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Resumos
6 º P E R Í O D O U N I P Ê
GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
CARDIOLOGIA
PNEUMOLOGIA
NEFROLOGIA
UROLOGIA
IMAGINOLOGIA
P r o d u z i d o s p o r :
S a r a B e z e r r a M o t t a C â m a r a
E - m a i l p a r a c o n t a t o : s a r a b e z e r r a m c @ g m a i l . c o m
 
1 INTRODUÇÃO AOS MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM Sara Bezerra Motta Câmara 
INTRODUÇÃO AOS MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO 
POR IMAGEM E PRINCÍPIO TÉCNICOS DA 
INTERPRETAÇÃO 
Métodos de Diagnóstico por Imagem 
1. Radiografia 
2. Tomografia Computadorizada 
3. Ultrassonografia 
4. Ressonância Magnética 
RADIOGRAFIA 
Princípio Básico: raios-x (radiação ionizante) 
Tem sobreposição de imagens (duas incidências). 
Vantagens: 
• Baixo custo. 
• Amplamente disponível. 
• Rápido. 
• Pode ser feito no leito. 
• Menor dose de radiação. 
• Excelente para ver gás/ar e osso. 
Desvantagens: 
• Pouca resolução anatômica e de contraste. 
• Não permite imagens axiais (cortes). 
Densidades radiográficas: 
• Ar (pulmões, alças intestinais) – radiotransparente. 
• Gordura. 
• Partes moles/água (coração, vasos, músculo, fígado...) 
• Osso – radiopaco. 
Terminologia: 
• Radiotransparente: menor densidade (‘’mais preto’’) 
• Radiopaco: maior densidade (‘’mais branco’’) 
 
1 – Ar (‘’mais preto’’) 
2 – Tecido celular subcutâneo 
3 – Partes moles 
4 – Osso (‘’mais branco’’). 
 
 
Mudança de incidência: 
 
Pela primeira imagem, não se pode dizer se a lesão é anterior ou 
posterior. Para isso, deve-se mudar a incidência anteroposterior 
para a incidência de perfil. Assim, pode-se afirmar que a lesão é no 
terço médio do lado direito e posterior. 
 
 
 
Estruturas metálicas são radiodensas e 
se projetam na imagem radiográfica. 
 
 
 
Fluoroscopia: é um raio-x dinâmico com emissão de radiação 
constante. 
 
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 
Princípio Básico: raios-x 
Possui cortes axiais → sem sobreposição de imagens como na 
radiografia. É um ‘’raio-x que roda’’ e faz cortes sequenciais. 
Vantagens: 
• Aquisição de imagens rápidas → Boa resolução temporal. 
• Boa resolução anatômica. 
Desvantagens: 
• Nível de radiação 100x maior que a radiografia simples 
• Às vezes, é necessário uso de contraste iodado. 
• Sedação em crianças. 
• Envolve o transporte do paciente. 
Densidades: 
• Hiperdenso = radiopaco – osso. 
• Hipodenso = Radiotransparente – pulmão. 
• Isodenso = imagens com densidades semelhantes entre si 
Unidades Hounsfield (UH): 
• Ar (-1000) 
• Gordura (-50 a -100) 
• Água (0) 
• Partes moles (40 a 90) 
• Osso (250 a 700) 
Todo aparelho de TC vem de fabrica com duas densidades fixas de 
referência: o ar (= - 1000) e a água (= 0). 
Útil nos diagnósticos diferenciais para diferenciar lesões sólidas de 
lesões císticas. 
Janelas = parâmetros que alteram brilho e contraste das imagens. 
• Janela óssea = imagem que prioriza o osso. 
• Janela de partes moles = imagem prioriza as partes moles. 
Camila
Destacar
Camila
Destacar
Camila
Destacar
Camila
Máquina de escrever
Quanto mais proximo de zero = lesão cistica
Camila
Destacar
 
2 INTRODUÇÃO AOS MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM Sara Bezerra Motta Câmara 
 
Janela partes moles Janela óssea 
ULTRASSONOGRAFIA ou ECOGRAFIA 
Princípio Básico: som. Padrões de ondas (20-20.000 Htz). 
Vantagens: 
• Acesso fácil 
• Rápido 
• Exame dinâmico 
• Pode ser feito no leito 
• Não usa radiação 
• Permite uso do Doppler 
Desvantagens: 
• Operador-dependente 
• Gás, gordura e osso são limitantes (artefatos de atenuação) 
Terminologias: 
• Hiperecoica = estrutura branca. 
• Hipoecóico = estrutura preta. 
• Isoecóico = estrutura de tom semelhantes. 
• Sombra acústica. 
• Reforço acústico. 
Sombra acústica = estrutura muito densa que impede a passagem 
do som e forma uma imagem preta embaixo. 
Reforço acústico = estrutura cística em um órgão solido que 
permite a passagem rápida do som, forma uma imagem branca 
depois do cisto que é chamada reforço acústico. 
Condução do som é mais rápido pelo meio sólido, já a propagação 
do som é mais rápida no ar. 
 
Sombra acústica Reforço acústico 
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA 
Princípio Básico: magnetismo (núcleos de hidrogênio) – 
alinhamento dos spins. Se baseia nos átomos de hidrogênio para 
formar imagem. 
Possui vários planos de corte (axial, coronal e sagital) 
Vantagens: 
• Excelente resolução de contraste. 
• Não usa radiação, usa pulso de radiofrequência. 
Desvantagens: 
• Demorado. 
• Sedação para crianças e claustrofóbicos. 
• Deslocamento de estruturas ferromagnéticas. 
• Aquecimento. 
• Interferência elétrica (aparelho auditivo, marcapasso). 
• O contraste pode causar fibrose nefrogênica sistêmica. 
Terminologia com base na intensidade de sinal: 
• Hiperintenso / hipersinal = imagem branca 
• Hipointenso / hipossinal = imagem preta 
• Isointenso / isossinal 
• Ausência de sinal 
Ausência de sinal = estruturas que não se consegue captar sinal. 
Cortical do osso é sempre preta pois é cálcio puro sem hidrogênio. 
Tempos de sequências: tempos utilizados para excitar e receber 
o sinal de radiofrequência. 
• TR (tempo de repetição): tempo entre as excitações 
sucessivas de radiofrequência no tecido – tempo entre dois 
pulsos 
• TE (tempo de eco): tempo no qual o sinal de 
radiofrequência é recebido; tempo que o pulso vai, atinge o 
paciente e volta para ser detectado pelo aparelho. 
Efeitos de Imagem (ponderações): 
• T1: TR e TE baixos (600 / 30). 
• T2: TR e TE altos (3500 / 150). 
Outras: DP, FLAIR, STIR, Gradiente Eco. 
 
Ressonância ponderada em T1 → Líquor é preto. Tudo que é 
líquido fica preto em T1. Bom para ver estruturas anatômicas. 
 
Ressonância ponderada em T2 → Líquor é branco. Água brilha 
em T2. Bom para ver processo patológico, p.ex., inflamação, edema. 
Contraindicações: 
• Marcapassos cardíacos 
• Próteses metálicas 
O exame de RM também possui uma caracteristica peculiar, a 
capacidade da supressão da gordura nas suas sequências. 
Camila
Destacar
Camila
Máquina de escrever
ou hiperecogenico
Camila
Destacar
Camila
Destacar
Camila
Destacar
 
3 INTRODUÇÃO AOS MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM Sara Bezerra Motta Câmara 
Nesta técnica, todo o sinal da gordura torna-se hipointenso (preto), 
permitindo a diferação de eventual dúvida em relação a alguma 
imagem suspeita onde a presença de tecido adiposo possa 
prejudicar a adequada análise da lesão. 
Gordura atrapalha a RMN pois ela é sempre branca em T1 e T2, 
dificultando a diferenciação da água. 
Técnica de supressão de gordura: 
 
Suprimiu a gordura. Fica visível o edema na imagem da direita. 
MEIOS DE CONTRASTE 
Substâncias utilizadas na radiologia com o objetivo de promover 
diferentes atenuações nos tecidos a serem examinados. 
Administração oral e endovenosa. 
Os meios de contraste sempre são brancos. São captados por 
estruturas vascularizadas. É radiopaco no RX, hiperdenso na TC e 
hiperintenso na RNM. 
Substancias administradas: 
• Iodo (iônico e não-ionico) – usado no RX e TC. 
• Bário – usado no RX e TC. 
• Gadolínio – usado na RNM. 
 
 
 Estomago e duodeno contrastado Enema opaco. 
EXEMPLOS 
 
Tomografia x Ressonância 
 
Lesão hiperecoica com sombra acústica no interior do colédoco = cálculo. 
 
Lesão hipodensa em fígado em TC 
1. 2. 
1. Lesão radiotransparante na diáfise da tíbia em radiografia 
2. Lesão radiopaca na base do 3º dedo. 
 
Imagem hipoecoica em lobo hepático direito com intenso reforço acústico 
posterior. 
 
Ressonância em T1. Lesão hiperintensa à direita. 
 
Lesão radiopaca em pulmão direito em radiografia. 
 
4 INTRODUÇÃO AOS MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM Sara Bezerra MottaCâmara 
 
Tomografia corte axial janela partes moles. Lesão hipodensa em hemisfério 
cerebral esquerdo. 
 
Ressonância magnética do crânio em corte axial. Lesão hiperintensa no 
hemisfério direito. 
 
MACETE: 
• Tudo que é branco é hiper. 
• Tudo que é preto é hipo. 
 
 
1 NEURORRADIOLOGIA Sara Bezerra Motta Câmara 
NEURORRADIOLOGIA 
ALTERAÇÕES VASCULARES 
1. Lesão vascular isquêmica – obstrução do fluxo sanguíneo. 
2. Lesão vascular hemorrágica – ruptura vascular. 
DOENÇA VASCULAR ISQUÊMICA 
Territórios vasculares (regiões do encéfalo irrigadas pelas 
principais artérias do SNC): 
• A. cerebral anterior (ACA). 
• A. cerebral média (ACM). 
• A. cerebral posterior (ACP). 
• A. cerebelar pósteroinferior (PICA). 
• A. cerebelar anteroinferior (AICA). 
• A. cerebelar superior (ACS). 
 
Pode-se caracterizar com precisão a artéria que foi comprometida em 
virtude da área afetada pela lesão isquêmica. 
» Achados Radiológicos da Lesão Isquêmica na TC: 
• Sensibilidade diagnóstica nas primeiras 24 horas: 70%. 
• Lesão hipodensa em território arterial comprometido. 
• Área de edema perilesional – exerce efeito de massa, podendo 
levar a compressão e desvio de estruturas. 
• Apagamento dos sulcos e fissuras devido ao edema. 
 
Lesão hipodensa com apagamentos dos sulcos e das fissuras. 
» Infarto Lacunar 
• Também é uma lesão isquêmica, mas decorrente da obstrução 
de pequenas artérias (geralmente aa. penetrantes profundas). 
• Comprometem principalmente a cápsula interna, gânglios da 
base, tálamos e regiões paramedianas do tronco cerebral. 
• Vão se apresentar como pequenas áreas hipodensas no 
parênquima cerebral profundo (CT). 
 
» Microangiopatia ou doença de pequenos vasos 
• Caracteriza-se por ser uma doença oclusiva microvascular que 
acomete principalmente os ‘’territórios de fronteira’’. 
• Manifesta-se como focos hipodensos na TC. 
• É uma doença degenerativa que evolui com a idade e 
apresenta-se mais acentuada em hipertensos e diabéticos. 
• Os chamados ‘’territórios de fronteira’’ são aquelas 
regiões limítrofes entre os territórios arteriais, onde a 
vascularização encefálica é mais debilitada (áreas em amarelo). 
 
 
DOENÇA VASCULAR HEMORRÁGICA 
Classificada quanto a sua localização em: 
• Hemorragia intraparenquimatosa. 
• Hemorragia intraventricular. 
• Hemorragia subdural e extradural. 
• Hemorragia subaracnóidea. 
As hemorragias intraparenquimatosas são consideradas intra-axiais 
(lesão se localiza dentro do parênquima do SNC), enquanto as 
hemorragias subdural, extradural e subaracnoide, são consideradas 
extra-axiais (as lesões estão dentro do crânio ou canal vertebral, 
mas fora do parênquima do SNC). 
» Etiologia 
• Trauma. 
• Hipertensão. 
• Aneurismas. 
• Malformações vasculares. 
• Coagulopatias. 
• Prematuridade (hemorragias da matriz germinativa → 
precursor neuronal). 
• AVCI com reperfusão (50-70%). 
• Neoplasias. 
» Achados Radiológicos da Lesão Hemorrágica na TC: 
• Estágio agudo (1-7 dias): lesão hiperdensa, bem marginada, 
edema perilesional e halo hipodenso devido ao edema. 
• Estágio subagudo (1-4 semanas): progressivamente 
isodenso em relação ao parênquima. 
• Estágio crônico (> 4 semanas): progressivamente hipodenso 
em relação ao parênquima evoluindo para encefalomalacia 
(área de tecido cerebral destruído). 
 
2 NEURORRADIOLOGIA Sara Bezerra Motta Câmara 
 
 AVC hemorrágico subagudo AVC hemorrágico agudo 
» Lesões hemorrágicas intracranianas são classificadas em: 
• Hemorragias intra-axiais: ocorrem dentro do parênquima 
do SNC, como o AVC hemorrágico. 
• Hemorragias extra-axiais: ocorrem dentro do crânio, mas 
fora do parênquima do SNC, ou seja, entre as meninges. 
▪ Hematoma extradural. 
▪ Hematoma subdural. 
▪ Hemorragia subaracnóidea. 
» Hematomas intracranianos extra-axiais: 
a) Hematoma extradural (entre dura-máter e calota craniana): 
• Geralmente, rotura da artéria meníngea média. 
• Densidade heterogênea (depende da fase do sangramento). 
• Aspecto biconvexo, com efeito de massa. 
 
b) Hematoma subdural (entre dura-máter e aracnoide-máter): 
• Geralmente, ruptura de veias subdurais e artérias corticais. 
• Densidade heterogênea (depende da fase do sangramento). 
• Aspecto em crescente, com efeito de massa. 
 
c) Hemorragia subaracnóidea (entre aracnoide e pia-máter): 
• Lesão de vasos da pia-máter e aracnoide-máter, ruptura de 
aneurismas ou hemorragias intraparenquimatosas que atingem 
o espaço subaracnoide através do sistema ventricular. 
• Áreas de sangramento entre os sulcos cerebrais, fissuras e 
cisternas em virtude da intimidade da pia-máter com estes. 
 
Áreas hiperdensas no interior dos sulcos e fissuras encefálicas compatíveis 
com sangue (setas). Perceber que os sulcos e fissurais normalmente são 
hipodensas, pois são preenchidos por líquor (pontas de setas). 
Obs.: Paciente com quadro clínico de AVC, mas sem alteração na 
TC, deve ser tratado como AVC isquêmico pois 30% das vezes a 
alteração pode aparecer apenas 24h depois, enquanto no AVC 
hemorrágico a alteração ocorre na hora! 
TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO 
EDEMA CEREBRAL 
• 10-20% dos acidentes graves. 
• Mais comum em crianças. 
• Associação com hematoma subdural (80%) e epidural (9%) 
• 24 a 48h para desenvolver. 
• Apresenta-se como uma área de hipodensa na TC e 
hiperintensa em T2 na RM, com perda da definição 
córtex/substâncias branca, obliteração dos sulcos e fissuras e, 
em casos mais graves, compressão ventricular. 
 
Lesão hiperintensa na RM em T2. 
HERNIAÇÕES CEREBRAIS 
Caracterizam-se pela migração anômala do parênquima encefálico 
decorrente de um efeito compressivo. Os tipos de herniações são: 
• Subfalcine ou subfalcial: a herniação ocorre por baixo da 
foice cerebral. 
• Amigdaliana: as amigdalas cerebelares herniam pelo forame 
magno. 
• Transtentorial: o parênquima encefálico hernia pelo 
tentório. São classificadas em: 
▪ Ascendente: vermis e hemisférios cerebelares herniam 
para cima através do tentório. 
▪ Descendente: uncus e giro para-hipocampal herniam 
para baixo através do tentório (tenda do cerebelo). 
 
 
3 NEURORRADIOLOGIA Sara Bezerra Motta Câmara 
 
 
MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS 
São alterações decorrentes de distúrbios do desenvolvimento 
neural que podem ser geneticamente determinados ou adquiridos. 
HIDROCEFALIA 
Decorre de um distúrbio da circulação do líquor, que pode estar 
relacionado a um processo obstrutivo que impede sua drenagem, 
uma produção excessiva ou com a deficiência de sua reabsorção, 
resultando em uma dilatação ventricular progressiva e hipertensão 
intracraniana. 
 
CISTOS ARACNOIDES 
• São lesões congênitas da membrana aracnoide que se 
expandem acumulando líquor. Sua patogênese é discutida, mas 
acredita-se que resultem de uma delaminação focal da 
aracnoide durante a embriogênese. Correspondem 
aproximadamente a 1% de todas as lesões intracranianas. 
• Caracterizam-se por uma lesão com densidade e sinal 
compatível ao líquor. 
• Os lugares mais comuns são fossa temporal, região suprasselar 
e fossa posterior. 
 
1. Lesão hipodensa com a mesma densidade do líquor em TC. 
2. Lesão apresenta hipossinal em RM T1 pois é composta por líquor. 
PROCESSOS INFECCIOSOS E INFLAMATÓRIOS 
NEUROTOXOPLASMOSE 
• A infecção ocasionada pelo Toxoplasma gondii, geralmente não 
apresentava nenhuma repercussão clínica significativa, exceto 
nas gestantes em virtude de seu efeito teratogênico. 
• No entanto, com o surgimento da SIDA e das terapias 
imunossupressoras, esse parasite adquiriu uma nova 
importância clinica tornando-se, atualmente, a maisfrequente 
infecção parasitária do SNC nesses pacientes. 
• Radiologicamente, caracteriza-se por múltiplas lesões de 
aspecto nodular, contornos irregulares e realce anelar pelo 
meio de contraste, associadas a halo de edema e de 
distribuição aleatória pelo parênquima encefálico. 
 
CISTICERCOSE 
• É a infecção parasitária mais comum do SNC. Decorre da 
infestação do homem pela larva do Cysticercus cellulosae, da 
Taenia solium e raramente da Taenia saginata. 
• A neurocisticercose intraparenquimatosa apresenta 4 
diferentes estágios patológicos dependendo da fase de 
evolução do processo: fase vesicular, vesicular-coloidal, 
nodular-granular e nodular-calcificada. 
▪ No estágio vesicular, observamos lesões císticas com 
paredes delgadas, pode ser visualizado o escólex 
excentricamente no cisto, usualmente sem realce pelo 
meio de contraste e sem edema. 
▪ A fase vesicular-coloidal é o inicio da degeneração da 
larva, verifica-se um realce anelar pelo meio de contraste 
e presença de edema adjacente à lesão. 
▪ No estágio nodular-granular, ocorre uma retração e 
espessamento da parede do cisto, com redução do 
edema, o escólex calcifica e pode ainda haver algum realce 
anelar pelo contraste. 
▪ Na fase nodular calcificada, a lesão tem calcificação 
completa, sem realce pelo contraste e sem edema. 
 
Fase vesicular: lesão cística (seta), sem edema perilesional, sem realce pelo 
gadolínio e presença do escólex no interior do cisto, excentricamente. 
 
4 NEURORRADIOLOGIA Sara Bezerra Motta Câmara 
 
Fase vesicular-coloidal: início da degeneração do cisto, deformidade da 
lesão cística com áreas de edema ao redor da lesão (seta). 
 
Fase nodular calcificada: várias lesões com calcificação completa sem realce 
pelo contraste e sem edema. 
NEOPLASIAS 
ASTROCITOMAS 
O processo neoplásico dos astrócitos é o mais frequente tumor 
maligno do SNC (70%). 
Segundo a OMS, eles podem ser divididos em 4 subgrupos: 
• Astrocitoma pilocítico: GRAU I 
• Astrocitoma de baixo grau: GRAU II 
• Astrocitoma Anaplásico: GRAU III 
• Glioblastoma Multiforme: GRAU IV 
» Astrocitoma Pilocítico: 
• Considerados benignos, mas com grau relativo de malignização 
• Predomina em crianças abaixo dos 7 anos de idade. 
Características da lesão: 
• Massa de contornos regulares. 
• Sólido-cística – lesão cística com nódulo periférico. 
• Impregnação pelo contraste do componente sólido. 
• Edema vasogênico. 
 
 
» Astrocitoma de Baixo Grau e Anaplásico 
• Predominam em adultos jovens; 
Características da lesão: 
• Lesões expansivas infiltrativas, heterogêneas com realce 
variado pelo meio de contraste, associados a edema. 
 
2. RM em T1 com contraste. Astrocitoma anaplásico. 
» Glioblastoma Multiforme 
• Astrocitoma de alto grau de malignidade (grau IV). 
• Corresponde a 50% dos Astrocitomas. 
• Pico entre os 45 e 70 anos. 
• Prognóstico após diagnóstico (9 a 12 meses). 
 
Características da lesão: 
• Lesão expansiva (com grande efeito de massa). 
• Infiltrativa. 
• Realce heterogêneo pelo meio de contraste. 
• Áreas de necrose central na lesão. 
• Acentuado edema perilesional. 
» Metástases 
O SNC é um local comum de metástases hematogênicas. 
As metástases para o SNC decorrem principalmente de neoplasias 
originárias do pulmão, mama, melanomas, rim e TGI. 
Obs.: Na visualização de 2 ou mais nódulos, deve-se considerar 
metástase. 
2 
 
5 NEURORRADIOLOGIA Sara Bezerra Motta Câmara 
 
 
 
 
1 RADIOLOGIA TORÁCICA E MAMÁRIA Sara Bezerra Motta Câmara 
RADIOLOGIA TORÁCICA 
Como visto, os aspectos de imagem da radiologia geral são 
descritos de acordo com uma escala de cinza, que corresponde a 
sua densidade, e que podem ser classificadas em imagens radiopacas 
(brancas) e radiotransparentes ou radiolucentes (pretas). 
As estruturas radiopacas do tórax são representadas pelos 
elementos ósseos, seguidos por ordem de densidade pelas 
estruturas com atenuação de partes moles e líquidas (coração, 
estruturas mediastinais, hilares e sangue) e pelo parênquima 
pulmonar e pelo ar (estruturas radiotransparentes). 
Para uma melhor compreensão, a análise radiológica do tórax é 
dividida em três partes: 
1. Anatomia radiológica. 
2. Semiologia radiologica do tórax. 
3. Patologias torácicas. 
ANATOMIA RADIOLÓGICA DO TÓRAX: 
• Campos pleuropulmonares 
• Seios costo e cardiofrênicos 
• Estruturas ósseas 
• Diafragma 
• Mediastino 
O mediastino: 
Região localizada entre os campos pleuropulmonares e se estende 
no sentido crânio-caudal da abertura superior do tórax ao 
diafragma. Abrange todas as vísceras torácicas, exceto pulmões e 
pleuras. Existem várias classificações para sua subdivisão, mas 
consideramos a mais didática a que o divide em mediastino 
superior, acima do nível do pericárdio, e três divisões inferiores: 
anterior, média e posterior. O diagnostico diferencial das 
patologias mediastinais estão relacionados a essa divisão. 
O mediastino superior contém o esôfago e a traqueia 
posteriormente, e parte do timo e os grandes vasos anteriormente, 
além de linfonodos. O mediastino anterior contém poucas 
estruturas. Está localizado na frente do coração e atrás do esterno, 
contém parte do timo, gordura e alguns linfonodos. O mediastino 
médio compreende o pericárdio e o coração, os nervos frênicos, 
além da aorta ascendente, arco aórtico e o tronco da artéria 
pulmonar. O mediastino posterior está situado atrás do pericárdio 
e contém a parte descendente da aorta torácica, linfonodos, o 
ducto torácico, o nervo vago, gordura, as veias ázigos e hemiázigos, 
esôfago e raízes nervosas. 
 
Na radiografia póstero-anterior (PA), os contornos do mediastino, 
formam curvas, duas a direita e três a esquerda. 
• À direita, a parte superior é formada pela veia cava superior 
(VCS) e a inferior pelo átrio direito. 
• À esquerda, os três componentes principais são o arco 
aórtico, o tronco da artéria pulmonar e o ventrículo esquerdo. 
 
Índice cardiotorácico: avalia subjetivamente o tamanho do 
coração. Considera o coração de tamanho normal quando o seu 
maior diâmetro transverso não ultrapassa 50% do diâmetro dos 
campos pleuropulmonares. 
 
Índice normal à esquerda. Índice aumentado à direita, indicando um 
aumento da área cardíaca. 
 
RADIOGRAFIA SIMPLES 
A radiografia do tórax é apresentada através de incidências 
específicas, cuja denominação indica o posicionamento do paciente 
em relação a película radiográfica e o feixe de raios-x. As incidências 
de rotina são a posteroanterior – PA (paciente de costas para o 
feixe) e a incidência em perfil (paciente ao lado da película). 
Por que a radiografia de tórax é feita em PA e não AP? A 
radiografia em PA é mais utilizada em razão da divergência que 
sofrem os feixes de raios X, distorcendo estruturas que estão mais 
distantes da película. Daí, para não haver um aumento da área 
cardíaca, o mediastino deve ficar o mais próximo possível do filme. 
A radiografia de tórax é realizada a uma distância de 1,80 metros, 
permitindo, assim, a formação de uma imagem com dimensões 
aproximadas ao real. 
 
Imagem em PA. Abertura das escápulas para melhor visualização do 
pulmão. 
 
2 RADIOLOGIA TORÁCICA E MAMÁRIA Sara Bezerra Motta Câmara 
 
 PA Perfil 
PARÂMETROS TÉCNICOS 
Na avaliação da radiografia de tórax, devemos sempre levar em 
consideração se o exame está: 
1. Com dose de radiação adequada (penetração dos raios X); 
2. Bem inspirado; 
3. Adequadamente centrado. 
Antes de avaliara radiografia, deve-se saber se o exame está 
seguindo os parâmetros técnicos. 
1) Dose de radiação: 
Em uma radiografia do tórax com penetração ideal, devemos ser 
capazes de visualizar a sombra da coluna vertebral apenas nas suas 
porções mais superiores (contorno de pelo menos 3 corpos 
vertebrais acima do botão aórtico). 
Exames onde a coluna é visualizada na sua totalidade estão muito 
penetrados, a não ser que tenham sido realizados em filmes 
especiais, ou com sistema digital, onde é possível a visualização de 
toda a coluna e das linhas mediastinais. Já numa radiografia pouco 
penetrada (pouca radiação), o contorno não é bem definido em 
nenhum ponto do mediastino. 
 
Dose de radiação bem feita quando pode-se visualizar 3-4 vértebras. 
 
 Pouca radiação Muita radiação 
 
Radiografia analógica vs. radiografia digital. 
2) Inspiração correta 
O exame deve ser realizado com o paciente em apneia inspiratória 
máxima. Para saber se a inspiração está adequada, deve haver 9-11 
costelas posteriores projetando-se sobre os campos pulmonares. 
A visualização de menos arcos costais constitui um pulmão 
hipoinsuflado, enquanto a visualização de mais arcos costais (11 ou 
12) representa um pulmão hiperinsuflado. 
 
 
Pulmão hipoinsufilado. Dose de radiação ótima. 
3) Alinhamento 
O exame bem centrado consiste no alinhamento das estruturas 
anteriores e posteriores na caixa torácica e as bordas mediais das 
clavículas devem estar equidistantes do centro da coluna. Além 
disto, as escápulas devem estar fora dos campos pulmonares. 
 
Alinhamento das clavículas. 
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 
A tomografia computadorizada é o método por imagem mais 
sensível para avaliação do parênquima pulmonar, em parte 
devido a sua alta sensibilidade e a não sobreposição de imagens. 
O exame será representado em uma janela específica para avaliar o 
parênquima pulmonar e outra para avaliar o mediastino. Logo, na 
TC de tórax são 3 janelas: Janela óssea, janela de partes moles e 
janela pulmonar. 
 
À esquerda, janela parênquima pulmonar. À direita, janela partes moles. 
 
3 RADIOLOGIA TORÁCICA E MAMÁRIA Sara Bezerra Motta Câmara 
SEMIOLOGIA DO ESPAÇO AÉREO 
A ocupação ou substituição do ar no espaço aéreo é denominada 
consolidação, e se traduz na radiografia e na TC como aumento 
homogêneo da atenuação do parênquima pulmonar (branco). 
A redução do espaço aéreo por colapso (ou colabamento) do 
parênquima pulmonar é denominada atelectasia. A área afetada 
vai apresentar um aumento da densidade (sem o ar fica só o 
interstício), e, por causa da presença da pressão negativa no espaço 
pleural, que permanece mantendo as pleuras unidas, as estruturas 
móveis no tórax serão deslocadas para o lado da atelectasia. 
Broncograma aéreo: brônquio pérvio em meio a consolidação; 
imagem radiotransparente tubuliforme no interior da consolidação. 
Achado clássico na pneumonia, linfoma pulmonar e alguns tipos de 
tumores malignos como carcinoma bronquíolo alveolar. 
 
Branco – consolidação. Broncograma – preto em meio a consolidação. 
SEMIOLOGIA PLEURAL 
O espaço pleural é um espaço virtual que contém uma fina lâmina 
líquida que separa as pleuras visceral e parietal, que recobre a caixa 
torácica. A pleura pode ser acometida por processos traumáticos, 
inflamatórios, infecciosos e tumorais. 
O derrame pleural é um dos achados mais comuns na doença 
pleural ou em contiguidade com esta. Caracteriza-se pela presença 
de líquido no espaço pleural separando as duas pleuras. Como tem 
densidade moderada, na radiografia apresenta-se como imagem 
radiodensa, de contornos regulares, que, quando livre, deposita-se 
nas bases pulmonares, obliterando os seios costofrênicos. 
Outro aspecto semiológico da pleura é a presença de ar no espaço 
pleural ao invés de água, caracterizando o pneumotórax. Este se 
apresenta pela visualização do folheto visceral separado do parietal. 
 
Opacificação do seio costofrênico (ponta entre diafragma e costelas) – 
primeiro local onde aparece o derrame pleural. 
Uma manobra, que pode ser realizada para diferenciar um derrame 
pleural de outra lesão que opacifique o seio costofrênico, é a 
realização de incidência com o paciente em decúbito lateral. 
Se realmente for derrame, a gravidade fará que ele escorra para a 
periferia do hemitórax, o que não ocorreria em uma lesão sólida. 
 
Paciente em decúbito lateral evidenciando a opacificação da periferia do 
hemitórax em decorrência do derrame pleural que se desloca pela 
gravidade. 
 
Vasos do hemitórax direito só vão até a linha branca apontada pela seta 
(representa a pleura visceral). 
 
Pneumotórax na TC. 
DOENÇAS INFECCIOSAS 
Broncopneumonia: caracteriza-se por inflamações em placas 
acometendo vários focos de consolidação, com tendência a 
confluência e esparsos no parênquima. 
Abscesso: cavidade secundária a processo infeccioso piogênico, ou 
seja, é uma complicação de uma consolidação pulmonar. A imagem 
do abscesso corresponde à área de opacidade pulmonar, que, 
quando encontra um brônquio, drena e pode apresentar níveis 
hidroaéreos, o que caracteriza a lesão. 
Infecção miliar: acontece quando o patógeno está distribuído na 
corrente sanguínea, o que promove sua distribuição de maneira 
quase uniforme no pulmão. 
 
Consolidação (branco) e broncograma aéreo (preto apontado pela seta). 
 
4 RADIOLOGIA TORÁCICA E MAMÁRIA Sara Bezerra Motta Câmara 
 
Abcesso. Presença de nível hidroaéreo – ar em cima, liquido em baixo. 
 
Radiografia simples e TC de tórax com infiltrado micronodular difuso em 
paciente com tuberculose miliar. 
Tuberculose Pulmonar 
A tuberculose pulmonar, causada pelo Mycobacterium tuberculosis ou 
bacilo de Koch, é dividida em primária (primoinfecção) e secundária. 
A forma primária é a que ocorre em indivíduos que ainda não 
tiveram contato com o bacilo, sendo, portanto, mais comum em 
crianças. A forma secundária desenvolve-se a partir de uma nova 
infecção (reinfecção exógena) ou da reativação de bacilos latentes. 
Na primoinfecção, a bactéria atinge o alvéolo onde vai desencadear 
uma reação inflamatória pela sua proliferação que culmina em atrair 
macrófagos que vão tentar conter o processo infeccioso. Se o 
processo inflamatório contiver a lesão, ocorrerá a formação de um 
granuloma, pequena lesão nodular calcificada. 
 
Granuloma residual relacionado com a sequela da tuberculose. Pequena 
imagem calcificada de contornos regulares. 
Na forma secundária ou pós-primária, a infecção irá surgir após o 
período de latência do primeiro contato com o bacilo, que desta 
vez vai se alojar nos ápices pulmonares, evoluindo para um 
processo consolidativo que cavita, forma um exsudato inflamatório 
(caseum) que é expelido ao encontrar um brônquio, dando o 
aspecto típico de consolidação com lesões cavitadas. 
 
(a) radiografia simples com cavitação em lobo superior esquerdo. (b) TC 
de tórax com consolidação com área de cavitação central 
Bronquiectasias 
Caracterizam-se pela dilatação irreversível da árvore brônquica. 
Há várias etiologias para estas infecções como síndromes de 
discinesia ciliar, tumores, etc. 
 
Imagem da esquerda – brônquio e vaso na relação de 1:1 normal / Imagem 
da direita – bronquiectasia. 
Enfisema pulmonar 
Consiste em destruição do parênquima pulmonar, e esta destruição 
forma áreas onde o ar fica aprisionado, e sua delimitação com o 
parênquima remanescente forma as bolhas e cistos aéreos 
característicos da doença enfisematosa. 
Os achados na radiografia simples constituem sinais indiretos do 
aumento do espaço aéreo como: 
• Aumento do diâmetro anteroposterior do tórax. 
• Aumento dos espaços intercostais 
• Retificação das cúpulas diafragmáticas 
• Hipertransparencia pulmonar 
 
Radiografiasimples do tórax em perfil demonstrando a hipertransparência 
pulmonar, o aumento do diâmetro anteroposterior do tórax e a 
retificação das cúpulas diafragmáticas (seta). 
Os achados por imagem na TCAR do tórax, caracterizamos áreas 
hipodensas difusas pelos campos pulmonares, com perda da 
arquitetura habitual e formação de bolhas e cistos aéreos. 
 
Corte de TC evidenciando áreas hipodensas difusas comprometendo o 
parênquima pulmonar. 
TUMORES PULMONARES 
As lesões pulmonares expansivas devem ser classificadas de acordo 
com seus aspectos em benignas e malignas. 
Principal etiologia: fumo. 
 
5 RADIOLOGIA TORÁCICA E MAMÁRIA Sara Bezerra Motta Câmara 
Critérios de malignidade: 
• Lesão de contornos espiculados ou irregulares. 
• Nódulos com densidade de partes moles e que captem o meio 
de contraste endovenoso, que tendem a apresentar um tempo 
de duplicação rápido (em média 18 meses). 
 
Lesão nodular de contorno espiculado – característica de malignidade. 
Os pulmões são sede frequente de lesões metastáticas, que podem 
alcança-los por via hematogênica, linfática ou endobrônquica. 
As metástases para o pulmão em 80% dos casos são provenientes 
de lesões primárias mamárias, do esqueleto e sistema geniturinário. 
 
Radiografia simples evidenciando múltiplas lesões nodulares 
comprometendo difusamente os pulmões em um paciente com neoplasia. 
TRAUMA TORÁCICO 
• Pneumotórax 
• Derrame pleural (hemotórax) 
• Fraturas 
• Tamponamento cardíaco 
• Contusão pulmonar 
• Lesão diafragma 
• Lesão aórtica 
• Lesão do esôfago 
Patologias mediastinais 
As patologias encontradas no mediastino estão geralmente 
associadas às estruturas em seu interior, deste modo podemos 
classifica-las de acordo com a região mediastinal comprometida. 
 
 
TC de tórax com janela para partes moles evidenciando processo 
expansivo em mediastino anterior/superior em um paciente com timoma. 
 
 
Aneurisma de aorta. Observar aumento do diâmetro da aorta ascendente 
(seta) em relação a aorta descendente (ponta de seta). 
 
Linfoma. Volumosas linfonodomegalias hilares à direita (seta), abaulando o 
mediastino, obliterando o contorno cardíaco (sinal da silhueta). 
 
RADIOLOGIA MAMÁRIA 
Câncer de mama (1:10 mulheres). 
Fatores de risco: idade, história familiar, número de gestações e 
lactação. 
MAMOGRAFIA 
Princípio básico: raios-x. 
Incidências: 
• Crânio-caudal (CC) 
• Médio-lateral obliqua (MLO) 
• Spots de compressão (ampliações) 
 
Imagem de cima: incidência médio-lateral-oblíqua. Imagem de baixo: 
incidência crânio-caudal. 
 
6 RADIOLOGIA TORÁCICA E MAMÁRIA Sara Bezerra Motta Câmara 
Mamografia de Rastreamento (screening): 
• 1ª mamografia: 35-40 anos. 
• Até os 50 anos: anual ou a cada 2 anos. 
• Acima dos 50 anos: anual. 
• Sempre realizar o autoexame. 
 
Aspecto normal das mamas. O tecido fibroglandular é denso (ponta de 
seta) e a gordura radiotransparente (preta - seta). 
 
Em mulheres jovens, não adianta fazer mamografia pois a mama é densa. 
Deve-se fazer ultrassonografia mamária. 
 
Mama com prótese de silicone. 
Em casos de implantes mamários, manobras para rechaçar os 
implantes são utilizados para demonstrar o tecido mamária, 
denominada manobra de Eklund. 
 
Manobra de Eklund. 
Sinais de malignidade: 
• Densidade elevada 
• Margens espiculadas 
• Distorção arquitetural 
• Espessamente de pele 
• Retração mamilar 
• Calcificações: 
▪ Microcalcificações 
▪ Agrupadas 
▪ Tamanhos e formas irregulares (pleomórficas) 
 
 Microcalcificações. Nódulo estrelado. 
BIRADS 
Em 1988 surgiu o Breast Imaging Reporting and Data System 
(BIRADS), produzido pelo American College of Radiology. 
Uma padronização da descrição, relatório e recomendação dos 
laudos primeiramente mamográficos e, em condições subsequentes, 
dos laudos de ultrassom e ressonância magnética das mamas. 
• Birads 0 (mamografia inconclusiva): exame adicional. Ex., 
mama densa em jovens. 
• Birads 1 (mamografia negativa): controle anual. Não há 
achados que sugerissem algo. 
• Birads 2 (lesão benigna): controle anual. 
• Birads 3 (lesão provavelmente benigna): repetir em 6 
meses; eventualmente biópsia. 
• Birads 4 (lesão suspeita): biópsia. Ex., microcalcificações 
pleomórficas. 
• Birads 5 (lesão provavelmente maligna): biopsia. Ex., 
nódulo estrelado, espiculado. 
• Birads 6 (lesão já biopsiada como maligna, mas não 
retirada ou tratada). 
 
 
 
 
1 RADIOLOGIA ABDOMINAL Sara Bezerra Motta Câmara 
RADIOLOGIA ABDOMINAL 
RADIOGRAFIA SIMPLES DO ABDOME 
• Incidencia antero-posterior (AP) em decúbito e ortostase. 
• Existe um protocolo de rotina para toda suspeita de abdome 
agudo: AP em decúbito, em ortostase e transição tóraco-
lombar (ou tóraco-abdominal com o paciente em pé com o 
objetivo de avaliação de pneumoperitoneo). 
» AVALIAR: 
• Sombra do músculo psoas; 
• Distribuição de gases abdominais (bolha gástrica, gases 
intestinais, pneumoperitônio); 
• Sombras renais e hepática; 
• Calcificações patológicas ou fisiológicas (renais, ureterais, 
pancreáticas, apendicolitos, flebolitos); 
• Coluna vertebral. 
 
 
Bolha Gástrica: pequena 
quantidade de ar localizada em fundo 
gástrico. Ao realizar o exame em 
ortostase, todas as estruturas mais 
pesadas por gravidade, vão manter-
se e o gás irá subir e se alojar na 
região na mais alta do estômago. 
 
 
 
 
Pneumoperitonio frequente em 
perfuração de vísceras ocas. 
Indicativo de abdome agudo. 
 
 
 
 
 
 
Distensão das alças do intestino 
delgado. Aspecto de 
‘’empilhamento de moedas’’. 
 
 
 
 
 
 
Nível hidroaéreo. Oclusão 
intestinal com paralisia da peristalse. 
Íleo paralítico. 
 
 
 
RADIOLOGIA HEPÁTICA 
• Radiografia simples não permite uma adequada visualização do 
fígado. Consegue-se visualizar apenas a sombra hepática que é 
muito inespecífica. 
• O advento da USG, TC e RNM permitiram um grande avanço 
na radiologia hepática. 
» ANATOMIA: 
• Caracterização das vias biliares. 
• Caracterização da densidade hepática pela TC (50-80 UH). 
LESÕES BENIGNAS 
A) LESÕES CÍSTICAS: 
• Cistos simples: lesão cística, de baixa densidade, sem realce 
pelo meio de contraste e sem capsula. 
• Doença policística: múltiplas lesões císticas que acarretam a 
destruição do parênquima hepático e aumento do órgão. 
• Biloma: coleção de bile no parênquima; sequela de trauma. 
• Abcesso: lesão hipodensa com capsula com realce pelo meio 
de contraste e presença de gases (20-30%) no interior da lesão 
decorrente da formação gasosa por bactérias. 
 
Múltiplas lesões hipodensas no fígado sem evidencia de realce por meio 
de contraste, com densidade próxima a 8 UH, caracterizando cistos 
hepáticos simples. 
B) LITÍASE BILIAR: 
• USG (+ sensível): cálculo hiperecogenico com sombra acústica. 
• TC (pouco sensível): cálculos hiperdensos em 30 a 40%; 
• A dilatação das vias biliares é um achado indireto. 
Obs.: A TC é um exame que apresenta baixa sensibilidade em 
virtude de apenas 30-40% dos cálculos de via biliar serem 
radiopacos ou hiperdensos, a maioria dos cálculos de via biliar são 
radiotransparentes não sendo visíveis a radiografia ou a TC. Um 
achado direto que pode ser caracterizado é a dilatação das vias 
biliares, ou seja, posso não ver o cálculo, mas ele vai causar uma 
obstrução e dilatar as vias biliares. 
 
USG da vesícula biliar. Duas lesões hiperecogenicas com sombra 
acústica posterior relacionadas a litíase biliar. 
 
2 RADIOLOGIA ABDOMINAL Sara Bezerra Motta Câmara 
 
Radiografia de abdome.Múltiplas imagens radiopacas no interior da VB. 
Achado não tão frequente em virtude de apenas 30-40% desse tipo de 
cálculos aparecerem na radiografia já que a maioria é radiotransparente. 
C) COLECISTITE: 
• Processo inflamatório da vesícula biliar. 
• Etiologia: colelitíase. 
• Achados radiológicos: 
▪ Espessamento parietal. 
▪ Borramento da gordura perivesicular. 
▪ Colelitíase. 
Obs.: No processo inflamatório intraperitoneal há edema, isto é, 
acumulo de água. Como a água é mais densa (mais branca), ela irá 
infiltrar a gordura adjacente ao órgão comprometido, elevando a 
densidade da gordura peritoneal adjacente. 
 
Seta abaixo – aponta a presença de 2 cálculos no interior da VB // Seta 
acima – aponta a gordura peritoneal adjacente a VB (hipodenso - escuro). 
 
Seta abaixo – aponta a parede espessa da VB // Seta acima – aponta a 
gordura perivesicular espessada, densificada (aumentada de 
densidade) devido ao edema. 
LESÕES MALIGNAS 
A) HEPATOCARCINOMA: 
• Tumor maligno primário mais frequente. 
• Condições predisponentes: cirrose (etanol), hepatite, 
hemocromatose. 
• Lesão expansiva c/ realce heterogêneo pelo meio de contraste. 
• Áreas de necrose central. 
• Pode haver calcificações e focos de tecido adiposo. 
 
TC. Setas delimitando uma lesão expansiva em lobo hepático direito. 
B) METÁSTASES: 
• Lesão maligna mais frequente. 
• Única ou múltipla (mais frequentes). 
• Cólon, estômago, pâncreas, mama e pulmão. 
• Lesões hipoatenuantes com realce heterogêneo. 
• Áreas de necrose central. 
 
DOENÇAS DIFUSAS 
A) CIRROSE: 
• Processo difuso de fibrose do parênquima hepático. 
• Etiologia: álcool, inflamatórias (hepatites, colangite), drogas e 
metabólicas (doença de Wilson, hemocromatose). 
• Aspectos radiológicos: 
▪ Redução volumétrica. 
▪ Bordos serrilhados. 
▪ Nódulos regenerativos. 
▪ Esplenomegalia. 
▪ Circulação colateral. 
▪ Ascite. 
 
Pontas de seta – área hipodensa (7-8 UH) envolvendo o fígado, baço e 
estomago caracterizando liquido livre em cavidade peritoneal, isto é, 
ascite // Setas longas – aspecto serrilhado das margens do fígado 
decorrente do processo fibrótico. 
 
3 RADIOLOGIA ABDOMINAL Sara Bezerra Motta Câmara 
B) ESTEATOSE: 
• Infiltração gordurosa do parênquima hepático; 
• Focal, multifocal ou difusa; 
• USG, TC e RM. 
• Etiologia: idiopática, hepatite, álcool, diabetes, obesidade, 
corticoterapia e drogas citotóxicas. 
 
Áreas hiperecóicas em parênquima hepático devido ao acumulo de gordura. 
 
TC. Área hipodensa no parênquima hepático devido a infiltração gordurosa. 
 
RADIOLOGIA DO TRATO GASTROINTESTINAL 
A) APENDICITE: 
• Inflamação pericecal (borramento da gordura peritoneal). 
• Espessamento da parede, presença de apendicolitos e/ou 
formação de eventuais abscessos. 
• USG (95% acurácia), embora TC tenha melhor resolução. 
 
Seta apontando apêndice normal. A gordura que envolve o apêndice é 
preta de mesmo aspecto que o restante da gordura peritoneal. 
 
Apêndice com parede espessada, hiperdensa (realce pelo contraste). Seta 
apontando a parede espessada e a gordura adjacente ao apêndice bastante 
hiperdensa, diferente da gordura retroperitoneal mais preta. 
B) DIVERTICULITE: 
• Diverticulose (10% > 45 anos; 80% > 80 anos). 
• Obliteração do pedículo – inflamação. 
• Aumento da densidade da gordura pericólica (achado mais 
significativo). 
• Espessamento da parede. 
• Presença de divertículos. 
Obs.: Diverticulose é a doença diverticular dos cólons com maior 
prevalência em pacientes idosos acima de 80 anos. Ocorre devido 
a fragilidade da parede mucosa do intestino grosso com formação 
de pequenas saculações, formando os divertículos. Quando a 
obliteração do pedículo de um divertículo evolui para processo 
inflamatório com ruptura do divertículo e extravasamento de 
material fecal, levará a um grande processo inflamatório adjacente 
a esse divertículo caracterizando a diverticulite. 
 
À esquerda – divertículos preservados. À direita, divertículos na TC 
(gordura peritoneal preservada – sem borramento adjacente). 
 
Divertículo inflamado na fossa ilíaca esquerda. Observar gordura 
peritoneal adjacente ao divertículo toda hiperdensa, caracterizando o 
processo inflamatório em paciente com diverticulite. 
C) NEOPLASIAS – ADENOCARCINOMA: 
• Área focal de espessamento da parede intestinal com 
superfície luminal irregular e lobulada. 
• Ulceração. 
• Sinal da ‘’maçã mordida’’. 
• Massas polipoides intraluminais. 
• Extensão pericólica. 
 
4 RADIOLOGIA ABDOMINAL Sara Bezerra Motta Câmara 
 
Radiografia contrastada do esôfago = esofagograma. Setas apontam falha 
de enchimento na luz do esôfago. 
 
Sinal da maçã mordida. Tumor circunferencial envolvendo o cólon. 
Acarreta espessamento da parede com afilamento do lúmen e 
consequente afilamento da coluna do contraste no interior da alça. 
 
TC. Grande espessamento da alça na fossa ilíaca direita com afilamento da 
luz do contraste em paciente com adenocarcinoma de cólon. 
PÂNCREAS 
A) PANCREATITE AGUDA: 
• Decorrente da liberação de enzimas proteolíticas lipolíticas. 
• Etiologia: alcoolismo, litíase biliar, trauma, drogas e infecção. 
• Achados radiológicos: 
▪ Aumento volumétrico e diminuição da densidade (edema) 
▪ Borramento da gordura peripancreática. 
▪ Perda do contorno glandular. 
▪ Dilatação ductal. 
▪ Líquido peripancreático. 
B) PANCREATITE CRÔNICA: 
• Episódios agudos recorrentes com significativa morbidade e 
longa duração. 
• Geralmente com diminuição de volume (fibrose). 
• Calcificações parenquimatosas. 
• Sinais de pancreatite aguda (fases de agudização). 
 
Aspecto normal do pâncreas. Gordura peripancreática conservada. 
 
Pancreatite Aguda. Borramento da gordura adjacente ao pâncreas 
principalmente na cabeça. Pâncreas com maior volume devido ao edema. 
 
Pancreatite Crônica. Pâncreas diminuído de volume com muitas 
calcificações em seu parênquima. 
C) NEOPLASIAS PANCREÁTICAS – ADENOCARCINOMA: 
• Representa 80% das neoplasias pancreáticas (60% na cabeça do 
pâncreas). 
• Adultos > 55 anos (predomínio do sexo masculino). 
• Emagrecimento, dor abdominal, icterícia. 
• Achados radiológicos: 
▪ Aumento volumétrico. 
▪ Efeito de massa. 
▪ Sinais secundários (dilatação de Wirsung = dilatação do 
colédoco devido ao processo obstrutivo). 
 
Setas apontam volumoso tumor de cabeça de pâncreas. 
 
5 RADIOLOGIA ABDOMINAL Sara Bezerra Motta Câmara 
RADIOLOGIA DAS VIAS URINÁRIAS 
A) CISTOS RENAIS: 
• Massas renais mais comuns; 
• Lesão hipoatenuante (CT), hipoecogênica (USG) e hipersinal 
em T2. Contornos lisos e bem definidos; 
• Conteúdo homogêneo (0-20 UH); 
• Sem realce pelo meio de contraste. 
 
 
Múltiplas lesões hipoecoicas com reforço acústico posterior. 
B) CARCINOMA DE CÉLULAS RENAIS: 
• Realça menos que o parênquima renal normal, 
homogeneamente nas lesões pequenas e heterogeneamente 
nas maiores (necrose/hemorragia). 
 
C) NEOPLASIA DO PARÊNQUIMA RENAL BENIGNA – 
ANGIOMIOLIPOMA: 
• Tumor formado por tecido adiposo, músculo liso e vasos 
sanguíneos (Hamartoma Renal). 
• Pode se disseminar localmente. 
• Dor, massa palpável, hemorragia e hematúria. 
• Associação com esclerose tuberosa (80%). 
• Diagnóstico: gordura intralesional. 
 
Lesão homogênea com densidade de gordura (-68 UH). 
D) LITÍASE RENAL: 
• Densidade elevada (cálcica). 
• Geralmente assintomáticos até obstrução. 
• Cólica renal (ureteral). 
• Achados radiológicos: 
▪ Calcificações; 
▪ Hidronefrose; 
▪ Urinoma = obstrução intensa com extravasamento de 
urina para região perirrenal. 
Obs.: TC = exame padrão ouro para diagnostico de nefrolitíase. 
 
 
 
TC comcontraste x sem contraste. 
 
TC. À esquerda, calculo na junção ureterovesical e à direita, cálculo no 
ureter esquerdo. 
Obs.: Cálculo de vias biliares – USG. Calculo de vias urinarias – TC.
 
6 RADIOLOGIA ABDOMINAL Sara Bezerra Motta Câmara 
 
 
1 RADIOLOGIA ABDOMINAL Sara Bezerra Motta Câmara 
RADIOLOGIA MUSCULOESQUELÉTICA 
NOMENCLATURA UTILIZADA 
• Porose = perda da massa óssea de um osso; desmineralização 
de um osso; osso porótico é mais radiotransparente. 
• Esclerose óssea = aumento da densidade óssea; o osso 
esclerótico é mais radiopaco que o normal. 
• Lesão lítica = lesão destruidora de osso; é uma lesão 
radiotransparente. 
• Lesão blástica = lesão patológica formadora de osso; lesão 
radiopaca. 
• Matriz condroide x óssea = relacionadas a neoplasias do 
tecido ósseo. Existem 2 tipos: os que tem origem na cartilagem 
e os que tem origem do tecido ósseo. Ex.: condrossarcoma é 
um tumor ósseo de origem cartilaginosa; osteossarcoma é um 
tumor ósseo de tecido ósseo propriamente dito. 
• Reação periosteal = reação do periósteo, camada mais 
externa do osso. Ocorre principalmente em 2 patologias: 
neoplasias ósseas e as osteomielites crônicas. 
 
Radiografia de tornozelo. À esquerda, imagem mais radiotransparente em 
relação à imagem da direita pois o osso está mais porótico. 
 
A seta em vermelho aponta áreas radiopacas na parte inferior de L5 e 
superior de S1 devido à ausência de disco intervertebral que leva ao atrito 
entre os ossos e consequente sobrecarga mecânica que estimula a 
mineralização óssea, tornando-se radiopaco, o que caracteriza uma 
esclerose dos platôs vertebrais adjacentes a L5 e S1. 
 
Lesão radiopaca em corpo vertebral em paciente com história de câncer 
de próstata com suspeita de metástase para coluna. As metástases de 
câncer de próstata para osso são do tipo osteoblásticas. Além disso, 
também é uma lesão esclerótica (mais branca que o normal - radiopaca). 
 
Acima – lesão osteoblástica. Abaixo – lesão osteolítica. 
 
Lesão osteolítica na metáfise proximal da tíbia. 
 
À esquerda, matriz óssea (bem branca e densa) osteoblástica e 
esclerótica. À direita, matriz condroide (cartilaginosa) e lesão osteolítica 
(observar aspecto salpicado ‘’em pipoca’’ da matriz cartilaginosa). 
 
Reação periosteal. Observe que o osso termina na parte mais branca 
cortical e a partir do periósteo dele sai estruturas ósseas. 
TRAUMA MUSCULOESQUELÉTICO 
» AVALIAÇÃO RADIOLÓGICA DAS FRATURAS: 
• Localização e extensão. 
• Tipo: 
▪ Completa: ruptura das 2 corticais, atravessa todo osso; 
▪ Incompleta: ruptura de apenas uma cortical 
▪ Cominutiva: completa onde há > 2 fragmentos ósseos; 
• Alinhamento (avaliação importante para que não haja 
problemas na consolidação da fratura). 
 
2 RADIOLOGIA ABDOMINAL Sara Bezerra Motta Câmara 
• Características especiais (impactação [fratura de ossos 
longos ex., corpo vertebral], depressão [fratura de ossos 
chatos ex., afundamento do osso frontal]). 
• Envolvimento da placa de crescimento em caso de 
fraturas de ossos longos (localizada na epífise, é responsável 
pelo crescimento longitudinal do paciente. Caso a fratura 
comprometa essa placa, pode haver problema de crescimento 
no membro). 
• Consolidação das fraturas está relacionada a formação do 
calo ósseo. 
 
À esquerda, fratura cominutiva da região metaepifisária da região 
proximal da tíbia (observar mais de 2 fragmentos ósseos). À direita, duas 
fraturas completas desalinhadas na tíbia e fíbula + presença de outros 
fragmentos na fratura fibular caracterizando uma fratura cominutiva. 
 
Fratura completa da fíbula desalinhada e fíbula com envergamento 
completo, mas sem fratura com ruptura cortical. No entanto, esse 
envergamento também é considerado um tipo de fratura chamada de 
fratura em ‘’galho verde’’ (ocorre em crianças devido a não calcificação 
completa das corticais ósseas e pela presença de força elástica no osso). 
 
TC da região da mandíbula com fratura completa do ramo mandibular. 
 
Traumatismo craniofacial direita com um compendio de fraturas. Da 
direita para esquerda: fratura cominutiva, fratura linear, fratura por 
afundamento na região mais central e outras fraturas lineares. 
 
Traumatismo direito em osso frontal acarretando uma fratura por 
afundamento ou depressão. 
 
Formação de calo ósseo já consolidado. Observar que o calo ósseo se 
apresenta esclerótico e bem denso, acarretando em abaulamento bilateral. 
 
Calo ósseo em consolidação. Observar que de um lado já está todo 
fechado, mas do outro ele ainda apresenta uma abertura. 
 
TC em corte axial e janela óssea. Fratura incompleta da tíbia. 
 
Fratura de corpo vertebral por compactação onde o eixo de força foi de 
cima para baixo (craniocaudal). Fratura compressiva com achatamento 
do corpo vertebral. 
 
3 RADIOLOGIA ABDOMINAL Sara Bezerra Motta Câmara 
ESPONDILÓLISE E ESPONDILOLISTESE 
Espondilolistese é o escorregamento de um corpo vertebral 
sobre o outro devido a algum problema estrutural seja trauma ou 
degenerativo, a vertebra perde seu eixo habitual e desloca-se 
anterior, lateral ou posteriormente. 
A principal causa é a espondilólise, isto é, a fratura da lâmina 
articular do corpo vertebral. 
 
TC corte sagital janela óssea. L5 está bem distanciado da porção posterior 
de S1, ou seja, o corpo vertebral escorregou (espondilolistese). 
 
Fratura da lâmina articular do corpo vertebral o que faz com que o 
corpo vertebral fique ‘’mais solto’’ e, devido ao eixo de força que ocorre 
na coluna lombar, ele tende a deslocar-se anteriormente acarretando esse 
deslizamento de um corpo vertebral sobre o outro. 
DOENÇAS DEGENERATIVAS 
» PRINCIPAIS ACHADOS: 
• Osteófitos = alterações osteo hipertróficas. 
• Pinçamento articular = diminuição do espaço articular. 
• Anquilose óssea = fusão patológica de 2 ou mais ossos. 
• Esclerose óssea = aumento da densidade óssea. 
• Cistos subcondrais. 
• Corpos livres intra-articulares (relacionados a fragmentos de 
cartilagem calcificados). 
 
Radiografia frontal da coluna. Osteófitos ou ‘’bico de papagaio’’ = 
imagens pontiagudas saindo dos corpos vertebrais. 
 
Análise comparativa entre corpos vertebrais de paciente mais velho com 
osteófitos x corpos vertebrais de paciente jovem sem osteófitos. 
 
Radiografia de joelho. Observar marcada redução do espaço articular 
tíbio-femoral à esquerda, diferente do espaço articular à direita com 
espaço preservado. Observar a esclerose à esquerda (osso mais branco) 
devido à sobrecarga mecânica pela destruição do menisco. Observar 
também pequenos osteófitos nas margens femoral e tibial. 
OSTEOARTRITE OU OSTEOARTROSE 
• Doença articular degenerativa. 
• Caracterizada pela destruição não inflamatória das articulações 
• Predomina nos pacientes idosos. 
• Compromete mais as articulações interfalangianas e as 
sustentadoras de peso (coluna, quadris e joelhos). 
 
Radiografia de paciente com escoliose acentuada. Observar que o eixo da 
escoliose, onde há a concavidade, há osteófitos, esclerose e redução dos 
espaços intervertebrais enquanto que na convexidade onde a sobrecarga 
mecânica é menor não há esclerose nem osteófitos. 
 
TC em corte axial mostrando esclerose do corpo vertebral e a formação 
de osteófitos (anteriormente e lateralmente). 
 
4 RADIOLOGIA ABDOMINAL Sara Bezerra Motta Câmara 
HÉRNIA DE DISCO 
• Abaulamentoou protusão do disco para o canal vertebral. 
• Achados radiológicos: 
▪ Radiografia: não caracteriza a hernia. Dá apenas sinais 
indiretos da hernia de disco como redução do espaço e 
esclerose. 
▪ Tomografia: permite visualização, mas não é o melhor. 
▪ Ressonância: exame padrão-ouro. 
 
RNM corte sagital ponderada em T2. Observar hérnia de disco em L5-
S1 comprimindo as raízes da cauda equina. Disco intervertebral entre L5-
S1 está mais escuro (hipointenso), desidratado. 
 
RNM em corte axial. Herniação saindo por trás do corpo vertebral 
herniando para o canal vertebral e comprimindo a raiz nervosa posterior. 
 
TC. Protusão discal comprimindo saco dural à esquerda de quem olha.

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