informações da empresa por meio do CNPJ. Isso totalizaria 2 integrações nesse serviço. O programa Conecta gov.br já contabiliza mais de 1.300 integrações! Este indicador é baseado na economia calculada a partir da aplicação da Calculadora de Economia de Interoperabilidade, para o uso das APIs de CPF, de Certidão de Antecedentes Criminais, de Certidão de Quitação Eleitoral e de Código de Endereçamento Postal (CEP). A calculadora estima a economia, em reais (R$), gerada pela obtenção automática de informação de um serviço público por meio de integração com uma determinada API. O valor por transação encontrado é multiplicado pela quantidade de transações totais realizadas para cada API. O total por API é somado para o total geral. 3.2 Número de Integrações por Serviço Digital 3.3 Economia Estimada 834 serviços públicos com obtenção automática de informação Para ler o texto do Decreto 10.332/2020, clique aqui. https://www.gov.br/governodigital/pt-br/governanca-de-dados/conecta-gov.br http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/decreto/d10332.htm 95Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Sabe quantas APIs estão contabilizadas nesse total? 14 APIs! • CBC • Beneficiário do BPC com Deficiência • CEP • Certidão de Antecedentes Criminais Federal • Certidão de Quitação Eleitoral • CNPJ • Consultar Certidão Negativa de Débito • Faixa de Renda de Grupo Familiar • SIAPE Consulta • Relação Trabalhista • Pessoa com Deficiência • SIAPE Ocorrências • Situação Militar • SNCR - Sistema Nacional de Cadastro Rural Esse indicador hoje é de R$ 2,78 bilhões de economia acumulada e pode ser acompanhado na página do programa Conecta gov.br. https://www.gov.br/governodigital/pt-br/governanca-de-dados/conecta-gov.br Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 96 357,0 milhões de transações na plataforma e pode ser acompanhado na página do programa Conecta gov.br. 3.4 Métricas de Volume A interoperabilidade pode ser medida, também, por meio de volumes, como volume de transações, volume de dados transmitidos, volume de dados disponíveis. Veja cada um deles: Volume de transações Traz o total de transações realizadas em um período. Volume de dados transmitidos Mede o tamanho dos dados em bytes, por exemplo, gigabytes ou terabytes. Pode ser derivado do volume de transações multiplicado pela quantidade de bytes de cada transação. Por exemplo, se temos uma transação que transmite uma quantidade de 103 bytes (aproximadamente 1.000 bytes) e que é realizada 1 milhão de vezes, teremos um volume de dados transmitidos de 1 gigabyte (1 bilhão de bytes). Volume de dados disponíveis Mede o tamanho dos dados totais disponíveis nas bases de dados, como, por exemplo, a API de CPF disponibiliza acesso a mais de 250 milhões de registros. O programa Conecta gov.br mantém o indicador de volume de transações. Esse indicador é contabilizado a partir de fevereiro de 2020 e já está em https://www.gov.br/governodigital/pt-br/governanca-de-dados/conecta-gov.br 97Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 3.5 Tempo entre Atualização e Disponibilidade dos Dados Vamos lembrar do conceito de latência? A diferença no tempo da geração dos dados no sistema de origem até a disponibilização no sistema de destino é chamada de latência. Quanto mais alta a latência, mais demora para os dados estarem disponíveis no sistema de destino. Esse indicador mede a latência em unidades de tempo como dias, minutos ou segundos. É um indicador importante, pois alguns serviços públicos exigem informações atualizadas em tempo real enquanto outros podem utilizar informações do dia anterior ou até mesmo do mês anterior. Está associado com um determinado mecanismo de integração, que pode ser uma API. Por exemplo, a API de CPF possui um tempo de latência de 11 minutos em relação à base de dados original do sistema que gerencia CPFs, ou seja, pode ser considerada como quase tempo real. Isso quer dizer que, se alguém fizer uma alteração por meio do sistema original, essa mesma alteração estará disponível para consulta pela API em 11 minutos. Que bom que você chegou até aqui! Agora é hora de você testar seus conhecimentos. Então, acesse o exercício avaliativo que está disponível no ambiente virtual. Bons estudos! Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 98 BRASIL. Decreto nº 10.332 de 28 de abril de 2020. Institui a Estratégia de Governo Digital para o período de 2020 a 2022, no âmbito dos órgãos e das entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2020. Disponível em: https://www.planalto.gov. br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/decreto/d10332.htm. Acesso em: 10 abr. 2023. BRASIL. Secretaria de Governo Digital. Conecta gov.br, Brasília, DF, [2023]. Disponível em: https://www.gov.br/governodigital/pt-br/governanca-de-dados/conecta-gov.br. Acesso em: 11 abr. 2023. Referências https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/decreto/d10332.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/decreto/d10332.htm 99Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Módulo Governo Integrado com a Sociedade5 A visão sistêmica e integrada de governo não deve estar restrita à interoperabilidade entre os órgãos e entidades da Administração Pública. Um governo integrado com a sociedade abre portas para novas soluções e até mesmo um novo mercado, fortalecendo transparência, responsabilização e confiança no governo como um todo. Vamos ver como isso pode acontecer? Se você já escreveu algum trabalho acadêmico, com certeza já utilizou referências bibliográficas. De acordo com a norma ABNT NBR 6023, referência é “conjunto padronizado de elementos descritivos, retirados de um documento, que permite sua identificação individual”. Aqui, vamos adaptar esse conceito para conjuntos de dados e falar de Registro de Referência: Unidade 1: Governança de Dados Objetivo de aprendizagem Ao final dos seus estudos você será capaz de reconhecer a área de Governança de Dados no contexto da Integração e Interoperabilidade. 1.1 Registro de Referência São dados de referência com informações confiáveis, disponíveis e atualizadas, centralizada ou descentralizada, oriunda de uma ou mais fontes, sobre elementos fundamentais para a prestação de serviços e para a gestão de políticas públicas. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 100 Um Registro de Referência é uma fonte autêntica e confiável de informação sob o controle de um órgão público ou organização apontada pelo governo e podem conter informações sobre pessoas, empresas, imóveis, etc. O Registro de Referência constitui uma solução para qualificar os dados da Administração Pública direta autárquica e fundacional. Olha só como está colocado na Lei 14.129/2021: Sabe como está sendo tratado pelo governo federal? Os conjuntos de dados considerados como registros de referência são identificados e, então, normatizados pelo Comitê Central de Governança de Dados, por meio de resolução. Esses conjuntos já devem estar ou logo estarão disponíveis para serem utilizados por órgãos e entidades públicas de maneira interoperável. A instituição de um Registro de Referência traz vários benefícios: Melhoria na prestação dos serviços Asseguraao cidadão o direito à adequada prestação dos serviços, viabilizando a simplificação de processos e procedimentos de atendimento ao usuário de serviço público e propiciando melhor compartilhamento das informações; Melhoria nas políticas públicas Auxilia a formulação, a implementação, a avaliação, o monitoramento e a gestão de políticas públicas; Melhoria na qualidade e fidedignidade dos dados Fomenta a qualidade e a fidedignidade dos dados custodiados pelos seus órgãos gestores; Art. 4º Para os fins desta Lei, considera-se: ... X - registros de referência: informação íntegra e precisa oriunda de uma ou mais fontes de dados, centralizadas ou descentralizadas, sobre elementos fundamentais para a prestação de serviços e para a gestão de políticas públicas [...] (BRASIL, 2021). 101Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Aumento da eficiência e redução do custo Aumenta a eficiência e reduz custos das operações internas dos sistemas de informação de gestores e recebedores de dados; Facilidade de uso: Orienta o acesso aos órgãos e entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, aos mecanismos de interoperabilidade relacionados ao conjunto de dados do Registro de Referência; e Promoção de Governo Integrado Promove a interoperabilidade do conjunto de dados entre entes governamentais. Quem utiliza um conjunto de dados que foi instituído como Registros de Referência precisa adequar seus serviços e sistemas conforme o normativo, para que passe a utilizar a informação íntegra e confiável compartilhada. Ou seja, vai ter que evoluir o seu serviço para ser um serviço integrado, fazendo consulta automatizada dos dados do Registro de Referência e dispensando, no que couber, que o cidadão tenha que realizar uma solicitação e apresentação de documentos de dados já disponíveis por meio da interoperabilidade. Serviços integrados para um Governo integrado! Preste atenção ao prazo obrigatório, que vem definido na resolução específica de um dado Registro de Referência! Ah, e olha só, uma vez definido por resolução um determinado Registro de Referência, fica proibida a instituição de novas bases de dados que tratem do tema do Registro no âmbito do Poder Executivo Federal. Isso mesmo, proibida! Bom, é possível solicitar autorização à Secretaria de Governo Digital, mas é uma exceção. Para ler o texto completo da Lei 14.129/2021, clique aqui. 1.2 Cartilha de Governança de Dados Vamos começar com uma definição de Governança de Dados, apresentada pelo The Data Governance Institute? http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14129.htm Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 102 Governança de Dados é um sistema de direitos de decisão e responsabilidades para processos associados com informações, executado de acordo com modelos acordados que descrevem quem pode realizar quais ações com qual informação, e quando, sob quais circunstâncias, utilizando quais métodos. (THE DATA GOVERNANCE INSTITUTE, [s. d.]) Achou genérico demais? Achou difícil traduzir para o contexto de governo integrado? Não se preocupe, porque você não é o único! Por isso, a Secretaria de Governo Digital publicou uma Cartilha de Governança de Dados para o Poder Executivo Federal, elaborada pelo Subcomitê Técnico do Comitê Central de Governança de Dados. Melhor ainda, essa Cartilha é a primeira publicação de uma série de cinco volumes dedicados ao tema. Ela traz conceitos introdutórios sobre governança de dados, benefícios desse modelo, riscos envolvidos e um glossário de termos técnicos, tudo já dentro do contexto governamental. Além disso, vem com orientações iniciais que objetivam estabelecer políticas e diretrizes para aprimorar a oferta de serviços integrados pelo Poder Executivo Federal. Agora, ficou fácil! Para dar uma olhada na Cartilha, clique aqui. Você chegou ao final desta Unidade de estudo. Caso ainda tenha dúvidas, reveja o conteúdo e se aprofunde nos temas propostos. Até a próxima! https://www.gov.br/economia/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/cartilhas/cartilha-governanca-de-dados-2013-volume-i.pdf 103Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: Informação e documentação: Referências. Rio de Janeiro, 2018. BRASIL. Cartilha orienta sobre governança de dados. Gov.br, dezembro. 2022. Disponível em: https://www.gov.br/economia/pt-br/assuntos/noticias/2022/ dezembro/cartilha-orienta-sobre-governanca-de-dados. Acesso em: 11 abr. 2023. BRASIL. Lei nº 14.129 de março de 2021. Dispõe sobre princípios, regras e instrumentos para o Governo Digital e para o aumento da eficiência pública [...]. Brasília, DF: Presidência da República, 2021. Disponível em: https://www.in.gov.br/ en/web/dou/-/lei-n-14.129-de-29-de-marco-de-2021-311282132. Acesso em: 19 dez. 2022. BRASIL. Ministério da Economia. Cartilha de Governança de Dados – Poder Executivo Federal. Brasília, DF: Ministério da Economia, 2022. Disponível em: https://www.gov.br/economia/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/cartilhas/ cartilha-governanca-de-dados-2013-volume-i.pdf. Acesso em: 11 abr. 2023. THE DATA GOVERNANCE INSTITUTE. Defining Data Governance. The Data Governance Institute Blog, [s. l.], [s. d.]. Disponível em: https://datagovernance. com/defining-data-governance/. Acesso em: 11 abr. 2023. Referências https://www.gov.br/economia/pt-br/assuntos/noticias/2022/dezembro/cartilha-orienta-sobre-governanca-de-dados https://www.gov.br/economia/pt-br/assuntos/noticias/2022/dezembro/cartilha-orienta-sobre-governanca-de-dados https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/lei-n-14.129-de-29-de-marco-de-2021-311282132 https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/lei-n-14.129-de-29-de-marco-de-2021-311282132 https://www.gov.br/economia/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/cartilhas/cartilha-governanca-de-dados-2013-volume-i.pdf https://www.gov.br/economia/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/cartilhas/cartilha-governanca-de-dados-2013-volume-i.pdf https://datagovernance.com/defining-data-governance/ https://datagovernance.com/defining-data-governance/ Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 104 Unidade 2: Reuso de Dados pela Sociedade Objetivo de aprendizagem Ao final desta unidade, você será capaz de reconhecer dados abertos e governo como plataforma no contexto da integração e interoperabilidade. Vamos falar agora um pouco de integração e interoperabilidade entre governo e sociedade? A disponibilização de dados governamentais, informação e recursos digitais para a sociedade vem tornando-se crucial não só para melhorar operações administrativas, mas também na busca de engajamento da comunidade; construção de confiança no governo; impedimento de manipulação da informação; aumento da transparência; combate à corrupção e reforço na responsabilização no setor público. Então, temos que trabalhar para essa disponibilização, não é? O uso de dados em formatos abertos e gratuitos para uso público e a implantação do conceito de Governo como Plataforma são ações para isso. 2.1 Dados Abertos Vamos começar com algumas definições de dados abertos? A primeira vem da Open Knowledge Foundation, onde os dados são considerados abertos quando: A segunda aparece na Lei 14.129/2021, e complementa a definição anterior: Qualquer pessoa pode acessar, usar, modificar e compartilhar livremente para qualquer finalidade (sujeito a, no máximo, requisitos que preservem a proveniência e a sua abertura). (OPEN KNOWLEDGE FOUNDATION, 2015). 105Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Art. 4º Para os fins desta Lei, considera-se: [...] IV - dados abertos: dados acessíveis ao público, representados em meio digital, estruturados em formato aberto, processáveis por máquina, referenciados na internet e disponibilizados sob licença aberta que permita sua livre utilização, consumo ou tratamento por qualquer pessoa, física ou jurídica;V - dado acessível ao público: qualquer dado gerado ou acumulado pelos entes públicos que não esteja sob sigilo ou sob restrição de acesso nos termos da Lei no 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação); VI - formato aberto: formato de arquivo não proprietário, cuja especificação esteja documentada publicamente e seja de livre conhecimento e implementação, livre de patentes ou de qualquer outra restrição legal quanto à sua utilização [...] (BRASIL, 2021). A partir dessas definições, percebe-se que dados abertos exigem que os dados sejam interoperáveis não apenas em uma perspectiva técnica, mas também das perspectivas legais e institucionais. Qualquer disponibilização de dados como dados abertos deve estar de acordo com a legislação vigente, em especial, com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) em relação a dados pessoais. Do ponto de vista de interoperabilidade técnica, isso acontece para dados abertos quando arquivos eletrônicos de dados são disponibilizados utilizando-se formatos não proprietários e abertamente documentados, podendo ser editados por humanos e utilizado por máquina, de forma agnóstica em relação à linguagem, tecnologia e infraestrutura. O governo brasileiro vem se destacando em iniciativas de dados abertos. O Índice Global de Dados Abertos (Global Open Data Index - GODI), executado pela Open Knowledge Network, reconheceu o Brasil em 8º lugar na sua última edição, em 2017. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 106 Atualmente, a Controladoria Geral da União trabalha no fomento de iniciativas de dados abertos no Poder Executivo Federal, por meio do Portal de Dados Abertos. No Portal, há mais de 13.700 conjuntos de dados disponibilizados por 218 organizações, contemplando 20 temas. Mas não faltam portais de dados abertos também nas esferas estaduais e municipais, como, por exemplo, o Estado da Bahia e várias cidades: São Paulo, Curitiba, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Recife e outros. Além dessa disponibilização, vários órgãos da Administração Pública já publicam seus dados na web, na forma de relatórios e balanços para que os cidadãos possam acompanhar os resultados das ações de governo. Um governo integrado com a sociedade irá utilizar cada vez mais a tecnologia de APIs (Application Programming Interface ou Interface de Programação de Aplicação) para disponibilizar dados abertos e facilitar o acesso mais eficiente à informação do setor público. Veja alguns sites que podem ser interessantes para complementar o que você viu aqui. Portal Brasileiro de Dados Abertos Dados Abertos – Secretaria de Governo Digital Texto da Lei 14.129/2021 Open Knowledge Brasil 2.2 Governo como Plataforma Sabe quando apareceu o conceito de Governo como Plataforma pela primeira vez? Foi lá em 2011 e foi definido assim: Encorajar o setor privado a construir aplicações que o governo ainda não havia considerado ou não tem recursos para criar é o ponto principal de um governo como plataforma. (O'REILLY, 2011). https://dados.gov.br/home https://dados.gov.br/ https://www.gov.br/governodigital/pt-br/dados-abertos http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14129.htm https://ok.org.br/ 107Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Agora veja mais uma definição: Em resumo: como os dados do governo podem viabilizar novos negócios e acelerar o mercado? A lógica é a seguinte: o governo fornece dados como infraestrutura e o mercado privado cria, a partir deles, serviços para a sociedade. Mas vamos usar o termo também para considerar o ecossistema inteiro de APIs (Interfaces de Programação de Aplicação) e componentes compartilhados, padrões abertos e conjuntos de dados de base, além dos serviços construídos a partir desse ecossistema e os processos de governança que mantêm o sistema mais amplo, seguro e responsável. Para fortalecer e promover a execução desse conceito, a Lei 14.129/2021 traz uma definição do conceito e a Estratégia de Governo Digital – EGD (Decreto 10.332/2020) define um objetivo específico e uma iniciativa para a construção de governo como plataforma no contexto federal. Olha só a Lei 14.129/2021: Governo como Plataforma (Government as a Platform – GaaP) apresenta uma nova maneira de construir serviços públicos digitais usando um modelo de desenvolvimento colaborativo por uma comunidade de parceiros, fornecedores e cidadãos para compartilhar e aprimorar processos e capacidades públicas digitais, ou ampliá-los para o benefício da sociedade. (JOINUP, [s. d.]). Art. 4º Para os fins desta Lei, considera-se: [...] VII - governo como plataforma: infraestrutura tecnológica que facilite o uso de dados de acesso público e promova a interação entre diversos agentes, de forma segura, eficiente e responsável, para estímulo à inovação, à exploração de atividade econômica e à prestação de serviços à população [...] (BRASIL, 2021). Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 108 E olha só a EGD (BRASIL, 2020): Tudo a ver com governo integrado, não é mesmo? Tanto no sentido de integrar o governo com a sociedade para a construção de novos serviços baseados em dados governamentais como no sentido do ecossistema tecnológico! Que bom que você chegou até aqui! Agora é hora de você testar seus conhecimentos. Então, acesse o exercício avaliativo que está disponível no ambiente virtual. Bons estudos! Objetivo 15 - Governo como plataforma para novos negócios Iniciativa 15.1. Disponibilizar, no mínimo, vinte novos serviços interoperáveis que interessem às empresas e às organizações, até 2022. Veja os textos completos das leis. Para ver o texto da Lei 14.129/2021, clique aqui. Para ver o texto do Decreto 10.332/2020, clique aqui. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14129.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Decreto/D10332.htm 109Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública BRASIL. Decreto nº 10.332 de 28 de abril de 2020. Institui a Estratégia de Governo Digital para o período de 2020 a 2022, no âmbito dos órgãos e das entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2020. Disponível em: https://www.planalto.gov. br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/decreto/d10332.htm. Acesso em: 10 abr. 2023. BRASIL. Lei 14.129, de 29 de março de 2021. Dispõe sobre princípios, regras e instrumentos para o Governo Digital e para o aumento da eficiência pública [...]. Brasília, DF: Presidência da República, 2021. Disponível em: https://www.in.gov.br/ en/web/dou/-/lei-n-14.129-de-29-de-marco-de-2021-311282132. Acesso em: 10 abr. 2023. JOINUP. Government as a Platform. JoinUp Glossary. [s. l.], [s. d.]. Disponível em: https://joinup.ec.europa.eu/collection/elise-european-location-interoperability- solutions-e-government/glossary/term/government-platform. Acesso em: 11 abr. 2023. NAÇÕES UNIDAS. Introduction to data interoperability across the data value chain. In: Open Data and Interoperability Workshop. Dhaka: Nações Unidas, 2019. Disponível em: https://unstats.un.org/capacity-development/meetings/UNSD-DFID-SDG-Open- Data-Bangladesh/documents/Day-2-Interoperability.pdf. Acesso em: 10 abr. 2023. NAÇÕES UNIDAS. UN e-Government Survey 2020: Digital Government in the Decade of Action for Sustainable Development. Nova York: Nações Unidas, 2020. Disponível em: https://publicadministration.un.org/egovkb/en-us/Reports/UN-E-Government- Survey-2020. Acesso em: 10 abr. 2023. OPEN KNOWLEDGE FOUNDATION. Open Data Handbook. [s. l.]: Open Knowledge Foundation, 2015. Disponível em: http://opendatahandbook.org/guide/en/. Acesso em: 11 abr. 2023. O'REILLY, Tim. Government as a Platform. Innovations: Technology. Governance, Globalization. [s. l.], v. 6, n. 1, p. 13-40. Novembro, 2011. Disponível em: https://direct. mit.edu/itgg/article/6/1/13/9649/Government-as-a-Platform. Acesso em: 11abr. 2023. POPE, Richard. Playbook: Government as a Platform. Cambridge: Ash Center for Democratic Governance and Innovation, 2019. Disponível por: https://ash.harvard. edu/files/ash/files/293091_hvd_ash_gvmnt_as_platform_v2.pdf. Acesso em: 11 abr. 2023. Referências https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/decreto/d10332.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/decreto/d10332.htm https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/lei-n-14.129-de-29-de-marco-de-2021-311282132 https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/lei-n-14.129-de-29-de-marco-de-2021-311282132 https://joinup.ec.europa.eu/collection/elise-european-location-interoperability-solutions-e-government/glossary/term/government-platform https://joinup.ec.europa.eu/collection/elise-european-location-interoperability-solutions-e-government/glossary/term/government-platform https://unstats.un.org/capacity-development/meetings/UNSD-DFID-SDG-Open-Data-Bangladesh/documents/Day-2-Interoperability.pdf https://unstats.un.org/capacity-development/meetings/UNSD-DFID-SDG-Open-Data-Bangladesh/documents/Day-2-Interoperability.pdf https://publicadministration.un.org/egovkb/en-us/Reports/UN-E-Government-Survey-2020 https://publicadministration.un.org/egovkb/en-us/Reports/UN-E-Government-Survey-2020 https://direct.mit.edu/itgg/article/6/1/13/9649/Government-as-a-Platform https://direct.mit.edu/itgg/article/6/1/13/9649/Government-as-a-Platform https://ash.harvard.edu/files/ash/files/293091_hvd_ash_gvmnt_as_platform_v2.pdf https://ash.harvard.edu/files/ash/files/293091_hvd_ash_gvmnt_as_platform_v2.pdf Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 110 Módulo A Integração e Interoperabilidade na Administração Pública6 Que tal dar uma olhada no que já está acontecendo de concreto para o governo integrado na Administração Pública? O Brasil conquistou o 2º lugar no Índice de Maturidade em Governo Digital (GovTech Maturity Index), do Grupo Banco Mundial. Este reconhecimento é devido ao esforço no desenvolvimento de várias iniciativas na Administração Pública que incentivam e implementam a transformação digital no nosso governo. Neste módulo, você verá a principal iniciativa do Poder Executivo Federal para fomentar a interoperabilidade e integração, além de iniciativas de outras esferas e até outros países. Bons estudos! Unidade 1: O Programa Conecta gov.br Objetivo de aprendizagem Ao final desta unidade, você será capaz de classificar o Programa Conecta Gov.br como iniciativa de Governo Integrado no Poder Executivo Federal. Falou de interoperabilidade a nível federal, falou do programa Conecta gov.br. Nesta unidade, você verá o que é esse programa e algumas de suas ofertas para uso da Administração Pública federal, como o Catálogo e o Gerenciador de APIs. 111Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 1.1 O que é o Conecta gov.br Qual é a ideia principal do Conecta gov.br? Promover Governo Integrado. Simples assim! Lembra que Governo Integrado é um dos 6 princípios da Estratégia de Governo Digital? Então, a Secretaria de Governo Digital (SGD) iniciou esse programa para endereçar esse princípio, atuando como catalisadora e fomentadora de iniciativas transversais para alcançar a Administração Pública como um todo. É a SGD que operacionaliza o programa, que faz parte de toda uma família de sobrenome gov.br que trabalham a transformação digital no governo. O Conecta gov.br promove o compartilhamento seguro de informações entre os sistemas e bases de dados do Governo Federal com o objetivo de evitar que o cidadão tenha que reapresentar ao governo informações que ele já possua. Dessa maneira, o programa vem implantando o conceito “Apenas Uma Vez” (Once Only Principle), onde seria necessário fornecer apenas uma vez a informação e os órgãos e entidades da administração pública é que ficariam responsáveis por executar internamente ações que permitissem esse compartilhamento e reuso, ao invés de fazer com que cidadãos e empresas se ajustem aos procedimentos existentes. Do ponto de vista tecnológico, o foco do programa tem sido na disponibilização e consumo de informações por meio de Web Services e APIs (Application Programming Interface), várias delas ofertadas de forma gratuita para os órgãos e entidades do Poder Executivo Federal a partir de contratos centralizados. E olha só, o programa conquistou o 2º Lugar no 25º Concurso Inovação no Setor Público na Categoria 2: Inovação em Serviços ou Políticas Públicas no Poder Executivo Federal. Veja alguns links que podem ajudar a compreender melhor o Conecta gov.br. SGD - Conecta gov.br Estratégia de Governo Digital - Decreto nº 10.332 https://www.enap.gov.br/pt/acontece/noticias/ja-temos-os-vencedores-do-concurso-inovacao-no-setor-publico-2021 https://www.enap.gov.br/pt/acontece/noticias/ja-temos-os-vencedores-do-concurso-inovacao-no-setor-publico-2021 https://www.gov.br/governodigital/pt-br/governanca-de-dados/conecta-gov.br https://www.in.gov.br/web/dou/-/decreto-n-10.332-de-28-de-abril-de-2020-254430358 Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 112 1.1.1 Os Benefícios do Programa Para citar alguns benefícios, pode-se começar com a redução de custos para o cidadão e para o governo. Lembra do indicador Economia Estimada? Aquele baseado na economia calculada a partir da aplicação da Calculadora de Economia de Interoperabilidade, para o uso das APIs de CPF, de Certidão de Antecedentes Criminais, de Certidão de Quitação Eleitoral e de Código de Endereçamento Postal (CEP)? Essas são APIs oferecidas pelo programa Conecta gov.br, em parceria com os órgãos gestores dos dados, como Receita Federal do Brasil (RFB), Polícia Federal, Tribunal Superior Eleitoral e Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e também em parceria com um custodiante dos dados, o Serpro. Então, o programa teve papel decisivo para alcançarmos a economia estimada de R$ 2,68 bilhões, né? Outro grande benefício foi a melhoria na agilidade e na qualidade do serviço público prestado pelo fato das APIs ofertadas validarem automaticamente os dados. Mais um benefício que podemos mencionar é a melhoria na qualidade dos dados, fazendo, também, com que fraudes possam ser reduzidas. Se, por exemplo, a partir de um CPF informado, outros atributos forem recuperados automaticamente, como data de nascimento, fica mais difícil o cidadão fornecer informações diferentes em suas interações com o governo. 1.2 Conjunto de Dados Mais Utilizados (CPF, CNPJ, CEP) O programa Conecta gov.br oferece várias APIs (Application Programming Interface). Dentre elas, algumas se destacam pela quantidade de transações associadas: API de CPF, com atributos de pessoas físicas; API de CNPJ, para o conjunto de dados de empresas; e a API de CEP, com acesso ao Código de Endereçamento Postal. Essas são ofertas gratuitas para os órgãos usuários, a partir de contratações realizadas de forma centralizada no programa Conecta gov.br. API de CPF A API de CPF está ligada ao Cadastro Base do Cidadão (CBC), instituído pelo Decreto nº 10.046/2019. Esse Cadastro é a base de referência de cadastros de pessoas físicas para todos os órgãos e entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional. Em sua primeira versão, o 113Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública CBC utiliza a base cadastral de pessoas físicas (CPF) da Secretaria Especial da Receita Federal (RFB). Estão inscritos os brasileiros e aqueles estrangeiros que possuam alguma relação fiscal com a RFB, para fins de identificação dos contribuintes. Essa base conta hoje com cerca de 250 milhões de registros (considerando brasileiros, estrangeiros e falecidos). No final de 2022, essa API é utilizada por 48 unidades de TI da Administração Pública Federal e foi responsável, em média, por mais de 17,5 milhões de transações por mês, considerando 2022. API de CNPJ A API Consulta CNPJ disponibiliza três serviços, correspondentes a trêstipos de consultas, para o conjunto de dados do CNPJ, administrado pela Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil (RFB). O Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) compreende as informações cadastrais de pessoas jurídicas e outros tipos de arranjo jurídico sem personalidade jurídica (como condomínios, órgãos públicos, fundos), ou seja, informações cadastrais das entidades de interesse das administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 37 unidades de TI da Administração Pública Federal já utilizam essa API, com mais de 76 mil transações por mês, em média, em 2022. API de CEP Finalmente, a API de CEP é a API do Cadastro Base de Endereço. Esse é outro Cadastro Base instituído pela Resolução nº 05 de 12 de janeiro de 2021 do CCGD (Comitê Central de Governança de Dados), que traz como base de referência um conjunto mínimo de dados de endereço. Esse conjunto de dados de endereço, no final de 2022, conta com dados vinculados ao CEP e é oferecido a partir de acordo com a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), os atuais gestores dos dados. São 36 unidades de TI da Administração Pública Federal utilizando essa API, alcançando mais de 525 mil transações por mês, em média, em 2022. Depois de conhecer sobre as APIs utilizadas no Conecta gov.br, você sabe qual o impacto estimado da interoperabilidade por transação para essas APIs? Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 114 Impactos da interoperabilidade. Fonte: Brasil (2023a; 2023b; 2023c). Elaboração: da autora. Adaptação: CEPEP/UFSC (2023). Conheça cada uma das APIs citadas mais a fundo. API de CPF API de CNPJ API de CEP 1.3 Catálogo de APIs Como garantir que a descoberta das APIs seja facilitada? Criando um catálogo que divulga as principais APIs governamentais disponíveis para uso por outros órgãos públicos. APIs governamentais devem estar disponíveis em um portal único institucional ou pelo menos indexadas em um catálogo único. Dessa maneira, fica facilitada a descoberta não só por parte de desenvolvedores que vão utilizá-las em uma implementação, mas também por gestores para entenderem os conjuntos de dados disponíveis que podem ser integrados com seus serviços públicos. O Conecta gov.br disponibiliza um catálogo único de APIs governamentais, realizando uma busca ativa por APIs desenvolvidas pelos órgãos públicos para inclusão e divulgação pelo portal. Quer ver? Acesse o Catálogo de APIs governamentais. https://www.gov.br/conecta/catalogo/apis/cadastro-base-do-cidadao-cbc-cpf https://www.gov.br/conecta/catalogo/apis/consulta-cnpj https://www.gov.br/conecta/catalogo/apis/cep-codigo-de-enderecamento-postal http://gov.br/conecta/catalogo 115Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Na videoaula a seguir, você verá uma navegação pelo Catálogo de APIs. Assista! Videoaula: Apresentação do Catálogo de APIs Governamentais 1.4 Gerenciador de APIs Outra oferta que o programa Conecta gov.br traz para os órgãos da Administração Pública é uma ferramenta que funciona como um ponto único de acesso a APIs; aplica políticas e mecanismos de segurança, como autenticação e logs de acesso; realiza controle desse acesso, com limitação baseada em usuário, por exemplo; e redirecionamento e filtragem de tráfego. Lembrou o nome da ferramenta? É um Gerenciador de APIs! Também é outra oferta gratuita do programa Conecta gov.br para os órgãos e entidades do Poder Executivo Federal que desejam disponibilizar APIs. Que tal ver mais alguns detalhes? O Gerenciador de APIs do Conecta gov.br objetiva facilitar a disponibilização e o consumo de dados, por meio de APIs, e é mais uma ferramenta para promover a interoperabilidade de dados entre os órgãos da Administração Pública Federal. A ideia do Gerenciador de APIs é facilitar a interoperabilidade de dados para os órgãos cedentes de dados e o consumo dos dados para os órgãos recebedores de dados por meio de várias funcionalidades ofertadas aos cedentes de dados, tais como: gestão do acesso às APIs, proteção da infraestrutura, controle de consumo e disponibilização de um ponto único de acesso às APIs. No gerenciador, você pode: • Liberar ou revogar o acesso a sua API; • Ter o controle de quem está acessando suas API (conforme Lei Geral de Proteção de Dados - LGPD); • Proteger sua infraestrutura tecnológica (caso você seja o provedor da API); • Obter relatórios gerenciais sobre o consumo da sua API. https://cdn.evg.gov.br/cursos/935_EVG/video/modulo06_video06/index.html https://cdn.evg.gov.br/cursos/935_EVG/video/modulo06_video06/index.html Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 116 Você vai compartilhar dados com outros órgãos? Crie a API e deixe que o Gerenciador de API do Conecta gov.br faça a gestão do acesso. Quer mais detalhes ainda? Acesse a documentação da ferramenta aqui. Você chegou ao final desta Unidade de estudo. Caso ainda tenha dúvidas, reveja o conteúdo e se aprofunde nos temas propostos. Até a próxima! https://gerenciador-conecta.readthedocs.io/ 117Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública BRASIL. Secretaria de Governo Digital. Catálogo de APIs Governamentais, Brasília, DF, 2023a. Disponível em: https://www.gov.br/governodigital/pt-br/governanca-de- dados/conecta-gov.br. Acesso em: 11 abr. 2023. BRASIL. Secretaria de Governo Digital. Conecta gov.br, Brasília, DF, 2023b. Disponível em: https://www.gov.br/governodigital/pt-br/governanca-de-dados/conecta-gov.br. Acesso em: 11 abr. 2023. BRASIL. Secretaria de Governo Digital. Gerenciador de APIs do Conecta, Brasília, DF, 2023c. Disponível em: https://gerenciador-conecta.readthedocs.io/. Acesso em: 11 abr. 2023. Referências https://www.gov.br/governodigital/pt-br/governanca-de-dados/conecta-gov.br https://www.gov.br/governodigital/pt-br/governanca-de-dados/conecta-gov.br Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 118 Unidade 2: Outras Iniciativas de Integração e Interoperabilidade Objetivo de aprendizagem Ao final desta unidade, você será capaz de reconhecer iniciativas de integração e interoperabilidade. Governo Integrado vale para todas as esferas e todos os poderes. E vale também para outros governos. Nesta unidade, você irá conhecer alguns exemplos de como a interoperabilidade está sendo tratada nesses diversos níveis. 2.1 A Iniciativa de Interoperabilidade da Estônia Sabe onde fica a Estônia? Bem aqui: Mapa localizando a Estônia. Fonte: Google Maps (2023). . 119Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Você sabia que a Estônia tem mais de 2.000 lagos? Mas, além dos lagos, a Estônia é uma das sociedades mundiais mais avançadas do ponto de vista digital. Desde 1991, quando saíram de domínio estrangeiro, os estonianos aproveitaram a oportunidade única de começar do nada para criar sistemas de baixo custo, na ponta da tecnologia e que considerassem acessibilidade e eficiência. Hoje, somente 2 serviços públicos possuem a exigência de serem presenciais: casar e comprar um imóvel. O resto, sim, todo o resto, é digital. Até votar? Sim, até votar. O governo disponibiliza serviços para identidade digital (e-Identity), assistência médica (e-Health Record, e-Ambulance, e-Prescription) e empresas (e-Tax, e-Banking, e-Business Register), só para dar exemplos. Até a residência pode ser digital (e-Residency). Para alcançar esse estágio de desenvolvimento em governo digital, várias soluções de TI foram construídas, com ênfase em interoperabilidade. Direto do site deles: O estado centrado em cidadão e a sociedade orientada a serviços do século 21 precisam que sistemas de informação funcionem como um todo integrado para dar suporte a cidadãos e organizações. Deve existir interoperabilidade entre organizações diferentes e sistemas de informação. Em outras palavras, eles devem ser capazes de trabalhar em conjunto e dados devem ser solicitados do cidadão apenas umavez. (E-ESTONIA, 2023). Para alcançar o descrito acima, o governo da Estônia disponibiliza o X-Road. O X-Road é um software aberto e uma solução de ecossistema que fornece troca de dados unificada e segura entre organizações, ou seja, é uma camada de troca de dados padronizada, coesiva, colaborativa, interoperável e segura. Para assegurar transferências seguras, todos os dados de saída são assinados digitalmente e encriptados, e todos os dados de entrada são autenticados e registrados. A solução X-Road é a espinha dorsal do e-Estonia. Invisível, mas crucial, permite que os vários sistemas de informação de serviços digitais do setor público e privado do país se conectem e funcionem em harmonia. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 120 Todos os serviços de solução digital da Estônia se apoiam no X-Road. A solução não só conecta diferentes sistemas de informações, mas também pode escrever em múltiplos sistemas, transmitir grandes conjuntos de dados e executar pesquisas em vários sistemas de informação simultaneamente. X-Road foi projetado com crescimento em mente, de forma que possa ser ampliado à medida que novos serviços digitais e novas plataformas estiverem on-line. Hoje, está implementado na Finlândia, Quirguistão, Ilhas Faroe, Islândia, Japão, entre outros. Olha só alguns números do X-Road: Números do X-Road. Fonte: E-ESTONIA (2023). Para ver as iniciativas da Estônia, clique aqui. Para conhecer a iniciativa X-Road, clique aqui. Tenha também uma visão mais técnica da solução X-Road, clicando aqui. 2.2 A Iniciativa de Interoperabilidade do Uruguai Sabe um vizinho nosso, com laços culturais próximos ao Rio Grande do Sul e que foi conhecido como a “Suíça da América do Sul”? Então, o Uruguai é um dos países mais desenvolvidos do ponto de vista digital da América Latina. https://e-estonia.com/ https://e-estonia.com/solutions/interoperability-services/x-road/ https://x-road.global/ 121Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Tem uma agência específica para cuidar e fomentar a transformação digital no governo, criada em 2005: Agencia de Gobierno Electrónico y Sociedad de la Información y del Conociemento (Agesic). Dentre outras iniciativas, a Agência disponibiliza a Plataforma de Integração (Plataforma de Integración – PDI) como parte da Plataforma de Governo Digital do país. A PDI tem como objetivo geral facilitar e promover a implementação de serviços de governo digital no Uruguai. Para isto, inclui mecanismos que visam simplificar a integração entre os órgãos do Estado e possibilitar o melhor aproveitamento de seus ativos. A PDI provê infraestrutura (hardware e software) e serviços utilitários, que reduzem a complexidade de implementar serviços digitais para cidadãos ou para outras agências públicas. Dessa forma, a PDI fornece os mecanismos técnicos idôneos para implementar serviços compostos, baseados em serviços oferecidos por diferentes órgãos, normalizando e integrando a informação proveniente destes. A nível tecnológico, a PDI possibilita que os organismos forneçam suas funcionalidades de negócio através de serviços de software de forma independente da plataforma em que foram implementados. Lembrou algum conceito? Já está no próprio nome: interoperabilidade! Isso corresponde à aplicação de uma Arquitetura Orientada a Serviços (SOA) a nível de estado, na qual os serviços oferecidos pelos órgãos são descritos, publicados e descobertos, invocados e combinados através de interfaces e protocolos padronizados. A Plataforma de Integração possui três componentes: Sistema de controle de acesso É integrado por uma suíte de produtos que permitem a autenticação e autorização para o consumo de serviços baseados no padrão XML, atua como porta de entrada da Plataforma. Sistema de gestão de metadados Fornece uma especificação de alto nível dos conceitos relativos a serviços públicos, de forma a evitar, ou eventualmente resolver, ambiguidades na gestão desses conceitos por parte dos órgãos. Barramento de serviços É o componente intermediário (middleware) da PDI e conta com mecanismos para facilitar o desenvolvimento, implantação e integração de serviços e aplicações. É composto por dois ESBs (Enterprise Service Bus) com o objetivo de Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 122 obter o melhor de ambos e ampliar o espectro de possibilidades em termos de métodos de conexão. Os órgãos podem utilizar essa plataforma para publicar e descobrir serviços, bem como utilizar as diferentes capacidades de mediação, que permitem desacoplar clientes e serviços. Para dar uma olhada na Agesic, clique aqui. Clicando aqui você pode ver a Plataforma de Integración. 2.3 Iniciativas em Outras Esferas/Poderes Você já viu sobre o programa Conecta gov.br, operacionalizado pela Secretaria de Governo Digital, que disponibiliza várias ofertas para o Poder Executivo Federal, mas a interoperabilidade também tem sido endereçada em ouras esferas e em outros poderes. Você verá aqui algumas iniciativas como exemplos, mas claro que não é uma lista exaustiva! No Senado Federal, por exemplo, temos o Núcleo de Qualidade e Padronização de Processos e Produtos de Software na Secretaria de Tecnologia da Informação Prodasen, que dentre suas atribuições, trata da interoperabilidade das soluções de software. Veja mais alguns exemplos: Conselho Nacional de Justiça O Modelo Nacional de Interoperabilidade, do Conselho Nacional de Justiça, foi definido com a contribuição de vários órgãos do Poder Judiciário com o objetivo de estabelecer os padrões para intercâmbio de informações de processos judiciais e assemelhados entre os diversos órgãos de administração de justiça, além de servir de base para implementação das funcionalidades pertinentes no âmbito do sistema processual. Clique aqui para conhecer essa iniciativa. Tribunal Superior Eleitoral (TSE) O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) disponibiliza um conjunto de APIs que complementam o projeto de Identidade Digital do governo federal, como, por exemplo, a API de Certidão de Quitação Eleitoral. Para conhecê-las, clique aqui. https://www.gub.uy/agencia-gobierno-electronico-sociedad-informacion-conocimiento/ https://www.gub.uy/agencia-gobierno-electronico-sociedad-informacion-conocimiento/interoperabilidad https://www.cnj.jus.br/tecnologia-da-informacao-e-comunicacao/comite-nacional-de-gestao-de-tecnologia-da-informacao-e-comunicacao-do-poder-judiciario/modelo-nacional-de-interoperabilidade/ https://www.gov.br/conecta/catalogo/apis/quitacao-eleitoral 123Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Agência Estadual de Tecnologia da Informação de Pernambuco (ATI) A Agência Estadual de Tecnologia da Informação (ATI) de Pernambuco, que, dentre outras competências, coordena e supervisiona as atividades de prospecção, proposição, padronização, disseminação e suporte tecnológico para a arquitetura de Sistemas de Informação de Governo, promovendo a interoperabilidade. Clique aqui para conhecê-la. Prefeitura do Rio de Janeiro A prefeitura do Rio de Janeiro se propõe a estar alinhada com a iniciativa do governo federal, em estabelecer políticas e processos com foco na interoperabilidade, potencializando os benefícios advindos desta estratégia. Também, o Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro tem, em sua estrutura organizacional, uma Divisão de Interoperabilidade do Processo Eletrônico (Dipre), para observância do modelo nacional de interoperabilidade vigente, dentre outros. Veja aqui. Estado de Santa Catarina O estado de Santa Catarina instituiu, no Decreto no 220/2015, a observação de aspectos de interoperabilidade, dentre outros, para a definição dos projetos de tecnologia da informação. Veja aqui. Programa Municipal de Transformação Digital de São Paulo O Decreto nº 61.718/2022 institui o Programa Municipal de Transformação Digital no âmbito municipal de São Paulo. E olha só, coloca que asfuncionalidades das plataformas de governo digital no município deverão observar padrões de interoperabilidade e a necessidade de integração de dados como formas de simplificação e de eficiência nos processos e no atendimento aos usuários. Interoperabilidade na concepção! Veja aqui. Prefeitura de Volta Redonda (RJ) Não são somente os grandes municípios que já estão sensíveis a essa necessidade. Veja um artigo sobre as perspectivas e desafios em Volta Redonda aqui. Veja um vídeo sobre o uso de dados nas prefeituras: interoperabilidade e integração de sistemas, clicando aqui. https://www2.ati.pe.gov.br/web/site-ati/home http://www.pcrj.rj.gov.br/web/epingrio/o-que-e http://www.portaldoservidor.sc.gov.br/ckfinder/userfiles/arquivos/Legislacao%20Correlata/Decretos/2015-Decreto_N_220_de_17_de_junho_de_2015.pdf https://legislacao.prefeitura.sp.gov.br/leis/decreto-61718-de-18-de-agosto-de-2022 https://doi.org/10.5753/wcge.2020.11266 https://www.youtube.com/watch?v=kdA3HwiEGm8&ab_channel=Gove Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 124 Caso tenha curiosidade em conhecer o framework de interoperabilidade da União Europeia (EIF), clique no botão. Framework de Interoperabilidade da União Europeia (EIF) Que bom que você chegou até aqui! Agora é hora de você testar seus conhecimentos. Então, acesse o exercício avaliativo que está disponível no ambiente virtual. Bons estudos! https://articulateusercontent.com/rise/courses/D58B1E5ueb7MPVCdRtAewQP12FbK_tVV/l0HfTgMNsWiTVllZ-Framework%2520de%2520Interoperabilidade%2520da%2520Uni%25C3%25A3o%2520Europeia%2520(EIF).pdf https://articulateusercontent.com/rise/courses/D58B1E5ueb7MPVCdRtAewQP12FbK_tVV/l0HfTgMNsWiTVllZ-Framework%2520de%2520Interoperabilidade%2520da%2520Uni%25C3%25A3o%2520Europeia%2520(EIF).pdf 125Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública ABEP-TIC. Índice ABEP-TIC de Oferta de Serviços. [s. l.], [2023]. Disponível em: https:// abep-tic.org.br/pesquisa-indice-abep-tic/. Acesso em: 17 jul. 2023. AGESIC. Agesic - Agencia de Gobierno Electrónico y Sociedad de la Información y del Conociemento, Montevidéu, [2023a]. Disponível em: https://www.gub.uy/ agencia-gobierno-electronico-sociedad-informacion-conocimiento/. Acesso em: 11 abr. 2023. AGESIC. Plataforma de Interoperabilidad. Montevidéu, [2023b]. Disponível em: https://www.gub.uy/agencia-gobierno-electronico-sociedad-informacion- conocimiento/interoperabilidad. Acesso em: 11 abr. 2023 CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Modelo Nacional de Interoperabilidade. Brasília, 2018. Disponível em: https://www.cnj.jus.br/tecnologia-da-informacao- e-comunicacao/comite-nacional-de-gestao-de-tecnologia-da-informacao-e- comunicacao-do-poder-judiciario/modelo-nacional-de-interoperabilidade/. Acesso em: 11 abr. 2023. CRUZ, Matheus; DELGADO, Marcos; BERNARDINI, Flavia; NUNES, Vanessa; BASTOS, Carlos Alberto. Interoperabilidade e Integração de Sistemas e Dados para Apoio à Tomada de Decisão pela Gestão da Prefeitura de Volta Redonda-RJ: Perspectivas e Desafios. In: Workshop de Computação Aplicada em Governo Eletrônico (WCGE), 8. 2020, Cuiabá. Anais [...]. Porto Alegre: Sociedade Brasileira de Computação, 2020. p. 148-155. Disponível em: https://sol.sbc.org.br/index.php/wcge/article/view/11266. Acesso em: 17 jul. 2023. E-ESTONIA. E-Estonia. Tallinn, [2023]. Disponível em: https://e-estonia.com/. Acesso em: 11 abr. 2023. ESTADO DE SANTA CATARINA. Decreto nº 220/2015, de 17 de junho de 2015. Dispõe sobre a estruturação, organização, implantação e operacionalização do Sistema de Gestão de Tecnologia da Informação e Governança Eletrônica. Florianópolis: Governo do Estado de Santa Catarina. Disponível em: http://www.portaldoservidor.sc.gov.br/ ckfinder/userfiles/arquivos/Legislacao%20Correlata/Decretos/2015-Decreto_N_220_ de_17_de_junho_de_2015.pdf. Acesso em: 11 abr. 2023. GOOGLE MAPS. Google Maps. [s. l.], [2023]. Disponível em: maps.google.com. Acesso em: 11 abr. 2023. GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO. Agência Estadual de Tecnologia da Informação de Pernambuco (ATI). Recife, [2023]. Disponível em: https://www2.ati. Referências Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 126 pe.gov.br/web/site-ati/home. Acesso em: 11 abr. 2023. JOINUP. NIFO - National Interoperability Framework Observatory, [s. l.], [2023]. Disponível em: https://joinup.ec.europa.eu/collection/nifo-national-interoperability- framework-observatory. Acesso em: 11 abr. 2023. MUNICÍPIO DE SÃO PAULO. Decreto nº 61.718/2022, de 18 de agosto de 2022. Institui o Programa Municipal de Transformação Digital e dá outras providências. São Paulo: Prefeitura do Município de São Paulo. Disponível em: https://legislacao.prefeitura. sp.gov.br/leis/decreto-61718-de-18-de-agosto-de-2022. Acesso em: 11 abr. 2023. PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO. O que é. Rio de Janeiro, [2023]. Disponível em: http://www.pcrj.rj.gov.br/web/epingrio/o-que-e. Acesso em: 11 abr. 2023. TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL. API de Certidão de Quitação Eleitoral. Conecta gov. br. Brasília, 2018. Disponível em: https://www.gov.br/conecta/catalogo/apis/quitacao- eleitoral. Acesso em: 11 abr. 2023. Unidade 1: O que é Governo Digital? 1.1 O Conceito de Governo Digital Unidade 1 - Integração e Interoperabilidade são Diferentes? 1.1. O que é Integração? Referências Unidade 2 - O Brasil como um Governo Digital 2.1 A Transformação Digital dos Serviços Públicos Brasileiros 2.2 A Estratégia de Governo Digital (EGD) Referências 1.2 Os Pilares de Governo Digital Unidade 1 - Os Normativos para um Governo Integrado Referências Unidade 2: Por que Construir um Governo Integrado e Interoperável? 2.1 O Governo Integrado na Perspectiva do Cidadão 2.2 O Governo Integrado na Perspectiva do Governo 2.3 O Princípio Once-only 2.4 Os Benefícios de um Governo Integrado Referências 2.1 O que é Interoperabilidade? 2.2 Camadas de Interoperabilidade 1.2 As Barreiras para Integração Unidade 1: Termos Técnicos para Integração e Interoperabilidade 1.1 Tipos de Integração: Assíncrona, Quase Tempo Real e Síncrona Referências Unidade 2 - Integração de Dados e Proteção de Dados Pessoais 2.1 Lei 13.709/2018 - Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais 2.2 Guia Orientativo ANPD no Poder Público Referências 1.1 Decreto 10.332/2020 - Estratégia de Governo Digital 1.2 Lei 14.129/2021 - Princípios, Regras e Instrumentos para Governo Digital 1.3 Decreto 8.936/2016 - Plataforma de Cidadania Digital 1.4 Decreto 10.046/2019 - Compartilhamento de Dados Unidade 1: Governança de Dados 1.1 Registro de Referência Referências Unidade 3: Métricas e Indicadores para Integração 3.1 Número de Serviços Digitais Integrados 3.2 Número de Integrações por Serviço Digital 3.3 Economia Estimada 3.4 Métricas de Volume 3.5 Tempo entre Atualização e Disponibilidade dos Dados Referências Unidade 2: Como Calcular o Benefício da Integração 2.1 Calculadora de Economia com Interoperabilidade 2.2 Metodologia de Cálculo Referências 1.2 O uso das APIs para integração 1.2.1 Gerenciador de API 1.3 O Componente de Barramento de Serviços (ESB) 1.4 Replicação Unidade 1: O Programa Conecta gov.br Referências Unidade 2: Reuso de Dados pela Sociedade 2.1 Dados Abertos 2.2 Governo como Plataforma Referências 1.2 Cartilha de Governança de Dados Referências Unidade 2: Outras Iniciativas de Integração e Interoperabilidade 2.2 A Iniciativa de Interoperabilidade da Estônia 2.3 A Iniciativa de Interoperabilidade do Uruguai 2.4 Iniciativas em Outras Esferas/Poderes Referências 1.3 Outros Aspectos Importantes para a Atuação Voluntária no MIF 1.1.1 Os Benefícios do Programa 1.2 Conjunto de Dados Mais Utilizados (CPF, CNPJ, CEP) 1.3 Catálogo de APIs 1.4 Gerenciador de APIsÉ preciso ter em mente que ecossistemas de tecnologia digital dependem de dados. Analise, na figura, como pode ser esse ecossistema de tecnologias digitais: Transformação digital refere-se aos efeitos econômicos e sociais da digitização e da digitalização. 11Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Um ecossistema de Tecnologias Digitais. Fonte: OECD (2019a). Elaboração: CEPED/UFSC (2023). Ah, só um esclarecimento: se você for usar os termos em inglês “e-government” e “digital government”, entenda que, no momento, eles são usados de forma equivalente, ou seja, não existe distinção formal entre os termos. Em vários países, o termo “e-government” ou “e-gov” já foi até institucionalizado em políticas e estratégias nacionais com o mesmo significado de governo digital. Em alguns casos, o termo “digital government” já está sendo utilizado como uma nova fase do “e-government”. Porém, a maioria das referências acadêmicas usa mesmo “e-government” no momento. Se quiser procurar referências internacionais, comece com o termo “e-government” ou “e-gov”. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 12 Nove pilares de Transformação Digital. Fonte: Nações Unidas (2020). Elaboração: CEPED/UFSC (2023). 1.2 Os Pilares de Governo Digital Deu para perceber que transformação digital do governo está diretamente ligada com uma visão estratégica de desenvolvimento nacional, certo? E isso exige mudança na governança e na cultura do governo. Isso passa por promover a inclusão digital e garantir que todas as pessoas, incluindo grupos vulneráveis, possam acessar novas tecnologias para melhorar sua qualidade de vida. Deve-se colocar pessoas em primeiro plano e girar em torno de suas necessidades. Quer ver os nove pilares-chave para transformação digital do governo, de acordo com as Nações Unidas (2020)? Esses pilares-chave contribuem para auxiliar o governo a restaurar, manter ou aumentar o nível de confiança pública. Em especial, uma boa governança de dados tem a habilidade de aumentar a qualidade dos serviços públicos e, ao melhorar a acessibilidade e a disponibilidade dos dados, permite que os governos forneçam serviços mais responsivos, confiáveis, éticos, abertos e justos (OECD, 2019b). 13Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública • Visão, liderança e mentalidade: Fortalecer a liderança transformativa, mudança de mentalidade e capacidades digitais individuais. • Marco institucional e regulatório: Desenvolver um ecossistema institucional integrado por meio de marcos legais e regulatórios compreensíveis. • Configuração e cultura organizacional: Transformar a configuração e a cultura organizacional. • Pensamento sistêmico e integração: Promover pensamento sistêmico e desenvolvimento de abordagens integradas para elaboração de políticas e entrega de serviços. • Governança de dados: Garantir gerenciamento de dados profissional e estratégico para permitir elaboração de políticas orientadas a dados e acesso à informação por meio de dados abertos de governo, entre outros acessos a dados e prioridades de uso. • Infraestrutura de TIC Disponibilizar acesso à tecnologia, inclusive para compra. • Recursos: Mobilizar recursos e alinhar prioridades, planos e orçamento, inclusive pelo uso de parcerias público-privadas. • Capacidade dos capacitadores: Melhorar a capacidade de escolas de administração pública e outras instituições. • Capacidades sociais: Desenvolver capacidades no nível de sociedade para não deixar ninguém para trás e superar a divisão digital. Você chegou ao final desta Unidade de estudo. Caso ainda tenha dúvidas, reveja o conteúdo e se aprofunde nos temas propostos. Até a próxima! Veja as definições de cada um dos pilares-chave: Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 14 ASTOK, Hannes. Introdução ao governo digital: Estonia Hub. Tallin: e-Governance Academy. 2017. Disponível em: https://estoniahub.com.br/wp- content/uploads/2020/12/manual-egov-portugues.pdf. Acesso em: 10 abr. 2023. FREEPIK COMPANY. [Banco de Imagens]. Freepik, Málaga, 2023. Disponível em: https://www.freepik.com/. Acesso em: 10 abr. 2023. HAYDIN, Victor. Digital Transformation in Government: A Guide for Execution. Intellias, Chicago, 14, agosto. 2020. Disponível em: https://intellias.com/digital- transformation-in-government-a-guide-for-execution/. Acesso em: 10 abr. 2023. NAÇÕES UNIDAS. UN e-Government Survey 2020: Digital Government in the Decade of Action for Sustainable Development. Nações Unidas: Nova York. 2020. Disponível em: https://publicadministration.un.org/egovkb/en-us/Reports/UN-E- Government-Survey-2020. Acesso em: 10 abr. 2023. OECD. Digital Government Index: 2019 results. OECD Public Governance Policy Papers, Paris, n. 3, [s. p.], 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1787/4de9f5bb- en. Acesso em: 10 abr. 2023. OECD. Digital transformation of public service delivery. In: Government at a Glance. Paris: OECD Publishing, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.1787/ gov_glance-2017-72-en. Acesso em: 10 abr. 2023. OECD. Going Digital: Shaping Policies, Improving Lives. Paris: OECD Publishing, 2019a. Disponível em: https://doi.org/10.1787/9789264312012-en. Acesso em: 10 abr. 2023. OECD. The Path to Becoming a Data-Driven Public Sector. Paris: OECD Publishing, 2019b. Disponível em: https://doi.org/10.1787/059814a7-en. Acesso em: 19 jul. 2023. UNITED NATIONS. UN e-Government Survey 2022: The Future of Digital Government. United Nations: Nova York. 2022. Disponível em: https:// publicadministration.un.org/egovkb/en-us/Reports/UN-E-Government- Survey-2022. Acesso em: 10 abr. 2023. Referências https://estoniahub.com.br/wp-content/uploads/2020/12/manual-egov-portugues.pdf https://estoniahub.com.br/wp-content/uploads/2020/12/manual-egov-portugues.pdf https://intellias.com/digital-transformation-in-government-a-guide-for-execution/ https://intellias.com/digital-transformation-in-government-a-guide-for-execution/ https://publicadministration.un.org/egovkb/en-us/Reports/UN-E-Government-Survey-2020 https://publicadministration.un.org/egovkb/en-us/Reports/UN-E-Government-Survey-2020 https://doi.org/10.1787/4de9f5bb-en https://doi.org/10.1787/4de9f5bb-en https://doi.org/10.1787/gov_glance-2017-72-en https://doi.org/10.1787/gov_glance-2017-72-en https://doi.org/10.1787/9789264312012-en https://publicadministration.un.org/egovkb/en-us/Reports/UN-E-Government-Survey-2022 https://publicadministration.un.org/egovkb/en-us/Reports/UN-E-Government-Survey-2022 https://publicadministration.un.org/egovkb/en-us/Reports/UN-E-Government-Survey-2022 15Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 2 - O Brasil como um Governo Digital Objetivo de aprendizagem Ao final desta unidade, você será capaz de reconhecer, a partir das iniciativas e índices, o Brasil como um Governo Digital. E o nosso governo brasileiro, como está tratando da Transformação Digital? Venha descobrir nesta unidade! Aqui, você terá a oportunidade de explorar a transformação em curso nos serviços públicos brasileiros, comparar a maturidade digital do Brasil com a de outros países e conhecer o mapa estratégico para priorizar e implementar iniciativas que impulsionem ainda mais a transformação digital do setor público no país. 2.1 A Transformação Digital dos Serviços Públicos Brasileiros Como você usa a internet hoje? Fonte: Freepik (2023). Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 16 Como você vai ao banco hoje? E compras, como você faz? E os pedidos de comida? Muitas vezes a resposta vai ser “eu uso a internet, porque é mais prático, mais rápido e mais fácil e eu posso fazer isso a qualquer hora, em qualquer lugar”. A sociedade está acostumada a lidar com várias empresas e negócios dessa maneira. Nada mais natural do que esperar que os serviços públicos do governo também estejam na internet. E que a experiência seja parecida: prática, rápida e fácil. Issoé o que os cidadãos passaram a esperar quando se fala em fazer contato e conversar com as agências governamentais. Eles esperam ter serviços adaptados às suas necessidades e contextos; que possam ser acessados de forma consistente; e também que estejam envolvidos na própria elaboração dos serviços. Cidadãos e empresas que já são digitais querem interagir com o governo por meio de sistemas inteligentes que compartilhem dados entre aplicações e entre níveis de governo. Serviços on-line entregues de forma inadequada ou usando tecnologias do passado são percebidos de forma negativa. Isso pede uma significante coordenação entre agências e compartilhamento de recursos, começando com uma identidade digital comum e uma estrutura política coerente para compartilhamento de dados e reuso no setor público. Por isso, os governos têm investido cada vez mais na sua transformação digital. Alguns estão desenvolvendo uma abordagem estratégica e proativa, enquanto outros estão tratando somente questões pontuais. E o Brasil, está fazendo o quê? Muita coisa! O governo brasileiro vem, cada vez mais, trabalhando na sua capacidade digital. A maneira como os serviços digitais são definidos e prestados no setor privado passou a valer como padrão para a entrega de serviços públicos digitais por agências governamentais. 17Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Transformação digital no governo significa oferecer um serviço público de qualidade, com menor gasto de tempo e dinheiro por parte do cidadão, para melhorar a vida daqueles que vivem e trabalham no país. O Poder Executivo Federal já conta com uma estrutura organizacional dedicada a este tema, que envolve o Ministério de Gestão e Inovação e a Presidência da República como incentivadores do desenvolvimento do tema em todos os órgãos e entidades da administração pública federal. Nessa estrutura, a Secretaria de Governo Digital (SGD), do Ministério da Gestão e Inovação, é responsável pela definição de políticas e diretrizes, por orientar normativamente e supervisionar as atividades de governança e de gestão dos recursos de tecnologia da informação e comunicação do sistema. Para isso, a SGD trabalha em conjunto com a Presidência da República e com a Secretaria de Orçamento Federal (SOF) do Ministério do Planejamento e Orçamento. São 6 prioridades identificadas, conforme Secretaria de Governo Digital. 1 Consolidar a Plataforma GOV.BR; 2 Expandir a Rede GOV.BR; 3 Estabelecer a Infraestrutura Nacional de Dados; 5 Fortalecer a maturidade e resiliência em Privacidade e Segurança da Informação; 4 Implementar e expandir novo sistema de identificação e a nova Carteira de Identidade Nacional; 6 Evoluir a governança dos recursos de Tecnologia da Informação (TI) dos órgãos do Sisp. É muita coisa mesmo! Cada prioridade envolve: • definir diretrizes; • criar normativos; • coordenar projetos; • promover a prospecção; https://www.gov.br/governodigital/pt-br/sisp/secretaria-de-governo-digital-sgd Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 18 1 Design System Apresenta os padrões de interface que devem ser seguidos por designers e desenvolvedores para garantir a experiência única na interação com os sistemas interativos da administração pública federal (disponível aqui). 2 Modelo de Qualidade dos Serviços Públicos Visa auxiliar os gestores a diagnosticar a qualidade e a elaborar um plano para melhorar seus serviços (disponível aqui). 3 Modelo de Custos de serviços públicos Instrumento que busca medir e quantificar, além dos encargos administrativos, os custos (muitas vezes ocultos) decorrentes da utilização dos serviços públicos (disponível aqui). 5 Pesquisa com Usuários A Pesquisa com Usuários é um serviço realizado pela Secretaria de Governo Digital e não envolve custos para os órgãos. Os projetos de pesquisa com usuários produzem conhecimento sobre como as pessoas se sentem ao utilizar um produto, sistema ou serviço público digital. Ela investiga tanto aspectos de design quanto de experiência do usuário (disponível aqui). 4 Automação de serviços A Plataforma de Automação da Secretaria de Governo Digital automatiza os serviços de sua instituição, auxilia os órgãos no atendimento rápido às demandas da sociedade e acelera ainda mais a transformação digital dos serviços públicos (disponível aqui). • desenho e melhorias de arquiteturas; • metodologias; • processos; • aplicações; • plataformas e bases tecnológicas a serem adotadas. Para fazer tudo isso, os órgãos podem contar com as várias ferramentas e soluções para promover a transformação dos serviços públicos, orientados pela perspectiva dos cidadãos e empresas, buscando a simplificação e a oferta de serviços por meio de canais digitais. Veja, a seguir, algumas ferramentas utilizadas no governo federal. https://www.gov.br/governodigital/pt-br/transformacao-digital/ferramentas/design-system https://www.gov.br/governodigital/pt-br/transformacao-digital/ferramentas/modelo-de-qualidade-dos-servicos-digitais https://www.gov.br/governodigital/pt-br/transformacao-digital/ferramentas/modelos-de-custos-de-servicos-publico https://www.gov.br/governodigital/pt-br/transformacao-digital/ferramentas/pesquisa-com-usuarios https://www.gov.br/governodigital/pt-br/transformacao-digital/ferramentas/automacao-de-servicos 19Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 6 Portal da Assinatura Eletrônica A assinatura eletrônica permite que você assine um documento em meio digital a partir da sua conta gov.br (disponível aqui). O documento com a assinatura digital tem a mesma validade de um documento com assinatura física e é regulamentado pelo Decreto Nº 10.543, de 13/11/2020. 7 VLibras O VLibras é uma suíte de ferramentas utilizadas na tradução automática do Português para a Língua Brasileira de Sinais, com o objetivo de reduzir as barreiras de acessibilidade em conteúdos digitais para pessoas surdas (disponível aqui). 8 Acordos de Cooperação Os acordos são celebrados pelo poder público federal para facilitar e ampliar o acesso dos cidadãos aos serviços públicos federais. Já existem acordos com a Associação Brasileira de Bancos (ABBC), a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (Correios) (disponível aqui). 1 Portal gov.br Uma das maiores plataformas de governo do mundo! Acesso simplificado a informações, notícias e mais de 3 mil serviços públicos digitais do governo federal (acesse aqui). 2 Conta gov.br Mecanismo de acesso digital único do usuário aos serviços públicos federais, estaduais e municipais, regulamentado pelo Decreto nº 8.936/2016 (acesse aqui). 3 Conecta gov.br Plataforma que promove a troca automática e segura de informações entre sistemas para que o cidadão não tenha que reapresentar informações que o governo já possui (veja aqui). 5 Galeria de Aplicativos Contém os aplicativos lançados pelo governo federal com informações e links para as lojas onde poderão ser baixados (acesse aqui). 4 Notifica gov.br A plataforma centralizada de notificações ao cidadão apoia os órgãos públicos que desejam enviar comunicações aos usuários dos serviços públicos (acesse aqui). Estas são as plataformas compartilhadas de Governo Digital oferecidas: https://www.gov.br/governodigital/pt-br/assinatura-eletronica https://www.gov.br/governodigital/pt-br/vlibras https://www.gov.br/governodigital/pt-br/transformacao-digital/ferramentas/acordos-de-cooperacao https://www.gov.br/pt-br https://acesso.gov.br/ https://www.gov.br/governodigital/pt-br/governanca-de-dados/conecta-gov.br https://www.gov.br/pt-br/apps https://notificacao.servicos.gov.br/ Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 20 6 Fala.BR Plataforma integrada para manifestações como pedidos de acesso à informação, denúncias, reclamações, solicitações, sugestões, elogios a órgãos e entidades públicas (acesse aqui). 7 Participa + BrasilPromove e qualifica o processo de participação social, a partir de módulos para divulgação de consultas e audiências públicas, pesquisas e promoção de boas práticas (acesse aqui). 8 Portal de Compras do Governo Federal Informações sobre as licitações realizadas pelo governo federal, cadastro de fornecedores e acesso ao sistema de compras do governo federal – o Comprasnet (acesse aqui). 9 Plataforma Mais Brasil Ambiente que permite transferências de recursos do governo central para governos subnacionais, consórcios públicos e entidades privadas com fins lucrativos (acesse aqui). 10 Consumidor.gov.br Plataforma que permite a interlocução direta entre consumidores e empresas para solução de conflitos de consumo pela internet (acesse aqui). 11 Portal Brasileiro de Dados Abertos O Portal Brasileiro de Dados Abertos é o ponto central para a busca e o acesso a dados públicos no Brasil (acesse aqui). 12 Portal Brasileiro de Dados Geoespaciais e Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (INDE) Plataforma que reúne todos os dados geoespaciais produzidos pelas instituições governamentais brasileiras (acesse aqui). As iniciativas de transformação digital se expandem para outras esferas do governo com a Rede Nacional de Governo Digital (Rede GOV.BR), de natureza colaborativa. Essa rede tem como finalidade realizar o intercâmbio, a articulação e a criação de iniciativas relacionadas à temática de Governo Digital no setor público entre as várias esferas do governo. No âmbito internacional, destacam-se: parcerias com Dinamarca e Reino Unido; participação na Rede de Governo Eletrônico da América Latina e Caribe (Rede Gealc); cooperação com Banco Interamericano de Desenvolvimento Econômico (BID); e cooperação com Banco Mundial na iniciativa Identification for Development (ID4D). https://falabr.cgu.gov.br/ https://www.gov.br/participamaisbrasil/pagina-inicial https://www.gov.br/compras/pt-br https://portal.plataformamaisbrasil.gov.br/maisbrasil-portal-frontend/ http://www.consumidor.gov.br/ https://dados.gov.br/home https://inde.gov.br/ https://www.gov.br/governodigital/pt-br/transformacao-digital/rede-nacional-de-governo-digital 21Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Mas ainda há muito a fazer. O potencial da transformação digital no setor público é enorme, assim como seus benefícios. Não só a vida do cidadão se torna mais fácil, mas o governo também consegue reduzir bastante suas despesas anuais. Assim, a relação entre brasileiros e o Estado fica mais direta e transparente. A seguir, clique no botão e conheça o índice GovTech Maturity Index. O índice GovTech Maturity Index 2022 1 Governo centrado no cidadão; 2 Governo integrado; 3 Governo inteligente; 5 Governo transparente; e 4 Governo confiável; 6 Governo eficiente. 2.2 A Estratégia de Governo Digital (EGD) Para a realizar a transformação digital do governo, não basta tratar somente de tecnologia. Leis, decretos, instruções normativas e outros normativos têm que ser adaptados, revisados ou criados para a administração pública conseguir avançar na transformação digital. Lembre-se que existe o princípio da legalidade da administração pública, que determina que só é permitido fazer o que a lei autoriza. Para o administrador público, a lei significa: “deve fazer assim”. O Decreto 10.332/2020 é um desses instrumentos. Ele institui a Estratégia de Governo para o período de 2020 a 2022 e dá o norte do que se pretende alcançar nesses três anos, baseado em 6 princípios: https://articulateusercontent.com/rise/courses/cu_NyPUp5XiU8MkmjAjSa6w1UhyWf6Db/X7et5SHwhH85yJFO-O%2520%25C3%25ADndice%2520GovTech%2520Maturity%2520Index%25202022.pdf https://articulateusercontent.com/rise/courses/cu_NyPUp5XiU8MkmjAjSa6w1UhyWf6Db/X7et5SHwhH85yJFO-O%2520%25C3%25ADndice%2520GovTech%2520Maturity%2520Index%25202022.pdf Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 22 Dê uma olhada nos Decretos: Decreto nº 10.332, de 28 de abril de 2020 Decreto nº 10.996, de 14 de março de 2022 Acompanhe também a execução da EGD 2020-2022. São 16 objetivos a serem alcançados por meio de iniciativas que tratam de: serviços digitais; qualidade dos serviços; uma identidade digital comum de acordo com seus direitos de proteção; integração para cidadãos, empresas e organizações; canais únicos com o governo; engajamento social e fomento à colaboração com a sociedade, dentre outros. Que bom que você chegou até aqui! Agora é hora de você testar seus conhecimentos. Então, acesse o exercício avaliativo que está disponível no ambiente virtual. Bons estudos! https://www.in.gov.br/web/dou/-/decreto-n-10.332-de-28-de-abril-de-2020-254430358 https://in.gov.br/en/web/dou/-/decreto-n-10.996-de-14-de-marco-de-2022-385780290 https://app.powerbi.com/view?r=eyJrIjoiZjc2ODA0YjEtM2FlNi00ZDIzLWJiNGItNDU5Zjk4MDM1MzFjIiwidCI6IjNlYzkyOTY5LTVhNTEtNGYxOC04YWM5LWVmOThmYmFmYTk3OCJ9&pageName=ReportSection5c02b7b41052063a073c 23Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública BRASIL. Decreto nº 8.936 de 19 de dezembro de 2016. Institui a Plataforma de Cidadania Digital e dispõe sobre a oferta dos serviços públicos digitais, no âmbito dos órgãos e das entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional. Brasília, DF: Presidência da República, 2016. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ ato2015-2018/2016/decreto/d8936.htm. Acesso em: 10 abr. 2023. BRASIL. Decreto nº 10.332 de 28 de abril de 2020. Institui a Estratégia de Governo Digital para o período de 2020 a 2022, no âmbito dos órgãos e das entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2020a. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ ato2019-2022/2020/decreto/d10332.htm. Acesso em: 10 abr. 2023. BRASIL. Decreto nº 10.543 de 13 de novembro de 2020. Dispõe sobre o uso de assinaturas eletrônicas na administração pública federal e regulamenta o art. 5º da Lei nº 14.063, de 23 de setembro de 2020, quanto ao nível mínimo exigido para a assinatura eletrônica em interações com o ente público. Brasília, DF: Presidência da República, 2020b. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/ decreto/D10543.htm. Acesso em: 10 abr. 2023. BRASIL. Decreto nº 10.996 de 14 de março de 2022. Altera o Decreto nº 10.332, de 28 de abril de 2020, que institui a Estratégia de Governo Digital para o período de 2020 a 2022, no âmbito dos órgãos e das entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional. Brasília, DF: Presidência da República, 2022. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2022/decreto/D10996.htm. Acesso em: 10 abr. 2023. CUKIER, Wendy. Developing Canada’s Digital-Ready Public Service. Ottawa: Public Policy Forum, 2019. Disponível em: https://ppforum.ca/publications/developing- canadas-digital-ready-public-service/. Acesso em: 17 jul. 2023. DENER, C.; NII-APONSAH, H.; GHUNNEY, L. E.; JOHNS, K. D. GovTech Maturity Index: The State of Public Sector Digital Transformation. International Development in Focus. Washington: World Bank, 2021. Disponível em: https://openknowledge.worldbank.org/ handle/10986/36233. Acesso em: 10 abr. 2023. DUNLEAVY, P.; EVANS, M.; MCGREGOR, C. Connected Government: Towards digital era governance?. Canberra: University of Canberra, 2015. Disponível em: https:// researchprofiles.canberra.edu.au/en/publications/connected-government-towards- digital-era-governance. Acesso em: 10 abr. 2023. Referências https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/decreto/d8936.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/decreto/d8936.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/decreto/d10332.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/decreto/d10332.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/decreto/D10543.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/decreto/D10543.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2022/decreto/D10996.htm https://ppforum.ca/publications/developing-canadas-digital-ready-public-service/ https://ppforum.ca/publications/developing-canadas-digital-ready-public-service/ https://openknowledge.worldbank.org/handle/10986/36233 https://openknowledge.worldbank.org/handle/10986/36233 https://researchprofiles.canberra.edu.au/en/publications/connected-government-towards-digital-era-governance https://researchprofiles.canberra.edu.au/en/publications/connected-government-towards-digital-era-governance https://researchprofiles.canberra.edu.au/en/publications/connected-government-towards-digital-era-governance Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 24 FREEPIK COMPANY. [Banco de Imagens]. Freepik, Málaga, 2023. Disponível em: https:// www.freepik.com/. Acesso em: 10 abr. 2023. OECD. Going Digital: Making the Transformation Work for Growth and Well-Being - Meeting of the OECD Council at Ministerial Level. Paris: OECD Publishing, 2017. Disponível em: https://www.oecd.org/mcm/documents/C-MIN-2017-4%20EN.pdf. Acesso em: 10 abr. 2023. SECRETARIA de Governo Digital. Estratégia de Governo Digital 2020-2022. Gov.br. Brasília, [s. d]. Disponível em: https://www.gov.br/governodigital/pt-br/EGD2020. Acesso em: 10 abr. 2023. SECRETARIA de Governo Digital. Ferramentas e Plataformas da Transformação Digital. Gov.br. Brasília, 1, julho. 2022. Disponível em: https://www.gov.br/governodigital/pt-br/ transformacao-digital/ferramentas. Acesso em: 10 abr. 2023. SECRETARIA de Governo Digital. O que é Transformação Digital. Gov.br. Brasília, [s. d.]. Disponível em: https://www.gov.br/governodigital/pt-br/transformacao-digital/o-que-e. Acesso em: 10 abr. 2023.: 10 abr. 2023. SECRETARIA de Governo Digital. Secretaria de Governo Digital. Gov.br. Brasília, 26, junho, 2023. Disponível em: https://www.gov.br/governodigital/pt-br/sisp/secretaria- de-governo-digital-sgd. Acesso em: 18 jul. 2023. THE WORLD BANK. GovTech Dataset [GovTech Maturity Index]. The World Bank. Washington, 2022. Disponível em: https://datacatalog.worldbank.org/search/ dataset/0037889/GovTech-Dataset. Acesso em: 10 abr. 2023. UBALDI, Barbara. Delivering better digital government: To your door and beyond. The Forum Network. [s. l.]. 22, junho. 2022. Disponível em: https://www.oecd-forum.org/ posts/delivering-better-digital-government-to-your-door-and-beyond. Acesso em: 10 abr. 2023. https://www.freepik.com/ https://www.freepik.com/ https://www.gov.br/governodigital/pt-br/transformacao-digital/ferramentas https://www.gov.br/governodigital/pt-br/transformacao-digital/ferramentas https://www.gov.br/governodigital/pt-br/sisp/secretaria-de-governo-digital-sgd https://www.gov.br/governodigital/pt-br/sisp/secretaria-de-governo-digital-sgd https://datacatalog.worldbank.org/search/dataset/0037889/GovTech-Dataset https://datacatalog.worldbank.org/search/dataset/0037889/GovTech-Dataset https://www.oecd-forum.org/posts/delivering-better-digital-government-to-your-door-and-beyond https://www.oecd-forum.org/posts/delivering-better-digital-government-to-your-door-and-beyond 25Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Módulo Integração e Interoperabilidade: Conceitos para um Governo Integrado2 Dados, dados e dados! Com certeza você já ouviu expressões como “dados são o novo petróleo” ou “dados são ouro”. Uma sociedade digital é amplamente orientada a dados. Um governo digital também deve ser! A necessidade do governo por dados não é nada novo. O uso melhor desses dados vai aumentar a produtividade, responsabilização e inclusividade de instituições públicas. Um governo centrado em dados também vai auxiliar na construção de confiabilidade no governo e confiança pública. Por esse motivo, os governos precisam de modelos seguros de intercâmbio de dados. As palavras “integração” e “interoperabilidade” muitas vezes são usadas como se fossem a mesma coisa, mas existe uma diferença entre os dois termos. É hora de descobrir qual é essa diferença! Unidade 1: Integração e Interoperabilidade são Diferentes? Objetivo de aprendizagem Ao final desta unidade você será capaz reconhecer o conceito de integração e interoperabilidade. 1.1. O que é Integração? Você consegue estimar o número de sistemas de software que existem no governo como um todo? Concorda que devem ser muitos? Provavelmente deve estar na casa dos milhares, certo? Tendo isso em mente, é preciso pensar que cada um desses sistemas lida com muitos dados. 26Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Mas você já pensou o que acontece quando um sistema precisa dos dados de outro sistema? Ou quando se deseja reunir e consolidar dados de vários sistemas para dar suporte à análise operacional, tática ou estratégica de negócios? Os sistemas precisam conversar entre si, não é mesmo? O termo Integração traz uma dimensão técnica à essa conversa. Como ocorre a Integração de Dados? Fonte: Freepik (2023). Integração de dados é o processo de combinar dados de várias fontes de sistemas para criar conjuntos unificados de informação, tanto para uso operacional como para uso analítico. Integração de dados é um dos resultados possíveis de interoperabilidade de dados. O objetivo é que os conjuntos de dados produzidos sejam consistentes e que alcancem as necessidades por informação dos usuários finais. Geralmente, envolve um software intermediário, que vai traduzir os dados para que funcionem nos sistemas destino. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 27 Então, se você pensa que os sistemas precisam conversar entre si, quando falamos em integração, estamos falando que deve existir um tradutor. Para ficar mais claro, teria que existir um tradutor para sair de um sistema e outro tradutor para entrar no outro sistema. Em um nível básico, integração de dados conecta um ou mais sistemas, considerados como fontes de dados, com um ou mais sistemas para onde se quer que seja o destino desses dados. Nessa conexão, pode ser que os dados sejam copiados, transformados, consolidados, ajustados e limpos para que sejam entendidos pelo sistema destino. Você já deve imaginar que interoperabilidade não é integração. Então, o que é interoperabilidade e como isso pode lhe afetar como um profissional de governo digital? Há várias definições que podem ser citadas. Veja, a seguir, algumas perspectivas sobre a interoperabilidade: Comissão Europeia Interoperabilidade é a habilidade de organizações interagirem umas com as outras por meio de dados, sistemas e processos, para alcançar objetivos comuns. Envolve o compartilhamento de informação e conhecimento por meio de processos de negócios, utilizando a troca de dados entre sistemas de TIC. Interoperabilidade é um princípio fundamental sustentando a livre movimentação de bens, capital, serviços e pessoas entre os 27 estados membros da EU, e está fundada em um ecossistema de redes, sistemas e dados interconectados que podem fazer com que isso aconteça. Fonte: (KRUGER, 2022). Framework de Interoperabilidade da União Europeia (EIF) Para efeitos do framework, interoperabilidade é a capacidade das organizações de interagirem para objetivos mutuamente benéficos, envolvendo o compartilhamento de informação e conhecimento entre essas organizações, através dos processos de negócios que suportam, por meio da troca de dados entre seus sistemas de TIC. Fonte: (JOINUP, 2023) 1.2 O que é Interoperabilidade? 28Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) A interoperabilidade é a capacidade dos sistemas TIC de interconectarem dados e processos para compartilhar informação e conhecimento dentro do marco da proteção, da ética e da segurança, de maneira ágil, eficiente e transparente, e com o objetivo de tomar decisões baseadas em fatos. Fonte: (POMBO et al., 2019) Olha só como ficou a nuvem de palavras feita a partir dessas definições:Definições de Interoperabilidade. Elaboração: CEPED/UFSC (2023). Já deu para perceber que interoperabilidade é um requisito para que os órgãos e entidades conversem entre si e troquem dados e informações, né? E também serve para permitir a troca de dados e informações com empresas privadas e organizações não governamentais que devam interagir com o Estado. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 29 Falando de maneira um pouco mais técnica, podemos dizer que interoperabilidade é uma troca de dados em tempo real entre sistemas, sem o auxílio de um outro software fazendo o meio de campo. Aqui, um sistema “fala” com outro diretamente, na mesma linguagem, sem necessidade de tradutor. Hoje tem-se uma infinidade de dados disponíveis, o que traz desafios quando consideramos que esses dados estão, muitas vezes, associados a necessidades e capacidades divergentes de vários públicos internos e externos; utilizam protocolos, tecnologias e padrões diferentes; e a produção de dados e disseminação de sistemas é fragmentada. Muitas vezes, interoperabilidade é menos um problema tecnológico e mais uma questão de gerenciamento e governança de dados. A existência de estruturas (frameworks) institucionais é chave para criar um ambiente onde dados, tecnologia e processos de negócio possam se encaixar. Também não se esqueça que estruturas legais e normativas são importantes para interoperabilidade. Agora, que tal ver um exemplo mais tangível? Então, assista a videoaula a seguir. Videoaula: Exemplo de Interoperabilidade 1.3 Camadas de Interoperabilidade Quando se fala de interoperabilidade, não se fala somente da parte técnica. Existem outras partes que precisam ser consideradas para se formar um modelo de interoperabilidade que possa ser aplicado a todos os serviços públicos digitais. Veja quais são essas camadas consideradas na interoperabilidade. Por isso, é considerada como um dos pilares mais importantes não só dos projetos tecnológicos, mas também da transformação digital dos governos, especialmente quando falamos da prestação de serviços públicos digitais. https://cdn.evg.gov.br/cursos/935_EVG/video/modulo02_video02/index.html https://cdn.evg.gov.br/cursos/935_EVG/video/modulo02_video02/index.html 30Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Camadas de Interoperabilidade. Elaboração: CEPED/UFSC (2023). 01 Legal A camada legal traz a visão das leis e normativos aplicados nas organizações que querem compartilhar e trocar dados e informações. Muitas vezes, essas organizações funcionam em estruturas legais diferentes, mas têm que ser capazes de trabalhar em conjunto. Então, as leis e normativos existentes precisam ser ajustadas, verificando se existem barreiras para a interoperabilidade. E o ideal seria que as novas leis já considerassem a transformação digital e fossem elaboradas já adaptadas ao mundo digital e não só ao mundo físico; assim, diminuindo os entraves para a troca de dados e informação e já considerando o impacto em TIC. 02 Organizacional A interoperabilidade organizacional vai fazer as considerações sobre a maneira como as organizações estão estruturadas: seus processos de negócio, responsabilidades, informações relevantes e expectativas. Tudo isso deve estar alinhado para ser possível alcançar os objetivos comuns. Esses objetivos incluem serviços públicos disponíveis, facilmente identificáveis, acessíveis e focados nos cidadãos. Se for necessário, novos processos devem ser definidos. 03 Semântica Quando falamos do formato e do significado dos dados e informações trocados, estamos falando de interoperabilidade semântica. Esse formato e significado tem que ser entendido da mesma forma pelas organizações envolvidas e corresponde a dois aspectos: sintático e semântico. O aspecto sintático é a descrição exata do formato em que a informação precisa estar para ser trocada, em termos de gramática e forma. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 31 O aspecto semântico é o significado dos elementos dos dados e a relação existente entre eles. Inclui vocabulários, esquemas e ontologias para descrever a troca de dados. Nesse aspecto, procura-se assegurar que os elementos de dados sejam compreendidos da mesma maneira por todas as partes comunicantes. 04 Técnica A interoperabilidade técnica é a mais entendida como interoperabilidade. São os aplicativos e a infraestrutura que ligam os sistemas e serviços. Lembre-se de que vários desses sistemas são sistemas legados e antigos, que são um grande obstáculo para a interoperabilidade. Como esses sistemas legados foram desenvolvidos pensando somente no problema local e específico, na maioria das vezes não consideraram as necessidades de trocar e compartilhar dados com outros sistemas. Isso resultou em ilhas de TIC difíceis de interoperar. 1.4 As Barreiras para Integração Pelo que foi visto até aqui, já é possível imaginar que a transformação digital do governo não só não acontece da noite para o dia, mas também encontra vários desafios. As barreiras mais mencionadas da transformação digital são: Barreiras Culturais para mudança em como liderar. É a história do “aqui sempre se fez assim” e reflete uma aversão ao risco. Muitas vezes, a mudança na cultura digital é feita no nível de indivíduo, ao invés de em um nível institucional. Barreiras Legais para adesão em áreas como privacidade e aquisição. A administração pública só pode fazer o que está previsto em lei e normativos. Então, se não existir uma estrutura legal que permita a transformação digital, ela não pode acontecer. Em especial, a prestação de serviços digitais deve ter como princípio a proteção da privacidade do cidadão de acordo com as normas definidas. Barreiras Políticas para adoção de uma visão de longo prazo. A transformação digital deve ser incorporada na visão de longo prazo do Estado e as políticas devem refletir essa visão. 32Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Barreiras de Recursos para melhoria e inovação. Recursos para transformação digital precisam fazer parte do ciclo orçamentário, considerando alinhamento com inovação nacional e para requisitos de infraestrutura digital. Barreiras de Capacidades para adaptação e inovação. Quem vai executar a transformação digital são pessoas. É preciso entender a atual força de trabalho com capacidade digital e conseguir se preparar para necessidades futuras. Isto envolve tanto a insuficiência de liderança tecnológica em níveis executivos como a falta de equipe qualificada de TI e a inexperiência em relacionamentos colaborativos com indústrias digitais e criativas. As soluções de TIC nas diferentes agências do governo podem ser vistas como uma colcha de retalhos. E isso faz com que seja muito difícil que as agências consigam trocar dados entre si. Em vários casos, quando está sendo feita a digitalização dos processos governamentais, ao invés de transformar para o digital, esses processos são reforçados da maneira que estão. Isso faz com que o cidadão continue a visitar departamentos diferentes para conseguir acessar os serviços públicos, porque os sistemas que tratam esses serviços não estão interconectados. Para compartilhar dados, as agências precisam estar abertas para contribuição com outras agências, o que vai contra a burocratização e a cultura arraigada de cada pedacinho da estrutura governamental. Muitas vezes, existem leis e regras que nem permitem ou limitam essa troca de dados e informação. Algumas agências também possuem mandatos específicos que dificultam a participação em atividades cooperativas. As barreiras listadas acima também se aplicam à integração e interoperabilidade, mas com características mais específicas. Quer conhecer quais são essas características? Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 33 Barreiras de Interoperabilidade. Elaboração: CEPED/UFSC (2023). Mas não deixe as barreiras só identificadas,certo? Para ter sucesso na implantação da mudança organizacional que a transformação digital precisa, é preciso analisar essas barreiras e definir uma estratégia com ações para que sejam evitadas. A maioria dessas barreiras ou forças de resistência tem origem em pessoas ou na cultura organizacional. Portanto, a estratégia deve considerar os facilitadores da mudança: aqueles traços, características, pessoas ou situações da organização que podem acelerar ou instalar a mudança desejada. Daí, é possível elaborar um plano de gestão de mudança que contribua para diminuir essa resistência e criar condições mais propícias para a implantação de projetos de interoperabilidade. 34Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Você sabia que há modos de medir a maturidade de projetos de interoperabilidade? Você sabe o que é um modelo de maturidade? Um modelo de maturidade é uma ferramenta que ajuda as pessoas a avaliar a eficácia atual de uma pessoa ou grupo e ajuda a descobrir quais capacidades elas precisam adquirir em seguida para melhorar seu desempenho. Modelos de maturidade são estruturados em uma série de níveis de efetividade. Supõe-se que qualquer pessoa da área passará pelos níveis em sequência, à medida que se tornar mais capaz (FOWLER, 2014). Para saber mais sobre modelos de maturidade para Interoperabilidade, clique no botão a seguir. Você chegou ao final desta Unidade de estudo. Caso ainda tenha dúvidas, reveja o conteúdo e se aprofunde nos temas propostos. Até a próxima! Modelos de Maturidade para Interoperabilidade https://articulateusercontent.com/rise/courses/JNGRgZS4iEzqhhEX3ypqxq6W4VAceBGQ/uTHnd5CmQaxWiY3W-Modelos%2520de%2520Maturidade%2520para%2520Interoperabilidade.pdf https://articulateusercontent.com/rise/courses/JNGRgZS4iEzqhhEX3ypqxq6W4VAceBGQ/uTHnd5CmQaxWiY3W-Modelos%2520de%2520Maturidade%2520para%2520Interoperabilidade.pdf 35Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública ASTOK, Hannes. Introdução ao governo digital: Estonia Hub. Tallin: e-Governance Academy, 2017. Disponível em: https://estoniahub.com.br/wp-content/ uploads/2020/12/manual-egov-portugues.pdf. Acesso em: 10 abr. 2023.: 10 abr. 2023. DUNLEAVY, P.; EVANS, M.; MCGREGOR, C. Connected Government: Towards digital era governance?. 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Definition: Data Integration. TechTarget. [s. l.], março. 2023. Disponível em: https://www.techtarget.com/searchdatamanagement/definition/ data-integration. Acesso em: 10 abr. 2023. UNITED NATIONS. UN e-Government Survey 2022: The Future of Digital Government. Nova York: United Nations, 2022. Disponível em: https://publicadministration. un.org/egovkb/en-us/Reports/UN-E-Government-Survey-2022. Acesso em: 10 abr. 2023.: 10 abr. 2023. U.S. DEPARTMENT OF ENERGY/GRID MODERNIZATION LABORATORY CONSORTIUM. Interoperability Maturity Model. [s. l.]: U.S. Department of Energy, 2020. Disponível em: https://gmlc.doe.gov/resources/interoperability-maturity-model. 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Um princípio que orienta a interação do cidadão com o governo é o Princípio Once- Only, que você verá nesta unidade. Como você, quando está no papel de cidadão e precisa tratar com o governo, vê os serviços oferecidos? Provavelmente como vários pedaços que não se conversam, certo? E, para solicitar alguma coisa ao governo, quem tem que fazer a ligação entre esses pedaços é você. Por exemplo, se um serviço público pedir uma certidão de outro órgão do governo, quem tem que providenciar essa certidão? Isso mesmo, você! Além disso, você precisa informar dados que você já informou várias e várias vezes, por causa da falta de conversa. Quantas vezes você teve que informar o número de algum documento do governo, de identificação ou o CPF, o seu nome ou a sua data de nascimento, o nome da sua mãe, entre outros dados que já foram informados em outra ocasião? O cidadão não deve ter que entender a complexidade da estrutura governamental. O governo, para o cidadão, deveria ser uma única grande entidade, ao invés de pedaços separados em órgãos ou departamentos. 2.1 O Governo Integrado na Perspectiva do Cidadão 39Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública A notícia boa é que a transformação digital do setor público trabalha para trazer essa visão de governo como entidade única. Um governo integrado e interoperável significa que diferentes organismos públicos colaboram além de seus respectivos campos de competência para poder fornecer ao cidadão uma resposta combinada, sem exigir que o cidadão trate com cada parte em separado. Conexões. Fonte: Freepik (2023). Passa a ser responsabilidade do governo resolver toda a complexidade da estrutura governamental e fazer a conexão entre órgãos e entidades. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 40 A visão que o governo tem de si mesmo é similar à visão do cidadão: uma composição de partes diferentes. São numerosos órgãos, agências, entidades, várias secretarias, diretorias, coordenações, departamentos e diversos outros nomes de estruturas organizacionais. E essas partes não se falam como deveriam. Se, de um lado o cidadão precisa estar informando novamente dados que já foram informados para o governo, esse governo precisa verificar e validar esses dados todas as vezes que eles forem informados, de forma repetida. Um Governo Integrado pretende diminuir esses passos de verificação e validação quando seus sistemas estão integrados e interoperando de tal forma que as informações que as partes já possuem sejam compartilhadas com a parte que necessita. Isso permite a conferência automática das informações apresentadas pelo cidadão, sem que ele precise informar novamente. Além disso, permite que informações que já existem em outras partes do governo não sejam nem mais pedidas ao cidadão, como, por exemplo, certidões de nada consta. Lembre-se que, quando se fala “Governo Integrado”, se usa o termo integrado e interoperável de maneira similar, certo? Resumindo, um governo integrado na perspectiva do cidadão deve ser um governo onde seus sistemas conversam entre si e obtém as informações de maneira automática, sem precisar solicitá-las ao cidadão. Que tal visualizar esse tema de uma forma ilustrada? Para isso, assista a videoaula a seguir. Videoaula: Governo Integrado na Perspectiva do Cidadão 2.2 O Governo Integrado na Perspectiva do Governo https://cdn.evg.gov.br/cursos/935_EVG/video/modulo02_video03/index.html https://cdn.evg.gov.br/cursos/935_EVG/video/modulo02_video03/index.html 41Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Uma visão sistêmica do Governo. Fonte: Freepik (2023). O governo passa a trabalhar com uma visão sistêmica e do todo, ao invés de cada pedacinho cuidar apenas da sua parte. E, ainda, passa a contar com informações com mais qualidade, porque diminui a quantidade de dados duplicados que poderiam estar inconsistentes. Lembre-se que, quando se fala aqui “Governo Integrado”, se usa o termo integrado e interoperável de maneira similar, certo? Quer ver como funciona? Videoaula: Governo Integrado na Perspectiva do Governo https://cdn.evg.gov.br/cursos/930_EVG/video/modulo01_video00/index.html